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– P8 - UFAL • Início dos pródromos: - Amolecimento e possível dilatação do colo + incorporação da cérvix ao segmento inferior provocando a madurez cervical; - Centralização do colo uterino, ficando no mesmo eixo que o canal vaginal; - Essas mudanças iniciais acontecem como consequência dos efeitos das prostaglandinas e da pressão gerado pelas contrações de Braxton Ricks; Descida: - Modificação do abdome, melhora a respiração, é a queda do ventre; - Aumenta a pressão pélvica, apresenta cólicas e dores lombares, frequência miccional, secreção vaginal e edemas de MMII. Aumento da energia: - Sinal de pródromo; - Ocorre de 24-48 antes do TP; - Aumento da liberação da epinefrina causado pela redução da progesterona; Saída do tampão sanguinolento: - Amolecimento do colo uterino e aumento da pressão exercida pela apresentação fetal; - Os capilares cervicais rompidos liberam sangue em pouca quantidade, que se mistura com o muco e resulta em secreções róseas conhecidas como tampão sanguinolento; Contrações de Braxton Hicks: - Sensação de retesamento ou tração na parte anterior do útero; - Ocorre no abdome e na região inguinal e espalham-se gradualmente para baixo antes do relaxamento; - Ajuda a mover o colo do útero de uma posição posterior para anterior na maturação e amolecimento do colo; - São irregulares e diminuem com a deambulação, micção, ingestão de alimentos e líquidos e até mesmo com a mudança de posição; - Pode iniciar a partir da 28°-32° semana de gestação; Ruptura espontânea das membranas amnióticas: - Jato súbito ou extravasamento constante de líquido amniótico; - Após a ruptura não há amis barreira de proteção contra infecções e uma infecção ascendente pode ocorrer; - Pode acontecer antes do início do TP; - Se a insinuação não tiver ocorrido, o bebê estiver muito alto, de forma precoce, o prolapso de cordão pode acontecer, arriscando calcar compressão do cordão e o bebê entrar em sofrimento; – P8 - UFAL • Classificação da ruptura das membranas: 1. Prematura 2. Precoce 3. Oportuna 4. Tardia 5. Espontânea 6. Intempestiva 7. Provocadas Fatores que influenciam no processo de TP: - Canal do parto; - Feto e placenta (fases 2 e 3, respectivamente); - Contrações; - Posição; - Resposta psicológica; - Filosofia de vida; - Presença do parceiro; - Paciência (parturiente e profissional, respeitando a cronologia natural dos eventos); - Preparação da gestante: conhecimento em relação ao parto; - Manejo da dor; - Paridade. – P8 - UFAL Experiência subjetiva que envolve uma complexa interação de influências fisiológicas, psicossociais, espirituais, culturais e ambientais. Os valores culturais e os comportamentos aprendidos influenciam a percepção e a resposta à dor, assim como a ansiedade e o medo, os quais tendem a exacerbar a sensação de dor. Controlar a dor sem prejudicar o feto e o trabalho de parto é extremamente importante. Algumas das estratégias para o alívio da dor com métodos não farmacológicos são: • Lei do acompanhante N°11.108 de 07 de abril de 2005: Presença do pai ou qualquer outra pessoa que possa oferecer suporte emocional à parturiente nessa experiência. LEGISALAÇÃO!! Enfermeiras obstétricas defendem partos centrados na família e sua participação no processo de parto já é associado a redução de intervenções desnecessárias quando comparado aos procedimentos conduzidos apenas por obstetras. Oferece apoio emocional e prático para a gestante e ao casal antes, durante e depois do parto, porém o suporte clínico ainda é do profissional de enfermagem obstétrica ou da equipe de saúde. Reduz a necessidade de medicação para alívio da dor, o uso de extração à vácuo ou fórceps e a necessidade de cesárea. Além disso, o TP é reduzido por todo o apoio que é ofertado. – P8 - UFAL São 4 estágios: Dilatação: Se divide em 3 fases: latente, ativa e de transição. Tem início com as contrações uterinas rítmicas e termina com a dilatação completa da cérvix. É avaliado por meio do toque, de forma subjetiva e ocorre por ação de 3 forças: a contração uterina, bolsa das águas e a apresentação. Contrações uterinas, bolsas das águas e a apresentação são as forças que vão atuar no progresso do TP. Essas três forçam promovem a tração no colo resultando na dilatação, como na imagem acima. Durante a abertura do colo, com a dilatação, ocorre o apagamento, que é o afinamento do colo que pode ser definido em percentuais. Esse apagamento é diferente de acordo com a paridade da mulher. Classificamos o percentual da seguinte maneira: • Canal cervical com 2cm de comprimento = 0% apagado; • Canal cervical com 1cm de comprimento: 50% apagado; • Canal cervical com 0cm de comprimento: 100% apagado. Att.: Em primíporas o colo se apaga primeiro, que se dilata (imagem abaixo, de 1-4). Diferentemente da multípara, que apaga e dilatam de forma concomitante (imagem abaixo, de 5-8). • Toque vaginal: O toque vaginal é um procedimento invasivo e que deve ser feito em no mínimo a cada 4 horas e é contraindicado na suspeita ou confirmação de placenta prévia. É importante lembrar de informar a gestante, que o toque será realizado. Permite que se visualize a dilatação, a condição das membranas e colo, altura, variedade, posição do bebê, grau de deflexão e a tumefação ou moldagem do crânio. Att.: A fase latente/inicial é até 3cm conforme as literaturas, mas segundo a febrasgo, até 5cm. Força de repuxo! – P8 - UFAL Att.: A fase ativa segundo as diretrizes 2017/Ricci/Freitas e Zugab, é a partir de 4cm. Segundo a OMS 2018, a partir de 5cm. Segundo a febrasgo e Rezende, a partir de 6cm. É na fase ativa que se inicia a admissão da mulher no serviço, abre o partograma e começa a registrar a evolução. Fase de transição: É a fase mais difícil do TP e, também a mais breve. A mãe pode apresentar náusea, vômitos, tremores nas extremidades, dor nas costas, aumento da apreensão e irritabilidade, movimentos inquietos, aumento na liberação de secreção sanguinolenta pela vagina, incapacidade de relaxar, sudorese, sensação de perda de controle e sensação de opressão. • Zhang e os “Padrões contemporâneos do TP”: 1. Fase ativa: Começa com 6 cm de dilatação; 2. Não considerar 1cm/hora; 3. O tempo do TP não está associado a um desfecho ruim para o RN. Analisando o gráfico acima, cada linha se trata de uma gestante e relaciona a hora da admissão e o tempo que demora para evoluir a sua dilatação. Obs.: Nessa fase, o profissional deve mensurar a DU e pulso a cada 1h, temperatura/PA/toque a cada 4h e a ausculta intermitente a cada 15-30min. Vale lembrar, que tudo isso se dá em um cenário de gestação de risco habitual. No caso da gestação de alto risco, auscultar a cada 15min e os demais parâmetros, não há especificação, sendo necessário a adaptação de acordo com o serviço e a situação individual de cada parturiente. Att.: Não se recomenda mais a tricotomia, enema e na maioria dos casos a amniotomia, existem situações específicas onde há riscos e complicações no parto. Também não se recomenda a limpeza vaginal com clorexidina, pelvimetria clínica de rotina, uso de fluídos IV para acelerar o TP. É importante lembrar que atualmente já existem evidências comprovando que não necessariamente ocorre a dilatação de 1 cm por hora. Período expulsivo: O sinal característico é o aparecimento do Losango de Michaelis, sinal da pelve se abrindo para a chegada do bebê, como nas imagens abaixo: • Puxos induzidos: É completamente contraindicado, pois além de interferir nas trocas materno-fetal, também Linha púrpura – P8 - UFAL provoca danos ao assoalho pélvico gestante. A recomendaçãoatual é do Método de Globe Aberta, isso é, o ar é liberado enquanto a parturiente faz o esforço expulsivo, evitando assim o acúmulo de pressão intratorácica. Inicia com a dilatação completa e acaba com o nascimento do feto. Caracteriza-se pela associação síncrona das contrações uterinas efetivas do TP, força contrátil do diafragma e parede abdominal. O cinto muscular comprime o útero de cima para baixo e da frente para trás. Esse período se subdivide em dois momentos: 1. Pélvica ou inicial: Dilatação completa, mas não há puxo espontâneo; 2. Perínea ou tardia: Dilatação completa + puxo expulsivo. Ao comprimir as paredes vaginais, o reto e a bexiga, o polo inferior do feto vai provocar por via reflexa o aparecimento das contrações voluntárias da presa abdominal. Origina-se então a vontade de espremer, os puxos, movimentos enérgicos da parede do ventre, semelhantes aos suscitados pela evacuação ou micção. Att.: Nesse momento, segundo período, período expulsivo, a ausculta dos BCF são a cada 5 minutos e intermitente. • Quanto à posição materna: A melhor posição é a que for melhor e mais confortável para a mãe. Ter atenção com a banqueta, pois, está relacionado ao acontecimento de lacerações. Preferir usá-la quando for necessário e preferencialmente na fase de período expulso. • Cuidados com o períneo no ante parto: Esses exercícios aumentam o fortalecimento do períneo, diminui a chance de incontinência urinária pós-parto. Além disso, massagem perineal também pode ser feita a partir de 34° semanas de IG, porém não pode ser executada no momento intraparto. • Cuidados com o períneo intraparto: - Hands off: Quanto menos mexer, tocar, estimular, melhor. O ideal é só intervir quando necessário; - Hands on: Intervir, a mulher fica a mercê do profissional, desestimula a autonomia da mulher; - Manobra de Ritgen: Apenas controla o desprendimento abrupto da cabeça, evitando a laceração posterior, quando a mulher coloca muita força para o período expulsivo. Ter muita atenção principalmente no parto prematuro, pois existe o risco de traumatismo, pois ele sai muito rápido. - Uso de compressas mornas; Não realizar a episiotomia de rotina durante o parto vaginal espontâneo. Mas, se a episio for realizada, a sua indicação deve ser justificada. Recomendando-se, fazer a médio-lateral, originando na fúrcula vaginal e direcionada para o lado direito, com um ângulo do eixo vertical entre 45-60°. Assegurar a analgesia efetiva antes da realização de uma episio. • Contraindicações: Manobra de Kristeller: Desregula a atividade uterina e produz hipertrofia. É o ato de empurrar a barriga da mulher durante o trabalho de parto. Pode levar a ruptura de órgãos, maior hemorragia, prejuízos para o bebê etc. • Circular de cordão: – P8 - UFAL É um achado normal, fisiológico, não se trata de indicação para cesárea e raramente se associa ao aumento da morbidade e mortalidade perinatal. Circular de cordão frouxa pode ser mantida, enquanto as fortes podem ser retiradas por meio da Manobra de Somersault, conforme a imagem a seguir: • Desprendimento dos ombros: Após ocorrer o desprendimento do polo cefálico ocorre o dos ombros. Em algumas situações, o ombro sai quase que imediatamente e pode gerar muita laceração, já em outros, o ombro só é desprendido na próxima contração. A orientação é de que se a assistência estiver tranquila, risco habitual, controle de BCFs regular, se o polo cefálico desprender, aguardar o desprendimento dos ombros. Mas, se passar de 1 minuto, realizar a manobra, pois pode se tratar de uma distorcia de ombro. Att.: Após desprender os ombros, já se indica as 10 UI de ocitocina IM, que reduz perdas sanguíneas no pós-parto, porém existem serviços que atuam com o protocolo de iniciar ocitocina apenas após a dequitação, que é a saída da placenta. • Contato pele a pele: Favorece a adaptação do RN fora do útero, regula a temperatura do RN, oportuniza a amamentação na primeira hora de vida, além da troca de microbiota entre mãe e bebê, sendo sua 2° fonte de sensibilização imunológica. • Clampeamento do cordão: Esmagamento do cordão com duas pinças, mais ou menos a 4cm de distância do abdome. Antes do pinçamento, deve-se proceder ao exame do funículo para que não esmague parte do conteúdo abdominal acaso ali localizado, causando a hérnia umbilical. Retarde a ligadura do cordão até 60-180 segundos após o nascimento. 3° Estágio: Dequitação ou secundamento. É um período mais curto, inicia após a saída do bebê e termina com a saída da placenta. São três fases: 1. Descolamento: Ocorre pela retração do músculo uterino, pós-nascimento e por conta das contrações. Reduz a superfície uterina, pregueando a sua superfície interna na zona de prendimento da placenta, causando seu descolamento. O mecanismo de descolamento da placenta pode se dar de duas maneiras: – P8 - UFAL a) Baudelocque – schutze: É o mais comum, 75% dos partos, a placenta está inserida no centro do fundo do útero e quando descola, vem pela face fetal (a que tem a ligação do cordão). Após sua saída, vem o sangramento do hematoma que se formou. b) Baudelocquqe – ducan: Menos comum, 25% dos partos, placenta inserida na lateral do útero e o sangramento se exterioriza antes da saída da placenta e sai pela face materna (a que tem ligação com a parturiente). • Sinais de descolamento: 2. Descida: Se trata da junção das contrações uterinas com a ação da gravidade, levando ao movimento de descer. Existem sinais para essa descida, que são: 3. Desprendimento: No canal vaginal, a placenta provoca nova sensação de puxo, podendo determinar esforços abdominais semelhantes aos do segundo período do parto, responsáveis pela expulsão do órgão para o exterior. A imagem acima representa a Manobra de Jacob-Dublin, que consiste em uma leve rotação favorecendo a recepção da placenta. • Exame da placenta e seus anexos: A face materna da placenta apresenta-se com aspecto brilhante, corresponde à decídua compacta que saiu aderida aos cotilédones, já as áreas sem brilho decorrem da ausência de decídua, que ficou no útero. A retenção de um ou mais cotilédones traduz-se por falha na massa placentária com nítida depressão. A face fetal da placenta deve ser examinada a fim de verificar se o ponto de inserção do cordão e a integridade do âmnio, que, quando desprendido, deve ser reconstituído até cobrir totalmente a massa placentária. Os vasos umbilicais desaparecem gradualmente perto da borda da placenta. • Assistência no 3° período: - Conduta ativa: Trata do clampeamento do cordão e das 10 UI de ocitocina, massagem, tração etc. - Conduta fisiológica: Não intervir de forma alguma nesse TP. – P8 - UFAL • Correção das lacerações espontâneas: O reparo é contínuo e preferível em todos os planos, associando-se a redução significativa do risco de dor, e que o uso de ácido poliglicoico e poliglactina em relação ao catgut, acarretando em menor dor e menor necessidade de analgésicos. 4° Estágio: Greenberg A mulher passa a ser uma puérpera, inicia com a expulsão da placenta e acaba com a dequitação da mesma. Está dentro das primeiras 4h, sendo que a mulher fica na sala do pré-parto por 2h sendo encaminhada para o alojamento conjunto, posterior a esse tempo. Nesse primeiro momento os lóquis serão vermelhos, de fluxo moderado, acompanhado de coágulos, a mulher pode referir sede, fome, frio, calafrio, sua temperatura pode se elevar até 38° etc. A bexiga da mulher pode estar hipotônica, podendo perder a percepção de volume da bexiga, Acontecem os períodos de hemostasia e isso ocorre em 4 mecanismos: 1. Miotamponagem: Ligadura viva dos vasos, retração para que os vasos se liguem; 2. Trombotamponagem:Formação de trombos para conter o sangramento; 3. Indiferença miouterina: Na primeira hora o útero está apático, hora contrai, hora relaxa, porém, a partir de 1h; 4. Contração uterina fixa: Ficando bastante firme para evitar hemorragias. • Globo de Segurança de pinar: Nesse momento o útero está firma, rígido, endurecido e em forma de globo a nível da contração uterina (CU). Deve-se monitorar a cada 15 minutos da primeira hora o fundo uterino (consistência, loquiação), temperatura, pulso, PA e condições emocionais da mulher.
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