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Resumo - Direito Penal II - 2019 2

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Yasmim Martins de Magalhães – Direito Penal II – 2019.1 
REVISÃO PENAL II – 2019.2 
COMPLETA 
 
1. CONCURSO DE PESSOAS 
O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração de dois ou mais agentes 
para a prática de um delito ou contravenção penal. 
O concurso de pessoas é regulado pelos arts. 29 a 31 do CP: 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei no 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 1o - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um 
sexto a um terão. (Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2o - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-· 
aplicada a pena deste; essa pena ser· aumentada até metade, na hipótese de ter sido 
previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984) 
Circunstâncias incomunicáveis 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo 
quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984) 
Casos de impunibilidade 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa 
em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
(Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984) 
 
TEORIAS 
- Pluralista (ou pluralística) - Para esta teoria cada pessoa responderia por um crime próprio, 
existindo tantos crimes quantos forem os participantes da conduta delituosa, j· que a cada um 
corresponde uma conduta própria, um elemento psicológico próprio e um resultado 
igualmente particular. 
- Dualista (ou dualística) - Segundo esta teoria, há um crime para os autores, que realizam a 
conduta típica emoldurada no ordenamento positivo, e outro crime para os partícipes, que 
desenvolvem uma atividade secundária. 
- Monista (ou monística ou unitária) - A codelinquência (concurso de agentes) deve ser 
entendida, para esta teoria, como CRIME ÚNICO, devendo todos responderem pelo mesmo 
crime. A ADOTADA PELO CP. 
Isso não significa que todos que respondem pelo delito terão a mesma pena. A pena de cada 
um irá corresponder à valoração de cada uma das suas condutas (cada um responde na medida 
de sua culpabilidade). Em razão desta diferenciação na pena de cada um dos infratores, diz-
se que o CP adotou uma espécie de teoria monista temperada (ou mitigada). 
 
ESPÉCIES 
Yasmim Martins de Magalhães – Direito Penal II – 2019.1 
- Eventual – pode ocorrer em qualquer infração penal passível de ser praticada por uma só 
pessoa (crimes unissubjetivos). 
- Necessário – aquele que em sua própria natureza jurídica devem estar presentes dois ou mais 
agentes, ou seja, só podem ser cometidos por duas ou mais pessoas. 
Ex.: como a bigamia, a rixa, o crime de quadrilha, etc. 
 
REQUISITOS 
- Pluralidade de condutas: Existentes condutas de várias pessoas é indispensável, do ponto de 
vista objetivo, que haja nexo causal entre cada uma delas e o resultado. 
- Relevância causal de cada um nas ações: Havendo relação entre a ação de cada uma das 
condutas e o resultado, ou seja, havendo relevância causal de cada ato delituoso, concorreram 
essas pessoas para o evento e por ele serão responsabilizadas. 
- Liame subjetivo entre os agentes: É necessário, também, uma ligação psicológica entre os 
vários autores, ou seja, o conhecimento de que cooperam numa ação comum. Não basta atuar 
o agente com dolo (ou culpa), sendo necessária uma relação subjetiva entre os concorrentes. 
Somente a adesão voluntária, objetiva (nexo causal) e subjetiva (nexo psicológico), à atividade 
criminosa de outrem, visando à realização de um objetivo comum, cria o vínculo do concurso 
de pessoas e responsabiliza os agentes à pelas consequências da ação. Inexistente esse liame 
psicológico, não há que se reconhecer o concurso de agentes disciplinado no art. 29 do Cód. 
Penal. 
- A identidade de fato: Mirabete aborda a questão de identidade de fato com o exemplo de que 
não haverá vínculo na omissão do empregado que se esquece de fechar uma porta da casa do 
empregador, circunstância que vai favorecer a entrada do autor de um furto. Inexiste no caso 
o concurso de agentes pois o empregado não agiu com dolo voltado à facilitar a entrada de 
um ladrão e apenas o autor da subtração responderá pelo ilícito, apesar de ter sido favorecido 
pela falta de cuidado do criado. Existirá, no entanto, o liame psicológico quando o empregado, 
intencionalmente, deixa aberta a porta, ainda que o ladrão desconheça a vontade daquele em 
ajudá-lo a cometer a subtração. Há no caso o concurso de pessoas, pois o criado agiu de modo 
a facilitar a conduta do autor do furto, como também desejou concorrer, ou seja, contribuir 
para a subtração. Deve haver, portanto, a consciente e voluntária participação no fato, mais 
uma vez demonstrado que não é indispensável o acordo prévio de vontades para a existência 
do concurso de pessoas. 
A mera ciência, a assistência, ou mesmo a concordância psicológica para o evento, sem que a 
pessoa concorra com uma razão, porém, diferencia-se da instigação e não é punida pois a 
instigação visa a fomentação de uma ideia preexistente. Também não há concurso quando a pessoa 
não denuncia às autoridades que um delito vai ser praticado, exceto se tiver o dever jurídico de impedir o 
resultado. 
 
AUTORIA 
- Teoria Restritiva de Autor: É a teoria adotada pelo Brasil, e por ela entende-se como autor 
aquele que realiza conduta típica descrita na lei, ou seja, é quem pratica o verbo previsto no 
tipo penal. É aquele que subtrai, que mata, que sequestra etc., não sendo considerado, 
portanto, o mandante do crime autor, pois lhe faltam os atos de execução do tipo penal. 
Yasmim Martins de Magalhães – Direito Penal II – 2019.1 
- Teoria Extensiva de Autor: Para essa teoria, além daquele que realiza a conduta típica, será 
considerado autor aquele que contribui com alguma causa para o resultado. Para essa teoria, 
instigador e cúmplice são igualmente autores, já que não se distingue a importância da 
contribuição causal de uns e outros. Tampouco se faz a distinção entre autor e partícipe, uma 
vez que todos os agentes contribuíram para o resultado. 
- Teoria do Domínio Final do Fato: Segundo essa teoria, o autor é aquele que detém o domínio 
total do fato até a sua consumação, ou seja, autor é quem tem o poder de decisão sobre a 
realização do evento pretendido. É o mandante, aquele que planeja a ação delituosa, que 
organiza e dirige a atuação dos demais mesmo que não a realize o núcleo do tipo. 
O autor portanto possui o domínio finalista, diferenciando-se do partícipe que é um simples colaborador no fato, 
um concorrente acessório mesmo que sua contribuição seja dolosa. 
 
- Autoria Mediata: Autor mediato é aquele que realiza a ação típica através de outra pessoa 
que atua sem culpabilidade, ou seja, utiliza-se de outra pessoa como instrumento para a prática 
de um delito. 
 * Os crimes de autoria mediata podem resultar de: 
1) Valer-se de um inimputável: 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz 
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. (CÓDIGO PENAL). 
Imputabilidade é a capacidade para apreciar o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento. Todo agente é inimputável, salvo quando ocorrer uma 
causa de exclusão: 
1.2 – Doença mental; 
1.3- Desenvolvimento mental incompleto; 
1.4- Desenvolvimento mental retardado; 
1.5 – Embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior. 
 
2) Coação moral irresistível: Coação moral é obrigar alguém por meio de grave 
ameaça a realizar uma conduta típica. 
2.1 - Obediência hierárquica; 
2.2 - Erro de tipo escusável, provocado por terceiro: O errode tipo acontece 
quando o agente não sabe que está cometendo um crime, mas acaba por praticá-lo. 
2.3 - Erro de proibição escusável, provocado por terceiro: No erro de proibição 
o agente sabe o que faz, mas erra sobre a ilicitude da sua conduta. 
 
Como exemplo de autoria mediata podemos citar a mãe que manda seu filho menor matar a 
vizinha, ou que subtraia algum objeto em uma loja, ou ainda, o pai que manda seu filho doente 
Yasmim Martins de Magalhães – Direito Penal II – 2019.1 
mental desferir golpes de faca em seu desafeto. Nesses casos inexistiu a vontade do executor 
material do fato. 
O domínio do fato pertence exclusivamente ao autor e não ao executor, o qual não detém o 
domínio da ação e, consequentemente, do fato. 
É, portanto, impossível nos crimes de mão própria e inaplicável nos tipos culposos. Admite-
se, porém, a participação entre autor mediato e terceiro, como também coautores mediatos. 
 
- Autoria Imediata: Autoria imediata consiste em que o domínio do fato pertence 
exclusivamente ao executor, ou seja, é autor imediato aquele que pratica o verbo previsto no 
tipo penal. É aquele que mata, que sequestra, que lesiona. 
- Autoria Colateral: Prática de um crime por duas ou mais pessoas sem que um saiba ou 
conheça a intenção da outra, ou seja, inexiste liame subjetivo entre eles. É o agir conjunto de 
diversos agentes, sem reciprocidade consensual. 
Como exemplo, podemos citar a seguinte situação: A e B executam simultaneamente a vítima, sem que um 
conheça a conduta do outro. 
Imaginando que no exemplo citado apenas o tiro de uma matou a vítima, para a autoria colateral é necessário 
que se saiba quem produziu o quê. Aquele autor do disparo causador da morte responderá por homicídio, 
enquanto o outro responderá por tentativa. Se houvesse liame subjetivo, ambos neste caso responderiam por 
homicídio em coautoria. 
Se, neste caso não pudesse saber quem matou a vítima, surge a autoria incerta. 
 
- Autoria Incerta: Na autoria incerta sabe-se quem realizou a conduta, mas não se sabe quem 
foi o causador do resultado. 
Apesar de alguns doutrinadores acreditarem que na iminência de condenar um inocente deve-
se absolver ambos acusados, e outros, adeptos a teoria monista, acreditarem que todos 
deveriam responder pelo resultado, ou seja, neste caso A e B deveriam responder por 
homicídio, a maioria da doutrina acredita que nesses casos ambos deverão ser condenados por 
tentativa de homicídio, pois houve início da execução e a intenção dos agentes era de matar, 
porém não se conhece o verdadeiro autor do crime. 
- Coautoria: Coautoria ocorre quando dois ou mais agentes, conjuntamente, realizam o verbo 
do tipo, ou seja, o coautor é aquele que executa junto com outras pessoas a infração penal. A 
coautoria nada mais é que a própria autoria, e para que ela exista não é necessário um acordo 
prévio de vontades, bastando somente a consciência do agente de estar contribuindo para a 
ação. 
É desnecessário também que todos pratiquem o mesmo ato executivo, para configurar a 
coautoria basta que cada um dos agentes contribua efetivamente na realização e no 
aperfeiçoamento do crime. 
Funda-se a coautoria sobre o princípio da divisão do trabalho. Se duas pessoas disparam suas 
armas, alvejando a vítima e causando-lhe a morte, responderão por coautores, assim como 
aqueles que subtraem a coisa no crime de roubo, onde cada autor colabora com sua parte no 
fato. 
Yasmim Martins de Magalhães – Direito Penal II – 2019.1 
Na coautoria, o domínio do fato pertence aos diversos agentes que se apresentam como peças 
fundamentais na execução do plano. 
 
PARTICIPAÇÃO 
Partícipes são aqueles que por meio de conduta acessória concorrem para o crime, ou seja, 
entende-se por partícipe não aquele que pratica o verbo previsto no tipo penal, mas quem 
pratica uma atividade que contribui para a realização do delito. 
A participação pode se dar através da instigação, induzimento, organização e chefia, 
auxilio material e moral etc. A doutrina, entretanto, considera duas espécies mais relevantes: 
- Instigação: Instigar significa animar, estimular, reforçar uma ideia existente. Ocorre a 
participação quando o partícipe atua sobre a vontade do autor, ou seja, ele influencia no 
processo da formação da vontade, provocando a resolução criminosa do autor, não tomando 
parte nem na execução nem no domínio do fato. Pode ser exercida por meio de mandato, 
persuasão, conselho, comando etc. 
Segundo Júlio Fabbrini Mirabete “a instigação deve dirigir-se à prática do crime determinado, 
não constituindo participação a incitação genérica para a prática de infrações penais. “ 
- Cumplicidade: É a participação material onde o partícipe exterioriza a sua contribuição 
através de um comportamento, como o empréstimo de arma de fogo, revelação do segredo 
de um cofre, empréstimo de veículo com o intuito de deslocar-se mais facilmente etc. 
Existe também a cumplicidade por omissão nos casos em que o sujeito tem o dever 
jurídico de evitar o resultado mas não o faz, como no caso do vigilante que deixa a 
porta aberta propositalmente para facilitar a ação do autor do furto, ou a do empregado 
que não tranca o cofre para facilitar que o autor o roube. 
 
ESPÉCIES ACESSORIEDADE 
Existem quatro classes de acessoriedade: 
- Acessoriedade mínima: para essa teoria é suficiente que a ação principal seja típica, sendo 
indiferente ser ilícito ou não. Como exemplo, aquele que induzir o autor a agir em legítima 
defesa responderá pelo crime, enquanto o executor, autor direto, será absolvido pela 
excludente de ilicitude. 
 
- Acessoriedade limitada: será considerado partícipe aquele que tiver participado de uma 
conduta típica e antijurídica, mesmo que o autor não seja culpável. Isso quer dizer que a 
participação é acessória da ação principal, de um lado, mas que também depende desta até 
certo ponto. Esta é a teoria adotada pela nossa Legislação. 
- Acessoriedade extrema: o partícipe somente é responsabilizado se o fato principal é típico, 
antijurídico e culpável. Por essa teoria, caso o executor seja inimputável ou tenha agido por 
erro de proibição escusável, não haveria participação uma vez que a conduta principal não é 
culpável. 
- Hiperacessoriedade: será considerado partícipe aquele que participou de uma conduta típica, 
antijurídica e culpável e, concorrerá inclusive as causas agravantes e atenuantes de caráter 
pessoal relativas ao autor principal. 
Yasmim Martins de Magalhães – Direito Penal II – 2019.1 
 
2. CONCURSO DE CRIMES 
 
Assim como é plenamente possível que duas ou mais pessoas se unam para praticar 
determinado delito, é plenamente possível que de uma mesma conduta (ou de uma série de 
condutas interligadas) surjam vários crimes. 
O concurso de crimes pode ser de três espécies: concurso formal, concurso material e crime continuado. 
A exata caracterização de cada um dos institutos é bastante importante, pois isso influenciará 
na adoção do sistema de aplicação da pena. 
 
Três também são os sistemas de aplicação da pena: 
 
- Sistema do cúmulo material: Aqui, ao agente é aplicada a pena correspondente ao somatório 
das penas relativas a cada um dos crimes cometidos isoladamente. Foi adotado no que tange 
ao concurso material (art. 69 do CP), no concurso formal impróprio ou imperfeito (art. 70, 
caput, 2° parte) e no concurso de penas de multa (art. 72 do CP); 
- Sistema da exasperação: Aplica-se ao agente somente a pena da infração penal mais grave, 
acrescida de determinado percentual. Foi acolhido no que se refere ao concurso formal próprio 
ou perfeito (art. 70, caput, primeira parte, do CP) e ao crime continuado (art. 71 do CP); 
- Sistema da absorção: Aplica-se somente a pena da infração penal mais grave, dentre todas as 
praticadas, sem que haja qualquer aumento. Foi adotado (jurisprudencialmente) em relação aos 
crimes falimentares. 
 
DISTINÇÃO – CONCURSO DE CRIMES X CONFLITO APARENTEDE 
NORMAS 
Imagine um sequestro relâmpago que chegou a durar sete horas. Isso é só roubo com privação 
da liberdade ou também houve extorsão? É, portanto, uma questão de conflito aparente de 
normas ou um concurso de crimes? O juiz de primeira instância entendeu que houve não só 
roubo como também extorsão, mas o desembargador que apreciou o caso entendeu que houve 
apenas o primeiro crime. O conflito aparente de normas ocorre quando há vários tipos penais, 
e só um, em princípio, pode ser aplicado. 
No concurso de crimes, há vários crimes, portanto várias penas. Um princípio subjacente a 
isso é o ne bis in idem. Então a diferença entre o conflito aparente de normas e o concurso 
de crimes é que no primeiro há, em princípio, um único crime, em que parecem poder 
incidir várias normas penais. No segundo há vários crimes. Mas os dois institutos não 
são incompatíveis. Podem-se discutir as duas coisas num mesmo caso. Alguém pode ser 
condenado por um único crime dúbio, em que ficou difícil o entendimento sobre os tipos 
penais praticados pelo agente, mas ainda assim discutir-se se houve um crime, dois, três, etc. 
A distinção entre conflito aparente de normas e concurso de crimes não preexiste à interpretação mas é dela 
resultado. Ou seja, o mesmo fato pode ser ora entendido como conflito aparente de normas ou 
concurso de crimes. Não se pode pretender distingui-los objetivo-formalmente. No primeiro 
caso é, dessa maneira, entendido que houve só um crime. 
Especialidade, consunção e absorção são princípios que afastam o conflito aparente de 
normas. 
Yasmim Martins de Magalhães – Direito Penal II – 2019.1 
Os desembargadores que apreciaram o caso de roubo/extorsão acima entenderam que o juiz 
de primeira instância havia errado, mas poderiam ter mantido a interpretação dele. 
 
ESPÉCIES DE CONCURSOS DE CRIME 
- Concurso Material: Ocorre concurso material quando o agente, mediante mais de uma ação 
ou omissão pratica dois ou mais crimes. Também conhecido como concurso real de crimes. 
Exemplo: um sujeito entra na sala, agride alguém, entra em outra, agride outra pessoa, depois 
foge de carro e atropela alguém. Houve três ações, três crimes. 
Os autores também fazem uma distinção entre concurso homogêneo e heterogêneo. 
O primeiro é quando o sujeito pratica vários crimes iguais. O heterogêneo é quando 
ele pratica crimes distintos. 
 
- Concurso Formal: O mais comum é o concurso material. O formal é a exceção, pois ocorre 
quando o agente, mediante uma única ação ou omissão, pratica vários crimes. Exemplo de Paulo 
César Timponi: bater contra um veículo e matar três pessoas. Ou então matar duas pessoas com um tiro só, 
com a intenção de matar apenas a primeira. 
Outra coisa importante: existe a figura do concurso formal impróprio. Ocorre quando o 
agente, mediante uma única ação ou omissão, pratica vários crimes, mas cada um deles tendo 
decorrido de um dolo autônomo, ou seja, o sujeito queria mesmo todos os resultados 
decorrentes daquela ação única. Exemplo: usar uma bomba para matar um indivíduo, e 
matando outros dois. Nesse caso, aplica-se a regra do concurso material. Por quê? Porque 
embora se trate, a rigor, de concurso formal, o sujeito quis matar os três indivíduos, previa o 
resultado e não foi algo acidental. Isso é, de fato, um concurso material, apesar de ter aparência 
de concurso formal. É uma situação excepcionalíssima. 
- Concurso de Crime continuado/ Continuidade delitiva: cada ato constitui um crime. 
Requisitos do crime continuado 
1. É necessário que exista vários crimes da mesma espécie. O que são crimes da mesma 
espécie? Há duas correntes doutrinárias tratando sobre esse assunto: 
 
1.1- A corrente majoritária diz que são crimes previstos no mesmo tipo penal. Vários 
homicídios, roubos, estupros, etc. Ainda que haja crimes qualificados, 
privilegiados, ainda assim o são. 
1.2- Para a corrente minoritária, crimes da mesma espécie não são necessariamente os 
mesmos crimes, mas são crimes que atentam contra o mesmo bem jurídico. Por 
exemplo: roubo e extorsão podem ser considerados crimes da mesma espécie, pois 
ambos atentam contra o patrimônio. O mesmo para estupro e atentado violento 
ao pudor. Também injúria e calunia, em relação à honra. 
 
2. Que as circunstâncias de tempo, lugar, meios de execução e outras semelhantes. Com 
relação ao tempo, a jurisprudência é muito vacilante. Há precedentes dizendo que a 
circunstância de tempo deve ser de no máximo um mês, mas há julgados mais recentes no 
STJ entendendo que este tempo poderia ser de até três meses. Logo, se houve intervalo 
de quatro meses entre um crime e outro, não cabe reconhecer a continuidade em função 
Yasmim Martins de Magalhães – Direito Penal II – 2019.1 
do tempo decorrido. Outras semelhantes são os elementos que podem conferir àquela 
conduta o caráter de unidade. 
- Crime continuado especifico: É uma forma mais dura de apenação do crime continuado. 
Ocorre quando, presentes todos os elementos do crime continuado, houver a presença dos 
seguintes elementos: crimes dolosos, violência ou grave ameaça, contra vítimas 
diferentes, circunstâncias favoráveis a ser levadas em conta pelo juiz. A pena pode ser 
aumentada até o triplo. 
Há uma sumula do STF, anterior à reforma de 84, que portanto está revogada, que dizia que 
o crime continuado poderia ser contra vítimas diferentes, mas não mais. 
De todo modo, se a pena se tornar maior que 30 anos, ela deverá ser unificada para 30. 
 
EFEITO DAS CAUSAS E EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
As causas extintivas da punibilidade, em geral, atingem apenas o jus puniendi, permanecendo o 
crime em sua integridade, com todos os seus demais efeitos e, quando operarem após o 
trânsito em julgado da sentença pena condenatória, atingirão a primariedade do agente. 
Em algumas situações excepcionais, a causa de extinção da punibilidade atinge o crime em sua 
totalidade, eliminando-o simplesmente, como ocorre na hipótese da abolitio criminis e da anistia. 
Quando a causa operar antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, extinguindo o 
direito estatal de punir o infrator da norma, este não será julgado e, de consequência, garantirá 
a situação de primariedade, se existente até então. 
As causas extintivas da punibilidade são aquelas previstas no artigo 107 do Código Penal. 
 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação 
privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
VII - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
 
Relevante frisar que, com o advento da Lei nº 11.106/2005, as causas extintivas da 
punibilidade, incisos VI e VII, art. 107, do Código Penal, ligadas ao casamento da vítima com 
o agente ou com terceira pessoa, no crime de estupro, hoje crime contra a dignidade sexual, 
foram revogadas. 
 
DAS PENAS 
Yasmim Martins de Magalhães – Direito Penal II – 2019.1 
A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá ao indivíduo que transgride 
a ordem jurídico-penal estabelecida, e consiste na privação ou restrição de um bem jurídico do 
condenado (liberdade, patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-lo. 
 
Finalidade: retribuir ao delito praticado, prevenir a novos crimes e ressocializar o criminoso, a 
fim de evitar reincidência. 
 
TEORIAS ABSOLUTISTAS E RELATIVAS 
- Teoria absoluta e sua finalidade retributiva: Para esta teoria, pune-se o agente simplesmente 
porque ele cometeu uma transgressão à ordem estabelecida e deve ser castigado por isso. Não 
há nenhuma finalidade educacional de reinserção do indivíduo à vida social. A pena é mero 
instrumento para a realização da vingança estatal. Trata-se de um imperativo categórico de 
Justiça ou de Moral (se delinquiu, deve ser punido, independentementede qualquer outra 
finalidade). 
- Teoria relativa e sua finalidade preventiva: Pune-se o agente não para castiga-lo, mas para 
prevenir a prática de novos crimes. Essa prevenção pode ser: 
Prevenção Geral: Busca controlar a violência social, de forma a despertar na sociedade o 
desejo de se manter conforme o Direito. Pode ser negativa, quando busca criar um sentimento 
de medo perante a Lei penal, ou positiva, quando simplesmente se busca reafirmar a vigência 
da Lei penal. 
Prevenção especial: Não se destina à sociedade, mas ao infrator, de forma a prevenir a 
prática da reincidência. Também pode ser negativa, quando busca intimidar o condenado, de 
forma a que ele não cometa novos delitos por medo, ou positiva, quando a preocupação está 
voltada à ressocialização do condenado (Infelizmente, não há uma preocupação com isto na 
prática). 
 
- Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade: Aqui, entende-se que 
a pena deve servir como castigo (punição) ao infrator, mas também como medida de 
prevenção, tanto em relação à sociedade quanto ao próprio infrator (prevenção geral e 
especial). Além de consagrada na maioria dos países ocidentais, foi a adotada pelo art. 59 do 
CP, que diz: 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, estabelecer·, conforme seja necessário e suficiente 
para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984) 
 
ESPÉCIES DE PENA 
- Privativas de liberdade: Retiram do condenado o direito à liberdade de locomoção, por 
determinado período. 
(É vedada pena de caráter perpétuo, art. 5°, XLVII, b da Constituição). Máximo de 30 anos 
para crimes (art. 75 do CP) e de 05 anos para contravenções penais (art. 10 da Lei de 
Contravenções Penais); 
Yasmim Martins de Magalhães – Direito Penal II – 2019.1 
- Restritivas de direitos: Em substituição à pena privativa de liberdade, limitam (restringem) o 
exercício de algum direito do condenado. Estão previstas no art. 43 do CP e em alguns 
dispositivos da Legislação Especial; 
- Pena de multa: Recai sobre o patrimônio financeiro do condenado; 
- Restritiva de liberdade: Restringem, mas não retiram o direito de locomoção do condenado. 
Na verdade, trata-se de uma espécie de pena restritiva de direitos. Exemplo: Proibir o marido 
de se aproximar da casa da ex-esposa no caso de violência doméstica; 
 
 
PRIVATIVA DE LIBERDADE X RESTRITIVA DE DIREITOS X MULTA 
 
PRIVATIVA DE LIBERDADE 
A pena privativa de liberdade é meio de punição e ressocialização do transgressor, de modo 
que toda pessoa – imputável - que praticar um crime se sujeitará a uma determinada pena pelo 
período previsto no tipo penal respectivos. 
Vale dizer, que a pena sempre será temporária, não podendo ultrapassar 30 anos. 
Uma vez imposta a pena privativa de liberdade (reclusão ou detenção), deverá o juiz fixar o 
regime inicial para cumprimento desta, tendo por critério principal o quanto de pena aplicada 
ao condenado. 
Veja-se: 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou 
aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de 
transferência a regime fechado. 
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, 
segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as 
hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime 
fechado; 
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b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda 
a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, 
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
O regime fechado consiste na permanência na penitenciária por tempo integral, tendo 
a faculdade de poder trabalhar internamente durante o dia e repousar à noite. 
 
O regime semiaberto, para o legislador, consiste na possibilidade de o preso ser transferido da 
penitenciária para uma colônia penal agrícola ou industrial, durante o dia, retornando à 
penitenciária à noite. 
Hoje, na prática, o preso tem uma prisão própria para tal regime e são-lhe oferecidas vagas de 
emprego da iniciativa privada, de modo que o preso sai durante o dia para trabalhar e retorna 
à penitenciária à noite. 
 
O regime aberto, para o legislador, reside na hipótese em que o condenado teria autonomia 
durante o dia e passaria a noite e feriados em uma casa de albergado (local específico, no qual 
lhe seriam oferecidos cursos e palestras). 
No entanto, na prática, o preso tem, geralmente, autonomia plena: fica em liberdade, 
computando-se o cumprimento de sua pena, observada, todavia, a possibilidade de fixação de 
proibição de alguns comportamentos. 
 
RESTRITIVA DE DIREITOS 
 
A pena restritiva de direitos é sanção penal imposta em substituição à pena privativa de 
liberdade, que consiste na supressão ou diminuição de um ou mais direitos do condenado. 
Trata-se de espécie de pena alternativa. 
Aplicar-se-á aos crimes com menor grau de responsabilidade, consequentemente, com penas 
mais brandas. Está ligada ao princípio da proporcionalidade. 
 
Art. 43 traz o rol das penas restritivas de direito: 
a) Prestação Pecuniária: Refere-se ao valor em favor da vítima, seus dependentes ou entidades 
públicas ou particularidades com destinação social. Que é o caso da multa, a qual só pode ser 
aplicada em substituição a pena privativa de liberdade, quando esta não for superior a seis 
meses. 
b) Perda de Bens e Valores: Como o próprio nome diz é a perda dos bens ou valores, como 
forma de pagamento da pena. 
c) Prestação de Serviço à Comunidade ou a Entidades Públicas: É a realização de tarefas 
gratuitas em hospitais, entidades assistenciais ou programas comunitários. Tais tarefas serão 
desempenhadas conforme a aptidão do condenado, que prefere submeter-se a essa sanção a 
afrontar a pena privativa de liberdade. Essa pena alternativa deverá ser cumprida durante oito 
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horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar 
a jornada normal do trabalho. 
d) Interdição Temporária de Direitos: Constitui uma incapacidade temporária para o exercício 
de determinada atividade, podendo ser proibição do exercício do cargo, função ou atividade 
pública, bem como de mandato eletivo, proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício 
que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público e suspensão 
de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. Assim essa pena poderá ser aplicada 
quando o indivíduo cometer algum crime no exercício da administração pública. 
e) Limitação de Fim de Semana: Consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e 
domingos, por cinco horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado, 
podendo ser ministrados aos condenados, durante essa permanência cursos e palestras, ou 
atribuídas a eles atividades educativas. 
As vantagens dessa pena é a permanência do condenado junto à sua família, ocorrendo o seu afastamento 
apenas nos dias dedicados ao repouso semanal, a possibilidade de reflexão sobre o ato cometido, a permanência 
do condenado em seu trabalho, não trazendo assim dificuldades materiais para a sua família, o não contato 
com condenados mais perigosos, o abrandamento da rejeição social. 
 
MULTA 
 
No cálculo da multa, deve o juiz fixar a quantidade de dias multa entre 10 a 360 dias multa e 
em seguida fixar o valor de cada dia multa entre 1/30 avos a 5 vezes o salário mínimo. 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixadopelo juiz não podendo ser inferior a um 
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 
(cinco) vezes esse salário. 
Se, embora aplicada no máximo a pena de multa, ainda mostrar-se ineficaz, em razão da boa 
condição econômica do réu, de acordo com o artigo 60, parágrafo 1°, o juiz poderá aumentar 
essa pena até o triplo. 
 Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação 
econômica do réu. 
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da 
situação econômica do 
 
Multa substitutiva 
A multa substitutiva é prevista no parágrafo 2° do artigo 60 e pode ser aplicada pelo juiz em 
condenações por pequenas infrações quando a pena aplicada não ultrapassar 6 meses e o réu 
preencher os requisitos que autorizam a substituição previstos no artigo 44, incisos II e III, 
tudo conforme disposição expressa do parágrafo 2° do artigo 60. 
Art. 60, § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, 
pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 
44 deste Código. 
 
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AÇÃO PENAL 
Podemos conceituar a ação penal, em poucas palavras, como o direito de provocar o Poder 
Judiciário, com o intuito de levar a este o conhecimento da ocorrência de uma infração penal, 
para que seja aplicado o direito penal objetivo. (Encontra-se compreendido nos arts. 24 a 62 
do Código de Processo Penal e arts. 100 a 106 do Código Penal). 
 
- Classificação quanto à titularidade: 
1. Ação penal pública: Nesta, o Ministério Público é o titular da ação, na qual é iniciada 
por meio de uma peça denominada denúncia. Sendo composta por autor e acusado (antes do 
recebimento da denúncia pelo juiz) / réu (após o recebimento da peça acusatória pelo juiz). 
Dispositivos legais pertinentes: art. 129, I, CF/88 e art. 257, I, CPP. 
Espécies: 
a) Ação penal pública incondicionada à representação: Esta é a regra geral, que se aplica 
todas as vezes que a legislação não mencionar a necessidade de queixa, representação ou 
requisição do ministro da justiça. A única exceção ocorre quando o crime for praticado contra 
o patrimônio da União, Estado ou Município. 
b) Ação penal pública condicionada à representação: Como o próprio nome sugere, o 
ajuizamento da ação penal pelo Ministério Público fica condicionado a representação do 
ofendido. 
Entende-se por representação como a manifestação de vontade do ofendido com o intuito de 
investigação e processamento dos acusados. Exemplo: art. 130, §2º do CP. 
Prazo: decadencial de seis meses para a representação, a serem contados a partir do dia em que o titular da 
ação tomar ciência de quem cometeu o delito. Decaído o prazo, ocorre a extinção da punibilidade. 
c) Ação penal pública condicionada à requisição do ministro da justiça: O Ministério 
Público só poderá ajuizar a ação se houver requisição do ministro da justiça. Não há prazo 
para requisitá-la. 
 
2. Ação penal privada: O particular, denominado querelante, é o titular da ação, na qual 
é iniciada por meio de uma queixa-crime, contra o querelado / réu. Só é possível nas hipóteses 
em que a lei menciona expressamente a possibilidade. 
Espécies: 
a) Ação penal privada exclusiva ou propriamente dita: é cabível a propositura para 
aqueles que tem o direito de representação, dentro do prazo decadencial de seis meses; 
b) Ação penal privada personalíssima: cabe apenas à vítima o direito de propor. A única 
hipótese de cabimento atualmente é no crime de induzimento a erro essencial e ocultação de 
impedimento ao casamento, tipificado no art. 236 no CP. Prazo decadencial de seis meses. 
c) Ação penal privada subsidiária da pública: proposta pelo titular da ação penal privada 
exclusiva, através de uma queixa- crime subsidiária, ocorrendo a inércia do direito de ação do 
Ministério Público (cinco dias para acusado preso ou quinze dias para acusado solto). Art. 5º, 
LIX, CF/88. 
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Prazo decadencial de seis meses, a serem contados a partir do dia posterior ao término do prazo para o 
Ministério Público apresentar a denúncia. 
 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA E LIVRAMENTO CONDICIONAL 
Na liberdade condicional, o preso é liberto, e posto em liberdade se houver preenchido todos 
os requisitos impostos legalmente. 
Requisitos Objetivos 
Consideram-se requisitos objetivos quanto à: 
1) qualidade da pena (privativa de liberdade); 
2) quantidade da pena (igual ou superior a dois anos); 
3) reparação do dano (salvo impossibilidade); 
4) cumprimento da pena: 
 a) mais de um terço (bons antecedentes e não reincidente); 
 b) mais da metade (reincidente em crime doloso); 
 c) entre um terço e metade (não reincidente e maus antecedentes); 
 d) mais de dois terços (crimes hediondos). 
 
Requisitos Subjetivos 
1) Comportamento satisfatório durante a execução da pena; 
2) Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; 
3) Aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; 
4) Cessação da periculosidade nos crimes praticados mediante violência ou 
grave ameaça à pessoa; 
5) Não ser reincidente específico em crimes hediondos. 
 
A suspensão condicional do processo é aplicada a qualquer crime ou contravenção penal com 
mínima de 1 ano, já considerada as causas de aumento e diminuição de pena. 
 
Requisitos 
1) O crime imputado ao réu não pode estar sujeito à jurisdição militar (art. 
90-A); 
2) A pena mínima cominada ao crime deve ser igual ou inferior a 1 (um) 
ano; 
3) O réu não pode estar sendo processado por outro crime; 
4) O réu não pode ter sido condenado por outro crime; 
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5) Devem estar presentes os requisitos que autorizariam a suspensão 
condicional da pena (art.77 do Código Penal). 
 
MEDIDA DE SEGURANÇA 
A medida de segurança é aplicada aos inimputáveis a aos semi-imputáveis com a finalidade 
diversa da pena, no qual tem o objetivo, o tratamento ou a cura do agente que praticou um 
ato típico e ilícito, sendo ele no momento declarado inimputável. 
 
Inimputável – é a pessoa inteiramente incapaz de entender a ilicitude do fato e de determinar-
se de acordo com esse entendimento. (Sujeito à MEDIDA DE SEGURANÇA) artigo 26, 
caput do Código Penal. 
Semi-imputável – é a pessoa que, embora aparentemente sã, não tem plena capacidade de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se conforme esse entendimento. 
 
Nos termos do artigo 96, do CP: Art. 96. As medidas de segurança são: 
I - internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro 
estabelecimento adequado; 
II - sujeição a tratamento ambulatorial. 
Parágrafo único. Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem 
subsiste a que tenha sido imposta. 
Como as medidas de segurança podem-se iniciar em internação ou em tratamento 
ambulatorial, dividem-se as mesmas em medidas de segurança DETENTIVAS (internação) e 
RESTRITIVAS (tratamento ambulatorial). 
De acordo com o artigo 97, do CP: Art. 97. Se o agente for inimputável, o juiz determinará 
sua internação (artigo 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, 
poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. 
 
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
São genéricos ou específicos: 
 
Genéricos: São chamados genéricos por se aplicarem a todos tipos de crimes e não 
necessitarem de motivação na sentença. 
 
1) Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime 
A S.P.C faz coisa julgada no cível, valendo como título executivo, nos termos do 
art,584,II do CPC 
Ação civil ex delicto 
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Quando há um sentença penal condenatória, não há necessidade de se discutir mérito 
na esferacivil, só será definido o valor da indenização para reparação do dano causado 
2) Perda em favor da união de instrumentos e produtos de crime 
 
Confisco 
Perda ou privação de bens do particular em favor do Estado 
“O confisco, na nossa legislação atual, não é pena, mas simples efeito da condenação, e limita-se aos instrumentos 
e produtos de crime 
Instrumentos do crime: Objetos; coisas materiais empregadas para a prática e execução do 
delito 
Produtos do crime: coisas adquiridas diretamente com o crime, assim como toda e qualquer 
vantagem, bem ou valor que represente proveito, direto ou indireto, auferido pelo agente com 
a prática criminosa 
Não abrange contravenções penais 
O confisco foi ampliado pela lei 12.694/2012, que autoriza a “perda de bens ou valores equivalentes 
ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior”. 
“Esse diploma legal facilita a punição dos infratores, permitindo o confisco do equivalente ao 
produto ou proveito do crime, quando, por qualquer razão, estes não forem localizados, 
encontrando-se ou não no exterior”. 
Art.91,§2: Medida para assegurar posterior perda de bens. 
Medidas assecuratórias previstas na legislação processual. 
Entretanto, não é qualquer instrumento de crime que pode ser confiscado, mas sim aqueles 
cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito. 
Confiscam-se aqueles instrumentos que, por sua destinação específica, são usados na prática 
de crimes, ou cujo uso ou porte sejam proibidos. 
Ex: o bisturi do médico, o automóvel que atropela a vítima, a navalha do barbeiro, embora 
instrumentos de crime, não podem ser confiscados. 
O confisco pode recair somente em objeto pertencente a quem participou da prática do delito. 
O lesado e o terceiro de boa-fé não podem ser prejudicados 
 
Específicos: São chamados específicos por não serem automáticos, sendo aplicáveis somente 
a determinados tipos de crimes, bem como por necessitarem de motivação na sentença. 
 
1) Perda de cargo, função pública ou mandato eletivo. 
Condenação superior a um ano, por crime praticado contra a administração pública. 
Imprescindível que a infração penal tenha sido praticada com abuso de poder ou violação de 
dever inerente ao cargo, função ou atividade pública. 
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“Funcionário condenado poderá perder a função, mas não ficará impedido de ser investido 
em outra, posteriormente, pelo menos no âmbito do Direito Penal”. 
Condenação superior a quatro anos, por qualquer outro crime. 
Nos crimes comuns, somente a condenação superior a quatro anos gera o efeito de perda da 
função pública. 
“A perda de mandato eletivo também poderá ser efeito específico da condenação, e não se confunde com 
a proibição do exercício de mandato, que constitui pena restritiva de direitos. Reabilitado, o condenado 
poderá vir a exercer novo mandato, porém, não aquele que perdeu”. 
Perda do cargo ou função pública, por condenação criminal a pena inferior a um ano: 
Regras de direito administrativo (princípio da especialidade). 
Lei 8.112/90 em seu art.132: determinação de perda do cargo ou função pública a 
funcionário que sofrer condenação inferior a um ano de pena privativa de liberdade, 
por crime praticado com abuso de poder ou violação de dever a ele inerentes 
2) Incapacidade para o exercício de pátrio poder, tutela ou curatela. 
Nos crimes dolosos, sujeitos a pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou 
curatelado. 
“Basta que o crime doloso tenha cominada a pena de reclusão, ainda que, a final, a pena 
aplicada venha a ser de outra natureza”. 
“A reabilitação apenas afasta o impedimento de o reabilitado, no futuro, exercer o mesmo 
munus em relação a outros tutelados, curatelados, bem como em relação a outros filhos, mas 
nunca em relação às suas vítimas anteriores“. 
 
3) Inabilitação para dirigir veículo, utilizado em crime doloso. 
Não se confunde com a proibição temporária (pena restritiva) aplicável aos autores de crimes 
culposos no trânsito (Art.47,III). 
 
DOS EFEITOS DA REABILITAÇÃO 
- É uma ação que visa resguardar o sigilo sobre a condenação, permitindo ao condenado 
apresentar-se à sociedade como se primário fosse 
- Restaura os direitos atingidos pelos efeitos específicos da condenação 
- A qualquer tempo, revogada a reabilitação, se restabelece a situação anterior 
 
1) Sigilo sobre os registros criminais do processo e da condenação. 
Atualmente, esse sigilo já é obtido de imediato e de forma automática por força do artigo 202 
da L.E.P. Assim, para se obter o sigilo da condenação não é necessário esperar dois anos e 
instruir o processo postulatório 
Não constitui um cancelamento definitivo dos registros criminais, mas impede tão somente a 
sua divulgação 
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Ressalvas: 
Concedido o sursis, o sigilo só pode ser quebrado quando as informações forem requisitadas 
por órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir processo criminal (art.163,§2, da 
L.E.P) 
Cumprida ou extinta a pena, independentemente de reabilitação, o sigilo só pode ser quebrado 
para instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei 
(art.202, da LE.P) 
Concedida a reabilitação, o sigilo só pode ser quebrado quando as informações forem 
requisitadas por juiz criminal 
Enfim, o sigilo decorrente de reabilitação é mais amplo, e somente ela exclui os efeitos 
específicos da condenação 
2) Suspensão condicional de alguns efeitos da condenação. 
Só exclui efeitos específicos previstos no art.92, vedada a reintegração à situação anterior, nos 
casos dos incisos I e II do mesmo artigo. 
Não impede a reincidência. 
 
Revogação 
Art.95.CP: A reabilitação é revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o 
reabilitado for novamente condenado, como reincidente, a pena que não seja de multa. 
Requisitos: 
- Condenação do reabilitado, como reincidente, por sentença irrecorrível; 
- Nova condenação seja a pena privativa de liberdade; 
- Com a revogação, os efeitos que estavam suspensos voltam a vigorar; 
- O juízo competente para conhecer do pedido de reabilitação será o juízo da Condenação, e 
não o da execução. 
 
CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE CONCRETA E ABSTRATA 
 
Abstrata: Escusas absolutórias. Expressão jurídica usada no Código Penal Brasileiro para 
designar uma situação em que houve um crime e o réu foi declarado culpado, mas, por razões 
de utilidade pública, ele não está sujeito à pena prevista para aquele crime. 
Concreta: Nas causas extintivas, o injusto nasce punível mas por evento posterior o Estado 
abdica do poder de punir. 
 
- Morte do Agente: A morte do agente deve ser comprovada na forma da lei civil, ou seja, por 
atestado ou certidão. 
Obs.: No caso de decisão de extinção da punibilidade em sentença definitiva lastreada em 
documento comprobatório da morte do agente inidôneo, as Cortes Superiores entendem se 
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tratar de um vício tão grave que a decisão deve ser considerada inexistente, ou seja, basta ao 
juiz continuar o processo. 
 
- Anistia, Graça e Indulto: Anistia é a lei que promove o esquecimento jurídico penal de um 
fato. Pode ser total ou parcial; anterior ou posterior a condenação. Só atinge os efeitos penais, 
os efeitos extrapenais persistem. Não cabe anistia para crime hediondo ou equiparado a 
hediondo. Graça e Indulto são formas de indulgência soberana da Presidência da República. São 
veiculados por decreto presidencial e podem ser totais ou parciais; condicionados ou 
incondicionados. 
A diferença entre a graça e o indulto consiste no fato da graça ser individual e provocada, 
enquanto o indulto é coletivo e espontâneo. 
Prevalece em nosso ordenamento, que a graça e o indulto só podem ser concedidos após a 
condenação, e só alcançam apena, permanecendo os efeitos penais secundários e os efeitos 
extrapenais. 
A Constituição Federal proíbe expressamente a graça aos condenados por crimes hediondos 
e equiparados. No que tange ao indulto, é pacífica orientação nas Cortes Superiores de que o 
indulto foi implicitamente proibido, pois se vedado o perdão individual, com mais razão estará 
afastado o perdão coletivo. Porém, em 2014, o STJ admitiu indulto humanitário para crimes 
hediondos e equiparados. 
 
- Abolitio Criminis: Trata-se da norma revogadora de tipo incriminador. 
Extingue a punibilidade e afasta todos os eventuais efeitos penais da sentença condenatória. 
 
- Decadência: A decadência extingue a punibilidade se o ofendido (ou seu representante) não 
exerce no prazo determinado em lei o direito de queixa ou representação. 
Nos termos do artigo 103 do Código Penal o prazo será, em regra, de 6 meses contados do 
conhecimento da autoria. 
 
- Perempção: É a perda do direito de prosseguir na ação penal privada em razão da inércia do 
querelante. 
As hipóteses estão no artigo 60 do Código de Processo Penal. São elas: 
I- Se o querelante não dá andamento ao processo por 30 dias; 
II- Se morto ou incapaz o querelante, não há sucessão em 60 dias; 
III- Se, sem motivo justificado, o querelante falta a ato no qual deveria estar presente 
ou se deixa de formular pedido de condenação nos memoriais; 
IV- Se o querelante é pessoa jurídica que se extingue sem deixar sucessor. 
 
- Renúncia: É a renúncia ao direito de queixa. Viável apenas na ação penal privada, é a 
manifestação de desinteresse sobre o direito de oferecer queixa. 
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Pode ser expressa ou tácita. Será tácita com a prática de ato incompatível com a vontade de 
processar. A renúncia só é possível antes do oferecimento da queixa e atinge à todos os 
ofensores. 
 
- Retratação: Retratar é desdizer o que disse. 
Extingue a punibilidade nos crimes de calúnia, difamação e no falso testemunho. Na injúria 
não é possível. 
A retratação deve ocorrer até a sentença (no falso testemunho, até a sentença no processo em 
que foi proferido o falso). É ato unilateral, ou seja, não precisa ser aceita. 
Na calúnia e na difamação, a retratação só beneficia aquele que se retratou; no falso testemunho, 
a retratação se comunica, ou seja, é extinta a punibilidade do fato. 
 
- Perdão Judicial: O Perdão Judicial permite ao juiz deixar de aplicar a pena nos casos 
expressamente previstos em lei. Não importando a natureza da ação. 
A Súmula 18 do STJ esclarece que a decisão que concede perdão judicial é declaratória da 
extinção da punibilidade, ou seja, não condena, nem absolve. 
 
A PRESCRIÇÃO PENAL 
 
A prescrição penal, portanto, nos termos do art. 107 do Código Penal, consiste em uma das 
causas de extinção da punibilidade, podendo ser dividida em: 
 
1. Prescrição da pretensão punitiva: dá-se no processo de conhecimento penal, ocorrendo 
pelo escoamento do prazo antes do trânsito em julgado da sentença. 
O prazo da prescrição da pretensão punitiva será estabelecido pela quantidade da 
pena in abstracto, sendo esta o máximo de pena aplicável para o tipo penal, haja vista 
que a sentença não poderá condenar à pena superior ao máximo legal. 
 
2. Prescrição da pretensão executória: dá-se no processo de execução penal, ocorrendo pelo 
fim do prazo antes de iniciar o cumprimento da pena. 
O prazo da prescrição da pretensão executória será estabelecido pela quantidade da 
pena in concreto, ou seja, a quantidade de pena aplicada e já transitada em julgado. 
 
Para ambos os casos, deverá ser consultado o prazo prescricional estabelecido no art. 109 do 
Código Penal. 
Vê-se: 
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A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1ºdo art. 
110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, 
verificando-se: 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a 
doze; 
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a 
oito; 
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não 
excede a dois; 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. 
Dito isto, quanto ao início da contagem do prazo prescricional, temos que o termo inicial da 
prescrição da pretensão punitiva será no (art. 111 do CP): 
1. Crime consumado: o dia da consumação. 
2. Crime tenTado: o cessar da atividade criminosa. 
3. Crime permanente: o cessar da permanência. 
4. Crime contra a dignidade sexual de menor de idade: o completar da maioridade da 
vítima. 
Já o termo inicial da prescrição da pretensão executória (art. 112 do CP) será o dia do 
trânsito em julgado, para o Ministério Público, da sentença condenatória. 
Vale ressaltar que a prescrição da pretensão punitiva, no concurso de crimes material, dar-se-
á individualmente para cada crime. 
Enquanto o prazo da prescrição da pretensão executória aumentará em um terço, se o 
condenado for reincidente. 
Ademais, vale mencionar que ocorrerá a redução dos prazos da pretensão executória à 
metade, se (art. 115, CP): 
I. na data do crime, o autor for menor de 21 anos; 
II. na data da sentença, o autor for maior de 70 anos. 
 
Por fim, são causas de interrupção da prescrição penal (art. 117, CP): 
 
1. O recebimento da denúncia ou da queixa; 
2. A pronúncia, ou seja: decisão declaratória de admissibilidade de julgamento pelo 
Tribunal do Júri; 
3. A publicação da sentença e acórdão recorríveis; 
4. Pelo início ou continuação de cumprimento da pena. 
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5. A reincidência.

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