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B r u n a A l t v a t e r S a t u r n i n o X L I I - P á g i n a | 1 PROFESSOR CHRISTIAN SANTANGELO LEINER – AULA 19: 18/11/20 A insuficiência cardíaca é uma das causas mais comuns de hospitalização e de procura de ajuda médica. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA É a incapacidade do coração em adequar sua ejeção às necessidades metabólicas do organismo, ou fazê-la somente através de elevadas pressões de enchimento. Eugene Braunwald, 1980. Vídeo sobre insuficiência cardíaca – Harvard Sintomas da insuficiência cardíaca: • Fadiga; • Falta de ar; • Inchaço dos pés e das pernas; • Ritmos cardíacos anormais. Temos tratamentos eficazes para insuficiência cárdica, diversos medicamentos ajudam a eliminar os líquidos em excesso e reduzir a sobrecarga do coração. Quando os medicamentos não são suficientes, pode ser ligado ao coração um dispositivo mecânico que ajuda a bombear o sangue de forma mais eficaz. Por vezes, uma cirurgia cardíaca pode resolver uma situação que causa a IC. Quando nenhum desses tratamentos resolve, um transplante pode ser a solução. Não podemos esquecer da importância da prática de exercícios regularmente, não fumar e evitar o sal na dieta. EPIDEMIOLOGIA • A IC é a via final comum da maioria das cardiopatias. • 1/3 dos pacientes é hospitalizado anualmente. • Taxa de readmissão em 90 dias > 30%. Dos que internam. • Hospitalizações: aumento > 50% nos próximos 25 anos. Pois a população está ficando mais idosa. • Mortalidade: 40 a 50% (CF IV NYHA). • Adultos: a maioria (70%) tem IC sistólica (com fração de ejeção reduzida), 30% IC diastólica (com fração de ejeção preservada). DETERMINANTES DO DÉBITO CARDÍACO • Pré-carga ventricular; • Pós-carga ventricular; • Frequência cardíaca; • Função sistólica ventricular (contratilidade – se está boa ou diminuída); • Função diastólica ventricular: se o coração relaxa bem e recebe bastante sangue, ele funciona direito. Se ele está com um relaxamento diminuído, ele não recebe tanto sangue. Relaxamento; Rigidez. • Fluxo sanguíneo miocárdico. Então, cardiopatia isquêmica faz também diminuição do débito. Pós-carga: relacionada a pressão que está antes do coração, ou seja, se estivermos falando de ventrículo, temos que pré-carga seria a pressão de enchimento do coração, já a pós-carga seria a força que o coração tem que fazer para empurrar o sangue para frente. Por exemplo, a pré-carga do VD é a pressão venosa central, a pós-carga seria a força que o coração tem que exercer para vencer a resistência do pulmão, que é bem menos que a do VE, que é a resistência do corpo para passar o sangue. A pós-carga do VE é a pressão na aorta. A paciente normal tem pressão 120x80 mmHg, então a pressão mais baixa que vai ter na aorta vai ser 80 mmHg, então essa é a força que o coração tem que fazer para abrir a valva aórtica, ou seja, para vencer a pressão de dentro da aorta. Então, isso influência no DC. Se a pressão for mais baixa, mais fácil para o coração empurrar o sangue para frente. Então, pré-carga é a pressão antes do ventrículo e pós-carga a pressão que está depois do ventrículo. INFLUÊNCIA DA PD2 DO VE SOBRE O VOLUME SISTÓLICO – “RELAÇÃO DE FRANK-STARLING” B r u n a A l t v a t e r S a t u r n i n o X L I I - P á g i n a | 2 Conforme vamos aumentando a pressão de enchimento do VE/pressão diastólica final do VE, vamos ter um aumento do volume sistólica, ou seja, capacidade do coração de se distender conforme a pressão que vai enchendo-o. Porém, isso tem um limite, por exemplo, se estamos com um paciente desidratado, chega pouco sangue no VE, a pressão diastólica final no VE será pequena, portanto, vai encher pouco o coração, e ele terá um volume sistólico de 20 mL. Se dermos líquido para esse paciente, a pressão de enchimento aumenta, e quase dobra ou dobra literalmente o volume sistólico. Então, se o paciente ia ter um débito de 2L/min, se der um pouco de soro ou reidratar ele, ele passa para 4-5L/min. Porém, isso tem um limite, conforme vai aumentando a pressão, não vai tendo a mesma repercussão, pois o coração já alcançou a capacidade máxima de dilatação dele. Pressão diastólica final do VE: pré-carga. INFLUÊNCIA DA RESISTÊNCIA PERIFÉRICA SOBRE O VOLUME SISTÓLICO Aqui já é a pós-carga. Dependendo da resistência que o corpo dá a fração de ejeção (do sangue), vamos ter um determinado volume sistólico. Por exemplo, se a resistência está baixa, o volume sistólico praticamente não modifica – não causa impedimento a ejeção do VE. Mas, conforme isso vai aumentando, vai diminuindo DC. Isso é importante, geralmente, quando o paciente está na UTI, usando vasopressores (noradrenalina, vasopressina,,,), que alcança níveis terapêuticos até determinada dose, acima dessa dose terapêutica, estaremos diminuindo o volume sistólico que esse paciente vai conseguir ejetar, então ele vai começar a diminuir o volume que ele está ejetando, pois a força que o coração precisa fazer para o sangue ir pra frente é muita alta, e ele acaba não fazendo uma ejeção completa, diminuindo assim o volume. São variantes importantes para o DC. Então, a resistência periférica irá influenciar, ou seja, se o paciente estiver muito hipertenso, essa resistência periférica vai estar muita alta e o volume sistólico vai começar a diminuir. • Edema agudo de pulmão hipertensivo: paciente geralmente fica muito hipertenso e o volume sistólico do ventrículo esquerdo começa diminuir, porém o VD não diminui o seu volume sistólico, pois a resistência vascular pulmonar, geralmente é baixa. Então o VD continua a empurrar o sangue, mas o VE está diminuindo o volume sistólico por conta da RP que está muita alta, acumulando líquido nos pulmões. O VD continua empurrando 50 mL, só que por conta da hipertensão, a pós-carga está muito alta e o volume sistólico começa a diminuir. Em cada bombeamento vai 50 mL para o pulmão pelo VD e pelo VE começa a diminuir (exemplo: 40), então acaba sobrando em cada bombeamento 10 mL de sangue no pulmão. O que acontece com os remodelamentos para alterar a diástole e a sístole? Primeiro coração: normal, em forma de ponta de bala, espessura normal. Segundo coração: quando o paciente fica hipertenso, o primeiro estágio é o coração começar a ficar mais musculoso. Terceiro coração: e no segundo estágio ele começa a dilatar, e então começa a perder o formato de ponta de bala, ficando mais esférico, e ele muda de conformação. São dois tipos de hipertrofia, o primeiro estágio (coração 2) é chamado de hipertrofia concêntrica e o segundo estágio (coração 3) é chamado de hipertrofia excêntrica – ou miocardiopatia dilatada. As duas são miocardiopatias hipertróficas. Os dois casos, dependendo, vai ter diminuição do débito sistólico, o coração 2 porque diminuiu o tamanho da cavidade e altera o relaxamento e o coração 3 porque altera o relaxamento, ele enche, mas com o passar do tempo ele fica fraco. O paciente pode ir direto para o segundo estágio – hipertensão excêntrica, por exemplo, na doença de chagas. Já na hipertensão, o paciente precisa passar primeiro pela concêntrica para depois passar pela excêntrica. FUNÇÃO SISTÓLICA DO CORAÇÃO • É avaliada pela fração de ejeção; FE normal > 55%. B r u n a A l t v a t e r S a t u r n i n o X L I I - P á g i n a | 3 FISIOPATOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Normalmente, o paciente está hipertenso e tem mecanismos compensadores fisiológicos para compensar de acordo com a lei de Frank Starling e a da RVP, existindo alguma compensação entre um e outro ventrículo para poder continuar mantendo a mesma sincronia de ambos os ventrículos. Quando começa a ter um pouco de diferença nisso, começa a ter menos perfusão renal, e isso libera o sistema renina-angiotensina-aldosterona, sendo que a angiotensina fazvasoconstrição, causando uma hiperperfusão tecidual diminuindo o bombeamento. Então, é um ciclo vicioso, a IC ocorre quando já esgotou os mecanismos fisiológicos para compensação. Diminuindo o bombeamento que diminui a perfusão renal, que altera o mecanismo de liberação de renina e angiotensina, produção de aldosterona que faz retenção de sal e água, aumenta exagerado da pré-carga causando congestão e edema, dilatando o coração e piorando o bombeamento. Isso ativa barorreceptores que vão fazer com que a ative o aumento da contratilidade cardíaca, que vai fazer uma hipertrofia cardíaca, que vai depletar as catecolaminas cardíacas e vai piorar ainda mais o bombeamento. Então, quando utilizamos as medicações, é justamente para quebrar esse círculo vicioso da IC e de esgotamento de mecanismos compensadores fisiológicos. ➔ SRAA – sistema renina-angiotensina-aldosterona; ➔ SNSimpático; ➔ Endotélio; ➔ Vasopressina; ➔ Fator natriurético atrial. Diminuição da contratilidade → fibrose intersticial → remodelamento. FATORES PRECIPTANTES 1. Infecções; 2. Arritmias; 3. IAM; 4. TEP; 5. Stress; 6. Sal; 7. Anemia; 8. Tireotoxicose; 9. Gravidez; 10. HAS descompensada; 11. Miocardites; 12. Endocardites: infecções da parte interna do coração, como as válvulas. Então, tudo o que exigir algo a mais do coração pode causar uma IC. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA • É a mais comum; • A dispneia é o principal sintoma. O ventrículo esquerdo, normalmente, é o primeiro a ser acometido, pois há muito mais coisas que influenciam sobre ele. Exemplos: empurra o sangue até os dedos dos pés, ele tem que ser mais musculoso, as coronárias levam a maior parte de sangue para o VE, arteriosclerose acomete mais o VE, a hipertensão acomete mais o VE. Então, tudo é mais comum no VE, pois ele é mais exigido. • Geralmente secundária a ICE; • Pode ser ocasionada por doenças pulmonares; • Infarto direito/pulmões limpos. O VE começa a ficar mais fraco, começa então a acumular sangue no pulmão, acumulando esse sangue, o VD acaba encontrando resistência para empurrar o sangue para o pulmão. Então, ao longo do tempo ele também começa a ficar debilitado, pois vai sendo forçado a empurrar sangue para o pulmão. A IC direita também pode ser ocasionada por doenças pulmonares, como DPOC que a longo prazo vai causando um cor pulmonale. Vai aumentando a resistência, vai causando uma vasoconstrição gradual das artérias pulmonares e isso vai fazer com que a pós-carga do ventrículo direito fique aumentada, causando uma IC direita. Se o paciente tem um infarto de VD, nós temos os pulmões limpos. Se o VD empurra o sangue para o pulmão, e esse infarto foi no VD, ele vai ficar fraco e vai pouco sangue para o pulmão. Dessa forma, no infarto direito nunca vamos ter os pulmões congestos, enquanto que no VE geralmente vamos encontrar o pulmão congesto (crepitantes em bases pulmonares). CARACTERÍSTICAS Sinais e sintomas de sobrecarga hídrica intravascular e intersticial: • Dispneia; • Estertores crepitantes; B r u n a A l t v a t e r S a t u r n i n o X L I I - P á g i n a | 4 • Edema periférico. Manifestações de perfusão tissular inadequada (coração está empurrando pouco sangue para frente): • capacidade de exercício; • Disfunção renal; • Fadiga. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA • Infarto agudo do miocárdio extenso; • Miocardite aguda: infecção viral que causa atordoamento do coração. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA (A MAIS COMUM) • Miocardiopatia dilatada; • Hipertensão arterial; • Valvopatias; • Infarto do miocárdio. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE BAIXO DÉBITO • A mais comum. • No início a diminuição do débito pode ocorrer somente no exercício. Quando o VE está com a fração de ejeção baixa. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE ALTO DÉBITO (A MAIS COMUM) • O débito cardíaco está normal ou mesmo aumentado. • O débito cardíaco é insuficiente para as necessidades metabólicas que estão aumentadas. Exemplo: Beriberi, hipertireoidismo e anemia grave. São condições onde o coração vai estar acelerado, mas não vai dar conta da demanda que é necessária para ele. Então, o paciente vai se sentir mais cansado, taquicárdico, com fadiga. Se essas condições forem tratadas, a IC resolve. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SISTÓLICA • É a mais comum, correspondendo a 70% dos casos de IC. • Ocorre uma deficiência na contratilidade miocárdica. • do volume de ejeção. • Dilatação cardíaca e elevação da pressão diastólica do VE. Então, como o VE não consegue bombear o sangue para frente, a pressão de enchimento fica elevada. Exemplo: cardiomiopatia dilatada. Fração de ejeção reduzida. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIASTÓLICA • Corresponde a 30% dos casos de IC. • O ventrículo não se relaxa adequadamente. • A ejeção é normal, porém, as custas de uma elevada pressão de enchimento ventricular. Exemplo: isquemia miocárdica (altera o relaxamento), hipertensão arterial (altera primeiramente o relaxamento), doenças infiltrativas miocárdicas, senilidade (endurecimento natural do coração). Então é muito comum, no paciente de 80 anos, se ele tem uma febre ou alguma coisa que aumente a FC, causar uma IC diastólica (com fração de ejeção preservada). O paciente tem uma febre, o coração acelera e diminui o débito, pois o coração mais endurecido não tem tempo de relaxamento, fazendo congestão no pulmão e falta de ar. Fração de ejeção preservada. → Lembrar que a pressão de enchimento é a pressão antes do ventrículo – pré-carga. Do VD seria a pressão venoso, e do VE seria o fluxo de sangue que está vindo dos pulmões (veias pulmonares). CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA I.C (NYHA/CCS) Classe I: assintomático em atividades habituais. Classe II: assintomático em repouso. Sintomas nas atividades habituais. Classe III: assintomático em repouso. Sintomas nas atividades menores que as habituais (exemplos: andar uma quadra, banho, trocar de roupa). Classe IV: sintomas em repouso exacerbados pelas menores atividades (exemplo: se alimentar, ir ao banheiro). EVOLUÇÃO CLÍNICA B r u n a A l t v a t e r S a t u r n i n o X L I I - P á g i n a | 5 Vemos que esse ciclo vicioso vai causando danos no coração e prejudicando cada vez mais ele. Então, quanto antes iniciarmos o tratamento para IC, menos dano vamos causar e até reversão dos sintomas e alterações nós conseguimos. O paciente que tem IC hipertensiva (hipertensão de longa data), as alterações são praticamente reversíveis com as medicações. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO DE FRAMINGHAM PARA ICC Critérios maiores: • Dispneia paroxística noturna; • Turgência jugular; • Estertores pulmonares; • Cardiomegalia (radiológica); • Edema agudo do pulmão; • B3/galope; • Refluxo hepatojugular; • Perda de 4,5 kg em 5 dias de tratamento. Critérios menores: • Edema de extremidades; • Tosse noturna; • Dispneia ao exercício; • Hepatomegalia; • Derrame pleural; • FC > 120 bpm. Lembram a IC, mas podem ser causados por outras coisas. CLASSIFICAÇÃO DA IC CONGESTÃO E PERFUSÃO Evidência de má perfusão ( DC); • Pressão de pulso reduzida; • Membros frios e pegajosos; • Sonolência; • Hipotensão sintomática associada ao IECA; • Hiponatremia; • Piora da função renal. O débito não está adequado para demanda de oxigênio ou periférica de sangue. O coração está bombeando pouco. Então vemos essa má perfusão em alguns sinais, como os citados acima. Evidências de congestão ( P. enchimento); • Ortopneia; • Pressão venosa jugular elevada; • B3; • Edema/ascite; • Crepitações; • Refluxo hepatojugular. Classificamos a IC de acordo com a classe A, B, C e D, são os perfis de IC. O paciente tem congestão e má perfusão? Se ele tem congestão vamos perguntar se ele tem os sintomas e sinais acima. Se ele estiverúmido – excesso de retenção de líquido. Na perfusão vamos ver como está o bombeamento no sangue através dos sinais e sintomas acima também. Se ele estiver bem perfundido, o paciente estará quentinho. Se ele estiver mal perfundido, as extremidades estarão frias. Perfil A: perfil compensado. Paciente quente e seco, ou seja, bem perfundido e sem sinais de perfusão. Perfil B: quente e úmido. Maior parte dos pacientes. Está bem perfundido, mas está congesto, temos então que dar diurético para esse paciente. • O mais comum é o paciente chegar bem perfundido e mais congesto (edema de membros inferiores ou crepitantes nos pulmões). Perfil C: mal perfundido e congesto – frio e úmido. Iremos compensar esse paciente com diuréticos, e normalmente esse paciente começa a ficar quente e úmido. E continuando o tratamento ele passa para o perfil A. Perfil D: frio e seco – não está congesto, mas se mantém com baixo débito. É o paciente em falência terminal do coração. É um paciente que tem indicação de transplante cardíaco. Esse paciente já está compensado, mas permanece mal perfundido. Geralmente esse paciente vai para UTI, fica um tempo fazendo dobutamina, noradrenalina, para forçar um pouco o coração, para ele ficar um pouco mais perfundido. Às vezes mantemos o paciente assim por uns dias, desmamos aos poucos dessas medicações na veia e então o paciente consegue ter alta. Porém, esse paciente é com o pior prognóstico. B r u n a A l t v a t e r S a t u r n i n o X L I I - P á g i n a | 6 EXAMES COMPLEMENTARES NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA • Eletrocardiografia: ver sinais de hipertrofia, hipertensão de longa data, zonas inativas para ver se o paciente já teve um infarto prévio. • Radiografia do tórax: ver o tamanho do coração para ver se ele tem cardiomegalia. • Ecocardiograma: avaliar a fração de ejeção, doenças valvares, IC direita e esquerda, e aumento do coração. • Medicina nuclear; • Ressonância nuclear magnética; • Biópsia endomiocárdica. HIPERTROFIA VENTRICULAR PADRÃO STRAINS Vamos ver sinais de hipertrofia do VE, ou seja, o músculo está aumentado, se ele está aumentado a despolarização do músculo estará aumentada também. Terá mais músculo depolarizando e terá uma voltagem aumentada ao ECG. Avaliamos por índices de hipertrofia, onde um deles pegamos a onda positiva de V5 (tamanho) + a onda negativa de V1, e se somarmos e der mais que 35, dizemos que ele tem critérios para hipertrofia do VE. Além do aumento da R em V5 e ondas em V1 bem profundas negativas, também vamos ver um infradesnivelamento do segmento ST com inversão da onda T. Esse é o padrão de Strain, ou seja, vemos uma sobrecarga do ventrículo esquerdo - um infradesnivelamento do segmento ST e inversão da onda T – geralmente vamos ver isso só em V5 e V6. Isso não é um infarto, é apenas uma repolarização ventricular alterada por causa da hipertrofia. RX DE TÓRAX Teremos um coração aumentado. O que é mais escuro são os pulmões. No meio é o coração, mais claro. Vemos uma cefalização das veias, que não aparece quando está normal. Vemos aumento do hilo pulmonar, congestão da vasculatura hilar. As linhas septais B de Kerley, que são linhas retificadas, seria o edema causando estrias septais. TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA IDENTIFICAR E CORRIGIR FATORES PRECIPITANTES • Falta de aderência do paciente; • HAS não controlada; • Administração de medicamentos; • Arritmias cardíacas; • Gestação; • IAM; • Endocardite infecciosa. AVALIAÇÃO INICIAL DOS PACIENTES COM IC • Usar a classificação da NYHA/CCS (veremos a classe funcional do paciente). • Determinar a presença de má perfusão/congestão (perfil A, B, C ou D do paciente). • Determinar a fração de ejeção de VE (ecocardiograma). OBJETIVO DO TRATAMENTO DA IC • Reduzir a progressão; • Melhorar os sintomas; • Melhorar a qualidade de vida; • Reduzir a mortalidade; • Prevenir a morte súbita; • Reduz o remodelamento miocárdico. Do que morrem os pacientes com IC? Da mesma coisa que os pacientes com infarto, de arritmia. Esses pacientes não morrem apenas de falência do VE, eles morrem por conta da arritmia. Uma das coisas que desencadeiam a IC é a arritmia. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO • Identificar etiologia (hipertensão, infarto, isquemia, arritmia); • Eliminação/correção de fatores agravantes. Modificações no estilo de vida: (IIa/B): • Dieta: ingestão de pouco sódio. • Ingestão de álcool – o álcool é cardiotóxico. • Atividade física; • Atividades laborativas; B r u n a A l t v a t e r S a t u r n i n o X L I I - P á g i n a | 7 • Vacinação: gripe e pneumonia. Esses pacientes com IC tem uma maior propensão a morte de infecção pulmonar. MEDICAMENTOS • Diminuem a mortalidade; • I-NEPRISILINA (sacubitril), IECA/BRA, beta-bloqueadores e antagonistas da aldosterona. ➔ Melhoram sintomas; ➔ Diurético de alça e digitálicos. Se der digitálicos para pacientes com IC diastólica, piora o caso, pois o digitálico diminui mais ainda o relaxamento, o medicamento ajuda a aumentar a força de contração do coração. ESQUEMA TERAPÊUTICO PARA O TRATAMENTO DA ICC Primeiro começa com restrição de sódio, depois pode usar IECA e beta-bloqueadores, depois o paciente sintomático pode utilizar diuréticos e digitálicos. Caso o paciente tenha alguma alergia ou não funcionou o IECA pode ser utilizado espironolactona, nitrato- hidralazina... Vídeo do Albert Einstein. https://www.youtube.com/watch?v=WYUYjYgkucI
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