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O CONCEITO DE PLATÃO SOBRE JUSTIÇA

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>>O CONCEITO DE PLATÃO SOBRE JUSTIÇA
Como se sabe, Platão foi o principal discípulo de Sócrates e um grande pensador de sua época. Ele pouco muda em relação aos pensamentos de Sócrates, possuindo as mesmas convicções, mas com algumas diferenças. Sua filosofia se fixa em assuntos voltados ao mundo das ideias, de convicções subjetivas e metafísicas, mas também se preocupa com as questões éticas. 
Em sua obra A República, Platão defende que o conceito de justiça abrange tanto a dimensão individual quanto coletiva: a justiça é uma relação adequada e harmoniosa entre as partes beligerantes de uma mesma pessoa ou de uma comunidade.
Platão, como Sócrates, acreditava que o ser humano deveria tentar ser virtuoso como os deuses, pois eles não possuem nossos defeitos, ele acreditava que a justiça divina é perfeita, imutável e absoluta. Para ele, um dos trabalhos do filósofo é o de tentar entender essa justiça divina, entender o puro comportamento dos deuses e levar aos homens, aí encontramos uma justificação para o domínio do filósofo. Essa noção de Justiça de Platão reflete na sua metafísica, colocando-a em uma posição de uma Verdade a ser buscada por todos que prezam um amor pelo conhecimento, dando-a uma posição de virtude, de uma excelência a ser apreendida por qualquer um. Dessa forma, Platão, ao visar pela Verdade, revoluciona o corpo jurídico de sua época ao propor uma noção de Justiça absoluta sobre as Leis, direcionando os legisladores na busca pela razão e na consequente busca do justo, elemento este pertencente ao mundo das ideias, e igualando-os ao posto de filósofos. 
Ao se ter a Justiça segundo os ideais de Platão, há de se perguntar como isso daria e como se encaixaria em sua metafísica.
Ante tal premissa, ele apresenta a justiça em duas partes:
1) Na cidade: Desse modo, para a mesma ser justa necessita-se que cada indivíduo cumpra a sua função: os filósofos devem governar, os guerreiros protegê-la e os temperados trabalhar como artesões e comerciantes. Uma pólis com leis voltadas ao que pertence a alma seria uma pólis com leis baseadas no virtuoso. Evoca-se não somente que isso haja em sua efetivação, mas que também os legisladores e magistrados compreendam esse entendimento e, a buscar sempre a reflexão do assunto, a agir da melhor forma possível. 
Para esse governo do filósofo ser justo ele deveria ser harmônico, ou seja, as partes deveriam obedecer às suas posições e não interferirem umas nas outras, tanto que ele considera que apenas deveriam se relacionar as pessoas das mesmas posições, para que se mantivesse uma ordem histórica, e que nenhuma cultura diferente interferisse no processo de aprendizagem de cada parte. Qualquer interferência, para Platão, seria uma ação injusta. A virtude e a justiça, portanto, consiste no cidadão seguir seus desígnios.
2) Na realização do homem: Assim, estando este em equilíbrio com as aptidões de sua alma, ter-se-á a realização da justiça. Desta forma, na concepção de Platão, o homem justo é aquele cuja alma racional (pensamento e vontade) é mais forte do que as outras duas almas, impondo a concupiscente a virtude da temperança ou moderação, e à colérica a virtude da coragem, que deve controlar a concupiscência. A justiça se mostraria então como uma relação harmônica das três virtudes fundamentais que devem regular a alma: a temperança, a coragem e a sabedoria.
Sendo assim, concluo que Platão reconhece a justiça como sinônimo de harmonia social, relacionando também esse conceito à ideia de que o justo é aquele que se comporta de acordo com a lei.
 A obra, A república é o verdadeiro esforço de Platão na busca por uma definição de Justiça, traz consigo a ideia da superioridade da vida do Homem justo sobre o injusto. Utilizando o método da dialética para ensinar, debater e, sobretudo chegar a uma definição clara, precisa e universal de Justiça, Sócrates se posiciona como um perguntador e por meio das perguntas averigua se há contradição do que o interlocutor fala e acredita como verdadeiro.
Percebe-se que, em Platão, justiça se mistura com a ética, e como tal, busca levar o ser humano à sua excelência, e essa deve ser uma preocupação do governo, e para isso, ele apoia a ideia de que a educação deva ser pública, para que todos possam ter oportunidades de desenvolver suas virtudes e participarem da justiça. O governo é responsável por construir a virtude em seus cidadãos, pois a vida material é uma preparação para o Hades (pós morte), onde, de acordo com a justiça divina (impecável e imutável) o homem será julgado por suas realizações terrenas
Em busca de conceituar a justiça, Platão tem como princípio que a justiça é absoluta, então toda ação deve ser justa ou injusta. Ou seja, para Platão a justiça é sábia, harmônica e feliz, na medida em que a negação da mesma é a injustiça, inculta, desarmônica e infeliz.

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