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1 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD Aula 27- Dra Viviane Inflamação Aguda INTRODUÇÃO A inflamação ela é considerada uma reação do organismo, que ocorre nos tecidos conjuntivos, vascularizados diante de uma agressão Se caracteriza morfologicamente pela saída de liquido, e de células do sangue para o interstício A inflamação anda acoplada aos processos de reparação Tem como objetivo destruir o agente lesivo, ao mesmo tempo aciona uma série de ventos que assim que possível tem a finalidade de reparar a região lesionada O processo de reparação ele começa no início da inflamação e termina quando elimina o agente agressor De modo que o tecido lesionado ele vai ser reparado ou por regeneração das células parenquimatosas normais, ou por substituição do tecido danificado por um tecido fibroblasto cicatricial Qualquer reação frente a um agressor que altere a morfologia dos vasos e promova exsudação de células e líquidos é chamada de inflamação A inflamação é fundamentalmente uma resposta defensiva do organismo, com a finalidade de livrar o organismo da causa inicial da agressão e das consequências dessa agressão De modo que, se não existisse as inflamações, as infecções jamais sessariam, as feridas não se cicatrizariam e os órgãos danificados formariam permanentemente úlceras chagásicas Apesar da inflamação ser um processo de defesa natural do organismo, diante do agressor, tanto ela quanto os processos de reparação podem ser patológicos Geralmente as inflamações agudas são fisiológicas OBS: A inflamação crônica ocorre por dois motivos, ou ela ocorre porque o processo inflamatório falha e com isso o organismo não consegue eliminar o agente agressor. Ou ela acontece porque o processo inflamatório se torna exacerbado, isto é, não consegue parar o processo inflamatório, com isso ele também se torna agressor. Por esse motivo as inflamações crônicas são patológicas Normalmente os processos fisiológicos são aqueles limitados, eles começam, terminam rápido, gerando pouca lesão no tecido Toda inflamação ela vai acontecer em um tecido conjuntivo, e esse tecido é vascularizado. De modo que participe da inflamação, fibroblastos, mastócitos, proteínas estruturais, glicoproteínas, proteoglicanos, plasma, vasos sanguíneos, e as células circulantes CÉLULAS DO SANGUE 2 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD Normalmente nos processos iniciais, a maior participação é dos neutrófilos e dos monócitos (macrófago) Mas dependente do agente patológico, ainda tem a participação dos eosinófilos, basófilos Se for de cunho imunológico ainda vê a participação dos linfócitos No entanto, nos processos crônicos para gerar resolução do processo, observa-se a participação dos linfócitos e macrófagos OBS: Na patologia linfócito se refere ao linfócito T e o plasmócito ao linfócito B AGENTES INFLAMATÓRIOS Para ter inflamação, precisa-se de um agente agressor, nesse caso o agente agressor é chamado de agente inflamatório ou flogógeno Para ter uma inflamação o agente inflamatório vai agir nos tecidos, e vai promover uma resposta imediata de alarme Essa resposta imediata ela é caracterizada pela liberação da célula que foi agredida, mediada de moléculas sinalizadoras de agressão A função dessas moléculas sinalizadoras da agressão, é agir sobre outras células, induzindo essas células a liberar mediadores da inflamação E a função desses mediadores inflamatórios é provocar modificações na microcirculação, que são necessárias para que aconteça a exsudação plasmática e celular, bem como, promover a produção de fatores que possam posteriormente reparar os danos ocasionados ao tecido agredido REGULAÇÃO DA INFLAMAÇÃO Para que a inflamação aconteça, precisa regular a liberação dos mediadores inflamatórios. Isso porque os mediadores da inflamação se dividem em dois: Pró- inflamatórios: tem a função de fazer com que a inflamação aconteça Anti-Inflamatórios: tem a função de fazer com que a inflamação termine Para que a inflamação aconteça tem que haver uma cronologia na liberação desses mediadores. Primeiro tem que ser liberado mediadores pró- inflamatórios, para que a inflamação começe e evolua, para depois ser liberados os mediadores anti-inflamatórios, para que a inflamação termine Qualquer desequilíbrio nessa regulação, faz com que a inflamação incialmente fisiológica, se torne patológica As inflamações se tornam patológicas, porque existe um desequilíbrio entre a liberação, isto é, na cronologia de liberação dos mediadores da inflamação EX: Acometida por uma bactéria. Essa bactéria agride um tecido, esse tecido agredido libera moléculas sinalizadoras da agressão. Essas moléculas vão atuar sobre várias células, que vão liberar mediadores inflamatórios, só que ao invés de liberar mediadores pró-inflamatórios, essas células liberam em grande 3 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD quantidade mediadores anti-inflamatórios. Com isso não acontece inflamação, porque ela é suprimida antes mesmo de acontecer, de modo que, o tecido ele fica susceptível a ação do agressor, continua tendo agressão Na artrite reumatoide inicialmente tem uma infecção por Streptococcus pyogenes, na região da orofaringe, é desencadeado uma resposta inflamatória, essa inflamação elimina o patógeno, isto é, a bactéria, só que termina não produzindo adequadamente anti-inflamatórios, fazendo com que a inflamação va persistindo. A medida que a inflamação vai persistindo, existe a participação do sistema imunológico, que começa a reconhecer o próprio como estranho, e vai mantendo a agressão, tornando o processo crônico, mas não pela presença de patógenos O processo patológico pode ser ativado por uma falha na liberação de mediadores anti- inflamatórios Produzir muito anti-inflamatório no começo, ou não produzir na hora certa, desencadeia em uma inflamação patológica SINAIS CARDINAIS Toda inflamação gera alterações vasculares, que promovem a exsudação de plasma e de células, originando o aparecimento de sinais e sintomas- Sinais Cardinais Dor, calor, rubor e edema, são decorrentes das alterações vasculares e da exsudação plasmática e celular São esses sinais que sinalizam ao organismo que se tem uma inflamação Sinal clínico- perda de função, pode ou não acontecer, por isso não é um sinal cardinal MANIFESTAÇÕES REGIONAIS E SISTÊMICAS As manifestações regionais são aquelas evidenciadas pelas alterações que afetam os vasos e os gânglios linfáticos, formando as ínguas As manifestações sistêmicas, é o caso da leucocitose, e da febre A leucocitose vai acontecer por dois fatores: 1. Estimulação acelerada de células medulares, induzida pela citocinas inflamatórias, a interleucina 1 e o fator de necrose tumoral. Quando a inflamação começa e é liberado mediadores pró-inflamatórios, a 2. citocina estimula a produção de células medulares 3. Ao mesmo tempo os fatores de crescimento de colônia, aceleram a proliferação dos precursores na medula óssea. De modo que, se aumenta o número de precursores na medula óssea, e aumenta o número de células medulares produzidas, elas serão maturadas e vai aumentar a quantidade de leucócitos no sangue Febre- Se produz mediadores inflamatórios, em especial as citocinas- pirogênicas endógenas- tem a função de aumentar a temperatura corporal, é a IL1, fator de necrose tumoral, a IL6 e a IL8. A IT1 e o TNF vão interagir com receptores vasculares, nos centros termorreguladores do hipotálamo, induzindo a ciclooxigenase a agir sobre o ácido araquidônico, produzindo prostaglandinas E2, que tem como função estimular nervos 4 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MADautonômicos, cuja função é gerar contração da musculatura periférica para produzir calor e vasoconstricção dos vasos cutâneos parar reter esse calor, com isso tem a febre que é produzida principalmente pela COX 3 OBS: A COX 2 só é produzida quando se tem processo inflamatório OBS: A COX 3 está em alta concentração no centro termorregulador do hipotálamo CLASSIFICAÇÃO DA INFLAMAÇÃO Severidade: Discreta: quando o tecido ou o órgão, ele é atingido, tem sua função discretamente alterada, de modo, que não compromete seriamente o organismo como um todo; EX: unha encravada Moderada: quando o órgão ou tecido afetado, tem sua função moderadamente alterada, de modo, que ele compromete razoavelmente o organismo como um todo, mas ele sozinho não coloca a vida em risco; EX: gastrite Acentuada: quando o tecido ou órgão afetado, tem sua função acentuadamente alterada, de modo, que ele compromete seriamente o organismo como um todo, inclusive ele põe em risco a vida; EX: sepse Duração: Aguda: dura de dias a semanas Subaguda: dura de semanas a meses (não ultrapassando dois meses) Superaguda: dura de horas a dias Crônica: dura de meses a anos (ultrapassa 3 meses) Distribuição: Focal: quando ela atinge um único ponto ou muito poucos pontos, que tem de 1mm a poucos cm de diâmetro Multifocal: quando ela atinge vários poucos pontos, de maneira espaça Localmente extensa: quando uma grande área de um órgão ela é atingida, ou porque sofreu um agravamento de uma inflamação focal, ou multifocal Difusa: quando a inflamação ela atinge o órgão completamente FENÔMENOS DA REAÇÃO INFLAMATÓRIA Toda inflamação ela começa a partir dos fenômenos irritativos O agente inflamatório ele vai irritar de duas maneiras. Ou o agente inflamatório é de natureza biológico (vírus, fungos, bactérias, parasitas) e ele carrega, produz e excreta os PAMP´s, ou ele é de qualquer outra natureza e ele faz com que o tecido agredido libere moléculas que sinalizem a agressão chamadas de alarminas Seja os PAMP´s, seja as alarminas, uma vez liberadas vão se ligar a receptores celulares específicos nas células, levando essas células a produzir e liberar mediadores inflamatórios. Esses mediadores serão responsáveis pelos fenômenos inflamatórios subsequentes 5 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD Se liberar mais mediadores anti-inflamatórios, do que pro inflamatórios, a inflamação será suprimida na sua fase inicial, com isso o organismo continua susceptível a ação do agressor Quando a inflamação falha na sua fase inicial, favorece a agressão e posteriormente a manutenção de um novo potencial inflamatório, nesse caso a inflamação é patológica Para que a inflamação siga seu curso natural, precisa-se ter um momento certo para liberar cada mediador, de modo, que ela comece, atinge seu objetivo de defesa e reparo, terminando Mediadores pró-inflamatórios: citocinas e quimiocinas, a função desses mediadores é gerar as modificações vasculares e exsudação plasmática e celular A medida que o plasma e as células saem, do sangue para o interstício, os primeiros leucócitos exsudatados também passam a assumir a função de produzir mais mediadores pró-inflamatórios (citocinas, quimiocinas e mediadores lipídicos- prostaglandinas e leucotrienos), para ampliar os fenômenos vasculares e exsudativos Com a intenção de o máximo de plasma e de células possam sair do sangue para o foco inflamatório, com o objetivo de realizar a fagocitose que leva a destruição do agente inflamatório A medida que vai destruindo o agente inflamatório, o organismo através dos próprios leucócitos exsudados, isto é, que estão no foco inflamatório começam a liberar mediadores anti-inflamatórios e param de liberar mediadores pró-inflamatórios E a intenção é fazer que, como já eliminou o agente agressor, a inflamação se resolva, para que se ela terminar, possa reparar o tecido danificado OBS: Se o dano é pequeno e o tecido tem capacidade regenerativa, se repara por regeneração. Se o dano é intenso, e ela tem pouca capacidade regenerativa, se repara por cicatrização Os fenômenos vasculares estão relacionados, as modificações hemodinâmicas e reológicas que ocorre na microcirculação, mediadas pelos mediadores pró- inflamatórios, liberados durante os fenômenos irritativos, muito mais do que a ação direta do agente inflamatório As alterações vasculares se caracterizam, primeiro por vasodilatação das arteríolas e elas são produzidas inicialmente e na maioria das vezes pela ação da histamina e da substância P, liberada pelo reflexo axinônico e são mantidas pelas prostaglandinas, leucotrienos e fator ativador de plaquetas Essa vasodilatação das arteríolas, elas provocam como consequência, um aumento do fluxo de sangue que chega ao foco inflamatório, de modo, que a gente observa hiperemia ativa, e fluxo sanguíneo rápido. São transitórios, mas é seguido por um período que a vasodilatação é mantida Se mantem a vasodilatação das arteríolas, começa a gerar a abertura dos capilares e aumentar o leito vascular, à medida que os capilares se abrem e o leito vascular aumenta, começa a diminuir a velocidade circulatória, então se torna hiperemia passiva de fluxo lento Ao mesmo tempo que se tem a vasodilatação das arteríolas, observa-se também que as vênulas menores dilatam, mas a vênulas maiores sofrem uma pequena vasoconstricção, com isso a pressão hidrostática é aumentada na microcirculação, isso aumenta a permeabilidade dos vasos, iniciando a exsudação plasmática A medida que o plasma sai, vai ter como consequência hemoconcentração, então as hemácias começam a se aglomerar e isso faz com que o sangue fique mais viscoso, e isso vai reduzindo ainda mais a velocidade circulatória Inicialmente se tinha hiperemia ativa de fluxo rápido, ela vai se tornando progressivamente uma hiperemia passiva, de fluxo lento A medida que esse fluxo sanguíneo vai se tornando lento, a gente gera hipóxia no local da lesão, além da hipóxia, aumenta a excreção de catabolicos provenientes da célula e isso aumenta ainda mais a permeabilidade vascular, a vasodilatação e a hiperemia A medida que essa hipóxia ela é gerada, ela tem uma função, ela lesiona o endotélio dos vasos, com isso favorece o aparecimento dos trombos A inflamação apesar de ser um processo de defesa, a maior preocupação com ela, é ela se tornar exacerbada ou durante os fenômenos vasculares, provocar a formação de trombos, que podem se transformar em outros problemas hemodinâmicos FASES DA REAÇÃO INFLAMATÓRIA 6 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD A exsudação plasmática antecede a exsudação celular, embora a predominância de uma ou de outra, vai depender dos mediadores liberados A exsudação celular é o elemento morfológico mais característico da inflamação Inflamação aguda quando se tem muito neutrófilo Inflamação acrônica quando se tem muito linfócito e macrófago A exsudação plasmática começa nas fases iniciais da hiperemia e ela persiste durante todo o processo inflamatório O exsudato liquido ele pode ser rico, como ele pode ser pobre em proteínas e essa quantidade de proteínas é variável O exsudato rico em proteínas, é o chamado de exsudato propriamente dito, que ta relacionado aos processos inflamatórios O exsudato pobre em proteínas, é o chamado de transudado, pode ou não está relacionado com as inflamações A saída de plasma ela depende do aumento da permeabilidade vascular e ela ocorre sobretudo nas vênulas. Isso vai acontecer, devido a formação de canais inter endoteliais, por contração do citoesqueleto da membrana dessas células vasculares, isto é, o citoesqueleto da membrana dos vasos,se contrai levando a formação de canais, esses canais permitem a exsudação plasmática Para que esses canais sejam formados na membrana plasmática desses vasos, precisa-se da ação de alguns mediadores químicos, são eles a histamina, substância P, as prostaglandinas e os leucotrienos Uma vez que as proteínas plasmáticas deixam o vaso em direção ao interstício, esse aumento de proteínas plasmáticas na região intersticial, aumenta a pressão osmótica do interstício, o que favorece a retenção do liquido fora dos vasos Por outro lado, as enzimas plasmáticas ativadas no interstício e as enzimas plasmáticas das células exsudatadas, elas vão agir sobre a substância fundamental amorfa. E a função dessas enzimas é quebrar os proteoglicanos, aumentando a hidrofilia do local. Ao mesmo tem que as enzimas plasmáticas quebram os proteoglicanos, aumentando a hidrofilia local, toda vez que se instala uma reação inflamatória no organismo, as células mesenquimais, elas aumentam a produção de ácido hialurônico, e quanto mais ácido hialurônico se produz, mais se aumenta a hidrofilia, quanto maior a hidrofilia desse local, maior é a pressão osmótica intersticial De modo, que a circulação linfática ela fica tão sobrecarregada que os vasos linfáticos deprimidos e deformados pelo exsudato, ele não consegue mais drenar de maneira eficaz o liquido de volta para o vaso, e o liquido vai se acumulando no interstício, formando o edema inflamatório A exsudação plasmática desempenha um papel importante na imunidade inata, que é a saída de anticorpos e proteínas do complemento, e a função tanto dos anticorpos como das proteínas do complemento, é ter ação inibidora, lítica e opsonificadora Observa-se ainda a saída de fibrinogênio, ele polimeriza, isto é, ele se transforma em fibrina, com isso ele forma um suporte sólido que favorece a exsudação celular, além disso esse suporte sólido, ele age como uma barreira física a invasão desse local por microrganismos Essa exsudação plasmática ela ainda favorece a saída de proteínas com ação anti proteases e ação removedora de radicais livres, ela reduz o efeito lesivo da inflamação, de modo que ela diminui a capacidade da inflamação em gerar grandes fenômenos alterativos. De modo que seja mais fácil encerrar e reparar as inflamações A exsudação celular ela começa com a marginação leucocitária (inicia na fase de hiperemia passiva), processo em que os leucócitos deixam o centro da coluna de sangue para a periferia do vaso Uma vez na periferia vascular, esses leucócitos são capturados, eles se aderem frouxamente a 7 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD superfície endotelial por onde se deslocam, depois sofrem ativação e passam a se aderir firmemente O processo de adesão frouxa, é chamado de rolagem O processo de aderência firme, é chamado de adesão Quando os leucócitos se aderem firmemente na superfície, e forma uma camada de leucócitos, é chamado de pavimentação A partir desse momento o leucócito, ele está pronto para migrar, isto é, para atravessar as paredes das vênulas, entre as células endoteliais, em direção ao interstício, e isso é chamado de diapedese leucocitária Para que a adesão e a rolagem aconteçam, elas são mediadas por fatores de adesão e se ligam a receptores específicos que estão na superfície do leucócito No caso da rolagem esses mediadores são chamados de seletectina. E no caso da adesão se chamam integrinas. Se esses processos não acontecem, não se tem exsudação celular, se não tem essa exsudação tem um processo inflamatório ineficaz, pois só vai depender da exsudação plasmática Toda inflamação começa a partir de um agente irritativo Esse agente inflamatório ele lesiona as células teciduais, de modo, que essas células liberem moléculas que sinalizem essa agressão. E isso faz com que essas moléculas de alarme, elas ajam sobre células diferentes que se encontram na região da inflamação e permita a liberação de mediadores que culmine com as etapas subsequentes Para que se tenha a inflamação é necessário que libere PAMP´s ou alarminas, cuja o intuito é agir sobre células que vão liberar os mediadores pró inflamatórios É a função desses mediadores que vão induzir os fenômenos vasculares, representados pela vasodilatação e pelo aumento da permeabilidade vascular, para que ocorra a exsudação, seja ela plasmática ou celular Realizou a diapedese chegou ao interstício o leucócito precisa ser deslocado até o foco da inflamação, esse deslocamento é feito a partir de um gradiente químico, criado por mediadores inflamatórios, gerando um processo chamado de quimiotaxia Para que a quimiotaxia aconteça é necessário a presença de agentes quimiotáticos. São esses agentes que ao interagir com o leucócito, cria esse gradiente químico, que permite o leucócito se locomover Agentes quimiotáticos: endógenos e exógenos Os exógenos são constituídos pelos produtos microbianos Os endógenos são constituídos por mediadores químicos- fragmentos do complemento (C5A), produtos da ação da lipoxigenase sobre o ácido araquidônico (leucotrieno B4), citocinas Qualquer um dos agentes quimiotáticos, possuem receptores específicos na superfície da célula leucocitária e esse receptor da superfície leucocitária é acoplada a uma proteína G Quando a quimiocina se liga ao seu receptor na superfície da célula leucocitária, essa ligação agente quimiotático receptor, ativa a proteína G, essa proteína ela sofre uma alteração conformacional, entrando no seu estágio de ativação. Uma vez ativa a proteína G, ela vai ativar uma série de moléculas efetoras no interior da célula leucocitária, de modo especial a fosfolipase C e o fosfoinositol 3cinase, a função dessas moléculas efetoras é agir sobre o fosfolipídio inositol da membrana da célula leucocitária, levando a formação de dois segundos mensageiros, a ação desses segundos mensageiros é promover um influxo de cálcio, de modo que aumente a concentração citosólica de cálcio dentro do leucócito A alta concentração de cálcio livre no interior da célula, ativa uma série de enzimas, no caso da célula leucocitária ela vai ativar GTPases e a função dessas enzimas é, polimerizar a actina do citoesqueleto do leucócito de modo que ele possa se locomover gerando pseudópodes até o foco da inflamação Quando o leucócito chega no local da inflamação, ele vai ser ativado, chamando esse processo de ativação leucocitária Essa ativação vai acontecer, toda vez que o leucócito ele entrar em contato com substâncias que promovam sua ativação, os próprios produtos microbianos, as quimiocinas que se encontram no local, a presença de antígenos- anticorpo. Essa ativação nada mais é do que tornar o leucócito reativo do ponto de vista imunológico, isto é, ele passa a ter capacidade de produzir novos mediadores inflamatórios e a 8 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD intenção é manter os fenômenos vasculares e exsudativos, para que mantenha a inflamação, para que ocorra maior exsudação celular e ao mesmo tempo ele começe a produzir moléculas que lhe auxiliam a executar sua principal função que é a de fagocitar Quando o leucócito é ativado libera mais mediadores inflamatórios, porque a intenção é fazer com que mais leucócitos cheguem ao foco da inflamação, de modo, se tem mais células leucocitárias no local da inflamação tem muita mais chance de ter uma resposta eficaz, isto é, de se conseguir rapidamente eliminar o agente inflamatório, de modo que possa cessar a inflamação sem gerar maiores danos ao tecido O segundo intuito, é fazer com que o leucócito uma vez ativado, realize sua principal função, que é fagocitar Para que a fagocitose aconteça ela se divide em três etapas: A fagocitose nada mais é do que o processo em que as enzimas lizosomais, liberadas pelos neutrófilos ou macrófagos vão destruir o agente agressor Toda fagocitose inicia-se pelo reconhecimento da partícula lesiva, e isso é feito pela ligação dessa partícula lesiva a receptores específicos que existem na superfície da célula leucocitária Uma vez ocorrido esse acoplamento, essa ligação partícula lesiva –receptor, é emitido sinais à célula leucocitária, que a permite reconhecer essa partícula como estranha Uma vez ocorrido esse reconhecimento, o leucócito ativado ele começa a emitir extensões da membrana plasmática em direção à partícula, e o intuito nesse momento é englobar a partícula danosa, de modo que ela seja completamente revestida pela membrana plasmática da célula leucocitária e invaginada para dentro do leucócito, ficando inserida dentro de uma vesícula formada pela membrana plasmática, chamado de fagossomo Nesse fagossomo, na dependência de oxigênio é gerado um ambiente de estresse oxidativo e a intenção é produzir moléculas reativas de oxigênio, ou seja, radicais livres Cuja função desses radicais livres é destruir a partícula lesiva, uma vez destruída, esse fagossomo se fundira a membrana lisossomal do lisossomo da célula leucocitária, formando agora um fagossomo secundário, chamado de fagolisossomo A intenção do fagolisossomo é fazer com que as hidrolases lisossomais elas promovam a digestão da partícula morta, de modo, que só sobre restos dessa partícula, esses restos celulares são liberados pela célula leucocitária por um processo chamado de clasmocitose, encerrando assim o agressor O neutrófilo e o macrófago, sua principal função é fagocitar o agente inflamatório. E a medida que ele fagocita esse agente inflamatório e que se observa que o processo lesivo ele está sendo terminado, as células leucocitárias ativadas, assim como as células que participam da inflamação, elas param de liberar mediadores pró inflamatórios e passam a liberar de maneira amplificada mediadores anti-inflamatórios, e a intenção agora é fazer com que, uma vez encerrado o agente agressor, o processo inflamatório possa ser terminado Terminando o processo inflamatório, o tecido pode ser reparado É a partir da fagocitose que começa a se observar uma troca na liberação dos mediadores da inflamação De modo que ela não continua mais exercendo sua função, já que não existe mais agressor e nem intensificando a lesão, para que possa facilitar a reparação Quando se libera os mediadores anti- inflamatórios e eles começam a terminar o processo inflamatório, o ambiente vai sofrer uma limpeza para que o tecido seja reparado Então se diz que uma resolução de uma inflamação ela ocorre pela terminação do agente agressor e pela resolução do tecido danificado. Essa resolução pode acontecer por regeneração ou por cicatrização RESULTADOS DA INFLAMAÇÃO 9 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD Então vamos chamar de resolução completa da inflamação, quando o agente agressor é encerrado, e o tecido é regenerado Para que se tenha resolução completa, tem-se uma inflamação eficaz que por si só consegue eliminar o agente inflamatório, fazendo com que toda a exsudação plasmática e celular presente na área de inflamação, seja reabsorvida e permita a reparação completa do tecido Essa reparação completa, é a regeneração completa do tecido danificado, para que isso aconteça é necessário que, a inflamação ela seja de curta duração, a destruição tecidual de pequena extensão, e as células teciduais tenha capacidade regenerativa No entanto, se consigo pela inflamação encerrar o agente agressor, mas essa inflamação ela gerou destruição tissular extensa, o tecido danificado tem pouca capacidade regenerativa, ou se observa uma grande exsudação de fibrina, por mais que se tente absorver ao máximo esse exsudato, uma parte dessa exsudação de fibrina permanece. Além disso, uma grande extensão de destruição tecidual em um tecido de pouca ou nenhuma capacidade regenerativa não permite que o tecido consiga ser regenerado, pois não ocorre a proliferação de células parenquimatosas semelhantes os originais Nesse caso se resolve a inflamação, só que a reparação vai ocorrer por substituição de um tecido danificado, agora por um tecido conjuntivo fibroblastico, que é o tecido cicatricial Então, normalmente as inflamações quando elas por si só conseguem eliminar o agente inflamatório, elas têm duas resoluções, ou ela se resolve completamente regenerando o tecido, ou ela se resolve promovendo a cura do tecido por fibrose, isto é, gerando cicatrização Entretanto a inflamação inicialmente aguda, ela pode ter uma terceira evolução, ou seja, um terceiro resultado, é ela evoluir para aos processos crônicos, e isso vai acontecer quando a inflamação ela não é suficiente para encerrar o agressor, com isso o agressor persiste lesionando o tecido e mantendo a inflamação, ou quando se tem fatores que interferem na reparação tecidual Para que a inflamação aguda ela evolua a uma inflamação crônica, é necessário existir um desequilíbrio, entre os mecanismos pro inflamatórios e anti-inflamatórios. Se tiver uma liberação de mecanismos pro inflamatórios, mas que tem sua atividade minimamente reduzida por ação dos mecanismos anti- inflamatórios, a inflamação até pode acontecer, mas ela não vai ser eficaz o suficiente para eliminar o agente agressor, com isso o agente inflamatório persiste, continua lesionando e consequentemente mantendo a inflamação. É o que se observasse em algumas inflamações crônicas ocasionadas por micro-organismos (bacterianos, parasitários, virais, fúngicos) Mas existe outra maneira da inflamação aguda migrar para a inflamação crônica, é quando no momento da resolução em que se precisa liberar muito mediador anti-inflamatório, essa liberação é ineficiente, de modo, que se tenha ineficiência de mediadores anti-inflamatórios, os mediadores pro-inflamatórios vão continuar exercendo sua ação. Isto é, vai fazer com que a inflamação inicialmente eficiente na eliminação do agente agressor se torne exacerbada e aumente a probabilidade de autoagressão imunológica, porque na exsudação tem células leucocitárias e participação do sistema imunológico adquirido, a presença de anticorpos, inclusive de linfócitos T, o que faz com que esses anticorpos eles começem a reconhecer o próprio como estranho e passe a auto agredir o próprio organismo ↓ Doenças Autoimunes Toda inflamação aguda o normal é ela ser resolvida ou completamente por regeneração do tecido EX: Pneumonia pneumocócica tratada Ou por cura por meio de processo fibrótico, gerando a cicatrização EX: Pericardite constrictiva E por fim ela pode evoluir para as inflamações crônicas EX: Hanseníase; Sífilis terciária; Esquistossomose MEDIADORES INFLAMATÓRIOS Os mediadores derivados das proteínas plasmáticas, elas se encontram em alta concentração na forma inativa no plasma, com isso precisa passar por uma série de clivagens 10 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD proteolíticas para que se tornem ativas, e possam exercer suas funções nas células alvo Os mediadores provenientes de células como leucócitos, que participam do processo inflamatório, elas já são pré-formadas, mas elas se encontram armazenadas em vesículas intracelulares, de modo, para que elas exerçam suas funções, precisam ser liberadas, isto é, secretadas. Em alguns casos, elas precisam ser novamente sintetizadas em resposta a algum estimulo Sejam os mediadores provenientes das proteínas plasmáticas, seja os mediadores provenientes das células que participam da inflamação, normalmente elas executam suas funções se ligando a receptoresespecíficos existentes na célula alvo. Alguns poucos mediadores eles têm a atividade enzimática direta, é o caso das proteases lisossomais, que participa do processo de fagocitose Mas a maioria dos mediadores que participam do processo de inflamação, eles agem se ligando a receptores específicos na célula alvo Basta que se tenha um mediador inflamatório ativado, que ele por si só é capaz, de estimular a ativação e liberação dos outros mediadores Uma vez ativados, eles rapidamente executam suas funções, uma vez que eles têm uma meia- vida muito curta. De modo que eles executam suas funções e se não existir uma continuação na liberação desses mediadores o processo se inicia e encerra Os principais mediadores que participam da inflamação são: Aminas vasoativas; os mediadores provenientes das proteínas plasmáticas; o fator ativador plaquetário; os metabólitos do ácido araquidônico; citocinas e quimiocinas; óxido nítrico; neuropeptídios; radicais livres OBS: Os radicais livres sua principal função é na fagocitose, gerando lesão tecidual, mas quando liberados em pequenas quantidades eles podem auxiliar na maior produção de outros mediadores inflamatórios AMINAS VASOATIVAS De grande importância como mediadores pró- inflamatórias, isso porque elas estão entre os primeiros mediadores liberados durante a inflamação Geram os fenômenos vasculares Histamina Se encontra amplamente distribuída nos tecidos; sua principal fonte são os mastócitos (tecido conjuntivo subjacente aos vasos sanguíneos) Também pode ser encontrada nos basófilos, e as plaquetas sanguíneas Mediador químico pré-formado, se encontra armazenada em grânulos secretórios no interior dessas células (mastócitos, basófilos e plaquetas) De modo que para liberar a histamina e ela exerça sua função de mediador inflamatório, a célula que a abriga precisa sofrer uma degranulação essa degranulação ela pode ser mediada por vários estímulos diferentes Qualquer um desses estímulos vai se ligar a um receptor especifico na membrana da célula, e vai gerar uma ativação dessa célula Uma vez liberada dentro do processo inflamatório, a histamina vai exercer duas funções 1. Ela vai gerar vasodilatação das arteríolas 2. Aumento da permeabilidade vascular nas vênulas Responsáveis pelos fenômenos vasculares necessários, tanto para que ocorra a exsudação plasmática, como a exsudação celular Serotonina Ação semelhante a histamina, a diferença é que se encontra mais serotonina nas plaquetas, e nas células heterocromafins da região intestinal Aumentar a permeabilidade vascular Liberada das plaquetas Para que elas sejam liberadas, é necessário que ocorra a agregação plaquetária Colágeno, trombina, difosfato de adenosina, e dos complexos antígenos- anticorpos Se durante o processo inflamatório, as plaquetas entram em contato com qualquer uma dessas substâncias, elas passam a ter a capacidade de se agregar e durante essa agregação ocorre um pequeno rompimento da membrana da célula plaquetária, permitindo a liberação da serotonina Outra forma de liberar serotonina, é a ação sobre as plaquetas do fator ativador plaquetário, essa agregação plaquetária libera serotonina, ao mesmo tempo que o mastócito que interagiu com a IgE, libera histamina OBS: Esse fator ativador plaquetário, geralmente é mediado pela ação dos mastócitos em reações que existem a participação da IgE A função dessas duas aminas é principalmente aumentar a permeabilidade vascular, nesse caso, nos processos imunológicos PROTEÍNAS PROVENIENTES DAS MEMBRANAS PLASMÁTICAS Sistema complemento: 11 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD Constituído de proteínas, essas proteínas são inativas Se encontram em altas concentrações no plasma Compreende cerca de 20 proteínas plasmáticas, do quais elas são numeradas de 1 a 9, e elas participam tanto da imunidade inata, como da adquirida Principal função é na oposonificação Atividade lítica sobre microrganismo Para que o sistema complemento, ele execute suas funções biológicas principais, essas funções biológicas ficam na dependência da ativação de um componente, chamado de componente C3 O componente C3, é o componente crítico para que o sistema complemento seja ativado e possa executar suas funções Esse componente pode ser ativado por 3 vias: 1. Via clássica 2. Via alternativa 3. Via da lectina Uma dessas vias leva a formação de uma enzima ativa chamada de C3 convertase A função dessa enzima é quebrar o componente C3, em dois fragmentos, o C3a e o C3b O C3b ele vai se ligar covalentemente aos componentes que anteriormente já foram ativados, permitindo a formação da enzima C5 convertase, que também tem a função de quebrar o componente C5 em C5a e o C5b O C5b vai se ligar aos componentes posteriores C6, C7, C8 e C9, para formar o complexo de ataque a membrana É esse complexo de ataque a membrana, que executa a ação lítica do sistema complemento sobre a membrana dos microrganismos, de modo especial sobre a membrana das células bacterianas Além dessa ação lítica, os fragmentos do sistema complemento eles são de grande importância como mediadores da inflamação, isso porque eles participam tanto dos fenômenos vasculares, quanto dos fenômenos exsudativos, como eles auxiliam na fagocitose O sistema complemento promove ações de adesão, quimiotaxia e ativação leucocitária De modo que os fenômenos vasculares iniciados pela histamina são mantidos, propagados pelo auxílio do complemento C3a, C4a, C5a eles agem sobre os mastócitos, fazendo com que essas células liberem a histamina e a histamina possa executar sua função de vasodilatar e aumentar a permeabilidade vascular Auxilia no início do processo de deflagração dos fenômenos vasculares Além disso, o fragmento C5a ainda tem a função de ativar a lipoxigenase, fazendo com que essa enzima aja sobre o ácido araquidônico, dos neutrófilos e dos macrófagos produzindo e liberando leucotrienos, onde alguns dos leucotrienos eles têm função de aumentar ainda mais a permeabilidade vascular Promove tanto a liberação de mediadores iniciais, como também promove a liberação de mediadores que mantem os fenômenos vasculares Componente mais importante da inflamação é o C5a, ele que executa as maiores ações do complemento, dentro do processo inflamatório O C5a além de auxiliar junto o C3a, os fenômenos vasculares, ele ainda é responsável por aumentar a capacidade de aderência dos leucócitos à superfície endotelial, porque eles promovem a maior produção e liberação das moléculas de adesão chamadas de integrinas O C5a também auxilia na quimiotaxia, auxilia no movimento do leucócito do interstício ao foco da inflamação. E quando o leucócito chega ao foco da inflamação o C5a, ele ainda se liga ao leucócito promovendo sua ativação O fragmento C3b, e o produto da sua clivagem o C3bi ao se ligar a moléculas microbianas (em especial as bactérias), ao se acoplar a receptores específicos nas células leucocitárias elas agem como opsoninas, fazendo com que os fagócitos (neutrófilo e macrófago) reconheça rapidamente o agente lesivo favorecendo a fagocitose Participa do início ao fim do processo inflamatório Sistema cinina: Ele gera peptídeos a partir de proteínas plasmáticas, chamadas de cininógenos, esses cininogenos sofre ação de um 12 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD conjunto de proteases especificas chamadas de calicreína Para que se gere formação de mediadores químicos no sistema cinina, existe a participação do sistema de coagulação O fator XII, ele faz parte da via intrínseca da cascata de coagulação, esse fator é chamado de Fator Hageman. Quando esse fatoré ativado ele promove a convenção da pré- calicreína em calicreína, e quando essa protease é ativada, ela transforma o cininogênio que é a proteína plasmática, em um peptídeo ativo chamado de bradicinina Então essa bradicinina tem algumas funções no organismo: responsável por contrair o musculo liso e ela gera dor quando é injetada na pele, porque uma de suas funções é sensibilizar as terminações nervosas. No entanto, dentro do processo inflamatório, como mediador da inflamação a bradicinina ela auxilia nos fenômenos vasculares, porque ela promove a manutenção da vasodilatação e do aumento da permeabilidade vascular Além disso, a própria calicreína, ela age como mediador inflamatório, isso porque ela tem ação quimiotática, então ela pode auxiliar a migração leucocitária do interstício até o foco da inflamação, e ela ainda promove a conversão direta do C5 em C5a C5a: auxilia na aderência, na quimiotaxia, na ativação leucocitária e ainda permite a liberação da histamina a partir dos mastócitos, gerando os fenômenos vasculares OBS: Todos os mediadores mencionados anteriormente têm como função, fazer com que fenômenos vasculares e exsudativos aconteçam e se mantenham Sistema de coagulação: Está intimamente relacionado a inflamação É constituído por duas vias principais: a via intrínseca e a extrínseca, essas vias elas convergem para uma via comum, que tem como principal função formar a fibrina. De modo que o principal elemento que é responsável pela conversão do fibrinogênio em fibrina é a trombina, e é a trombina que é o elemento que liga o sistema de coagulação a inflamação, porque a trombina ela por si só tem propriedade inflamatória, porque ela favorece a aderência leucocitária ao endotélio vascular, uma vez que ela estimula a liberação de moléculas de adesão como as integrinas A própria trombina além de auxiliar na aderência leucocitária, ela também promove a proliferação de fibroblastos, que são essenciais para o processo final de reparação da inflamação Os fibrinopeptideos são mediadores inflamatórios, que mantem os fenômenos vasculares METABÓLITOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO 13 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD No metabolismo do ácido araquidônico, tem-se que toda vez as células sofrem um estimulo, elas rapidamente remodelam os seus fosfolipídios em mediadores lipídicos, que são biologicamente ativos e que se transformam em sinais intra ou extracelulares, que vão alterar diversas funções biológicas, principalmente relacionado a inflamação e a homeostasia O ácido araquidônico ele é um ácido graxo, poli insaturado, constituído por 20 átomos de carbono, com isso se obtém o ácido araquidônico tanto das dietas alimentares, como se pode produzir o ácido araquidônico a partir da conversão de um ácido graxo essencial (ácido linoeico) Esse ácido araquidônico que nós formamos, seja adquirindo pela dieta, seja convertendo o ácido linoeico, ele não fica livre dentro da célula, geralmente esse ácido ele está esterificado aos fosfolipídios da membrana plasmática da célula. De modo para que se possa formar mediadores químicos é necessário que esse ácido araquidônico seja liberado dos fosfolipídios e essa liberação é feita por uma enzima chamada de fosfolipase A2 Então essa fosfolipase A2, ela age sobre os fosfolipídios da membrana, promovendo a liberação do ácido araquidônico Uma vez liberado, esse ácido ele pode ser sintetizado por duas classes de enzimas, é a ciclo-oxigenase (COX) e a lipo-oxigenase (LOX) Se ele for sintetizado pela COX, vai formar prostaglandinas e tromboxane No entanto se ele for sintetizado pela LOX, vai formar leucotrienos Temos duas ciclo-oxigenases: COX 1 que ela é constitutiva e ela normalmente forma prostaglandinas que tem finalidade de manter a homeostasia do organismo, que é o caso da PGE2 que é responsável por auxiliar na formação de muco que reveste o estomago, de modo que o estomago ele consiga ficar blindado da ação lesiva do suco gástrico Nós temos a produção de PGF que durante os partos eles auxiliam na contração uterina, facilitando o trabalho de parto COX 2 ela é induzida, porque ela só é produzida, quando se tem a instalação de processos inflamatórios, de modo que ela forma prostaglandinas e tromboxano que vão agir como mediadores da inflamação Principais mediadores formados- tromboxano A2, a prostaciclina I2 e as prostaglandinas E2, D2, F2 O tromboxano A2 ele é um potente agente agregador plaquetário e vaso constritor, de modo que ele permite que as plaquetas liberem histamina e serotonina para provocar os fenômenos vasculares. No entanto como ele é instável, ele é rapidamente transformado no seu metabólito inativo que é o tromboxano B2 Já a prostaciclina I2, ela tem ação contraria ao tromboxano A2, ela é um potente inibidor plaquetário, vasodilatador. Em termos de inflamação essa prostaciclina vai favorecer os fenômenos vasculares, mas ela ao mesmo ela limita a resposta lesiva da inflamação, já que ela diminuir a liberação de mediadores liberadas pela agregação plaquetária. Ao mesmo tempo essa mesma prostaciclina, ela tem atividade quimiotática, então na exsudação celular, ela auxilia na quimiotaxia. Ela ainda favorece a produção de mais metabolitos, isto é, de mais mediadores inflamatórios Já as prostaglandinas elas são responsáveis por manter os fenômenos vasculares, já que elas também têm como características vasodilatar, aumentar a permeabilidade vascular e com isso promover a formação do edema inflamatório. Além disso a PGE2 ela participa da instalação das manifestações sistêmicas da inflamação aguda, principalmente quando a inflamação é ocasionada por infecção ou trauma, já que elas são responsáveis por instalar a febre, e também por gerar sensibilização das terminações nervosas provocando a dor A LOX ao agir sobre o ácido araquidônico, também produz mediadores inflamatórios, só que esses são chamados de leucotrienos Então são formados o leucotrieno B4 que tem ação quimiotática, e os leucotrienos C4, D4 e E4 e são vasoconstrictores, mas como mediador da inflamação promove aumento da permeabilidade vascular e broncoespasmo, de modo que eles são mais potentes do que a histamina, é por isso que eles são responsáveis por manter as etapas da inflamação e não por iniciar as etapas da inflamação Toda vez que a gente que cessar a inflamação, normalmente cessa porque 14 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD impede a forção dos mediadores derivados do ácido araquidônico, principalmente os de maior ação, que são as prostaglandinas e isso é feito pela administração dos anti- inflamatórios não esteriodais, que tem por função bloquear a ação da ciclo-oxigenase Porem isso tem um problema, porque a maioria dos anti-inflamatórios não esteriodais eles são inespecíficos, isto é, eles são não seletivos, então eles agem tanto na COX 1, como eles agem na COX 2 Bloquear COX 2 é interessante, porque bloqueia a formação das prostaglandinas que agem como mediadores inflamatórios Só que quando bloqueia a COX 1, bloqueia a produção das prostaglandinas que tem função na homeostase do organismo, de modo especial bloqueia a formação da prostaglandina estomacal, de modo que não se forma muco e se não se forma muco, as células estomacais ficam susceptíveis a ação lesiva do suco gástrico. É por isso que o principal efeito colateral dos AINES é as alterações gástricas, como a azia, mal-estar, podendo evoluir as gastrites ou ulceras Na tentativa de minimizar os efeitos dos AINES, sobre a COX 1, foi produzido um conjunto de fármacos específicos, isto é, que inibissem de maneira seletiva apenas a COX 2, e eles são chamados de COXib Os COXibsão anti-inflamatórios não esteriodais cuja intenção é agir de maneira altamente seletiva para COX 2 Verificou-se que os COXib eles inibem a ciclo-oxigenase bloqueando a formação das prostaglandinas, mas ele não bloqueia a formação do tromboxano, de modo, que impeça a formação da prostaglandina que equilibra o efeito do tromboxano, deixando o tromboxano agir sozinho, mas a principal função do tromboxano é a agregação plaquetária, então esses medicamentos têm como principal efeito adverso formar trombos. Com isso foi verificado que eles aumentam o risco de AVC e de infartos, é por isso que eles não são utilizados para qualquer processo inflamatório, só sendo utilizados no caso que a inflamação é mais persistente, mais lesiva, como por exemplo da fibromialgia FATOR DE ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA Mediador bioativo, derivado dos fosfolipídios e geralmente é produzido por vários tipos de células, do quais se destaca as plaquetas, os neutrófilos, os basófilos, os monócitos, e as células endoteliais Quando essas células produzem fator ativador plaquetário, a função desse fator é promover a agregação plaquetária, além disso ainda tem a função de gerar bronco dilatação e vasoconstrição Quando liberado na inflamação ele age como mediador inflamatório e ele é um dos mediadores inflamatórios mais ativos, porque ele promove a degranulação de mastócitos e plaquetas, liberando mediadores que vão gerar os fenômenos vasculares, ele auxilia no deslocamento do leucócito para o foco inflamatório (atividade quimiotática). Ele favorece a adesão dos leucócitos a superfície endotelial, permitindo sua migração do leito vascular para o interstício e ele ainda auxilia do surto oxidativo no interior dos leucócitos, levando a produção dos radicais livres Assim como o sistema complemento, o fator de ativação plaquetária ele está presente desde os fenômenos vasculares até o processo de fagocitose, daí ele ser um dos mediadores mais ativos da inflamação CITOCINAS E QUIMIOCINAS As citocinas são mediadores a parte, sem elas nada relacionado à inflamação acontece Essas proteínas são produzidas por vários tipos de células, mas principalmente pelos linfócitos e pelos macrófagos ativados Desempenham inúmeras funções biológicas em vários tipos celulares Principais citocinas da inflamação- Interleucina 1 e Fator Necrose Tumoral, são sintetizadas a partir dos macrófagos ativados e sua liberação depende do contato dessas células leucocitárias com estímulos, esses estímulos podem ser a ação de endotóxinas, ação de proteinas do complemento, complexos imunológicos, lesões físicas Uma vez liberadas essas citocinas passam a desempenhar os principais papeis como mediadores da inflamação, isso porque elas vão aumentar a síntese de moléculas de adesão (selectinas e integrinas), para que ocorra os processos de rolagem, e aderência Mas elas também promovem a síntese de vários outros mediadores inflamatórios é o caso das quimiocinas, eicosanoides (metabólitos do ácido araquidônico), fatores de crescimento que participam do processo de reparação, até síntese do oxido nítrico que auxilia na manutenção da vasodilatação As citocinas ainda são responsáveis, juntamente com PGE2, das manifestações sistêmicas da inflamação aguda Uma vez que é ela que promove todas as alterações necessárias nos centros termorreguladores do hipotálamo para que a 15 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD febre aconteça. E são elas também que estimulam as sensibilizações da pele, provocada pelas bradicininas e prostaglandinas Fora isso é elas que são responsáveis pelas leucocitoses que são verificadas nas inflamações A quimiocina é um tipo de citocina, atuam principalmente como agente quimiotático ÓXIDO NÍTRICO Mediador pleiotrófico da inflamação, ele é produzido principalmente pelas células endoteliais Sua principal função é gerar vasodilatação A medida que a inflamação vai avançando, o oxido nítrico vai exercendo sua segunda função, que é inibir a agregação plaquetária, de modo que minimiza a quantidade de mediadores vasoativos que são liberados Redução dos fenômenos vasculares e consequentemente redução dos fenômenos exsudativos A intenção agora do oxido nítrico, é fazer com que a resposta inflamatória começe a diminuir o seu efeito, para que não se tenha mais lesão do que já aconteceu, e consiga reparar da melhor maneira possível o tecido danificado NEUROPEPTÍDEO São os mediadores liberados pelas células nervosas que se encontram nos tecidos Substância P e Neurocianina A Elas vão ter a mesma função que as aminas vasoativas (deflagrar os fenômenos vasculares), e dos eicosanoides (manter os fenômenos vasculares) RADICAIS LIVRES DERIVADOS DO OXIGÊNIO Eles são liberados no espaço extracelular, através dos leucócitos e isso pode ser mediado por ação de alguns estímulos como, o contato dos leucócitos com endotóxinas, com as quimiocinas, o mais comum é pela propagação do próprio processo de fagocitose Essas células leucocitárias podem deixar extravasar para o espaço extracelular, tanto uma pequena ou grande quantidade de radicais livres Quando ele permite a liberação apenas de uma pequena quantidade de radicais livres, esses radicais livres eles vão atuar aumentando nas outras células, a síntese e a liberação de citocinas, quimiocinas, e moléculas de adesão Eles vão atuar como mediadores que incentivam as etapas da inflamação No entanto, quando eles são liberados em altas concentrações, esses radicais livres eles passam a exercer efeito lesivo ao hospedeiro. Isso porque eles começam a lesionar as células endoteliais, aumentando a vasodilatação que mantem a inflamação, ele inibe as anti- proteases, que tem por função fazer com que a resposta inflamatória ela seja eficaz, mas que ela seja pouca lesiva e ele também lesiona vários outros tipos de células que se encontram no tecido, de modo que ele agrave a lesão do tecido, porque ele faz com que a inflamação inicialmente fisiológica e defensiva, passe a ser responsável pela extensão e profundidade da lesão tecidual TIPOS DE INFLAMAÇÃO Inflamação exsudativa- predomínio de exsudação plasmática 1. Inflamação serosa: Forma um exsudato aquoso, límpido, e com poucas células É o exsudato que aparece nas primeiras fases das lesões inflamatórias Exsudato plasmático pobre em proteinas e se assemelha ao soro Se divide em vesículas e bolhas Tanto nas vesículas como nas bolhas, que se forma durante algumas inflamações, como por exemplo das queimaduras de pele, dentro dessas estruturas tem-se uma grande quantidade de liquido, esse liquido é a exsudação serosa Tanto nas vesículas como nas bolhas, tem-se uma inflamação exsudativa que afeta o epitélio de revestimento, fazendo com que a superfície desse epitélio se eleve e dentro se encontra um exsudato límpido, aquoso e pobre em células A diferença é o tamanho entre elas, as vesículas têm um tamanho menor que 5 mm e as bolhas tem o diâmetro maior que 5mm 2. Inflamação fibrinosa: Exsudato que é produzido com aspecto filamentoso, rico em fibrina, e tem celularidade variável Se encontra esse tipo de inflamação principalmente nas superfícies serosas, é o caso da pleura, do pericárdio, e do peritônio, principalmente quando se 16 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD tem infecções ou traumatismos dessas regiões Também se encontra na mucosa da faringe, laringe, intestino, onde se observa os quadros de faringite, laringite, colite Maior quantidade de células no exsudato plasmático Grande concentração de fibrina Ela tanto se inicia nas inflamações agudas, isto é, nas fases agudas, como elas podem evoluir as suas formas crônicas. Se elas evoluem àinflamações crônicas, passa a ser chamada de inflamação pseudomembranosa Vai se observar a formação de uma crosta, a partir do exsudato fibrinoso Existem dois tipos de inflamação pseudomembranosa- crupal e diftérica, inflamações e acontecem nos epitélios de revestimento e que levam a uma grande exsudação de fibrina Crupal: Inflamação fibrinosa pseudomembranosa em que ocorre necrose do epitélio de revestimento ou mucosa, com abundante exsudação de fibrina e formação de placas brancacentas brilhantes facilmente removíveis (Associa-se com infecções estreptocóccicas) Diftérica: Inflamação fibrinosa pseudomembranosa em que ocorre necrose mais profunda, atingindo mucosa e submucosa, com formação de uma placa acinzentada opaca e que sangra facilmente à tentativa de remoção (associa-se com infecções com Corynebacterium difteriae no ser humano e com Shigella sp.) Essas inflamações são evoluções da inflamação fibrinosa 3. Inflamação mista: Se predomina duas ou mais exsudações simultaneamente A principal de acontecer é a serofibrinosa, Se vê tanto exsudato aquoso, como exsudato fibrinoso EX: Coriza nasal 4. Inflamação hemorrágica: Quando o exsudato é avermelhado, pela grande presença de hemácias Geralmente isso acontece, quando se tem uma severidade dos fenômenos vasculares, isto é, aumento da permeabilidade vascular, fazendo com que não somente células leucocitárias, mas também hemácias, o que gera a vermelhidão do exsudato 5. Inflamação mucosa/catarral: O exsudato produzido ele é viscoso, apresenta alto teor de mucina e tem cor e celularidade variável Alta concentração de muco Geralmente acomete as mucosas digestivas e respiratórias As principais causas são as infecções virais, infecções bacterianas, inflamações causadas por substancias químicas ou alimentos irritantes, ou inalação de poeira ou alérgenos Forma o catarro- exsudato plasmático e celulares, associados ao epitélio descamado, e uma grande quantidade de muco 6. Inflamação supurativa/purulenta: O exsudato tem um aspecto cremoso, amarelo/esverdeado, rico em polimorfo nucleares, e células necróticas Causada por uma bactéria piogênica, as principais são os estrepoto e estafilococos, que produzem toxinas Essa toxina bacteriana ao interagir com as células leucocitárias, promove a morte de algumas dessas células Essas células mortas liberam no espaço extracelular uma grande quantidade de enzimas lisossomais, essas enzimas lizossomais começam a liquefazer o tecido morto A junção do exsudato inflamatório com o tecido liquefeito forma o PUS Pústula: Inflamação exsudativa circunscrita de pequena área da camada superficial da derme ou da espessura da epiderme, com diâmetro inferior ou igual à 5 mm EX: Espinha Furúnculo: Inflamação exsudativa circunscrita na derme ou hipoderme, afetando folículo piloso, geralmente associado com infecções com Staphylococcus aureu Antraz: Conjunto de furúnculos (confluentes) com necrose de superfície externa e de tecidos que o circunscreve. Trata-se de um processo grave Abscesso: Inflamação circunscrita (apostematosa ou abscedante) caracterizada por: Cavidade neoformada (às custas de necrose liquefativa ou coliquativa devido à ação das lisosimas dos PMN) e pus (exsudato purulento); Membrana piogênica (parede interna da cápsula do abscesso, rica em PMN, fonte da exsudação); Membrana externa ou cápsula propriamente dita, constituída de tecido conjuntivo fibroso Com essa constituição, o abscesso não ocorre em dente, nem em osso e cartilagem (MATERA, 1975). Um abscesso pode evoluir para fistulação, drenagem, drenagem e cicatrização, ou para formação de cisto e calcificação. Quando a fistulação é interna, pode dar origem à chamada "Coleção de pus" 17 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD Fleimão ou Flegmão: Inflamação difusa e infiltrativa do tecido conjuntivo, geralmente associada à infecção com estreptococos beta hemolíticos. Não se forma uma membrana piogênica e o exsudato é muito fluido, devido à exagerada coliquação enzimática dos tecidos Coleção de pus: Acúmulo de pus em cavidades naturais, em conseqüência de inflamações purulentas nas serosas ou mucosas que as revestem ou de fistulação para dentro da cavidade de algum abscesso visceral. Nomenclatura: Prefixo "PIO" + termo designativo da cavidade afetada (tórax, peritonio, artro {cavidade articular], cele [cavidade vaginal testicular], salpinge [cavidade da tuba uterina], etc.…) Inflamações alterativas- predomínio de degenerações e células necróticas 1. Erosiva: Ela vai acontecer no epitélio de revestimento Se caracteriza por degeneração, necrose, e descamação restrita ao epitélio Ela é superficial A partir do momento que essa inflamação do epitélio de revestimento, ele passar a provocar descamação, degeneração e necrose profunda, onde nessa necrose profunda encontra-se soluções de continuidade da mucosa, podendo atingir a submucosa e provocando hemorragias, ela deixa de ser erosiva e passa a ser ulcerativa 2. Ulcerativa: Caracteriza-se pela presença de úlceras inflamatórias Material necrótico exsudativo superficial; Infiltrado inflamatório; Tecido conjuntivo frouxo com fenômenos flogógenos e reparativos Tecido cicatricial 3. Necrosante: Quando a necrose atinge grande parte do foco inflamatório, seja por ação do agente agressor (primária) ou em conseqüência da própria reação inflamatória (secundária) 4. Gangrenosa: Quando os tecidos inflamados e necrosados sofrem a ação de agentes exógenos, quase sempre conseqüência e agravamento de inflamações do tipo necrosante, em partes do organismo que se comunicam com o exterior (contato com ambiente contaminado) Inflamação proliferativa/ produtivas- Inflamações crônicas: 1. Hipertrofiante ou hiperplasiante: [ou ainda hipertrófica e hiperplásica] Inflamação crônica, preferencialmente de mucosas, com proliferação conjuntivo - vascular e/ou parenquimatosa, com espessamento e maior evidenciação de estruturas da mucosa (papilas, pregas, dobras, etc...) Podendo evoluir para crescimentos papilares e poliposos, às vezes com aspecto tumoral vegetante, papilar ou poliposo. Exemplos: Gastrite catarral crônica hipertrofiante; Retite, Colite, Gastrite e Cistite poliposas; Dermatite verrugosa; Habronemose cutânea eqüina e Zigomicose / Hifomicose cutânea eqüina. 2. Esclerosante: Inflamação crônica, preferencialmente de parênquimas, com produção excessiva de colágeno (fibroplasia), antes mesmo da extinção do processo inflamatório em sí (antes de desencadeada a reparação), resultando em alterações profundas na morfologia e fisiologia do órgão. Exemplos: Cirrose hepática (menor aumento) e (maior amento); Carnificação [fibrose] pulmonar; etc... 3. Granulomatosa: Inflamação crônica que se caracteriza pela formação de estruturas nodulares (os "granulomas", de VIRCHOW, do lt. "Granulo" = em forma de grão + "oma" = tumor ou aumento de volume), com arquitetura histológica tal, que muitas vezes permitem o diagnóstico da doença , mesmo sem a visualização do seu agente causal (donde a denominação também corrente de "Inflamação específica"). Basicamente trata-se de uma reação de macrófagos à agentes inanimados e inertes (agentes inflamatórios não imunogênicos nos casos de Granulomas de baixo turn-over ou tipo corpo estranho) ou animados de baixa virulência e grande resistência (agentes inflamatórios imunogênicos nos casos de Granulomas de alto turn-over ou imunogranulomas) O granuloma completo se compõem de: -Foco central de necrose caseosa ± calcificação distrófica -Células gigantes tipo LANGHANS e/ou CORPO ESTRANHO (oriundas da fusão de células epitelióides, alcançando até 300 Micrômetros de diâmetro); - Células epitelióides (macrófagosagrupados compactamente, assumindo o aspecto de células epiteliais pela compressão mútua, pela ação de um fator agregador de macrófagos); -Macrófagos não envelhecidos (Monócitos migrados para o foco inflamatório sob a ação de linfocinas, produzidas por linfócitos T em presença de antígeno); -Manto linfo-plasmocitário; -Cápsula fibrosa. http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/cirrhep2.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/cirrhep2.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/cirrhep1.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/cirrhep1.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/tcb02.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/tcb04.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/tcb04.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/04cg.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/04cg.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/04cgepi.jpg 18 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD
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