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Universidade de São Paulo Brasil PROVA DE CONHECIMENTOS GERAIS 28/03/2021 Instruções 1. Só abra este caderno quando o fiscal autorizar. 2. Verifique se o seu nome está correto na capa deste caderno e se a folha de respostas pertence ao grupo V. Informe ao fiscal de sala eventuais divergências. 3. Durante a prova, são vedadas a comunicação entre candidatos e a utilização de qualquer material de consulta e de aparelhos de telecomunicação. 4. Duração da prova: 5 horas. O(A) candidato(a) poderá retirar-se da sala definitivamente apenas a partir das 1 h. Não haverá tempo adicional para preenchimento da folha de respostas. 5. Lembre-se de que a FUVEST se reserva ao direito de efetuar procedimentos adicionais de identificação e controle do processo, visando a garantir a plena integridade do exame. Assim, durante a realização da prova, será coletada por um fiscal uma foto do(a) candidato(a) para fins de reconhecimento facial, para uso exclusivo da USP e da FUVEST. A imagem não será divulgada nem utilizada para quaisquer outras finalidades, nos termos da lei. 6. Após a autorização do fiscal da sala, verifique se o caderno está completo. Ele deve conter 90 questões objetivas, com 5 alternativas cada. Informe ao fiscal eventuais divergências. 7. Preencha a folha de respostas com cuidado, utilizando caneta esferográfica de tinta azul. Essa folha não será substituída em caso de rasura. 8. Ao final da prova, é obrigatória a devolução da folha de respostas acompanhada deste caderno de questões. FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA PARA O VESTIBULAR F V U E S T FUVEST 2021 1ª Fase - Conhecimentos Gerais Declaração Declaro que li e estou ciente das informações que constam na capa desta prova, na folha de respostas, bem como dos avisos que foram transmitidos pelo fiscal da sala. ASSINATURA O(a) candidato(a) que não assinar a capa da prova será considerado(a) ausente da prova. 3 01 Em uma folha de sulfite, desenha-se um quadrado cujos vértices são representados pelos pontos X, Y, Z e W e, em seguida, toma- -se um ponto E, sobre essa folha, exterior ao quadrado, de modo que o triângulo formado pelos pontos Y, Z e E seja equilátero. Assim, a medida do ângulo XÊW é (A) 15°. (B) 30°. (C) 35°. (D) 40°. (E) 45°. 02 Bruna e Leonardo acabam de sacar dinheiro em suas agências bancárias. Se Bruna der R$ 40,00 a Leonardo, eles ficarão com a mesma quantia. Se Leonardo der R$ 22,50 a Bruna, então a quantia dela passará a ser três vezes a quantia dele. Desse modo, os dois juntos possuem uma quantia, em reais, de: (A) 100. (B) 150. (C) 200. (D) 250. (E) 300. 03 Na figura a seguir temos BC = 4 cm, AC = 2cm, AC ⊥ CB e AD ⊥ DB . Sabendo que o ângulo CÂD é 30°, então a medida de BD , em cm, é igual a (A) 6 - dXX 3 ______ 3 (B) 6 dXX 3 - 3 (C) 2 dXX 3 - 1 (D) 4 - dXX 3 ______ 2 (E) 5 dXX 3 ____ 2 04 Considere a equação do segundo grau expressa por x2 + ax + 12 = 0. Para que a soma dos quadrados de suas raízes seja igual a 25, o valor de a pode ser (A) 7. (B) 6. (C) 5. (D) 4. (E) 3. 05 Sejam a e b são números reais positivos, dentre as igualdades apresentadas abaixo, a única verdadeira é: (A) 3 dXXXXXX a3 + b3 = a + b (B) 1 __________ a - dXXXXXX a2 + b2 = -1/b (C) ( dXX a - dXX b )2 = a - b (D) 1 _____ a + b = 1 __ a + 1 __ b (E) a 3 - b3 __________ a2 + ab + b2 = a - b 06 Em uma pesquisa realizada com 33 importadores de vinho, 22 importam vinho italiano, 14 importam vinho alemão e 27 im- portam vinho francês. Sabe-se que todos os importadores im- portam vinhos de pelo menos um desses países produtores e que, no total, 18 desses importadores importam de exatamente dois desses países. O número de importadores de vinho dessa pesquisa que importam dos três países é (A) 2. (B) 3. (C) 4. (D) 5. (E) 6. 07 O menor número inteiro positivo que devemos adicionar a 985 para que a soma seja o quadrado de um número inteiro positivo é (A) 37 (B) 39 (C) 41 (D) 43 (E) 45 08 Uma circunferência circunscrita a um pentágono regular estrela- do é apresentada na figura abaixo. A soma dos ângulos assinalados é igual a (A) 90° (B) 120° (C) 180° (D) 224° (E) 270° 09 Para receber um grupo de amigos em sua casa, uma pessoa en- comendou a um Buffet 7 salgadinhos para cada amigo. No dia da recepção, ao receber os salgadinhos, a pessoa notou que haviam 2 a mais do que o total encomendado. No entanto, comparece- ram à recepção 3 amigos a mais do que o previsto. Para resolver o imprevisto, a pessoa distribuiu exatamente 6 salgadinhos para cada amigo presente. Com isso, o número de amigos que com- pareceram à recepção foi (A) 19. (B) 18. (C) 17. (D) 16. (E) 15. 4 10 Na figura a seguir ABCD e EFGH são quadrados. Sabe-se que AC tem medida dXX 3 cm e que o ângulo A ̂ C H mede 60°. Logo, a área de EFGH, em cm2, é (A) 3 dXX 3 ____ 2 . (B) 3 - dXX 3 ___ 2 . (C) 3 - dXX 3 . (D) 3 ( 1- dXX 3 ______ 2 ) . (E) 2 dXX 3 - 6. 11 Sabe-se que em uma agência de viagens, durante um determi- nado momento, o número de clientes argentinos é expresso por A = 2 n+4 + 2n-2 - 2n-1 _____________ 2n-2 + 2n+1 e o número de clientes bolivianos é dado por B = n dXXXX 31+n ___ 31-n , com n ∈ N*, logo A + B corresponde a: (A) ( 2 __ 3 ) n (B) 2n (C) 16 (D) 18 (E) 20 12 Um topógrafo foi contratado para medir um terreno em forma de triângulo isósceles. As medições apontaram que a diferença entre as medidas de dois lados do terreno é 75 m. Sabendo que esses lados estão na razão de 8 para 5 e admitindo-se que o lado desigual é o de maior medida, o perímetro do terreno vale (A) 440 m (B) 450 m (C) 460 m (D) 470 m (E) 480 m 13 Observe a tabela periódica abaixo: I II III V IX X VI VIIIV De acordo com a tabela periódica, analise as afirmativas a seguir: I. Os elementos químicos representados por II e VII são gases nobres, pois pertencem à família 8A. II. O elemento químico representado por IV é um metal alcalino e possui apenas um elétron na camada de valência. III. O elemento químico representado por III está localizado no segundo período e pertence à família dos calcogênios (famí- lia 6A). IV. O elemento químico representado por V está localizado no quarto período e é classificado como um elemento repre- sentativo. Estão corretas: (A) I e II, apenas. (B) I e III, apenas. (C) II e III, apenas. (D) III e IV, apenas. (E) I, II e III, apenas 14 O cobre foi provavelmente o primeiro metal a ser descoberto e trabalhado pelo homem. Ainda que seja difícil estabelecer a data em que iniciou-se a sua utilização, acredita-se que tenha sido há mais de 7000 anos. O emprego do cobre possibilitou um pro- gresso para as civilizações mais antigas que evoluíram da idade da pedra para a do bronze. Atualmente, ainda é um elemento muito importante no desenvolvimento de novas tecnologias. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc34_3/10- EQ-37-10.pdf. Acesso em: 15 de dez. 2020. Com relação ao cobre, podemos afirmar que sua distribuição eletrônica no estado fundamental é (A) 1s22s22p63s23p64s13d10 (B) 1s22s22p63s23p64s23d10 (C) 1s22s22p63s23p64s23d9 (D) 1s22s22p63s23p64s23d8 (E) 1s22s22p63s23p64s23d7 Note e adote: Número atômico do cobre (Z): 29 15 De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP), o litro do álcool hidratado, um importante combustível, deve ser constituído por 96% v/v de álcool puro e o restante por água. As densidades desses componentes são dadas na tabela a seguir. Substância pura Densidade (g⋅L-1) água 990 etanol 790 Após a coleta de álcool hidratado em quatro postos de gasoli- na, as amostras foram levadas para análise de adulteração do combustível. Abaixo estão os valores da densidade medidos do combustível em cada um dos quatro postos: Posto de gasolina Densidade do álcool hidratado (g⋅L-1) A 810B 805 C 798 D 795 A partir dos valores obtidos, os combustíveis vendidos dentro das normas da ANP são somente aqueles vendidos pelos postos (A) A e B, apenas. (B) A e C, apenas. (C) B e D, apenas. (D) C e D, apenas. (E) A, B e D, apenas. 5 16 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, no Diário Oficial desta segunda-feira (26), resolução que proíbe a fa- bricação, distribuição e venda, de álcool líquido com graduação acima de 54° GL. A medida determina, ainda, que as empresas recolham os produtos existentes no mercado. Disponível em: http://g1.globo.com/economia/ noticia/2013/02/anvisa-publica-proibicao-de-venda-de- alcool-liquido.html. Acesso em: 04 de set. 2020. A venda do álcool hidratado 96% v/v é controlada por motivos de segurança devido a alguns casos de acidentes por manuseio incorreto do produto. A seguir, o gráfico representa a sua curva de aquecimento à pressão de 1 atm. Temperatura Temperatura (°C) TE = constante v s s + l l + v l PE = 78,1 Tempo [min] faixa de temperatura de fusão A partir da análise do gráfico, podemos afirmar que o álcool hi- dratado é uma (A) substância pura e as suas temperaturas de fusão e ebulição são constantes. (B) substância pura e apenas a sua temperatura de ebulição é constante. (C) mistura eutética e apenas a sua temperatura de ebulição é constante. (D) mistura azeotrópica e as suas temperaturas de fusão e ebuli- ção são constantes. (E) mistura azeotrópica e apenas a sua temperatura de ebulição é constante. 17 O uísque é uma bebida alcoólica que contém centenas de com- postos diferentes. Estes podem ser influenciados pelo tipo de malte e grãos utilizados, pelo processo de destilação e pela ma- deira utilizada nos barris utilizados no processo de envelheci- mento. Durante o processo de fabricação da bebida alcoólica, o líquido é destilado duas vezes, para reduzir a quantidade de água e em contrapartida aumentar a concentração do álcool etílico e do sa- bor. A destilação é realizada em um recipiente denominado de alambique, normalmente feito de cobre. Sobre o processo de destilação descrito, podemos afirmar que (A) separa os componentes de uma mistura homogênea do tipo líquido-líquido. (B) separa os componentes de uma mistura homogênea do tipo sólido-líquido. (C) separa os componentes de uma mistura homogênea do tipo sólido-gás. (D) separa os componentes de uma mistura heterogênea do tipo líquido-líquido. (E) separa os componentes de uma mistura heterogênea do tipo sólido-líquido. 18 Leia o trecho abaixo sobre o modelo atômico proposto por Bohr. Em três artigos de 1913, Bohr propôs seu modelo para explicar átomos e moléculas, baseado em ideias quânticas de M. Planck (...) Bohr fez sua escolha pelo modelo de Rutherford, a insta- bilidade clássica era absolutamente oportuna para o desenvol- vimento das suas ideias, propondo um modelo quantizado e nuclear. Disponível em: http://www.eventoexpress.com.br/cd-36rasbq/ resumos/T1546-1.pdf. Acesso em: 15 de dez. 2020. Com relação ao modelo atômico proposto por Bohr, podemos afirmar que (A) ele foi o responsável pelo descobrimento e caracterização de uma subpartícula carregada negativamente, o elétron (e-). (B) é capaz de explicar os diferentes espectros atômicos em fun- ção das diferentes transições eletrônicas, que variam de ele- mento para elemento. (C) ele foi o responsável pelo descobrimento e caracterização de uma subpartícula carregada positivamente, o próton (p+). (D) ele conclui que o átomo possui duas regiões distintas: o nú- cleo e a eletrosfera. (E) ele determinou a relação carga/massa de um elétron. 19 Uma palavra nova (e um tanto estranha) entrou há pouco tempo no vocabulário de quem costuma fazer dieta: xilitol. Trata-se de um adoçante de sabor e poder edulcorante (capacidade de ado- çar) similares ao açúcar branco, mas com menos calorias, entre outras vantagens. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/ noticias/redacao/2018/03/27/mais-saudavel-que- adocante-xilitol-nao-e-100-natural-mas-e-boa-opcao. htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 04 de set. 2020. A fórmula estrutural do xilitol é representada a seguir. OH OH OH OH OH CH CH CH CHH2C 2 Para uma amostra de 7,6 mg, a quantidade de átomos totais na amostra é (A) 3 ⋅ 1019 (A) 6 ⋅ 1019 (C) 12 ⋅ 1019 (D) 24 ⋅ 1019 (E) 66 ⋅ 1019 Note e adote: Mxilitol = 152 g⋅mol -1; Constante de Avogadro: 6 ⋅ 10²³ mol-1 20 O que é nitroglicerina e por que ela é tão potente? A nitroglicerina é uma substância amarelo-esverdeada, líquida à temperatura ambiente, descoberta pelo italiano Ascanio Sobre- ro em 1847 – e um dos explosivos químicos mais potentes que existem. Como todos os explosivos químicos, ela tem molécu- las muito instáveis, que se decompõem muito rápido após uma ignição, liberando grandes quantidades de gás e calor. Quanto maior a quantidade de gás produzida e quanto menor o tempo de reação, maior o estrago. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo- estranho/o-que-e-nitroglicerina-e-por-que-ela-e- tao-potente/. Acesso em: 04 de jan. de 2021. 6 Os explosivos funcionam, em muitos casos, a partir de grandes e rápidos deslocamentos de gases. A nitroglicerina, o primeiro explosivo a ser empregado em grande escala é um líquido sensí- vel ao choque, que, quando acionado, se decompõe conforme a reação química mostrada a seguir: 4 C3H5(NO3)3(l) → 6 N2(g) + 10 H2O(g) + 12 CO2(g) + 1 O2(g) A partir das informações acima, podemos afirmar que (A) O volume ocupado pelo CO2, após a detonação de 1 mol de nitroglicerina nas CNTP, é de 22,4 L. (B) O volume ocupado pelo CO2, após a detonação de 1 mol de nitroglicerina nas CNTP, é de 44,8 L. (C) A detonação de 2 mols de nitroglicerina produz uma massa de 16 g de O2. (D) A detonação de 2 mols de nitroglicerina produz 3 ⋅ 1020 mo- léculas de O2. (E) A detonação de 2 mols de nitroglicerina produz 3 ⋅ 1026 áto- mos de oxigênio. Note e adote: Volume molar nas CTNP (L ⋅ mol-1): 22,4 Massas molares (g ⋅ mol-1): O = 16; N = 14; C = 12 e H = 1 21 O ácido sulfúrico é produzido industrialmente a partir do enxofre por meio das seguintes etapas: I. S(s) + O2(g) → SO2(g) II. SO2(g) + 1/2 O2(g) → SO3(g) III. SO3(g) + H2O(l) → H2SO4(aq) A massa de ácido sulfúrico produzida, em quilos, a partir de 16 kg de enxofre contendo 40% de impurezas é (A) 9,4. (B) 19,4. (C) 29,4. (D) 39,4. (E) 49,4. Note e adote: MH2SO4 = 98 g ⋅ mol -1 e MS = 32 g ⋅ mol -1 22 Desde o início do ano, milhares de postos passaram a vender o S-50 (50 g de enxofre em 106 g de diesel S-50), que será substitu- ído em 2013 pelo S-10 (10 g de enxofre em 106 g de diesel S-10). A iniciativa da ANP compõe um cronograma do âmbito do Pro- grama Nacional de Combate à Poluição de Veículos Automotores (Proconve), do qual a Agência faz parte, e visa à redução dos elementos poluentes no ar das cidades brasileiras. Disponível em: http://www.anp.gov.br/institucional/publicidade/809- diesel-s-50. Acesso em 30 de jan. 2020. (Adaptado) A partir das informações fornecidas, podemos afirmar que a quantidade de átomos de enxofre em 320 g de diesel S-50 será de (A) 1 ⋅ 1020 átomos de S (B) 2 ⋅ 1020 átomos de S (C) 3 ⋅ 1020 átomos de S (D) 4 ⋅ 1020 átomos de S (E) 5 ⋅ 1020 átomos de S Note e adote: Dados: NA = 6 ⋅ 10 23 mol-1 e MS = 32 g⋅mol -1 23 A tabela a seguir apresenta os valores para duas propriedades periódicas (A e B) em função do número atômico (Z): Número atômico (Z) Li (Z=3) Be (Z=4) B (Z=5) C (Z=6) N (Z=7) O (Z=8) F (Z=9) A 167 112 87 67 56 48 42 B 0,98 1,57 2,04 2,55 3,04 3,44 3,98 Com base na tabela acima, podemos afirmar que as proprieda- des A e B são, respectivamente, a(o) (A) eletronegatividade e o raio atômico. (B) eletronegatividade e a eletropositividade. (C) raio atômico e a eletropositividade. (D) raio atômico e a eletronegatividade. (E) potencial de ionização e o raio atômico. 24 Considere um cristal de cloreto de césio, onde os íons de césio, Cs+, estão nos oito vértices de um cubo, com umíon de cloro, Cl−, no centro, conforme a figura a seguir. A aresta do cubo tem 0,20 nm. Os íons Cs+ possuem um elétron a menos, e os íons Cl− possuem um elétron a mais. Se um dos íons Cs+ está faltando, dizemos que o cristal possui um defeito. Cl Cs 0,20 nm+ - Nesse caso, o módulo da força eletrostática total exercida sobre o íon Cl− pelos íons Cs+ e o módulo da força eletrostática total exercida sobre o íon Cl− pelos íons Cs+, aproximadamente, quan- do apenas um íon de Cs+ está faltando são, respectivamente: (A) 0 N e 1 ⋅ 10-9 N (B) 0 N e 7,7 ⋅ 10-9 N (C) 1 N e 2,2 ⋅ 10-19 N (D) 2 N e 2,2 ⋅ 10-19 N (E) 3 N e 3,2 ⋅ 10-18 N Note e adote: Carga do elétron: |e-| = 1,6 ⋅ 10-19 C Constante eletrostática do meio: K = 9 ⋅ 109 Nm²/C² 25 João, um remador, deseja atravessar um rio de largura X com seu barco a uma velocidade constante u. Porém, a velocidade das águas não é constante. Considere que a velocidade das águas no ponto médio da distância de largura do rio tem máximo valor, conforme é ilustrado nas figuras abaixo pelas setas: X Fig. A O P V X Fig. B O P V X Fig. C O P V X Fig. D O P V 7 Baseando nos fundamentos da cinemática, e sendo t o tempo necessário para o barco atravessar o rio, assinale a alternativa correta. (A) A figura A representa corretamente a trajetória do barco; e o tempo t para atravessar o rio é igual a t = x/Vmáx - u. (B) A figura D representa corretamente a trajetória do barco; e o tempo t para atravessar o rio é igual a t = x/u. (C) A figura C representa corretamente a trajetória do barco; e o tempo t para atravessar o rio é igual a t = dXX 2 /u. (D) A figura B representa corretamente a trajetória do barco; e o tempo t para atravessar o rio é igual a t = x/u + Vmáx. (E) A figura D representa corretamente a trajetória do barco; e o tempo t para atravessar o rio é igual a t = dXX x /u + V. 26 No século XX, foram descobertas a existência de galáxias e a espantosa expansão do universo. Essa grandiosa descoberta é atribuída ao astrônomo norte-americano Edwin Hubble, e é considerada uma das maiores descobertas científicas do século. A famosa lei de Hubble relaciona a velocidade de afastamento entre dois corpos no universo com a distância entre eles: v = HR, onde R é a distância entre as galáxias e H a constante de Hubble determinada experimentalmente e igual a 75km/(s⋅Mpc). Com essa equação, é possível estimar a idade do universo, desde o Big Bang. Sendo 1 pc = 3 × 1016 m, a idade aproximada do Universo, em dias, é (A) 4,60 × 1012. (B) 2,70 × 1013. (C) 2,20 × 1014. (D) 5,60 × 1015. (E) 8,25 × 1017. 27 É possível estimar a velocidade de um sedimento muito antigo em relação a uma montanha submarina. O material do fundo do mar é extrudado desta montanha marinha e movimenta-se para longe a uma velocidade aproximadamente constante. 250 30 Id ad e (1 0 a no s) 6 Distância (km) 0 0 Nesse sentido, a intensidade da velocidade, em mm/ano, com que este material se afasta da montanha é aproximadamente (A) 10,3. (B) 16,7. (C) 19,0. (D) 19,4. (E) 24,0. 28 Um hamster atravessa um estacionamento, no qual, por algu- ma razão, um conjunto de eixos coordenados foi desenhado. As coordenadas da posição do hamster, em metros, em função do tempo t, em segundos, são dadas por: x = - 0,5 t2 + 5,5 t + 17 y = - 10 t3 + 240 t - 6 No instante igual a 5 s, o vetor posição ___ › R na notação dos vetores unitários _ › i e _ › j e seu módulo aproximado em relação à origem são, respectivamente, (A) 45 _ › i + 52 _ › j , 69 m (B) 50 _ › i + 55 _ › j , 74 m (C) 47 _ › i - 57 _ › j , 46,2 m (D) 61 _ › i - 54 _ › j , 58,4 m (E) 32 _ › i - 56 _ › j , 64,5 m 29 Considere dois navios de guerra, uma Corveta e uma Fragata, navegando paralelamente e no mesmo sentido em um trecho retilíneo. Sabendo que a Corveta apresenta comprimento 120 m e se lo- comove em movimento uniforme com velocidade escalar média de 24 m/s e a Fragata apresenta comprimento 150 m e se loco- move também em movimento uniforme, mas com velocidade escalar média de 8 m/s. O intervalo de tempo, em segundos, necessário para que a Corveta ultrapasse a Fragata a partir do momento em que a frente da Corveta estiver posicionada exata- mente ao lado da traseira da Fragata e ao final da ultrapassagem quando a traseira da Corveta estiver posicionada exatamente ao lado da frente da Fragata é de (A) 15 ___ 7 s (B) 115 ____ 3 s (C) 125 ____ 4 s (D) 135 ____ 8 s (E) 149 ____ 5 s 30 Uma esfera de aço de massa m = 0,250 kg a 180°C é colocada so- bre um bloco gigantesco de gelo a 0°C, e ambos são encerrados em um recipiente termicamente isolado. Depois de algum tempo, verifica-se que uma pequena parte do gelo se fundiu e o sistema atinge o equilíbrio térmico. A redução percentual do volume da esfera em relação ao seu volume inicial e a pequena massa de água obtida, supondo que todo calor perdido pela esfera tenha sido absorvido pelo gelo são respectivamente próximos de: (A) 1% e 0,08 kg. (B) 2% e 0,02 kg. (C) 5,5% e 0,1 kg. (D) 6,5% e 0,065 kg. (E) 6,5% e 0,350 kg. Note e adote: A massa do bloco de gelo é muito maior que a da esfera de aço. coeficiente de dilatação linear do aço: α = 12 × 10-5°C-1; calor específico do aço: c = 460 J/(kg°C); calor latente de fusão do gelo: L = 3,2 × 105 J/kg. 8 31 Dois cilindros metálicos feitos de materiais A e B têm os mesmos comprimentos; os respectivos raios estão relacionados como RA = 4RB. Quando a diferença de temperaturas entre suas extremi- dades são as mesmas, e a taxa de energia em forma de calor por condução também é a mesma, as condutividades térmicas dos ma- teriais estão relacionadas por: (A) kA = kB / 16 (B) kA = kB / 2 (C) kA = kB (D) kA = 2 kB (E) kA = 4 kB 32 Um objeto de 155 g de massa repousa, durante um minuto, so- bre a superfície de uma placa retangular de 25 cm de espessura e, ao final deste experimento, percebe-se que o volume do obje- to é 2,4 % superior ao inicial. 180 °C 200 °C 25,00 cm Placa ObjetoT T = = SUPERFÍCIE BASE A base da placa é mantida em 200 °C por uma chama a uma taxa constante de liberação de energia e nota-se que a sua superfície permanece em 180 °C. A fração de energia, em percentagem, efe- tivamente utilizada para deformar a peça é, aproximadamente, (A) 7% (B) 15% (C) 23% (D) 38% (E) 54% Note e adote: § Condutividade térmica da placa: 50 W/m⋅°C § Calor específico do objeto: 432 J/kg⋅°C § Coeficiente de dilatação linear do objeto: 1,6 ⋅ 10-5 °C-1 § Área da base da placa: 0,6 m2 33 A figura a seguir mostra duas cargas elétricas A e B com valores de 52 µC e 20 µC respectivamente no vácuo. 60 80 CA B 0 x (cm) y (cm) O campo elétrico resultante no ponto C tem módulo igual a: (A) 11/16 ⋅ 105 N/C (B) 71/8 ⋅ 105 N/C (C) 41/13 ⋅ 105 N/C (D) 29/56 ⋅ 105 N/C (E) 22/7 ⋅ 105 N/C Note e adote: Considere dXXXXXX 20089 = 142 K = 9 ⋅ 109 Nm2/C2 34 Segundo a figura a seguir, dois íons com cargas elétricas fixas estão separadas por uma distância d. 2q -4q O Origem d X O ponto ou os pontos sobre o eixo X em que o campo elétrico resultante tem valor nulo, está(ão) localizado(s) em: (A) x = (2 + dXX 2 ) ⋅ d (B) x = (2 - dXX 2 ) ⋅ d (C) x = -(2 + dXX 2 ) ⋅ d (D) x = -(2 + dXX 2 ) ⋅ d e x = (2 - dXX 2 ) ⋅ d (E) x = (2 + dXX 2 ) ⋅ d e x = (2 - dXX 2 ) ⋅ d Note e adote: Constante eletrostática do meio: K = 9 ⋅ 109 Nm2/C2 35 O módulo da força eletrostática entre dois íons positivos idênticos que estão separados por uma distância de 96 ⋅ 10-10 m vale apro- ximadamente 1 ⋅ 10-9 N. A carga de cada íon e a quantidade de elétrons que estão “faltando” (o que dá ao íon sua carga em dese- quilíbrio), aproximadamente, em cada íon são, respectivamente, (A) 1 ⋅ 10-19 C e 20 elétrons (B) dXX 3 ⋅ 10-19 C e 20 elétrons (C) 32 ⋅ 10-19 C e 20 elétrons (D)3,2 ⋅ 10-19 C e 30 elétrons (E) 2,2 ⋅ 10-19 C e 10 elétrons Note e adote: Carga do elétron: |e-| = 1,6 ⋅ 10-19 C Constante eletrostática do meio: K = 9 ⋅ 109 Nm2/C2 36 O esquema abaixo ilustra um importante experimento, atribuído a Stanley Miller e Harold Urey, com o propósito de estudar os eventos relacionados à origem da vida na Terra. mistura de gases torneira Fonte da Ilustração: h�p://www.planetabio.com.br/origem.html. (Acesso em 04/04/2019) condensador H2 NH3 CH4 recipiente de coleta + � H2O 9 Nesse experimento, (A) há a presença de todos os gases que compunham a atmosfe- ra da Terra primitiva: metano, amônia e hidrogênio. (B) as descargas elétricas induzem os gases a formar novas li- gações, mais complexas que as anteriores, de forma a gerar seres vivos. (C) o ambiente aeróbio favoreceu a ocorrência de reações quí- micas que resultaram na formação dos primeiros seres vivos. (D) a situação simula o ambiente caótico da Terra primitiva, em que não era possível surgirem estruturas orgânicas ou seres vivos. (E) um resultado possível, e que foi obtido pelos pesquisadores, é a formação de moléculas orgânicas a partir das condições a que os gases foram submetidos. 37 No início da década de 1950, o vírus que causa mixomatose foi introduzido na Austrália para controlar a população de coelhos, que se tornaram uma praga. Poucos anos depois da introdução do vírus, a população de coelhos reduziu drasticamente. Após 1955, a doença passou a se manifestar de forma mais bran- da nos animais infectados e a mortalidade diminuiu. Uma possí- vel explicação para esse evento é que (A) o vírus induziu o nascimento de coelhos mais resistentes à infecção, os quais deixaram maior número de descendentes. (B) as cepas de vírus muito agressivas e que levavam os hospe- deiros à morte muito rapidamente foram extintas. (C) a necessidade de adaptação dos coelhos à presença do vírus provocou mutações que lhes conferiram resistência. (D) o vírus induziu a produção de anticorpos que foram transmi- tidos pelos coelhos à prole, conferindo-lhe maior resistência com o passar das gerações. (E) os coelhos se tornaram imunes à mixomatose, de forma que o vírus passou a causar, neles, sintomas menos nocivos. 38 A imagem ilustra duas espécies de esquilos (Ammospermophilus harrisii e Ammospermophilus leucurus) encontrada em diferen- tes áreas do Grand Canyon nos Estados Unidos. (Neil A. Campbell et al. Biology: concepts and connec�ons, 2009. Adaptado.) As duas espécies, em um certo momento, eram apenas popula- ções diferentes da mesma espécie. O evento que consolidou a diferenciação dessas populações em espécies diferentes foi o(a) (A) surgimento de uma barreira física. (B) rompimento do fluxo gênico. (C) ocorrência de mutações diferenciadas em cada população. (D) isolamento geográfico. (E) ação de pressões seletivas distintas em cada população. 39 O cladograma a seguir traz as relações evolutivas entre dez espécies. A B SANTOS, C. M. D. Os dinossauros de Henning: sobre a importância do monofile�smo para a sistemá�ca biológica. Scien�ae Zudia, São Paulo, V.6, n.2, 2008. p. 179-200. (Adaptado). C D E F G H I J A análise do cladograma permite concluir que, evolutivamente, a(s) espécie(s) (A) E é mais próxima de F do que de G. (B) H é mais próxima de J do que de G. (C) A e C compartilham um ancestral comum exclusivo. (D) I e J são mais evoluídas do que E. (E) B é mais próxima de C do que de D. 40 Em meio à pandemia, RS encerra surto de sarampo Desde o mês de abril de 2020, o Rio Grande do Sul não registra novos casos de sarampo em solo gaúcho. Até 13 de junho des- te ano, foram 37 casos confirmados da doença, sendo o último paciente contaminado no mês de abril. Passado o período de 90 dias, a Vigilância da Saúde do Estado considerou encerrado o surto de sarampo no Estado. No ano passado, foram 101 casos confirmados e 789 suspeitos da doença. Obtido de: <https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/ ger al/em-meio-%C3%A0-pandemia-rs-encerra-surto- de-sar ampo-1.469907>. Acesso em: 06/set/2020. Com relação ao sarampo, pode-se afirmar que (A) o alto custo da produção de suas vacinas, não coberto pelo sistema público de saúde, torna inacessível a prevenção des- sa doença para grande parte da população. (B) seus agentes infecciosos são vírus que, quando enfraqueci- dos ou mortos para tratamento preventivo, estimulam res- posta imune no organismo humano. (C) é causado pelo bacilo de Koch, e, apesar de ter sido erradica- do na maioria dos países, continua reaparecendo em surtos como o citado no texto. (D) a produção de vacina específica para essa doença é feita atu- almente, em pequena escala, a partir da extração de anticor- pos de animais com sistema imune mais desenvolvido, como equinos. (E) seu agente infeccioso foi eliminado totalmente da maioria dos países, tornando desnecessária a aplicação de medidas preventivas. 10 41 Sobre as bactérias, podemos afirmar que (A) a parede celular dos organismos desse grupo é composta principalmente de peptidoglicano, uma gordura que possui capacidade impermeabilizante e que torna as bactérias re- sistentes aos antibióticos. (B) sua principal forma de reprodução é assexuada por brota- mento, como na espécie Escherichia coli, presente no estô- mago humano. (C) a conjugação bacteriana é um processo assexuado de ganho de variabilidade, via recombinação entre duas bactérias (do- adora e receptora), que pode promover resistência a deter- minado fármaco. (D) algumas, denominadas cianobactérias, apresentam cloro- plastos com a capacidade de realizar fotossíntese, o que au- xilia a produção de oxigênio atmosférico. (E) seu material genético é constituído de DNA circular, disperso no citoplasma sem nenhuma membrana nuclear. 42 Uma das estratégias mais comumente utilizadas para combater doenças causadas por microrganismos é o combate ao próprio vetor delas, quando presente; isto interrompe o ciclo de vida do causador da doença, reduzindo as chances deste de entrar em contato com humanos. Algumas doenças que podem ter sua inci- dência na população reduzida se esta estratégia for aplicada são (A) Amebíase, doença de Chagas e febre amarela. (B) Leptospirose, gripe e sarampo. (C) Malária, dengue e leishmaniose. (D) Doença de Chagas, febre aftosa e tuberculose. (E) Pneumonia, rubéola e giardíase. 43 Um grupo de estudantes decidiu analisar a composição de um determinado alimento. Os estudantes separaram uma porção de 200 gramas e conseguiram montar o seguinte gráfico: 100% 55,3% Proteínas Lipídios Carboidratos 37,9% 6,8% 20% 0% 80% 60% 40% O alimento estudado poderia ser um(a) (A) porção de macarrão. (B) pão de forma. (C) pedaço de chocolate. (D) ovo. (E) copo de azeite. 44 Após uma bela refeição, o seu sistema digestório quebrou o ali- mento ingerido e absorveu a partir dele grande quantidade de aminoácidos na corrente sanguínea. Um possível componente dessa refeição, a partir do qual os aminoácidos foram obtidos em maior quantidade, é uma porção de (A) batata frita. (B) salada de alface com tomate. (C) lasanha. (D) sorvete de chocolate. (E) filé de frango. 45 Considere uma enzima que atua de forma ótima quando o pH do meio em que ela se encontra está próximo de 3,0. A alcaliniza- ção do meio, trazendo o pH para valores próximos de 7,0, pode resultar na(o) (A) aceleração de sua atividade. (B) formação de novas ligações peptídicas. (C) perda da estrutura tridimensional. (D) mudança no número de aminoácidos. (E) adaptação estrutural para o pH atual. 46 O trecho a seguir corresponde à cadeia molde de um gene de uma bactéria: TACTAGAATGCGTCC Durante a transcrição houve uma mutação na base destacada, que resultou na adição de um nucleotídeo com base guanina no lugar do nucleotídeo que seria esperado caso a transcrição tivesse ocorrido normalmente. A partir da tradução do RNAm produzido nessa transcrição, (A) haverá certamente a formação de uma proteína mutante, com um aminoácido adicionado de forma incorreta.(B) não haverá formação de proteína viável, devido à mutação que conduz a um defeito na estrutura tridimensional. (C) espera-se que haja ação de mecanismos de correção da mu- tação ainda no núcleo, onde ocorre a síntese proteica. (D) a proteína mutante formada será certamente deletéria, tra- zendo alguma característica desvantajosa à bactéria que a está produzindo. (E) é possível que a proteína formada não apresente diferenças estruturais com relação à formada a partir do RNAm sem mutações. Leia o texto a seguir para responder às questões 47 a 49. Na América Latina, estima-se que 60% das crianças ganham o seu primeiro telefone celular aos 12 anos. Especificamente no Brasil, uma em cada três crianças acessa a internet por disposi- tivos móveis e a média de idade para se ganhar um celular tem sido 8 anos. Esses números evidenciam o alcance tecnológico na nova geração de brasileirinhos conectados, que segundo uma recente pesquisa do Instituto iStart, – órgão que tem a missão de levar mais educação em Ética e Segurança Digital para as famílias brasileiras – ainda não está recebendo orientações adequadas por parte da família e até da escola para o uso ético, legal, seguro e saudável destes dispositivos digitais. O estudo aponta que o mau uso das novas ferramentas tecnoló- gicas no ambiente escolar é frequente e as instituições pesqui- sadas foram unânimes ao afirmar que já registraram em média 20 ocorrências de utilização inadequada dos dispositivos entre os alunos desde o início do ano letivo de 2015. Os incidentes 11 mais comuns têm sido: cyberbullying (75%), distração, dispersão e interferência no andamento da aula por conta do manuseio do celular (56,25%) e a exposição demasiada de intimidade com o compartilhamento de imagens íntimas de menores de idade (31,25%). Na avaliação da Dra. Patricia Peck Pinheiro, advogada especialis- ta em Direito Digital e fundadora do Instituto iStart, hoje o ce- lular é uma ferramenta poderosa que funciona como a porta da rua digital, abrindo caminhos para as crianças ficarem expostas a bilhões de pessoas conectadas, onde não há muros nem por- tas. “Os pais devem alertar seus filhos sobre estes riscos. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a criança, que é o menor até 12 anos incompletos, não pode ficar desacompanha- da de um adulto, seja em casa, na rua tradicional ou na internet. Sempre tem que haver um adulto responsável supervisionando e assistindo.” https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br/. Acesso em 27/08/2020. 47 A alternativa que expressa uma ideia contida no texto é: (A) O alcance das crianças e jovens em relação ao acesso à inter- net não pode ser mensurado, uma vez que cresce constante- mente e exponencialmente. (B) O desprezo dos jovens sobre as orientações dos adultos, quanto ao uso do celular, ocasiona consequências negativas. (C) Não há consenso em pesquisas sobre quais as práticas mais recorrentes feitas por crianças e jovens na ambiente digital. (D) O limitado alcance da internet através do celular resguarda os jovens usuários de perigos mais sérios por parte de outros usuários. (E) Os cuidados que os adultos devem ter com as crianças no mundo físico devem ser os mesmos no ambiente digital. 48 Das seguintes citações a respeito da internet, frequentemente compartilhadas nas redes sociais, assinale aquela que condiz com as ideias presentes no texto. (A) “A internet aproxima os que estão distantes e afasta os que estão próximos”. (B) “On-line todo mundo fica. Internet todo mundo usa, mas ter conexão e entender as mensagens são poucos”. (C) “A internet te dá essa falsa impressão de que você não é ape- nas um figurante como na vida real”. (D) A internet é um mundinho perigoso e encantador, todo o cui- dado é pouco”. (E) “Num país que falta do pão ao feijão, internet e celular são artigos de luxo”. 49 A expressão “abrindo caminhos” (último parágrafo), no contexto em que se insere, possui o sentido de: (A) avançar fisicamente através de algo. (B) eliminar obstáculos concretos. (C) superar dificuldades pessoais. (D) facilitar uma determinada ação. (E) ampliar o tamanho de uma passagem. 50 Leia o trecho a seguir. "Pode orgulhar-se a nação capaz de dominar as suas mais graves crises políticas na ordem da Lei. Sábio é o povo que, na conquista e preservação de sua própria liberdade, expressa veemência no calor das ruas e na serenidade dos seus atos." Itamar Franco (trecho de discurso em 30 de dezembro de 1992) O trecho acima é parte de um discurso político proferido pelo então presidente Itamar Franco. Considerando intenção do dis- curso, o excerto apresenta a predominância da função da lin- guagem (A) expressiva. (B) conativa. (C) fática. (D) referencial. (E) metalinguística. 51 Aves de Bom jardim No mês de junho (melhor mês do ano), no interior do maranhão, homens e crianças compartilham o mesmo sonho de poder voar pelos céus, cortando os ares como um pássaro. Esse sonho é reduzido em uma brincadeira que deixa o céu de minha cidade colorido como um arco-íris. Pássaros de todas as cores e tamanhos sendo controlados pela meninada. Aves que voam sobre as casas acabam acidentadas em fios de energia, que por acidente acabam enfeitando todas as ruas. São tantos! Todos bem enfeitados com fitas, sedas e sa- colas, conduzidos pelos seus criadores que entram em uma bela disputa onde o mais afiado corta outro e é capturado pelo opo- nente. São poucos que conseguem permanecer uma hora no ar, restando os melhores pássaros que desfilam vitoriosos sobre a cidade. E quando, de repente, aparece um bando de crianças correndo, sem parar, de cara para cima e suas mães gritando: - Volta aqui, meninoooo! Não fique preocupado! É apenas mais uma ave sem rumo, guiada pelo vento que perdeu uma batalha. Realmente não há brincadeira melhor do que empinar uma pipa com seu melhor amigo e sair correndo por aí, nos céus de Bom Jardim. (Autor: Rivaldo dos Santos da Silva, aluno do Curso de Logística, IFMA Campus Santa Inês. Texto produzido para Olimpíada de Língua Portuguesa, 2016, em versão integral). Sobre várias passagens do texto, analise as afirmações a seguir. I. Em “(melhor mês do ano)”, observa-se uma impressão subje- tiva do narrador. II. Os termos “pássaros” e “aves” são empregados com sentido figurado no texto. III. O termo “meninada” é informal e carrega sentido de coletivi- dade. IV. O caráter literário e nostálgico justifica o uso de expressões coloquiais no texto. V. Em “Realmente não há brincadeira melhor do que empinar uma pipa”, observa-se um uso informal do verbo “haver”. São corretas as afirmativas: (A) I, III e V. (B) II, III e IV. (C) II, III, IV e V. (D) I, II, III e IV. (E) I, III, IV e V. 12 52 Analise a tirinha a seguir. VIKINGS NÃO PRECISAM DE UMA CASA GRANDE OU UM NAVIO IMENSO PRA SEREM FELIZES... DESCOBRINDO NOSSA FELICIDADE EM PEQUENAS COISAS... RUBIS, DIAMANTE, MOEDAS DE OURO, TAÇAS DE PRATA. GARRAFAS DE VINHO DE CEM ANOS... Chris Browne. Hagar. Folha de S. Paulo, São Paulo, 20 jun. 1991. Assinale a alternativa que analisa corretamente os aspectos pre- sentes na tirinha. (A) O adjetivo anteposto ao substantivo, no 2º quadro, é essen- cial para o efeito de humor. (B) O 3º quadro ratifica a fala do 1º primeiro quadro. (C) A caracterização da vida dos vikings, na personagem Ha- gar, condiz com conhecimento histórico sobre esse povo. (D) A enumeração de objetos, no 3º quadro, traz um tom abs- trato ao contexto. (E) A fala da personagem apresenta apenas linguagem for- mal. 53 Observe a imagem a seguir. DEIXE AS GARRAFAS SEMPRE DE CABEÇA PARA BAIXO PARA NÃO ACUMULAR ÁGUA Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica. No anúncio publicitário acima, observam-se estratégias para afetar e conscientizar o leitor. Sabendo disso, é possível afir- mar que: (A) o caráter apelativo da propaganda exemplifica a ênfase na mensagem passada pelo anúncio. (B) a disposição dos objetos apresentados interage com o leitor usando da emotividade.(C) a forma de advertência da mensagem traz consigo um tom conativo ao anúncio. (D) o efeito de sentido baseia-se na ambiguidade do texto verbal. (E) a função fática apresenta-se na situação informal de conver- sa, representada pelo texto verbal. Leia o texto a seguir para responder às questões 54 e 55. Declarações de Daniel Munduruku Frequentei a escola durante a ditadura militar, na década de 1970. Naquela época, as informações que eu tinha em sala de aula sugeriam que índio era atrasado, que índio era selvagem. Isso chegava até mim com um impacto muito violento. Passei a ter vergonha da minha cara, do meu cabelo, da minha origem. Eu não queria mais ser índio. Quem mudou a visão negativa que eu fazia de mim mesmo foi meu avô Apolinário. É claro que não foi da noite para o dia, mas o avô foi mostrando, às vezes com sábias palavras, às vezes apenas com o silêncio, que aquela era a minha família e que longe dela eu seria infeliz. Com meu avô aprendi o valor da ancestralidade. (Bruno Ribeiro. Daniel Munduruku: entrevista. http://consciencia.net. Adaptado) 54 No texto acima, a palavra “infeliz” é composta pelo processo de derivação prefixal e o prefixo “in-” possui o sentido de negação. Assinale a alternativa em que a palavra apresenta essa mesma característica. (A) Internacional. (B) Ambivalente. (C) Desobstrução. (D) Incendiário. (E) Antepassado. 55 Das propostas de mudança para vocábulos destacados presen- tes nos trechos, assinale a opção em que a substituição preserva o sentido original no contexto. (A) “sugeriam que índio era atrasado” (vanguardeiro). (B) “as informações que eu tinha em sala de aula sugeriam” (indiciavam). (C) “chegava até mim com um impacto muito violento” (plácido). (D) “Passei a ter vergonha da minha cara” (parentela). (E) "Quem mudou a visão negativa que eu fazia de mim” (equânime). 56 Os deslimites da palavra Ando muito completo de vazios. Meu órgão de morrer me predomina. Estou sem eternidades. Não posso mais saber quando amanheço ontem. Está rengo de mim o amanhecer. Ouço o tamanho oblíquo de uma folha. Atrás do ocaso fervem os insetos. Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu destino. Essas coisas me mudam para cisco. A minha independência tem algemas. Manoel de Barros A linguagem do poema acima apresenta usos diferentes para algumas palavras comuns. Assinale a alternativa em que houve mudança na classe morfológica da palavra em destaque. (A) “Ando muito completo de vazios”. (B) “Meu órgão de morrer me predomina”. (C) “Não posso mais saber quando amanheço ontem”. (D) “Está rengo de mim o amanhecer”. (E) “A minha independência tem algemas”. 13 57 Leia o texto a seguir e sua tradução Quantos an gran coita d’amor eno mundo, qual og’ eu ei, querrian morrer, eu o sei, o averrian én sabor. Mais mentr’ eu vos vir’, mia senhor, sempre m’eu querria viver, e atender e atender! Pero já non posso guarir, ca ja cegan os olhos meus por vos, e non me val i Deus nen vos; mais por vos non mentir, enquant’ eu vos, mia senhor, vir’, sempre m’eu querria viver, e atender e atender! E tenho que fazen mal-sen quantos d’amor coitados son de querer as morte, se non ouveron nunca d’amor ben com’eu faç’. E, senhor, por én sempre m’eu querria viver, e atender e atender! Tradução Quantos o amor faz padecer penas que tenho padecido, querem morrer não duvido que alegremente queiram morrer. Porém enquanto vos puder ver, vivendo assim quero estar e esperar, e esperar. Sei que a sofrer estou condenado e por vos cegam os olhos meus. Não me acudis; nem vos, nem Deus. Mas, se sabendo-me abandonado, ver-vos, senhora, me for dado, vivendo assim eu quero estar e esperar e esperar. Esses que veem tristemente desamparada sua paixão, querendo morrer, loucos estão. Minha fortuna não é diferente; porem eu digo constantemente: vivendo assim eu quero estar e esperar e esperar. João Garcia Guilhade in: Natália Correia (trad.) Cantares dos trovadores galego-portugueses. A respeito da cantiga apresentada e de sua tradução, leia as afir- mações a seguir: I. o conjunto de versos repetidos ao final de cada estrofe é chamado de “refrão” e, no poema apresentado, enfatiza o sofrimento do eu lírico. II. o primeiro verso da cantiga contribui para a definição do tema, que é o sofrimento amoroso, e também para direcio- nar o modelo utilizado (cantiga de amigo). III. na última estrofe, encontramos um procedimento em que o eu lírico se compara a outros trovadores. Tal recurso expres- sivo é uma estratégia para indicar que o eu lírico sofre mais que os outros pretendentes pelo amor de sua dama. Estão corretas: (A) I, apenas. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III. 58 Leia o texto a seguir: O mundo épico é totalmente acabado, não só como evento real de um passado longínquo, mas também no seu sentido e no seu valor: não se pode modificá-lo e nem reavaliá-lo. Ele está pronto, concluído e imutável, tanto no seu fato real, no seu sentido e no seu valor. Mikhail Bakhtin. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. O fragmento apresentado, do teórico Mikhail Bakhtin, tece uma afirmação a respeito do gênero literário épico. Tal ideia pode ser conectada ao fato de que as epopeias (A) não dão conta de problemas que são contemporâneos, sus- tentando sua organização em um passado absoluto e fechado. (B) discutem temas de baixa representatividade coletiva, o que fez com que, historicamente, permanecessem fechadas em seus valores. (C) são um tipo de texto que não despertam interesse pelo fato de abordarem somente fatos míticos, que não apresentam vínculos com a realidade. (D) abordam nações e povos que ruíram sem apresentar nenhu- ma glória ou conquista de que pudessem se orgulhar. (E) não apresentavam temas dotados de grande universalidade, ficando restritas a acontecimentos não representativos de uma sociedade. 59 Leia o texto a seguir: Quando uma palavra é empregada de forma referencial, isto é, literal, usual, comum, com o significado que normalmente cons- ta nos dicionários (...), dizemos que ela está em seu sentido de- notativo. Quando, por outro lado, é utilizada fora de seu sentido habitual, ou seja, de maneira figurada, diz-se que está em seu sentido conotativo. Como a literatura trabalha com as várias possibilidades que o es- critor, inserido em determinado contexto histórico-cultural, tem para expressar-se e reinventar a própria língua, predomina nessa forma de arte a conotação. Nesse sentido, a linguagem literária estrutura-se a partir de um arranjo especial, múltiplo, das palavras, por isso diz-se que ela é multissignificativa. (Wilton Ormundo e Mara Scorsafava. “A literatura atribui novos sentidos às palavras” in: Conexões em língua portuguesa: literatura). O fragmento apresentado sustenta em sua argumentação a ideia de que o texto literário é caracterizado por apresentar um(a) (A) função expressiva mais utilitarista. (B) campo mais restrito de significação. (C) esfera de ação ligada ao conteúdo. (D) predomínio da experiência referencial. (E) maior ênfase no plano da expressão. Leia o texto a seguir para responder às questões 60 e 61. Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância. Gregório de Matos, Poemas escolhidos. 14 60 A crítica literária afirma que o homem barroco, por viver em um estado de tensão e desequilíbrio, procura a compensação por meio de um culto exagerado da forma do poema. No soneto apre- sentado, tal característica pode ser percebida pelo emprego de (A) um uso exclusivo da ordem direta,destinado a evidenciar a opção do autor por uma sintaxe mais límpida e objetiva. (B) versos livres, que procuram atribuir uma atmosfera de maior liberdade à estrutura de composição do poema. (C) invocações constantes de uma herança greco-romana, funda- da não só na mitologia, mas também na valorização do corpo. (D) figuras de linguagem de base antonímica, destacando-se o uso de antíteses que vão surgindo no decorrer das estrofes. (E) expressões de baixa complexidade, que buscam reconectar o homem às experiências mais comuns de seu dia a dia. 61 Neste soneto de Gregório de Matos, surgem dois temas centrais da arte barroca, que são a instabilidade do mundo e a (A) fugacidade do tempo. (B) busca pela beleza terrena. (C) durabilidade dos sentimentos. (D) felicidade momentânea do homem. (E) exaltação da natureza. Leia o texto a seguir para responder às questões 62 e 63. A ideia de que Machado de Assis teria deixado as inovações es- truturais de lado neste romance cai por terra desde o próprio tí- tulo do livro. O nome "Quincas Borba" estabelece um jogo curioso com quem lê o romance: automaticamente direcionado a princí- pio para o personagem que efetivamente não se concretiza como protagonista do livro, o leitor então se vê, de saída, desestabiliza- do pelo título, que parece apontar para o norte errado. O prota- gonista é Rubião, ao contrário do esperado. Aí está dado o estra- nhamento. No entanto, o título não é pista falsa. É justamente o estranhamento inicial que, num segundo momento, ecoando na cabeça do leitor, fará com que ele se pergunte sobre a importância do personagem homônimo. Se a história de Rubião recebe o título de Quincas Borba é justamente porque é a partir dele, na sua falta ou no seu espelhamento, que toda a estrutura do romance vai se organizar. O filósofo Quincas Borba é, de acordo com Helder Macedo, "a ausência estruturante do livro". Ana Maria Vasconcelos Martins de Castro. “O todo e o detalhe em Quincas Borba” in: Revista Machado de Assis em linha. Ano 4, número 7, junho 2011. 62 Com base em seus conhecimentos a respeito do livro Quincas Borba e de outros textos machadianos, analise as afirmações a seguir: I. A ideia apresentada no primeiro parágrafo, de que, em Quin- cas Borba, “Machado de Assis teria deixado as inovações es- truturais de lado”, remete ao fato de que, em Memórias pós- tumas de Brás Cubas, o autor teria feito uso de um inusitado expediente narrativo. II. O texto afirma que o fato de Machado de Assis utilizar no título da obra um nome que não faz referência imediata ao personagem principal (Rubião) torna confusa e insustentável a compreensão do romance pelo leitor. III. Embora seja oriundo do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, o personagem Quincas Borba não apresenta atitudes que remetam ao romance anterior, ou mesmo, que permitam ao leitor enxergar conexões entre as obras. Estão corretas: (A) I, apenas. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) III, apenas (E) II e III, apenas. 63 Ao final do texto, a autora cita um pesquisador que se refere ao filósofo Quincas Borba como sendo "a ausência estruturante do livro". Tal afirmação refere-se ao fato de Quincas (A) conduzir espiritualmente as ações de Rubião na figura do cão que herda o nome do dono. (B) realizar aparições fantasmagóricas no decorrer da obra, a fim de aconselhar Rubião (C) ter deixado documentos pessoais que trariam revelações im- portantes para o leitor. (D) ser o organizador das experiências ideológicas do livro, mes- mo após sua morte. (E) deixar uma herança a Rubião que trará felicidade a essa per- sonagem por toda a narrativa. 64 Eratóstenes nasceu em Cirene, na Grécia, por volta do ano 276 a.C., e estudou na cidade natal, em Alexandria e Atenas. De sua extensa produção intelectual sobressaem à medição do meridia- no terrestre e o método prático de determinação dos números primos, conhecido como crivo de Eratóstenes. Para medir o me- ridiano terrestre, Eratóstenes baseou-se na observação da po- sição do Sol em Alexandria e Siena (hoje Assuã), situadas sobre o mesmo meridiano, mas em latitudes diferentes. Sabendo que a distância entre as duas cidades era de cinco mil estádios egíp- cios, relacionou essa medida com as posições ocupadas pelo Sol, num mesmo instante, em cada uma delas e concluiu que equivalia a 1/50 do meridiano terrestre. Considerando os meios rudimentares de que dispunha, o erro foi muito pequeno. Homem de ampla cultura, o geógrafo e matemático grego Era- tóstenes foi o primeiro a (A) determinar o comprimento da circunferência terrestre, além de tratar, com maior ou menor profundidade, todas as ciên- cias de seu tempo. (B) reproduzir todos os tratados de matemática conhecidos des- de a antiguidade, permitindo construir as pirâmides do Egito. (C) supor que a Terra era plana, pois mediu o plano cartográfico do planeta sem contar com tecnologia alguma. (D) estabelecer que o Polo Sul do globo, em sua versão amassa- da, assumiria uma configuração peculiar, a de um geoide. (E) a confirmar a Antártida como um paredão de gelo que serve de moldura para a superfície terrestre, segurando a água dos oceanos. 65 Observe, com atenção, a imagem de satélite a seguir. https://climapedia.openbrasil.org/2014/09/.html Devido à sua estrutura física, esse sistema meteorológico tem-se mostrado decisivo na caracterização das diferentes condições de tempo e de clima em áreas da Região Tropical, este (A) é composto pela divergência de ventos planetários, conheci- dos como “alísios”; é um sistema anticiclônico dos mais no- táveis do planeta. 15 (B) age o ano inteiro na região centro-sul da Amazônia, provo- cando pesados aguaceiros frontológicos, responsáveis pelo regime fluvial da região. (C) é uma faixa de médias latitudes convergente e ascendente; esse sistema migra para o norte e para o sul do equador ge- ográfico, de acordo com a marcha aparente anual do Sol. (D) age no verão-outono sobre a região sudeste do Brasil, pro- piciando a existência de aguaceiros de caráter convectivo; é responsável pelo regime intenso de chuvas. (E) é acompanhado de intensa nebulosidade; a confluência de fluxos de ar nessa área resulta em consideráveis movimentos ascendentes com elevado teor de umidade. 66 A Estância do meu Pai Teixeirinha Nunca pensei que um dia eu voltaria Lá na estância rever a casa amarela Entrar na porta e olhar peça por peça Me debruçar no parapeito da janela Vi o terreiro que eu brinquei quando criança O arvoredo carregadinho de flor Os campos verdes o açude aonde eu pescava A vizinhança e o meu primeiro amor Disponível em: https://www.letras.mus.br/teixeirinha- musicas/207609/. Acesso/30/10/20. A relação do homem com o espaço geográfico, expressa na letra da música, refere - se à abordagem da Geografia (A) humanista; ao enfatizar as relações afetivas do homem com o espaço, constituindo o lugar. (B) radicional; para a qual a natureza é o fator predominante na relação do homem com o meio. (C) crítica; pois trata-se de uma revisão das relações do homem com a natureza original. (D) marxista; na medida em que o foco da relação homem − meio é a propriedade da terra. (E) positivista; que privilegia a descrição da paisagem em detri- mento das relações sociais. 67 Para realizar a questão, leia os textos a seguir: Texto I: As raízes imediatas da Guerra Fria, ao menos em termos estru- turais amplos, estavam na intersecção entre um mundo prostra- do por um conflito global devastador e as receitas conflitantes de ordem internacional que Washington e Moscou procuravam impor a esse mundo influenciável e despedaçado pela guerra. Sempre que uma ordem internacional predominante e seu sis- tema de equilíbrio de poderes são derrubados, o resultado é in- variavelmente algum grau de conflito. Nada menos seria de se esperar quando essa derrubada ocorre tão avassaladoramente de uma hora para outra. Disponível em: https://www.lpm.com.br/livros/Imagens/ guerra_fria_encyclopaedia_trecho.pdf Acesso/30/10/20.Texto II: A Guerra Fria aconteceu entre 1947 e 1991 e marcou a polariza- ção do mundo em dois blocos: um liderado pelos americanos e outro pelos soviéticos. Essa polarização gerou um conflito polí- tico-ideológico entre as duas nações e seus respectivos blocos, cada qual defendendo os seus interesses e a sua ideologia. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/ historiag/guerra-fria.htm Acesso/30/10/20. Com o término da Guerra Fria, surgiram inúmeras propostas de regionalização para o mundo, com destaque para a proposta que regionaliza os países segundo o seu desenvolvimento (desenvol- vidos e subdesenvolvidos). Atualmente esta vem sendo questio- nada, pois (A) a partir dos anos 1990, o abismo econômico entre os países considerados como subdesenvolvidos, cresceram muito. (B) devido a difusão tecnológica, a distância nos níveis de desen- volvimento e qualidade de vida vem caindo entre países de renda alta e baixa. (C) apenas a comparação com os países socialistas permitia a distinção das condições de desenvolvimento entre diferentes nações. (D) a compreensão de desenvolvimento foi modificada por polí- ticas ambientais, privilegiando os países pobres. (E) as crises econômicas mundiais recorrentes, desde 2000, fi- zeram com que muitos países desenvolvidos reduzissem sua riqueza. 68 Com a intenção de identificar as regiões que apresentam seme- lhanças na incidência dos raios solares, o globo terrestre foi di- vidido em cinco Zonas Climáticas ou Zonas Térmicas. Para isso utilizamos as linhas imaginárias (paralelos) que dividem a Terra em: zonas polares, temperadas e intertropical. A distância entre esses paralelos é medida em graus, que partem do Equador, em direção aos polos. Disponível em: https://www.infoescola.com/geografia/ zonas-climaticas-da-terra/. Acesso em: 26/11/20. Zona fria Zona templada Zona cálida Zona templadaZona fria Polo Sur Ecuador Polo Norte Disponível em: https://blogdoenem.com.br/zonas- climaticas-terra-geografia/. Acesso:23/11/20. As Regiões de médias latitudes, em termos climáticos, são aque- las que situam-se entre a zona intertropical e os círculos polares. Com relação às Zonas Temperadas da terra, temos que a (o) (A) clima Temperado Continental, entre as latitudes de 85º e 90º, aproximadamente, possui verões moderadamente quentes e os invernos são amenizados pelas corrente marítimas de Humboldt. (B) Zona Temperada do Norte é constituída, em sua maior parte, de terras emersas, enquanto, no sul, as terras emersas ocor- rem apenas no extremo sul da África parte da América do Sul e Oceania. (C) as Zonas tropicais da Terra possuem a vegetação original bas- tante preservada, tendo em vista a fraca ocupação humana nessas áreas em virtude dos rigores do clima. (D) a Oceania está situada entre o trópico de Capricórnio e o Cír- culo Polar Ártico, onde o clima temperado é caracterizado pela forte ocorrência de neve no inverno. (E) o clima Temperado Continental, entre as latitudes de 85º e 90º, aproximadamente, possui verões moderadamente quentes e os invernos são amenizados pelas correntes marí- timas de Humboldt. 16 69 A atmosfera é uma camada relativamente fina de gases e mate- rial particulado (aerossóis) que envolve a Terra. De fato, 99% da massa da atmosfera está contida numa camada de ~0,25% do diâmetro da Terra (~32 km). Esta camada é essencial para a vida e o funcionamento ordenado dos processos físicos e biológicos sobre a Terra. A atmosfera protege os organismos da exposição a níveis arriscados de radiação ultravioleta, contém os gases ne- cessários para os processos vitais de respiração celular e fotos- síntese e fornece a água necessária para a vida. Disponível em: http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/ cap1/cap1-2.html. Acesso: 23/11/20. A atmosfera terrestre é formada por diversos gases importantes para a vida. É na atmosfera que se desenvolve o clima. Sobre o clima temos que (A) quanto menor a latitude, menor é a temperatura em função da baixa umidade relativa do ar. (B) este refere-se a um estado momentâneo das condições, que influencia todo o Globo. (C) a altitude e a temperatura são, nesse caso, grandezas inver- samente proporcionais, quando uma aumenta, a outra dimi- nui, e vice-versa. (D) ao nos afastamos da costa, encontramos amplitudes térmi- cas menores devido a ação da continentalidade. (E) as massas de ar influenciam diretamente os climas frios, pois, nos climas quentes, elas não conseguem romper o albedo. 70 Os gráficos abaixo mostram os índices pluviométricos e as tem- peraturas em algumas cidades localizadas em biomas típicos do nosso País. No que diz respeito aos gráficos acima e nos conhecimentos acerca dos biomas brasileiros, temos que: (A) nas quatro regiões, os índices pluviométricos não apresen- tam grandes variações ao longo do ano. (B) Bagé apresenta a distribuição pluviométrica mais irregular durante o ano. (C) nas quatro regiões, os meses com os maiores índices pluvio- métricos são aqueles em que ocorrem as temperaturas mais baixas. (D) as plantas da região de Goiânia devem apresentar adaptações para períodos de estiagem e para sobreviverem ao fogo. (E) a floresta de Araucárias apresenta um índice pluviométrico de cerca de 3.000 m anuais. 71 Analise o mapa de fusos horários: Supondo que um passageiro saia às 8h da manhã de João Pessoa (PB) com destino a Manaus (AM) para uma reunião e sabendo- -se que a viagem teve duração de 6 horas e 30 minutos. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o horário local em que o passageiro deve chegar a Manaus (AM). (A) 06h30min (B) 10h30min (C) 11h30min (D) 13h30min (E) 14h30min 72 As duas notícias abaixo se referem a eventos geológicos recen- tes envolvendo placas tectônicas. Notícia 1 “Um forte terremoto de 8.4 graus abalou, na quarta-feira, a re- gião central do Chile, segundo o Centro Sismológico Nacional da Universidade do Chile (CSN). O tremor balançou prédios, pro- vocou um alerta de tsunami e deixou a população em pânico.” (Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/ 09/terremoto-no-chile-e-sentido-em-cidades-do-rs-e -em-outros- estadosdo-brasil-4849599.html. Acesso em 24 set. 2015). Notícia 2 “O Nepal foi atingido neste sábado (25) por um terremoto de magnitude 7.8 o mais devastador no montanhoso país asiático em 81 anos, deixando mais de 1900 mortos e mais de 4700 fe- ridos no país.” (Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ mundo/2015/04/1621135 . Acesso em 24 set. 2015). 17 Considerando o seu conhecimento sobre o assunto, analise as afirmativas que seguem. I. O movimento de placas tectônicas a que se referem às notí- cias 1 e 2 é conhecido como convergente. II. Na notícia 1, o movimento de placas é convergente, e, na notícia 2, é divergente. III. Nas duas notícias, o movimento das placas é divergente. IV. Em movimentos convergentes, as placas tectônicas se coli- dem (chocam), e, em divergentes, elas se afastam. É correto apenas o que se afirma em: (A) I, II e III. (B) I e IV. (C) II e III. (D) II, III e IV. (E) I, II e IV. 73 Os agentes externos (exógenos ou modeladores do relevo) são a chuva, os ventos, os rios, os oceanos, a alternância de tempe- ratura, o gelo/degelo e os seres vivos, principalmente o homem. Essas forças podem atuar de forma simultânea, realizando um trabalho escultural ou de modelagem da paisagem. Assim, reali- zam um trabalho de desgaste nas áreas elevadas e de acumula- ção nas áreas rebaixadas. O conjunto dos fatores externos que resulta no desgaste e na decomposição das rochas é denominado (A) erosão pluvial. (B) sismo. (C) sedimentação. (D) intemperismo. (E) degradação. 74 Passaram-se semanas. Jerônimo tomava agora, todas as ma- nhãs, uma xícara de café bem grosso, à moda da Ritinha, e traga- va dois dedos de parati “pra cortar a friagem”. Uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele, dia a dia, hora a hora, reviscerando-lhe o corpo e alando-lhe os senti- dos, num trabalho misterioso e surdo de crisálida.A sua energia afrouxava lentamente: fazia- se contemplativo e amoroso. A vida americana e a natureza do Brasil patenteavam-lhe agora aspec- tos imprevistos e sedutores que o comoviam; esquecia-se dos seus primitivos sonhos de ambição, para idealizar felicidades novas, picantes e violentas; tornava-se liberal, imprevidente e franco, mais amigo de gastar que de guardar; adquiria desejos, tomava gosto aos prazeres, e volvia-se preguiçoso, resignando- -se, vencido, às imposições do sol e do calor, muralha de fogo com que o espírito eternamente revoltado do último tamoio en- trincheirou a pátria contra os conquistadores aventureiros. E assim, pouco a pouco, se foram reformando todos os seus há- bitos singelos de aldeão português: e Jerônimo abrasileirou-se. (...) E o curioso é que, quanto mais ia ele caindo nos usos e costu- mes brasileiros, tanto mais os seus sentidos se apuravam, posto que em detrimento das suas forças físicas. Tinha agora o ouvido menos grosseiro para a música, compreendia até as intenções poéticas dos sertanejos, quando cantam à viola os seus amores infelizes; seus olhos, dantes só voltados para a esperança de tor- nar à terra, agora, como os olhos de um marujo, que se habitu- aram aos largos horizontes de céu e mar, já se não revoltavam com a turbulenta luz, selvagem e alegre, do Brasil, e abriam-se amplamente defronte dos maravilhosos despenhadeiros ilimita- dos e das cordilheiras sem fim, donde, de espaço a espaço, surge um monarca gigante, que o sol veste de ouro e ricas pedrarias refulgentes e as nuvens toucam de alvos turbantes de cambraia, num luxo oriental de arábicos príncipes voluptuosos. AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. Uma peculiaridade cultural que decorre da presença da escravi- dão e que está implícita nas reflexões do narrador é a (A) predisposição ao antilusitanismo. (B) convicção na existência de um caráter nacional. (C) elevação da música a emblema da nação. (D) desvalorização da mestiçagem brasileira. (E) desvalorização do valor do trabalho manual, associado à es- cravaria, libertos e aos indígenas. 75 Eu por vezes tenho dito a V. A. aquilo que me parecia acerca dos negócios da França, e isto por ver por conjecturas e aparências grandes aquilo que podia suceder dos pontos mais aparentes, que consigo traziam muito prejuízo ao estado e aumento dos senhorios de V. A. E tudo se encerrava em vós, Senhor, trabalhar- des com modos honestos de fazer que esta gente não houvesse de entrar nem possuir coisa de vossas navegações, pelo grandís- simo dano que daí se podia seguir. LEITE, Serafim. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil. 1954. O texto foi retirado de uma carta redigida pelo padre jesuíta Dio- go de Gouveia ao Rei de Portugal D. João III, escrita em Paris, em 17/02/1538. Seu conteúdo evidencia (A) a apreensão dos jesuítas portugueses com a expansão de je- suítas franceses que vinham influenciando os nativos. (B) a persistência dos ataques franceses contra a América, que Portugal vinha tentando colonizar de modo efetivo desde a implantação do sistema de capitanias hereditárias. (C) a proposta de expansão territorial portuguesa na Europa que almejava à dominação de territórios franceses tanto na Euro- pa quanto na América. (D) o surgimento da aliança que logo se estabeleceria entre as Coroas de Portugal e da França e que visava combater as pre- tensões expansionistas espanholas na América. (E) o acontecimento de um conflito entre a recém-criada ordem jesuíta e a Coroa portuguesa em torno do combate à pirata- ria francesa. 76 18 Os humanos, no decorrer do seu percurso histórico, produziram inúmeras obras materiais e imateriais que vieram a se tornar monumentos, considerados expressões de suas diversas cultu- ras. O esforço empreendido na criação dessas obras representou uma ordenação peculiar do mundo segundo a especificidade da cultura que construiu os monumentos, procurando estender temporalmente sua ordenação. Sobre a contextualização históri- ca do monumento e sua respectiva cultura, assinale a alternativa correta. (A) Os Zigurates, templos religiosos dos Persas, foram preserva- dos em sua terra natal até a contemporaneidade. (B) O Obelisco, símbolo do poder egípcio, encontra-se preserva- do em seu local de origem apesar do imperialismo francês na região. (C) Os Maias criaram uma arquitetura com presença de templos, além de um sistema numérico eficiente para manutenção dos negócios internos. No período de colonização espanho- la, a sociedade Maia já encontrava-se em declínio. (D) O deus hindu Shiva é considerado por seus adeptos como a divindade que cuida da memória e do culto aos antepassados. (E) A Mesa do Cavalo, monumento da civilização Assíria, foi con- servada no regime social do califado do Estado Islâmico. 77 O que queremos destacar com isso é que o tráfico atlântico ten- dia a reforçar a natureza mercantil da sociedade colonial: ape- sar das intenções aristocráticas da nobreza da terra, as fortunas senhoriais podiam ser feitas e desfeitas facilmente. Ao mesmo tempo, observa-se a ascensão dos grandes negociantes colo- niais, fornecedores de créditos e escravos à agricultura de ex- portação e às demais atividades econômicas. Na Bahia, desde o final do século XVII, e no Rio de Janeiro, desde pelo menos o início do século XVIII, o tráfico atlântico de escravos passou a ser controlado pelas comunidades mercantis locais (...). (João Fragoso et alli. A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX), 1998) O trecho permite compreender que (A) o controle do tráfico negreiro nas mãos de comerciantes en- careceu essa mão de obra e atrasou o desenvolvimento das atividades manufatureiras na América portuguesa. (B) nem todos os fluxos econômicos, durante o processo de co- lonização portuguesa na América, eram controlados pela Co- roa portuguesa, revelando uma certa autonomia das elites coloniais em relação à burguesia metropolitana. (C) as hostilidades econômicas e políticas entre fidalgos e bur- gueses, no espaço colonial, impediram o crescimento da pro- dução de outras mercadorias além do açúcar e do tabaco. (D) todas as transações comerciais envolvendo a África e a Amé- rica portuguesa deveriam, necessariamente, passar pelas instâncias governamentais da Metrópole, condição caraterís- tica do sistema colonial. (E) o tráfico de cativos prejudicou a economia colonial na Amé- rica portuguesa porque uma enorme quantidade de capitais, oriunda da produção agroindustrial, era remetida para a Áfri- ca e para Portugal. 78 Tinha o desejo de saber por que o Nilo começa a encher no solstício de Verão. De acordo com a primeira explicação, são os ventos estivais que, desviando com seu sopro as águas do Nilo, impede-as de ir para o mar, ocasionando a cheia. A segunda versão é ainda mais absurda, embora encerre qualquer coisa de maravilhoso. Dizem que o oceano envolve toda a terra, e que o Nilo está sujeito a inundações porque vem do oceano. A terceira explicação é mais falsa. Com efeito, pretender que o Nilo provém de fontes de neve equivale a não dizer nada. Como poderia ser formado por fontes de neve se vem de um clima muito quente para um país igualmente tórrido? HERÓDOTO. História. Rio de Janeiro: Jackson Inc., 1964. p. 119-120. (Adaptado). No trecho acima, redigido por volta de 440 a.C., Heródoto expõe diferentes visões para explicar os motivos das cheias do rio Nilo, no Egito. A forma da exposição de Heródoto denota uma carac- terística da pólis grega, associada (A) ao exercício do diálogo constituído por distintas opiniões so- bre os acontecimentos. (B) à relativização da verdade como forma para alcançar o co- nhecimento. (C) ao interesse de modelos explicativos baseados no empirismo. (D) à especulação filosófica como meio de transformar a realidade. (E) à convicção na interferência de elementos míticos sobre os eventos naturais. 79 Considere as afirmativas abaixo, sobre a chamada Guerra do Pe- loponeso e suas consequências para o mundo grego, no século V a. C. I. Apreservação da autodeterminação das comunidades era geralmente defendida pelas aristocracias locais, as quais tendiam a buscar o apoio de Esparta contra o imperialismo ateniense. II. Atenas, defensora da ordem política democrática, liderava a Confederação de Delos, a qual rivalizava com a Liga do Pe- loponeso, encabeçada por Esparta, que apoiava os sistemas políticos aristocráticos. III. A vitória da Liga de Delos, no final do século, consolidou a hegemonia ateniense na Grécia, iniciando-se um período de amplo predomínio político dos grupos democráticos. IV. A influência ateniense tinha como uma de suas bases prin- cipais o incremento do sistema comercial sob seu controle, para cuja consolidação era vital a ilha da Sicília, que pertencia à Liga do Peloponeso, por intermédio de Corinto. As afirmativas corretas são: 19 (A) I, III e IV. (B) I, II e IV. (C) I e IV. (D) I e III. (E) II e IV. 80 A vida privada dos escravos romanos à época do Império é um espetáculo pueril que se olha com desdém. No entanto, esses homens tinham vida própria; por exemplo, participavam da re- ligião, e não apenas da religião do lar que, afinal, era o seu: fora de casa, um escravo podia perfeitamente ser aceito como sa- cerdote pelos fiéis de alguma devoção coletiva; podia também se tornar padre dessa Igreja cristã que nem por um momento pensou em abolir a escravidão. Paganismo ou cristianismo é pos- sível que as coisas religiosas os tenham atraído muito, pois bem poucos outros setores estavam abertos para eles. Os escravos também se apaixonavam pelos espetáculos públicos do teatro, do circo e da arena, pois, nos dias de festa, tinham folga, assim como os tribunais, as crianças das escolas e... os burros de carga. (VEYNE, Paul. “O Império Romano”. In: VEYNE, Paul (org.). História da vida privada v. 1: do Império Romano ao ano mil, 2009. Adaptado) Com base na discussão presente no texto, é correto afirmar: (A) as relações escravocratas caracterizaram os tempos da Re- pública romana, muito associadas ao poder dos patrícios, pertencentes à aristocracia de grandes proprietários, mas entraram em decadência na passagem para o Império, pois os generais que centralizaram o poder reconheciam na es- cravidão um mecanismo de enfraquecimento do Exército. (B) a particularidade fundante do escravismo romano era a ori- gem étnica, o que fazia com que a escravização dos povos conquistados e o tráfico nas fronteiras do Império proporcio- nassem a grande maioria da mão de obra servil, ao mesmo tempo em que a escravidão entre os próprios romanos havia caído em desuso desde a crise da República. (C) a justificativa moral da escravidão sofreu uma intensa trans- formação ao longo dos séculos, de tal forma que a própria sociedade romana passou a questioná-la, tornando mais brandas as relações escravistas em meio à transformação do cristianismo em religião oficial do Império, o que contribuiu para o aprofundamento da crise do escravismo. (D) os escravos na sociedade romana não eram uma coisa, mas seres humanos, na medida em que até os senhores que os tratavam desumanamente impunham-lhes o dever moral de ser bons escravos, de servir com dedicação e fidelidade, características necessariamente humanas; no entanto, esses seres humanos eram igualmente um bem cuja propriedade seu amo detinha. (E) a escravidão caracterizava as relações de produção em Roma e os cativos, em sua inferioridade jurídica, desempenhavam uma função produtiva, marcados por um lugar social de po- breza, privação e precariedade, estando associados às for- mas braçais de trabalho e à produção de bens materiais em uma sociedade altamente hierarquizada. 81 Os Impérios helenísticos, amálgamas ecléticas de formas gregas e orientais, alargaram o espaço da civilização urbana da Anti- guidade clássica, diluindo-lhe a substância [...]. De 200 a.C. em diante, o poder imperial romano avançou para leste [...] e nos meados do século II as suas legiões haviam esmagado todas as barreiras sérias de resistência do Oriente. ANDERSON, P. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1982. Na localidade das formações sociais gregas, (A) os espaços foram conquistados pelas tropas romanas, na Grécia e na Ásia Menor, em seu período de apogeu, devido às lutas intestinas e às rivalidades entre cidades-estado. (B) o Oriente tornou-se área preponderante do Império Romano a partir do século III d.C., com a crise do escravismo, que afe- tou mais fortemente sua parte Ocidental. (C) a autonomia das cidades-estado manteve-se intocável, ape- sar da centralização política implementada pelos imperado- res helenísticos. (D) essas composições e os impérios helenísticos constituíram- -se com o avanço das conquistas espartanas no período pos- terior às guerras no Peloponeso, ao final do século V a.C. (E) a invasão romana caracterizou-se por uma forte ofensiva frente à cultura helenística, impondo a língua latina e cerce- ando as escolas filosóficas gregas. 82 Em certos aspectos, os gregos da Antiguidade foram sempre um povo disperso. Penetraram em pequenos grupos no mun- do mediterrânico e, mesmo quando se instalaram e acabaram por dominá-lo, permaneceram desunidos na sua organização política. No tempo de Heródoto, e muito antes dele, encontra- vam-se colônias gregas não somente em toda a extensão da Grécia atual, como também no litoral do Mar Negro, nas costas da atual Turquia, na Itália do sul e na Sicília oriental, na costa setentrional da África e no litoral mediterrânico da França. No interior desta elipse de uns 2500 km de comprimento, encon- travam-se centenas e centenas de comunidades que, amiúde, diferiam na sua estrutura política e que afirmaram sempre a sua soberania. Nem então, nem em nenhuma outra altura, no mundo antigo, houve uma nação, um território nacional único regido por uma lei soberana, que se tenha chamado Grécia (ou um sinônimo de Grécia). FINLEY, I. O mundo de Ulisses. Lisboa: Editorial Presença, 1972. Adaptado. De acordo com o trecho acima, pode-se apontar corretamente (A) a inadequação do uso de conceitos modernos, como nação ou Estado nacional, no estudo sobre a Grécia Antiga, que vi- via sob outras formas de organização social e política. (B) a urgência de profunda centralização política, como a ocorrida entre os romanos e cartagineses, para que um povo pudesse expandir seu território e difundir sua produção cultural. (C) o enaltecimento, na Grécia Antiga, dos princípios do patrio- tismo e do nacionalismo, como forma de consolidar política e economicamente o Estado nacional. (D) a desorganização política da Grécia Antiga, que sucumbiu ra- pidamente ante as investidas militares de povos mais unidos e mais bem preparados para a guerra, como os egípcios e macedônios. (E) a escassez, entre quase todos os povos da Antiguidade, de pensadores políticos, capazes de formular estratégias ade- quadas de estruturação e unificação do poder político. 20 83 César não saíra de sua província para fazer mal algum, mas para se defender dos agravos dos inimigos, para restabelecer em seus poderes os tribunos da plebe que tinham sido, naquela ocasião, expulsos da Cidade, para devolver a liberdade a si e ao povo ro- mano oprimido pela facção minoritária. CÉSAR, Caio Júlio. A Guerra Civil. São Paulo: Estação Liberdade, 1999, p. 67. O trecho acima, do século I a.C., demonstra o cenário romano de (A) queda do Império, então sujeito a invasões estrangeiras e à fragmentação política gerada pelas rebeliões populares e pela ação dos bárbaros. (B) passagem da Monarquia à República, período de consolida- ção oligárquica, que provocou a ampliação do poder e da in- fluência política dos militares. (C) transição da República ao Império, período de reformulações provocadas pela expansão mediterrânica e pelo aumento da insatisfação da plebe. (D) fortalecimento da República, marcado pela participação po- lítica de pequenos proprietários rurais e pela implementação de amplo programa de reforma
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