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Ginecologia e Obstetrícia Etapas: • Estabelecimento da relação • Anamnese • Exame físico • Sumarização dos achados • Condutas Habilidades essenciais para a boa comunicação: empatia (linguagem corporal adequada, diálogo aberto, conteúdo emocional apropriado, humor e calor), escuta qualificada e expertise. Agravantes: conversar com a paciente nua ou em níveis diferentes, atrasos frequentes. Preparação do ambiente: cuidado com a privacidade, elimine barulho e distrações, garanta local confortável para paciente- olhos na mesma altura. Preparação pessoal: Elimine distrações e interrupções, foco e deixe pensamentos intrusivos passarem. Observação: perceba a linguagem corporal, atenção para o que é verbalizado e o que não é, pratique. Saudação: Crie uma forma de começar, apresente-se e confira o nome da paciente e a pronúncia. Lembrar: garantia de sigilo e pode-se contar com enfermeira/ técnica para auxílio no exame físico. Anamnese em Ginecologia Identificação: Nome, idade, estado civil, profissão, naturalidade, escolaridade, raça e religião. QP e HMA: -Deixe e estimule a falar livremente sobre a QP - Complete com perguntas necessárias sem induzir - Tente estabelecer fatores causais para a queixa - Caracterizar: início e evolução de todo os processos clínicos, tratamentos e medicamentos utilizados. - Avalie a gravidade da condição e os impactos psíquicos. *** Queixa de secreções: característica (cor, cheiro, aspecto), período, recorrência, nº de episódios do corrimento, tratamento anteriores, sintomas associados. ***Queixas mamárias: questionar sobre o desenvolvimento das mamas, lactação, módulos, dores, processo inflamatórios e traumas mamários prévios. Fase e época do desenvolvimento do nódulo existentes e sua velocidade de surgimento e de crescimento. Exames de imagens (mamografia, Eco mamária), quando realizou, motivo da indicação, e se já realizou biópsia mamária e laudo histopatológico, História Ginecológica e Obstétrica (HGO) • Ginecológica -História do desenvolvimento: Telarca, Pubarca e menarca (idade, como foi desenvolvimento na puberdade). - História menstruais: DUM (data da última menstruação), regularidade e irregularidade, duração dos ciclos, duração e volume do fluxo, dismenorreia (cólicas fortes - primário ou secundário), sintomas associados pré-menstruais e TPM. *** Irregularidade: ✓ - Hipomenorreia: diminuição do nº de dias e volume ✓ - Hipermenorreia: aumento do nº de dias e volume ✓ - Polimenorreia: diminuição do intervalo do fluxo menstrual menor de 21 até 25 anos ✓ - Oligomenorreia: aumento do intervalo do fluxo menstrual maior qe 35 dias. ✓ - Metrorragia: sangramento irregular e totalmente desperiodizado, sangramento irregular e acíclico. -Pacientes pós-menopausa: Climatério e Sintomas e tratamentos (terapia de reposição hormonal). - História sexual e reprodutiva: Início, orientação sexual e parcerias, nº de parceiros, tempo com o parceiro atual, dispareunia, libido, orgasmo (Com relação a atividade sexual, algo te incomoda?), Métodos contraceptivos (atual, prévias, qualidade do uso, satisfação e colaterais), uso de preservativos, tratamento anteriores (IST, fertilidade, cirurgias, outros). ** 5 P’s= parceria (nº no último ano, gênero e duração do relacionamento e FR da parceria), práticas, proteção para ISTs (perguntas abertas), passado de ISTs , prevenção de gravidez. - Citologia oncótica: data da última e resultado. • Obstétrica - gestação - parto: normal/vaginal ou cesariana - vivem, natimorto, morreram na 1º semana, morreram após a 1º semana. - aborto: espontâneo ou provocado, gravidez ectópica e doença trofoblástica gestacional. - Peso dos RN, pré-termo ou a termo, intercorrência na gestação, parto e perinatal, idade na primeira e última gestação, amamentação. História Pregressa • Diagnósticos prévios (quanto tempo, se faz controle com o clínico) • Cirurgias, internações e hemotransfusões (quanto tempo e intercorrência) • Alergias medicamentosas • Medicamento em uso • Vacinas • Tabagismo (quanto tempo, quantidade e frequência) • Uso de álcool (quanto tempo, quantidade e frequência) • Outras drogas ilícitas (quanto tempo, quantidade e frequência) Anamnese especial: • TGI: queixas gastrointestinais, intolerância gástrica a alimentos ou medicamentos, ritmo intestinal, continência fecal, sangramento ou dores durante a evacuação. • TGU: queixas urinárias, ocorrência e número de infecções urinárias, medicações utilizadas e o tempo de uso, incontinência urinária e quadros de urgência miccional. História psicossocial Alimentação • Dieta rica em cálcio: importante para climatério • Fibras • Lipídeos • Carboidratos simples • Uso de ácido fólico: importante na programação da gravidez Atividade física: • Tipo: aeróbico (caminhar, correr, nadar, dançar, pedalar), anaeróbico (força/musculação), alongamento (Yoga e pilates). • Frequência História Familiar • HAS, DM, cardiopatias, osteoporose • Câncer de mama, ovários e intestino. • Transtornos mentais • Condições endócrinas e metabólicas • Importante (idade, falecido ou vivo, causa da morte). História Socioeconômica • Escolaridade • Trabalho • Lazer • Substâncias ilícitas Exame Físico em Ginecologia Antropometria • Peso • Altura • IMC Antes de examinar • É a primeira vez? • Tem alguma dificuldade? • Sabe como é? Explicar! • A paciente está sob controle. • Pedir para se trocar e esvaziar a bexiga • Não espera-se que seja doloroso Com a paciente sentada avaliar: • Dados vitais: PA, FR, FC • Ectoscopia: avaliação do estado geral, mucosas e presença de edema. • Palpação dos linfonodos cervicais: presença ou ausência • Palpação da tireoide: consistência, volume e presença de nódulos. • Inspeção dinâmica e estática das mamas • Palpação dos linfonodos axilares • Ausculta: cardíaca e respiratória Com a paciente em decúbito dorsal: • Observar: distribuição corporal de pelos e presença de acne • Palpação das mamas • Avaliação do abdome: ausculta e palpação superficial e profunda → massas, visceromegalias, distensão, ausculta. • Palpação de linfonodos inguinais. • Pelve o Pedi para a paciente relaxar para que o os m. peitorais fiquem relaxados, pois a contração destes podem obscurecer discretamente os linfonodos aumentados de tamanho. o Ao examinar: deve suspender o braço do lado a ser examinado com o braço do mesmo lado do examinador (D-D e E-E). Fazer uma concha com os dedos da outra mão livre, penetrando o mais alto possível, pressionando contra a parede torácica e avaliar em 4 direções (superior, inferior e laterais). Mesmo procedimento deve ser realizado na axila contralateral. o Observar: nº de linfonodos palpáveis, tamanho, consistência e mobilidade. o Pode examinar na frente da paciente ou por abordagem posterior. 1. Inspeção estática - Avaliar simetria, volume, mobilidade, retrações ou abaulamento - Papila e mamilo: desvios, secreções ou áreas descamativas. 2. Inspeção dinâmica -Contração dos m. peitorais permite evidenciar áreas de abaulamento ou retrações mamárias, observar sempre assimetria e mamilos. A. - Pede ao paciente para colocar as mãos na cintura e jogar o tronco levemente para frente. B. - Pede para colocar as mãos atrás da cabeça C. - Pede para elevar os braços a cima da cabeça, parar e depois abaixar de forma lenta. 3. Palpação - Presença de nódulos: localização, características, tamanho e mobilidade. - Presença de secreções serosas, lácteas e descarga papilar – positivo, coleta do material para análise laboratorial. - Pedi para colocar a mão do lado de onde vai ser examinado em atrás da cabeça, deixar coberto o outro lado que não está sendo examinado. Lado contralateral realizar da mesma forma. - Lembra das divisões dos quadrantes e cauda despence - Fazer palpação superficial e profunda, pode ser com as duas mãos ou uma somente, a palpar realizando círculos ou fazer um movimento de vai vem. Pode realizar de forma centrípeta ou centrifuga. o Observações: nem sempre é necessário e realização de rotina questionável. o Separar todo o material necessário: lubrificante, soluções, fonte de luz, espéculo, luvas, pinças, gaze ou algodão, espátula, lâmina e frasco. Como examinar? - Posicionar a paciente com conforto, respeito ao pudor. - Posição de litotomia em mesa ginecológica: decúbito dorsal, nádegas junto à borda da mesa de exame, com coxas e joelhos fletidos, descansando os pés ou a fossa poplítea nos estribos (perneiras). - Importante: paciente despida, coberta por um avental de abertura posterior e um lençol para cobrir parcialmente o abdome e os MMII. Genitália externa Inspeção: - Pele, distribuição de pelos, palpar anormalidades, prolapsos. - Todas as estruturas: monte pubiano, grandes lábios, pequenos lábios, clitóris, uretra, verificando se há ou não procidência das paredes vaginais anterior e posterior, corpo do períneo e região anal. Avaliar as glândulas de skene (próximo a rima vulvar) e glândulas de bartholin, presença de infecções, cistos e tumorações, volume aumentado e sensibilidade dolorosa. - Solicita manobra de valsava para acentuar e mostrar procidências e/ou a presença de graus diversos de prolapso uterino detectando-se aí se há ou não lesão do esfíncter anal. Genitália externa o Exame especular - Realiza somente quando há ruptura do hímen (perda da virgindade). - Avaliação do canal vaginal: trofismo, rugosidade e coloração normal ou alterada, presença de lesões e/ou tumorações. - Avaliação do colo uterino (exposição com o espéculo) e coleta de material cervical. - Como examinar? Deve abrir os grandes e pequenos lábios com uma das mãos e visualizar o óstio vaginal, assim introduz lentamente o espéculo fechado e horizontal, ligeiramente oblíquo (para evitar lesão uretral), antes de ser completamente colocado na vagina, rodar de forma que as valvas fiquem paralelas às paredes anterior e posterior da vagina. Abrir o espéculo até visualizar/expor o colo uterino. O que observar? Parede vaginal, secreção ou sangramento (aspecto/odor, volume), colo uterino (epitelização, nódulos, eversões de endocérvices ou irregularidade com lesões vegetantes). Fisiológico do colo uterino: aspecto puntiforme nas nulíparas e fenda transversa nas multíparas. Presença de secreção vaginal anormal: material deve ser coletado para a identificação dos agentes, lâmina + soro fisiológico. Etiopatologias: Trichimonas vaginalis, fungos do gênero Candida, Gardnerella vaginalis, Neisseria gonorrhoeae ou Chlamydia trachomatis. - Como coletar a citologia? Visualizar: a junção cervicovaginal, e coletar a citologia cervicovaginal, lembrando de coletar a ectocérvices (espátula – ao redor do colo, girando 360º gruas) e endocérvices (escova – inserir toda a parte da escova no colo uterino e realizar movimento rotacional). Importante não misturar os dois epitélios na lâmina. Teste de Schiller • - Realizar a limpeza do colo uterino com solução de ácido acético a 2% • - Realizar pincelamento de todo o colo com solução saturada de iodo. As células da ectocérvicies deve impregnar com coloração marrom-escura (vacúolos de glicogênio presentes no citoplasma) – teste positivo. • Teste negativo: quando não há coloração, indica presença de células da endocervicais ou neoplásicas (não contém esses vacúolos). o Toque Bimanual - Unidigital (dedo indicador), bidigital (indicador e médio). - O que avaliar: • Amplitude e características das paredes vaginais (elasticidade e rugosidade), do colo (consistência, posição e direcionamento) e do corpo uterino. ** consistência do colo: não-gravido cartilaginosa, gravido amolecido pela impregnação hormonal gravídica. • Volume dos órgãos • Posição e mobilidade • Consistência • Dor - Como realizar? Com a outra mão apoiada sobe o hipogástrico e associado ao toque vaginal (bexiga vazia) com os dedos posterior ao colo faz uma leve pressão para frente, deve determinar o posicionamento do útero. Depois, deve posicionar os dedos nas laterais para avaliar os anexos uterinos (massas tumorais, císticas, sólidas ou sólidas-císticas). - Localização do útero: anteversofelxão (AVF) – dimensões de aspecto piriforme, rijo na consistência; retroversoflexão (RVF); medioversoflexão. Aumento do volume do útero: útero grávidos ou com nódulos leiomiomatosos. o Toque retal • Raro • Mulheres virgens: suspeita de massas pélvicas, neoplasias do colo uterino, perfeito estadiamento, suspeitas de útero retroverto e fixo, possível endometriose pélvica. • Indicação: dor pélvica, massa pélvicas identificadas ou sintomas retais.
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