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Tireoide Glândula localizada na parte anterior pescoço, abaixo da proeminência laríngea ● Paratireoides → produzem o hormônio PTH que regula o metabolismo do cálcio juntamente com a calcitonina ● Calcitonina: promove a deposição de cálcio nos ossos TRH (hipotálamo) → TSH (hipófise) → T3, T4 e calcitonina (tireoide) ● T4 (tiroxina) → 80% da produção ● T4 livre = ativo (ação tecidual, metabolismo, excreção) ● T4 ligado à proteína (TBG - globulina) - 99% = inativo ● T3 (triiodotironina) → 20% da produção, metabolicamente ativo → ativar ou inibir a transcrição gênica ● T4 é convertido em T3 pela desiodase (D1, D2) que é selênio-dependente ● Enzima D3 é inativadora → rT3 (T3 reverso) ● Desiodases estão presentes em diversos tecidos do organismo Efeitos fisiológicos dos hormônios tireoidianos ● Desenvolvimento fetal ● Crescimento (cretinismo) ● Cardiovascular (↑ FC, débito e contratilidade) ● Gastrointestinal (↑ motilidade e apetite) ● Neuromuscular e ósseo (↑ velocidade da contração e relaxamento muscular e turnover ósseo) ● ↑ metabolismo basal e consumo de oxigênio (↑ proteólise, lipólise, concentração de ácidos graxos, secreção de insulina, ↓ colesterol) Hipotireoidismo (+ prevalente) ↑ TSH ↓T4 ↓ ou normal T3 ● Causas: congênita (cretinismo) radioterapia, deficiência de iodo (bócio endêmico), drogas (lítio, iodeto), Hashimoto (auto-imune) ● Sintomas: depressão, sonolência e cansaço excessivo, ↓ FC, ↓ memória e raciocínio, alterações menstruais, intolerância ao frio, queda de cabelo, pele seca, edema facial e palpebral, ganho de peso (~5kg), inchaço, constipação, dislipidemia ● Tratamento: reposição hormonal (em jejum - ingestão com alimentos diminui sua absorção) ● Conduta dietoterápica: atingir o peso ideal; adequar as fontes lipídicas da dieta; aumento na oferta de fibras; controle do sódio (retenção hídrica) → sem recomendação específica de macronutrientes Tireotoxicose (síndrome de hipermetabolismo causada pelo excesso de T3 e/ou T4) x Hipertireoidismo (aumento da biossíntese e secreção dos hormônios tireoidianos pela tireoide) Hipertireodismo ↓ TSH ↑ ou normal T3 e T4 ● Causas: bócio (aumento da glândula, difuso ou nodular), Graves (auto-imune), tireoidite subaguda ● Sintomas: nervosismo, ansiedade, irritação, insônia, taquicardia, intolerância ao calor, mãos trêmulas e sudoreicas, queda de cabelo, protusão dos globos oculares, hiperativação do metabolismo, perda de peso, polievacuações ● Tratamento: medicamentosa (não eficaz), iodo radioativo, cirurgia ● Conduta dietoterápica: atingir o peso ideal → sem recomendação específica de macronutrientes Nutrientes importantes ● Iodo: essencial para a síntese dos hormônios tireoidianos (deficiência → bócio endêmico → suplementação sob sal iodado), outras fontes: frutos do mar, ovos e leite ● Selênio: cofator enzimático da desiodase, fontes: carnes e frutos do mar, castanha do Brasil ● Soja (isoflavonas): inibição da enzima TPO (↓ T3 e T4, ↑ TSH), hipotireoidismo subclínico → risco de desenvolver hipotireoidismo com suplementação de fitoestrógenos ● Glúten: a doença celíaca está associada com aumento na prevalência de Hashimoto e Graves ● Brássicas (glicosinolatos): competição com o iodeto pela entrada nos folículos tireoidianos → comprometimento da síntese de hormônios (brócolis, couve-flor, couve, nabo, rabanete, repolho) Obesidade Doença crônica, endócrino-metabólica, caracterizada pelo excesso de gordura corporal ● Etiologia multifatorial (genética, sistema endócrino e nervoso, fatores ambientais, sedentarismo, alimentação inadequada) ● Alta prevalência ● Equilíbrio homeostático (consumo x gasto energético) regulado pelo hipotálamo ● Sistema de recompensa (SNC): ativado em resposta à alimentos altamente palatáveis e calóricos Classificação ● Quanto ao número de adipócitos ○ Hiperplásicas: ↑ quantidade (proliferação através da ativação de células somáticas, remodelando o estroma celular) ○ Hipertróficas: ↑ tamanho (crescimento da gotícula lipídica, ↑ volume e do conteúdo de ácidos graxos) ● Quanto à distribuição do tecido adiposo ○ Androide (maior risco): depósito de gordura na região abdominal ○ Ginoide: depósito de gordura na região glúteofemural Alterações metabólicas ● Inflamação do tecido adiposo (liberação de TNF-α e interleucinas pró-inflamatórias) ● Resistência à insulina ● Disfunção endotelial Síndrome Metabólica - obesidade central + 2 componentes ● Triglicerídeos >150mg/dl ● HDL <40mg/dL (M) e <50mg/dL (F) ● PAS >130 ou PAD >85mmHg ● Glicemia de jejum ≥100 mg/dl ou presença de DM Avaliação Nutricional Anamnese, avaliação antropométrica (IMC, circunferência da cintura e do pescoço), dietética e bioquímica e exame físico ➔ IMC (não distingue massa gorda de massa magra) Classificação IMC (kg/m²) Obesidade I 30 – 34,9 Obesidade II 35 – 39,9 Obesidade III ≥ 40 ➔ Relação cintura-quadril >1,0 - homens >0,85 - mulheres ➔ Circunferência da cintura (reflete melhor o conteúdo de gordura visceral) ≥94cm - homens (>102cm - ↑ risco) ≥80cm - mulheres (>88cm - ↑ risco) ➔ Circunferência do pescoço Homens Mulheres Sobrepeso ≥37cm ≥34cm Obesidade ≥39,5cm ≥36,5cm Metabolismo ● Ritmo biológico: variações circadianas impactam na fisiologia e no metabolismo ● Relógios periféricos (intestino, fígado, tecido adiposo, músculo) → controlam tempo de digestão, absorção, metabolismo de nutrientes, apetite, comportamento na ingestão alimentar ● Desalinhamento nos ciclos: perda da sincronia da regulação central (pular desjejum e grande ingestão noturna - associado a maior risco de obesidade) ● Processos metabólicos pós-prandiais: aceleração do esvaziamento gástrico, aumento da absorção intestinal, maior tolerância à glicose, aumento do gasto energético → efeito térmico maior pela manhã ● Jejum intermitente x restrição calórica → não há consenso que suporte o JI como alternativa terapêutica e não há evidências suficientes para sua prescrição Tratamento ● Componentes: atividade física, correção de distúrbios hormonais, tratamento medicamentoso, alimentação adequada, psicoterapia ● Mudança comportamental (perda de peso clinicamente útil, com benefícios nas doenças associadas, constante vigilância e apoio familiar) ● Objetivo: redução >1% do peso por mês → pelo menos 3 a 5 % entre 3 a 6 meses ● A diminuição de 5 a 10% de peso reduz de forma significativa os fatores de risco para DM e DCV Dietoterapia ● Regular o consumo energético (frequência, porções, substitutos) → VIABILIDADE ● Controle de sódio e álcool ● Déficit de 500 a 1000 kcal/dia – diminuição de 0,5 a 1 kg/semana ● Dietas de baixo valor calórico (1000 a 1200kcal) reduzem cerca de 8% peso entre 3 a 6 meses ● Considerando déficit de 500 a 750 kcal/dia: 1.200 a 1.500 kcal/dia - mulheres 1.500 a 1.800 kcal/dia - homens ● Pequenas mudanças alimentares (redução de 100 a 200 kcal/dia) ● Muito baixo valor calórico: <800kcal/dia (0,8 a 1g PTN/kg) ● Dietas com restrição de carboidratos: de 20g/dia (para perda de peso) a 50g/dia (para manutenção) ● Dietas hiperproteicas (ao menos 20% proteínas/dia) Diabetes Doença crônica caracterizada pela deficiência na produção de insulina e por hiperglicemia ● Principal causa de mortalidade e incapacidade precoce, cegueira em idade ativa, IRC e amputação não traumática de membros ● Disfunção no pâncreas endócrino ● Secreção de insulina normal = pulsos de 5/5min, após alimentação (maior estímulo para secreção) a concentração periférica aumenta em 8-10min, tendo pico de concentração em 30-45min, rapidamente declinando a valores basais ● Efeitos metabólicos da insulina: cérebro (↓ apetite ↑ gasto de energia), tecido adiposo (estoque de triglicerídeos), músculo (síntese de proteína e glicogênio), fígado (estoque de glicose, síntese de triglicerídeos, inibição da glicogenólise) Classificação ● Tipo 1: destruição de células beta, deficiência absoluta de insulina ○ imunomediado ou idiopático ● Tipo 2 (90% dos casos): resistência + deficiência ● Gestacional: diagnosticado no 2º ou 3º trimestreda gestação ● Outros tipos específicos: formas mais raras de defeitos DM1 ● Mais de 95% dos casos são imunomediados ● Doença catabólica com níveis de insulina ausentes, glucagon elevado e as células beta não respondem aos estímulos insulinogênicos ● Ausência de insulina nos 3 maiores tecidos alvo (fígado, músculos e adiposo) ● Pico de incidência em crianças e adolescentes ● Sintomas: poliúria, polidipsia, polifagia, emagrecimento, cetoacidose diabética DM2 ● Varia de pacientes com deficiência severa de insulina com defeitos secretores mínimos a defeitos primários da secreção de insulina ● Adultos com algum grau de obesidade ● Maioria dos pacientes não necessitam de insulina no início do quadro, mas podem necessitar para atingir controle ● Fatores de risco: adultos com sobrepeso + adicional (inatividade física, HF, etnia, DM gestacional ou RN>4kg, HAS, ↓HDL e/ou ↑TG, alteração da tolerância à glicose), pacientes >45 anos e excesso de peso, obesidade abdominal ● Início insidioso e assintomático ● A apresentação inicial pode ser devido a complicações (DCV, distúrbios visuais, dor ou infecção nos pés) ● Sintomas: visão turva, vulvovaginite, neuropatia, fraqueza/fadiga, poliúria, acantose nigricans, hipertrigliceridemia severa (xantomas) Diagnóstico ● HbA1C: reflete níveis glicêmicos dos últimos 3/4 meses e varia menos por independer do estado de jejum Diabetes Pré-diabetes Normal HbA1C ≥6,5% 5,7-6,4% <5,7% Glicose em jejum ≥126 100-125 <100 Tolerância à glicose ≥200 140-199 <140 + glicose casual de ≥200mg/dl e sintomas Complicações ● DM1: + microvasculares (doença renal terminal - 40%, retinopatia proliferativa, neuropatia autonômica) ● DM2: + macrovasculares (doença renal terminal - 20%, cegueira, neuropatia periférica, DCV) ○ Forma acelerada de aterosclerose Tratamento DM2 ● Dieta, atividade física, medicamentos (hipoglicemiantes, anti-hiperglicemiantes, glicosúricos), modificação de comportamento → alcançar e manter mínimo de 7% de perda de peso em 6 meses e 150 min de atividade física por semana ● Uso de insulina se houver sintomas de catabolismo, A1C≥10% e GC≥300mg/dL Insulinoterapia ● Objetivos: avaliação do controle glicêmico, prevenção e detecção das hipoglicemias assintomáticas, ajuste do plano alimentar, exercício e medicação, prevenção de complicações ● Indispensável no DM1 ● Necessidade de auto-monitorização ● Dificuldades: hipoglicemias, aumento de peso, complexidade, frequência de cuidados diárias, custo financeiro ● Ação ultrarrápida (asparte, lispro), rápida (regular), intermediária (NPH) e lenta (glargina) ● Dose basal (suprir a produção de glicose entre as refeições e durante a noite), bolus refeição (de acordo com a quantidade de carboidratos que será ingerido) e correção (hiperglicemias) ● Locais de aplicação: braços, abdômen, coxas e nádegas ● Sistema de infusão contínua de insulina (SICI): pacientes com dificuldade de controle da glicemia, hipoglicemias recorrentes, controles elevados, grande variabilidade glicêmica, crianças e gestantes, busca de melhor qualidade de vida Hipoglicemia (<60mg/dL) ● Complicação mais comum nos pacientes tratados com insulina/drogas hipoglicemiantes ● Resultado de atraso na alimentação, exercício não usual sem suplementação de calorias ou aumento na dose da medicação ● Sintomas: taquicardia, palpitações, sudorese, tremores, náuseas, fome, irritabilidade, cefaleia, confusão, dificuldade para falar, cansaço ● Glicemia abaixo de 30mg/dL: perda de consciência e convulsões ● Tratamento: 10 a 15g de CHO oral de rápida ação como suco de frutas, refrigerante, mel, açúcar, balas Dietoterapia ● Objetivos: promover padrão alimentar saudável (horário e frequência das refeições, tipos de alimentos, ingestão de carboidratos), atingir metas laboratoriais (HbA1c <7%, PA <140/80mmHg, LDL <100mg/dL, TG <150mg/dL, HDL >40mg/dL para homens e >50mg/dL para mulheres), manter peso adequado e prevenir complicações ● Exercício físico: 10 a 15g por hora ● Álcool: não consumir isoladamente sem alimentação, restrição à 1-2 doses Recomendações CHO: 45 a 60% (não inferior a 130g/dia, 5% sacarose) PTN: 15 a 20% LIP: 20 a 35% (<6% AGS, 5 a 15% AGM, <300mg colesterol) Fibras: 14g/1000kcal ou 30 a 50g/dia Sódio: <2000mg Cardiopatias Grupo de patologias que acometem o coração e os vasos sanguíneos ● Desenvolvimento crônico ou agudo ● 50% do pacientes iniciam o tratamento após um evento coronariano agudo (primeira manifestação de doença aterosclerótica) Fatores de risco Independentes Predisponentes Condicionais Tabagismo HAS ↑ colesterol total e LDL ↓ HDL DM ↑ idade Obesidade central Sedentarismo HF precoce Etnia Fatores psicossociais ↑ TG ↑ colesterol LDL tipo B ↑ homocisteína Fibrinogênio ↑ marcadores inflamatórios Estratificação: identificação dos indivíduos assintomáticos que estão mais predispostos a ter um evento coronariano Fase 1 - Presença de doença aterosclerótica significativa ou de seus equivalentes: doença aterosclerótica arterial, cerebrovascular ou obstrutiva, DM1 ou 2, doença renal crônica revascularização arterial → ALTO RISCO Fase 2 - Escore de risco (deve ser utilizado na avaliação inicial entre os indivíduos que não foram enquadrados nas condições de alto risco) ● BAIXO RISCO: <5% de apresentarem os principais eventos cardiovasculares em 10 anos → se HF precoce → INTERMEDIÁRIO ● INTERMEDIÁRIO: homens com risco calculado ≥5% e ≤20% e mulheres com risco calculado ≥5% e ≤10% → se tiver agravante → ALTO RISCO ● ALTO RISCO: >20% para homens e >10% para mulheres no período de 10 anos Fase 3 - Fatores agravantes (utilizar em indivíduos com risco intermediário): HF (1° grau masculino <55 anos ou feminino <65 anos), critérios de síndrome metabólica, microalbuminúria (30 – 300mg/min) ou macroalbuminúria (>300mg/min), hipertrofia ventricular esquerda, PCR >3mg/L, evidência de doença aterosclerótica subclínica (estenose, escore de cálcio coronário >100, índice de tornozelo braquial <0,9) Fase 4 - Risco pelo tempo de vida (utilizar o em indivíduos de riscos baixo e intermediário, a partir dos 45 anos): >39% em homens ou >20,2% → ALTO RISCO Prevenção: cessar o tabagismo, dieta saudável, controle da HAS, DM, SM e dislipidemia, controle do peso (sobrepeso e obesidade) e exercício físico Dislipidemia Alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios no metabolismo lipídico Dislipidemia (alterações dos níveis sanguíneos dos lipídios circulantes) X Aterosclerose (depósito de lipoproteínas na parede arterial é proporcional à concentração sanguínea) ● Função lipídica: isolamento térmico, síntese de hormônios, sinalização celular, carreadores de vitaminas, redução de secreção gástrica e retardo do esvaziamento gástrico ● Fosfolipídeos, colesterol, triglicerídeos e ácidos graxos (saturados, insaturados e trans) ● Lipoproteínas (lipídios + proteínas): precisam de transformação metabólica devido a parte apolar, permitem a solubilização e o transporte dos lipídeos, densidades diferentes (HDL > LDL > IDL > VLDL > QM) ● Metabolismo lipídico ○ Quilomícron: origem intestinal, rico em TG ○ VLDL: origem hepática, rico em TG, transporte do fígado para tecidos periféricos ○ LDL: origem da perda de triacilglicerol da IDL, grande quantidade de colesterol, transporte de colesterol do fígado para outros tecidos ○ HDL: origem intestinal e hepática, transporte do colesterol para fígado e outros tecidos Classificação ● Etiologia: primária (fatores genéticos) ou secundária (estilo de vida, patologias, fármacos) ● Laboratorial ○ Hipercolesterolemia isolada: ↑ LDL-C (≥160mg/dl) ○ Hipertrigliceridemia isolada: ↑ TG (≥150mg/dl) ○ Hiperlipidemia mista: ↑ LDL-C e TG ○ HDL-C baixo: ↓ HDL-C (homens <40mg/dL e mulheres <50mg/dL) isolado ou em associação ao ↑ de LDL-C ou de TG ● Genética ○ Hipercolesterolemia poligênica: ↑ COL (>190mg/dL) e ↑ LDL ○ Hipercolesterolemia familiar: ↑ COL e ↑ LDL ○ Hipertrigliceridemia familiar: ↑ TG associado hiperglicemia e hiperuricemia ○ Hiperquilomicronemia familiar: ↑ TG ascustas ↑ quilomícrons ○ Hiperlipidemia familiar combinada: alternância do perfil lipídico ○ Disbetalipoproteinemia familiar: ↑ COL e TG as custas IDL Tratamento Abordagem terapêutica (tratamento clínico multidisciplinar) → controle/redução dos fatores de risco, redução ou manutenção do peso corporal saudável, controle dos níveis lipídicos e prevenção cardiológica ● Metas terapêuticas: uso de estatinas (sempre que tolerado); não se utiliza medicamentos para elevação do HDL; TG >500mg/dL - terapia para redução do risco de pancreatite ○ Alto risco: LDL <70mg/dL, não-HDL <100mg/dL ○ Risco intermediário: <100mg/dL, não-HDL <130mg/dL ○ Baixo risco: LDL <130mg/dL, não-HDL <160mg/dL ● Modificação de hábitos: perda de peso, ↓ consumo de álcool, açúcares simples e carboidratos, atividade física e substituição parcial dos ácidos graxos saturados por mono ou poli-insaturados Dietoterapia Padrões dietéticos ● Alimentação cardioprotetora (DICA) → com base em alimentos tipicamente brasileiros e em sintonia com o Guia Alimentar ○ VERDE (alimentos cardioprotetores - ↑ vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes ↓ gordura saturada, colesterol e sódio - verduras, frutas, leguminosas, laticínios desnatados): consumir em maior quantidade ○ AMARELO (valores intermediários de calorias, gordura, sal - mas são importantes para fornecer energia - arroz, massa, pão, cereais, castanhas, óleos): consumir moderadamente ○ AZUL (alimentos fonte de gordura saturada, sal e colesterol - carnes, ovos, queijo, manteiga): consumir em menor quantidade ○ VERMELHO (alimentos prontos congelados ou desidratados, refrigerante, embutidos, industrializados, salgadinhos): evitar ● Dieta mediterrânea: redução de 30% no risco de IAM, AVC e morte por cardiopatia ● + de 2 porções de peixes ricos em EPA e DHA por semana está associado à redução do risco cardiovascular entre indivíduos em prevenção primária e secundária ● Suplementação de EPA e DHA são recomendados para hipertrigliceridemia grave (>500mg/dL) resistente à outras medidas Recomendações CHO: 50 a 60% PTN: 10 a 15% LIP: 25 a 35% (AGS <7%, AGM <20%, AGP <10%, colesterol <200mg) Sal: <5g Aterosclerose Doença inflamatória crônica que ocorre em resposta à agressão endotelial de médio e grande calibres ● Dietas ricas em gordura, obesidade, sedentarismo, desordens do metabolismo das lipoproteínas → inflamação, estresse oxidativo, trombólise prejudicada = ↑ prevalência e incidência de aterosclerose ● Disfunção endotelial (intimal) - injúria celular → fatores desencadeantes: dislipidemia, HAS, tabagismo, hiperglicemia, fatores hemodinâmicos ● Aterogênese = depósito de LDL no endotélio vascular/disfunção endotelial causada por fatores de risco → expressão de moléculas de adesão e entrada de monócitos no espaço intimal → formação de células espumosas pela junção de LDL oxidado → liberação de mediadores inflamatórios → formação da placa de ateroma ● Formação da placa de ateroma → estreitamento do vaso → rompimento da placa aterosclerótica (trombose, fatores de coagulação ativos, rápido progresso do trombo, oclusão e isquemia) ● Cuidado preventivo para aterosclerose: dieta saudável (antioxidantes e ácidos graxos insaturados) que priorize a ingestão de vegetais, frutas, nozes, grãos integrais e peixes (eliminando gorduras trans e minimizando o consumo de carnes processadas, carboidratos refinados, bebidas açucaradas, colesterol, sódio e gorduras saturadas), assim como o manejo do excesso de peso, tratamento dos fatores de risco, abandono do tabagismo e prática de exercício físico (150min/semana) Cardiopatia isquêmica Estreitamentos das artérias coronárias impedindo ou diminuindo o fluxo sanguíneo e o aporte de oxigênio ● Evolução da placa aterosclerótica = isquemia assintomática → angina estável → angina estável, IAM e morte súbita ● Diagnóstico: avaliação clínica, eletrocardiograma, exames bioquímicos e de imagem, avaliação patológica ● Angina (típica ou atípica) = desconforto ou dor retroesternal → fluxo sanguíneo insuficiente para o coração, desencadeada pelo exercício ou estresse emocional e aliviada com repouso/nitroglicerina ● Condições de exacerbação de isquemia: anemia, pneumonia, asma, DPOC, febre, hipertireoidismo, apneia do sono, hipertensão ● Tratamento farmacológico: beta-bloqueadores, bloqueadores de canais de cálcio, nitratos de ação rápida Infarto agudo do miocárdio Evento de necrose miocárdica resultante da oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco ● Fatores de risco: tabagismo, idade avançada, HF, HAS, DM, dislipidemia, obesidade, sedentarismo, inflamação ● Bloqueio por trombos e tecido cardíaco lesionado → intervenção coronária percutânea e cirurgia de revascularização Dietoterapia ● Identificação e adequação dos fatores de risco ● Mudança de hábitos alimentares, recuperação ou manutenção do estado nutricional, melhora global da saúde Insuficiência cardíaca O coração é incapaz de bombear sangue de forma a atender às necessidades metabólicas tissulares → edema/congestão ● Alterações estruturais ou funcionais cardíacas → sinais e sintomas típicos → redução no débito cardíaco e/ou elevadas pressões de enchimento no repouso ou no esforço ● Complexa resposta neurohumoral e inflamatória ● Definição pela fração de ejeção do ventrículo esquerdo (função ventricular, biomarcadores e ecodopplercardiograma) ● Estágios: A (risco de desenvolver), B (doença presente, assintomático), C (doença presente com sintomas) e D (refratária ao tratamento clínico) ● Sintomas: fadiga, cansaço, saciedade precoce, náuseas, redução do fluxo gastrointestinal Dietoterapia ● Desnutrição → origem multifatorial → perda de massa muscular → piora da função cardíaca ● Caquexia cardíaca: perda de 6% de peso (livre de edema) em até 6 meses → metabolismo e gasto energético aumentado, hiperativação do eixo aldosterona, acúmulo de água, catabolismo aumentado, alterações hormonais e humorais ○ Perda de peso livre de edema ○ IMC menor 20 kg/m² ○ Fadiga física e/ou mental ○ Redução da ingestão alimentar (menos 70% necessidades ou menor que 20 kcal/kg/dia) ○ Anorexia ○ Redução de massa magra (CMB) ○ Redução da força muscular evidenciada pela dinamometria ● Objetivos: manutenção/recuperação do peso adequado, manejo das comorbidades pré-existentes, correção de obesidade, prevenção da caquexia Recomendações CHO: 50 a 60% PTN: adequado estado nutricional (1,1g/kg) e depleção nutricional (1,5 a 2g/kg) LIP: <30% (suplementação de TCM se houver esteatorreia) Fibras: 20 a 30g/dia Sódio ● 1500mg/dia estágios A e B ● <3g/dia estágios C e D Líquidos ● Restrição para 1,5 a 2L no estágio D e com sintomas graves de congestão ● 30ml/kg/dia sintomas leves a moderados (>85kg - 35ml) Hipertensão arterial sistêmica Condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial ● Alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas → AVC, aterosclerose, IAM, IC, insuficiência renal ● Primária (essencial): 90% dos casos - não tem uma causa estabelecida (problemas renais, malformações dos rins e aorta, hiperatividade do SNS, alteração do sistema endócrino) ● Secundária (causa identificável): problemas renais, hormonais, medicações, obesidade, sedentarismo, estresse, alcoolismo, excesso de sal, tabagismo ● Sistema renina-angiotensina (retenção de água/sódio, vasoconstrição) ● Endotélio em condições fisiológicas apresenta mais vasodilatadores, na HAS os vasoconstritores predominam ● Natriurese → equilíbrio entre ingestão de sódio e excreção urinária Fatores de risco ● Idade avançada, mulheres, negros, menor nível socioeconômico, excesso de peso, consumo excessivo de sódio, consumo elevado de álcool (<15mL para mulheres e <30mL para homens), sedentarismo, fatores genéticos, DM, HF, tabagismo, dislipidemia, nefropatia, microalbuminúria, ↑ relação cintura/quadril, CC, PCR, glicemia de jejum alterada, hiperuricemia ● Obesidade → ativação do SNS → ↑ adiponectinae leptina → retenção de sódio e água → vasoconstrição Classificação Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg) Normal ≥120 ≥80 Pré-hipertensão 121-139 81-89 Hipertensão I 140-159 90-99 Hipertensão II 160-179 100-109 Hipertensão III ≥180 ≥110 ● Metas ○ Estágios I e II com risco CV alto: <130/80 ○ Estágios I e II com risco CV baixo a moderado e estágio III: 140/90 ● Tratamento: redução de peso (5 a 10%), padrão alimentar, redução do consumo de sal, moderação no consumo de bebidas alcoólicas (1 dose para mulheres e 2 doses para homens), exercício físico (150min/semana), abandono do tabagismo, controle do estresse psicoemocional Dietoterapia VET: normo a hipocalórica CHO: normo - ênfase nos complexos PTN: normoproteica LIP: 25 a 30% (AGS 7 a 10%, colesterol 200 a 300mg) Sódio: hipossódica (2000mg = 87mEq = 5g de NaCl) *evitar saleiro à mesa, temperos naturais, não adicionar sal durante o preparo, contar o sódio intrínseco, reduzir o consumo de embutidos, enlatados, conservas, produtos instantâneos e industrializados em geral 1g de sal = 400mg de sódio 1mEq de sódio = 23mg de sódio mg para mEq (፥23) mEq para mg (x23) Rica em cálcio, magnésio e potássio Fibras: 20 a 30g/dia (5 a 10g solúveis) ● Dieta DASH: Consumo elevado de verduras, frutas, legumes (8 a 10 porções) e laticínios com baixo teor de gordura (2 a 3 porções); incorpora grãos integrais, aves, peixes, oleaginosas (5 porções por semana) e limita o consumo de AGS, carne vermelha, doces e bebidas açucaradas ● Alimentos ricos em potássio: laranja, banana, mamão, melão, beterraba, feijão, vegetais escuros, ervilha, tomate ● Cafeína: sem evidência de aumento de risco cardiovascular
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