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Fundamentos do Suporte Nutricional avaliação do EN determinação de requerimentos nutricionais escolha da melhor via de acesso aplicação do plano dietoterápico acompanhamento nutricional Oral consumo voluntário de alimentos via que tem que ser preservada a qualquer custo (primária - prioritariamente utilizada) fatores que podem influenciar negativamente: disfagia, dentição, paciente inconsciente, medicação, náuseas, comida, ambiente suplementação oral: se o paciente não atingir metas calóricas ou proteicas Enteral (dispositivos - sonda) nutrição artificial RDC nº 503/2021 - Terapia de Nutrição Enteral (TNE): conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio de NE RDC nº 503/2021 - Nutrição Enteral (NE): alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas [...] administração de nutrientes utilizando o TGI > por meio de sondas (dispositivos) sonda naso: nasogástrica (estômago) nasoduodenal (duodeno) nasojejunal (jejuno) ostomia - cirurgia (dispostivo) gastrostomia (estômago) jejunostomia (jejuno) A escolha da via de acesso depende de uma investigação clínico nutricional minuciosa: A decisão deve ser escolhida entre: médico + fonoaudiólogo + nutricionista Compensar déficits nutricionais em pacientes desnutridos como pré-requisito para: impedir catabolismo, ou reverter catabolismo em anabolismo, ou minimizar os efeitos do catabolismo Identificar os pacientes candidatos Praticar avaliação nutricional capaz de direcionar a terapêutica nutricional Ministrar TN segura e eficiente Avaliação minuciosa Calcular as necessidades nutricionais (calorias, proteínas, micronutrientes relevantes, hídrica, etc) Rota de administração/terapia Monitorar a ingestão ou quantidade infundida (se possível, diariamente - base na conversa se possível) Modificar a ingesta e/ou rota de administração, se necessário Monitorar os efeitos da terapêutica instituída Terapia: do grego "thrapéia": "preocupação ou cuidados, serviços prestados a alguém, cuidados médicos, tratamento". Terapia Nutricional: conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente. Porque a TN é tão importante? Melhora a condição de resposta do paciente Reduz o tempo de internação Reduz infecção hospitalar Objetivos da TN Metas de Suporte Nutricional Planejamento da TN 1. 2. 3. 4. 5. 6. Identificar pacientes candidatos > avaliação minuciosa (avaliação física, dados subjetivos, exames bioquímicos, semiologia, etc) > definição da TN > acompanhamento Vias de Administração de Nutrientes @camilla.pnunes desnutridos ou em risco de desnutrição pacientes que não atingem necessidades calóricas ou proteicas com a alimentação (< 60% VET) 80% calorias 90% proteínas (nutridrink protein, por exemplo) pré e pós operatório de cirurgias de TGI pacientes que não podem utilizar a via oral vômitos e náuseas persistentes proteína em pó: caseinato de cálcio, proteína isolada do soro de leite - pode ser acrescentada em preparações líquidos ou em caldo - sugestão: 1 colher de sopa (10 g) por preparação carboidrato em pó: maltodextrina - pode ser acrescentado em sucos, chás e líquidos com sabor adocicado - sugestão: 1 a 2 colheres de sopa (10-20 g) por preparação lipídio em pó: TCM, com ácidos graxos essenciais - pode ser acrescentado em preparações salgadas, sopas - sugestão: 1 colher de sopa (5 a 10g) por preparação fibras em pó: acrescentado em preparações líquidas ou sólidas Critérios para indicar suplementação oral Contra indicação de suplementação oral Os suplementos tem diferentes marcas, composições e indicações. Existem suplementos em pó ou líquidos. São utilizados para atingir as necessidades calóricas e proteicas e podem ser especializados, alterando, principalmente sua composição de macronutrientes. Além dos acima, existem outros suplementos, como os para renal crônico, lesão por pressão, hiperlipídico, etc. A suplementação também pode ocorrer modulada: Parenteral (veia) nutrição artificial RDC nº 45/2003 - Solução Parenteral: solução injetável, estéril e apirogênica, de grande ou pequeno volume, própria para administração por via parenteral RDC nº 45/2003 - Via parenteral: acesso para administração de medicamentos que alcancem espaços internos do organismo, incluindo vasos sanguíneos, órgãos e tecidos RDC nº 45/2003 - NP: método de alimentação por meio de fluidos administrados por via parenteral, os quais contém os elementos nutricionais requeridos para a manutenção do metabolismo corporal normal Parenteral parcial NPP (não serão todos os macronutrientes - veia de calibre maior - volume de dieta menor) Parenteral total NPT (quantidade de nutrientes maior - volume de dieta maior) ORAL ORAL + SUPLEMENTAÇÃO ENTERAL PARENTERAL Ordem de preferência das vias de administração: Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) Deve ser constituída de, pelo menos, 1 profissional de cada categoria, com treinamento específico para esta atividade: médico, nutricionista, enfermeiro, farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras categorias a critério das UH e ou EPBS. Atribuições da nutricionista na EMTN Art. 24 - O médico é responsável pela prescrição médica da TNE (ex: dieta enteral) Art. 25 - O nutricionista é responsável pela prescrição dietética da NE Art. 26 - A prescrição dietética deve contemplar o tipo e a quantidade dos nutrientes requeridos pelo paciente, considerando seu estado mórbido, estado nutricional e necessidades nutricionais e condições do trato digestivo (ex: dieta geral hipossódica para diabetes, dieta calórica hiperproteica rica em ômega 3, etc) Suplementação Oral @camilla.pnunes períodos fracionados, com pausas ao longo do dia - similar a nutrição oral e permite que paciente deambule mais comumente utilizada no sistema aberto e bolus intervalos entre a administração será de 2, 3 ou 4 horas com fracionamento entre 5 a 8 vezes/dia muito utilizada em pacientes com TNE domiciliar infusão dura em média 40 min - 1 hora e volume infundido pode variar entre 50 - 400 ml/frasco desvantagem: em cada refeição, colocar um volume maior da dieta, se não o paciente não atinge a quantidade calórica necessária - paciente precisa tolerar essa quantidade vantagem: pode deitar a noite, não é necessário ficar conectado a "comida" o dia inteiro em 24 horas, sem pausa (na teoria conectado) relação direta com o sistema fechado (UTI/hospital), pois o controle é feito pela bomba de infusão ou rolete do equipo início lento com 20 a 30ml/hora - para avaliar a tolerância do paciente volume pode ser evoluído a cada 8 - 12 horas, podendo chegar a 100 - 125 ml/hora protocolos de dieta: normalmente é aplicada em 20 a 22 horas (o restante é fisioterapia, banho, etc) desvantagem: o paciente ficará preso no sistema o dia inteiro vantagem: controle melhor da quantidade infundida e vai conseguir receber volumes menores no dia feita com volume, horário, tempo e gotejamento pré- determinados por meio de equipo gravitacional pode ser em fluxo contínuo ou intermitente a entrada da dieta na sonda é controlada por uma pinça rolete no equipo, controlada manualmente é muito utilizada em enfermarias e emergência, com frascos de 300 e 500 ml é o método mais utilizada na prática clínica indicado quando o posicionamento da sonda for gástrica fase inicial: gotejamento de 60 gotas/min fase de adaptação: aumento progressivo até 120 gotas/min Intermitente: Contínua Gravitacional Ostomia - lado esquerdo no estômago ou jejuno esfíncter pilórico: liga o estômago e o duodeno Nasal - nasogástrica e nasoentérica (pós pilórica - após o duodeno) aberto: mais frequente em domicilio - manipulação e envasamento prévio - dietas são industrializadas e sua apresentação é em pó - parecido com leite UHT (tetrapack), podendo ser líquido ou em pó vantagem: mais barato (família que arca com os custos ou peloSUS) desvantagem: maior risco de contaminação (maior chances de intolerância, diarreia, etc) validade: embalagem aberta - 24 horas na geladeira (liquido) ou 30 dias (pó) / 2 a 4 horas quando conectada no paciente e exposta (se tiver muito calor, menos ainda) fechado: mais frequente em hospitais - industrializadas dispostas em recipientes hermeticamente fechados - prontas para infusão, não necessita de manipulação - mais seguro do ponto de vista microbiológico (tampa furada com o equipo e conectada) vantagem: melhor do ponto microbiológico; desvantagem: custo elevado validade: 24 horas após conectada ao equipo TNE consiste na administração de nutrientes pelo TGI. Todo paciente de enteral vai ficar com o decúbito mais elevado, por conta da possibilidade de refluxo, pois o esfíncter sempre ficará aberto, por conta da sonda Vias de acesso: Tipos de dieta enteral - sistemas: A dieta deve ser administrada com o paciente em decúbito elevado - a cabeça e o tórax devem estar a no mínimo, 30º da horizontal Ideal a 45º Essa posição deve ser mantida até 30 minutos após a infusão da dieta, para reduzir o risco de aspiração Tipos de AdministraçãoFundamentos do Suporte Nutricional Enteral Tipos de infusão @camilla.pnunes porções mais distais do TGI necessitam de fórmulas hipo a iso (intestino) baixa: hipotônica (280 - 300 mOsm/kg) normal: isotônica (300 - 350 mOsm/kg) mais toleradas em posicionamento gástrico (estômago): levemente hipertônica (350 - 550 mOsm/kg) hipertônica (550 - 750 mOsm/kg) acentuadamente hipertônica (> 750 mOsm/kg) hipocalóricas: 0,6 a 0,8 kcal/ml normocalóricas: 0,9 a 1,2 kcal/ml hipercalóricas: 1,3 a 2,0 kcal/ml 40 a 60% VCT ou 45 a 75% VCT forma intacta ou hidrolisada fontes: glicose, sacarose, frutose, lactose, amido de milho, maltodextrina 14 a 20% VCT ou 10 a 20% VCT origem animal e/ou vegetal com 40% de AA essenciais fontes: extrato e isolado proteico de soja, lactoalbumina, caseína, proteína do soro do leite, AA livres dietas hiperproteicas: > 20% VET 30 a 35% VCT ou 15 a 35% AG essenciais: 3 a 4% do VCT fontes: óleo de canola, milho, açafrão, girassol, soja, gordura de coco e TCM dietas hiperlipídicas: > 35% VCT Osmolaridade - por litro Osmolalidade - por quilo refere-se ao número de miliosmoles por quilo de água água vai se movimentar do meio menos concentrado para mais concentrado quanto mais digerida a dieta = mais osmolar a dieta será Quanto ao valor calórico: Carboidratos Proteínas: Lipídios: feita com volume, horário, tempo e gotejamento pré- determinados por meio de bomba de infusão pode ser intermitente ou contínua em pacientes de UTI quando há necessidade de administração de grandes volumes indicado para reduzir o risco de broncoaspiração pode ser contínua em 24h ou com pausa noturna de 6h o volume e velocidade de gotejamento podem ser de 30 a 120 ml/hora inicio em pequenos volumes e aumento progressivo (10 ml a cada 8 horas) vantagens: permite controle da quantidade infundida; facilita absorção de nutrientes e diminui intercorrências desvantagens: paciente fica preso a bomba; custo alto, mas é possível alugar sistema fechado utiliza uma seringa ou funil para infusão indicada somente quando a sonda está no estômago aspectos negativos: desconforto abdominal, risco de diarreia e vômitos método de administração deve estar de acordo com a forma que a dieta será administrada existe a forma intermitente, contínua e cíclica poliméricas (polipeptídeo) nutrientes intactos necessitam do TGI para digerir e absorver oligoméricas (tripeptídeos) nutrientes parcialmente hidrolisados capacidade digestiva e absortiva parcial monoméricas (aminoácido) nutrientes totalmente hidrolisados capacidade digestiva e absortiva muito limitada dieta parenteral Bomba de infusão Bolos De acordo com o grau de hidrólise: Tipos de infusão (continuação) Classificação sobre a composição Classificação das dietas enterais @camilla.pnunes Mistura 2 em 1: glicose + aminoácidos + vitaminas + minerais Mistura 3 em 1: glicose + aminoácidos + lipídeos + vitaminas + minerais Glicose = 3,4 kcal/g Lipídeo = 11,0 kcal/g Proteína = 4,0 kcal/g náuseas e vômitos etiologia multifatorial, acontece em 10 a 20% dos pacientes: intolerância a lactose: usar fórmula isenta de lactose excesso de gordura: gordura não deve exceder 30% VET infusão rápida: avaliar gotejamento solução hiperosmolar: usar fórmulas Isotônicas sabor desagradável: acrescentar flavorizante estase gástrica: reduzir oferta em bolo; drogas gastrocinéticas RGE: suspender dieta até identificação do problema refluxo gastroesofágico distensão abdominal, cólicas, empachamento e flatulências diarreia Infusão rápida da dieta: reduzir infusão extremos de temperatura: suspender a dieta até atingir TA contaminação bacteriana: boas práticas de manipulação sonda duodenal ou jejunal: reposicionamento da sonda dieta sem fibras: trocar para fórmulas que contenham fibras solúveis solução hiperosmolar: fórmulas isotônicas e reduzir velocidade de infusão diarreia intensa: suspender dieta por 12h, tentar reiniciar com baixo volume; usar antidiarreicos Na NP considerar: Complicações gastrointestinais 20 a 35 g/dia fibra insolúvel: 70 a 75% fibra solúvel: 25 a 30% fontes: polissacarídeo da soja, inulina, goma de acácia, alfa celulose, goma guar, FOS AGCC dieta fonte de fibras: > 1,5 g/100 kcal adequar conforme RDA volume comumente prescrito: 1000 - 1500 mL de dieta enteral/dia para limpeza da sonda: flush de 20 a 100 ml para hidratação: intervalos de 3 - 3 horas ao final de cada dieta deve ser retirada 30 minutos antes da infusão administração: contínua bomba de infusão em 24 horas, fluxo constante e sem interrupção equipo deve ser trocado a cada bolsa infundida as soluções não podem ser armazenadas por longo prazo, nem expostas a temperaturas elevadas (risco de contaminação e reação química entre glicose e aminoácidos) estocagem em geladeira - máximo 24 horas Glicose hipertônica: 5 - 70% à dextrose, glicose monohidratada Emulsões lipídicas: fonte de AGE - ômega 3 e 6 e energia (20 - 30% do VCT) à concentrações variam de 10 - 30% Aminoácidos: 0,8 - 1,0 g/kg/dia (pode chegar até 1,5 - 2,0 g/kg/dia) à concentrações variam de 10 - 20% Fibras Vitaminas e minerais Água NPT (NP Total): TODOS OS NUTRIENTES são administrados por via parenteral NPP (NP Parcial): são oferecidos 1 ou mais nutrientes por via parenteral Composição das soluções: Classificação sobre a composição (cont.) Complicações da TN Nutrição Parenteral @camilla.pnunes obstipação (prescrever dieta com fibras e aumentar a oferta hídrica) desidratação quantidade inadequada de fibras inatividade física uso prolongado da TNE gastroparesia (retardo do esvaziamento gástrico) má absorção síndrome da realimentação (ocorrem durante a depleção nutricional de pacientes em jejum prolongado ou desnutridos grave) dosar Na, P, Mg, K, Ca antes de iniciar a TN não é necessário normalizar as alterações eletrolíticas antes do início da TN, a não ser que sejam graves suplementação venosa de vitaminas e oligoelementos: inicio antes da TN e manter por 7 dias hidratação adequada iniciar TN com 10 kcal / kg - aumentar ~5kcal por dia até atingir os macronutrientes dosagem sérica diária dos eletrólitos obstrução sonda (irrigar a cada 4h e após medicação, se contínua ou 20 a 30 ml antes e após dieta, se intermitente) saída ou migração sonda desconforto nasofaringe erosões, necrose, abscesso nasal sinusite, rouquidão, otite esofagite, úlcera, estenose esôfago fístula traqueoesofágica ou ruptura de varizes esôfago Complicações metabólicas Complicações mecânicas manipulação fórmulas em áreas estéreis seguindo as boas práticas usar água filtrada ou fervida frascos descartáveis e refrigerados 4h em TA (aberto) 24 horas em TA (fechado) usar equipos por 24h controle microbiológico da dieta funcionários treinados posicionamento inadequado da sonda alimentação em bolos migração da sonda posicionamento impróprio do paciente vômitos RGE disfagia doenças associadas a gastroparesiaCateter: pneumotórax posicionamento inadequado flebite sepse Tardias: sepse trombose Mistura: instabilidade precipitação (formação de sais) Metabólicas: hiperglicemia (> 180 mg/dL) hipoglicemia (< 70mg/dL) síndrome da realimentação alterações eletrolítica alterações hepáticas Tardias: alterações hepáticas alterações ósseas Complicações infecciosas Gastroenterocolite Pneumonia aspirativa Outras complicações Complicações da TN (cont.) @camilla.pnunes boas práticas de manipulação (quem está manipulando, há higienização das mãos, cabelo preso, pia higienizada, quanto tempo o frasco fica na geladeira e em TA?) avaliar medicamentos em uso avaliar velocidade de infusão (muito rápida pode ocasionar em diarreia) avaliar osmolaridade da dieta, composição (lactose, fibras, alergênicos) > incluir fibras solúveis trocar dieta para oligomérica Caso clínico: M.L., sexo feminino 80 anos, com história de Alzheimer controlada com medicamentos. Evoluiu com disfagia grave, presença de ruídos hidroaéreos. Iniciou TNE sistema aberto com fórmula polimérica isotônica via SNE. Antecedentes: familiares negam antecedentes. Evoluiu com diarreia e distensão abdominal após iniciar a terapia nutricional enteral, o que fazer? A diarreia, quando isolada, pode não estar diretamente associada a TNE, mas acompanhada de distensão, pode ser intolerância Devemos avaliar: Complicações da TN (cont.) @camilla.pnunes ILPI: Instituto de Longa Permanência de Idoso Disfagia neurogênica: disfagia por causa neurológica GTT: gastrostomia SVO hiper hiper: suplementação via oral perda de peso: 20 - 25 kcal/kg manutenção: 25 - 30 kcal/kg ganho de peso: 30 - 35 kcal/kg recomendação: > 1,2 g/kg - DRI olhar tabela: para correr em 1h30 - 45 gotas / minuto Paciente LM, 62 anos, HDA de paralisia supranuclear progressiva. Moradora de ILPI, evolui com progressão da doença, disfagia neurogênica e apresenta redução de 6 kg nos últimos 3 meses, por redução e dificuldade da ingestão oral, já em uso de SVO hiper hiper. Peso: 48 kg e Altura: 162cm, cpan: 27cm. Indicada confecção de GTT. 1. Calcule a necessidade calórica (regra de bolso) e proteica da paciente: 1º passo - IMC: 18,28 kg/m² = baixo peso (SISVAN) 2º passo - caloria: 35 kcal x 48 kg = 1680 kcal/dia (~1700) 3º passo - proteína: 1,5 g x 48 kg = 72 g 2. Prescreva a terapia enteral (volume), considerando esquema de infusão em sistema aberto e gravitacional. 1680 kcal / 1,5 kcal (fórmula) = 1.120 ml / dia ~1200 ml / dia 1680 kcal / 1,0 kcal = 1680 ml / dia ~1700 ml / dia 1200 ml / 5 refeições: 240 ml por refeição a cada 4 horas 1200 ml / 6 refeições: 200 ml por refeição 3. Escolha a fórmula mais vantajosa do ponto de vista financeiro. Dieta 1.5 1000 ml - 30,40 1200 - x x = R$ 36,48 Exercício de Cálculo de TNEP Dieta 1.0 1000 ml - 26,97 1700 - x x = R$ 45,84 @camilla.pnunes perda de peso: 20 - 25 kcal/kg manutenção: 25 - 30 kcal/kg ganho de peso: 30 - 35 kcal/kg recomendação: > 1,2 g/kg - DRI Paciente LN, 35 anos, internado no hospital há 15 dias após trauma em coluna cervical – c2 decorrente de acidente automobilístico, tetraplegia, TQT, em uso de SNE e sonda vesical de demora. Apresentando quadro de evacuação líquida. Peso: 75Kg e Altura: 170cm. 1. Calcule a necessidade calórica (regra de bolso) e proteica da paciente: 1º passo - IMC: 25,95 kg/m² - sobrepeso 2º passo - caloria: 30 kcal x 75 kg = 2250 kcal/dia 3º passo - proteína: 1,2 g x 75 kg = 90 g 2. Qual dieta você escolheria? Justifique Se a opção for a primeira, necessário a prescrição de fibra solúvel, já que o paciente está com diarreia. A melhor opção seria a segunda dieta, por conta da fibra solúvel, além de ser iso osmolar. 3. Prescreva a terapia enteral, considerando protocolo de infusão de 20h em bomba 2250 / 1.2 = 1875 ml 1875 / 20 horas de infusão = 93,75 ml/h ~94ml/h na bomba de infusão Exercício de Cálculo de TNEP Paciente Crítico Fase de choque: paciente entra na UTI; não é o momento da TN Fase de fluxo: alimentar o paciente Quem é o paciente crítico? Paciente de frágil condição clínica; com possibilidade de perder a vida e uma disfunção orgânica. Necessita de cuidados clínicos imediatos e intensivos. São pacientes com falência orgânica (rins, fígado, pulmão), pancreatite aguda, traumas, TCE, abdômen aberto, queimaduras, sepse, grandes cirurgias, COVID-19 instáveis. Características: Pluralidade de motivos que levam o paciente a UTI. Stress catabólico Resposta Inflamatória sistêmica Alteração no suporte nutricional Diferentes fases da doença crítica @camilla.pnunes inicio com 15 a 20 kcal/kg e progressão para 25 a 30 kcal/kg após 4º dia, em pacientes em recuperação. Proteica: 1,5 - 2,0 g/kg (auxilia na cicatrização, apoio na função imunológica e manutenção da massa muscular) Obesos com IMC 30 - 50: 11 a 14 kcal/kg e IMC > 50: 22 a 25 kcal/kg, com PTN de 2,0 g/kg do peso ideal (IMC 30-40) e 2,5 g/kg do peso ideal (IMC > 40) Utiliza-se a fórmula de Toronto (mais frequente) para o cálculo de gasto energético Proteica: 1,5 - 2,5 g/kg/dia Glutamina: > 20% de área de superfície corporal (0,3 - 0,5 g/kg por 10 - 15 dias após a NE iniciar) A escolha da via será feita de acordo com a convivência do paciente alto risco de aspiração - deve ocorrer em pós-pilórico diarreia persistente - utilizar fibra solúvel Triagem de risco nutricional (NRS 2002) - avaliar o risco, identificando quais pacientes se beneficiarão da TN precoce Recomendação energética e proteica - paciente crítico geral Recomendação energética e proteica - queimados Quando iniciar a TN? Inicio apenas em pacientes hemodinamicamente estáveis, após 24 a 48 horas da entrada 1º dia - inicio com 15ml/hora Até 72h - chegar até 50ml/hora Alcance das necessidades deverá acontecer entre 48 a 72 horas e observar a distensão abdominal nas primeiras 8h após o inicio da TN Posicionamento da SNE Gástrica: usualmente utilizada Pós pilórica: em casos mais específicos, de obesidade grave, hernia de hiato, DRGE crônica e risco de aspiração Não há vantagem da posição pós pilórica em relação a gástrica para oferta de nutrientes Uso de procineticos: medicamentos que favorecem o esvaziamento gástrico, mais rápido (todos da UTI precisam utilizar, para diminuir risco aspirativo) Sobre paciente crítico: Avaliação Nutricional Imunomoduladores: não devem ser utilizados rotineiramente sepse grave: NÃO é recomendada, pode ser prejudicial Probióticos: se for utilizar, deve ser individualizado (paciente e cepa) - sem utilizar rotineiramente Mix de fibras: não deve ser adicionada a dieta padrão como profilaxia de diarreia Lesão Pulmonar Aguda (LPA) Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) edema pulmonar não cardiogênico hipóxia refratária (não melhora) inflamação generalizada no parênquima pulmonar néctar (1 colher ou 1 sachê) mel (2 colheres ou sachês) pudim (3 colheres) Dieta: Os pacientes costumam tolerar fórmulas poliméricas com 1 a 1,5 kcal/ml e isotônicas (300 a 350mOsm) A maioria das fórmulas tem valor calórico maior (1,5) sem encharcar (balanço hídrico positivo - edema) demais o paciente (ofertando liquido excessivo) Nutrição Parenteral Indicação: quando não pode-se utilizar o TGI ou a NE não é tolerada A NP suplementar (plus, para suplementar em conjunto com VO e NE) não deve ser feita durante os primeiros 7 dias da UTI Quando há permuta gasosa comprometida (fornecimento de O2 ineficiente para os tecidos) Pode ser causada por: aspiração, contusão pulmonar, inalação de materIais tóxicos, pneumonia, choque, fraturas múltiplas, transfusões, queimaduras, coagulação intravascular disseminada, pancreatite, sepse, infecção por COVID Broncoaspiração Entrada de substâncias estranhas (alimentos e saliva), na via respiratória Espessantes para reduzir o risco aspirativo dos líquidos, nos pacientes disfágicos Insuficiência Respiratória @camilla.pnunes Inicio da TN precoce (24 a 36 horas após admissão na UTI ou 12 horas após intubação e início da VM) Posicionamento da SNE: depende do paciente via nasogástrica: mais indicadovia nasoentérica decúbito elevado (45º) Calorias: início em 15 a 20 kcal e progredir lentamente, até 25 kcal após o 4º dia Fórmulas enterais com alta densidade calórica (1,5 - 2,0 kcal/ml) em pacientes com disfunção respiratória aguda e/ou renal Proteína: 1,5 a 2,0 g/kg, mesmo em disfunção renal, com progressão: 1º e 2º dia: < 0,8 g/kg 3º a 5º dia: 0,8 a 1,2 g/kg após 5º dia: > 1,2 g/kg fórmulas especializadas: não utilizar fórmulas com alto teor lipídico/baixo CHO para manipular coeficiente respiratório e reduzir produção de CO2, pois não há diferença significativa Ômega 3: gera mediadores anti-inflamatórios e inibidores da atividade plaquetária ômega 6 tem conversão em ácido araquidônico, precursor de prostaglandinas pró inflamatórias. SARA Maior número de neutrófilos nas membranas alveolares = agentes oxidantes e proteases que causam injúria pulmonar Resposta inflamatória = chave do mecanismo fisiopatológico da LPA e SARA As terapias medicamentosas tem objetivo na redução dos mediadores pró inflamatórias e restauração da função pulmonar Ventilação Mecânica Terapia de suporte primário aos portadores de LPA e SARA Suporte Nutricional Recomendações Nutricionais Posição prona: posição de barriga pra baixo - melhora a oxigenação dos tecidos pausar a dieta por pelo menos 30 minutos até pronar - depois que pronar, manter cabeceira elevada em 25 a 30º (trendelemburg reverso) procinético fixo (esvaziamento gástrico) TNE contínua com bomba de infusão iniciar a dieta após a 1ª hora e manter até 1 hora antes de retorno a posição supina TNP: ter lipídio na corrente sanguínea, piora na saturação de oxigênio - então, soluções 2 em 1 são mais indicadas (menos riscos) Pode usar parenteral exclusivo ou suplementar aguda crônica: se não ocorrer reparação tecidual em 3 a 4 semanas unidades hospitalares de urgência: 5 a 15% casas de repouso: 15 a 20% centros de reabilitação: 30 a 50% grau 1: hiperemia (vermelhidão) grau 2: bolha, perda parcial da pele grau 3: perda de todas as camadas de pele e dano ou necrose do tecido subcutâneo grau 4: perda de todas as camadas da pele e dano ou necrose do tecido subcutâneo, podendo chegar ao osso (osteomielite) exsudato: perda de líquido com alto teor de proteínas séricas e leucócitos desnutrição presença de doenças crônicas imobilidade no leito uso de algumas drogas, como corticoides Coeficiente respiratório: Razão entre quantidade de dióxido expirado e quantidade de oxigênio inspirado. Ferida/lesão/escaras: ruptura de tecido, na estrutura anatômica normal com perda consecutiva de função (necrose) São considerados pacientes terciários Prevalência: Estadiamento: Epidemiologia: TN nas lesões por pressão @camilla.pnunes baixa oferta nutricional hemoglobina baixa (menor aporte de O2 e nutrientes) hematócrito baixo hipoalbuminemia depleção da DCT hipocolesterolemia (< 100) fase inflamatória: após a lesão, vasoconstrição e formação de coágulos - posterior vasodilatação para quimiotaxia fase proliferativa: momento de ofertar nutrientes (maior demanda de aporte) - epitelização, angiogênese, formação de tecido de granulação e deposição de colágeno fase remodelação: aumento na resistência, sem aumento na quantidade de colágeno proteína mais abundante do tecido conectivo em fase de cicatrização proteína estrutural, material responsável pela sustentação e força de tensão da cicatriz a síntese de colágeno é dependente de oxigenação das células, hidroxilação da prolina e lisina (a partir de vitamina C), ferro, proteína e zinco dieta hipercalórica hiperproteicos arginina vitaminas A, C e E zinco, selênio Indicador de EN prejudicada: Cicatrização: Colágeno: Recomendações nutricionais (Braspen, 2020): Importante também, ofertar 1 ml/kg a cada hora, por dia Suplementos direcionados por LPP: cubitan e proline Suplementação especializada: curativos locais Estudo de caso: Paciente M.M, sexo feminino, 67 anos, diagnóstico de demência senil, uso de GTT, apresenta diarreia Peso: 45 Kg Altura: 1,63m IMC: 16,98 Kg/m2 = Magreza Lesões por pressão: Grau III Energia? 35 kcal/kg/dia (hipercalórica) Proteína? 1,8g/kg/dia (hiperproteica) Rica em fibras solúveis + módulo de proteína (15g) 1x ao dia + 1 sachê probiótico 1x ao dia @camilla.pnunes
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