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Administração Estratégica: 
principais características
Afonso Correia Gomes de Noronha
Introdução
A Administração Estratégica é muito utilizada pelas empresas no intuito de formular suas 
diretrizes para duas linhas básicas: a missão empresarial e os objetivos empresariais. Nesta aula, 
abordaremos o conceito de Administração Estratégica, bem como as etapas que envolvem seu 
processo, além de seu funcionamento e benefícios.
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste tema, você será capaz de:
 • entender o conceito de estratégia empresarial;
 • conhecer o processo da Administração Estratégica.
1 A natureza da administração estratégica
O conceito de Administração Estratégica (AE) evoluiu muito nos últimos anos e, apesar 
de ser utilizado em muitas organizações, independente do seu porte, não há consenso sobre 
seu significado. Desta forma, estudaremos o conceito de AE na visão de alguns autores, bus-
cando unificar suas ideias. 
Antes disso, é importante separarmos o termo administração de estratégia. Administração, 
segundo o dicionário Houaiss (2009), significa gerir algo próprio ou não, que pode ser uma empresa 
ou um evento, por exemplo. Estratégia, por sua vez, seria a aplicação dos recursos empresariais 
com eficácia, visando alcançar objetivos (HOUAISS, 2009). Podemos considerar a estratégia como 
a seleção dos caminhos para alcançar objetivos (MAXIMIANO, 2004). Outros estudiosos dizem 
que a estratégia visa cumprir objetivos mediante à utilização dos recursos, capacidade e compe-
tências das empresas (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2003). Perceba um ponto comum nestes 
conceitos: todos mencionam que há sempre uma ação para chegar aos objetivos. Assim, entende-
mos que estratégias são ações efetivas para o alcance de objetivos.
Neste sentido, a Administração Estratégica diz respeito à gestão de ações efetivas para atin-
gir objetivos, o que leva as empresas a obterem os resultados desejados. Estudiosos como Certo 
e Peter (1993) dizem que a AE é um processo contínuo que mantém uma organização integrada 
ao seu ambiente empresarial.
SAIBA MAIS!
No capítulo 3 da obra “Administração Estratégica”, Hitt Ireland e Hoskisson 
destacam os recursos, capacidades e competências essenciais que a empresa 
deverá ter para obter sucesso no processo da AE. Acesse: <https://
issuu.com/cengagebrasil/docs/9788522116416_livreto>. 
1.1 Funcionamento e Benefício da Administração Estratégica
A execução, ou seja, a maneira como funciona a AE é de responsabilidade do principal diri-
gente da empresa, sendo ele considerado o responsável pelo sucesso das estratégias. Além disso, 
normalmente, a AE envolve outros colaboradores de vários níveis e diversas áreas, fazendo com 
que as decisões estratégicas sejam tomadas em conjunto (CERTO; PETER, 1993).
Figura 1 – Decisões estratégicas.
Fonte: VGstockstudio/Shutterstock.com 
O maior benefício da AE é aumentar a capacidade de obter lucros, pois os resultados aumen-
tam receitas e reduzem despesas, o que impacta as margens de lucro. Além disso, ela leva os 
colaboradores a se comprometerem mais com as metas de longo prazo da empresa, pois como 
estão envolvidos no processo decisório de objetivos e estratégia, sentem-se responsáveis. 
Com a avaliação do ambiente organizacional, realizado pela Administração Estratégica, é pos-
sível que a empresa se adeque às mudanças ambientais e ofereça maior valor aos seus clientes em 
relação aos seus concorrentes. Além disso, a organização também pode prever os impactos das 
ações dos concorrentes no mercado de atuação, e assim não sair prejudicada (MAXIMIANO, 2004).
EXEMPLO
Quando uma empresa tem uma AE desenvolvida adequadamente, com bons pla-
nos e obtenção de benefícios, ela consegue ampliar sua visão de negócio, gerando 
novas oportunidades e melhorias. 
A seguir, entenderemos os processos que envolvem a Administração Estratégica.
1.2 O Processo da Administração Estratégica
O processo da AE, isto é, a maneira pela qual ela é desenvolvida, compreende cinco eta-
pas: análise do ambiente; estabelecimento de diretriz organizacional; formulação de estratégias; 
implantação das estratégias; e controle das estratégias. 
FIQUE ATENTO!
As etapas do processo da AE são necessariamente sequenciais, ou seja, não há como 
pular uma das etapas. Caso contrário, os resultados esperados não serão atingidos. 
A figura a seguir demonstra a sequência do processo de desenvolvimento da AE.
Análise do 
Ambiente
etapa 01
Estabelecendo 
a Diretriz 
Organizacional
etapa 01
Formulação das 
Estratégias
etapa 03
Implementação 
da Estratégia
etapa 04
Controle 
Estratégico
etapa 05
Figura 2 – Etapas do processo da AE.
Fonte: CERTO; PETER, 1993, p. 14.
Conforme a figura, percebemos a análise do ambiente, cujas informações levam ao estabe-
lecimento da diretriz organizacional e à formulação das estratégias, que serão implementadas e 
controladas para verificar se a execução está trazendo os resultados esperados. 
Agora, vamos entender as características de cada etapa do processo. 
 • Análise do Ambiente
O ambiente empresarial reporta-se a fatores externos e internos, que influenciam na rea-
lização dos objetivos da organização. Monitorar o ambiente externo é fundamental, portanto, 
pois serão identificados os riscos (ameaças) e oportunidades atuais e futuras (HITT; IRELAND; 
HOSKISSON, 2003). 
FIQUE ATENTO!
Entenda que a informação resultante da análise do ambiente é fundamental no de-
senvolvimento da AE, pois sem ela não será possível decidir sobre os objetivos e 
estratégias a serem desenvolvidas.
Figura 3 – Mercado Consumidor = Ambiente Empresarial.
Fonte: Monkey Business Images/Shutterstock.com 
Tenha em mente que a análise do ambiente interno da empresa irá tornar claras suas fragili-
dades (pontos fracos), assim como suas potencialidades (pontos fortes).
EXEMPLO
Uma empresa na área de varejo, após anos operando em um modelo tradicional, 
realizou uma análise no seu ambiente interno e externo, vislumbrando o seu cresci-
mento. Assim, decidiu rever as políticas internas para buscar aumento na competivi-
dade; e reduzir custos, para reduzir o preço final do produtos oferecidos aos clientes. 
 • Estabelecendo a Diretriz Organizacional
Nesta etapa, é determinada a meta da organização. Para isto, há dois indicadores: a missão 
organizacional, que traduz a razão da existência da empresa; e os objetivos, que refletem aonde a 
empresa deseja chegar.
FIQUE ATENTO!
A importância da diretriz organizacional está no fato de ela direcionar os esforços 
de todos os envolvidos para o mesmo ponto. Assim, a coordenação das atividades 
e o trabalho em equipe é fundamental.
 • Formulação das Estratégias Empresariais
Os responsáveis pela formulação das estratégias, ou seja, as pessoas que definirão as ações 
efetivas para que a empresa atinja seus objetivos, deverão estar atentos às diversas abordagens 
utilizadas no seu desenvolvimento, como, por exemplo a análise dos pontos fortes/pontos fracos/
oportunidades/riscos (Análise SWOT). 
 • A Implementação e Controle da Estratégia Organizacional
Não adianta formular as estratégias e não colocá-las em prática, certo? Assim, esta etapa é 
decorrente das anteriores. Caso a empresa não faça a implementação e controle da estratégia, 
deixará de obter os benefícios que essas ações trariam. É importante que os administradores sai-
bam lidar com as mudanças que irão ocorrer ao longo de todo o processo.
Figura 4 – Monitorar resultados.
Fonte: everything possible/Shutterstock.com 
Além de implantar as estratégias, é necessário desenvolver um controle efetivo, monitorando 
os resultados das ações definidas para atingir os objetivos. A intenção é corrigir as possíveis dis-
torções, realinhando os objetivos de acordo com as necessidades.
O Ciclo PDCA (Planejamento, Desenvolvimento, Controle e Ação) é a ferramenta utilizada pelo 
gestor na AE, pois permite que se faça o planejamento do resultado pretendido, definindo as ações 
para isto. No desenvolvimento, tais ações são colocadasem prática e o controle as acompanha, 
avaliando sua adequação ou não. Se não estiverem adequadas na fase da ação, elas são corrigi-
das e o ciclo se inicia novamente.
SAIBA MAIS!
A ferramenta utilizada no processo da AE é o Ciclo PDCA. Para entender melhor 
este recurso, acesse o link: <http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2008_1_Paulo-
Henrique-Leonel.pdf>.
Fechamento
Ao final deste tema, entendemos o conceito e o processo da Administração Estratégica. 
Podemos agora compreender a importância, para a empresa, dos benefícios resultantes da AE. 
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • compreender que a EA envolve ações efetivas para atingir objetivos;
 • entender que os objetivos e as estratégias são de responsabilidade da alta direção;
 • conhecer os benefícios da AE, como aumento da lucratividade e o comprometimento 
com as metas de longo prazo; 
 • distinguir as etapas do processo da AE: Análise do Ambiente; Formulação das Diretrizes 
e Estratégias; e a Implementação e o Controle das Estratégias.
Referências
CERTO, Samuel C.; PETER, J. Paul. Administração estratégica, planejamento e implantação da 
estratégia. Tradução: Flávio Deni Steffen. Revisão técnica: Alberto Henrique da Cruz Feliciano. São 
Paulo: Pearson Education do Brasil, 1993.
HITT, Michael A.; IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração Estratégica: compe-
tividade e globalização. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. Disponível em: <disciplinas.
stoa.usp.br/pluginfile.php/214601/mod_resource/content/1/Cap%203%20Administra%C3%A7%-
C3%A3o%20Estrat%C3%A9gica%20Hitt,%20Ireland,%20Hoskisson.pdf>. Acesso em: 5 jul. 2016.
______. Administração Estratégica: competividade e globalização. Tradução de José Carlos Bar-
bosa dos Santos e Luiz Antônio Pedroso Rafael. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2009.
HOUAISS, Antônio; VILAR, Mauro de Sales. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, elaborado 
pelo Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. 
1. Ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
LEONEL, Paulo Henrique. Aplicação prática da técnica do PDCA e das ferramentas de qualidade 
no gerenciamento do processo para melhoria e manutenção de resultados. 2008. 76 p. Monogra-
fia (EPD/UFJF, Graduação, Engenharia de Produção). Universidade Federal de Juiz de Fora, Depar-
tamento de Engenharia de Produção. Disponível em: <http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2008_1_
Paulo-Henrique-Leonel.pdf>. Acesso em: 5 jul. 2016.
MAXIMINIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revo-
lução digital. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2004.
ROBBINS, Stephen Paul. Administração: mudanças e perspectivas. Tradução de Cid Knipel Moreira. 
São Paulo: Saraiva, 2003.

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