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FISIOLOGIA CELULAR 5 Explique a sequência de eventos pela qual um potencial de ação em um neurônio motor produz contração em uma fibra muscular esquelética. Cada terminação nervosa faz uma junção com a fibra muscular, chamada de junção neuromuscular. Uma unidade motora são fibras inervadas pelo mesmo ramo de nervo. A terminação axonal há uma grande quantidade de mitocôndrias para fornecer a fonte de energia usada para a síntese de acetilcolina, transmissor que excita a membrana da fibra muscular. A acetilcolina fica armazenada em pequenas vesículas. Quando o potencial de ação chega na terminação axônica causa a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem presentes nessa região. O influxo de cálcio vai ativar vários mecanismos intracelulares que vão ser responsáveis pela atração da vesícula e pelo ancoramento dessas vesículas contendo neurotransmissor. A membrana da vesícula se funde com a membrana celular, sendo esse ancoramento dependente de cálcio, a vesícula se abre e ocorre exocitose da acetilcolina. O neurotransmissor, deixando a terminação nervosa, vai se ligar aos canais de sódio dependentes de ligante (dependente de acetilcolina), permitindo o influxo de sódio na fibra muscular. A despolarização gerada por esses canais de sódio dependentes de ligante vai ativar os canais de sódio voltagem dependentes, levando a um potencial de ação, o potencial da placa motora. Quando o potencial de ação é propagado pelos túbulos T (invaginações da membrana), ativa os canais de diidropiridina (canais de cálcio) na membrana do túbulo, que sofrem uma alteração conformacional que causa a abertura dos canais de rianodina, que são canais de cálcio presentes na membrana do retículo sarcoplasmático, dentro da fibra. Com o canal de rianodina aberto, há liberação de cálcio. Uma vez que os níveis de cálcio aumentam no citosol, o ciclo das pontes cruzadas inicia, já que o cálcio irá se ligar com a troponina-C. O complexo cálcio-troponina C desloca a tropomiosina, afastando-a do sítio de ligação da miosina na actina G, a miosina, então se liga à actina. Uma vez ligadas, as alterações na miosina, dependentes de ATP, resultam no movimento dos filamentos da actina, casando um encurtamento no sarcômero. Antes do início da contração, a miosina tem parcialmente hidrolisado o ATP. Com o influxo de cálcio, o cálcio ligado à troponina C promove o deslocamento da tropomiosina no filamento de actina, expondo os sítios de ligação da miosina na actina. Assim, a cabeça energizada da miosina vai se ligar à actina, passando por uma alteração conformacional (engatilhamento da cabeça da miosina) que puxa a miosina para o centro do sarcômero. Para isso, a miosina libera ADP e P. Uma vez que a cabeça da miosina está engatilhada na ponte cruzada e libera o ADP e o íon fosfato, uma nova molécula de ATP se liga na miosina, causando o desligamento da cabeça com a actina. Para um novo movimento de força, é preciso que a molécula de ATP seja clivada para iniciar um novo ciclo. O ciclo continua até que bomba de cálcio seja ativada no retículo sarcoplasmático, que retira o cálcio do citoplasma, fazendo-o retornar para o retículo, com ajuda da proteína calsequestrina. A diminuição da concentração de cálcio no citoplasma induz o relaxamento do músculo. Referências: GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2011 KOEPPEN, B. M. & STANTON, B. A. (2009). Berne & Levy: Fisiologia. 6ª ed., Ed. Elsevier, Rio de Janeiro, RJ. SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana. 7.ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
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