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Fisiologia – Maria Cláudia – 3º p Isadora Furtado e Murilo Bessa -XXIX 
RINS E SUAS FUNÇÕES 
Os rins têm como principal função 
eliminar o material indesejado, que é ingerido 
ou produzido pelo metabolismo, ou seja, 
realizar a Excreção. 
Fazem a Homeostasia, que é a 
manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico, da 
osmolaridade dos líquidos renais 
Produzem hormônios: 
 Eritropoetina: produção de eritrócitos 
(hemácias ou glóbulos vermelhos). 90% é 
produzida no córtex renal pelas, células 
epiteliais peritubulares. A liberação do 
hormônio é controlada pela baixa 
oxigenação das artérias renais. As células 
corticais dos rins estimulam a eritropoese 
na medula óssea, que aumenta a 
produção das hemácias. Pessoas com 
insuficiência renal podem ter anemia. 
 
 Renina: regulação da pressão arterial. É 
sintetizada, armazenada e liberada pelas 
células justaglomerulares dos rins. 
Participa da conversão do 
angiotensinogênio em angiotensina, até a 
ação da ECA, que converte angiotensina I 
em Angiotensina II. Essa angiotensina II 
promove a vasoconstrição e liberação da 
aldosterona (hormônio liberado pela 
suprarrenal que retém sódio e água e 
elimina potássio) que culmina no aumento 
da pressão arterial. Todas as vezes em 
que há redução da pressão arterial o 
sistema renina-angiotensina-aldosterona é 
ativado. 
 
Além disso, fazem o Balanço 
Eletrolítico, ou seja, o rim controla o volume 
e a composição dos líquidos corporais 
(água/eletrólitos), a Regulação do 
metabolismo de cálcio e fósforo e controla 
a glicemia pela gliconeogênese e controle 
de reabsorção da glicose. 
ANATOMIA DOS RINS 
Se um rim for seccionado em um plano 
cefalocaudal, pode ser identificada as duas 
principais regiões desse órgão. A primeira e 
situada mais exteriormente é o Córtex, já a 
segunda e situada mais interiormente é a 
Medula. Essa última é dividida em massas de 
tecido em forma de cone denominados, 
Pirâmides Renais. 
Além disso, no ápice das pirâmides 
renais são evidentes as Papilas, estruturas as 
quais são direcionadas aos Cálices Menores. 
Esses últimos, direcional a urina produzida 
para os Cálices Maiores e posteriormente 
para a Pelve Renal, estrutura que está 
intimamente ligada ao Ureter, canal que 
encaminha a urina para a Bexiga. 
 A Estrutura Funcional Dos Rins e Sua 
Vascularização 
A unidade funcional dos rins são os 
Néfrons, os quais somados resultam em 
800000 a 1 milhão em cada rim. Eles filtram 
os elementos do plasma sanguíneo e 
eliminam as excretas na urina. Cada néfron 
contém grupo de Capilares Glomerulares, os 
quais são ramificações da Arteríola Aferente, 
chamado Glomérulo, região a qual a filtração 
de fato ocorre. Essa estrutura é revestida pela 
Cápsula de Bowman, ponto de partida da 
produção da urina. Além disso, o encontro dos 
capilares glomerulares forma a Arteríola 
Eferente, a qual se direcionara as várias 
porções do longo tubo do néfron em estruturas 
de Capilares Peritubulares. 
Posteriormente, é evidente um longo 
tubo o qual é subdividido em: Túbulo 
Proximal, Alça de Henle, Túbulo Distal, 
Túbulo Conector, Túbulo Coletor, Ducto 
Coletor Cortical e Ducto Coletor Medular 
(junção de vários ductos coletores corticais). 
 Fisiologia – Maria Cláudia – 3º p Isadora Furtado e Murilo Bessa -XXIX 
Os néfrons podem ser classificados da 
seguinte maneira: Néfrons Corticais e 
Néfrons Justamedulares. Os primeiros são 
néfrons que têm os glomérulos localizados na 
zona cortical externa dos rins e fazem a maior 
reabsorção e filtração glomerular, já os 
justamedulares são aqueles que possuem 
seus glomérulos aderidos intimamente a 
região medular, relacionados a concentração 
da urina. 
A arteríola aferente traz o sangue para 
ser filtrado. Esse sangue passa pelos 
capilares glomerulares (são fenestrados). O 
sangue é filtrado e retorna para a circulação 
sistêmica pela arteríola eferente. Esse filtrado 
glomerular formado (inicial) percorre os 
túbulos e sofre processo de reabsorção e vão 
para os capilares peritubulares. Além disso 
esse filtrado glomerular sofre o processo de 
secreção. 
 
INFECÇÕES URINÁRIAS 
Mulheres são mais susceptíveis à 
infecções urinárias por ter a uretra menor que 
a do homem, menor imunidade e a 
proximidade da uretra com o ânus. 
O principal agente etiológico causador 
de infecções urinárias do trato baixo (uretra e 
bexiga) (trato alto é os rins e denomina-se 
pielonefrite) é a Escherichia coli, bactéria que 
vive no intestino (no intestino é saprófita – 
não causa infecção) e causa infecções 
quando sai desse órgão. Higienização tem 
que ser feita da vagina em direção ao ânus, 
para que não ocorra o risco de carrear a 
bactéria para o trato urinário. 
 
MICCÇÃO 
A micção é o processo pelo qual a 
bexiga se esvazia quando fica cheia. No 
momento em que a bexiga atinge uma 
quantidade considerável de urina até que sua 
tensão atinja o limiar, inicia-se o Reflexo da 
Micção. Esse processo é intermediado pelo 
sistema nervoso autônomo parassimpático, 
sendo que, no momento do limiar há um 
reflexo que contrai a musculatura da bexiga, 
induzindo a abertura do esfíncter urinário. 
Portanto, a micção é um reflexo involuntário, 
mas que possui um controle voluntário do 
indivíduo. 
FORMAÇÃO DA URINA 
A formação da excreção urinária 
representa a soma de três processos renais: 
Filtração Glomerular, Reabsorção Tubular 
e Secreção Tubular. Matematicamente isso 
pode ser expresso por: 
 
 Filtração Glomerular (FG) 
Antes de tudo, é importante ressaltar 
que apenas 20% do volume de plasma 
sanguíneo que chega no glomérulo é filtrado, 
sendo que 99% da quantidade de plasma que 
entra no néfron é reabsorvido, ou seja, apenas 
1% é realmente excretado na urina. 
Assim como a maioria dos capilares do 
organismo, os capilares glomerulares 
possuem seu endotélio fenestrado e revestido 
de cargas negativas, fator que impede a 
permeabilidade de proteínas plasmáticas, 
assim, o líquido filtrado é essencialmente livre 
dessas proteínas e desprovido de elementos 
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celulares como as hemácias. Logo, a 
facilidade com que uma substância é filtrada 
depende de seu peso molecular e de suas 
características eletrostáticas. Além disso, os 
outros constituintes do filtrado devem 
apresentar concentrações similares às 
concentrações plasmáticas. 
OBS.: A glicose, por exemplo, possui baixo 
peso molecular, logo é quase totalmente 
filtrada. Por outro lado, a albumina apesar de 
ter um peso molecular adequada para a 
filtração, não pode ser filtrada devido a 
repulsão eletrostática exercida por suas 
cargas negativas. Diante disso, a Proteinúria 
é causada justamente pela perda das cargas 
negativas presentes no endotélio dos 
capilares glomerulares. 
 A FG é determinada pela soma das 
pressões Hidrostáticas (plasma) e 
Coloidosmóticas (proteínas plasmáticas) 
através da membrana glomerular fornecendo 
a Pressão Efetiva de Filtração e pelo 
Coeficiente de Filtração (K). Uma maneira 
de expressar essas relações 
matematicamente seria: 
 
Diante disso, a pressão efetiva de 
filtração inclui a Pressão Hidrostática 
Glomerular (positiva a FG), a Pressão 
Hidrostática na Cápsula de Bowman 
(negativa a FG), a Pressão Coloidosmótica 
Glomerular (negativa a FG) e a Pressão 
Coloidosmótica na Cápsula de Bowman 
(considerada nula devido ao número 
insignificante de proteínas plasmáticas na 
Cápsula de Bowman). Logo, todas essas 
relações podem ser descritas da seguinte 
maneira: 
 
Além disso, é importante ressaltar o 
papel Bifásico da constrição arteriolar 
aferente, visto que, no momento desse 
estímulo a pressão hidrostática dos capilarestendem a aumentar, resultando de imediato no 
aumento da FG. Entretanto, a continuidade 
dessa constrição leva ao aumento da pressão 
coloidosmótica capilar, pois, com a diminuição 
do plasma sanguíneo naquele local, haverá 
uma maior concentração de proteínas 
plasmáticas, resultando na diminuição gradual 
da FG. 
Outro ponto que deve ser explorado no 
estudo da FG, é o Fluxo Sanguíneo Renal, 
visto que, 22% do débito cardíaco é 
direcionado para os rins. Desse modo, como 
é de se esperar, os mecanismos que regulam 
o fluxo sanguíneo renal estão intimamente 
ligados ao controle da FG e das funções 
excretoras do rim. 
Como vimos anteriormente, as 
determinantes da FG são as pressões 
relacionadas aos capilares e a Cápsula de 
Bowman. Essas variáveis, por sua vez, são 
influenciadas pelo Sistema Nervoso 
Simpático (SNS), por Hormônios e por 
Autacoides (substancias vasoativas 
liberadas nos rins, agindo localmente) e outros 
controles por Feedback. 
É evidente que todos os vasos 
sanguíneos renais são inervados pelo SNS. 
Dito isto, uma forte ativação desse sistema 
pode resultar numa constrição das arteríolas 
renais, diminuindo o fluxo sanguíneo e a FG. 
Além desse controle, temos a ação da 
Angiotensina II, a qual pode ser considerada 
tanto um hormônio circulante, quanto um 
autacoide. Esse potente vasoconstritor é um 
componente do sistema Renina-
Angiotensina-Aldosterona, o qual já foi 
aprofundado do semestre passado. Diante 
disso, esse hormônio tem uma forte influencia 
sobre as arteríolas renais, induzindo-as a 
diminuírem seu fluxo sanguíneo, e 
consequentemente sua FG. 
Por outro lado, temos as 
Prostaglandinas, as quais atuam de maneira 
contrária a esses dois últimos mecanismos, ou 
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seja, esse autocoide promove a vasodilatação 
das arteríolas renais. Logo, esses 
mecanismos existem com a finalidade de 
garantir a integridade e a homeostasia desse 
aparelho excretor. 
Por fim, é necessário ressaltar que o 
desempenho da FG reflete sobre as demais 
fases da formação da urina. 
 Reabsorção Tubular e Secreção 
Tubular 
A Reabsorção Tubular (RT) é um 
processo que sucede a FG e ocorre 
simultaneamente a Secreção Tubular. Nesse 
contexto, é importante ressaltar que, 
diferente do mecanismo de FG, a 
Reabsorção Tubular é Seletiva, ou seja, 
enquanto na FG todo conteúdo plasmático é 
filtrado, na RT há um processo de seleção do 
que fica e do que é reabsorvido de acordo 
com as necessidades do organismo. 
Diante disso, é evidente que algumas 
substâncias como Glicose e Proteínas são 
totalmente reabsorvidas, enquanto a Ureia e 
a Creatinina são totalmente excretadas na 
urina. 
Quando o assunto é reabsorção de 
água devemos nos atentar as porções do 
grande túbulo do néfron. Desse modo, no 
Túbulo Proximal, a permeabilidade à água 
sempre será elevada de modo que ela será 
reabsorvida tão rapidamente quanto os 
solutos. Por outro lado, no Ramo Ascendente 
da Alça de Henle, a permeabilidade é sempre 
baixa e nas últimas porções dos túbulos 
(Túbulos Distais, Túbulos Coletores e Ductos 
Coletores) a permeabilidade varia de acordo 
com a atividade do Hormônio AntiDiurético 
(ADH). 
A atividade do ADH é modulada de 
acordo com as necessidades do organismo, 
ou seja, em caso de desidratação a ação 
desse hormônio se intensifica aumentando a 
permeabilidade das porções distais do 
túbulo, em contra partida, na ausência do 
ADH quase não há reabsorção de água 
nessas regiões devido a baixa 
permeabilidade de suas membranas. 
Nesse sentido, esse mecanismo de 
permeabilidade é regulado a partir da 
movimentação dos canais de Aquaporina-2 
(AQP-2), os quais são responsáveis por 
facilitar a passagem desse solvente. 
GLANDULA SUPRA RENAL 
As glândulas suprarrenais são 
componentes do sistema endócrino que 
exercem intensa influência sobre o balanço 
eletrolítico do organismo. Essas estruturas, 
assim como os Rins, possuem um Córtex e 
uma Medula. Diante disso, a sua região 
medular é responsável por secretar 
Catecolaminas, são elas: Adrenalina e 
Noradrenalina. Essas substâncias estimulam 
a vaso constrição e consequentemente o 
aumento da pressão arterial. 
Por outro lado, a região cortical das 
glândulas suprarrenais é responsável por 
secretar Corticosteroides, são eles: 
Mineralocorticoides, Glicocorticoides e 
Androgênios. 
Dentro da classe dos 
Mineralocorticoides devemos dar importância 
nesse momento à Aldosterona, um hormônio 
importante na regulação da reabsorção de 
sódio e da secreção de potássio pelos 
túbulos renais. Nesse sentido, a Aldosterona 
age diante de concentração de potássio 
extracelular aumentada e níveis de 
angiotensina II elevados, resultando em 
retenção de sódio e de água com o objetivo 
de restaurar a pressão sanguínea e o 
balanço eletrolítico aos níveis normais 
Por fim, dentro da classe dos 
Glicocorticoides é importante elencar a 
relevância do Cortisol, um hormônio liberado 
em situações de estresse e durante 
atividades físicas que regula a concentração 
de inúmeras substancias no organismo, visto 
que, estimula a alta da glicemia, estimula a 
lipólise, atua no balanço eletrolítico (retenção 
de sódio e eliminação de sódio e cálcio) e 
interage com os receptores dos 
Mineralocorticoides (Aldosterona).