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Questões sobre Lingüística Textual
 
 Ester Batista Machado
1. Conceitue Lingüística do Texto/ Textual. Dê um breve relatório.
2. Quais são suas principais propostas, contribuições?
3. Sendo que “a abordagem de gênero” refere-se aos conceitos da Lingüística Textual, postos em prática na sala de aula, quais são benéficos e alguns maléficos no uso dessa abordagem?
Lingüística Textual
São os estudos dos diferentes fatores que intervêm na organização textual discursiva, com ênfase nos aspectos sócio – cognitivos e interacionais, nos processos de referenciação e de sequenciação textual, nos tipos de textos e nos gêneros do discurso.
Para Marcuschi (apud Bentes, 2001) “seu surgimento deu-se de forma independente, em vários países de dentro e de fora da Europa Continental, simultaneamente, e com propostas teóricas diversas”, com um progressivo afastamento da influência teórica metodológica saussuriana.
De acordo com Fávero (2010), a origem do termo Lingüística Textual encontra-se em Cosério e no sentido que lhe é atualmente atribuído, tenha sido empregado por Weinrich.
“[...] Para Weinrich, o texto é, pois um andaime de determinações onde tudo se encontra interligado” (pág.60)
O objeto da investigação da lingüística textual passa da palavra ou frase para o texto e da linguagem como interação dentro de um contexto, considerando seu uso.
Para Barthes “o autor é uma personagem moderna”, é ele que fala, mas a linguagem, ou seja, ”isso que fala”, tanto em perspectiva psicanalítica quanto histórico-social, é anteriormente dado pela própria linguagem. 
As concepções de texto para a Lingüística textual, a partir da década de 1960 
1° fase: Transfrástica. Da frase para o texto, ligada a seqüencia de frases, como o sentido é construído. Preocupada com as conexões: mas, porém, todavia, porque, entretanto, etc. 
2° fase: Gramática textual. Descrever, explicar todos os processos pela qual se desenvolvia o texto. Mapeado e descrito de forma universal.
3°fase: Teoria do texto, cognição e pragmática. Lugar de interação, tanto o escritor como leitor vão construir significados. O texto não tem significação em si e sim, na interação entre o leitor e autor mediado pelo texto. O sentido vai depender de cada leitor. O texto é estudado dentro do contexto de produção. Um produto em constante processo, não acabado.
A Lingüística Textual é um objeto de investigação não sendo apenas uma palavra isolada, mas um texto de manifestação da linguagem. A diferença entre texto e lingüística textual não é apenas quantitativa, mas qualitativa, pois enfatizam estruturas utilizadas na construção. (KOCH)
Para produzir um texto é preciso saber o que ele é. O texto é “toda e qualquer manifestação da capacidade textual do ser humano (música, um filme, uma escultura, um poema, uma obra de arte, um romance, etc.), e, em se tratando de linguagem verbal, temos o discurso, atividade comunicativa de um sujeito, numa situação de comunicação dada, englobando o conjunto de enunciados produzidos pelo locutor (ou pelo locutor e interlocutor, no caso dos diálogos) e o evento de sua enunciação”. Fávero e (Koch, 1983, p.25)
O texto é um evento comunicativo onde convergem vários tipos de conhecimento.
 (Beaugrande)
Os sete critérios de textualidade (Beugrande e Dresser) são:
1. Coesão é a conexão entre as partes de um texto para que ele tenha uma unidade lógica. Substituição lexical (sinônimos, hiperônimos, etc.)
 Substituição gramatical (pronomes, artigos, etc.)
2. Intencionalidade: Ninguém escreve um texto sem objetivo. Diz respeito ao objetivo de quem escreve e que tem um público alvo para este texto.
3. Informatividade: Todo texto tem um nível de informatividade, mas depende de quem o lê, do conhecimento de cada leitor.
Nível Alto: Informações novas
Nível Mediano: Informações novas e conhecidas, equilibrado.
Nível Básico: Informações conhecidas, texto previsível e pode afetar a aceitabilidade.
4. Aceitabilidade: Algo que faz com que o leitor não aceite o texto, não se identifica, ou o assunto não é novo, ou a linguagem é muito difícil para compreender.
5. Intertextualidade: É o dialogo entre os textos, o texto lembra outro texto. Pode ser intertextualidade explícita (resumos, resenhas, citações, etc.) ou implícita (paródia, paráfrase, apropriação, etc.) quando precisamos acionar nossa memória enciclopédica de leitura.
Intertextualidade de forma (tipologia textual, estrutura): Ex. O texto dissertativo tem uma forma e eu faço outro e copio a mesma estrutura.
Intertextualidade de conteúdo: Um texto do mesmo assunto, da mesma área de conhecimento.
Pode ter os dois ao mesmo tempo, forma e conteúdo. 
6. Situcionalidade. Todo o texto está vinculado ao seu contexto pragmático, a cena, a situação comunicativa. Duas formas de adaptar o texto ao seu contexto:
Da situação para o texto: Quando redigir um documento de trabalho, será em uma linguagem formal e com uma estrutura específica para o documento.
 Do texto para a situação: Ao ler Camões, levar em conta o tempo em que o texto foi escrito, existe um padrão, marcas lingüísticas, expressões, formas como se escreve as palavras no contexto.
7. Coerência: Diz respeito à unidade de sentido de um texto, sentido na extensão do texto, no processo de produção do texto, verbalização, recepção, pensada para determinado público, uma unidade de sentido em sintonia.
Na questão dos gêneros segundo Koch (2002), vale a pena salientar a releitura que vem sendo realizada na obra de Bakhtin (1953), no qual o autor propõe o seu conceito de gênero do discurso. Essa releitura de Bakhtin tem sido feita com objetivos didáticos, ou seja, para que possam ser aplicados no âmbito educacional.
Marcuschi (2005) chama atenção para os gêneros novos, as aulas virtuais. Mesmo. em seu formato de texto corrido, constituindo praticamente um livro no meio virtual, tem uma organização hipertextual com as condições tecnológicas de acessos e lincagens rápidas e diversificadas. 
Aulas EAD apresentam o três formatos: texto corrido, centrado na exposição e discussão
(e-mails) e um na discussão dos chats.
Nas aulas pela internet o aluno tem que ler, buscar mais informações (pesquisa e chat), interpretar, criar o texto. Paiva apud Marcuschi (2005, p.55) nos diz que:
“Nas comunidades virtuais de aprendizado, abandona-se o modelo de transmissão de informação, tendo a figura do professor como o centro do processo e abre-se espaço para a construção social do conhecimento através de práticas colaborativas. Assim as dúvidas dos alunos são respondidas pelos colegas e deixam de ser responsabilidade exclusiva do professor.”
A lista de discussão é um gênero da comunidade acadêmica. Os e-mails e chat predominam a linguagem informal. Blogs são palcos de opiniões e fonte de informação de diversos setores, também considerado uma ferramenta de aprendizado.
Vídeo conferências interativas e palestras também usam a internet para apresentar seus conhecimentos.
A intertextualidade está em todos os textos, cabe ao leitor, mediante suas leituras, perceber em que nível esse fator textual está presente nos mais variados textos. Compreender essa intertextualidade depende da condição sócio-econômica, também. Os alunos que estudam em escolas muito precárias, que não tem acesso a internet, televisão, livros, revistas, que não gostam de ler ou não tem o habito da leitura, tem mais dificuldade para entender as intertextualidades. Estes alunos mencionados têm desvantagens em relação aos alunos de escolas particulares, que tem acesso a todos os recursos de multimídias e meios de comunicação. Cabe a professora reconhecer, escolher os textos e ensinar a intertextualidade. Também existem alunos que desconhecem certas realidades, guerras, história, política, arte, etc., estes, não reconhecerão os intertextos e nem saberão usá-los.
Alguns alunos terão dificuldades em escrever com coerência, assim a mensagem do texto não será entendida. O aluno precisa também saberfazer uma leitura superficial e uma profunda, para analisar o texto. Se não compreender, a comunicação não será efetiva.
Existe dificuldade, por parte dos alunos, para produzir seus textos e fazer resumos, buscam tudo pronto na internet, isto é ruim, pois não praticam.
Outra dificuldade (malefício) é que a internet nas escolas públicas é lenta e existem poucos computadores ou nem tem sala de informática. Muitas vezes a professora não tem domínio das mídias e outras vezes os alunos. A linguagem do ciberespaço, também tem características próprias, é preciso conhecê-la para que haja comunicação.
O professor e os alunos precisam se adequar as novas realidades da lingüística textual e nem todos estão preparados. Os erros de gramática não são mais importantes que a produção textual, deve haver um equilíbrio, na hora de corrigir provas, ensinando a partir dos erros.
A BNC ressalta que a área da linguagem deve possibilitar ao estudante “interagir com
práticas de linguagem em diferentes modalidades, na perspectiva de sua recepção e produção, de modo a ampliar, gradativamente, o repertório de gêneros e recursos comunicativos e expressivos”. Cabem as professoras e gestoras colocarem em prática através dos PPPs
Bibliografia
Bonifácio, Carla A. de M., João W.G. Maciel. Lingüística Textual, Letras Revista Linguasagem-21° Edição. Algumas considerações acerca do texto, sua expansão e domínios em lingüística textual. Ederson Henriques de S. Machado
Koch, Ingedore G. V. Introdução à Lingüística Textual: trajetórias e grandes temas: São Paulo: Martins Fontes, 2004
Marcuschi, Luiz Antônio. Produção Textual, análise de gênero e compreensão.São Paulo:Parábola,2008.
Polígrafos de aula

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