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Acadêmica: Camila Guimarães Lopes Disciplina: Tópicos Especiais em Agronegócio Profº Dr. Clandio Favarini Ruviaro Livro: “Vai Agronegócio” Autor: Marcos Fava Neves Atualização do artigo “Transgênicos: deixe o consumidor escolher!”. Publicado no Estado de São Paulo, em 07/06/1999. Pág. 24. A tecnologia dos transgênicos está presente no dia a dia dos consumidores há mais de 20 anos, entretanto, os transgênicos surgiram em 1973, quando os cientistas Cohen e Boyer coordenavam um grupo de pesquisas com a finalidade de transferir um gene de rã para uma bactéria, o primeiro experimento ocorrido com sucesso usando a técnica do DNA recombinante em Stanford e na Universidade da Califórnia. De acordo com a Revista Gallileu, a primeira planta transgênica foi produzida no ano de 1983 quando os cientistas cruzaram um gene de um vagalume com a planta do tabaco. A resultante do cruzamento foi um pé de fumo que brilha no escuro. Porém, apenas em 1994, os transgênicos foram liberados para consumo humano, sendo que o primeiro alimento foi o tomate, nos Estados Unidos. Desde então, o assunto traz certa polêmica e algumas indagações acerca destes organismos geneticamente modificados, ou “GMOs” (Genetically Modified Organisms). Há uma imensa gama de alimentos transgênicos que são consumidos diariamente em diversos países, podendo ser identificados com o T dentro de um triângulo amarelo nos rótulos ambientais das embalagens. Tal identificação se iniciou obrigatoriamente em 2003 para todo alimento com mais de 1% de matéria-prima transgênica. O decreto de rotulagem (4.680/03) quando foi publicado, se tornou válido a empresas da área da alimentação, aos produtores e vendedores. No Brasil, cerca de 70% de todos os alimentos processados contém, pelo menos, um ingrediente derivado de soja ou milho, que podem ser transgênicos. Além disso, estima-se que mais da metade da produção nacional de soja é geneticamente modificada, além das diferentes variedades de milho transgênico que passaram a ser cultivadas no país a partir de 2008. (CIB, 2009) O aumento da presença da biotecnologia na nossa alimentação, por meio da engenharia genética, tem seus prós e contras perante a sociedade e a mídia. O desenvolvimento cada vez mais perspicaz de produtos modificados representa inúmeros benefícios nas lavouras, no que se refere à resistência e combate intensivo de 1 pragas, diminuição expressiva no uso de fertilizantes e pesticidas. Além disso, as plantas biofortificadas possuem mais vitaminas, proteínas e outras substâncias importantes para a saúde, inclusive que atuam na “redução do risco de doenças cardiovasculares, materno-infantis, gastrointestinais, oculares e até diferentes tipos de câncer” (Portal Educação, 2019). A introdução destes alimentos na cadeia alimentar de alguns países, como os Estados Unidos e a Argentina, causou a difusão da ideia de que eles seriam mais propensos a contaminações e provocar reações alérgicas nos consumidores. A crítica aos GMOs se dá principalmente ao fato de que novos genes podem resultar em um poder de monopólio das empresas de biotecnologia na indústria de insumos agrícolas, influenciando diretamente nas decisões do produtor. A preocupação em barrar os transgênicos se refere à fraudes associadas à produção, armazenagem e ao transporte do produto, algo que não pode ser devidamente controlado. No ano de 2011, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou o plantio e a comercialização do feijão, o primeiro alimento transgênico totalmente produzido no Brasil pela EMBRAPA. Tal variedade é resistente à principal praga que ameaça e afeta o cultivo e a produção do grão na América do Sul: o mosaico. Sendo que essa praga pode causar perdas de até 100% da colheita. A produção e comercialização do milho da Monsanto, resistente a lagartas e tolerante ao glifosato, também foi aprovada pela comissão. Em 2012 eram 33 transgênicos aprovados; atualmente em 2021 são mais de 110 plantas autorizadas e liberadas para plantio em escala: milho, soja, algodão etc. Além das muitas vantagens econômicas e ambientais, como a redução de perdas dos agricultores, maior produtividade, melhores colheitas, a adoção de transgênicos permite diminuir o uso de inseticidas e outros produtos químicos que ameaçam o meio ambiente e a saúde humana. (EXAME.COM, 2012). Supracitados pela autor, no que tange aos sistemas agroindustriais relacionados aos GMOs, são necessárias três tipos de ações: investimentos em infraestrutura, controles e incentivos. Além da rastreabilidade, dado a importância dos GMOs. Contudo, ainda que a oposição a esses alimentos seja muito incidente, a falta de informações verídicas prejudica o consumo de tais produtos intensificando ainda mais as especulações de modo geral. Embora seja um processo natural de consolidação de novas tecnologias, faz-se necessário também unir esforços para singularizar os fatos acerca dos efeitos benéficos e maléficos. Considerando a produção orgânica, também certificada e crescente no Brasil na atualidade, visto a demanda por produtos agroecológicos e mais saudáveis, pode-se citar que, não discriminando os setores, ambos são extremamente necessários para o desenvolvimento de um país. Embora existam as diferenças entre os mais diversos produtos, diante de fatos e da rotulagem ambiental, é de critério exclusivo do consumidor a escolha do produto que irá consumir. Sabe-se que, com o crescente 2 aumento populacional, estratégias científicas são intrínsecas ao sistema produtivo do mundo atual, e, se utilizada corretamente, a engenharia genética assim como asdemais tecnologias são capazes de solucionar os mais diversos problemas que existem no planeta, gerando renda e qualidade de vida às pessoas, aliado à sustentabilidade socioambiental. 3
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