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Desafios Sociais na América Latina

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Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Sistemas de Informação
Atividade Acadêmica de América Latina, Desenvolvimento e Sustentabilidade
Prof. Dr. Laércio Pilz e Tutor Me. Caio Fernando Flores Coelho
Enunciado do Trabalho:
Desenvolver as seguintes questões propostas (mínimo 20 e máximo 30 linhas para cada questão):
1. Como o bem viver indígena (sumak kawsay) trazido no material de apoio pode tensionar o nosso modo de viver e que valores de vida se colocam como prioridade?
2. Qual o sentido que tem o conceito de "olhar enviesado" trazido na coluna de Milton Santos? Comente.
3. Como pessoal, política e socialmente podemos enfrentar propositivamente o preconceito e a exclusão racial e social? Como podemos exercitar este "colocar-se no lugar do outro"?
1. Como o bem viver indígena (sumak kawsay) trazido no material de apoio pode tensionar o nosso modo de viver e que valores de vida se colocam como prioridade?
Como visto no material proposto, Sumak Kawsay pode ser traduzido como “bem viver” ou “viver plenamente”. Esta filosofia indígena difere de várias formas do estilo de vida proposto, difundido e vivenciado por boa parte da sociedade latino-americana, que se desenvolve principalmente baseado em princípios capitalistas.
Podemos dizer que a ideia central do Sumak Kawsay é o desenvolvimento social em um modelo de vida sustentável e que perpetue um meio ambiente saudável, com extremo respeito a todas as formas de vida e valorizando primariamente a melhor convivência com a natureza e o meio em que nos encontramos, vivendo como parte da natureza e não à parte dela. O Sumak Kawsay não se limita somente a uma abordagem social, pois ela também está na esfera econômica e política, reforçando a importância do cultivo como meio de produção, mas não de forma predatória, tal qual a diminuição do consumismo desenfreado que invariavelmente levaria o nosso sistema ao colapso. Desta forma, podemos dizer que o Sumak Kawsay é uma alternativa política, econômica e social ao modo capitalista de produção, distribuição e consumo, dando a sociedade a capacidade do controle sobre a produção, além de politicamente trazer a debate a necessidade do reconhecimento de um Estado Plurinacional, que reconhece a necessidade de cada nação que compõe esse estado.
Contudo, por justamente ser um movimento que vai contra o modelo socioeconômico mundial, há grande resistência quanto a implantação deste modelo em alguns países latino-americanos. Entretanto, devemos sempre ponderar sobre onde a sociedade está nos levando, e quem é a sociedade. O Sumak Kawsay é uma filosofia de berço local, originária do próprio povo latino-americano e que reconhece o papel de cada um que à compõe, além de enfatizar um modelo econômico sustentável, não baseado na individualidade do crescimento econômico, mas sim no crescimento do indivíduo como agente social. 
2. Qual o sentido que tem o conceito de "olhar enviesado" trazido na coluna de Milton Santos? Comente.
Na coluna escrita por Milton Santos (2000), podemos ver uma análise breve sobre as diferenças nas tratativas sociais do ponto de vista racial no Brasil. O autor destaca o choque cultural e a história corrente que forçadamente perpetua o negro como uma raça sem lugar dentro da sociedade.
O olhar enviesado, como descrito pelo autor, passa a ideia de desfoque. A sociedade não quer olhar para o povo negro de forma realista, analisar verdadeiramente a história dos negros e sua trajetória até então. Este olhar enviesado descreve o como a sociedade nota a existência do negro, mas não busca compreender a sua história, suas raízes, sua cultura, descreve também como a presença do negro é tolerada e não tido como igual. Se analisarmos pelo viés socioeconômico, mesmo os negros que obtiveram ascensão dentro da classe econômica, são descriminados. Aqueles que permanecem nas camadas mais baixas, são rotulados negativamente e usados em argumentos negacionistas e generalistas. Por mais que a sociedade tenha evoluído e leis tenham sido criadas para punir aqueles que cometem atos racistas, isso não resolve o problema. Como o autor comenta em sua conclusão, o problema é estrutural, a reparação de quinhentos anos de danos foi iniciada recentemente com algumas políticas sociais e ainda assim, carece de apoio e entendimento, estando anos-luz do que seria tido como ideal mesmo dentro da realidade brasileira. Milton Santos escreveu esse texto nos anos dois mil e é notório que a sociedade continua olhando de forma enviesada para a população negra, por mais que tenhamos tido avanço nos últimos anos, estes, continuam sendo rasos para um problema desta profundidade.
Portanto, eu entendo que para que esse paradigma comece a evoluir da forma devida, é necessário que todas as pessoas entendam a dívida histórica que a sociedade tem junto aos negros. Não é sobre mim ou você, nós não temos culpa diretamente, mas nós fazemos parte desta sociedade e ela precisa ser reparada. Tomar consciência de si e de seus próprios privilégios e entender o papel social que você aplica dentro desse cosmos social é de suma importância para a evolução social. Somente o autoconhecimento e o pensamento ético podem nos levar a talvez alcançar a sonhada reparação social com o povo afro-brasileiro. 
3. Como pessoal, política e socialmente podemos enfrentar propositivamente o preconceito e a exclusão racial e social? Como podemos exercitar este "colocar-se no lugar do outro"?
O preconceito nasce do entendimento do diferente, da estranheza, do não reconhecimento e do medo. A sociedade é vaidosa, e invariavelmente gosta de responder perguntas, mas nem sempre verdadeiramente reflete sobre elas. Um discurso, muitas vezes é reproduzido, e não compreendido. 
Para enfrentar o preconceito, precisamos de pensadores. Não necessariamente de grandes filósofos, mas pessoas que pensem por si mesmas, que consigam ter o poder de síntese de pensamento e que principalmente, não carreguem a vaidade e a ignorância de não serem bons ouvintes. Para evoluirmos socialmente, precisamos ouvir o outro. Buscar entender a todos e não buscar uma verdade universal que cabe a tudo. Entender que a resposta genérica não cabe dentro de um contexto social, com todas as inimagináveis constelações de eventos que formam cada ser. Obviamente, não é necessário saber todos esses eventos para poder entender uma pessoa, mas saber justamente que é impossível você saber todos os eventos de todas as pessoas, e baseado nisso, analisando de forma lógica, é de fácil conclusão que o preconceito seja ele de qualquer forma, é de natureza ilógica. Se ainda assim, for insuficiente para extinguir qualquer pré-julgamento, o diálogo e a não generalização são excelentes alternativas. Através da conversa franca, pela busca da verdade e com pensamentos éticos e não necessariamente morais, conseguimos colocar-nos na posição de outrem. 
Entretanto, nem sempre a razão do preconceito é externa ou de desconhecimento. É necessário refletir sobre si mesmo e sobre seus pensamentos. É de responsabilidade de cada ser humano se autoconhecer e buscar as respostas sobre seus atos e devaneios. O saber ético e a franqueza no diálogo aberto são exercícios necessários para que possamos um dia, deixar esses tempos de diferenças, somente nos livros de história. 
Referências Bibliográficas:
Sumak Kawsay: uma forma alternativa de resistência e mobilização. Disponível em: http://www.ihuonline.unisinos.br/artigo/3436-pablo-davalos. Acesso em: 28 Mar. 2021

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