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Aulas - Direitos Reais

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DIREITOS REAIS – ADAPTATIVA
AULAS DE DIREITO CIVIL – DIREITOS REAIS
AULA 01
1. Direito das coisas
1. Conceito
O vocábulo reais decorre de res, rei, que significa coisa. Logo, o Direito das Coisas é sinônimo de Direitos Reais. A palavra “coisa” tem um sentido extenso. Refere-se tanto aos bens apropriáveis quanto aos não apropriáveis.
Segundo Venosa, o direito das coisas é aquele que estuda a relação de titularidade que liga as pessoas às coisas.  Este é uma modalidade de Direito Subjetivo que tem validade erga omnes. Por direito subjetivo podemos entender a faculdade de exigir determinado comportamento de outrem.
0. Distinção entre Direitos Reais e Direitos Pessoais
Um exemplo de Direito Real é a propriedade. Um exemplo de Direito
Pessoal é a obrigação.
O Direito Real recai diretamente sobre a coisa, sobre um objeto. Já o
Direito Pessoal, tem como objeto, relações humanas.
Diz-se também que o Direito Real é absoluto, exclusivo e válido erga omnes. Já o Direito Obrigacional é relativo. O objeto do direito pessoal ou obrigacional é a prestação, que somente pode ser exigida do devedor. 
O Direito Real não comporta mais do que um titular, ao contrário dos direitos pessoais. Aquele também é atributivo, porque atribue uma titularidade enquanto os últimos são cooperativos, pois implicam sempre uma atividade pessoal.
O Direito Real concede a seu titular o gozo e fruição de bens. Já o direito obrigacional concede direito a uma prestação.
Com relação ao fator temporal, diz-se que as obrigações são transitórias e os direitos reais são permanentes. Entretanto, tal distinção é questionável já que existem direitos reais limitados no tempo e obrigações sem limite de tempo, como as obrigações negativas, por exemplo.
Os direitos reais são finitos, ou seja, são somente os casos enumerados na lei. Já os direitos pessoais são numerosos ao infinito.
Também, somente os direitos reais podem ser objeto de usocapião, mas nem todos são passíveis dessa modalidade de aquisição.
1.3 Características
· O Direito de Seqüela é característica fundamental dos Direitos Reais. O titular de tal direito pode perseguir, ir buscar o objeto com quem quer que esteja.
· Recai diretamente sobre a coisa.
· Tem validade erga omnes.
· Aderência do titular à coisa (senhoria).
· Impossibilidade de mais de um titular.
· Atributivo.
· Número finito.
0. Classificação dos Direitos Reais
A primeira classificação diz respeito aos direitos reais sobre coisa
própria (propriedade, propriedade horizontal e condomínio) e sobre coisa alheia (usufruto, uso, servidões, habitação, enfiteuse, hipoteca, penhor, anticrese).
	Os Direitos reais sobre coisa alheia dividem-se entre Direitos de Gozo e de Garantia. Os primeiros conferem ao titular faculdades de uso, atividade e participação efetiva sobre a coisa. Já os direitos de garantia o titular tem a segurança para o cumprimento de obrigação. A garantia relaciona-se com uma obrigação, que é colocada como direito principal. A garantia é acessória.
	Outra classificação é a dos Direitos Reais principais e os acessórios. São principais aqueles que autônomos, ou seja, que não dependem de qualquer outro como os direitos reais sobre coisa própria e os sobre coisa alheia. São acessórios os direitos reais que pressupõe a existência de algum outro, como a hipoteca, o penhor e a anticrese.
	Existe outra classificação na qual a propriedade é o direito real mais amplo, da qual decorrem os demais direitos reais. Assim, o condomínio, por exemplo, seria uma modalidade de propriedade em comum, não exclusiva.
	Cabe ainda a distinção entre propriedade e domínio. Muitos usam tais expressões como sinônimas, mas a doutrina majoritária entende que o termo “propriedade” tem extensão mais ampla, englobando tanto coisas corpóreas quanto incorpóreas. A expressão “domínio” seria usada somente para bens incorpóreos.
Aula 02 – DIREITOS REAIS
2. Posse. Conceito. Origem.
	A doutrina define a posse como a relação de fato entre a pessoa e a coisa.
	Venosa acha mais acertado falar em estado de aparência juridicamente relevante. Assim, tal estado é protegido. Ele é uma situação de fato, que pode não corresponder ao efetivo estado de direito. Por outro lado, tal estado de aparência, que inicialmente pode surgir sem substrato jurídico, pode servir para a aquisição da propriedade (ex: usucapião).
	Assim, é importante fazer a distinção entre o ius possidendi e o ius possessionis. O primeiro é o direito de posse fundado na propriedade, ou seja, o indivíduo é possuidor e proprietário. É importante ressaltar que o titular pode perder a posse e nem por isso deixar de ser proprietário.
	Já o ius possessionis é o direito fundado no fato da posse. É, portanto, um aspecto externo. O possuidor, neste caso, pode não ser o proprietário, entretanto essa aparência de proprietário recebe proteção jurídica (Ver artigo 1.196).
	Os romanos encaravam o direito de forma pragmática e, portanto, não chegaram a elaborar teorias sobre a posse. Somente com os glosadores, a partir da leitura do Corpus Iuris Civilis, que determinou-se o conceito romano de posse baseado no corpus e no animus.
	O corpus é a relação material do homem com a coisa, ou a “exterioridade da propriedade” (Venosa). É o elemento objetivo.  O animus é o elemento subjetivo, a intenção de proceder com a coisa como proprietário.
	
2.1. Teorias Objetiva e Subjetiva.
	Diante desta distinção, Savigny e Jhering formularam as teorias da posse.
	O primeiro jurista sustenta que a posse só existe se o indivíduo tem corpus e animus. Este último é o que distingue o possuidor do mero detentor. O corpus não permite tal distinção porque aos olhos de terceiros tanto o detentor quanto  o possuidor tem a relação material com a coisa. Tal teoria é chamada subjetiva, justamente por acentuar a importância do animus.
	Jhering afirma que o animus é de difícil apreensão, pois é um elemento subjetivo. Quanto ao corpus, afirma o jurista que nem sempre há posse com a presença ou o contato físico do possuidor. Logo, o importante é fixar o destino econômico da coisa. O possuidor comporta-se como o proprietário, deste modo, o animus está integrado no conceito de corpus. Assim é o ordenamento jurídico que cria artificialmente a detenção. 
2.2. Natureza jurídica da Posse. 
	A doutrina se divide no que concerne a natureza jurídica da posse. Para alguns juristas ela é um fato, para outros é um direito e uma terceira corrente afirma que ela é um fato e um direito simultaneamente.
	Caio Mario adere à última corrente. Para o autor, a posse é, sem sombra de dúvidas, uma situação de fato. No entanto, há dezenas de situações semelhantes à da posse que são irrelevantes juridicamente falando. Assim, caracterizar a posse como mero fato é insuficiente, pois esta é uma situação em que a ordem jurídica impõe requisitos de exercício, cujo cumprimento assegura a faculdade de invocar a tutela legal. 
	O caráter jurídico da posse decorre do fato de que o ordenamento confere ações especiais ao possuidor, para que este não seja ameaçado ou esbulhado.
	Em suma, para o autor, a posse nasce como uma relação de fato e se transforma numa relação jurídica.
2.5. Espécies e qualificações.
a) Posse direta e indireta
	O artigo 1197 do CC dispõe sobre estes dois tipos de posse. Assim, a posse direta é aquela que é imediata, ou seja, do indivíduo que temporariamente, ou por força de ato ou negócio jurídico, a exerce. Já a posse indireta ou mediata é aquela exercida pelo titular da coisa.
b) Composse
	É a situação em que duas ou mais pessoas possuem a mesma coisa, com vontade comum, ao mesmo tempo. Assim, podem existir dois ou mais locadores, locatários, comodantes etc. (Ver artigo 1199).
c) Posse justa e injusta.
	O conceito de posse justa é definido de forma negativa no artigo 1200 do CC (ver artigo). Para sabermos se a posse é justa ou injusta não é necessário recorrer à intenção da pessoa. Assim, deve-se fazer uma análise objetiva.
	A posse exige que sua origem não apresente vícios. Posse viciada é aquela cujo vício originário a torna ilícita.
	De acordo coma definição do código é justa a posse que não for:
· VIOLENTA: é a posse obtida pela força ou violência do próprio agente ou de terceiros. Ela deve ser dirigida ao possuidor anterior, não à coisa e pode caracterizar-se tanto como coação física quanto moral. A origem violenta vicia a posse.
· CLANDESTINA: é aquela obtida às escondidas através de artimanhas. É no momento da aquisição da posse que se avalia sua clandestinidade. Não é clandestina a posse obtida com publicidade e posteriormente ocultada.
· PRECÁRIA: é aquela que está em uma situação inferior à posse propriamente dita. O possuidor precário se compromete a devolver a coisa após certo tempo.
Se a posse apresentar qualquer um destes elementos ela pode ser caracterizada como Injusta, o Código prevê ações possessórias para defendê-la.
d) Posse de boa-fé e de Má-fé. Justo título.
	É importante ressaltar que para a defesa da posse, a boa-fé não é essencial. Os artigos 1201 e 1202 do CC versam sobre a posse de boa-fé. (Ver artigos).
	Cessa a boa-fé no momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente. 
	Pontes de Miranda enuncia que caracteriza-se a posse de má-fé quando: “o possuidor está convencido de que sua posse não tem legitimidade jurídica, e nada obstante, nela se mantém”.
	No artigo 1201, o justo título é empregado, não como um documento, mas como um fato gerador do qual a posse deriva. Ele configura um estado de aparência que permite concluir estar o sujeito gozando de boa posse.
	O artigo 1203 enuncia o princípio de continuidade do caráter da posse, segundo o qual a posse de origem violenta, por exemplo, mantém o vício. A simples mudança de vontade não muda o caráter da posse.
e) Posse ad Interdicta e Posse ad Usocapionem.
	Posse ad Interdicta é toda a posse passível de ser defendida pelas ações possessórias.
Já a posse usocapionem é aquela que tem como efeito a possibilidade do possuidor adquirir a propriedade pelo decurso de tempo.
2.8. Aquisição e perda da posse.
	O artigo 1204 do CC é bem sucinto no que diz respeito à aquisição da posse. A doutrina, em geral, cita três modos desta aquisição, os quais: apreensão da coisa, disposição da coisa ou do direito e pelos modos de aquisição da coisa em geral.
a) APREENSÃO DA COISA
A apreensão consciente da coisa importa em posse. Tal apreensão pode decorrer de ato ou negócio jurídico, de disposição legal etc. A posse pode ser adquirida de modo originário ou derivado:
· Originária: é a posse que não decorre de qualquer vinculação com possuidor anterior. Assim, o ato do agente é unilateral.
· Derivada: é a posse que decorre de transmissão de um sujeito para outro ou da lei. 
Esta classificação é importante, pois a posse originária estará livre de vícios enquanto a posse derivada transmite os vícios para o possuidor posterior.
b) DISPOSIÇÃO DA COISA
	Dispor aqui, é mais uma manifestação da aparência de propriedade. É a continuidade do poder fático sobre a coisa.
	Quem perdeu a coisa ou desistiu de procurá-la perde definitivamente a posse sobre ela. Enquanto o indivíduo utiliza meios para localizar a coisa, mantém intacto seu poder de fato sobre ela. Assim, nos termos do artigo 1233, aquele que achou coisa perdida deve entregá-la à autoridade competente.
c) MODOS DE AQUISIÇÃO DA POSSE EM GERAL.
	A posse pode ser obtida por qualquer forma lícita, por exemplo: justa causa, justo título, abertura de herança na posse dos herdeiros (mortis causa) e o contrato (inter vivos). Na maioria das vezes haverá um negócio jurídico.
	Os artigos 1223 e 1224 versam sobre a perda da posse (ver artigos).
	Entretanto, a doutrina enumera os meios de perda da posse: abandono, tradição, perda ou destruição, pela posse de outrem e pelo constituto possessório.
a) PERDA DA POSSE PELO ABANDONO
	O abandono ocorre quando não existe mais a intenção de manter a coisa. É um ato voluntário, um desinteresse do titular. É importante destacar que a mera ausência temporária não significa abandono. Para que este ocorra deve haver a perda do corpus e do animus ao mesmo tempo.
b) PERDA DA POSSE PELA TRADIÇÃO
A Tradição é a entrega da coisa. É um modo de transferência de propriedade de coisas móveis. A propriedade das coisas imóveis se dá pelo registro do título.
Na tradição o alienante transfere a posse a outrem, em razão de negócio jurídico. Nesta hipótese também desaparecem o corpus e o animus.
c) PERDA OU DESTRUIÇÃO DA COISA
	Desaparecido o objeto da posse, desaparece o corpus. Assim, a posse torna-se inviável.
A perda de coisas móveis se dá quando o possuidor não mais encontra a coisa definitivamente. Já a perda de coisas imóveis ocorre pelo desuso e desinteresse em sua disposição.
d) POSSE DE OUTREM 
	A posse apresenta o ônus, para o possuidor, de manter constante vigilância sobre a coisa. Assim, se este mantiver-se inerte frente ao esbulho ou turbação d coisa possuída, ele a perde. 
e) CONTITUTO POSSESSORIO
	O constituto possessório é a inversão do animus, que serve para modificar a natureza da posse. 
Por exemplo: O proprietário aliena a casa para o locatário e passa a residir no imóvel como novo locatário enquanto o último passa a ser o novo proprietário. Neste caso, o primeiro proprietário (que antes tinha a posse efetiva) passa, agora, a ter uma posse precária. Do mesmo modo, altera-se o caráter da posse do primeiro locatário.
Vale lembrar que o artigo 1208 trata dos atos que não induzem posse. 
Já o artigo 1209 versa sobre o princípio da acessoriedade, ou seja, a lei presume que os móveis integram o imóvel. Tal presunção é relativa.
2.9. Efeitos da posse.
	São as consequências jurídicas que advêm da posse. Estão descritos nos artigos 1210 a 1222.
· Artigo 1210 e 1212 – Direito ao uso de interditos (ou defesa da posse em geral, em que se inclui a autodefesa).
· Artigo 1211 – Hipótese de dois indivíduos que se dizem possuidores da mesma coisa.
· Artigo 1213 – Exceção às servidões.
· Artigo 1214 a 1216 – Frutos.
Os frutos são utilidades produzidas periodicamente pela coisa. Eles podem ser naturais (produzidos organicamente), industriais (decorrentes da atividade humana) e civis (rendas auferidas pela coisa).
· Artigo 1217 e 1218 – Responsabilidade por deterioração da coisa.
Não havendo culpa, o possuidor de boa-fé não responde pelo valor da coisa perdida ou deteriorada. Isso não ocorre com o possuidor de má-fé.
· Artigo 1219 a 1222 – Benfeitorias
As benfeitorias podem ser necessárias (tem por finalidade conservar a coisa ou evitar que ela se deteriore), úteis (são as que aumentam ou facilitam o uso da coisa) ou voluptuárias (redundam em acréscimo de mero deleite ou recreio, não aumentam o uso habitual da coisa).
Assim, de acordo com o art. 1219 o possuidor de boa-fé só é indenizado pelas benfeitorias necessárias e úteis e pode reter a coisa enquanto não for pago.
Já no caso do possuidor de má-fé (artigo 1220) a intenção do legislador foi evitar o enriquecimento injusto. Ele só é indenizado pelas benfeitorias necessárias.
Aula 03 
AÇÕES POSSESSORIAS
FUNDAMENTOS DAS AÇÕES POSSESSORIAS
Teoria Tradicional – Posse deve ser protegida porque é a exteriorização da propriedade. 
Assim, o fundamento da posse é a propriedade. 
CRÍTICA: É POSSIVEL PROPOR AÇÕES CONTRA O POPRIETÁRIO.
- TEORIA MODERNA
A posse é reconhecida como um direito, logo deve ser protegida. 
Assim, é defendida a posse pela posse. 
AS AÇÕES POSSESSÓRIAS 
O Código de Processo Civil admite três Ações Possessórias:
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE
AÇÃO DE MANUTENÇÃO DA POSSE
INTERDITO PROIBITÓRIO
As ações Possessórias se dão pelo procedimento especial.
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE
É adequada para se obter a tutela da posse quando esta foi esbulhada. 
ESBULHO: é a perda da posse em sua totalidade. 
OBJETIVO: Reaver e restaurar a coisa esbulhada
	Art. 927. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
Il - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da
posse, na ação de reintegração.Assim, nesta ação deve-se provar: POSSE, DATA DO ESBULHO, ESBULHO PERDA DA POSSE. 
Ação de Reintegração de
Posse
*AÇÃO DE FORÇA NOVA ESPOLIATIVA 
Quando o esbulho datar menos de ano e dia
A ação se inicia com expedição de mandato liminar.
O possuidor tem sua posse prontamente reintegrada
e depois abre-se prazo de defesa para o réu.
*AÇÃO DE FORÇA VELHA ESPOLIATIVA
Quando o esbulho datar de mais de ano e dia.
Não há expedição de mandato liminar.
Primeiro o réu é chamado para que se defenda.
Ação de Manutenção da
Posse
É adequada para tutelar-se a posse contra turbação
TURBAÇÃO: é o ato praticado contra o possuidor que lhe retira parcialmente o gozo da posse.
OBJETIVO: impedir que atos ofensivos se repitam
De acordo com o artigo 927 do CPC, deve-se provar: POSSE, TURBAÇÃO, DATA DA TURBAÇÃO, CONTINUIDADE DA POSSE, APESAR DA TURBAÇÃO. 
Obs.: ESSA AÇÃO SE DÁ CONTRA QUALQUER TURBAÇÃO. 
Ação de Manutenção de
Posse
· TURBAÇÃO RECENTE
Quando a turbação datar de menos de ano e dia.
A ação se inicia com expedição de mandato liminar.
O réu só é citado depois de tal expedição.
O mandato só será concedido se o autor tiver a “melhor posse”.
Art. 928. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; no caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Ação de Manutenção de
Posse
· TURBAÇÃO NÃO RECENTE
É determinado o sequestro da coisa até que haja decisão definitiva.
Neste caso não cabe a ação sumária, mas a ordinária possessória. 
A ação de manutenção da posse não tem cabimento para a defesa de
servidões.
Esta ação cabe tanto ao possuidor direto contra terceiro quanto contra o
possuidor indireto.
EXCEÇÃO DE DOMÍNIO
Na vigência do Código Civil de 1916 a posse era concedida a quem tivesse o domínio.
Hoje, isso não ocorre mais:
 
Art. 923. Na pendência do processo possessório, é defeso, assim ao autor
como ao réu, intentar a ação de reconhecimento do domínio.
Assim, a Exceção de Domínio perdeu sua utilidade.
INTERDITO PROIBITORIO
É adequado quando há ameaça de turbação ou esbulho. 
SANÇÃO: PENA PECUNIÁRIA.
Art. 932. O possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser molestado na
posse, poderá impetrar ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório, em que se comine ao réu determinada pena pecuniária, caso transgrida o preceito.
OBJETIVO: impedir que se consume o dano temido
à posse.
Deve-se provar: POSSE, AMEAÇA DE MOLESTIA, POSSIBILIDADE DE QUE A MOLESTIA VENHA A OCORRER. 
OUTRAS DISPOSIÇÕES DO CPC:
FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS:
Art. 920. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o
juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos
requisitos estejam provados.
POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE PEDIDOS:
Art. 921. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - Condenação em perdas e danos;
Il - cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho;
III - desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse.
Ações de proteção da posse:
· AÇÃO DE DANO INFECTO
· NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA
· IMISSÃO DE POSSE
· EMBARGOS DE TERCEIROS
AULAS DE DIREITO CIVIL – DIREITOS REAIS
AULA 03
Ações Possessórias
O Código Civil Brasileiro adota a Teoria Objetiva de Jhering que afirma que a posse é o poder de fato sobre a coisa. Para este autor o elemento subjetivo não é o animus domini, mas a affectio tenendi, ou seja, a vontade de proceder como proprietário.
A teoria tradicional afirma que o fundamento das ações possessórias pelo fato da posse ser a primeira linha de defesa da propriedade, ou seja, como a posse é a exteriorização da propriedade, então, ela deve ser protegida. Assim, tal teoria vê o fundamento da proteção possessória na propriedade.
Entretanto é possível propor ações possessórias mesmo contra o proprietário. Assim, teorias mais modernas defendem a proteção da posse, pela posse, ou seja, entendem que esta, por ser um direito, deve ser protegida.
O Direito Brasileiro conhece três ações possessórias (também chamadas interditos possessórios por causa da herança romana): Ação de reintegração de posse, ação de manutenção da posse e interdito proibitório.
As ações possessórias se dão pelo procedimento especial, tanto pela celeridade processual, quanto por apresentarem uma primeira fase tipicamente cautelar.
1. Ação de reintegração de posse
É usada para se obter a tutela da posse quando esta foi esbulhada. O esbulho é a perda injusta da posse em sua totalidade. Ela tem o objetivo de reaver e restaurar a posse perdida.
O artigo 927 do CPC determina que, na ação de reintegração de posse deve-se provar: a posse, o esbulho, a data do esbulho e a perda da posse.
Aqui há duas possibilidades: AÇÃO DE FORÇA NOVA ESPOLIATIVA (quando o esbulho datar de menos de ano e dia) e AÇÃO DE FORÇA VELHA ESPOLIATIVA (se o esbulho datar de mais de ano e dia).
No primeiro caso a ação se inicia com a expedição do mandado liminar. Assim, o possuidor é prontamente reintegrado e prossegue-se abrindo ao réu prazo de defesa.
No segundo caso o juiz citará o réu para que este se defenda, admitirá provas etc. Neste caso, a sentença tem o duplo efeito de reconhecer a posse e repelir o esbulho.
Esta ação cabe tanto ao possuidor direto contra terceiro quanto contra o possuidor indireto.
2. Ação de manutenção da posse
É adequada para tutelar-se a posse contra turbação. Esta é o ato praticado contra o possuidor que lhe retire parcialmente o gozo da posse. Tal ação tem por objetivo de impedir que atos ofensivos se repitam.
O artigo 927 do CPC determina que, na ação de manutenção de posse deve-se provar: a posse, a turbação, a data da turbação e a continuação da posse, apesar da turbação.
Esta ação se dá contra qualquer turbação de fato ou de direito (por via judicial ou administrativa).
Se a turbação é recente, ou seja, tem menos de um ano e um dia, o juiz concederá a manutenção liminar, sem ouvir o réu (CPC art. 928). É importante ressaltar que o juiz só concederá a manutenção se o autor tiver a chamada “melhor posse”, ou seja, aquela fundada em justo título ou que se dá a mais tempo. Caso contrário é determinado o sequestro da coisa até que se demonstre qual a melhor posse em decisão definitiva.
O CPC não apresenta recurso específico contra o mandado liminar, assim, aquele determina que o autor deve promover a citação do réu em 5 dias. Então, a ação correrá normalmente decidindo pela cassação ou confirmação definitiva da medida.
Caso a moléstia tenha ocorrido há mais de ano e dia, não tem cabimento a ação sumária, e sim, a ordinária possessória.
A ação de manutenção da posse não tem cabimento para a defesa de servidões.
Esta ação cabe tanto ao possuidor direto contra terceiro quanto contra o possuidor indireto.
EXCEÇÃO DE DOMÍNIO: Tanto na ação de manutenção quanto na de reintegração o réu poderia defender-se alegando o domínio (artigo 505 do Código Civil de 1916). Assim, a pose acabava sendo deferida a quem tivesse o domínio.
Entretanto, de acordo com Caio Mario, o juiz não pode acolher tal argumento, pois não pode o réu, molestar posse alheia sob alegação de propriedade. Assim, cabe-lhe reaver a coisa por via petitória.
Dentro da Teoria de Lhering é rejeitada a exceptio dominii. Nela baseou-se o legislador ao dar nova redação ao artigo 923 do CPC e ao redigir o Novo Código Civil. A exceção de domínio perdeu sua utilidade, já que hoje, é proibido discutir-se propriedade em ações possessórias.
 
2. Interdito Proibitório
É usado quando há ameaça de turbação ou esbulho. Assim, ele é um remédio Preventivo cuja transgressão é sancionada com pena pecuniária (art. 932 do CPC). Ele tem por objetivo impedir que se consume o dano temido à posse.
O autor deve provar: a posse, ameaça de moléstia e probabilidade que esta venha a verificar-se.
É importante lembrar que pode haver nova afronta à posse após o ajuizamentode alguma ação possessória, logo o legislador previu, no artigo 920 do CPC, a fungibilidade dos interditos possessórios. Isso significa que o ajuizamento de uma destas ações não impede que o juiz dê um provimento adequado, diferente do postulado. Assim, a rigor, há apenas uma ação possessória, com variantes determinadas pelas situações de fato (Fabrício Furtado).
Outro ponto fundamental é o da possibilidade da cumulação de pedidos na ação possessória (ver artigo 921 do CPC).
Além destas três principais, há outras ações que visam a proteção da posse, embora não sejam ações possessórias:
* Ação de dano infecto: é uma ação preventiva na qual o possuidor tem receio de que a ruína do prédio vizinho ou algum vício em sua construção venha a causar-lhe prejuízo. Através dela o autor obtém caução que o assegure contra dano futuro.
* Nunciação de obra nova: Consiste em uma ação com duplo efeito: obstáculo a que seja concluída uma obra, que mesmo que não cause dano atual, no futuro, pode vir a resultar em ato turbativo, caso se complete. O segundo efeito é a cominação de multa para o caso de reinício ou reconstrução. É importante ressaltar que o obra realizada pelo vizinho esteja dentro dos próprios confins deste, caso contrário, se configuraria a turbação propriamente dita.
* Imissão de posse: Segundo o professor Ovídio Batista, esta ação visa a conferir a posse a quem ainda não a tem. Ela não é uma ação autônoma no Código de Processo Civil, mas tem livre curso na execução de sentença.
* Embargos de terceiros: Existe para reprimir atos judiciais que indevidamente possam molestar a posse de terceiros estranhos ao processo. Entretanto, não há ingresso do terceiro na ação que causou moléstia à posse. Os embargos de terceiros geram uma ação autônoma, um processo novo.
239 STJ - O direito a adjudicação compulsória não se condiciona ao registro de venda e compra no cartório de imóveis.

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