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REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE 1 Hipersensibilidades do Tipo I ______________________________________________ 3 1.1 Conceito de hipersensibilidade _________________________________________ 3 1.2 Fisiopatologia das hipersensibilidades do tipo I ____________________________ 3 1.3 Quais as fases de um episódio isolado de hipersensibilidade tipo 1? ____________ 5 1.4 Choque anafilático ___________________________________________________ 5 1.5 Asma Atópica ______________________________________________________ 6 1.6 Descreva os fatores que influenciam no desenvolvimento da asma e aqueles que influenciam nas crises da doença _____________________________________________ 7 1.7 Identifique essas fases dentro de uma crise asmática. ________________________ 8 1.8 Asma neutrofílica ____________________________________________________ 8 1.9 Síndrome de Churg Strauss ____________________________________________ 8 1.10 Rinite Alérgica ____________________________________________________ 9 1.11 Dermatite Atópica _________________________________________________ 9 2 Hipersensibilidades do Tipo II ____________________________________________ 10 2.1 Conceito __________________________________________________________ 10 2.2 Mecanismo da hipersensibilidade tipo II _________________________________ 10 2.3 Transfusão sanguínea incompatível _____________________________________ 11 2.4 Funções celulares anormais ___________________________________________ 12 3 Hipersensibilidade do Tipo III ____________________________________________ 13 3.1 Conceito __________________________________________________________ 13 3.2 Mecanismo da hipersensibilidade tipo III ________________________________ 13 3.3 Reação de Arthus ___________________________________________________ 16 3.4 Doença do soro ____________________________________________________ 16 3.5 Doenças autoimunes: ________________________________________________ 17 3.6 Glomerulonefrite aguda pós-infecciosa (GNDA) __________________________ 17 4 HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO IV _____________________________________ 18 4.1 Conceito __________________________________________________________ 18 4.2 Mecanismo da hipersensibilidade tipo III ________________________________ 19 4.3 Doenças de hipersensibilidade do tipo IV ________________________________ 21 3 1 Hipersensibilidades do Tipo I 1.1 Conceito de hipersensibilidade É uma doença do sistema imunológico, que se caracteriza por um processo inflamatório exacerbado. Um exemplo, que ilustra bem como funciona essas doenças são as alergias, que são reações do sistema imune contra antígenos, que não provocariam mal algum ao organismo, como o grão de pólen. Caso aja o embate do sistema imunológico contra um antígeno difícil ou impossível de se eliminar, as hipersensibilidades tendem a ser crônicas. Geralmente são as responsáveis por justificar as doenças reumatológicas. 1.2 Fisiopatologia das hipersensibilidades do tipo I Mastócitos: são células sentinelas, ou seja, ficam à espreita de regiões onde podem encontrar antígenos, geralmente localizadas próximo aos epitélios, nervos ou vasos sanguíneos. O mecanismo de reconhecimento é a partir das moléculas de IgE, que estão presentes na superfície do mastócito e se ligam a um antígeno especifico. A reação de hipersensibilidade ela é ocasionada pela ligação cruzada entre diferente IgEs, aumentando a resposta efetora. Sua resposta efetora é a degranulação do conteúdo pró-inflamatório. O processo inflamatório causado pelos mastócitos é mediado por diferentes moléculas, com grânulos atuando no curto prazo, como histamina, heparina, tryptase, entre outros; após alguns minutos são liberados lipídeos como PGD, LTC e s1p; e ao longo prazo tem-se a liberação de citocinas e quimiocina como IL-13, IL-4, IL-5 e IL-3. Para um indivíduo desenvolver uma alergia, o primeiro passo é ele ser sensibilizado. 4 Após a liberação da histamina, o corpo reage de diferentes maneiras à essa molécula, causando assim os mais variados impactos no organismo. Existem, no organismo, quatro receptores de histamina, em diferentes órgãos. 5 Vasodilatação, taquicardia, broncoconstricção, broncoespasmos, aumento da produção de secreção gástrica e da persitalse no tubo digestório, liberação de adrenalina, são alguns dos efeitos da histamina no corpo humano 1.3 Quais as fases de um episódio isolado de hipersensibilidade tipo 1? Pode-se distinguir duas fases dentro de um episódio esporádico de hipersensibilidade Tipo I. Tem-se a fase imediata, onde há o predomínio das reações vasculares, observa-se vasodilatação, exsudação plasmática provocando edema, e horas depois tem a fase tardia, que observa sobretudo os efeitos do recrutamento de células, e a intensidade depende do quão alérgico é o indivíduo. Em um primeiro momento da fase inicial observa-se urticária, e na fase tardia infiltração de células. Se o indivíduo tem sucessivas crises alérgicas, as células recrutadas passam a não mais se dissipar para o restante do organismo e vão se tornando residentes naquele local de contato com o alérgeno, o indivíduo fica cada vez mais hiperreativo e observamos o remodelamento do tecido. 1.4 Choque anafilático Choque anafilático ou choque histamínico, é uma reação causada pela liberação de grandes quantidades de histamina no organismo. O indivíduo que tem essa reação é um que tem um nível de hipersensibilidade tipo I muito alta, ou seja, com muita produção de eosinófilos, mastócitos e basófilos e, geralmente, ocorre quando o alergênico é inoculado na circulação sanguínea. Um exemplo é a picada de abelha, já que o animal ferroa muitas vezes diretamente na circulação, ou quando a pessoa se alimenta de algo que ela é alérgica. O contato do alergênico com as IgEs dos basófilos geram uma reação em cadeia em todo o organismo já sensibilizado do indivíduo, provocando uma degranulação em massa, que leva a sintomas como: queda de pressão arterial, devido à vasoplegia; edema generalizado; obstrução das vias aéreas, devido ao edema na laringe; macroglocia, um edema na língua; angioedema; urticárias; linfedemas; finalmente o indivíduo pode ter até mesmo um choque séptico. O choque anafilático pode acontecer de forma mais grave, tendo todos esses sintomas simultaneamente, ou de forma mais simples, com apenas um ou outro sintoma. A forma mais grave é quando ocorre o choque séptico. 6 1.5 Asma Atópica A asma ela pode ser classificada em dois grupos diferentes, tanto no grupo das DPOCs (doenças pulmonares obstrutivas crônicas), como no grupo das doenças de hipersensibilidade. Seus sintomas incluem broncoconstrição episódica, inflamação, sibilância, produção de muco espesso, opressão torácica, entre outro. 80% dos asmáticos sofrem do tipo atópico, causado por poeira, pólen, alimentos, etc. 7 Para fazer o diagnóstico clinico da doença tem-se a tétrade clínico patológica, composta pela obstrução intermitente e reversível das vias aéreas; inflamação crônica nos bronquíolos; hipertrofia da musculatura lisa e da lâmina basal; e hiper-reatividade a broncoconstritores. Como resultado se tem a diminuição do calibre do brônquio e com a hiperplasia das células caliciformes, se tem a liberação de muco, preenchendo o lúmen. A cada crise de asma, o nível de sensibilidade do indivíduo vai aumentar. 1.6 Descreva os fatores que influenciam no desenvolvimento da asma e aqueles que influenciam nas crises da doença Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento da asma temos características individuais como, fatores familiares e genéticos; atopia; hiper-reatividade brônquica (HB) e sexo masculino. Além destes existem os fatores desencadeantes como, a exposição a alérgenos inaláveis, as infecções das vias respiratórias, as mudanças climáticas, a exposição à fumaça de tabaco e aoutros irritantes e inclusive fatores emocionais. Para o paciente asmático, existem fatores que são cruciais para o início das crises da doença. O ambiente residencial pode ser um ambiente decisivo para um paciente com alergias. Geralmente, os alérgenos que causam as hipersensibilidades do tipo I, como a asma ou a rinite, são partículas pequenas encontradas em casa como poeira ou ácaros. O próprio Ministério da Saúde recomenda, que cuidados especiais sejam tomados na residência de uma pessoa asmática, como: “retirar bichinhos de pelúcia, cortinas e tapetes do quarto onde dorme ou qualquer acessório que tenha capacidade de acumular poeira, manter mobílias e brinquedos diariamente sem pó, roupas limpas, roupas de cama devem diariamente tomar banho de sol, não fumar no interior da residência mantendo-se distante da fumaça do tabaco, e cômodos da casa sempre arejados”. Tendo conhecimento de quais são os causadores mais comuns e que muitas vezes, estes estão dentro da própria residência, faz sentido as crises asmáticas ocorrerem a noite. Alérgenos como pluma, poeira, ácaros, além do fato de a noite ser um momento mais frio do dia, que propicia as crises e, finalmente, no período noturno a casa se ter menor circulação de ar, com portas e janelas fechadas, gerando um ambiente propício para crise asmática. Além disso, existem algumas explicações fisiológicas para isso, a baixa produção de cortisol (possui efeito anti-inflamatório) e adrenalina durante a noite, variação circadiana na função dos receptores adrenérgicos, com diminuição da resposta dos Betas adrenérgicos durante a noite, aumento na produção de histamina, vasodilatação/broncoconstricção, durante a madrugada em indivíduos asmáticos, entre outros fatores. 8 1.7 Identifique essas fases dentro de uma crise asmática. Fase inicial: responsável pela falta de ar, os eventos vasculares, vasodilatação e edema, causam a broncoconstrição. Fase tardia: responsáveis pela tosse e sibilancia, devido ao processo de cronificação da inflamação, com infiltrados celulares gerando a hipersecreção de muco e remodelação tecidual. 1.8 Asma neutrofílica Para o indivíduo que é asmático crônico, há a possibilidade de haver o recrutamento de neutrófilos, durante uma crise asmática, com a ativação do programa TH17. O único e principal diferencial quanto aos sintomas, são crises mais severas. 1.9 Síndrome de Churg Strauss É um quadro crítico do indivíduo asmático crônico, em que ocorre uma produção exacerbada de eosinófilos, ocorrendo uma infiltração eosinofílica, provocando vasculites necrotizantes e granulomas extra vasculares. 9 1.10 Rinite Alérgica Também chamada de febre do feno, a rinite alérgica, é uma reação alérgica que acontece na mucosa da cavidade nasal. É causado por grão de pólen, ácaros, poeria doméstica ou outras pequenas partículas que podem adentrar as vias aéreas. Suas manifestações clínicas incluem edema na mucosa, infiltração de leucócitos, desenvolvimento de pólipos e os sintomas comuns como, espirro, congestão nasal, tosse, conjuntivite alérgica, entre outros. 1.11 Dermatite Atópica É uma reação de hipersensibilidade (alergia), que geralmente surge em pessoas com a pele ressecada. A pele seca cria rachaduras que expõe as camadas mais profundas da pele e até mesmo camadas sub-epteliais. O alergeno adentra essas rachaduras, se encontrando com os matócitos, desencadeado plurido, edema, hiperemia, descamação. A coceira só piora a reação da dermatite. 10 2 Hipersensibilidades do Tipo II 2.1 Conceito Hipersensibilidade provocada por anticorpos, em geral do isotipo IgM e IgG, dirigidos contra antígenos de superfície de células ou de matrizes extracelulares. Exemplos dessas reações são rejeições de transplantes, seja aguda ou hiperaguda, purpura trombocitopênica, febre reumática, etc. 2.2 Mecanismo da hipersensibilidade tipo II Os anticorpos IgM ou IgG se ligam a epítopos de células ou de outros componentes teciduais (superfície de célula ou em componente de tecido) induzindo: inflamação ou perturbação da função, mediada por anticorpo. Podem estar assoaciadas a quebra de tolerância e provocar doenças autoimunes. Geralmente não provoca respostas sistêmicas, mas no caso da transfusão sanguínea é sistêmica. 11 Podem ou não ativar o sistema complemento: Com ativação do sistema complemento: Inflamação pelas anafilotoxinas (C5A, C4A, C3A) que vão ativar os macrófagos e o endotélio (C3A: vasodilatação, retração e recrutamento) Lise celular: mac citolítico Fagocitose: antígenos são opsonizados por C3B e C3D Sem ativação do sistema complemento: Opsonização Perturbação celular 2.3 Transfusão sanguínea incompatível As reações transfusionais ocorrem quando o indivíduo receptor produz anticorpos que reconhecem moléculas de superfície das células sanguíneas do indivíduo doador. A interação anticorpos-célula provoca extensa destruição dessas células na circulação sanguínea do indivíduo receptor. Em consequência, é observado: aglutinação, ativação do sistema complemento, hemólise intravascular, etc. Ressalte-se que os anticorpos contra antígenos ABO (antígenos de natureza glicídica) são, usualmente, IgM, produzidas por Plasmócitos de origem BZM ou B1, enquanto anticorpos contra o antígeno Rh (antígenos de natureza protéica) são produzidos por BFOL, casos decorrentes da natureza química do antígeno. 12 2.4 Funções celulares anormais Os anticorpos que se ligam a receptores celulares normais ou outras proteínas podem interferir nas funções desses receptores ou proteínas e causar doença sem inflamação ou dano tecidual. Ex.: hipertireoidismo, o anticorpo não original liga ao receptor de THS da tireóide estimulando-a a produzir mais hormônio do que o normal; miastenia grave, os receptores musculares para a acetilcolina são ocupados por anticorpos inibindo o envio de informações para movimentação correta dos músculos podendo causar paralisia muscular. 13 3 Hipersensibilidade do Tipo III 3.1 Conceito Nessas reações os anticorpos, também do isotipo IgM e IgG, se ligam a antígenos solúveis e são produzidos em excesso. A hipersensibilidade tipo 3 ou hipersensibilidade das doenças por complexos imunes são as reações de hipersensibilidade mais comum. É definida como uma reação inflamatória induzida pela deposição de complexos Ag-Ac em determinados tecidos do organismo. Provoca lesões pela ativação do sistema complemento. 3.2 Mecanismo da hipersensibilidade tipo III Acúmulo de complexos antígeno-anticorpo, preciptados, sobre os endotélios dos tecidos, ativam o complemento e atraem leucócitos, que liberam moléculas líticas, danificando os tecidos. Conceitualmente, o encontro entre antígenos e anticorpos formam complexos imunes. Os complexos imunes podem ser removidos de duas formas: o Diretamente pelos fagócitos o Indiretamente, intermediado por Eritrócitos, pelo Sistema Fagocítico Mononuclear de Baço e Fígado. - Pela remoção direta, os fagócitos (M0 e N0), reconhecem os complexos imunes menores (1 anticorpo ligado a 1 antígeno), através da porção Fc dos anticorpos, ao serem reconhecidos como opsonina. Complexos imunes menores podem recircular por longos períodos no organismo sem provocar danos. A remoção é mais lenta que complexos 14 grandes. Todavia, em grande quantidade, podem se acumular, se não removidos, formando redes de complexos maiores. - Pela remoção indireta, as redes de complexos imunes maiores podem ser rapidamente conjugadas ao complemento, que insere C3b e C3d nos antígenos e porção Fc de Anticorpo. Processo que facilita a remoção por aumentar a avidez de ligação comcélulas intermediadoras de remoção, isto é, Eritrócitos e Plaquetas. Sobre os antígenos, essas inserções provocam a diminuição do tamanho e contribuem para a solubilização dos complexos imunes, por reduzir as possibilidades de ligação com novos anticorpos e, inclusive, romper interações antígenos anticorpo. - O resultado é a formação de complexos solúveis. - Complexos imunes maiores solúveis se ligam aos receptores de complemento de superfície de Eritrócitos e Plaquetas (CR1) e os conduzem até o Sistema Retículo Endotelial de Baço e Fígado, onde são removidos, juntamente, com o receptor CR1, liberando em seguida o eritrócito. - É estimado que cada Eritócito apresente um número próximo de 700 receptores CR1. De forma que, a capacidade de remoção dos complexos imunes maiores é limitada, sobretudo, se a presença de antígeno for persistente e a produção de anticorpo for continuada. - Nesses casos, a eficácia no controle dos complexos imunes fica prejudicada. Dessa forma, a produção continuada de complexos imunes conduz a uma situação em que os mecanismos de remoção de complexos imunes ficam saturados e, em consequência, aumenta a deposição e acúmulo de complexos imunes por toda circulação. Esse fenômeno é principalmente agravado nos locais de alta pressão hidrostática sanguínea, como nas membranas sinoviais e glomérulo renal. Assim como na hipersensibilidade do tipo 2, as do tipo 3 também estão associadas à quebra de tolerância imunológica e, portanto, ocasionam doenças autoimunes (conteúdo discutido no próximo capítulo). As hipersensibilidades do tipo 3 podem ser classificadas em 3 grupos: 15 o Infecções persistentes: O efeito combinado de infecção persistente e produção de anticorpos de baixa afinidade, leva à formação crônica de complexos imunes, e à eventual deposição desses complexos nos tecidos. Isso é observado em doenças como: Hanseníase, dengue hemorrágica, malária, hepatite viral e endocardite estafilocócica infecciosa, etc. o Doença autoimune: A produção contínua de auto anticorpos leva à formação prolongada de complexos autoimunes. À medida que o número de complexos aumenta, no sangue, os sistemas responsáveis pela remoção desses complexos (fagócitos mononucleares, eritrócitos, sistema complemento) tornam-se saturados, então os complexos passam a se depositar nos tecidos. Ex.: Artrite reumatoide, Lupus eritematoso sistêmico. o Exposição a material antigênico: Complexos imunes podem ser formados em superfícies corporais após a exposição a antígenos extrínsecos. É o que acontece, por exemplo, no pulmão de criadores de pombo ou de trabalhadores rurais. o Após a inalação repetida de material antigênico, são produzidos anticorpos circulantes para fungos, antígenos de pombos e antígenos encontrado no feno. Os complexos imunes são capazes de desencadear uma ampla variedade de processos inflamatórios: o Os complexos podem interagir diretamente com basófilos e plaquetas através de receptores Fc, induzindo a liberação de aminas vasoativas. o Os macrófagos são estimulados a liberar citocinas, particularmente, TNF-α e IL- 1, importantes na febre e processo inflamatório. o Os complexos imunes interagem com o Sistema Complemento, originando anafilotoxinas C3a e C5a, que estimulam a liberação de aminas vasoativas e fatores quimiotáticos de mastócitos e basófilos. o As aminas vasoativas liberadas por plaquetas, basófilos e mastócitos provocam retração endotelial e, assim, aumentam a permeabilidade vascular, permitindo a deposição de complexos imunes nas paredes dos vasos. 16 Os complexos depositados continuam a gerar C3a e C5a. Os polimorfonucleares são quimiotaticamente atraídos para o local do C5a e tentam internalizar os complexos depositados, mas são incapazes de fazê-lo, porque os complexos estão ligados às paredes dos vasos. Portanto, os polimorfonucleares liberam o conteúdo lisossomal, por exocitose no local de deposição, fenômeno intitulado Fagocitose Frustrada. 3.3 Reação de Arthus Refere-se a um modelo experimental em que uma lesão localizada é induzida por imunocomplexos. Injeções intradérmicas de um antígeno proteico em coelhos hiperimunizados levava a um processo inflamatório local que progredia para uma lesão necrótica hemorrágica e ulceração. Essa reação caracterizada por inflamação cutânea localizada, se dava em resposta à disposição de imunocomplexos em vasos sanguíneos da derme com consequente vasculite aguda e necrose tecidual. Obs.: não confundir com anafilaxia a Reação de Arhus não ocorre imediatamente, é lenta, precisa de complemento e de imunocomplexos, apresenta edema intenso, hemorragia, necrose, perda de tecido. 3.4 Doença do soro Descrita inicialmente em pacientes submetidos à sototerapia (soro heterólogo geralmente equino) para tratamento de doenças infecciosas. Atualmente, tornou-se uma doença rara em virtude do advento da antibioticoterapia e da restrição do uso de soro heterólogo a poucas doenças. É uma patologia autolimitada aguda causada por uma reação inflamatória a 17 imunocomplexos formados por antígenos exógenos (como os antígenos equinos), constituindo- se no protótipo das doenças sistêmicas causadas por imunocomplexos. 3.5 Doenças autoimunes: Produção contínua de auto anticorpos contra antígenos próprios do organismo, gerando uma prolongada formação de imunocomplexos. Isso ocasiona uma sobrecarga do sistema fagocítico mononuclear, eritrócitos e sistema complemento, responsáveis pela remoção dos complexos. São exemplos o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), a Artrite Reumatoide, e outras vasculites graves. 3.6 Glomerulonefrite aguda pós-infecciosa (GNDA) Síndrome nefrítica causada por cepas de estreptococo beta-hemolítico do grupo A. É uma doença caracterizada por uma reação inflamatória do parênquima renal desencadeada pela disposição de complexos imunes formados com antígenos do micro-organismo (geralmente estreptocócico). Os complexos imunológicos depositados nos glomérulos renais ativam o sistema complemente e iniciam uma resposta inflamatória. A ativação é tão intensa que mais de 90% dos pacientes desenvolvem hipocomplementemia devido ao consumo dentro dos glomérulos. 18 4 HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO IV 4.1 Conceito As hipersensibilidades do tipo 4 são as hipersensibilidades tardias, mediadas diretamente por células, mais especificamente pelos linfócitos T, mas também por células N. Ocorrem interações entre o antígeno injetado, as células apresentadoras de antígenos e os linfócitos T. É a que ocorre na tuberculose e na maioria dos granulomas causados por micro- organismos de baixa virulência. O linfócito T entra em contato com antígenos dos micro- organismos, transformando-se em T1 e passando a secretar uma série de citocinas que atuam diretamente no tecido, destruindo-o. Acredita-se que os linfócitos T sejam recrutados pelos macrófagos para o local agredido. Na hipersensibilidade tipo 4 há uma fase sensibilizadora e uma efetora. Na fase sensibilizadora há a apresentação do antígeno por células apresentadoras de antígeno às células T CD4, gerando ativação de células TH1 e até TCD8. Na fase efetora, células TH1 liberam citocinas (INF-gama, TNF-beta, IL-2, entre outras) e quimiocinas (IL-8, CXCL8...), induzindo a ativação de macrófagos, que por sua vez promovem a formação de complexo MHC classe 2, aumento de radicais reativos ao oxigênio, aumento de óxido nítrico, etc. Como consequência, há a formação de granulomas. 19 A resposta de hipersensibilidade tardia (tipo IV) é dirigida pelas citocinas liberadas pelas células TH1 estimuladas pelo antígeno.4.2 Mecanismo da hipersensibilidade tipo III Liberação de mediadores por células TCD4+, sensibilizadas, induzem destruição tecidual por células mononucleares. Células TCD8+, chamadas linfócitos T citotóxicos (CTLs), podem destruir células do hospedeiro quimicamente modificadas e células expressando moléculas de MHC díspares. A Hipersensibilidade Tardia é uma reação inflamatória lesiva mediada por citocinas, que é provocada por Linfócitos TCD4+ ativados. Envolve respostas imunes mediadas por células, ao invés de respostas imunes humorais. As variantes da Hipersensibilidade Tardia são: Contato, Tuberculínea, Granulomatosa. • Hipersensibilidade de Contato: caracteriza-se por reação eczematosa no local de contato com o antígeno. Geralmente, é desencadeada por substâncias químicas, que, mesmo não sendo imunogênicas, conjugam-se com proteínas próprias para formar antígenos (neoantígeno) capazes de desenvolver resposta imunológica (mecanismo hapteno- carreador). A reação de hipersensibilidade de contato ocorre em dois estágios: sensibilização e indução. →Sensibilização: - Produz linfócitos T de memória. - Ocorre de 10 a 14 dias. - O hapteno associa-se à proteína do organismo, adquirindo, assim, potencial imunógeno. - O complexo hapteno-carreador é, então, reconhecido, processado e apresentado por células dendríticas, que migram para linfonodos através dos ductos linfáticos drenantes. - Essas células dendríticas, ao interagirem com linfócitos TH0, fornecerão sua diferenciação em TH1. →Indução: - Os linfócitos TH1 liberam IFN-ƴ, promovendo o recrutamento de monócitos, com posterior ativação em macrófagos, os quais, se instalam nos tecidos em, aproximadamente 48 horas. 20 Hipersensibilidade Tuberculínea: forma de Hipersensibilidade em que ocorre uma reação cutânea, após a aplicação intradérmica de antígenos. Uma forma muito comum dessa Hipersensibilidade é observada no teste de PPD (Purified Protein Derivative de Mycobacterium tuberculosis), também chamado teste de Mantoux, utilizado para determinar a imunidade contra antígenos do Micobacterium tuberculoses (Mt). Pequena quantidade de antígeno é aplicado intradérmicamente, geralmente, no antebraço. Em caso de o paciente ser reator, nas primeiras 4 horas, ocorrerá um influxo inicial de neutrófilos e, horas seguintes, tem-se o predomínio de monócitos e linfócitos. 48 horas depois, a área de desafio intradérmico desses pacientes é analisada, e observado uma enduração local, um inchaço firme ao tato, com vermelhidão em derredor, cujo halo é mensurado. São assistidos os seguintes parâmetros: - Menor que 4mm: Não reator [não apresenta imunidade ao Mt, nunca teve contato ou se trata de pessoas muito doentes ou com um sistema imunológico enfraquecido (como as que têm infecção por HIV). Esses indivíduos podem não responder ao teste cutâneo mesmo se estiverem infectadas com a tuberculose]. - Entre 5 e 7mm: Reator fraco (contato antigo com o Mt, provavelmente foi vacinado) - Acima de 8mm: Reator forte (contato recente com o Mt ou doença ativa) Hipersensibilidade Granulomatosa: clinicamente, é o tipo mais importante de hipersensibilidade. Resulta da persistência de micro-organismos intracelulares ou corpo estranho de difícil destruição por macrófagos. A persistência do agente agressor conduz a resposta inflamatória para sua cronificação, com todas particularidades desse processo (Destruição tentativa de reparo, graus de celularidade com predomínio de Macrófagos diferenciados, isto é, Gigantócitos e Células Epitelióides). Substâncias particularizadas, como o talco mineral e a sílica, provocam a formação de um tipo especial de granuloma, o Granuloma Não Imune. Nesse caso, os macrófagos são incapazes de digerir a matéria inorgânica, ocorrendo rompimento de lisossomos e morte dos Macrófagos por necrose, o que exacerba ainda mais a reação. ___________________________________________________________________________Prof André 8 • Hipersensibilidade Tuberculínea: Forma de Hipersensibilidade em que ocorre uma reação cutânea, após a aplicação intradérmica de antígenos. Uma forma muito comum dessa Hipersensibilidade é observada no teste de PPD (Purified Protein Derivative de Mycobacterium tuberculosis), também chamado teste de Mantoux, utilizado para determinar a imunidade contra antígenos do Micobacterium tuberculoses (Mt). Pequena quantidade de antígeno é aplicado intradérmicamente, geralmente, no antebraço. Em caso de o paciente ser reator, nas primeiras 4 horas, ocorrerá um influxo inicial de neutrófilos e, horas seguintes, tem-se o predomínio de monócitos e linfócitos. 48 horas depois, a área de desafio intradérmico desses paciente é analisada, e observado uma enduração local, um inchaço firme ao tato, com vermelhidão em derredor, cujo o halo é mensurado. São assistidos os seguintes parâmetros: - menor que 4mm: Não reator [não apresenta imunidade ao Mt, nunca teve contato ou se trata de pessoas muito doentes ou com um sistema imunológico enfraquecido (como as que têm infecção por HIV). Esses indivíduos podem não responder ao teste cutâneo mesmo se estiverem infectadas com a tuberculose]. - entre 5 e 7mm: Reator fraco (contato antigo com o Mt, provavelmente foi vacinado) - acima de 8mm: Reator forte (contato recente com o Mt ou doença ativa) NOTA Muito embora estejam em desuso, existem vários testes que consistem em averiguar a reação imunitária de pacientes como complementação de diagnóstico. É o caso dos testes: Mitsuda (hanseníase), Montenegro (Leishmania) e Machado Guerreiro (Doença de Chagas), etc. • Hipersensibilidade Granulomatosa Clinicamente, é o tipo mais importante de hipersensibilidade. Resulta da persistência de micro-organismos intracelulares ou corpo estranho de difícil destruição por macrófagos. A persistência do agente agressor conduz a resposta inflamatória para sua cronificação, com todas particularidades desse processo (Destruição tentativa de reparo, graus de celularidade com predomínio de Macrófagos diferenciados, isto é, Gigantócitos e Células Epitelióides). Substâncias particularizadas, como o talco mineral e a sílica, provocam a formação de um tipo especial de granuloma, o Granuloma Não Imune. Nesse caso, os macrófagos são incapazes de digerir a matéria inorgânica, ocorrendo rompimento de lisossomos e morte dos Macrófagos por necrose, o que exacerba ainda mais a reação. Na tuberculose, é observado um tipo especial de granuloma, que é intitulado Granuloma Caseoso, esse granuloma é o arquétipo das doenças granulomatosas. 21 Na tuberculose, é observado um tipo especial de granuloma, que é intitulado Granuloma Caseoso, esse granuloma é o arquétipo das doenças granulomatosas. No granuloma caseoso é possível histologicamente diferenciar os graus de celularidade que podem se dispor concentricamente em camadas no entorno de um centro necrosado. As bordas são marcadas pela presença de fibroblasto e deposição de tecido cicatricial. 4.3 Doenças de hipersensibilidade do tipo IV A hipersensibilidade tipo IV está envolvida na patogênese de muitas doenças autoimunes e infecciosas (tuberculose, hanseníase, blastomicose, histoplasmose, toxoplasmose, leishmaniose, etc.) e granulomas devido a infecções e antígenos estranhos. Uma outra forma de hipersensibilidade tardia é a dermatite de contato (hera venenosa, agentes químicos, metais pesados, etc.) nos quais as lesões são mais papulares. 22 CASO CLINICO – 01/09 23 QUESTÕES DE APRENDIZAGEM 1. Qual a importância do local de residência da paciente para o desenvolvimento da doença em questão? O ambiente residencialpode ser um ambiente decisivo para um paciente com alergias. Geralmente, os alérgenos que causam as hipersensibilidades do tipo I, como a asma ou a rinite, são partículas pequenas encontradas em casa como poeira ou ácaros. O próprio Ministério da Saúde recomenda, que cuidados especiais sejam tomados na residência de uma pessoa asmática, como: “retirar bichinhos de pelúcia, cortinas e tapetes do quarto onde dorme ou qualquer acessório que tenha capacidade de acumular poeira, manter mobílias e brinquedos diariamente sem pó, roupas limpas, roupas de cama devem diariamente tomar banho de sol, não fumar no interior da residência mantendo-se distante da fumaça do tabaco, e cômodos da casa sempre arejados”. 2. Quais as características do agente desencadeador da reação asmática. Contextualize. Reações de hipersensibilidade tipo I, como alergias e a própria asma são doenças do sistema imunológico, que se caracterizam por um processo inflamatório exacerbado. Um exemplo, que ilustra bem como funciona essas doenças são as alergias, que são reações do sistema imune contra antígenos, que não provocariam mal algum ao organismo, como o grão de pólen, ácaros, poeira ou fumaça. No contexto do caso clínico, a localização da residência, próxima de fábricas e com muito tráfego de caminhões, indica que o ar no local é muito poluído pelos gases emitidos dos veículos e das industrias, o que pode ser o possível causador da alergia na criança. 24 3. Qual a relação do horário da crise na HMA com a fisiopatologia da doença? Tendo conhecimento de quais são os alérgenos mais comuns e que muitas vezes, estes estão dentro da própria residência, faz sentido a afirmação das crises asmáticas ocorrerem a noite. Alérgenos como pluma, poeira, ácaros, além do fato de a noite ser um momento mais frio do dia, que propicia as crises e, finalmente, no período noturno a casa se ter menor circulação de ar, com portas e janelas fechadas, gerando um ambiente propício para crise asmática. Além disso, já é estabelecido na literatura que os episódios de asma são mais frequentes durante a noite. Existem algumas explicações para isso – baixa produção de cortisol (possui efeito anti-inflamatório) e adrenalina durante a noite, variação circadiana na função dos receptores adrenérgicos, com diminuição da resposta dos Betas adrenérgicos durante a noite, aumento na produção de histamina, vasodilatação/broncoconstricção, durante a madrugada em indivíduos asmáticos, entre outros fatores. 4. Quais as características histopatológicas do tecido respiratório de um indivíduo asmático crônico? Histologicamente fica clara a multiestratificação da camada muscular, hiperplasia de células caliciformes (grande quantidade de muco), estimulação do fibroblasto, espessamento da lâmina basal. Há um remodelamento tecidual em decorrência da liberação praticamente contínua de linfócitos TH2 liberando citocinas. Em casos extremos, há também a síndrome de Churg Strauss, que é um processo em que o indivíduo asmático crônico tem uma eosinopoiese exacerbada, responsável por infiltração eosinofílica provocando vasculites necrotizantes. 25 5. Explique o que é ligação cruzada em superfície de mastócito. A ligação cruzada na superfície dos mastócitos é o processo de ativação dessas células sentinelas, que consiste basicamente no acoplamento do antígeno às moléculas de IgE. Para que isso ocorra é necessário a ligação cruzada, que 2 IgE de superfície se liguem simultaneamente ao mesmo antígeno. A reação de hipersensibilidade ocorrerá quando ocorrer uma exacerbação da ligação entre diferentes moléculas de IgE, aumentando a resposta efetora de degranulação. 6. Quais as fases de um episódio isolado de hipersensibilidade tipo 1? Pode-se distinguir duas fases dentro de um episódio esporádico de hipersensibilidade Tipo 1. Tem-se a fase imediata, onde há o predomínio das reações vasculares, observa-se vasodilatação, exsudação plasmática provocando edema, e horas depois tem a fase tardia, que observa sobretudo os efeitos do recrutamento de células, e a intensidade depende do quão alérgico é o indivíduo. Em um primeiro momento da fase inicial observa-se urticária, e na fase tardia infiltração de células. Se o indivíduo tem sucessivas crises alérgicas, as células recrutadas passam a não mais se dissipar para o restante do organismo e vão se tornando residentes naquele local de contato com o alérgeno, o indivíduo fica cada vez mais hiperreativo e observamos o remodelamento do tecido. 7. Identifique essas fases dentro de uma crise asmática. Fase inicial – responsável pela falta de ar, os eventos vasculares, vasodilatação e edema, causam a broncoconstrição. Fase tardia – responsáveis pela tosse e sibilancia, devido ao processo de cronificação da inflamação, com infiltrados celulares gerando a hipersecreção de muco e remodelação tecidual. 26 8. Qual a relação das comorbidades apresentadas pela paciente, asma e rinite? Sabe-se que a asma e a rinite são avaliadas como hipersensibilidades do tipo I. Como já visto, a asma é uma doença inflamatória no sistema respiratório, que limita o fluxo de ar ao longo do tubo respiratório. A rinite também é uma reação alérgica que acontece na cavidade nasal. Dessa maneira qualquer uma das duas comorbidades podem resultar na dificuldade respiratória, que é um dos principais sintomas citados pela paciente. 9. Quais os fatores de risco para o desenvolvimento da asma? Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento da asma temos características individuais como, fatores familiares e genéticos; atopia; hiper-reatividade brônquica (HB) e sexo masculino. Além destes existem os fatores desencadeantes como, a exposição a alérgenos inaláveis, as infecções das vias respiratórias, as mudanças climáticas, a exposição à fumaça de tabaco e a outros irritantes e inclusive fatores emocionais. 10. Explique do ponto de vista imunológico a ocorrência dos sinais e sintomas clínicos apresentados pela paciente. IL-4: estimula ativação alternativa do macrófago (IL-10 e TGF-B) – estimula os fibroblastos a deposição de matriz extracelular processo de fibrose, vai haver uma hipertrofia e hiperplasia do musculo liso e da lâmina basal. IL-5: inflamação crônica dos bronquíolos com ativação EO e também estimula a eosinopoese – mais EO produzido pela medula óssea. Produzida pelos mastócitos e pelos LTH2, estimula a degranulação dos eosinófilos contendo espécies reativas de oxigênio, gerando lesão tecidual. IL-13: aumento das células caliciformes e sua hiperplasia e induz a produção excessiva de muco, fator que dificulta o processo respiratório; Promove a ampliação do processo inflamatório por aumentar a expressão de moléculas de adesão no epitélio vascular. A ampliação do processo inflamatório está relacionada a diversos sinais e sintomas, uma vez que gera os efeitos vasculares relacionados a broncoconstrição. 11. Quais os principais tipos de medicamentos usados para o tratamento da asma? Duas classes de medicamentos são as mais utilizadas no tratamento da asma, os broncodilatadores e os anti-inflamatórios. 27 Os broncodilatadores em geral são agonistas β2-adrenérgicos, que provocam além da broncodilatação, inibem a liberação de mediadores de mastócitos e ajudam na remoção do muco por ação dos cílios. Também são utilizados os antagonistas muscarínicos. Os anti-inflamatórios utilizados são os corticosteroides. 12. No que se baseia a proposta terapêutica de dessensibilização alérgica? Consiste na inoculação de repetidas doses (pequenas) do alérgeno, junto com indutores do programa imunológico TH1. Consiste em estimular os linfócitos B a serem licenciados pelo programa TH1 e não TH2. Consiste em substituir o programa TH2 pelo programa TH1, para que estimulem os linfócitos B a se tornarem plasmócitos produtoresde IgG, que não tem receptor na superfície de mastócito, assim o indivíduo perderá sua hipersensibilidade, já que invés de IgE passará a produzir IgG que não se acoplam a mastócitos. A chave é a indução de IL-12, os adjuvantes possuem essa função, que é estimular as células dendríticas a produzir IL-12, porque ela faz com que o TH0 assuma o programa TH1. Assim, o processo é feito através da inoculação repetida de pequenas quantidades do alérgeno (doses homeopáticas) junto a solução de adjuvante (indutores do programa de TH1), gradualmente aumenta-se as doses do alérgeno, e assim, lentamente, converte-se os programas de citocinas para TH1, parando de produzir muita IgE, assim acontece a dessensibilização do indivíduo. Existe outro tipo de terapia que é a anti- IgE, na qual utiliza anticorpos anti-IgE. 13. Qual a diferença entre a fisiopatologia da asma, bronquite, enfisema e pneumonia? A pneumonia é uma infeção aguda no parênquima pulmonar causada por agentes infecciosos, tendo como o principal causador o pmeumococo. A asma, a bronquite e a enfisema são Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas. A bronquite e a asma se diferenciam pelo licenciamento do programa LTH0, enquanto a asma pelo programa LTH2 a bronquite é pelo LTH1, na asma os broncodilatadores são mais efetivos e o quadro pode ser reversível. Além disso a bronquite é definida como tosse produtiva na maioria dos dias da semana, com duração total de pelo menos 3 meses em 2 anos e é uma hipersensibilidade do tipo 4, ou tardia, 24 a 48h, enquanto a asma é do tipo 1, reações inflamatórias rápidas e exageradas. A Enfisema é a destruição dos septos alveolares causadas pela migração de células, logo há uma degradação da elastina pelos MO e NO, pela produção de elastase. 28 CASO CLÍNICO – 08/09 29 QUESTÕES DE APRENDIZAGEM 1. Explique a fisiopatologia da vasculite na doença do soro. A doença do soro é uma vasculite sistêmica de hipersensibilidade mediado por imunocomplexos, classicamente atribuída à administração terapêutica de proteínas séricas estranhas. Patogênese: é um exemplo clássico de uma reação de hipersensibilidade do tipo III causada por complexos de antígeno-anticorpo. 2. Explicar a participação do sistema complemento nas manifestações clinicas da doença do soro (glomerunefrite). 3. Explique a participação do sistema complemento na remoção dos complexos imunes. Entre 5 a 24h após a aplicação do soro, o paciente pode apresentar sintomas, como febre, erupção cutâneo e artropatia. Essas manifestações são características da doença do soro que se deve a formação de complexos imunes entre os anticorpos IgG específicos e um antígeno alérgeno (soro). Esses complexos imunes podem ser encontrados nos tecidos ou endotélio vascular, podendo produzir lesão tissular pela ativação do complemento, formação de anafilotoxinas, quimiotaxia de polimorfonucleares. Os órgãos mais afetados incluem a pele (urticária e vasculites), articulações (artrites) e rins (glomerulonefrite). A doença do soro normalmente tem resolução benigna. O tratamento inclui corticosteroides e medicações para 30 alívio dos sintomas. O corticosteroide não atua impedindo o aparecimento das reações imediatas; na verdade, ele desempenha papel importante na estabilização das membranas lisossomais, inibindo a liberação continuada dos mediadores da inflamação, a agregação de neutrófilos, diminui a ativação do complemento, limita a agressão vascular, previne a liberação de ácido araquidônico das membranas de fosfolipídios e, portanto, diminui a liberação de leucotrienos, mediadores potentes de anafilaxia. O pico de ação do corticoide ocorre de 2 a 4h após a sua administração, sendo que em reações de hipersensibilidade imediatas tem ação instantânea, tendo importância, entretanto nas reações retardadas, tardias e nas reações de hipersensibilidade do tipo III. 4. O que é sistema reticuloendotelial e qual a sua participação na remoção dos complexos imunes? O sistema reticulendotelial (SRE), ou sistema fagocítico mononuclear (SMF), é o sistema orgânico constituídos por células que se distribuem por todo o organismo. Responsabiliza-se por grande parte da imunidade celular, atuando na defesa contra microorganismos, incluindo bactérias, fungos, vírus, parasitas e corpos estranhos, bem como na remoção de células mortas, partículas inaladas, entre outros. Suas células apresentam motilidade e respondem a fatores quimiotáxicos derivados principalmente de linfócitos T. As células do SRE são produzidas na medula óssea, lançadas na corrente sanguínea sob a forma de monócitos e posteriormente migram para os tecidos, na forma de macrófagos ou histiócitos, onde permanecem a maior parte do tempo. O SRE também atua na modulação do sistema imune humoral, controle da hematopoiese, produção e síntese de enzimas, componentes do sistema complemento, proteínas de ligação, citocinas, fatores de coagulação, fatores para angiogênese e fatores de crescimento. 5. Explique o porquê ao contrário do que acontecer na LES, lupus eritematodo, essa doença é considerada autolimitada. Esta patologia costuma ser autolimitada, sendo que a sintomatologia some ao passo que os imunocomplexos vão sendo eliminados do organismo. Os anticorpos produzidos são limitados, e as toxinas serão eliminadas e não deixará que a doença se cronifique. Pode-se dividir os prognósticos em dois tipos: favorável e desfavorável; ou seja, são casos que costumam evoluir com bons resultados, ou cura após a proposta de tratamento, e casos mais graves, com menor chance de cura ou melhora clínica, respectivamente. Doenças autolimitantes são aquelas que apresenta, um quadro clínico benigno e de curta duração, que podem desaparecer espontaneamente, sem intervenção medicamentosa. 31 6. Correlacione os exames complementares com o quadro clinico da doença do soro. 7. O que é soro eterólogo e homológo. 8. Como são produzidos os anticorpos? 9. Como são produzidos os soros antiofídicos? 10. Quais os ofídios de maior importância no Brasil? O que tem nas peçonhas que causa dor e mal para os pacientes?
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