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Reações de hipersensibilidade

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REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE 
 
1 Hipersensibilidades do Tipo I ______________________________________________ 3 
1.1 Conceito de hipersensibilidade _________________________________________ 3 
1.2 Fisiopatologia das hipersensibilidades do tipo I ____________________________ 3 
1.3 Quais as fases de um episódio isolado de hipersensibilidade tipo 1? ____________ 5 
1.4 Choque anafilático ___________________________________________________ 5 
1.5 Asma Atópica ______________________________________________________ 6 
1.6 Descreva os fatores que influenciam no desenvolvimento da asma e aqueles que 
influenciam nas crises da doença _____________________________________________ 7 
1.7 Identifique essas fases dentro de uma crise asmática. ________________________ 8 
1.8 Asma neutrofílica ____________________________________________________ 8 
1.9 Síndrome de Churg Strauss ____________________________________________ 8 
1.10 Rinite Alérgica ____________________________________________________ 9 
1.11 Dermatite Atópica _________________________________________________ 9 
2 Hipersensibilidades do Tipo II ____________________________________________ 10 
2.1 Conceito __________________________________________________________ 10 
2.2 Mecanismo da hipersensibilidade tipo II _________________________________ 10 
2.3 Transfusão sanguínea incompatível _____________________________________ 11 
2.4 Funções celulares anormais ___________________________________________ 12 
3 Hipersensibilidade do Tipo III ____________________________________________ 13 
3.1 Conceito __________________________________________________________ 13 
3.2 Mecanismo da hipersensibilidade tipo III ________________________________ 13 
3.3 Reação de Arthus ___________________________________________________ 16 
3.4 Doença do soro ____________________________________________________ 16 
3.5 Doenças autoimunes: ________________________________________________ 17 
3.6 Glomerulonefrite aguda pós-infecciosa (GNDA) __________________________ 17 
4 HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO IV _____________________________________ 18 
4.1 Conceito __________________________________________________________ 18 
4.2 Mecanismo da hipersensibilidade tipo III ________________________________ 19 
4.3 Doenças de hipersensibilidade do tipo IV ________________________________ 21 
 
3 
 
 
1 Hipersensibilidades do Tipo I 
 
1.1 Conceito de hipersensibilidade 
É uma doença do sistema imunológico, que se caracteriza por um processo inflamatório 
exacerbado. Um exemplo, que ilustra bem como funciona essas doenças são as alergias, que 
são reações do sistema imune contra antígenos, que não provocariam mal algum ao organismo, 
como o grão de pólen. 
Caso aja o embate do sistema imunológico contra um antígeno difícil ou impossível de 
se eliminar, as hipersensibilidades tendem a ser crônicas. 
Geralmente são as responsáveis por justificar as doenças reumatológicas. 
 
1.2 Fisiopatologia das hipersensibilidades do tipo I 
Mastócitos: são células sentinelas, ou seja, ficam à espreita de regiões onde podem 
encontrar antígenos, geralmente localizadas próximo aos epitélios, nervos ou vasos sanguíneos. 
 
O mecanismo de reconhecimento é a partir das moléculas de IgE, que estão presentes 
na superfície do mastócito e se ligam a um antígeno especifico. A reação de hipersensibilidade 
ela é ocasionada pela ligação cruzada entre diferente IgEs, aumentando a resposta efetora. 
Sua resposta efetora é a degranulação do conteúdo pró-inflamatório. O processo inflamatório 
causado pelos mastócitos é mediado por diferentes moléculas, com grânulos atuando no curto 
prazo, como histamina, heparina, tryptase, entre outros; após alguns minutos são liberados 
lipídeos como PGD, LTC e s1p; e ao longo prazo tem-se a liberação de citocinas e quimiocina 
como IL-13, IL-4, IL-5 e IL-3. 
Para um indivíduo desenvolver uma alergia, o primeiro passo é ele ser sensibilizado. 
4 
 
 
 
Após a liberação da histamina, o corpo reage de diferentes maneiras à essa molécula, 
causando assim os mais variados impactos no organismo. Existem, no organismo, quatro 
receptores de histamina, em diferentes órgãos. 
 
5 
 
 
Vasodilatação, taquicardia, broncoconstricção, broncoespasmos, aumento da produção 
de secreção gástrica e da persitalse no tubo digestório, liberação de adrenalina, são alguns dos 
efeitos da histamina no corpo humano 
 
1.3 Quais as fases de um episódio isolado de hipersensibilidade tipo 1? 
Pode-se distinguir duas fases dentro de um episódio esporádico de hipersensibilidade Tipo 
I. Tem-se a fase imediata, onde há o predomínio das reações vasculares, observa-se 
vasodilatação, exsudação plasmática provocando edema, e horas depois tem a fase tardia, que 
observa sobretudo os efeitos do recrutamento de células, e a intensidade depende do quão 
alérgico é o indivíduo. Em um primeiro momento da fase inicial observa-se urticária, e na fase 
tardia infiltração de células. 
Se o indivíduo tem sucessivas crises alérgicas, as células recrutadas passam a não mais se 
dissipar para o restante do organismo e vão se tornando residentes naquele local de contato com 
o alérgeno, o indivíduo fica cada vez mais hiperreativo e observamos o remodelamento do 
tecido. 
 
1.4 Choque anafilático 
Choque anafilático ou choque histamínico, é uma reação causada pela liberação de 
grandes quantidades de histamina no organismo. O indivíduo que tem essa reação é um que tem 
um nível de hipersensibilidade tipo I muito alta, ou seja, com muita produção de eosinófilos, 
mastócitos e basófilos e, geralmente, ocorre quando o alergênico é inoculado na circulação 
sanguínea. Um exemplo é a picada de abelha, já que o animal ferroa muitas vezes diretamente 
na circulação, ou quando a pessoa se alimenta de algo que ela é alérgica. 
O contato do alergênico com as IgEs dos basófilos geram uma reação em cadeia em todo 
o organismo já sensibilizado do indivíduo, provocando uma degranulação em massa, que leva 
a sintomas como: queda de pressão arterial, devido à vasoplegia; edema generalizado; obstrução 
das vias aéreas, devido ao edema na laringe; macroglocia, um edema na língua; angioedema; 
urticárias; linfedemas; finalmente o indivíduo pode ter até mesmo um choque séptico. 
O choque anafilático pode acontecer de forma mais grave, tendo todos esses sintomas 
simultaneamente, ou de forma mais simples, com apenas um ou outro sintoma. A forma mais 
grave é quando ocorre o choque séptico. 
6 
 
 
 
 
1.5 Asma Atópica 
A asma ela pode ser classificada em dois grupos diferentes, tanto no grupo das DPOCs 
(doenças pulmonares obstrutivas crônicas), como no grupo das doenças de hipersensibilidade. 
Seus sintomas incluem broncoconstrição episódica, inflamação, sibilância, produção de 
muco espesso, opressão torácica, entre outro. 80% dos asmáticos sofrem do tipo atópico, 
causado por poeira, pólen, alimentos, etc. 
 
7 
 
 
Para fazer o diagnóstico clinico da doença tem-se a tétrade clínico patológica, composta 
pela obstrução intermitente e reversível das vias aéreas; inflamação crônica nos bronquíolos; 
hipertrofia da musculatura lisa e da lâmina basal; e hiper-reatividade a broncoconstritores. 
Como resultado se tem a diminuição do calibre do brônquio e com a hiperplasia das células 
caliciformes, se tem a liberação de muco, preenchendo o lúmen. A cada crise de asma, o nível 
de sensibilidade do indivíduo vai aumentar. 
 
1.6 Descreva os fatores que influenciam no desenvolvimento da asma e aqueles que 
influenciam nas crises da doença 
Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento da asma temos características individuais 
como, fatores familiares e genéticos; atopia; hiper-reatividade brônquica (HB) e sexo 
masculino. Além destes existem os fatores desencadeantes como, a exposição a alérgenos 
inaláveis, as infecções das vias respiratórias, as mudanças climáticas, a exposição à fumaça de 
tabaco e aoutros irritantes e inclusive fatores emocionais. 
Para o paciente asmático, existem fatores que são cruciais para o início das crises da doença. 
O ambiente residencial pode ser um ambiente decisivo para um paciente com alergias. 
Geralmente, os alérgenos que causam as hipersensibilidades do tipo I, como a asma ou a rinite, 
são partículas pequenas encontradas em casa como poeira ou ácaros. 
O próprio Ministério da Saúde recomenda, que cuidados especiais sejam tomados na 
residência de uma pessoa asmática, como: “retirar bichinhos de pelúcia, cortinas e tapetes do 
quarto onde dorme ou qualquer acessório que tenha capacidade de acumular poeira, manter 
mobílias e brinquedos diariamente sem pó, roupas limpas, roupas de cama devem diariamente 
tomar banho de sol, não fumar no interior da residência mantendo-se distante da fumaça do 
tabaco, e cômodos da casa sempre arejados”. 
Tendo conhecimento de quais são os causadores mais comuns e que muitas vezes, estes 
estão dentro da própria residência, faz sentido as crises asmáticas ocorrerem a noite. Alérgenos 
como pluma, poeira, ácaros, além do fato de a noite ser um momento mais frio do dia, que 
propicia as crises e, finalmente, no período noturno a casa se ter menor circulação de ar, com 
portas e janelas fechadas, gerando um ambiente propício para crise asmática. 
Além disso, existem algumas explicações fisiológicas para isso, a baixa produção de cortisol 
(possui efeito anti-inflamatório) e adrenalina durante a noite, variação circadiana na função dos 
receptores adrenérgicos, com diminuição da resposta dos Betas adrenérgicos durante a noite, 
aumento na produção de histamina, vasodilatação/broncoconstricção, durante a madrugada em 
indivíduos asmáticos, entre outros fatores. 
8 
 
 
1.7 Identifique essas fases dentro de uma crise asmática. 
 Fase inicial: responsável pela falta de ar, os eventos vasculares, vasodilatação e 
edema, causam a broncoconstrição. 
 Fase tardia: responsáveis pela tosse e sibilancia, devido ao processo de 
cronificação da inflamação, com infiltrados celulares gerando a hipersecreção de 
muco e remodelação tecidual. 
 
1.8 Asma neutrofílica 
Para o indivíduo que é asmático crônico, há a possibilidade de haver o recrutamento de 
neutrófilos, durante uma crise asmática, com a ativação do programa TH17. O único e principal 
diferencial quanto aos sintomas, são crises mais severas. 
 
1.9 Síndrome de Churg Strauss 
É um quadro crítico do indivíduo asmático crônico, em que ocorre uma produção 
exacerbada de eosinófilos, ocorrendo uma infiltração eosinofílica, provocando vasculites 
necrotizantes e granulomas extra vasculares. 
 
 
9 
 
 
1.10 Rinite Alérgica 
Também chamada de febre do feno, a rinite alérgica, é uma reação alérgica que acontece 
na mucosa da cavidade nasal. É causado por grão de pólen, ácaros, poeria doméstica ou outras 
pequenas partículas que podem adentrar as vias aéreas. 
Suas manifestações clínicas incluem edema na mucosa, infiltração de leucócitos, 
desenvolvimento de pólipos e os sintomas comuns como, espirro, congestão nasal, tosse, 
conjuntivite alérgica, entre outros. 
 
 
1.11 Dermatite Atópica 
É uma reação de hipersensibilidade (alergia), que geralmente surge em pessoas com a 
pele ressecada. A pele seca cria rachaduras que expõe as camadas mais profundas da pele e até 
mesmo camadas sub-epteliais. O alergeno adentra essas rachaduras, se encontrando com os 
matócitos, desencadeado plurido, edema, hiperemia, descamação. A coceira só piora a reação 
da dermatite. 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
2 Hipersensibilidades do Tipo II 
 
2.1 Conceito 
Hipersensibilidade provocada por anticorpos, em geral do isotipo IgM e IgG, dirigidos 
contra antígenos de superfície de células ou de matrizes extracelulares. Exemplos dessas 
reações são rejeições de transplantes, seja aguda ou hiperaguda, purpura trombocitopênica, 
febre reumática, etc. 
 
2.2 Mecanismo da hipersensibilidade tipo II 
Os anticorpos IgM ou IgG se ligam a epítopos de células ou de outros componentes 
teciduais (superfície de célula ou em componente de tecido) induzindo: inflamação ou 
perturbação da função, mediada por anticorpo. Podem estar assoaciadas a quebra de tolerância 
e provocar doenças autoimunes. Geralmente não provoca respostas sistêmicas, mas no caso da 
transfusão sanguínea é sistêmica. 
 
11 
 
 
Podem ou não ativar o sistema complemento: 
 Com ativação do sistema complemento: 
Inflamação pelas anafilotoxinas (C5A, C4A, C3A) que vão ativar os macrófagos e o endotélio 
(C3A: vasodilatação, retração e recrutamento) 
Lise celular: mac citolítico 
Fagocitose: antígenos são opsonizados por C3B e C3D 
 Sem ativação do sistema complemento: 
Opsonização 
Perturbação celular 
 
 
2.3 Transfusão sanguínea incompatível 
As reações transfusionais ocorrem quando o indivíduo receptor produz anticorpos que 
reconhecem moléculas de superfície das células sanguíneas do indivíduo doador. A interação 
anticorpos-célula provoca extensa destruição dessas células na circulação sanguínea do 
indivíduo receptor. Em consequência, é observado: aglutinação, ativação do sistema 
complemento, hemólise intravascular, etc. 
Ressalte-se que os anticorpos contra antígenos ABO (antígenos de natureza glicídica) são, 
usualmente, IgM, produzidas por Plasmócitos de origem BZM ou B1, enquanto anticorpos 
contra o antígeno Rh (antígenos de natureza protéica) são produzidos por BFOL, casos 
decorrentes da natureza química do antígeno. 
12 
 
 
 
 
2.4 Funções celulares anormais 
Os anticorpos que se ligam a receptores celulares normais ou outras proteínas podem 
interferir nas funções desses receptores ou proteínas e causar doença sem inflamação ou dano 
tecidual. 
Ex.: hipertireoidismo, o anticorpo não original liga ao receptor de THS da tireóide 
estimulando-a a produzir mais hormônio do que o normal; miastenia grave, os receptores 
musculares para a acetilcolina são ocupados por anticorpos inibindo o envio de informações 
para movimentação correta dos músculos podendo causar paralisia muscular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
3 Hipersensibilidade do Tipo III 
 
3.1 Conceito 
Nessas reações os anticorpos, também 
do isotipo IgM e IgG, se ligam a antígenos 
solúveis e são produzidos em excesso. 
A hipersensibilidade tipo 3 ou 
hipersensibilidade das doenças por 
complexos imunes são as reações de 
hipersensibilidade mais comum. É definida 
como uma reação inflamatória induzida pela 
deposição de complexos Ag-Ac em 
determinados tecidos do organismo. Provoca 
lesões pela ativação do sistema complemento. 
 
 
 
 
 
 
3.2 Mecanismo da hipersensibilidade tipo III 
 Acúmulo de complexos antígeno-anticorpo, preciptados, sobre os endotélios dos 
tecidos, ativam o complemento e atraem leucócitos, que liberam moléculas líticas, danificando 
os tecidos. 
 Conceitualmente, o encontro entre antígenos e anticorpos formam complexos imunes. 
Os complexos imunes podem ser removidos de duas formas: 
o Diretamente pelos fagócitos 
o Indiretamente, intermediado por Eritrócitos, pelo Sistema Fagocítico Mononuclear 
de Baço e Fígado. 
- Pela remoção direta, os fagócitos (M0 e N0), reconhecem os complexos imunes 
menores (1 anticorpo ligado a 1 antígeno), através da porção Fc dos anticorpos, 
ao serem reconhecidos como opsonina. 
Complexos imunes menores podem recircular por longos períodos no 
organismo sem provocar danos. A remoção é mais lenta que complexos 
14 
 
 
grandes. 
Todavia, em grande quantidade, podem se acumular, se não removidos, 
formando redes de complexos maiores. 
- Pela remoção indireta, as redes de complexos imunes maiores podem ser 
rapidamente conjugadas ao complemento, que insere C3b e C3d nos antígenos 
e porção Fc de Anticorpo. 
Processo que facilita a remoção por aumentar a avidez de ligação comcélulas 
intermediadoras de remoção, isto é, Eritrócitos e Plaquetas. 
Sobre os antígenos, essas inserções provocam a diminuição do tamanho e 
contribuem para a solubilização dos complexos imunes, por reduzir as 
possibilidades de ligação com novos anticorpos e, inclusive, romper interações 
antígenos anticorpo. 
- O resultado é a formação de complexos solúveis. 
- Complexos imunes maiores solúveis se ligam aos receptores de complemento 
de superfície de Eritrócitos e Plaquetas (CR1) e os conduzem até o Sistema 
Retículo Endotelial de Baço e Fígado, onde são removidos, juntamente, com o 
receptor CR1, liberando em seguida o eritrócito. 
- É estimado que cada Eritócito apresente um número próximo de 700 receptores 
CR1. 
De forma que, a capacidade de remoção dos complexos imunes maiores é 
limitada, sobretudo, se a presença de antígeno for persistente e a produção de 
anticorpo for continuada. 
- Nesses casos, a eficácia no controle dos complexos imunes fica prejudicada. 
 
 Dessa forma, a produção continuada de complexos imunes conduz a uma situação em 
que os mecanismos de remoção de complexos imunes ficam saturados e, em consequência, 
aumenta a deposição e acúmulo de complexos imunes por toda circulação. 
 Esse fenômeno é principalmente agravado nos locais de alta pressão hidrostática 
sanguínea, como nas membranas sinoviais e glomérulo renal. 
 Assim como na hipersensibilidade do tipo 2, as do tipo 3 também estão associadas à 
quebra de tolerância imunológica e, portanto, ocasionam doenças autoimunes (conteúdo 
discutido no próximo capítulo). 
 As hipersensibilidades do tipo 3 podem ser classificadas em 3 grupos: 
15 
 
 
 
o Infecções persistentes: O efeito combinado de infecção persistente e produção de 
anticorpos de baixa afinidade, leva à formação crônica de complexos imunes, e à eventual 
deposição desses complexos nos tecidos. Isso é observado em doenças como: Hanseníase, 
dengue hemorrágica, malária, hepatite viral e endocardite estafilocócica infecciosa, etc. 
o Doença autoimune: A produção contínua de auto anticorpos leva à formação 
prolongada de complexos autoimunes. 
À medida que o número de complexos aumenta, no sangue, os sistemas responsáveis pela 
remoção desses complexos (fagócitos mononucleares, eritrócitos, sistema complemento) 
tornam-se saturados, então os complexos passam a se depositar nos tecidos.  Ex.: Artrite 
reumatoide, Lupus eritematoso sistêmico. 
o Exposição a material antigênico: Complexos imunes podem ser formados em 
superfícies corporais após a exposição a antígenos extrínsecos. 
É o que acontece, por exemplo, no pulmão de criadores de pombo ou de trabalhadores rurais. 
o Após a inalação repetida de material antigênico, são produzidos anticorpos circulantes 
para fungos, antígenos de pombos e antígenos encontrado no feno. 
 
 Os complexos imunes são capazes de desencadear uma ampla variedade de processos 
inflamatórios: 
o Os complexos podem interagir diretamente com basófilos e plaquetas através de 
receptores Fc, induzindo a liberação de aminas vasoativas. 
o Os macrófagos são estimulados a liberar citocinas, particularmente, TNF-α e IL-
1, importantes na febre e processo inflamatório. 
o Os complexos imunes interagem com o Sistema Complemento, originando 
anafilotoxinas C3a e C5a, que estimulam a liberação de aminas vasoativas e fatores 
quimiotáticos de mastócitos e basófilos. 
o As aminas vasoativas liberadas por plaquetas, basófilos e mastócitos provocam 
retração endotelial e, assim, aumentam a permeabilidade vascular, permitindo a deposição de 
complexos imunes nas paredes dos vasos. 
 
16 
 
 
Os complexos depositados continuam a gerar C3a e C5a. Os polimorfonucleares são 
quimiotaticamente atraídos para o local do C5a e tentam internalizar os complexos depositados, 
mas são incapazes de fazê-lo, porque os complexos estão ligados às paredes dos vasos. Portanto, 
os polimorfonucleares liberam o conteúdo lisossomal, por exocitose no local de deposição, 
fenômeno intitulado Fagocitose Frustrada. 
 
3.3 Reação de Arthus 
Refere-se a um modelo experimental em que uma lesão localizada é induzida por 
imunocomplexos. Injeções intradérmicas de um antígeno proteico em coelhos hiperimunizados 
levava a um processo inflamatório local que progredia para uma lesão necrótica hemorrágica e 
ulceração. Essa reação caracterizada por inflamação cutânea localizada, se dava em resposta à 
disposição de imunocomplexos em vasos sanguíneos da derme com consequente vasculite 
aguda e necrose tecidual. 
Obs.: não confundir com anafilaxia  a Reação de Arhus não ocorre imediatamente, é 
lenta, precisa de complemento e de imunocomplexos, apresenta edema intenso, 
hemorragia, necrose, perda de tecido. 
 
 
3.4 Doença do soro 
Descrita inicialmente em pacientes submetidos à sototerapia (soro heterólogo geralmente 
equino) para tratamento de doenças infecciosas. Atualmente, tornou-se uma doença rara em 
virtude do advento da antibioticoterapia e da restrição do uso de soro heterólogo a poucas 
doenças. É uma patologia autolimitada aguda causada por uma reação inflamatória a 
17 
 
 
imunocomplexos formados por antígenos exógenos (como os antígenos equinos), constituindo-
se no protótipo das doenças sistêmicas causadas por imunocomplexos. 
 
3.5 Doenças autoimunes: 
Produção contínua de auto anticorpos contra antígenos próprios do organismo, gerando uma 
prolongada formação de imunocomplexos. Isso ocasiona uma sobrecarga do sistema fagocítico 
mononuclear, eritrócitos e sistema complemento, responsáveis pela remoção dos complexos. 
São exemplos o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), a Artrite Reumatoide, e outras 
vasculites graves. 
 
3.6 Glomerulonefrite aguda pós-infecciosa (GNDA) 
Síndrome nefrítica causada por cepas de estreptococo beta-hemolítico do grupo A. É 
uma doença caracterizada por uma reação inflamatória do parênquima renal desencadeada 
pela disposição de complexos imunes formados com antígenos do micro-organismo 
(geralmente estreptocócico). Os complexos imunológicos depositados nos glomérulos 
renais ativam o sistema complemente e iniciam uma resposta inflamatória. A ativação é tão 
intensa que mais de 90% dos pacientes desenvolvem hipocomplementemia devido ao 
consumo dentro dos glomérulos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
4 HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO IV 
 
4.1 Conceito 
As hipersensibilidades do tipo 4 são as hipersensibilidades tardias, mediadas 
diretamente por células, mais especificamente pelos linfócitos T, mas também por células N. 
Ocorrem interações entre o antígeno injetado, as células apresentadoras de antígenos e os 
linfócitos T. É a que ocorre na tuberculose e na maioria dos granulomas causados por micro-
organismos de baixa virulência. O linfócito T entra em contato com antígenos dos micro-
organismos, transformando-se em T1 e passando a secretar uma série de citocinas que atuam 
diretamente no tecido, destruindo-o. Acredita-se que os linfócitos T sejam recrutados pelos 
macrófagos para o local agredido. 
 
 
Na hipersensibilidade tipo 4 há uma fase sensibilizadora e uma efetora. 
Na fase sensibilizadora há a apresentação do antígeno por células apresentadoras de 
antígeno às células T CD4, gerando ativação de células TH1 e até TCD8. Na fase efetora, 
células TH1 liberam citocinas (INF-gama, TNF-beta, IL-2, entre outras) e quimiocinas (IL-8, 
CXCL8...), induzindo a ativação de macrófagos, que por sua vez promovem a formação de 
complexo MHC classe 2, aumento de radicais reativos ao oxigênio, aumento de óxido nítrico, 
etc. Como consequência, há a formação de granulomas. 
19 
 
 
A resposta de hipersensibilidade tardia (tipo IV) é dirigida pelas citocinas liberadas 
pelas células TH1 estimuladas pelo antígeno.4.2 Mecanismo da hipersensibilidade tipo III 
Liberação de mediadores por células TCD4+, sensibilizadas, induzem destruição tecidual 
por células mononucleares. Células TCD8+, chamadas linfócitos T citotóxicos (CTLs), podem 
destruir células do hospedeiro quimicamente modificadas e células expressando moléculas de 
MHC díspares. 
A Hipersensibilidade Tardia é uma reação inflamatória lesiva mediada por citocinas, que 
é provocada por Linfócitos TCD4+ ativados. Envolve respostas imunes mediadas por células, 
ao invés de respostas imunes humorais. 
As variantes da Hipersensibilidade Tardia são: Contato, Tuberculínea, Granulomatosa. 
• Hipersensibilidade de Contato: caracteriza-se por reação eczematosa no local de 
contato com o antígeno. Geralmente, é desencadeada por substâncias químicas, que, mesmo 
não sendo imunogênicas, conjugam-se com proteínas próprias para formar antígenos 
(neoantígeno) capazes de desenvolver resposta imunológica (mecanismo hapteno- carreador). 
A reação de hipersensibilidade de contato ocorre em dois estágios: sensibilização e indução. 
→Sensibilização: 
- Produz linfócitos T de memória. 
- Ocorre de 10 a 14 dias. 
- O hapteno associa-se à proteína do organismo, adquirindo, assim, potencial 
imunógeno. 
- O complexo hapteno-carreador é, então, reconhecido, processado e apresentado 
por células dendríticas, que migram para linfonodos através dos ductos 
linfáticos drenantes. 
- Essas células dendríticas, ao interagirem com linfócitos TH0, fornecerão sua 
diferenciação em TH1. 
→Indução: 
- Os linfócitos TH1 liberam IFN-ƴ, promovendo o recrutamento de monócitos, 
com posterior ativação em macrófagos, os quais, se instalam nos tecidos em, 
aproximadamente 48 horas. 
 
20 
 
 
 Hipersensibilidade Tuberculínea: forma de Hipersensibilidade em que ocorre uma 
reação cutânea, após a aplicação intradérmica de antígenos. 
Uma forma muito comum dessa Hipersensibilidade é observada no teste de PPD (Purified 
Protein Derivative de Mycobacterium tuberculosis), também chamado teste de Mantoux, 
utilizado para determinar a imunidade contra antígenos do Micobacterium tuberculoses (Mt). 
Pequena quantidade de antígeno é aplicado intradérmicamente, geralmente, no antebraço. 
Em caso de o paciente ser reator, nas primeiras 4 horas, ocorrerá um influxo inicial de 
neutrófilos e, horas seguintes, tem-se o predomínio de monócitos e linfócitos. 48 horas depois, 
a área de desafio intradérmico desses pacientes é analisada, e observado uma enduração local, 
um inchaço firme ao tato, com vermelhidão em derredor, cujo halo é mensurado. 
São assistidos os seguintes parâmetros: 
- Menor que 4mm: Não reator [não apresenta imunidade ao Mt, nunca teve 
contato ou se trata de pessoas muito doentes ou com um sistema imunológico 
enfraquecido (como as que têm infecção por HIV). Esses indivíduos podem não 
responder ao teste cutâneo mesmo se estiverem infectadas com a tuberculose]. 
- Entre 5 e 7mm: Reator fraco (contato antigo com o Mt, provavelmente foi 
vacinado) 
- Acima de 8mm: Reator forte (contato recente com o Mt ou doença ativa) 
 
 
 Hipersensibilidade Granulomatosa: clinicamente, é o tipo mais importante de 
hipersensibilidade. Resulta da persistência de micro-organismos intracelulares ou corpo 
estranho de difícil destruição por macrófagos. 
A persistência do agente agressor conduz a resposta inflamatória para sua cronificação, com 
todas particularidades desse processo (Destruição tentativa de reparo, graus de celularidade 
com predomínio de Macrófagos diferenciados, isto é, Gigantócitos e Células Epitelióides). 
Substâncias particularizadas, como o talco mineral e a sílica, provocam a formação de um tipo 
especial de granuloma, o Granuloma Não Imune. 
Nesse caso, os macrófagos são incapazes de digerir a matéria inorgânica, ocorrendo 
rompimento de lisossomos e morte dos Macrófagos por necrose, o que exacerba ainda mais a 
reação. 
___________________________________________________________________________Prof André 
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• Hipersensibilidade Tuberculínea: 
Forma de Hipersensibilidade em que ocorre uma reação cutânea, após a 
aplicação intradérmica de antígenos. 
Uma forma muito comum dessa Hipersensibilidade é observada no teste de PPD 
(Purified Protein Derivative de Mycobacterium tuberculosis), também chamado 
teste de Mantoux, utilizado para determinar a imunidade contra antígenos do 
Micobacterium tuberculoses (Mt). 
Pequena quantidade de antígeno é aplicado intradérmicamente, geralmente, no 
antebraço. Em caso de o paciente ser reator, nas primeiras 4 horas, ocorrerá um 
influxo inicial de neutrófilos e, horas seguintes, tem-se o predomínio de 
monócitos e linfócitos. 
48 horas depois, a área de desafio intradérmico desses paciente é analisada, e 
observado uma enduração local, um inchaço firme ao tato, com vermelhidão 
em derredor, cujo o halo é mensurado. 
São assistidos os seguintes parâmetros: 
- menor que 4mm: Não reator [não apresenta imunidade ao Mt, nunca teve 
contato ou se trata de pessoas muito doentes ou com um sistema imunológico 
enfraquecido (como as que têm infecção por HIV). Esses indivíduos podem não 
responder ao teste cutâneo mesmo se estiverem infectadas com a tuberculose]. 
- entre 5 e 7mm: Reator fraco (contato antigo com o Mt, provavelmente foi 
vacinado) 
- acima de 8mm: Reator forte (contato recente com o Mt ou doença ativa) 
NOTA 
Muito embora estejam em desuso, existem vários testes que consistem em 
averiguar a reação imunitária de pacientes como complementação de 
diagnóstico. É o caso dos testes: Mitsuda (hanseníase), Montenegro 
(Leishmania) e Machado Guerreiro (Doença de Chagas), etc. 
 
• Hipersensibilidade Granulomatosa 
Clinicamente, é o tipo mais importante de hipersensibilidade. 
Resulta da persistência de micro-organismos intracelulares ou corpo estranho 
de difícil destruição por macrófagos. 
A persistência do agente agressor conduz a resposta inflamatória para sua 
cronificação, com todas particularidades desse processo (Destruição tentativa 
de reparo, graus de celularidade com predomínio de Macrófagos diferenciados, 
isto é, Gigantócitos e Células Epitelióides). 
Substâncias particularizadas, como o talco mineral e a sílica, provocam a 
formação de um tipo especial de granuloma, o Granuloma Não Imune. 
Nesse caso, os macrófagos são incapazes de digerir a matéria inorgânica, 
ocorrendo rompimento de lisossomos e morte dos Macrófagos por necrose, o 
que exacerba ainda mais a reação. 
Na tuberculose, é observado um tipo especial de granuloma, que é intitulado 
Granuloma Caseoso, esse granuloma é o arquétipo das doenças 
granulomatosas. 
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Na tuberculose, é observado um tipo especial de granuloma, que é intitulado 
Granuloma Caseoso, esse granuloma é o arquétipo das doenças granulomatosas. 
No granuloma caseoso é possível histologicamente diferenciar os graus de celularidade 
que podem se dispor concentricamente em camadas no entorno de um centro necrosado. 
As bordas são marcadas pela presença de fibroblasto e deposição de tecido cicatricial. 
 
4.3 Doenças de hipersensibilidade do tipo IV 
A hipersensibilidade tipo IV está envolvida na patogênese de muitas doenças 
autoimunes e infecciosas (tuberculose, hanseníase, blastomicose, histoplasmose, 
toxoplasmose, leishmaniose, etc.) e granulomas devido a infecções e antígenos estranhos. Uma 
outra forma de hipersensibilidade tardia é a dermatite de contato (hera venenosa, agentes 
químicos, metais pesados, etc.) nos quais as lesões são mais papulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CASO CLINICO – 01/09 
 
 
 
 
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QUESTÕES DE APRENDIZAGEM 
 
1. Qual a importância do local de residência da paciente para o desenvolvimento da 
doença em questão? 
O ambiente residencialpode ser um ambiente decisivo para um paciente com alergias. 
Geralmente, os alérgenos que causam as hipersensibilidades do tipo I, como a asma ou a rinite, 
são partículas pequenas encontradas em casa como poeira ou ácaros. 
O próprio Ministério da Saúde recomenda, que cuidados especiais sejam tomados na 
residência de uma pessoa asmática, como: “retirar bichinhos de pelúcia, cortinas e tapetes do 
quarto onde dorme ou qualquer acessório que tenha capacidade de acumular poeira, manter 
mobílias e brinquedos diariamente sem pó, roupas limpas, roupas de cama devem diariamente 
tomar banho de sol, não fumar no interior da residência mantendo-se distante da fumaça do 
tabaco, e cômodos da casa sempre arejados”. 
 
2. Quais as características do agente desencadeador da reação asmática. 
Contextualize. 
Reações de hipersensibilidade tipo I, como alergias e a própria asma são doenças do sistema 
imunológico, que se caracterizam por um processo inflamatório exacerbado. Um exemplo, que 
ilustra bem como funciona essas doenças são as alergias, que são reações do sistema imune 
contra antígenos, que não provocariam mal algum ao organismo, como o grão de pólen, ácaros, 
poeira ou fumaça. 
No contexto do caso clínico, a localização da residência, próxima de fábricas e com muito 
tráfego de caminhões, indica que o ar no local é muito poluído pelos gases emitidos dos veículos 
e das industrias, o que pode ser o possível causador da alergia na criança. 
 
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3. Qual a relação do horário da crise na HMA com a fisiopatologia da doença? 
Tendo conhecimento de quais são os alérgenos mais comuns e que muitas vezes, estes estão 
dentro da própria residência, faz sentido a afirmação das crises asmáticas ocorrerem a noite. 
Alérgenos como pluma, poeira, ácaros, além do fato de a noite ser um momento mais frio do 
dia, que propicia as crises e, finalmente, no período noturno a casa se ter menor circulação de 
ar, com portas e janelas fechadas, gerando um ambiente propício para crise asmática. 
Além disso, já é estabelecido na literatura que os episódios de asma são mais frequentes 
durante a noite. Existem algumas explicações para isso – baixa produção de cortisol (possui 
efeito anti-inflamatório) e adrenalina durante a noite, variação circadiana na função dos 
receptores adrenérgicos, com diminuição da resposta dos Betas adrenérgicos durante a noite, 
aumento na produção de histamina, vasodilatação/broncoconstricção, durante a madrugada em 
indivíduos asmáticos, entre outros fatores. 
 
4. Quais as características histopatológicas do tecido respiratório de um indivíduo 
asmático crônico? 
Histologicamente fica clara a multiestratificação da camada muscular, hiperplasia de células 
caliciformes (grande quantidade de muco), estimulação do fibroblasto, espessamento da lâmina 
basal. Há um remodelamento tecidual em decorrência da liberação praticamente contínua de 
linfócitos TH2 liberando citocinas. 
 
Em casos extremos, há também a síndrome de Churg Strauss, que é um processo em que o 
indivíduo asmático crônico tem uma eosinopoiese exacerbada, responsável por infiltração 
eosinofílica provocando vasculites necrotizantes. 
 
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5. Explique o que é ligação cruzada em superfície de mastócito. 
A ligação cruzada na superfície dos mastócitos é o processo de ativação dessas células 
sentinelas, que consiste basicamente no acoplamento do antígeno às moléculas de IgE. Para que 
isso ocorra é necessário a ligação cruzada, que 2 IgE de superfície se liguem simultaneamente 
ao mesmo antígeno. A reação de hipersensibilidade ocorrerá quando ocorrer uma exacerbação 
da ligação entre diferentes moléculas de IgE, aumentando a resposta efetora de degranulação. 
 
 
6. Quais as fases de um episódio isolado de hipersensibilidade tipo 1? 
Pode-se distinguir duas fases dentro de um episódio esporádico de hipersensibilidade Tipo 
1. Tem-se a fase imediata, onde há o predomínio das reações vasculares, observa-se 
vasodilatação, exsudação plasmática provocando edema, e horas depois tem a fase tardia, que 
observa sobretudo os efeitos do recrutamento de células, e a intensidade depende do quão 
alérgico é o indivíduo. Em um primeiro momento da fase inicial observa-se urticária, e na fase 
tardia infiltração de células. 
Se o indivíduo tem sucessivas crises alérgicas, as células recrutadas passam a não mais se 
dissipar para o restante do organismo e vão se tornando residentes naquele local de contato com 
o alérgeno, o indivíduo fica cada vez mais hiperreativo e observamos o remodelamento do 
tecido. 
 
7. Identifique essas fases dentro de uma crise asmática. 
Fase inicial – responsável pela falta de ar, os eventos vasculares, vasodilatação e edema, 
causam a broncoconstrição. 
Fase tardia – responsáveis pela tosse e sibilancia, devido ao processo de cronificação da 
inflamação, com infiltrados celulares gerando a hipersecreção de muco e remodelação tecidual. 
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8. Qual a relação das comorbidades apresentadas pela paciente, asma e rinite? 
Sabe-se que a asma e a rinite são avaliadas como hipersensibilidades do tipo I. Como já 
visto, a asma é uma doença inflamatória no sistema respiratório, que limita o fluxo de ar ao 
longo do tubo respiratório. A rinite também é uma reação alérgica que acontece na cavidade 
nasal. Dessa maneira qualquer uma das duas comorbidades podem resultar na dificuldade 
respiratória, que é um dos principais sintomas citados pela paciente. 
 
9. Quais os fatores de risco para o desenvolvimento da asma? 
Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento da asma temos características individuais 
como, fatores familiares e genéticos; atopia; hiper-reatividade brônquica (HB) e sexo 
masculino. Além destes existem os fatores desencadeantes como, a exposição a alérgenos 
inaláveis, as infecções das vias respiratórias, as mudanças climáticas, a exposição à fumaça de 
tabaco e a outros irritantes e inclusive fatores emocionais. 
 
10. Explique do ponto de vista imunológico a ocorrência dos sinais e sintomas clínicos 
apresentados pela paciente. 
IL-4: estimula ativação alternativa do macrófago (IL-10 e TGF-B) – estimula os 
fibroblastos a deposição de matriz extracelular processo de fibrose, vai haver uma hipertrofia e 
hiperplasia do musculo liso e da lâmina basal. 
IL-5: inflamação crônica dos bronquíolos com ativação EO e também estimula a 
eosinopoese – mais EO produzido pela medula óssea. 
Produzida pelos mastócitos e pelos LTH2, estimula a degranulação dos eosinófilos contendo 
espécies reativas de oxigênio, gerando lesão tecidual. 
IL-13: aumento das células caliciformes e sua hiperplasia e induz a produção excessiva de 
muco, fator que dificulta o processo respiratório; 
Promove a ampliação do processo inflamatório por aumentar a expressão de moléculas de 
adesão no epitélio vascular. A ampliação do processo inflamatório está relacionada a diversos 
sinais e sintomas, uma vez que gera os efeitos vasculares relacionados a broncoconstrição. 
 
11. Quais os principais tipos de medicamentos usados para o tratamento da asma? 
Duas classes de medicamentos são as mais utilizadas no tratamento da asma, os 
broncodilatadores e os anti-inflamatórios. 
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Os broncodilatadores em geral são agonistas β2-adrenérgicos, que provocam além da 
broncodilatação, inibem a liberação de mediadores de mastócitos e ajudam na remoção do muco 
por ação dos cílios. Também são utilizados os antagonistas muscarínicos. 
Os anti-inflamatórios utilizados são os corticosteroides. 
 
12. No que se baseia a proposta terapêutica de dessensibilização alérgica? 
Consiste na inoculação de repetidas doses (pequenas) do alérgeno, junto com indutores do 
programa imunológico TH1. 
Consiste em estimular os linfócitos B a serem licenciados pelo programa TH1 e não TH2. 
Consiste em substituir o programa TH2 pelo programa TH1, para que estimulem os linfócitos 
B a se tornarem plasmócitos produtoresde IgG, que não tem receptor na superfície de 
mastócito, assim o indivíduo perderá sua hipersensibilidade, já que invés de IgE passará a 
produzir IgG que não se acoplam a mastócitos. A chave é a indução de IL-12, os adjuvantes 
possuem essa função, que é estimular as células dendríticas a produzir IL-12, porque ela faz 
com que o TH0 assuma o programa TH1. Assim, o processo é feito através da inoculação 
repetida de pequenas quantidades do alérgeno (doses homeopáticas) junto a solução de 
adjuvante (indutores do programa de TH1), gradualmente aumenta-se as doses do alérgeno, e 
assim, lentamente, converte-se os programas de citocinas para TH1, parando de produzir muita 
IgE, assim acontece a dessensibilização do indivíduo. Existe outro tipo de terapia que é a anti-
IgE, na qual utiliza anticorpos anti-IgE. 
 
13. Qual a diferença entre a fisiopatologia da asma, bronquite, enfisema e pneumonia? 
A pneumonia é uma infeção aguda no parênquima pulmonar causada por agentes 
infecciosos, tendo como o principal causador o pmeumococo. 
A asma, a bronquite e a enfisema são Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas. 
A bronquite e a asma se diferenciam pelo licenciamento do programa LTH0, enquanto a 
asma pelo programa LTH2 a bronquite é pelo LTH1, na asma os 
broncodilatadores são mais efetivos e o quadro pode ser reversível. Além disso a bronquite é 
definida como tosse produtiva na maioria dos dias da semana, com duração total de pelo menos 
3 meses em 2 anos e é uma hipersensibilidade do tipo 4, ou tardia, 24 a 48h, enquanto a asma é 
do tipo 1, reações inflamatórias rápidas e exageradas. 
A Enfisema é a destruição dos septos alveolares causadas pela migração de células, logo 
há uma degradação da elastina pelos MO e NO, pela produção de elastase. 
 
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CASO CLÍNICO – 08/09 
 
 
 
 
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QUESTÕES DE APRENDIZAGEM 
1. Explique a fisiopatologia da vasculite na doença do soro. 
A doença do soro é uma vasculite sistêmica de hipersensibilidade mediado por 
imunocomplexos, classicamente atribuída à administração terapêutica de proteínas séricas 
estranhas. 
Patogênese: é um exemplo clássico de uma reação de hipersensibilidade do tipo III causada 
por complexos de antígeno-anticorpo. 
 
 
2. Explicar a participação do sistema complemento nas manifestações clinicas da 
doença do soro (glomerunefrite). 
 
3. Explique a participação do sistema complemento na remoção dos complexos 
imunes. 
Entre 5 a 24h após a aplicação do soro, o paciente pode apresentar sintomas, como febre, 
erupção cutâneo e artropatia. Essas manifestações são características da doença do soro que se 
deve a formação de complexos imunes entre os anticorpos IgG específicos e um antígeno 
alérgeno (soro). Esses complexos imunes podem ser encontrados nos tecidos ou endotélio 
vascular, podendo produzir lesão tissular pela ativação do complemento, formação de 
anafilotoxinas, quimiotaxia de polimorfonucleares. Os órgãos mais afetados incluem a pele 
(urticária e vasculites), articulações (artrites) e rins (glomerulonefrite). A doença do soro 
normalmente tem resolução benigna. O tratamento inclui corticosteroides e medicações para 
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alívio dos sintomas. O corticosteroide não atua impedindo o aparecimento das reações 
imediatas; na verdade, ele desempenha papel importante na estabilização das membranas 
lisossomais, inibindo a liberação continuada dos mediadores da inflamação, a agregação de 
neutrófilos, diminui a ativação do complemento, limita a agressão vascular, previne a liberação 
de ácido araquidônico das membranas de fosfolipídios e, portanto, diminui a liberação de 
leucotrienos, mediadores potentes de anafilaxia. O pico de ação do corticoide ocorre de 2 a 4h 
após a sua administração, sendo que em reações de hipersensibilidade imediatas tem ação 
instantânea, tendo importância, entretanto nas reações retardadas, tardias e nas reações de 
hipersensibilidade do tipo III. 
 
4. O que é sistema reticuloendotelial e qual a sua participação na remoção dos 
complexos imunes? 
O sistema reticulendotelial (SRE), ou sistema fagocítico mononuclear (SMF), é o sistema 
orgânico constituídos por células que se distribuem por todo o organismo. Responsabiliza-se 
por grande parte da imunidade celular, atuando na defesa contra microorganismos, incluindo 
bactérias, fungos, vírus, parasitas e corpos estranhos, bem como na remoção de células mortas, 
partículas inaladas, entre outros. Suas células apresentam motilidade e respondem a fatores 
quimiotáxicos derivados principalmente de linfócitos T. As células do SRE são produzidas na 
medula óssea, lançadas na corrente sanguínea sob a forma de monócitos e posteriormente 
migram para os tecidos, na forma de macrófagos ou histiócitos, onde permanecem a maior parte 
do tempo. O SRE também atua na modulação do sistema imune humoral, controle da 
hematopoiese, produção e síntese de enzimas, componentes do sistema complemento, proteínas 
de ligação, citocinas, fatores de coagulação, fatores para angiogênese e fatores de crescimento. 
 
5. Explique o porquê ao contrário do que acontecer na LES, lupus eritematodo, essa 
doença é considerada autolimitada. 
Esta patologia costuma ser autolimitada, sendo que a sintomatologia some ao passo que os 
imunocomplexos vão sendo eliminados do organismo. Os anticorpos produzidos são limitados, 
e as toxinas serão eliminadas e não deixará que a doença se cronifique. Pode-se dividir os 
prognósticos em dois tipos: favorável e desfavorável; ou seja, são casos que costumam evoluir 
com bons resultados, ou cura após a proposta de tratamento, e casos mais graves, com menor 
chance de cura ou melhora clínica, respectivamente. 
Doenças autolimitantes são aquelas que apresenta, um quadro clínico benigno e de curta 
duração, que podem desaparecer espontaneamente, sem intervenção medicamentosa. 
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6. Correlacione os exames complementares com o quadro clinico da doença do soro. 
7. O que é soro eterólogo e homológo. 
8. Como são produzidos os anticorpos? 
9. Como são produzidos os soros antiofídicos? 
10. Quais os ofídios de maior importância no Brasil? O que tem nas peçonhas que causa 
dor e mal para os pacientes?

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