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UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
Turma: TT0A30
Afasia
Aluna: Patricia Jeniffer M. Dos Santos 
R.A: A6822F-0
Brasília, 2018
Introdução
A afasia pode ser secundária a quase qualquer tipo de lesão cerebral e, em geral, está relacionada a alterações no hemisfério cerebral esquerdo. A função da linguagem está lateralizada à esquerda em 96-99% dos indivíduos destros e em 60% dos canhotos (dos canhotos restantes, 20% apresentam dominância mista e 20% apresenta dominância do hemisfério direito). Esta é uma informação importante, uma vez que indivíduos canhotos costumam desenvolver afasia após um acidente vascular cerebral (AVC) à esquerda, mas o quadro tende a ser mais leve e com um prognóstico melhor naqueles que apresentam dominância mista. Afasia é um distúrbio de linguagem adquirido a partir de uma lesão no SNC. 
A origem desta lesão cerebral é na maioria dos casos decorrente de alterações nas veias e artérias do cérebro. Tais disordens são chamadas de derrame, hemorragia cerebral ou apoplexia. Outras causas para o desenvolvimento de afasia podem ser por exemplo, um trauma ou um tumor cerebral, ocorre devido a um bloqueio de vasos sanguíneos do cérebro por uma placa de gordura ou coagulo. 
Os AVEs são de origem isquêmica, em que há falta de oxigênio no cérebro ou hemorrágico, em que há extravasamento de sangue no cérebro. Afasia refere-se a um transtorno na linguagem, incluindo diversas combinações de comprometimentos na capacidade de compreender e reproduzir a fala, bem como problemas na capacidade de ler e escrever.  Os distúrbios relacionados incluem alexia (distúrbio da leitura), agrafia (distúrbio da escrita), e apraxia (distúrbio da coordenação motora). Uma lesão cerebral pode levar afetar de uma ou mais componentes da linguagem como um vocabulário de símbolos; uma gramática com regras lingüísticas; um sistema de memória para processar os dados e as habilidades para usar as regras na codificação e na decodificação. 
Portanto, a afasia pode afetar diversas áreas da linguagem e em diferentes níveis sendo um mais grave do que o outro. O grau de déficit esta correlacionado com a extenção da área afetada. É importante salientar que a afasia é um distúrbio, não uma doença em si. Não existem dados de mortalidade atribuível à afasia. O mesmo ocorre em relação à incidência por sexo ou faixa etária (ainda que a idade seja um fator determinante na recuperação).
Existem diferentes tipos de afasia a afasia de wernicke que é caracterizada pela lesão do lobo temporal esquerdo onde a compreensão oral e escrita é alterada; a afasia de broca que é caracterizada pela lesão na área de broca onde ocorre uma alteração na morfossintática do individuo (agramatismo); a afasia global que é caracterizada pela lesão mais grave que compreende a área de broca até wernicke onde a fala não é fluente, a compreensão oral e escrita é alterada; a afasia transcortical motora que ocorre a lesão na área frontal onde o paciente fica sem iniciativa comunicativa; a afasia transcortical sensitiva ocorre a lesão na área temporo-parietal onde a compreensão é afetada; a afasia de condução lesão entre a área de broca e wernicke onde ocorre a dificuldade de repetição ; e a afasia anatomica que compreende qualquer lesão na área de linguagem no hemisfério esquerdo, também podendo ser chamado de disfunção mínima de linguagem.
	 
		TIPO DE AFASIA
	FLUÊNCIA DO DISCURSO
	COMPREENSÃO
	NOMEAÇÃO
	REPETIÇÃO
	WERNICKE
	
	
	
	
	TRANSCORTICAL SENSORIAL
	
	
	
	
	CONDUÇÃO
	
	
	
	
	ANÓMICA
	
	
	
	
	GLOBAL
	
	
	
	
	TRANSCORTICAL MISTA 
	
	
	
	
	BROCA 
	
	
	
	
	TRANSCORTICAL MOTORA 
	
	
	
	
 
O tratamento do paciente afasiatico é multidisciplinar com acompanhamentos de terapias fisioterápicas, fonoaudiólogicas, psicológicas e além de médicos. O tratamento para afasia será longo e deverá ser o mais freqüente possível. A terapia basear-se-á em exercícios que estimulem a linguagem oral e escrita. Para isso devem-se planejar antecipadamente as sessões levando em consideração a idade do paciente, o grau de instrução
e suas preferências pessoais, além do grau de perda verificado.O tempo de duração do tratamento dependerá do prognóstico inicial realizado após uma avaliação. Alguns afásicos recuperam-se em tempo relativamente curto enquanto outros podem recuperar-se totalmente.
O maior dado ao paciente afasiatico são os danos emocionais que essa patologia traz, muitos pacientes afasiaticos sofrem de isolamento social devido a dificuldade de comunicação com os demais uma vez que cada pessoa contem um grau diferente de dificuldade e muito deles se isolam do mundo social. 
Resumo do Artigo:
A reabilitação do sujeito afásico: uma visão sóciointeracionista
Cecília Farah da Silva*
Leticia Guedes Cintra**
Encontrado em: http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/75/238a243.pdf
A Afasia é uma dentre as diversas patologias que afetam a linguagem, o que consequentemente causa alterações na vida social, o que inclui a vida profissional, emocional e pessoal do indivíduo que a possui. Pesquisar os efeitos e o impacto gerado pela privação da linguagem no indivíduo é um passo importante para que o terapeuta consiga ajudar o paciente a se comunicar de formas alternativa (como através de gestos ou linguagem escrita) para que esse indivíduo continue interagindo com outras pessoas e mantendo assim uma vida social ativa. 
Este artigo tem como principal objetivo lançar um olhar sobre a linguagem e a privação da linguagem no indivíduo a partir de uma perspectiva sóciointeracionista. 
A linguagem é o meio de comunicação mais eficiente e importante, pois, possibilita forma ilimitada de interação entre os indivíduos. Ela permite ao indivíduo se afirmar em meio à sociedade, e permite também que ele a modifique seja a partir de si mesmo ou do outro. A Afasia se caracteriza por alterações ocasionadas por lesões neurológicas, resultantes de acidente vascular cerebral, tumor cerebral ou traumatismo craniano, que podem gerar inúmeras alterações na linguagem, afetar as interações sociais e a vida profissional dos indivíduos por ela acometidos, acarretando, também, problemas emocionais.
De uma forma geral a afasia é caracterizada por uma espécie de déficit na funcionalidade de interpretação e produção de linguagem no indivíduo. Isso ocorre em função de uma lesão focal localizada nas áreas do cérebro responsáveis pela fala. É importante dizer que na maioria das vezes os sujeitos afásicos continuam com a capacidade de se comunicar, eles têm apenas um déficit na comunicação falada, que é muito importante, mas não é o único meio do ser humano se comunicar. 
A partir dos pressupostos sóciointeracionista os pacientes afásicos são tratados de uma forma bem diferenciada. Há uma tentativa de reinserir neles a fala de uma forma que desconsidera a doença e considera apenas o indivíduo, resinificando a comunicação, trazendo ele de volta a uma interação social, a qual é importante tanto para a vida pessoal quanto para a vida profissional do indivíduo. O objetivo da terapia nesse caso é tratar o paciente sem o rotular de acordo com o local da lesão, e sim trata-lo de forma a ajuda-lo a se inserir novamente nas interações com outros indivíduos, a partir justamente dessa interação, ou seja, durante a terapia o indivíduo continuará interagindo com as pessoas já que esse é o melhor meio para reinseri-lo no meio social.
A família pode ser definida de várias formas, como um conjunto de pessoas de mesmo sangue, como um conjunto de pessoas que moram juntas, como um conjunto de pessoas que são regidas por um laço familiar, enfim a família de qualquer forma que for definida é importante para o indivíduo. Sendo assim não seria diferente no caso do paciente afásico, sendo no caso dele mais importante ainda no seu processo de recuperação, pois o apoio familiar é o berço do indivíduo, portanto, é nela que o indivíduo vive o primeiro momento de interação. Com isso na fase de recuperação do sujeito afásico o acolhimento familiar é de sumaimportância por no que diz respeito à inclusão ou reinserção nos processos de convivência social. É na família também que o indivíduo dará continuidade ao tratamento, às atividades realizadas no consultório, o que só ajuda na sua recuperação.
Este artigo tem por fim mostrar que de acordo com os pressupostos sóciointeracionista os pacientes afásicos não precisam simplesmente ser rotulados e tratados de forma padrão, eles precisam ser tratados de acordo com seu contexto social. Eles devem ser tratados de forma individual, com foco na interação com os sujeitos à sua volta para que ele seja reinserido de forma satisfatória na sociedade, e consiga se comunicar de forma a ajudar nessas interações.
Referências bibliográficas
* Artigo: afasia: uma interface entre a fonoaudiologia e a psicologia (http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/128.pdf) * http://www.afasie.nl/aphasia/pdf/9/brochure1.pdf * http://rnp.fmrp.usp.br/aulas/Francisco/AFASIAS.pdf * http://rnp.fmrp.usp.br/aulas/Francisco/AFASIAS.pdf