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NEUROMARKETING AULA 1 Prof. Felipe Augusto Nasser Costa 2 CONVERSA INICIAL Neurociência e marketing: um breve histórico evolutivo Compreender os conceitos iniciais da neurociência aplicada ao marketing e ao comportamento de consumo, atualmente, são premissas para termos sucesso nas estratégias de comunicação e vendas. Desde que podemos entender a evolução do relacionamento entre empresas e consumidores, temos a área de vendas e de relacionamento interpessoal (com clientes) tentando desvendar os principais comportamentos em relação ao consumo, utilização, destinação e satisfação em relação ao produto ou serviço adquirido. Nesta sua introdução ao tema de neuromarketing, você terá contato com um breve histórico do que é neuromarketing e de quais suas principais contextualizações, podendo diferenciar entre marketing e neuromarketing e saber sobre como é a divisão comportamental do cérebro e sua evolução. Compreender os conceitos iniciais são fundamentais para que toda a temática dessa incrível área possa ser aprofundada e estudada de forma a agregar informações aos novos negócios e aos produtos e serviços já comercializados em nossa sociedade. Esta aula está dividia em cinco temas principais, os quais são: 1. Breve histórico da neurociência e do marketing: o que é neuromarketing? 2. Diferença entre marketing e neuromarketing 3. Teoria da divisão trina do cérebro 4. Teoria dos sistemas 1 e 2 5. Sistema nervoso: um decisor de marketing As informações com que você terá contato não exaurem o tema, mas sim são um incentivo a novas pesquisas e a um aprofundamento no assunto. CONTEXTUALIZANDO Desde os tempos mais remotos, o ser humano tem se dedicado a estudar sua ancestralidade e entender a sua própria biologia, visando aperfeiçoar-se de maneira tal que possa diminuir os seus riscos de morte, aumentar as suas probabilidades de adaptação ambiental, estabelecer novos meios de relacionamento entre seus pares (da mesma espécie) e outras biologias (seres vivos). 3 Já imaginou você compreender como as pessoas que mais ama pensam e reagem a cada palavra que você expressa a elas? Já teve momentos nos quais você quis entrar no pensamento de alguém para saber o que essa pessoa iria fazer ou estava planejando? Já tentou adivinhar o que algumas pessoas iriam fazer somente olhando para elas e tentando descobrir quais as suas próximas ações? É com esse intuito que os estudos da neurociência têm provocado mudanças significativas na maneira com que vivemos e vemos nosso mundo, nossas ações, nossas responsabilidades, nossas atitudes, nossas relações e nossos sentimentos. E com esse turbilhão de sentidos e emoções temos a interação das mídias off-line e on-line indubitavelmente interferindo no fornecimento das informações processadas por nossos cérebros e na influência comportamental, por meio da persuasão cognitiva e do processo de sugestão cerebral. TEMA 1 – O SER HUMANO: UM ANIMAL (IR)RACIONAL E SEU COMPORTAMENTO Há aproximadamente 14 bilhões de anos, havia somente matéria e energia pairando pelo que podemos chamar de espaço: é o começo do Universo que conhecemos ou que ainda estamos explorando para realizar sua descoberta real. E, numa ordenação cronológica, temos a formação do planeta Terra por volta de 4,5 bilhões de anos atrás; e os organismos vivos começam a surgir somente há 3,8 bilhões de anos. Com a evolução das espécies (adaptações territoriais, modificações genéticas e miscigenação gênica), o último ancestral em comum entre humanos e chimpanzés está há 6 milhões de anos de diferença de nós. Com isso, temos a evolução do gênero Homo, na África, por volta de 2,5 milhões de anos atrás. E, de lá até hoje, já tivemos inúmeras alterações nos quesitos de natureza, fauna, flora, modificações e mutações genéticas, evolução e extinção de espécies. O que torna interessante esse processo evolutivo é o fato da miscigenação genética que tivemos entre todos os nossos ancestrais, agregando diversos fatores de adaptabilidade aos mais variados fenômenos naturais que poderiam determinar a extinção de nossa espécie, pois somos muito novos, se levarmos em consideração a história de vida na Terra. Assim, houve tantas modificações no ambiente terrestre que o processo evolutivo, além da alteração genética, determinou o mantimento das espécies que mais se adaptaram ao ambiente no qual estavam alocadas. Esse fator de 4 sobrevivência é uma das duas características básicas de qualquer animal, sendo o outro fator a reprodução. O processo evolutivo da fauna, flora e reino animal tiveram profundas modificações com o decorrer dos milênios, tanto agregando novas espécies quanto extinguindo outras. Assim como os dinossauros já foram os animais dominantes, agora temos uma mistura de domínios em diversos biossistemas diferentes; todavia, o homem coloca-se no patamar do animal com maior interação nos ecossistemas existentes, devido ao seu potencial de adaptabilidade e migração. 1.1 Breve histórico: neurociência e marketing – o que é neuromarketing? Quando pensamos na história humana, frequentemente fazemos a alusão de que estamos no topo da cadeia alimentar; porém, isso depende do ponto de vista, posto que nem sempre fomos tão evoluídos e tampouco conseguimos sobreviver a muito mais, individualmente, do que a 100 anos de idade, vide a expectativa de vida em nosso país. A importância de pensar no processo de ancestralidade e permanência de vários comportamentos nos faz remeter à necessidade de entender a evolução do mundo e do ser humano nos contextos da filogenia, da história evolutiva da espécie; e da ontogenia, da história evolutiva do indivíduo. Assim, podemos compreender a afirmação de Harari (2017) de que, “[...] muito antes de haver história, já havia seres humanos. Animais bastante similares aos humanos modernos surgiram por volta de 2,5 milhões de anos atrás. Mas, por incontáveis gerações, eles não se destacaram da miríade de outros organismos com os quais partilhavam seu habitat”. Porém, é muito comum concebermos a nós, humanos, como animais separados dos demais animais, como se fôssemos únicos, sem parentescos anteriores em nossa árvore genealógica, mais longa do que você possa imaginar. Felizmente, não somos indissociáveis dos demais animais e tampouco estamos órfãos de família ou gênero. Nossa família é numerosa, grande, extensa, chamada grandes primatas. Perceba, na Figura 1, um quadro da evolução dos humanos, ou seja, de nossa evolução. 5 Figura 1 – Evolução do ser humano Crédito: Puwadol Jaturawutthichai/shutterstock Segundo Collins (2010, p. 167): A sequência de DNA (Ácido Desoxirribonucleico) de quaisquer indivíduos é idêntica em 99,6%, exceto no que tange às partes do mundo das quais vieram seus ancestrais. Comparados com o resto do reino animal, os humanos são extraordinariamente similares: muitas outras espécies possuem consideravelmente mais diversidade em suas sequências de DNA do que a nossa. A maioria das variações genéticas na espécie humana encontra-se presente dentro de populações geográficas. Somente cerca de 10% dessas diferenças são úteis para definir a que população alguém pertence. TEMA 2 – DIFERENÇAS ENTRE MARKETING E NEUROMARKETING Muito tem-se falado sobre essa linha de estudos, porém é preciso entender os conceitos básicos que estão por detrás do termo neuromarketing, que é a aplicação de duas áreas distintas com um mesmo objetivo – estudar o comportamento humano. Segundo a American Marketing Association (AMA, [S.d.], tradução nossa), “[...] marketing é a atividade, conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para clientes, parceiros e sociedade em geral”. https://www.shutterstock.com/pt/g/stockdevil 6 Para Kotler, Kartajaya e Setiawan(2010), o marketing passou por evoluções, as quais foram significativas para a projeção e a abertura de mercado, por parte das empresas. Esse amadurecimento de mercado por parte do marketing deu-se de forma tal que podemos identificar no Quadro 1. Quadro 1 – Comparação entre marketing 1.0, 2.0 e 3.0 Marketing 1.0: marketing centrado no produto Marketing 2.0: marketing voltado para o consumidor Marketing 3.0: marketing voltado para os valores Objetivo Vender produtos Satisfazer e reter os consumidores Fazer do mundo um lugar melhor Forças propulsoras Revolução Industrial Tecnologia da informação Nova onda de tecnologia Como as empresas veem o mercado Compradores de massa, com necessidades físicas Consumidor inteligente, dotado de coração e mente Ser humano pleno, com coração, mente e espírito Conceito de marketing Desenvolvimento de produto Diferenciação Valores Diretrizes de marketing das empresas Especificação do produto Posicionamento do produto e da empresa Missão, visão e valores da empresa Proposição de valor Funcional Funcional e emocional Funcional, emocional e espiritual Interação com consumidores Transação do tipo um para um Relacionamento tipo um para um Colaboração tipo um para muitos Fonte: Adaptado de Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2010. Além disso, o marketing tradicional, como o conhecemos, tem mudado constantemente, pois o marketing digital alterou o modelo de comunicação e relacionamento com consumidores, como na Figura 2. 7 Figura 2 – Os papéis permutáveis do marketing tradicional e do digital A permutação entre as diferentes áreas de interação com os consumidores propicia uma nova interação entre empresas e clientes, tornando a relação mais estreita, intimista e rápida. No marketing 4.0, no qual é identificado o relacionamento econômico digital com o consumidor, Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) evidenciam: [...] que o marketing deve se adaptar à natureza mutável dos caminhos do consumidor na economia digital. O papel dos profissionais de marketing é guiar os clientes por sua jornada desde o estágio de assimilação até se tornarem advogados (defensores ou embaixadores) da marca. Após esse breve entendimento sobre o tão explanado marketing, podemos, então, entender o que realmente é neuromarketing. Para isso, vamos a alguns conceitos determinados por diversos autores de renome e mundialmente conhecidos. Segundo Roger Doodley ([201-], tradução nossa): Neuromarketing é a aplicação da neurociência ao marketing. O neuromarketing faz uso direto de imagens do cérebro, escaneamento ou outra tecnologia de medição de atividade cerebral para conhecer a resposta de um sujeito a produtos específicos, embalagens, publicidade ou outros elementos de marketing. Em alguns casos, as respostas cerebrais medidas por essas técnicas podem não ser conscientemente percebidas pelo sujeito; portanto, esses dados podem ser mais reveladores do que o autorrelato de pesquisas, grupos focais etc., mas, geralmente, o neuromarketing também abrange o uso de pesquisas em neurociência, no marketing. Por exemplo, usando ressonância magnética funcional ou outras técnicas, pesquisadores podem descobrir que um determinado estímulo causa uma resposta 8 consistente no cérebro dos participantes e que essa resposta está correlacionada com um comportamento desejado (por exemplo, tentar algo novo). Uma campanha de marketing que incorpore especificamente o estímulo que espera criar esse comportamento pode ser considerada como incorporando o neuromarketing, mesmo que nenhum teste físico de assuntos tenha sido feito para essa campanha. Já Fisher, Chin e Klitzman (2010, tradução nossa) contam que: O primeiro uso relatado da palavra neuromarketing parece estar em um comunicado de imprensa, de junho de 2002, de uma firma de publicidade de Atlanta, a BrightHouse, anunciando a criação de uma divisão de negócios usando fMRI, para pesquisa de marketing. Essa empresa rapidamente atraiu críticas, por potenciais conflitos de interesse envolvendo a Emory University: a nova divisão de negócios da BrightHouse foi estabelecida pelo corpo docente da Emory, incluindo pelo menos um professor de psiquiatria, e os estudos de imagem usaram as instalações daquela universidade. O grupo cívico antipublicidade Commercial Alert apresentou algumas das críticas mais contundentes a esse trabalho – por exemplo, contra a disseminação de “doenças relacionadas ao marketing” resultantes da promoção de empresas de junk food – e logo solicitaram ao Departamento Federal de Pesquisa Humana projetos que fossem contra a iniciativa, e ao Senado dos EUA que investigasse a pesquisa da BrightHouse. O site da BrightHouse Neurostrategies, como era chamado, foi rapidamente retirado do ar e a nova empresa desapareceu da atenção do público. Muito antes desse tipo de trabalho adquirir seu neuro como prefixo, no entanto, e muito antes de a Emory University e a BrightHouse anunciarem sua parceria, as empresas patrocinaram pesquisas neurofisiológicas sobre temas de marketing – por exemplo, estudando as reações dos consumidores à programação televisiva com eletroencefalografia (EEG). A título de nota, quatro anos antes de o termo neuromarketing ser cunhado, os professores Gerald Zaltman e Stephen Kosslyn, da Universidade de Harvard, registraram uma patente para neuroimagem como ferramenta de marketing. No entanto, Zaltman rapidamente mudou seu foco para a chamada técnica de elucidação da metáfora Zaltman, uma entrevista estruturada que não emprega tecnologia de imagem; e Kosslyn parece não se envolver mais com o neuromarketing até 2008, quando se junta ao conselho consultivo de uma empresa chamada NeuroFocus. Mais recentemente, pesquisadores propuseram definições conflitantes de neuromarketing, preferindo vê-lo como essencialmente um campo científico e não como um negócio. Especificamente, Lee et al. definiram o neuromarketing com uma acepção acadêmica: “um campo de estudo válido” e não simplesmente “a aplicação de técnicas de neuroimagem para vender produtos”. Em contraste com Lee et al., Hubert e Kenning viram o neuromarketing como uma atividade comercial e não como um campo acadêmico voltado para a erudição. Eles propõem que o campo mais amplo da pesquisa do consumidor neurocientífico (campo a que Lee et al. se referem como de neuromarketing) deveria ser rotulado de neurociência do consumidor; e eles definem o neuromarketing mais estreitamente como “a aplicação dessas descobertas no escopo da prática gerencial”. Uma comparação útil pode ser feita com a neuroeconomia, uma disciplina acadêmica que estuda vários aspectos da tomada de decisão econômica. Esse campo também atraiu a atenção recentemente e frequentemente usa tecnologia de imagem, mas é mais claramente uma disciplina acadêmica. Comentaristas recentes ecoam a distinção anterior entre campo de estudos e de aplicação, afirmando que a neuroeconomia deve ser considerada à parte de investigações 9 específicas para fins de marketing. A neuroeconomia passou por um extenso desenvolvimento teórico como campo e já produziu uma riqueza de evidências sobre a tomada de decisões em contextos do mundo real. Pesquisadores de neuroeconomia geralmente usam objetos comumente reconhecidos como produtos de consumo para estudar conceitos gerais como processamento sensorial, escolha e avaliação de perdas e recompensas, mas esses estudos não são feitos para uma determinada empresa ou aplicativo de marketing. Por exemplo, McClure et al. examinaram respostas de sujeitos de pesquisa à Coca-Cola e Pepsi usando fMRI; esse modelo foi escolhido para entender a percepção sensorial de símbolos culturais comuns, não para ajudar a Coca-Cola Company ou a PepsiCo em seu design de marketing. Mais amplamente, muita pesquisa em neurociência e psicologia é potencialmente útil para entender a escolha e a preferência,mas não é neuroeconomia (ou neuromarketing) em si. A comunidade de neuroeconomia agora compreende mais de uma dúzia de centros de pesquisa de base universitária, uma sociedade científica e uma considerável literatura, que inclui vários livros didáticos. Para Peruzzo (2014, p. 17), o neuromarketing possui o seguinte conceito: É a união dos ecossistemas, neurociência e marketing, com o objetivo de mensurar os estados mentais conscientes e inconscientes do consumidor, transformando esse conhecimento em bens de consumo que curem, provisoriamente, a insatisfação do cliente, gerando um estado de fidelidade circunstancial. Para Pedro de Camargo (2013b, p. 119), neuromarketing é: O ramo daquela teoria (neuroeconomia) que, por enquanto, trata da pesquisa de comportamento do consumidor de propaganda, isto é, do estudo de como os anúncios, as marcas, as embalagens, as cores e vários outros fatores realmente influenciam as pessoas e até que ponto o fazem. Assim como a neuroeconomia, o neuromarketing se utiliza da neurologia como, por exemplo, a ressonância magnética funcional (fMRI), para estudar a localização das áreas estimuladas no cérebro humano e as respostas deste a uma informação de marketing. Então, podemos também determinar que neuromarketing pode ser considerada como “feridas que nunca se fecham”, levando em consideração três aspectos importantes: cicatrizes da infância; replicação de comportamentos e escolhas; e repleção de sentimentos e anseios. 2.1 Cicatrizes da infância Toda cicatriz na pele remete a algo que você fez e que lhe deixou uma marca profunda nas diferentes faixas epiteliais. Essas marcas ficam, normalmente, para o resto de sua vida, assim como cicatrizes de cirurgias, por exemplo. O processo de cicatrizes da infância, no que diz respeito às questões do neuromarketing, quer referir-se ao processo de cristalização da memória 10 (memória de longo prazo) na área cerebral chamada hipotálamo, localizada dentro da região do diencéfalo. Toda memória que temos de algo que já tenha ocorrido há um certo tempo é considerada de longo prazo, que permeia as nossas recordações, propiciando o acesso a fragmentos, a partes da memória inteira da ação daquele momento passado. Você, por acaso, lembra do que estava fazendo no dia 11 de setembro de 2001? Lembra o que ocorreu nesse dia? E no ano de 2014? Caso não se lembre, em 2001 ocorreu o ataque terrorista às torres gêmeas, na cidade de Nova Iorque, e também ao Pentágono. Já em 2014 tivemos a Copa do Mundo no Brasil. Mas, provavelmente, você já sabia disso. Essas recordações estão fixadas de maneira permanente, pois foram marcantes para sua vida, naquele momento. Essas marcas de longo prazo fazem parte do processo de memorização que condiciona nossos comportamentos, nossos sentidos, nossas sensações de medo, prazer, desgosto, injustiça, satisfação e desejo. 2.2 Replicação de comportamentos e escolhas Com base nas experiências anteriores, na nossa memória de longo prazo, tendemos a ter ações que possam nos manter no processo de inserção social, psicológica, biológica e reprodutiva. Dessa maneira, condicionamos nossas decisões de maneira que possamos também obter o máximo prazer e segurança possível, objetivando duas destinações básicas: sobrevivência e reprodução. Quando se verifica que o meio está seguro (sobrevivência física e biológica), tendemos a nos movimentar conforme os demais, sob o que apelidamos de efeito manada, pois a replicação do comportamento é um espelhamento do neurônio, ou seja, é o processo de adequação neural que identifica e determina que algumas ações sejam simplesmente replicadas para que tenhamos o máximo de conforto cognitivo, assim sendo, consumindo a menor quantidade de energia corporal. Um dos motivos por que copiamos e depois replicamos comportamentos é que estamos o tempo todo tentando manter nossa aparência social e conjugal para que possamos ser aceitos na sociedade ou, como preferir, no bando. Esse aceite social determina nossas escolhas, visto que estamos constantemente num processo de interação com o meio e partimos do pressuposto da aprovação dos nossos pares. 11 Um exemplo que podemos verificar constantemente é a questão das promoções que mobilizam as pessoas para irem às compras em determinada loja e passearem pelas calçadas ou pisos dos shopping centers com sacolas dessa loja, demonstrando assim o seu poder de compra e incitando, inconscientemente, outras pessoas a passarem pela frente daquela loja e, pelo menos, olharem o que ela ofereceria de tão benéfico para que tantas outras pessoas estejam ali consumindo. O que torna a aceitabilidade daquela loja maior, pois, se uma massa de pessoas está a consumir nela, isso significa para o “animal humano” que ali não representa um ambiente de perigo e sim um lugar seguro de se estar. 2.3 Repleção de sentimentos e anseios O processo de amadurecimento dos sentimentos e ansiedades faz parte do ser humano como um aprendizado de evolução e concepção estrutural psicológica. A repleção dos sentimentos está intrinsicamente ligada às emoções, as quais determinam boa parte de nosso comportamento, visto que a sua influência ativa os batimentos cardíacos – com maior aceleração de sangue na corrente sanguínea – e intensifica as conexões sinápticas cerebrais. Toda vez que estamos intimamente ligados aos nossos sentimentos, sejam eles referidos em raiva, sejam em tristeza, em medo, desprezo, nojo, felicidade ou surpresa, temos a experiência que nos permite realizar novas conexões sinápticas e permear nossas ações com base nas nossas memórias emocionais e racionais. As memórias emocionais são ligadas diretamente aos sentimentos, às emoções, às expectativas que temos no vetor de acionamento do sistema límbico ou mediano e no sistema reptiliano. Já as memórias racionais estão ligadas diretamente à memória de curto prazo, àquela que organizará a realidade percebida ou produzida pelo nosso cérebro. Nesse sentido, podemos destacar um trecho do filme Uma mente brilhante (2001), o qual relata a história, adaptada, de John Nash, ganhador do Prêmio Nobel de Economia no ano de 1994. Na parte final do filme, quando Nash é convidado para tomar um chá com um representante acadêmico, ao entrar na sala onde estão diversos outros professores, ele (Nash) é abordado por alguns deles, lhe cumprimentando e lhe dando uma caneta como sinal de respeito, consideração e admiração. Esse efeito da caneta nos permite fazer a alusão aos sentimentos maduros, na 12 questão desse filme. A primeira caneta entregue era uma Montblanc, uma caneta de marca reconhecida mundialmente. Outros conceitos mundialmente difundidos e com grandes repercussões nos meios de estudo são: • teoria do cérebro trino: embora sendo a teoria menos cogitada, foi abordada no livro do médico e neurocientista Paul MacLean (1990) intitulado The triune brain in evolution: Role in paleocerebral functions, o qual contextualiza a ideia de uma divisão cerebral em três partes identificadas como sistema reptiliano – R-complex ou cérebro basal; sistema límbico ou das emoções; e neocórtex ou processadora de dados; • teoria dos sistemas 1 e 2: teoria desenvolvida pelo psicólogo e uma das maiores referências em economia comportamental, Prêmio Nobel em 2002, Daniel Kahneman (2012), a qual sugere que temos vários processos cognitivos, interações e que esses estão divididos em dois sistemas que permeiam as nossas decisões, nosso comportamento e se integram. TEMA 3 – TEORIA DA DIVISÃO TRINA DO CÉREBRO A teoria desenvolvida por MacLean (1990) introduz a ideia da divisão do cérebro, na percepção de sua evolução, ajustada como algo cuja operação é sustentada em três partes que permeiam o processo biológico e comportamental do ser humano. Para melhor entendermos essa teoria, didaticamente, é preciso compreender cada áreadessa divisão trina. Basicamente, os animais possuem o cérebro reptiliano, uma área cerebral a qual compartilhamos com répteis e pássaros e nos faz manter o sistema de alerta e impulso (instintos básicos) ativos durante toda a nossa vida. No sistema reptiliano, segundo a teoria do cérebro trino, os gânglios estão vinculados a uma estrutura-base, que é a aquela que está no controle de nossos padrões de comportamento inconsciente e de autopreservação, que garantem nossa sobrevivência e a de nossa espécie. O cérebro primitivo ou reptiliano também é encarregado de quatro premissas básicas de sobrevivência: 1. alimentação; 2. luta; 3. fuga; 4. reprodução. 13 O sistema das emoções ou sistema límbico talvez seja a parte mais estudada do sistema 1 – sistema determinado por ter proeminência de ser rápido, automático, impulsivo, associativo, emocional e inconsciente, traduzido por decisões com bases dicotômicas. Nesse sistema encontram-se algumas estruturas importantes para a manutenção da vida, conforme a Figura 3. Figura 3 – Ilustração anatômica de áreas importantes do sistema límbico Crédito: Joshya/Shutterstock Algumas estruturas possuem fundamental importância, tais como: • Tálamo: classifica a informação do sistema sensorial e emocional, ligando-a ao sistema nervoso central. • Hipotálamo: controla a temperatura do corpo, a produção de hormônios, os batimentos cardíacos, fazendo relação com o sistema endócrino. Ainda regula o apetite, o sono, a temperatura corporal e é responsável pela sensação de dor, de quente ou frio e pelo desejo sexual. • Amígdala: responsável pelas respostas e memórias emocionais, em caráter especial a função de identificação do momento de perigo, estimulando o aumento da sensação de medo e da frequência cardíaca, pela ansiedade. Ela também permite que tenhamos o estímulo de três ações básicas, as quais são, em face de um perigo: fugir, paralisar ou lutar. https://www.shutterstock.com/pt/g/joshya 14 Além das estruturas mencionadas anteriormente, é o sistema límbico que expressa as emoções, as quais podem se manifestar isoladamente ou em conjunto, como raiva, tristeza, medo, desprezo, nojo, felicidade e/ou surpresa. Vale ressaltar que a emoção da raiva é iniciada no sistema reptiliano, no R-complex, e depois desencadeada nas demais áreas cerebrais, pois essa emoção está ligada diretamente às questões de sobrevivência e reprodução. Segundo Roxo et al. (2011, tradução nossa), MacLean realizou estudos efetivos em relação ao processo do sistema límbico: MacLean postulou que a expressão de comportamentos sociais tem uma função central no desenvolvimento evolucionário do neocórtex. MacLean, inicialmente, considerou o sistema olfativo como não essencial para o desenvolvimento da espécie humana, apesar da ênfase dada por Broca à associação entre estruturas límbicas e olfativas. Ele entendeu que o circuito de Papez representava um substrato para o comportamento emocional. MacLean também percebeu que as estruturas límbicas são estrategicamente exibidas entre as áreas responsáveis por funções somáticas e aquelas que envolvem o sistema nervoso visceral. Uma das ideias essenciais promulgadas por MacLean foi que as experiências emocionais foram formadas pela soma das percepções externas e sensações corporais internas. De fato, o sistema límbico também integra atividades autônomas, bem como fenômenos somáticos, através do neocórtex, com suas projeções para o tálamo, o mesencéfalo e a medula espinhal. No entanto, uma sobreposição extensa dessas estruturas na integração de esferas autonômicas e somáticas foi relatada. Ambas as reações, das esferas autonômicas e somáticas, resultam da estimulação elétrica e química localizada das estruturas límbicas. Já o neocórtex ou cérebro processador de informações é a maior parte estrutural do cérebro, sendo a área que se percebe visualmente ao olhar um cérebro, além de ocupar cerca de 80% da massa cerebral e conter 16 bilhões de neurônios. Como somos descendentes da família dos primatas, segundo Kaas (2012, tradução nossa): Apesar de uma enorme variabilidade no tamanho absoluto do cérebro e no tamanho do neocórtex, um padrão característico de organização de área foi encontrado em todos os primatas estudados. Números de áreas corticais, padrões de conexão e organização estrutural e funcional de áreas variam. No entanto, existe um conjunto de áreas corticais em todos os primatas e algumas dessas áreas parecem ser exclusivas deles. Toda a estrutura do neocórtex está ligada ao sistema 2, de características: devagar, consciente, reflexivo, deliberativo, analítico, racional. Segundo Peruzzo (2014, p. 27), “o cérebro neocórtex regula as emoções do sistema límbico e é 15 capaz de entender a linguagem formal e simbólica, cálculos e a própria criatividade”. Essa estrutura cerebral é dividida em lobos, os quais estão distribuídos por quatro grandes regiões: frontal, parietal, temporal e occipital. Segundo Pradeep (2010, p. 52, tradução nossa), “[...] funções como visão, audição e linguagem falada estão distribuídas nessas regiões, pois algumas regiões desempenham mais de uma função”. Assim, é possível entender, de maneira simplificada, as estruturas cerebrais constantes nos estudos nas áreas de neuromarketing e comportamento do consumidor. TEMA 4 – TEORIA DOS SISTEMAS 1 E 2 Como já mencionado, a teoria dos sistemas 1 e 2 foi desenvolvida Daniel Kahneman (2012), a qual sugere, após pesquisas, a possibilidade de integrarmos diferentes sistemas cognitivos para o processamento das decisões, fazendo com que nosso cérebro trabalhe em duas subdivisões que permeiam nosso comportamento. A teoria dos sistemas 1 e 2 traduz a ideia de que o ser humano, por meio de seu processamento cognitivo e de tomada de decisões, possui dois diferentes sistemas que, embora distintos, são interligados. Ambos os sistemas interagem com todo o nosso processo biológico, porém existem distinções entre eles. Então, vamos entender cada um deles. O sistema 1 é dito como a área de processamento rápido da informação, ou seja, o local do sentido instintivo e impulsivo, pois é baseado nas interações emocionais e nas nossas habilidades de sobrevivência, em todos os seus aspectos, e reprodução. O processamento energético é menor, ou seja, utilizamos menos energia para processar a informação e tomar a decisão; assim, nossos atos tendem a ser mais inconscientes e rápidos. Já o sistema 2 é dito como de um processamento mais lento, sendo mais racional, analítico e deliberativo, tornando assim suas decisões com menos impulsividade. Normalmente, esse sistema é chamado de dependente ou escravo do sistema anterior, o sistema 1. A racionalidade necessita de tempo, energia e fatores de consciência; assim sendo, buscamos informações para a tomada de decisões, porém, quanto mais informações recebemos, maior é nosso gasto energético e maior é o tempo de processamento dessas informações. 16 Segundo Kahneman (2012), tomamos cerca de 23 mil a 35 mil decisões diárias, o que nos permite determinar que nosso processamento cognitivo é demasiadamente acionado; porém, a maior parte das decisões se dão num plano inconsciente. Ou seja, os processos decisórios apresentam diferentes níveis de dificuldades e importância para nosso cérebro, permitindo que a maior parte das decisões sejam empreendidas de maneira automatizada, vislumbrando o menor gasto energético e a possibilidade de aumentar a probabilidade de sobrevivências biológica, emocional, sentimental, psicológica e física. Para que as decisões sejam prontamente executadas e permitam que tenhamos mais saúde, para podermos viver melhor e por mais anos, o sistema 1 foca no processamento da ação muito mais rapidamente do que o sistema 2, propiciando que este seja protegido e evitando sobrecarga cognitiva sobre ele. A automaçãodas decisões proporciona que uma espécie de piloto automático seja ativado em nosso cérebro, modificando as ações para que sejam interpretadas como hábitos; assim há priorização de gasto de energia naquilo que seja mais relevante, que realmente necessite de interações mais intensas e de alto processamento cognitivo. Podemos entender que, baseando-nos no fato de que somos animais como quaisquer outros, temos processamentos irracionais, ou seja, nossas vidas são feitas de preocupações que determinam buscas por atalhos cognitivos influenciados por heurísticas e vieses. TEMA 5 – SISTEMA NERVOSO: UM DECISOR DE MARKETING O sistema nervoso é um fortíssimo auxiliador no processo do corpo humano de perceber as variações dos ambientes interno e externo e, em conjunto com o sistema endócrino, estão vinculados ambos à coordenação e regulação das funções corporais. Todo o sistema possui dois tipos celulares, os quais são: os neurônios e as células da glia. Para entendermos melhor como todo esse sistema interfere no nosso dia a dia, é preciso compreender o que são os neurônios. Os neurônios são responsáveis pelo recebimento e transmissão de informações, por meio de estímulos do meio no qual estão, e contam com duas propriedades importantes, no que tange ao comportamento: o processo de excitabilidade, o qual é a propriedade que torna a célula responsável por responder aos estímulos recebidos; e a condutibilidade. 17 Figura 4 – Neurônios Crédito: Gritsalak Karalak/Shutterstock Para a atuação dos neurônios e de suas respostas eletroquímicas temos dois sistemas dentro do sistema nervoso: o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). Para o neuromarketing, nos importa ainda entender que, dentro do SNP, possuímos o sistema nervoso autônomo (SNA), o qual é dividido em simpático (Snas) e parassimpático (Snap). O Snap é responsável pela estimulação de ações orgânicas que coloquem um organismo em situação de repouso e calma, como a desaceleração dos batimentos cardíacos e a contração pupilar. Já o Snas é responsável pela estimulação de ações orgânicas que permitam a um organismo responder adequadamente às situações de estresse, ou seja, coloca o organismo em situação de alerta, ora excitando determinados órgãos e vísceras, ora relaxando-os, conforme o caso; por exemplo, a aceleração dos batimentos cardíacos e a dilatação pupilar. https://www.shutterstock.com/pt/g/gritsalak+karalak 18 Figura 5 – Snas e Snap Crédito: Medicalstocks/Shutterstock Temos também o sistema entérico ou visceral, o qual é constituído de uma rede de neurônios que integram o sistema digestivo como um todo – trato gastrointestinal, pâncreas e vesícula biliar. Pode funcionar de forma independente, porém o Snas e o Snap podem afetá-lo mutuamente. Com essas informações, é possível efetivar diversas estratégias, em níveis comportamentais, que permitam que clientes ou espectadores sejam impactados e tenham respostas fisiológicas que propiciem o consumo. TROCANDO IDEIAS Imagine que você esteja em uma sala de reuniões e em um dado momento precise decidir quais produtos deve manter no portfólio da indústria da qual é gestor e quais produtos precisam ser descontinuados. Os produtos analisados são batons de diferentes cores e linhas de comunicação (cores básicas, cores especiais vinculadas a artistas, cores com brilho e cores de tonalidades fortes). A questão principal analisada em reunião estratégica é que as cores possuem uma tonalidade muito próxima umas das outras, confundindo os clientes e tendo um custo de fabricação alto. Alguns modelos de batons não possuem um grande volume de vendas, porém existe a sua busca, por https://www.shutterstock.com/pt/g/medicalstocks 19 determinados clientes. Assuma um posicionamento sobre quais seriam os procedimentos a serem adotados na decisão dos produtos a serem descontinuados, observando as questões comportamentais de nossos estudos. NA PRÁTICA A empresa Olhos Vivos, atuante no ramo varejista de ótica, possui uma clientela fixa e que conhece a empresa desde que ela era apenas uma pequena porta de atendimento. Hoje, a Olhos Vivos tem uma loja de 150 m2 e está localizada no mesmo endereço onde se deu sua fundação. A ótica recebe com certa frequência novos clientes, os quais não necessariamente adquirem um par de óculos ou solicitam algum serviço de manutenção ou confecção de lentes. Toda a equipe é treinada para atender a qualquer demanda de informações do cliente, ou seja, todos os empregados possuem o mesmo conhecimento sobre todos os serviços e produtos da loja. Os clientes antigos da loja possuem um vínculo com a marca da ótica, com o proprietário (era ele quem sempre os atendia, no começo de funcionamento da ótica) e com o seu ambiente. A loja passou por uma reforma completa, objetivando dar-lhe uma percepção de um espaço mais arejado, livre para se trafegar internamente e clean. Os clientes antigos levam, à loja, seus filhos e filhas, como uma passagem de gerações no consumo dos produtos da ótica, tendo ela assim uma fidelidade daqueles clientes que mantêm um relacionamento estreito com todos os funcionários, o que não acontece, ao menos não na mesma proporção, com clientes novos e até mesmo com os filhos e filhas dos clientes antigos. A comunicação da loja era sempre objetivando o produto, mostrando a sua qualidade de resistência, durabilidade e preço, porém de maneira mais objetiva e sem muita humanização. A principal problemática nesse contexto é: como fazer com que os novos clientes possam estar vinculados emocionalmente à ótica? Como poderiam ser planejadas as ações de marketing e comunicação da Olhos Vivos? 20 FINALIZANDO A fundamentação e aplicação do neuromarketing permite aprimorar as técnicas de aumento de desempenho em comunicação, relacionamento e vendas de qualquer empresa, visto que as análises comportamentais deveriam ser realizadas de maneira a monitorar os indicadores biológicos e não somente os racionais. O processo mercadológico voltado a uma análise de massa, objetivando impactar o maior número possível de clientes, com uma mesma estratégia estatística e racional, faz com que o marketing atual tenha que se remodelar e buscar novas ferramentas e ambientes de comunicação, para que o público impactado seja coerente com a capacidade de atendimento da empresa. Todavia, ainda assim, a diferença entre volume de impactados pela comunicação em massa e o resultado da empresa é baixa se mantido um padrão percentual de retorno. Com esse intuito, o neuromarketing vem a auxiliar nas estratégias mercadológicas buscando informações de reação e ativação comportamental com uso de dados de estimulação biológica, compondo diversos aspectos como frequência cardíaca, dilatação da pupila, sudorese da pele, ativação cerebral, variação térmica, liberação ou inibição de neurotransmissores, entre outros. Esses monitoramentos municiam a tomada de decisões estratégicas visando ao melhoramento das ações de propaganda, comunicação e marketing. 21 GLOSSÁRIO • Commercial Alert: nome de um projeto da organização sem fins lucrativos Public Citizen, criado em 2011. A missão da Commercial Alert é manter a cultura comercial em sua esfera adequada e impedir que ela explore as crianças e subverta os valores mais altos da família, comunidade, integridade ambiental e democracia estadunidenses. • DNA: sigla correspondente a ácido desorribonucleico, o qual é uma molécula presente tanto no núcleo celular quanto nas mitocôndrias e nos cloroplastos e que possui filamentos nos quais estão as informações genéticas. • fMRI: abreviação do termo em inglês Functional Magnetic Resonance Imaging, é um conjunto de métodos de imagens desenvolvidos para demonstrar, medir e mapear as mudanças regionais do cérebro, de maneira não invasivae segura. • Homo: significa igual, semelhante; porém, é a determinação do gênero da espécie humana. • Mídias off-line: composição de anúncios que não precisam da internet para serem visualizados, tais como anúncios na televisão, em outdoors, na rádio, em panfletos impressos ou qualquer outro meio. • Mídias on-line: anúncios que se utilizam dos meios digitais e internet para impactarem pessoas. • Neuroeconomia: conjunto interdisciplinar de áreas de conhecimento, tais como neurociência, psicologia, biologia e economia, que estudam o processo de tomada de decisão econômica. • Neuroimagem: conjunto de técnicas para monitorar imagens cerebrais por meio de resultados com fMRI ou eletroencefalograma. 22 REFERÊNCIAS AMA – American Marketing Association. Definition of marketing. [S.d.]. Disponível em: <https://www.ama.org/AboutAMA/Pages/Definition-of- Marketing.aspx>. Acesso em: 26 ago. 2019. CAMARGO, P. de. Comportamento do consumidor: a biologia, anatomia e fisiologia do consumo. Ribeirão Preto: Novo Conceito, 2010. _____. Eu compro, sim!: mas a culpa é dos hormônios. Ribeirão Preto: Editora Novo Conceito, 2013a. _____. Neuromarketing: a nova pesquisa de comportamento do consumidor. Porto Alegre: Editora Atlas, 2013b. COLLINS, F. S. A linguagem da vida: o DNA e a revolução na sua saúde. São Paulo: Editora Gente, 2010. DAWKINS, R. O gene egoísta. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. DOODLEY, R. Como influenciar a mente do consumidor. São Paulo: Editora Campus, 2013. _____. What is neuromarketing? Neuromarketing by Roger Doodley (et al), [201-]. Disponível em: <https://goo.gl/UGBf5o>. Acesso em: 26 ago. 2019. FISHER, C. E.; CHIN, L.; KLITZMAN, R. Defining neuromarketing: Practices and professional challenges. 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O processo mercadológico voltado a uma análise de massa, objetivando impactar o maior número possível de clientes, com uma mesma estratégia estatística e racional, faz com que o marketing atual tenha que se remodelar e buscar novas ferramentas e ambie... Com esse intuito, o neuromarketing vem a auxiliar nas estratégias mercadológicas buscando informações de reação e ativação comportamental com uso de dados de estimulação biológica, compondo diversos aspectos como frequência cardíaca, dilatação da pupi... GLOSSÁRIO REFERÊNCIAS
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