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Aula 07: Tricomoniase, Giardiase e Amebiase Trichomonas Família – Trichomonadidae Subfamília – Trichomonadinae Ordem – Trichomonadida Classe – Zoomastigophorea Filo – Sarcomastigophora – Flagelados As quatro espécies encontradas no homem são Trichomonas vaginalis (vagina e uretra), T. tenax (cavidade bucal), Pentatrichomonas hominis (intestino) e Trichomitus fecalis. Trichomonas vaginalis Trofozoítos (10-30 micrometros) - Piriformes - 3 a 4 flagelos livres anteriores - 1 posterior com membrana ondulante - Divisão binária (reprodução assexuada) - Habitat – Trato urogenital Não tem mitocôndria, contudo, possui hidrogenossomos (enzima piruvato ferrodoxina oxirredutase, a qual transforma piruvato em acetato por oxidação fermentativa) Parasitologia 15/10/2020 Parasita sexualmente transmitido Trofozoíto – Infecta o homem por meio direto através da relação sexual. Mecanismo de Transmissão Sexual – Mais frequente Água de banho, roupas molhadas, sanitários, entre outros. Vida média do parasita – Secreção vaginal – 6 Horas Parasitologia – Tricomoníase A infecção não se estabelece em vaginas normais -Facilitada por alterações da flora bacteriana vaginal, aumento do pH, descamação excessiva etc. -Acarretadas por alterações hormonais, inflamações etc. Na mulher é sintomático (Vaginite, vulvovaginite e cervicite) – Corrimento, forte prurido, ardor. No homem é assintomático (Forma subclínica e benigna) Pessoas infectadas pelo parasito tem maior probabilidade de adquirir HIV. Mecanismo de Patogenicidade Sintomas e sinais Apresenta alta especificidade de localização. É capaz de produzir infecção somente no trato urogenital humano, pois não se instala na cavidade bucal ou no intestino. Relação parasito-hospedeiro Resposta imune humoral (tecido linfoide associado a mucosa) IgA Reinfecções – ausência de imunidade adquirida e grande variabilidade de isolados. Diagnostico Clínico – Quadro muito variável Leucorréia (corrimento) pode ter outras causas – 70% casos – Tricomoníase Laboratorial Direto mulher – secreção vaginal Homem – sedimento urinária/secreção uretral ou prostática Cultura PCR – mais caro Epidemiologia e Tratamento Cosmopolita – Possui no mundo todo 20-40% mulheres (16-35 anos) – podem ter a doença (fase sexual das mulheres) 10-15% homem (possui casos não diagnosticados) Doença Venérea (IST) – Infecções sexualmente transmissíveis Controle – Educação sanitária, diagnóstico e tratamento precoce (inclusive de parceiros) Tratamento – Nitroimidazólicos (flagyl) grupo nitro é reduzido – hidrogenossomos – radical nitro quebra as fitas de DNA. Metronidazol, ornidazol, também são utilizados por via oral e gel/creme vaginal. Parasitoses Veiculadas por água, alimentos, fômites e outros veículos Amebíase e Giardíase -Infecção fecal – oral Protozoários Cavitários – Giardíase Ordem - Diplomonadina Gênero – Giardia Giardia duodenales ou G. lamblia ou G. intestinalis – Espécies que acometem o homem Homem, animais domésticos (possui vacina) e silvestres 2 grupos genotípicos principais Giardia duodenales Trofozoíto Piriforme com simetria bilateral Achatamento dorsoventral Superfície ventral – disco adesivo 2 núcleos, 2 axóstilos – feixes de fibras longitudinais, 2 corpos parabasais (Golgi) 4 pares de flagelos posteriores Habitat – Duodeno e parte do jejuno, mergulhados nas criptas aderidos a mucosa – disco suctorial – diminuindo o peristaltismo gerando comprometimentos intestinais. Metabolismo – Anaeróbio, aerotolerante, não tem mitocôndria Nutrição – via membrana e pinocitose Não tem hidrogenossomos – enzimas glicolíticas citoplasmáticas Deslocamento – Batimento flagelar Reprodução – Divisão Binária longitudinal Cultivável – em meios líquidos e cultura de célula. Cistos Ovóides com parede cística (quitina) 4 núcleos (dupla estruturas internas) Encistamento – Colón Desencistamento – No estômago Mecanismo de infecção Ingestão de cistos – eliminados nas fezes formadas Forma de resistência – Água 2 meses Alimentos contaminados – água ou manipuladores Transmissão anal (sexual) Trofozoítas – eliminados nas fezes, não são infectantes. Epidemiologia Cosmopolita – países desenvolvidos também tem Mais comum climas temperados do que tropicais OMS – 500 mil novos casos/ano Maior incidência em crianças SP – 20-25% BA – 2% Patologia e sintomatologia Variável Assintomática Sintomática – Diarreia brandas e autolimitante a diarreia crônicas e debilitantes 1 – Aguda (até 2 meses), intermitente e autolimitante Dores abdominais (cólicas) Diarreia (fezes pastosas ou liquida – muco + gordura- esteatorreiacas) 2 – Crônica – má absorção intestinal e perda de peso 3- Criança – diarreia crônica, dor abdominal, anorexia e perda de peso Mecanismo de Adesão Múltiplos mecanismos Ação hidrodinâmica – propulsão dos flagelos e a força de sucção do disco ventral – processo físico de adesão Receptores – superfície do parasito Contração das proteínas do disco ventral Mecanismo de Patogenicidade 1 – Não ocorre invasão da mucosa 2 – Processo principalmente mecânico parasitas aderem e recobrem a parede do duodeno “tapete” (impede absorção) 3 – Perda de microvilosidade quando o parasita descola, diminui a absorção intestinal 4 – Diarreia “mecânica” – Evidências toxina (CRP136) Resposta do Hospedeiro Aguda – PMN e eosinófilos Crônica – Inflamação – atrofia das microvilosidades Mecanismos de Escape Variação antigênica – VSPs – antígenos de superfície Evasão do sistema imune Sobrevivência em diferentes condições intestinais Diagnóstico Parasitológico de Fezes Cistos em fezes sólidas Trofozoítos em fezes líquidas ou aspirado de duodeno, pode requerer exames repetidos (3 amostras) Imunológico ELISA – pesquisa de Ags nas fezes. Profilaxia Saneamento básico (água) – Cloro utilizado não é suficiente Higiene – creches, asilos Cuidados com alimentos Tratamento dos doentes Tratamento dos portadores assintomáticos – muito importante Animais domésticos (cães e gatos) podem ser reservatórios Vacinas veterinárias – cães e gatos Tratamento Derivados Nitroimidazólicos – Metronidazol (processo de redução. O grupo nitro da droga atua como receptor de elétrons, levando à liberação de composto tóxicos e radicais livres que atuam no DNA, inativando-o e impedindo a síntese enzimática das bactérias) Aumento de resistência ao medicamento Amebíase – Entamoeba histolytica Amebas Subfamilia – Sarcodina Ordem – Amoebida Familia – Endamoebidae Gênero – Entamoeba E. hystolytica – patogênica – Intestino Possui inúmeros habitats Vida livre – Vários gêneros e espécies Parasitos – E. histolytica Comensais – E. coli, E. díspar, E. hartmanni, E. gengivalis, Endolimax nana, Iodamoeba butschlii Estágios evolutivos de E. histolytica Cisto → Metacisto → trofozoíto → pré-cisto Cisto – Imovel, não se alimenta → estágio infectante Trofozoíta – Móvel (pseudópodes), se reproduz (divisão binaria), se alimenta por fagocitose e pinocitose, estágio comensal ou invasivo (forma magna – patogênica), não invasivos (comensal) – luz do intestino grosso invasivo – mucosa intestinal, fígado, pulmão, cérebro E. histolytica Cistos Forma de resistência eliminada com as fezes Membrana plasmática + parede cística (quitina) 1-4 núcleos (divisão endomitose) Vacúolos de glicogênio Trofozoíto Ingestão – membrana/pinocitose/fagocitose Bactérias/hemácias (forma invasiva) Forma – pleomórfico, grande variabilidade de formas Eucariotos primitivos, não possui mitocôndria, aparelho de golgi, microtúbulosMetabolismo Microaerófilo (deriva energia das transformação glicolítica da glicose – ácido pirúvico) Aeróbico facultativo – apenas nas formas trofozoítas em repouso Principal fonte energética – glicose Vacúolos de glicogênio – estoque Amido de arroz – amilase Colesterol – fator de crescimento Ferro – mecanismo respiratórios – avidez a hemácias Mecanismo de Transmissão Ingestão de cistos Direta – Pessoa – Pessoa Indireta – Água ou alimentos contaminados Cistos são viáveis por até 30 dias no meio externo Trofozoítas – Destruídos no tubo digestivo E. histolytica Desencistamento Cistos – passam pelo estômago Quitina resiste pH ácido e enzimas – desencistamento – intestino delgado – 37º C e anaerobiose → eclosão de trofozoítos 3-6hs eclosão – membrana cisto íntegra 1 ameba com 4 núcleos – divisão núcleos e citoplasma – 8 amebas que se alimentam e crescem – trofozoítos Habitat trofozoíto – Luz do intestino grosso Encistamento – Luz do intestino grosso Amebíase intestinal -Diarreias -Colite amebiana -Úlceras -Perfurações – peritonite -Apendicite -Amebomas -Forma aguda fulminante Forma intestinal invasiva Forma Clínicas Assintomática Forma intestinal (não invasiva) -Dores abdominais (cólicas) -Diarreia fezes moles -Forma intestinal invasiva -Colite amebiana aguda, desinteria grave (fezes liquidas com muco e sangue) -úlceras intestinais, abscessos -Pode ser grave e até fatal -Peritonites (raras) -Fígado Patogenia Mecanismo de Invasão 1 – Adesão parasita via receptores específicos de células do epitélio intestinal adesinas (glicoproteínas) – receptores para fibronectina e laminina 2 – Processo de destruição tecidual (nome – histolytica) -Ação de enzimas (hialuronidases/proteases/mucopolissacaridases) -Citopatogenicidade – formação de úlcera 3 – Dispersão – O trofozoíto cai na circulação e atinge o fígado via sistema porta (filopódios, fagocitose) 4 – “Capping” e “Shadding” de proteínas (importante na evasão) “turnover” contínuo de membrana plasmática Fatores líticos – E. histolytica 1 – Mecanismo dependentes de contato -Liberação peptídeos ativos – “amebapores” -Atividade citolíticas 2 – Mecanismos independentes de contato -Liberação de colagenase e cisteíno-proteases -Degradação da matriz extracelular 3- Neutrófilos – atraídos pelas amebas e por elas lisados liberando suas enzimas Patogênese e Fisiopatologia Adesão às células epiteliais do cólon (intestino grosso) -Lectina de adesão inibível por galactose e N-acetilgalactosamina (Gal/GalNAc) Lesão celular e destruição da barreira epitelial -Cisteína-protease e proteína formadora de poros (amoebapore) -Produção de citocinas (IL-1, IL-8 e outras) a atração de neutrófilos que destroem a barreira epitelial Disseminação por via hematogênica -Clivagem de proteínas da matriz extracelular por cisteína-proteases -Invasão da submucosa e vasos sanguíneos Amebíase – Epidemiologia Cosmopolita – de acordo com a região de 5 a 50% pessoas infectadas 500 milhões de infectados, 10% com formas invasivas óbito anual 100 000 pessoas -Regiões tropicais/subtropicais -Condições precárias de higiene -Estado nutricional deficiente África e Ásia – Mais atingidos Regiões frias e temperadas – ausente (cistos nas fezes – E. díspar) Américas – México, américa central, Peru, Colômbia, Equador Brasil – Até 30% (AM, PA, BA, PB, RS) Patologia – Amebíase Forma extra-intestinal Invasão – Desenvolvimento de quadros hepáticos, com abscessos no fígado que pode levar a morte do hospedeiro. Evolução das infecções por E. histolytica Diagnóstico Clínico – diarreia – síndrome do colon irritável Amebomas, abscessos Parasitológico de fezes Diagnostico imunológico (difere E.histolytica x E. díspar) ELISA para detecção de antígeno nas fezes ELISA para detecção Acs IgG soro – amebíase invasiva Diagnostico molecular PCR – possibilita a diferenciação de espécies E.histolytica – espécie patogênica (nem sempre invasivo) -Virulência dependente – cepa – resposta do hospedeiro – menos frequente Tratamento Amebíase assintomática – diclorocetamidas (etofamida ou teclosan) – amebicidas que atuam na luz intestinal (não são absorvidos) Amebíase intestinal sintomática ou extra intestinal -Derivados nitroimidazólicos (metronidazol, tinidazol,secnidazol, nimorazol ou ornidazol) – amebicidas de ação tissular Em casos de abcesso hepático – Aspiração do abcesso Amebíase como doença oportunista Amebas encontras no solo e na água, bacteriógagas Parasitas facultativos em vertebrados Família Vahlkamphidae – Gênero Naegleria → Meningoencefalite amebiana primária Família Hartmannellidae – Gênero Acanthomoeba → Úlcera de córnea (Ceratite), Infecção cutânea crônica e Encefalite amebiana granulomatosa. Família Leptomyxiidae – Gênero Balamuthia → Encefalite amebiana granulomatosa. Artigo – Relato de Caso Ceratite bilateral causado por Acanthamoeba Infecção ocular grave Acanthamoeba – protozoário de vida livre que tem comportamento ambíguo na natureza – Apresenta-se em duas formas → Trofozoítica e cística A ceratite por Acanthamoeba tem sido associada com traumas corneanos e a exposição à água contaminada – Relação com lente de contato que gerou um aumento da incidência da doença. Sintomas → Visão borrada, dor intensa, fotofobia, blefaroespasmoe e sensação de corpo estranho.
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