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Fisiologia do Músculo Esquelético @farmacolore Anatomia fisiológica do Músculo Esquelético @farmacolore Primeiramente, precisamos nomear algumas estruturas: Membrana plasmática = Sarcolema. Líquido intracelular = Sarcoplasma. Retículo Endoplas. = Retículo Sarcoplasmático. (reserva de Ca++) Miofibrila = Actina + Miosina. Sarcômero = conjunto de miofibrilas. Organização do sarcômero Os filamentos delgados do sarcômero são formados por duas cadeias entrelaçadas de actina-F. A actina- F é constituída por monômeros globulares de actina- G, os quais se ligam, produzindo um filamento polarizado com extremidade mais (+) e menos (-).A extremidade + dos filamentos de actina se ancora na linha Z. Além de actina, os filamentos delgados contêm tropomiosina e troponina. A tropomiosina é uma proteína de 64 kD que também consiste em uma hélice dupla de dois polipeptídeos. Ela forma filamentos que passam pelo sulco entre as moléculas de actina-F no filamento delgado. No músculo em repouso, a tropomiosina e sua proteína reguladora, o complexo da troponina, mascaram o local de ligação de miosina na molécula de actina. A troponina consiste na realidade em um complexo de três subunidades globulares. @farmacolore A troponina C (TnC) é a subunidade menor do complexo da troponina que fixa o cálcio, uma etapa essencial para o desencadeamento da contração. A troponina T (TnT) se liga a tropomiosina, ancorando o complexo da troponina; A troponina I (TnI), que cobre o sítio ativo da actina, onde ocorre a interação da actina com a miosina. Os filamentos espessos do sarcômero são formados de miosina II, a qual tem forma de bastão, sendo formada por dois peptídeos enrolados em hélice. Numa de suas extremidades, a miosina apresenta uma saliência globular ou cabeça, que possui locais específicos para combinação com ATP. É nesta parte da molécula que tem lugar a hidrólise de ATP para liberar a energia usada na contração. Nesta parte também se encontra o local de combinação com a actina. As moléculas de miosina são dispostas nos filamentos grossos de tal maneira que suas partes em bastão se sobrepõem e as cabeças situam-se para fora. Mecanismos da contração muscular A fibra muscular estriada é constituida por uma membrana (sarcolema), pelo citoplasma indiferenciado (sarcoplasma), pelas miofibrilas e pelos núcleos subsarcolêmicos. O sarcolema, de importância fundamental para a contração muscular, constitui a membrana que separa o meio interno, rico em íons potássio, e o meio externo, rico em íons sódio. Quando em estado pleno, esta membrana permite apenas a passagem de íons positivos, e só no sentido de dentro para fora; em vista disso: as cargas positivas ficam para fora do sarcolema; as cargas negativas, para dentro. Uma membrana com tal disposição das cargas elétricas ao seu redor, diz-se polarizada; ela será despolarizada por qualquer causa química, física ou mecânica capaz de alterar esta disposição. O estímulo representado pelo influxo nervoso é responsável pela produção de acetilcolina ao nível da terminação dos nervos nos músculos; a acetilcolina despolariza a membrana sarcolêmica e, quando esta despolarização atinge certo limiar, forma-se uma onda de despolarização, que se propaga pela fibra muscular, provocando a contração. Uma vez chegado o influxo nervoso, a fibra muscular se despolariza e rompe o equilíbrio iônico existente em seu interior, formando a F-actomiosina. Esta possui uma função chamada atpásica. Capaz de libertar radicais fosfóricos ligados ao ATP, radicais cuja energia será utilizada para que a contração aconteça. Nessas condições o ATP é transformado em ADP: Filamento Actomiosina + ATP → Actina + Miosina + ADP + Fósforo inorgânico + energia. Entretanto, o músculo seria uma "máquina" de péssimo rendimento se não reaproveitasse os radicais fosfóricos e o ADP libertado, para a ressíntese do ATP. O ATP é formado, no músculo, por dois mecanismos: 1. Combinação da fosfocreatina com o ADP, resultando a formação de ATP e creatina, segundo a reação: fora dentro sarcolema @farmacolore ADP + fosfocreatina ↔ ATP + creatina Esta reação, que é reversível, constitui um meio de poupança de ATP pelo músculo, o qual pode, nos momentos de grande necessidade, aproveitá-lo novamente. 2. Normalmente, entretanto, o ATP muscular é formado a partir do ADP e do fósforo rico em energia no decorrer do mecanismo da glicólise. A glicólise é realizada em duas fases a partir do glicogênio muscular. Numa primeira fase, anaeróbia, há degradação da glicose até ácido pirúvico, o qual, quando persiste a falta de oxigênio, é transformado em ácido lático. A segunda fase, aeróbia, consiste nas reações do ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs que, partindo do ácido pirúvico, vai até a formação de C02 e H20. O tecido muscular é, no entanto, um tecido fundamentalmente aeróbio. É na fase aeróbia da glicólise, na cadeia de reações conhecida como ciclo de Krebs, que se produz a maior quantidade do combustível necessário para a contração muscular. Em síntese, pois, teremos: 1. Os potenciais de ação cursam pelo nervo motor até suas terminações nas fibras musculares. 2. Em cada terminação, o nervo secreta pequena quantidade da substância neurotransmissora acetilcolina. 3. A acetilcolina age em área local da membrana da fibra muscular para abrir múltiplos canais de cátion, “regulados pela acetilcolina” por meio de moléculas de proteína que flutuam na membrana. 4. A abertura dos canais regulados pela acetilcolina permite a difusão de grande quantidade de íons sódio para o lado interno da membrana das fibras musculares. Isso causa despolarização local que, por sua vez, produz a abertura de canais de sódio, dependentes da voltagem. Isso desencadeia o potencial de ação na membrana. 5. O potencial de ação se propaga por toda a membrana da fibra muscular do mesmo modo como o potencial de ação cursa pela membrana das fibras nervosas. 6. O potencial de ação despolariza a membrana muscular, e grande parte da eletricidade do potencial de ação flui pelo centro da fibra muscular. Aí, ela faz com que o retículo sarcoplasmático libere grande quantidade de íons cálcio armazenados nesse retículo. 7. Os íons cálcio ativam as forças atrativas entre os filamentos de miosina e actina, fazendo com que deslizem ao lado um do outro, que é o processo contrátil. 8. Após fração de segundo, os íons cálcio são bombeados de volta para o retículo sarcoplasmático pela bomba de Ca++ da membrana, onde permanecem armazenados até que novo potencial de ação muscular se inicie; essa remoção dos íons cálcio das miofibrilas faz com que a contração muscular cesse. Contração muscular esquelética e junção neuromuscular ocorre através da excitação elétrica de um nervo para um músculo, ou pela passagem de um breve estímulo pelo próprio músculo. CONTRAÇÃO ISOMÉRICA: não encurta o músculo, duração menor de tempo, menor gasto de energia. (ex. uso do quadríceps). CONTRAÇÃO ISOTÔNICA: encurta o músculo, duração maior de tempo, trabalho externo, gasto maior de energia, (ex. uso de bíceps com peso). UNIDADE MOTORA: cada fibra nervosa que sai da medula inerva muitas fibras musculares diferentes, @farmacolore dependendo do tipo de músculo. (! todas as fibras musculares inervadas por uma mesma fibra, forma uma unidade motora). Têm o valor médio de 100 fibras musculares em cada unidade motora, de acordo com o tamanho do músculo. SOMAÇÃO: são abalos isolados, quando acrescentam mais estímulo (ex. musculação). SOMAÇÃO COM FREQUÊNCIA: frequências maiores geram contrações progressivas. TETRANIZAÇÃO: é quando as contrações progressivas se unem. FADIGA MUSCULAR: quando o músculo cansa, por uma proporção direta com a velocidade de gasto de glicogênio. HIPERTROFIA MUSCULAR: desnervação, envolve o aumento do músculo através do crescimento, em tamanho, dos componentes das células. ATROFIA MUSCULAR: qualquer condição que leve à perda de tônus muscular, também envolve desnervação. Transmissão e junção neuromuscular Nervo → músculo esquelético fibras musculares esqueléticas são inervadas por fibras nervosas mielinizadas calibrosas, que se originam nos grandes motoneurônios das pontas anteriores da medula espinal. GOTEIRA SINÁPTICA: invaginação da fibra muscular. FENDA SINÁPTICA: espaço entre o nervo e o músculo. PREGAS SUBNEURAIS: dobras na membrana da fibra muscular onde estão os receptores de Acetilcolina. ACETILCOLINA (Ach): neurotransmissor excitatório. ACETILCOLINESTERASE (AchE): enzima que degrada a acetilcolina. Formação e liberação de acetilcolina Acetilcoenzima A + colina → Acetilcolina +coenzima A (ação da colina-Acetiltransferase) 1. Formação de vesículas no aparelho do motoneurônio; 2. 300.000 são coletadas nas terminações nervosas de uma só placa motora; 3. Ach é transportada para o interior das vesículas; 4. Potencial de ação invade a terminação nervosa → abertura de canais de cálcio (memb. nervosa) 5. Aumento de concentração de cálcio em 100x; 6. Forças atrativas aumentam a velocidade de fusão das vesículas com a membrana; 7. Exocitose da Ach para a goteira; @farmacolore 8. Ach se fixa nos receptores da membrana muscular (canais iônicos de Ach); 9. Alteração conformacional → abertura dos canais; 10. Influxo de íons de sódio → potencial de placa motora; 11. Acetilcolinesterase atua na lâmina basal que reveste a fenda → degrada a Ach em íon acetato e colina. Proteína ligante do cálcio Ca++ age sobre o sítio de liberação –sinaptotagmina- presente na membrana vesicular –traciona as duas camadas lipídicas (vesícula e membrana pré- sinaptica- vesículas se fundem na membrana. fármacos que atuam sobre a transmissão da junção neuromuscular metacolina, carbacol e nicotina = acetilcolina; Substâncias Curare-miméticas: → D-tubocurarina: bloqueiam a transmissão do impulso na junção; impedem a passagem do impulso da placa motora para o músculo (compete com a Ach pelos sítios receptores). Neostigmina, Fisostigmina e Diisopropilfluorfosfato: inativam a acatilcolinesterase causando espasmos musculares e a morte, foi usado como arma química.
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