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451827974-Coletanea-de-Textos-Para-Interpretacao-6º-Ao-9º-Ano

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TAG: INTERPRETAÇÃO COM GABARITO
INTERPRETAÇÃO + ACENTUAÇÃO/REFORMA ORTOGRÁFICA – 9º ANO
29 de janeiro de 20163 comentários
TEXTO 1:
Defenestração
Luis Fernando Verissimo
Certas palavras têm o significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar falácias em todas as suas variedades. A Falácia Amazônica. A misteriosa Falácia Negra. Hermeneuta deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles chegassem, tudo se complicaria.
– Os hermeneutas estão chegando!
– Ih, agora é que ninguém vai entender mais nada…
Os hermeneutas ocupariam a cidade e paralisariam todas as atividades produtivas com seus enigmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria semanas até que as coisas recuperassem o seu sentido óbvio. Antes disso, tudo pareceria ter um sentido oculto. (…)
Traquinagem devia ser uma peça mecânica.
– Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.
Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração. A princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado, nunca lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato exótico praticado por poucas pessoas. Tinha até um certo tom lúbrico.
Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:
– Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas… Ah, algumas defenestravam.
Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem defenestrar a casa. Haveria, assim, defenestradores profissionais. Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais? “Nestes termos, pede defenestração…” Era uma palavra cheia de implicações. Devo até tê-la usado uma ou outra vez, como em:
– Aquele é um defenestrado.
Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada, era a palavra exata. Um dia, finalmente, procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir. “Defenestração” vem do francês “defenestration”. Substantivo feminino. Ato de atirar alguém ou algo pela janela.
Ato de atirar alguém ou algo pela janela! Acabou a minha ignorância, mas não a minha fascinação. Um ato como este só tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal, não existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração?
Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como o rapé. Um vício como o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo. (…)
Quem entre nós nunca sentiu a compulsão de atirar alguém ou algo pela janela? A basculante foi inventada para desencorajar a defenestração. Toda a arquitetura moderna, com suas paredes externas de vidro reforçado e sem aberturas, pode ser uma reação inconsciente a esta volúpia humana, nunca totalmente dominada. Na lua-de-mel, numa suíte matrimonial no 17º andar.
– Querida…
– Mmmm?
– Há uma coisa que preciso lhe dizer…
– Fala, amor!
– Sou um defenestrador.
E a noiva, em sua inocência, caminha para a cama:
– Estou pronta para experimentar tudo com você!
Em outra ocasião, uma multidão cerca o homem que acaba de cair na calçada. Entre gemidos, ele aponta para cima e balbucia:
– Fui defenestrado…
Alguém comenta:
– Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela?
Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel da máquina, amassá-lo e defenestrar esta crônica. Se ela sair é porque resisti.
1. De acordo com esse texto, o que é defenestração?
a) Dedetizar insetos pelas ruas.
b) Fazer solicitação ao juiz.
c) Galantear alguém nas calçadas.
d) Atirar algo ou alguém pela janela.
e) Uma peça mecânica.
2. Considerando-se o conjunto de informações do texto, o narrador se diz fascinado pela palavra defenestração, porque:
a) ele desconhecia o significado da palavra.
b) ele imaginava o significado da palavra como algo exótico.
c) ele imaginava o significado da palavra como algo proibido.
d) ele ligava a palavra à linguagem jurídica ou técnica.
e) ele se encantava com a palavra, primeiro por causa dos significados que imaginava para ela, depois por causa do significado dicionarizado dela.
3. No decorrer do texto, o narrador imaginava possíveis significados para defenestração. Pela ordem, poderíamos dizer que ele atribuía à palavra os seguintes sentidos:
a) conduta sexual não convencional, dedetização, deferimento.
b) prática ilegal, arrumação, requerimento.
c) xingamento, cuidados domésticos, documento formal.
d) indiscrição, arrumação, providências.
e) conduta imprópria, consertos, aprovação.
4. No trecho “Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais”, o narrador utiliza o termo misteriosas referindo-se:
a) ao fato de que as palavras sempre podem ser utilizadas de várias maneiras.
b) ao fato de que a linguagem formal (jurídica, no caso) utiliza palavras cujo significado é desconhecido pela maioria das pessoas.
c) ao fato de que as pessoas em geral não se preocupam em ler os documentos formais.
d) ao fato de haver baixo nível de formação escolar neste país.
e) ao fato de as palavras sempre possuírem significados ocultos.
5. Depois de descobrir o real significado de defenestração, o narrador continua fascinado pela palavra porque:
a) o significado dela remete a um ato pouco comum, e ele fica imaginando as razões da existência de tal palavra.
b) ele não havia pensado na possibilidade do significado real.
c) ele não vê utilidade na palavra.
d) ele não se mostra favorável a estrangeirismos.
e) o significado da palavra remete a uma ação que não praticamos em nossa cultura.
6. “A princípio foi o fascínio da ignorância”. Nesta frase, as palavras receberam acento por serem:
a) proparoxítonas.
b) paroxítonas terminadas em o.
c) paroxítonas terminadas em ditongo crescente.
d) proparoxítonas terminadas em ditongo crescente.
e) paroxítonas terminadas em a.
7. “E aí está o Aurelião que não me deixa mentir”. A palavra aí é acentuada pelo mesmo motivo de:
a) nó
b) táxi
c) até
d) dói
e) contribuí
8. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de: exótico, até e dicionário.
a) óculos, café, água
b) lâmina, ré, aquário
c) biólogo, pé, necessária
d) comprássemos, fé, língua
e) impaciência, você, dúvida
9. Marca o item em que necessariamente o vocábulo deve receber acento gráfico:
a) esta
b) proprio
c) rape
d) habito
e) vicio
10. Assinala a alternativa correta:
a) Na primeira frase do texto, a palavra têm foi empregada com acento para diferenciar o plural.
b) Assim como lua-de-mel, a palavra auto-escola deve ser escrita com hífen.
c) São exemplos de proparoxítonas: mecânica, herméticos, óbvio.
d) “Defenestração” vem do francês… Nesse trecho, a palavra vem é uma forma do verbo ver.
e) amassá-lo recebe acento por se tratar de uma proparoxítona.
RESPOSTAS:
1. D
2. E
3. A
4. B
5. A
6. C
7. E
8. A
9. B
10. A
**********************
TEXTO 2:
Os três pássaros do rei Herodes (lenda)
Pela triste estrada de Belém, a Virgem Maria, tendo o Menino Jesus ao colo, fugia do rei Herodes.
Aflita e triste ia em meio do caminho quando encontrou um pombo, que lhe perguntou:
– Para onde vais, Maria?
– Fugimos da maldade do rei Herodes, – respondeu ela.
Mas como naquele momento se ouvisse o tropel dos soldados que a perseguiam, o pombo voou assustado.
Continuou Maria a desassossegada viagem e, pouco adiante, encontrou uma codorniz que lhe fez a mesma pergunta que o pombo e, tal qual este, inteirada do perigo, tratou de fugir.
Finalmente, encontrou-se com uma cotovia, que, assim que soube do perigo que assustava a Virgem, escondeu-a e ao menino, atrás de cerrado grupo de árvores que ali existia.
Os soldados de Herodes encontraram o pombo e dele souberam o caminho seguido pelos fugitivos.
Mais para a frente a codorniz não hesitou em seguir o exemplo do pombo.
Ao fim de algum tempo de marcha, surgiram à frente da cotovia.
– Viste passar por aqui uma moça com uma criança no regaço?
– Vi, sim – respondeu o pequenino pássaro– Foram por ali.
E indicou aos soldados um caminho que se via ao longe. E assim afastou da Virgem e de Jesus os seus malvados perseguidores.
Deus castigou o pombo e a codorniz.
O primeiro, que tinha uma linda voz, passou a emitir, desde então, um eterno queixume.
A segunda passou a voar tão baixo, tão baixo, que se tornou presa fácil de qualquer caçador inexperiente.
E a cotovia recebeu o prêmio de ser a esplêndida anunciadora do sol a cada dia que desponta.
1. O texto é uma lenda porque:
a) faz menção a uma passagem bíblica do Novo Testamento.
b) narra uma história fantasiosa transmitida pela tradição oral.
c) faz uma revelação importante.
d) está baseado num fato histórico, que realmente aconteceu.
e) os animais falam.
2. Com relação à expressão “Pela triste estrada de Belém”, podemos afirmar que:
a) a paisagem era deserta, sem árvores.
b) o autor estava triste quando escreveu o texto.
c) Maria estava angustiada e triste e, com isso, todo o ambiente parecia triste.
d) essa é uma pista que o narrador nos dá de que o desfecho será ruim.
e) o caminho era muito longo e assim deixava a impressão de tristeza.
3. Assinala o único item que NÃO se aplica nem ao pombo nem à codorniz:
a) covardia
b) medo
c) egoísmo
d) coragem
e) delação
4. A codorniz não hesitou em seguir o exemplo do pombo. O exemplo da:
a) fuga
b) mentira
c) violência
d) amizade
e) delação
5. Assinala o item que caracteriza a cotovia:
a) solidária
b) delatora
c) orgulhosa
d) esquiva
e) sarcástica
6. Como castigo, a linda voz do pombo passou a ser um:
a) pio
b) gorjeio
c) latido
d) uivo
e) arrulho
7. De acordo com o texto, a cotovia canta:
a) na aurora
b) de madrugada
c) ao meio-dia
d) ao anoitecer
e) no pôr do sol
8. A codorniz “passou a voar tão baixo, tão baixo, que se tornou presa fácil de qualquer caçador inexperiente.” A expressão grifada dá a ideia de:
a) condição
b) consequência
c) causa
d) tempo
e) finalidade
9. Assinala a alternativa em que NÃO há correspondência entre a explicação e a significação da palavra no texto:
a) inteirada do perigo: cientificada do perigo
b) cerrado grupo de árvores: compacto grupo de árvores
c) com uma criança no regaço: com uma criança na garupa
d) não hesitou em seguir o exemplo: não titubeou em seguir o exemplo
e) cada dia que desponta: cada dia que surge
10. A cotovia deu aos perseguidores uma pista falsa porque:
a) era mentirosa.
b) queria se vingar das outras aves.
c) era inimiga de Herodes.
d) sabia que poderia ser punida por Deus.
e) queria salvar a Virgem Maria e o Menino Jesus.
RESPOSTAS:
1. B
2. C
3. D
4. E
5. A
6. E
7. A
8. B
9. C
10. E
**********************
TEXTO 3:
Oração sem nome
O autor desse poema, quem o sabe? Foi encontrado em pleno campo de batalha, no bolso de um soldado americano desconhecido; do rapaz estraçalhado por uma granada, restava apenas intacta esta folha de papel.
Escuta, Deus:
jamais falei contigo.
Hoje quero saudar-te. Bom dia! Como vais?
Sabes? Disseram-me que tu não existes,
e eu, tolo, acreditei que era verdade.
Nunca havia reparado a tua obra.
Ontem à noite, da trincheira rasgada por granadas,
vi teu céu estrelado
e compreendi então que me enganaram.
Não sei se apertarás a minha mão.
Vou te explicar e hás de compreender.
É engraçado: neste inferno hediondo
achei a luz para enxergar o teu rosto.
Dito isto, já não tenho muita coisa a te contar:
só que… que… tenho muito prazer em conhecer-te.
Faremos um ataque à meia-noite.
Não sinto medo.
Deus, sei que tu velas…
Há! É o clarim! Bom Deus, devo ir embora.
Gostei de ti… vou ter saudade… Quero dizer:
será cruenta a luta, bem o sabes,
e esta noite pode ser que eu vá bater-te à porta!
Muito amigos não fomos, é verdade.
Mas… sim, estou chorando!
Vês, Deus, penso que já não sou tão mau.
Bem, Deus, tenho de ir.
Sorte é coisa bem rara.
Juro, porém: já não receio a morte.
(Rose Marie Muraro e Frei Raimundo Cintra, As mais belas orações de todos os tempos)
1. O tratamento com que o jovem soldado se dirigiu a Deus foi um tratamento:
a) familiar
b) irreverente
c) reverencial
d) cerimonioso
2. Antes da guerra, para o jovem, Deus simplesmente:
a) estava afastado
b) não era considerado um amigo
c) não existia
d) não atendia às suas orações
3. A frase que está de acordo com a questão anterior é:
a) “Escuta, Deus”
b) “Disseram-me que tu não existes… e eu, tolo, acreditei”
c) “Muito amigos não fomos”
d) “…vi teu céu estrelado”
4. A descoberta de Deus pelo soldado americano veio através:
a) da luta cruenta
b) do soar do clarim
c) da trincheira rasgada por granadas
d) do céu estrelado
5. O pressentimento da morte aparece numa das expressões do soldado. Que expressão mostra essa possibilidade?
a) “Muito amigos não fomos, é verdade”
b) “…e esta noite pode ser que eu vá bater-te à porta”
c) “Bem, Deus, tenho de ir”
d) “…será cruenta a luta”
6. “Não sinto medo”. Essa frase pode ser resumida em apenas uma palavra:
a) coragem
b) otimismo
c) ilusão
d) temor
7. A expressão que melhor traduz o ambiente de guerra é:
a) “Achei a luz…”
b) “…será cruenta a luta”
c) “… inferno hediondo”
d) “Deus, sei que tu velas…”
8. O encontro com Deus despertou no jovem soldado uma visão de seu mundo interior. Dessa visão, ele concluiu que:
a) “Sorte é coisa bem rara”
b) “… tenho muito prazer em conhecer-te”
c) “Muito amigos não fomos, é verdade”
d) “… já não sou tão mau”
9. A frase que revela a comoção e o arrependimento do jovem é:
a) “Bom dia!”
b) “Gostei de ti…”
c) “Mas… sim, estou chorando!”
d) “…vou ter saudade”
10. A alternativa INCORRETA a respeito do texto é:
a) O soldado anônimo, em sua análise existencial, confronta conceitos que antes julgava estarem certos.
b) Por se tratar de um texto poético, há o emprego da linguagem conotativa, como no uso da expressão “inferno hediondo”, para se referir ao cenário da guerra.
c) A palavra oração, presente no título, justifica-se devido ao diálogo proposto pelo jovem com Deus.
d) Caso fosse suprimida a introdução precedente ao poema, a interpretação não seria prejudicada, uma vez que inexistem informações importantes no trecho.
11. Assinala a alternativa correta sobre as palavras do texto:
a) Se retirarmos o acento de apertarás, originar-se-á uma nova palavra.
b) A palavra ataque é proparoxítona.
c) Compreender recebia acento, mas isso mudou com a Reforma Ortográfica.
d) As únicas monossílabas do texto são: só, já, hás.
12. Em qual dos itens abaixo a acentuação gráfica NÃO está devidamente justificada?
a) será: vocábulo oxítono terminado em A
b) porém: vocábulo oxítono terminado em EM
c) há: vocábulo oxítono terminado em A
d) céu: vocábulo com ditongo aberto
13. Assinala a palavra com ditongo aberto que NÃO recebe mais acento:
a) trofeu
b) colmeia
c) papeis
d) ceu
14. Marca a alternativa que preenche as lacunas da frase: Os ______ de ______ exercem as atividades ______.
a) microempresários, Ijuí, tranquilamente
b) micro-empresários, Ijuí, tranquilamente
c) micro-empresários, Ijui, tranqüilamente
d) microempresários, Ijuí, tranqüilamente
15. Por serem proparoxítonos, deveriam estar acentuados todos os vocábulos da opção:
a) rubrica, versiculo, hospede
b) arcaico, camera, avaro
c) leucocito, alcoolatra, folclorico
d) periodo, tematico, erudito
16. Qual dos hiatos NÃO deve ser acentuado?
a) saude
b) contribuia
c) tainha
d) caido
RESPOSTAS:
1. A
2. C
3. B
4. D
5. B
6. A
7. C
8. D
9. C
10. D
11. A
12. C
13. B
14. A
15. C
16. C
**********************
TEXTO 4:
What?
Quando ouvi falar do projeto do deputado Carrion de restringir o uso de palavras estrangeiras no Rio Grande do Sul, até achei bacana, embora inócuo. Sempre achei um saco aquelas pessoas que, na tentativa furada de conseguir algum tipo de distinção, dizem que precisam de um feedback no lugar de um retorno, ou que querem printar alguma coisa ao invés de imprimir. Para alguns parece que empregar o vocabulário do inglês, por exemplo, dá àqueles que o usam a mesma sofisticação de alguém que mora em Nova Iorque tem (ou não). Daí eu vi que o deputado queria que trocassem mouse por rato e já deixei de simpatizar com a ideia.
Aliás, a forma como algumas pessoas seexpressam mostram muito uma certa “carência” que sentem. O caso clássico disso é o ambiente de trabalho. Quanto maior o uso de termos técnicos desnecessários, maior é a necessidade de pedir um esclarecimento. Para se sentirem úteis, importantes, alguns começam a falar em código para que possam traduzir para os leigos o seu conhecimento.
In: http://ccdoarnaldo.blogspot.com/2011/04/what.html
1. O texto se classifica em:
a) Narrativo
b) Descritivo
c) Lírico
d) Argumentativo
e) Informativo
2. O fato que motivou o autor a escrever o texto foi:
a) O projeto do deputado Carrion, que visava restringir o uso de palavras estrangeiras no Rio Grande do Sul.
b) Uma viagem a Nova Iorque.
c) A forma como algumas pessoas se expressam.
d) O uso de termos técnicos desnecessários usados por algumas pessoas em seu ambiente de trabalho.
e) A Reforma Ortográfica.
3. Assinale a opção correta sobre o posicionamento do autor:
a) É totalmente a favor da ideia do deputado.
b) Sempre foi contra a ideia do deputado.
c) Inicialmente, era a contra, mas ao conhecer mais sobre o plano do deputado, passou a ser a favor.
d) Deixou de simpatizar com a ideia, porque o projeto previa trocar estrangeirismos muito comuns, que já faziam parte da língua portuguesa.
e) Passou a simpatizar com o projeto, porque seriam proibidos quaisquer estrangeirismos, já que nosso idioma oficial é a Língua Portuguesa.
4. O autor revela sua opinião sobre quem usa expressões técnicas e de origem estrangeira em demasia. Sobre isso, assinale a alternativa incorreta:
a) Algumas pessoas se valem de termos em inglês e de termos técnicos de forma exagerada, principalmente no ambiente corporativo, para chamar a atenção e se sentirem superiores.
b) Quanto maior o uso de termos técnicos desnecessários, maior é a necessidade de pedir um esclarecimento.
c) A forma como algumas pessoas se expressam mostram muito uma certa carência.
d) Para se sentirem úteis, importantes, alguns começam a falar em código para que possam traduzir para os leigos o seu conhecimento.
e) As pessoas que empregam excessivamente palavras estrangeiras no ambiente de trabalho estão apenas praticando outros idiomas, sobretudo o inglês.
5. A respeito do título do texto, marque a afirmação errada:
a) É um termo em inglês, que traduzido significa: “O quê?”.
b) Foi usado como interrogação.
c) Demonstra as dúvidas do leitor em relação às palavras estranhas que aparecem no texto.
d) Demonstra o questionamento do autor em relação a um projeto que considera bacana, mas inócuo.
e) Oferece uma pista ao leitor, pois assim ele pode deduzir que o texto falará sobre estrangeirismos.
6. A única palavra que não é acentuada pelo mesmo motivo de carência é:
a) topázio
b) água
c) troféu
d) paciência
e) inteligência
7. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de: código, já e inócuo.
a) óculos, guaraná, Cláudio
b) lâmina, Cuiabá, aquário
c) biólogo, está, necessária
d) comprássemos, chá, língua
e) impaciência, sofá, dúvida
8. Marca o item em que necessariamente o vocábulo deve receber acento gráfico:
a) da
b) uteis
c) alias
d) ate
e) dai
9. Pela Reforma Ortográfica, a palavra ideia, empregada no texto, não possui mais acento por ser uma paroxítona com ditongo aberto. A que outra palavra se aplica essa regra?
a) doi
b) ceu
c) assembleia
d) heroi
e) girassois
10. Assinala a alternativa incorreta:
a) Algumas letras estrangeiras que aparecem no texto não pertencem ao alfabeto português.
b) Caso agregássemos o prefixo ante à palavra projeto, o vocábulo seria escrito sem hífen.
c) até, inglês e invés são acentuadas pela mesma regra.
d) “alguém que mora em Nova Iorque tem…” Nesse trecho, o sujeito está no singular e, por isso, a forma verbal tem não recebe acento.
e) clássico recebe acento por se tratar de uma proparoxítona.
RESPOSTAS:
1. D
2. A
3. D
4. E
5. C
6. C
7. D
8. B
9. C
10. A
**********************
TEXTO 5:
O velho e o sítio
Encontrar aberta a cancela do sítio me perturba… Penso nos portões dos condomínios, e por um instante aquela cancela escancarada é mais impenetrável. Sinto que, ao cruzar a cancela, não estarei entrando em algum lugar, mas saindo de todos os outros. Dali avisto todo o vale e seus limites, mas ainda assim é como se o vale cercasse o mundo e eu agora entrasse num lado de fora. Após a besta hesitação, percebo que é esse mesmo o meu desejo. Piso o chão do sítio e caio fora. Piso o chão do sítio, e para me garantir decido fechar a cancela atrás de mim. Só que ela está agarrada ao chão, incrustada e integrada ao barro seco. Quando deixei o sítio pela última vez, há cinco anos, devo ter largado a cancela aberta e nunca mais ninguém a veio fechar.
(…) o velho sentado no tamborete faz um grande esforço para erguer a cabeça, e é o tempo que necessitava para reconhecer nosso antigo caseiro. Deixou crescer os cabelos que, à parte as raízes brancas, parecem ter mergulhado num balde de asfalto. A pele do seu rosto resultou mais pálida e murcha do que já era, e ele me fita com um ar interrogativo que não consigo interpretar; talvez se pergunte quem sou eu. Penso em lhe dar um tapa nas costas e dizer “há quantos anos, meu tio”, mas a intimidade soaria falsa. Meu pai entraria soltando uma gargalhada na cara do velho, passaria a mão naquele cabelo gorduroso, talvez chutasse o tamborete e dissesse “levanta daí, sacana!”. Meu pai tinha talento para gritar com os empregados; xingava, botava na rua, chamava de volta, despedia de novo, e no seu enterro estavam todos lá. Eu, se disser “há quantos anos, meu tio”, pode ser que o ofenda, porque é outro idioma.
Sem aviso, o velho dá um pulo de sapo e vai para o centro da cozinha, apontando para mim. Usa o calção amarrado com barbante abaixo da cintura, e suas pernas cinzentas ainda são musculosas, as canelas finas; é como se ele fosse de uma raça mista, que não envelhecesse por igual. Aproxima-se com molejo de jogador, mas com o tórax cavado e os braços caídos, papeira, a boca de lábios grossos aberta com três dentes, os olhos azuis já encharcados. E abraça-me, beija-me, recua um passo, fica me olhando como um cego olha, não nos olhos, mas em torno do meu rosto, como que procurando minha aura. “Deus lhe abençoe, Deus lhe abençoe”, diz. Depois pergunta “que é de Osbênio?, Que é de Clair?” e entendo que ele esperava outra pessoa, algum parente, quem sabe.
Um cacho de bananas verdes no chão da cozinha lembra-me que passei o dia a chá e bolacha. Na geladeira, que é um móvel atarracado de abrir por cima, encontro um jarro d’água, uma panela com arroz e uma tigela de goiaba em calda. Instalo-me com a tigela à mesa, onde antigamente os empregados comiam. O velho adivinha que pretendo passar uns tempos no sítio, e emociona-se novamente. Cai sentado na cadeira ao lado, e seus olhos voltam a se encharcar, desta vez com lágrimas azedas. Conta o velho que a mulher morreu há dois anos, que ele mesmo está muito doente, que os filhos sumiram no mundo. Tapa uma narina para assuar a outra, e conta que com ele só restaram as crianças. Que os outros, os de fora, foram chegando e dominando tudo, o celeiro, a casa de caseiro, a casa dos hóspedes, e contrataram gente estranha, e derrubaram a estrebaria e comeram os cavalos. E que os outros, os de fora, só estão esperando ele morrer para tomar posse da casa, por isso que ele dorme ali na despensa, e os netos espalhados na sala e pelos quartos. Conta que os patrões nunca aparecem, mas, quando aparecerem, vão ter um bom dum aborrecimento.
(BUARQUE, Chico. Estorvo. São Paulo: Companhia das Letras, 1991, p 24-27)
1. Qual das alternativas abaixo apresenta um objeto não escrito no texto?
a) tigela          b) geladeira          c) panela            d) mesa            e) fogão
2. Assinala a alternativa correta, que corresponde ao primeiro parágrafo do texto:
a) A cancela que se encontra aberta, está agarrada no chão, incrustada e integrada ao barro seco…
b) A cancela do sítio perturba o narrador, porque ela representa o limite entre o que está dentro e o que está fora do mundo.
c) A cancela escancarada ficou assimpor menos de cinco anos.
d) Cancela e portões de condomínio são similares, isto é, custam a fechar.
e) A cancela aberta é impenetrável, conforme desejo expresso do narrador.
3. Assinala a alternativa correta, que corresponde à descrição física do velho:
a) Seus cabelos têm cor igual à cor dos olhos.
b) Suas pernas, que já foram musculosas, agora são finas.
c) O seu tórax é cavado, tem papeira, e a sua boca de lábios grossos permitem ver três dentes.
d) Usa barbante para amarrar seus cabelos brancos.
e) A pele de seu rosto é morena, e os braços estão caídos.
4. Com relação ao vocabulário empregado no texto, assinala a alternativa correta:
a) A palavra incrustada significa fragmentada.
b) O adjetivo atarracado equivale a encurvado.
c) O emprego da palavra velho tem sentido conotativo, figurado.
d) A expressão “pulo de sapo” equivale à expressão “pulo de gato”.
e) Na frase: “…por isso ele dorme ali na despensa“, o termo destacado significa dependência da casa onde se guardam mantimentos.
5. Com relação ao último parágrafo, assinala a alternativa que demonstra a apreensão do antigo caseiro com o futuro do sítio:
a) “Na geladeira, que é um móvel atarracado de abrir por cima, encontro um jarro d’água, uma panela com arroz e uma tigela de goiaba em calda.”
b) “O velho adivinha que pretendo passar uns tempos no sítio…”
c) “Cai sentado na cadeira ao lado, e seus olhos voltam a se encharcar, desta vez com lágrimas azedas.”
d) “…e conta que com ele só restaram as crianças.”
e) “Conta que os patrões nunca aparecem, mas, quando aparecerem, vão ter um bom dum aborrecimento.”
RESPOSTAS:
1. E
2. B
3. C
4. E
5. E
INTERPRETAÇÕES VARIADAS – 8º ANO
29 de janeiro de 20165 comentários
Bilhete ao futuro
Affonso Romano de Sant’Anna
Bela ideia essa de Cristóvam Buarque, ex-reitor da Universidade de Brasília e ex-ministro da Educação, de pedir às pessoas do nosso país que escrevessem um “bilhete ao futuro”. O projeto teve a intenção de recolher, no final dos anos 80, no século passado, uma série de mensagens que seriam abertas em 2089, nas quais os brasileiros expressariam suas esperanças e perplexidades diante do tumultuado presente do fabuloso futuro.
Oportuníssima e fecunda ideia. Ela nos colocou de frente ao século XXI, nos incitou a liquidar de vez o século XX e a sair da hipocondria político-social. Pensar o futuro sempre será um exercício de vida. O que projetar para amanhã? (…)
1) Os dois parágrafos acima fazem parte do texto cujo autor é Affonso Sant’Anna. Esse tipo de produção textual é chamado de crônica, porque:
a)   defende um tema.
b)   tenta ludibriar o leitor.
c)   faz o registro do dia-a-dia.
d)   conta uma história antiga.
e)   exalta as belezas do país amado. 
2) O acontecimento que originou esse texto está relacionado:
a)   à promoção do reitor da Universidade de Brasília.
b)   à realização do reitor como mestre da Universidade de Brasília.
c)   ao pedido feito pelo reitor da Universidade às pessoas de Brasília.
d)   à liquidação dos problemas do século XX.
e) ao pedido feito pelo ex-reitor da Universidade de Brasília aos brasileiros. 
3) Segundo o cronista, o bilhete ao futuro:
a)   incitaria as pessoas a “sair da hipocondria político-social”.
b)   incitaria as pessoas à revolta social e política no presente e no futuro.
c)   incitaria as pessoas a liquidarem de vez com as ideias do século XX e do século XXI.
d)   incitaria as pessoas a escreverem mensagens de desilusão.
e)   incitaria as pessoas a se comunicarem por bilhetes, algo incomum nos dias atuais. 
4) Segundo o cronista:
a) futuro jamais deverá ser pensado pelos hipocondríacos político-sociais.
b) o amanhã é algo imprevisível; sempre haverá momentos tumultuados.
c) o estímulo à fuga da hipocondria político-social seria a oportunidade que a redação do bilhete oferece.
d) o povo não queria se comprometer com as políticas sociais da década.
e) a população tinha muita dificuldade para redigir o bilhete do futuro. 
5) A frase que exprime a conclusão do cronista sobre o significado de escrever um bilhete ao futuro é:
a)   “O futuro e o presente só interessam ao passado.”
b)   “O passado é importante e, no futuro, seja o que Deus quiser.”
c)   “O presente é hoje e não é necessário preocupação com o futuro.”
d)   “Pensar o futuro é um exercício de vida.”
e)   “O futuro, a gente deixa para pensar amanhã.” 
6) As mensagens que as pessoas enviariam ao futuro são representadas, no texto, pelas palavras:
a)   belezas e possibilidades
b)   esperanças e perplexidades
c)   angústias e esperanças
d)   realizações e lembranças
e)   frustrações e melancolias 
7) O tratamento adequado para se referir ao reitor de uma Universidade é:
a)   Ilustríssimo Senhor
b)   Vossa Magnificência
c)   Excelentíssimo Senhor
d)   Vossa Senhoria
e)   Vossa Excelência 
8) As duas vírgulas que aparecem na primeira frase foram empregadas para expressar uma:
a)  explicação
b) contrariedade
c) adversidade
d) enumeração
e) oposição 
9) Um ser humano que sofra de hipocondria, segundo o texto, e considerando o sentido conotativo, é assim conhecido por:
a)   apresentar obesidade descontrolada
b)   possuir seríssimos problemas de saúde
c)   ser extremamente romântico
d)   isolar-se socialmente
e)   ser dependente de medicamentos 
10) O pronome ela, destacado no texto, relaciona-se à palavra:
a)  mensagem
b)  hipocondria
c)   esperança
d)  intenção
e)  ideia
Respostas: 1- c, 2- e, 3- a, 4- c, 5- d, 6- b, 7- b, 8- a, 9- d, 10- e
Professor, que tal pedir aos alunos que escrevam bilhetes ao futuro?
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A etiqueta nas redes sociais
Ryana Gonçalves
Ultimamente, temos passado mais tempo no convívio social cibernético do que no convívio social pessoal. Aqui adivinhamos emoções, não há toque, não há olhares silenciosos cheios de significados, não há presença, não há corpo. Há apenas o teclado, o mouse, a tela, o curtir, o compartilhar, o tweetar, retweetar, participar, excluir, bloquear, responder, perguntar.
Apesar de serem espaços sociais diferentes, igualmente vale a etiqueta que aprendemos em casa antes de sair para o mundo.
Todos têm suas manias, receios, ideias, caráter, costumes e essa coisa toda, mas todos devem ser, acima de tudo, RESPEITADOS. Assim como tem aquele cara que nunca posta nada, existe a menina que se expõe demais. Pra ela, pode não ser exagero, mas pros outros sim. Vale o mesmo para caso inverso, existem pessoas sem noção de ambos os sexos, ignorem as estatísticas. Não tem essa de mulher trai menos, homem é mais cafajeste. Aqui é todo mundo igual. Junta a quantidade de gente sem noção, de puritanos, de revolucionários, revoltados, ignorantes e ignorados. Cada um tem algo a dizer, sempre.
Na realidade, o chato começa quando um começa a reclamar de tal coisa, daí aparece o fulano reclamando do que o sicrano tá reclamando, e aí um monte de gente começa a reclamar dos dois que estão reclamando, e uns começam a reclamar dos outros, e daí já aparecem outros status reclamando… e eu estou reclamando dessa gente que como eu só reclama e não faz nada.
Vamos trocar ideias? Porque reclamar não acrescenta em nada, só desabafa e daqui a pouco o vazio do desabafo vira mais reclamação, chateação e falta do que fazer.
Mas daí aparece um ser reclamando daquele que posta algo produtivo, que reclama daquele que não posta algo produtivo, segue reclamando, e assim por diante.
Ah, a etiqueta das redes sociais! Que coisa complicada de se entender. Quanto mais a gente tenta colaborar, parece que mais piora. Pedir perguntas no Ask não significa se expor totalmente, compartilhar no Facebook não significa que concorda plena e totalmente com o que está escrito (todos têm o direito de achar legal, simplesmente), curtir não significa “dar em cima” e assim por diante. Temos que entender que assim como temos nossas preferências quanto à comida, e manias quanto as nossas coisas, também tem pessoas com suas particularidades, e ter uma rede social não significa mostrar sua intimidade para o mundo. Ninguém é obrigado a nada.
E sabe o que é uma boa etiqueta, um comportamento muito refinado?Educação. Sim, aprecia-se a boa educação, o respeito, a igualdade. Isso faz falta. Assim como faz falta um bom diálogo frente-a-frente e sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de vitamina D. Pense nisso!
Disponível em: http://thefirstimpressionsofme.blogspot.com.br/ 
1) O texto classifica-se em:
(   ) narrativo    (   ) argumentativo   (   ) informativo   (   ) descritivo
2) A autora usa a expressão de lugar “aqui” para fazer referência a quê?
3) No primeiro parágrafo, separe os elementos e ações que são distinguidas para cada ambiente social.
4) Por que a palavra “respeitados” foi escrita de forma diferente?
5) Qual é o problema apresentado no texto?
6) O que a autora propõe como forma de amenizar esse problema?
7) Apesar da argumentação se desenvolver acerca das redes sociais, no fim do texto a autora revela sua opinião sobre a importância de nos desprendermos do mundo virtual. O que ela sugere?
8) Elabore um comentário sobre o conteúdo. Lembre-se de que o gênero textual comentário serve para expormos uma curta análise de um determinado assunto, permitindo que manifestemos a nossa opinião, concordando ou discordando.
9) Você já se sentiu incomodado ao ler algo desagradável nas redes sociais? Ou já postou algo e depois se arrependeu?
10) Observe a charge. Escreva de que forma é possível relacioná-la ao tema do texto.
Respostas:
1) (x) argumentativo
2) Ela se refere ao convívio social cibernético.
3) Ambiente social cibernético, virtual: “teclado, mouse, tela, o curtir, o compartilhar, o tweetar, retweetar, participar, excluir, bloquear, responder, perguntar.”
Ambiente social físico, real: “toque, olhares silenciosos cheios de significados, presença, corpo.”
4) Para destacar o que a autora considera importante, mostrando a relação entre esta palavra e o tema “etiqueta”, “educação”.
5) A falta de educação e de bom-senso por parte de algumas pessoas na convivência pela Internet, sobretudo em sites de relacionamento.
6) Entender que todos têm suas diferenças, agir com educação e respeito.
7) A autora sugere “um bom diálogo frente-a-frente, sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de vitamina D”, ou seja, não ficar preso às redes sociais.
8) Resposta pessoal.
9) Resposta pessoal.
10) Resposta possível: A charge se relaciona com o texto à medida que mostra o quanto algumas pessoas expõem sua vida nos sites de relacionamento. Sem ponderar, exibem todo o tipo de conteúdo, que é instantaneamente visualizado, compartilhado, podendo se estender até aos desconhecidos.
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Telegrama
Carlos Drummond de Andrade
Emoção na cidade.
Chegou telegrama para Chico Brito.
Que notícia ruim,
que morte ou pesadelo
avança para Chico Brito no papel dobrado?
Nunca ninguém recebe telegrama
que não seja de má sorte.
Para isso foi inventado.
Lá vem o estafeta com rosto de Parca
trazendo na mão a dor de Chico Brito.
Não sopra a ninguém.
Compete a Chico
descolar as dobras
de seu infortúnio.
Telegrama telegrama telegrama.
Em frente à casa de Chico Brito o voejar múrmure
de negras hipóteses confabuladas.
O estafeta bate à porta.
Aparece Chico, varado de sofrimento prévio.
Não lê imediatamente.
Carece de um copo de água
e de uma cadeira.
Pálido, crava os olhos nas letras mortais:
Queira aceitar efusivos cumprimentos passagem data natalícia espero merecer valioso apoio distinto correligionário minha reeleição deputado federal quinto distrito cordial abraço.
Atanágoras Falcão.
1) No verso “que morte ou pesadelo”, o que a palavra destacada sugere?
2) O que é um estafeta?
3) Parca, de acordo com a mitologia, é uma das deusas que fiava, dobrava e cortava o fio da vida. Sabendo disso, o que o eu-lírico quis comunicar no verso “Lá vem o estafeta com rosto de Parca”?
4) Explica o significado das expressões: voejar múrmure, negras hipóteses, sofrimento prévio e carece.
5) Explica a diferença entre dia natalício e dia natalino.
6) Há “emoção na cidade”. Por quê?
7) Quem estava confabulando em frente à casa de Chico Brito?
8) Que expressão o poeta usa na 1ª estrofe para se referir ao telegrama?
9) O estafeta mantém sigilo. Que frase informa isso?
10) Na 4ª estrofe, ocorreu a repetição de uma mesma palavra. O que o poeta quis sugerir?
11) No verso “O estafeta bate à porta”, há a repetição de uma mesma consoante. Qual é? O que o poeta pretende com isso?
12) Quem era Atanágoras Falcão?
13) Qual era o objetivo da mensagem enviada no telegrama a Chico Brito?
Respostas:
1) Algo ruim.
2) Carteiro.
3) O eu-lírico quis dar a entender que a notícia trazida pelo estafeta poderia lhe causar a morte, pois uma mensagem trazida às pressas geralmente não é boa.
4) Murmúrios e cochichos, suposições de algo ruim, sofrimento antecipado, precisa.
5) Dia natalício se refere ao dia de nascimento e dia natalino, ao dia de Natal.
6) Há emoção na cidade pela chegada de um telegrama com uma notícia inusitada que desperta a curiosidade das pessoas.
7) Os vizinhos.
8) Usa a expressão “papel dobrado”.
9) O verso “Não sopra a ninguém”, 3ª estrofe.
10) A repetição mostra o anúncio entre as pessoas da vizinhança que viram o estafeta chegar, alarmando umas às outras.
11) Além de dar sonoridade ao poema, ele destaca a letra T, reforçando o título e o objeto que serviu de tema para o texto (Telegrama).
12) Era o remetente do telegrama, um candidato a deputado federal.
13) Parabenizar Chico Brito pela passagem do aniversário e aproveitar para fazer campanha política.
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O açúcar
Ferreira Gullar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça,
água na pele,
flor que se dissolve na boca.
Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina
e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há
hospital nem escola,
homens que não sabem ler e morrem
aos vinte e sete anos
plantaram e colheram a cana
que viria a ser o açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura
produziram este açúcar branco e puro
com que adoço meu café esta manha em Ipanema.
1) Assinale os sinônimos do verbo dissolver no verso: “flor que se dissolve na boca”:
( ) se desmancha
( ) se esparrama
( ) se acaba
( ) se dilui
2) Marque a alternativa em que a palavra amarga possui o mesmo significado do texto:
( ) Aquela sobremesa estava amarga.
( ) Vivia de mau humor; era uma pessoa muito amarga.
( ) Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos bem.
3) Marque a alternativa em que a palavra dura possui o mesmo significado do texto:
( ) Realizamos uma dura tarefa.
( ) O móvel era feito de madeira muito dura.
( ) O seu jeito duro afasta as pessoas.
4) Reescreva a frase “homens de vida amarga e dura produziram este açúcar”, substituindo as palavras destacadas por um sinônimo.
5) A que tipo de açúcar o eu-lírico está se referindo?
( ) ao açúcar mascavo
( ) ao açúcar refinado
( ) a qualquer tipo de açúcar
6) A que elementos o açúcar é comparado?
7) Descreva o retrospecto que é feito sobre o açúcar.
8) Na última estrofe, o que se opõe à doçura do açúcar?
9) Por que os homens que trabalham nas usinas fabricando o açúcar têm a vida amarga?
10) Escreva com as suas palavras a mensagem que o poeta deseja transmitir.
Respostas:
1) (x) se desmancha, (x) se dilui
2) (x) Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos bem.
3) (x) Realizamos uma dura tarefa.
4) “homens de vida difícil e árdua produziram este açúcar”
5) (x) ao açúcar refinado
6) É comparado ao beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca.
7) Mesa do consumidor – Mercearia – Usina – Canaviais.
8) A vida amarga dos homens que trabalham nos canaviais.
9) Porque vivem em lugares distantes, onde não há hospital nem escola. Não sabem ler, morrem cedo.
10) Respostapessoal.
INTERPRETAÇÕES VARIADAS – 7º ANO
29 de janeiro de 201610 comentários
TEXTO 1:
A Borboleta e o Casulo 
Quando a lagarta, tornada crisálida, concluiu praticamente a sua transformação em lepidóptero, resta-lhe passar uma prova para se tornar verdadeiramente borboleta. Tem de conseguir romper o casulo no seio do qual se operou a transformação, a fim de se libertar dele e iniciar o seu voo.
Se a lagarta teceu o seu casulo pouco a pouco, progressivamente, a futura borboleta em compensação não pode libertar-se dele da mesma forma, procedendo progressivamente. Desta vez tem de congregar força suficiente nas asas para conseguir romper, de uma assentada, a sua gola de seda.
É precisamente graças a esta última prova e à força que ela exige que a borboleta acumule nas suas jovens asas, que esta desenvolve a musculatura de que terá necessidade depois para voar.
Quem ignorar este dado importante e, imaginando ‘ajudar’ uma borboleta a nascer, romper o casulo em seu lugar, assistirá ao nascimento de um lepidóptero totalmente incapaz de voar. Esta não terá conseguido utilizar a resistência da sua sedosa prisão para construir a força de que teria necessidade para lançar-se seguidamente no céu.
TEXTO 2:
A lição da borboleta
Um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo e um homem ficou observando o esforço da borboleta para fazer com que o seu corpo passasse por ali e ganhasse a liberdade. Por um instante, ela parou, parecendo que tinha perdido as forças para continuar. Então, o homem decidiu ajudar e, com uma tesoura, cortou delicadamente o casulo. A borboleta saiu facilmente. Mas, seu corpo era pequeno e tinha as asas amassadas. O homem continuou a observar a borboleta porque esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e ela saísse voando.
Nada disso aconteceu. A borboleta ficou ali rastejando, com o corpo murcho e as asas encolhidas e nunca foi capaz de voar! O homem, que em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendeu que o casulo apertado e o esforço eram necessários para a borboleta vencer essa barreira. Era o desafio da natureza para mantê-la viva. O seu corpo se fortaleceria e ela estaria pronta para voar assim que se libertasse do casulo.
Algumas vezes, o esforço é tudo o que precisamos na vida. Se Deus nos permitisse passar pela vida sem obstáculos, não seríamos como somos hoje. A força vem das dificuldades, a sabedoria, dos problemas que temos que resolver. A prosperidade, do cérebro e músculos para trabalhar. A coragem vem do perigo para superar e, às vezes, a gente se pergunta: “não recebi nada do que pedi a Deus”. Mas, na verdade, recebemos tudo o que precisamos. E nem percebemos.
1. Há relação entre os dois textos? Explique.
2. O texto 1 é um texto científico.    (  ) concordo           (  ) discordo
O que faz você afirmar e concordar com isso? Retire do texto os argumentos que comprovam. Se discorda, apresente também os argumentos retirados do texto.
3. O texto fala da transformação da borboleta. Cientificamente, como se chama esse processo?
4. O autor utiliza-se do texto para orientar sobre o processo de transformação. Qual é a grande lição que ele quer passar com o texto?
5. Agora, vamos analisar o texto 2. Ele é uma crônica.  (  ) concordo       (  ) discordo
Por que o texto é uma crônica? Explique e justifique com argumentos do próprio texto. Se discorda, faça o mesmo.
6. O que fez o homem decidir a ajudar a borboleta?
7. Qual era a grande expectativa do homem em relação à borboleta?
8. A expectativa aconteceu? Justifique.
9. O que faltou ao homem para que pudesse entender o processo?
10. Como no texto anterior, a grande lição está no último parágrafo. Vamos revisá-lo:
A força vem………………..
A sabedoria vem………………..
A prosperidade vem………………..
A coragem vem…………………
Explique com tuas palavras a mensagem do texto.
Respostas: 
1- Sim. Os dois textos falam sobre o processo de transformação da lagarta em borboleta.
2- (x) concordo 
Concorda-se pelo fato de o texto trazer informações sobre um assunto da biologia. Comprova-se isto pelos elementos próprios desta área: uso da linguagem científica (lepidóptero), explicação do processo de metamorfose e pela mensagem de alerta para preservação de uma espécie.
3- Metamorfose.
4- Não podemos interferir na metamorfose.
5- (x) concordo
O texto é uma crônica porque narra um fato do cotidiano, possível na realidade, ou seja, um homem observando um inseto e interferindo em suas ações. O texto é curto, com linguagem simples. Neste caso, trata-se de uma crônica reflexiva, aquela que tem a intenção de contar a história levando o leitor a refletir, conforme vemos no último parágrafo.
6- Decidiu ajudar porque parecia que a borboleta havia perdido as forças para continuar sozinha
7- O homem tinha a grande expectativa de que a borboleta voasse.
8- Não. A borboleta ficou rastejando, deformada, totalmente incapaz de voar.
9- Faltou paciência, pois ele poderia ter esperado mais; sabedoria, conhecimentos científicos, informação…
10- A força vem dos obstáculos que enfrentamos.
A sabedoria vem dos problemas que resolvemos.
A prosperidade vem do cérebro e músculos para trabalhar.
A coragem vem do perigo para superar.
O texto pretende mostrar que devemos enfrentar as dificuldades para nos tornarmos mais fortes, sem fugir ou buscar atalhos. Todo desafio é necessário para nosso crescimento e ajuda a nos transformar em pessoas melhores.
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O nariz
Luis Fernando Verissimo
Era um dentista respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos, uma filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes, mas de uma sólida reputação como profissional e cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância. Era um daqueles narizes de borracha com óculos de aros pretos, sobrancelhas e bigodes. Sentou-se à mesa de almoço – sempre almoçava em casa – com a retidão costumeira, quieto e algo distraído. Mas com um nariz postiço.
– O que é isso? – perguntou a mulher, sorrindo menos.
– Isto o quê?
– Esse nariz.
– Ah, vi numa vitrina, entrei e comprei.
– Logo você, papai…
Depois do almoço ele foi recostar-se no sofá da sala como fazia todos os dias. A mulher impacientou-se.
– Tire esse negócio.
– Por quê?
– Brincadeira tem hora.
– Mas isto não é brincadeira.
Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora, levantou-se e dirigiu-se para a porta. A mulher interpelou:
– Aonde é que você vai?
– Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o consultório.
– Mas com esse nariz?
– Eu não compreendo você – disse ele, olhando-a com censura através dos aros sem lentes. – Se fosse uma gravata nova, você não diria nada. Só porque é um nariz…
– Pense nos vizinhos, pense nos clientes.
Os clientes, realmente, não compreenderam o nariz de borracha. Deram risada, fizeram perguntas, mas terminaram a consulta intrigados e saíram do consultório com dúvidas.
– Ele enlouqueceu?
– Não sei – respondia a recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos. – Nunca vi ele assim.
Naquela noite, ele tomou seu banho, como fazia sempre antes de dormir. Depois vestiu o pijama e o nariz postiço e foi deitar.
– Você vai usar este nariz na cama? – perguntou a mulher.
– Vou. Aliás, não vou mais tirar esse nariz.
– Mas, por quê?
– Por que não?
Dormiu logo. A mulher passou a metade da noite olhando para o nariz de borracha. De madrugada começou a chorar baixinho. Ele enlouquecera. Era isto. Tudo estava acabado. Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família perfeita, tudo trocado por um nariz postiço.
– Papai…
– Sim, minha filha.
– Podemos conversar?
– Claro.
– É sobre esse seu nariz…
– O meu nariz, outra vez? Mas vocês só pensam nisso?
– Papai, como é que nós não vamos pensar? De uma hora para outra, um homem como você resolve andar de nariz postiço e não quer que ninguém note?
– O nariz é meu e vou continuar a usar.
– Mas por que, papai? Você não se dá conta de que se transformou no palhaço do prédio? Eu não posso mais encarar os vizinhos, de vergonha. A mamãe nãotem mais vida social.
– Não tem porque não quer…
– Como é que ela vai sair na rua com um homem de nariz postiço?
– Mas não sou “um homem”. Sou eu. O marido dela. O seu pai. Continuo o mesmo homem. Um nariz de borracha não faz nenhuma diferença.
– Se não faz nenhuma diferença, então por que usar?
– Mas, mas…
– Minha filha…
– Chega! Não quero mais conversar. Você não é mais meu pai.
A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu todos os clientes. A recepcionista pediu demissão, pois não sabia o que esperar de um homem que usava nariz postiço. Evitava aproximar-se dele. Seu pedido de demissão foi mandado pelo correio. Os amigos mais chegados, numa última tentativa de salvar sua reputação, o convenceram a consultar um psiquiatra.
– Você vai concordar – disse o psiquiatra depois de concluir que não havia nada de errado com ele – que seu comportamento é um pouco estranho…
– Estranho é o comportamento dos outros! – disse ele. – Eu continuo o mesmo. Noventa e dois por cento do meu corpo continua o que era antes. Não mudei a maneira de vestir, nem de pensar, nem de me comportar. Continuo sendo um ótimo dentista, um bom marido, dom pai, contribuinte, sócio do Fluminense, tudo como antes. Mas as pessoas me repudiam todo o resto por casa deste nariz. Um simples nariz de borracha. Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz?
– É… – disse o psiquiatra. – talvez você tenha razão…
O que é que você acha, leitor? Ele tem razão? Seja como for, não se entregou. Continua a usar nariz postiço. Porque agora não á mais uma questão de nariz. Agora é uma questão de princípios.
1) O texto tem características que fazem parte de qual gênero narrativo?
2) O texto discute vários aspectos da vida social moderna; contudo, um deles se destaca. Das palavras seguintes, qual traduz o assunto central do texto?
a) a moda         b) o comportamento         c) o casamento         d) beleza
Por quê?
3) A partir de que momento o comportamento bem-humorado da mãe e da filha começa a se modificar?
4) “Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família perfeita”. Esse fragmento demonstra os sentimentos e desejos do dentista como pessoa ou o papel social exercido pelo dentista? Justifique.
5) De acordo com o texto, o que é mais importante para a sociedade: o que o indivíduo realmente é ou o que ele parece ser?
6) Escreva sobre como as pessoas reagiram quando o dentista insistiu em usar o nariz.
7) De modo geral, tal qual ocorreu no caso do dentista, pode-se dizer que a sociedade reserva um único destino a todos aqueles que ousam ser diferentes. Qual é esse destino?
8) Que argumentos contrários o dentista apresenta diante da opinião do psiquiatra sobre seu comportamento?
9) No final da crônica, o narrador afirma que o dentista continua a usar o nariz: “Porque agora não é mais uma questão de nariz. Agora é uma questão de princípios”. Qual a diferença entre uma questão de nariz e uma questão de princípios?
10) Responda ao questionamento feito pelo narrador no último parágrafo.
Respostas: 
1- Crônica.
2- b
Porque retrata o modo de agir das pessoas diante de determinadas situações. 
3- Quando o dentista senta-se à mesa usando o nariz postiço.
4- Mostra somente o papel social exercido por ele, ou seja, a imagem que a sociedade designa como sendo correta e esperada: sucesso profissional, status, família…   
5- O que ele parece ser; a aparência.
6- A mulher e a filha saíram de casa; os clientes não o procuraram mais; a recepcionista pediu demissão e os amigos mais chegados convenceram-no a consultar um psiquiatra. 
7- A exclusão, o isolamento. 
8- Argumenta dizendo que ele continua sendo o mesmo, os outros é que mudaram. Cita exemplos e, por fim, questiona “Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz?”.
9- Questão de nariz significa questão de brincadeira; questão de princípios significa questão de caráter. Quer dizer que usar o nariz postiço deixou de ser algo sem importância, algo feito num impulso momentâneo, para se tornar uma determinação.
10- Resposta pessoal.    
INTERPRETAÇÕES DE TEXTOS VARIADOS – 6º ANO
29 de janeiro de 201634 comentários
O dono da bola
Ruth Rocha
O nosso time estava cheio de amigos. O que nós não tínhamos era a bola de futebol. Só bola de meia, mas não é a mesma coisa.
Bom mesmo é bola de couro, como a do Caloca.
Mas, toda vez que nós íamos jogar com Caloca, acontecia a mesma coisa. E era só o juiz marcar qualquer falta do Caloca que ele gritava logo:
– Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha bola!
– Ah, Caloca, não vá embora, tenha espírito esportivo, jogo é jogo…
– Espírito esportivo, nada! – berrava Caloca. – E não me chame de Caloca, meu nome é Carlos Alberto!
E assim, Carlos Alberto acabava com tudo que era jogo.
A coisa começou a complicar mesmo, quando resolvemos entrar no campeonato do nosso bairro. Nós precisávamos treinar com bola de verdade para não estranhar na hora do jogo.
Mas os treinos nunca chegavam ao fim. Carlos Alberto estava sempre procurando encrenca:
– Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!
– Se eu não for o capitão do time, vou embora!
– Se o treino for muito cedo, eu não trago a bola!
E quando não se fazia o que ele queria, já sabe, levava a bola embora e adeus, treino.
Catapimba, que era o secretário do clube, resolveu fazer uma reunião:
– Esta reunião é para resolver o caso do Carlos Alberto. Cada vez que ele se zanga, carrega a bola e acaba com o treino.
Carlos Alberto pulou, vermelhinho de raiva:
– A bola é minha, eu carrego quantas vezes eu quiser!
– Pois é isso mesmo! – disse o Beto, zangado. – É por isso que nós não vamos ganhar campeonato nenhum!
– Pois, azar de vocês, eu não jogo mais nessa droga de time, que nem bola tem.
E Caloca saiu pisando duro, com a bola debaixo do braço.
Aí, Carlos Alberto resolveu jogar bola sozinho. Nós passávamos pela casa dele e víamos. Ele batia bola com a parede. Acho que a parede era o único amigo que ele tinha. Mas eu acho que jogar com a parede não deve ser muito divertido.
Porque, depois de três dias, o Carlos Alberto não aguentou mais. Apareceu lá no campinho.
– Se vocês me deixarem jogar, eu empresto a minha bola.
Carlos Alberto estava outro. Jogava direitinho e não criava caso com ninguém.
E, quando nós ganhamos o jogo final do campeonato, todo mundo se abraçou gritando:
– Viva o Estrela-d’Alva Futebol Clube!
– Viva!
– Viva o Catapimba!
– Viva!
– Viva o Carlos Alberto!
– Viva!
Então o Carlos Alberto gritou:
– Ei, pessoal, não me chamem de Carlos Alberto! Podem me chamar de Caloca!
1) Quem é o protagonista, isto é, o personagem principal da história?
2) Quem narra a história participa dela ou não?
3) Carlos Alberto costumava fazer chantagem e impor condições para emprestar sua bola de couro. Comprove a afirmação com uma frase retirada do texto.
4) Qual era a finalidade da reunião que Catapimba, o secretário do time, resolveu fazer?
5) Qual era o nome do time?
6) Ao final, o time saiu campeão. Se Carlos Alberto tivesse continuado com o mesmo comportamento de antes, tu achas que o time sairia vitorioso? Justifique sua resposta.
7) Relacione as ações às reações dos personagens:
(1) O juiz marca falta.
(2) Catapimba fez uma reunião para resolver o problema.
(3) Caloca se arrepende e pede para voltar ao time.
(4) O time conquista a vitória no campeonato.
(  ) Caloca retira-se do time, isolando-se dos colegas.
(  ) Todos se abraçam e gritam “viva”.
(  ) Caloca grita: “Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha bola!”
(  ) Os colegas recebem Caloca de volta ao time.
8) Carlos Alberto apresenta características diferentes no decorrer dos três momentos da narrativa. Faça a devida associação:
(1) 1° momento
(2) 2° momento
(3) 3° momento
(  ) solitário
(  ) briguento
(  ) cooperativo
(  ) egoísta
(  ) zangado
(  ) arrependido
(  ) chantagista
(  ) amigável
(  ) encrenqueiro
– Agora, leia este segundo texto:
Futebol na raça
Criado na Inglaterra em 1863, ele desembarcou no Brasil 31 anos depois, na forma de uma bola trazida debaixo do braço pelo estudante paulista Charles Miller. Chegou elitista, racista e excludente. Quando se organizaram osprimeiros campeonatos, lá pelo começo do século, era esporte de branco, rico, praticado em clubes fechados ou colégios seletos. Negros e pobres estavam simplesmente proibidos de chegar perto dos gramados, mas mesmo à distância, perceberam o jogo e deles se agradaram.
Estava ali uma brincadeira feita sob medida para pobre. Não exige equipamento especial além de um objeto qualquer que possa ser chutado como se fosse bola. Pode ser praticado na rua, no pátio da escola, no fundo do quintal. O número e o tipo de jogador dependem apenas de combinação entre as partes. Jogam o forte e o fraco, o baixinho e o altão, o gordo e o magro. (…)
Maurício Cardoso. Revista Veja.
9) Compare esse texto com O dono da bola e assinale as alternativas corretas:
(  ) Os dois textos tratam do mesmo assunto.
(  ) O dono da bola é um texto informativo que traz dados sobre o futebol.
(  ) Futebol na raça é um texto informativo e O dono da bola é a narração de uma história.
(  ) A frase “O futebol chegou elitista, racista e excludente” não combina com o futebol de rua onde todos podem jogar.
10) Faça uma relação das palavras-chaves empregadas nos dois textos, ou seja, das expressões mais diretamente ligadas ao futebol. (No mínimo 10!)
Respostas:
1- Carlos Alberto (Caloca).
2- Participa. (Verifica-se em “Nós passávamos pela casa dele…/E, quando nós ganhamos o jogo final do campeonato…”)
3- “– Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!”
4- A reunião era para resolver o caso de Carlos Alberto, que só criava confusão.
5- Estrela-d’Alva Futebol Clube.
6- Resposta pessoal.
7- 2,4,1,3
8- 2, 1, 3, 1, 1, 3, 1, 3, 1
9- Apenas a 2ª opção não deve ser marcada, pois está incorreta.
10- Bola, time, juiz, falta, campeonato, centroavante, capitão, treino, clube, jogo…
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O homem e a galinha
Ruth Rocha
Era uma vez um homem que tinha uma galinha. Era uma galinha como as outras.
Um dia a galinha botou um ovo de ouro. O homem ficou contente. Chamou a mulher:
– Olha o ovo que a galinha botou.
A mulher ficou contente:
– Vamos ficar ricos!
E a mulher começou a tratar bem da galinha.
Todos os dias a mulher dava mingau para a galinha. Dava pão-de-ló, dava até sorvete. E a galinha todos os dias botava um ovo de ouro.
Vai que o marido disse:
– Pra que este luxo todo com a galinha? Nunca vi galinha comer pão-de-ló… Muito menos sorvete!
Vai que a mulher falou:
– É, mas esta é diferente. Ela bota ovos de ouro!
O marido não quis conversa:
– Acaba com isso, mulher. Galinha come é farelo.
Aí a mulher disse:
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim! – o marido respondeu.
A mulher todos os dias dava farelo à galinha. E a galinha botava um ovo de ouro.
Vai que o marido disse:
– Farelo está muito caro, mulher, um dinheirão! A galinha pode muito bem comer milho.
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim. – respondeu o marido.
Aí a mulher começou a dar milho pra galinha. E todos os dias a galinha botava um ovo de ouro.
Vai que o marido disse:
– Pra que este luxo de dar milho pra galinha? Ela que cate o de-comer no quintal!
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim – o marido falou.
Aí a mulher soltou a galinha no quintal. Ela catava sozinha a comida dela. Todos os dias a galinha botava um ovo de ouro.
Um dia a galinha encontrou o portão aberto.
Foi embora e não voltou mais.
Dizem, eu não sei, que ela agora está numa boa casa onde tratam dela a pão-de-ló.
01 – O texto recebe o título de O homem e a galinha, por quê?
a) Porque eles são os personagens principais da história narrada.
b) Porque eles representam, respectivamente, o bem e o mal na história.
c) Porque são os narradores da história.
d) Porque ambos são personagens famosos de outras histórias.
e) Porque representam a oposição homem x animal.
02 – O marido não queria tratar a galinha de forma especial para:
a) economizar dinheiro.
b) ganhar fama.
c) não acostumá-la mal.
d) não chamar atenção.
e) ser diferente.
03 – Na passagem “onde tratam dela a pão-de-ló”, a expressão destacada significa:
a) desprezada.
b) infeliz.
c) humilhada.
d) bem tratada.
e) maltratada.
04 – A mulher tratava bem a galinha porque ela era:
a) comum.
b) diferente.
c) pequena.
d) velha.
e) grande.
05 – Qual das características a seguir pode ser atribuída à galinha?
a) avareza
b) conformismo
c) ingratidão
d) revolta
e) hipocrisia
06 – A galinha foi embora para:
a) procurar outras galinhas.
b) mudar de galinheiro.
c) procurar boa comida.
d) fugir dos maus tratos.
e) para mudar de ambiente.
07 – Antes de dizer que a galinha deveria catar “o de-comer no quintal”, o que o marido mandou a mulher dar para a galinha?
a) Farelo
b) Pão-de-ló
c) Sorvete
d) Ovos
e) Milho
08 – Qual das alternativas a seguir não é correta em relação ao homem da fábula?
a) É um personagem preocupado com o corte de gastos.
b) Mostra ingratidão em relação à galinha.
c) Demonstra não ouvir as opiniões dos outros.
d) Identifica-se como autoritário em relação à mulher.
e) Revela sua maldade nos maus-tratos em relação à galinha.
09 – Era uma vez um homem que tinha uma galinha. De que outro modo poderia ser dita a frase destacada?
a) Era uma vez uma galinha, que vivia com um homem.
b) Era uma vez um homem criador de galinhas.
c) Era uma vez um proprietário de uma galinha.
d) Era uma vez uma galinha que tinha uma propriedade.
e) Certa vez um homem criava uma galinha.
10 – Era uma vez é uma expressão que indica tempo:
a) bem localizado
b) determinado
c) preciso
d) indefinido
e) bem antigo
11- A segunda frase do texto diz ao leitor que a galinha era uma galinha como as outras. Qual o significado dessa frase?
a) A frase tenta enganar o leitor, dizendo algo que não é verdadeiro.
b) A frase mostra que era normal que as galinhas botassem ovos de ouro.
c) A frase indica que ela ainda não havia colocado ovos de ouro.
d) A frase mostra que essa história é de conteúdo fantástico.
e) A frase demonstra que o narrador nada conhecia de galinha.
12 – O que faz a galinha ser diferente das demais?
a) Botar ovos todos os dias independentemente do que comia.
b) Oferecer diariamente ovos a seu patrão avarento.
c) Pôr ovos de ouro antes da época própria.
d) Botar ovos de ouro a partir de um dia determinado.
e) Ser bondosa, apesar de sofrer injustiças.
13 – O homem ficou contente. O conteúdo dessa frase indica um (a):
a) causa
b) tempo
c) explicação
d) consequência
e) comparação
14 – A presença de travessões no texto indica:
a) a admiração da mulher
b) a surpresa do homem
c) a fala dos personagens
d) a autoridade do homem
e) a fala do narrador da história
15 – Que elementos demonstram que a galinha passou a receber um bom tratamento, após botar o primeiro ovo de ouro?
a) pão-de-ló / mingau / sorvete
b) milho / farelo / sorvete
c) mingau / sorvete / milho
d) sorvete / farelo / pão-de-ló
e) farelo / mingau / sorvete
16 – Dizem, eu não sei… Quem é o responsável por essas palavras?
a) o homem
b) a galinha
c) o narrador
d) a mulher
e) o ovo
Respostas:
1-a, 2-a, 3-d, 4-b, 5-b, 6-c, 7-e, 8-e, 9-c, 10-d, 11-c, 12-d, 13-a, 14-c, 15-a, 16-c
 
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A cigarra e a formiga
La Fontaine
A cigarra, sem pensar
em guardar
a cantar passou o verão.
Eis que chega o inverno, e então,
sem provisão na despensa,
como saída, ela pensa
em recorrer a uma amiga:
sua vizinha, a formiga,
pedindo a ela, emprestado,
algum grão, qualquer bocado
até o bom tempo voltar.
– Antes de agosto chegar,
pode estar certa a Senhora:
pago com juros, sem mora.
Obsequiosa, certamente
a formiga não seria.
– Que fizeste até outro dia?
perguntou à imprevidente.
– Eu cantava, sim Senhora,
noite e dia sem tristeza.
– Tu cantavas? Que beleza!
Muito bem: pois dança, agora…
01 – De acordo com o texto, por que a cigarra não possuía provisão na despensa?
a) Porque passou o verão comendo.
b) Porque passou o verão cantando.
c) Porque se esqueceu de guardar.
d) Porque tudo estragou durante o verão.
02 – Qual a solução encontrada pela cigarra para resolver seu problema?
a) Saiu em busca de trabalho.
b) Mendigou pelos arredores.
c) Pediu ajuda a alguém próximo à ela.
d) Aproveitoupara fazer uma dieta.
03 – Observe o contexto em que as seguintes palavras estão e assinale a opção em que o significado não corresponde à palavra retirada do texto:
a) provisão: mantimentos
b) obsequiosa: que presta favores
c) imprevidente: precavida, cautelosa
d) sem mora: sem demora
04 – As fábulas têm o propósito de passar ensinamentos. A partir do ponto de vista da formiga, qual ditado popular melhor representaria a moral dessa fábula?
a) Primeiro o dever, depois o prazer.
b) Nem tudo que reluz é ouro.
c) Quem sai na chuva é pra se molhar.
d) Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
05 – Observando a situação da cigarra, que ditado popular melhor representaria o ensinamento da fábula?
a) Nunca troque o certo pelo duvidoso.
b) Casa de ferreiro; espeto de pau.
c) Pobre de quem pede ajuda a quem só sabe fazer o mal.
d) Filho de peixe, peixinho é.
06 – Chamamos de ironia o modo de expressão que consiste em dizer o contrário do que realmente se pensa, com a intenção de ridicularizar. Assim, em qual dos trechos podemos perceber que a personagem utilizou a ironia em sua fala?
a) “Antes de agosto chegar […] pago com juros…”
b) “Eu cantava, sim Senhora, noite e dia…”
c) “Que fizeste até outro dia?”
d) “Tu cantavas? Que beleza!”
07 – Dependendo do contexto em que as palavras se encontram, elas podem assumir outros significados. Em qual frase a palavra dança foi utilizada com o mesmo sentido do texto?
a) Mariana aprendeu uma nova dança.
b) Se não estudar, você dança na prova.
c) Ele dança sem vontade.
d) Faltam dois minutos para a apresentação do grupo de dança.
08 – Pelo que lemos na fábula, qual a qualidade poderia ser atribuída à formiga?
a) mesquinha
b) generosa
c) solidária
d) impaciente
Respostas:  1-b, 2-c, 3-c, 4-a, 5-c, 6-d, 7-b, 8-a
 
DICA: Veja aqui uma super aula envolvendo o gênero fábula:
https://portuguesetri.wordpress.com/2016/01/27/confabulando-sugestao-de-atividades-com-o-genero-fabula-6o-ano/
 
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A velha contrabandista
Stanislaw Ponte Preta
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
– Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo e respondeu:
– É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
– Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
– Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
– Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
– O senhor promete que não “espaia” ? – quis saber a velhinha.
– Juro – respondeu o fiscal.
– É lambreta.
 
1) O que a velhinha carregava dentro do saco, para despistar o guarda?
2) O que o autor quis dizer com a expressão “tudo malandro velho”?
3) Leia novamente o 4º parágrafo do texto e responda: Quando o narrador citou os dentes que “ela adquirira no odontólogo”, a que tipo de dentes ele se referia?
4) Explique com suas palavras qual foi o truque da velhinha para enganar o fiscal.
5) Quando a velhinha decidiu contar a verdade?
6) Qual é a grande surpresa da história?
7) Organize corretamente as frases abaixo, observando a ordem dos acontecimentos.
(   ) O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.
(   ) O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.
(   ) Diante da promessa do fiscal, ela lhe contou a verdade: era contrabando de lambretas.
(   ) Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa lambreta, com um saco no bagageiro.
(   ) Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos os dias.
(   ) Durante um mês, o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
(   ) Então, ele prometeu que não contaria nada a ninguém, mas pediu à velhinha que lhe dissesse qual era o contrabando que fazia.
 
Respostas:
1- Carregava areia.
2- Quis dizer que os fiscais eram experientes.
3- Estava se referindo aos dentes postiços, artificiais.
4- Resposta esperada: Carregava sacos de areia na garupa para distrair a atenção dos guardas sobre o verdadeiro contrabando.
5- Quando o guarda lhe jurou que não contaria a verdade a ninguém.
6- O final, quando a velhinha revela que contrabandeava lambretas.
7- 3, 2, 7, 1, 4, 5, 6
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O homem que espalhou o deserto
Ignácio de Loyola Brandão
Quando menino, costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o quintal, cortando folhas das árvores. Havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e até mesmo jabuticabeiras. Um quintal enorme, que parecia uma chácara e onde o menino passava o dia cortando folhas. A mãe gostava, assim ele não ia para a rua, não andava em más companhias. E sempre que o menino apanhava o seu caminhão de madeira (naquele tempo, ainda não havia os caminhões de plástico, felizmente) e cruzava o portão, a mãe corria com a tesoura: tome, filhinho, venha brincar com as suas folhas. Ele voltava e cortava. As árvores levavam vantagem, porque eram imensas e o menino pequeno. O seu trabalho rendia pouco, apesar do dia-a-dia, constante, de manhã à noite.
Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia determinado, à medida que o tempo passava, a acabar com as folhas todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele não queria ir à escola, não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou amigos. Apenas tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com elas no quarto. (…)
Só que, agora, ele era maior e as árvores começaram a perder. Ele demorou apenas uma semana para limpar a jabuticabeira. Quinze dias para a mangueira menor e vinte e cinco para a maior. Quarenta dias para o abacateiro que era imenso, tinha mais de cinquenta anos. E seis meses depois, quando concluiu, já a jabuticabeira tinha novas folhas e ele precisou recomeçar.
Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, porque o desbastamento das árvores tinha afugentado pássaros e destruído ninhos, ele concluiu que de nada adiantaria podar as folhas. Elas se recomporiam sempre. É uma capacidade da natureza, morrer e reviver. Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a solução: um machado.
Numa terça-feira, bem cedo, que não era de perder tempo, começou a derrubada do abacateiro. Levou dez dias, porque não estava habituado a manejar machados, as mãos calejaram, sangraram. Adquirida a prática, limpou o quintal e descansou aliviado.
Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela desolação, ele saiu de machado em punho, para os arredores da cidade. Onde encontrava árvore, capões, matos atacava, limpava, deixava os montes de lenhas arrumadinhos para quem quisesse se servir. Os donos dosterrenos não se importavam, estavam em vias de vendê-los para fábricas ou imobiliárias e precisavam de tudo limpo mesmo.
E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu instrumento. Onde quer que precisassem derrubar árvores, ele era chamado. Não parava. Contratou uma secretária para organizar uma agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia, construiu edifícios para guardar machados, abrigar seus operários devastadores. Importou tratores e máquinas especializadas do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nos Estados Unidos e Europa. Eles voltaram peritos de primeira linha. E trabalhavam, derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada em pé. Onde quer que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar.
E enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto, terra calcinada. E então, o governo, para remediar, mandou buscar em Israel técnicos especializados em tornar férteis as terras do deserto. E os homens mandaram plantar árvores. E enquanto as árvores eram plantadas, o homem do machado ensinava ao filho a sua profissão. 
 
PARTE 1 – Interpretação
1) Este texto se classifica em: (   ) narrativo         (   ) informativo          (   ) poético
2) O narrador participa da história:   (   ) sim               (   ) não
3) Quantos parágrafos há no texto?    (   ) 10             (   ) 8                 (   ) 9
4) Reescreve as frases, substituindo as palavras ou expressões destacadas pelos sinônimos do quadro:
a) O desbastamento das árvores tinha afugentado os pássaros.
b) O seu cérebro era diminuto.
c) Chegaram máquinas do estrangeiro.
d) Eles voltaram peritos de primeira linha.
e) Costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o quintal.
5) Escreve uma frase empregando o verbo apanhar em sentido diferente do que foi usado no texto.
6) Assinala as características do personagem principal:
(   ) compulsivo
(   ) amigo do meio ambiente
(   ) de inteligência diminuta
(   ) alegre
(   ) obsessivo
(   ) destruidor
7) Responde:
a) O narrador diz que “naquele tempo, ainda não havia os caminhões de plástico, felizmente”. O que ele quis dar a entender com a palavra felizmente?
b) O narrador afirma que o cérebro do personagem era diminuto e que ele demorou a encontrar uma solução. Que relação o autor pretende estabelecer entre a destruição da natureza e a inteligência?
c) Descreve o quintal antes e depois da ação do garoto, mostrando o contraste.
d) Tu gostaste do texto? Por quê?
e) Releia o trecho que mostra como a mãe se comportava em relação às atitudes do filho. Na tua opinião, que influência teve a mãe na educação do menino?
f) Que ensinamentos podemos tirar da leitura deste texto?
g) Existe relação entre o texto e a realidade em que vivemos? Explica.
8) Observa a seguinte frase: “As árvores eram imensas, e o menino pequeno.”
a) Que palavras indicam contraste, isto é, têm sentido oposto?
b) Agora, escreve palavras que indiquem ideias contrárias às seguintes:
“…afugentando pássaros”:
“…destruindo ninhos”:
“…as árvores levavam vantagem”:
 
PARTE 2 – Produção de Texto
Cria um texto oposto a esse, ou seja, que traga uma mensagem positiva sobre o homem e o meio ambiente.
 
PARTE 3 – Acentuação
1) Justifica o uso do acento das seguintes palavras retiradas do texto:
árvores
até –
só –
más –
só – 
2) Retira do texto 3 proparoxítonas: 
3) Relaciona:
(1) oxítona                              (     ) menor                   (     ) natureza
(2) paroxítona                        (     ) folhas                    (     ) perder
(3) proparoxítona                   (     ) fábricas                  (     ) buscar
 
PARTE 4 – Substantivo e Adjetivo
Classifica as palavras destacadas no texto, em substantivo ou adjetivo.
 
Respostas:
PARTE 1
1- Narrativo
2- Não participa.
3- 8
4- a) O desbastamento das árvores tinha espantado os pássaros.
b) O seu cérebro era insignificante.
c) Chegaram máquinas do exterior.
d) Eles voltaram experientes.
e) Costumava pegar a tesoura da mãe e ia para o quintal.
5- Reposta pessoal.
6- compulsivo, obsessivo, destruidor, de inteligência diminuta
7- a) O narrador usa a palavra felizmente porque o plástico é um material que polui muito mais, demora a se decompor, prejudica o meio ambiente.
b) Pessoas inteligentes não destroem a natureza, pois sabem que precisamos dela.
c) Antes havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e até mesmo jabuticabeiras, era um quintal enorme, que parecia uma chácara. Depois, sem árvores, sem plantas, o quintal ficou silencioso, porque o desbastamento das árvores tinha afugentado pássaros e destruído ninhos.
d) Resposta pessoal
e) A mãe incentivava o filho a cortar as folhas, achava aquilo bom, pois tinha medo de que o menino saísse para a rua e encontrasse más companhias. Ela influenciou negativamente a educação do filho; sem querer, ajudou-o a se tornar um destruidor da natureza.
f) Reposta pessoal
g) Resposta pessoal
8-a) imensas, pequeno
b) atraindo, construindo, desvantagem
 
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Apagão em escala planetária festejará o brilho das estrelas
Pouca gente ouviu falar de poluição luminosa, mas tal coisa existe e é um pesadelo na vida de astrônomo, pois rouba a beleza do céu estrelado. Não foram os astros que perderam o frescor, a humanidade é que iluminou intensamente a Terra e ofuscou a noite. A poluição luminosa é causada pelo excesso de iluminação urbana. (…) Para chamar a atenção para o problema, astrônomos de diversos países começaram a organizar algo como o dia mundial do céu escuro. A ideia é que as luzes das cidades fossem apagadas por alguns instantes. (…)
(Revista O Globo, Rio de Janeiro, 3/10/2004)
1- Da leitura do texto, pode-se entender que a poluição luminosa é provocada:
a) pelo brilho intenso das estrelas.
b) pela perda do viço dos astros.
c) pela pouca iluminação de algumas cidades.
d) pelo excesso de iluminação urbana.
2- De acordo com o texto, o excesso de iluminação é uma preocupação para os astrônomos porque:
a) dificulta a iluminação urbana.
b) ilumina excessivamente a cidade.
c) impede a plena observação das estrelas.
d) torna a noite ainda mais escura.
3- A questão central tratada no texto é a:
a) economia de energia.
b) beleza das estrelas.
c) pesquisa dos astros.
d) poluição luminosa.
4- A finalidade desse texto é:
a) informar a preocupação dos astrônomos.
b) denunciar os perigos de um apagão.
c) alertar sobre o consumo de energia.
d) valorizar o excesso de iluminação urbana.
 
Respostas: 1-d, 2-c, 3-d, 4-a 
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A vida do Homem
Xavier Marques
Deus criou o homem e disse-lhe:
— Vai, serás o senhor da terra e o animal superior. Grandes trabalhos e surpresas te esperaram, mas de tudo triunfarás, se fizeres a tua parte. A tua felicidade depende muito do teu querer. Viverás 30 anos.
O homem ouviu e calou-se.
Deus criou o burro e disse-lhe:
— Vais viver como escravo do homem, conduzi-lo e a todos os fardos que te puserem às costas.
Serás bastante discreto e paciente para suportar, além da pesada carga, as privações que te forem impostas durante as viagens. Viverás 50 anos.
— Escravidão, cargas, privações e viver 50 anos… É muito, Senhor. Bastam-me 30.
Deus criou o cão e disse-lhe:
— Vais ser o companheiro do homem, de quem guardarás sempre alerta a porta, servindo-o com inteira obediência, ainda que não recebas mais do que um osso para matar a fome. Sofrerás açoites, mas, humilde e fiel, tens que lamber a mão que te castiga. Viverás 30 anos.
O cão pensou e refugou:
— Vigiar dia e noite, açoitado, padecer fome e viver 30 anos… Não, Senhor, quero apenas 10.
Deus criou o macaco e disse-lhe:
— Vai, o teu ofício é alegrar o homem, saltando de galho em galho, ou atado a um cepo, procurarás, imitando-o o bom humor. Viverás 50 anos.
O macaco pestanejou e pediu:
— Senhor, é demasiado para tão indigno mister. Basta-me viver trinta anos.
Tomando, então, a palavra, disse o homem:
— Vinte anos que o burro não quis, vinte que o cão enjeitou, vinte que o macaco recusa, dai-me os, Senhor, que trinta anos é muito

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