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Advogado, membro do IBDP – INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO PROCESSUAL, da AASP – ASSOCIAÇÃO DOS ADVOGADOS DE SÃO PAULO, autor de diversas obras jurídicas, com destaque para o CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL COMENTADO, CURSO DE DIRETO PROCESSUAL CIVIL, AUDIÊNCIAS CÍVEIS, AÇÕES POSSESSÓRIAS, PROCESSO CIVIL SINTETIZADO, PROCESSO CIVIL NO EXAME DE ORDEM, todos publicados pelo GRUPO GEN. Misael Montenegro Filho AGRAVO DE INSTRUMENTO - CONTRA DECISÃO PROFERIDA NA FASE DE CUMPRIMENTO DA SENTENÇA – 04 – O art. 1.015 da lei processual limita as situações que ensejam a interposição do recurso de agravo de instrumento, entendendo a maioria da doutrina e da jurisprudência que o dispositivo deve ser interpretado taxativamente. No caso do recurso que acompanha estes comentários, o agravante ataca decisão proferida na fase de cumprimento da sentença, o que é permitido pelo parágrafo único da mesma norma processual. Esse recurso deve ser apresentado no prazo geral de 15 (quinze) dias uteis, que é contado em dobro quando o remédio processual é apresentado pela Fazenda Pública, pela Defensoria Pública, pelo Ministério Público ou por litisconsortes representados por diferentes procuradores (arts. 180, 183, 186 e 229 da lei processual), desde que estes integrem escritórios de advocacia igualmente distintos e que o processo tramite em autos físicos. Na parte dos pedidos, o recorrente pode solicitar a atribuição do efeito suspensivo (quando ataca decisão positiva) ou a concessão da tutela antecipada recursal (quando ataca decisão negativa). Quanto ao pedido final (PROVIMENTO DO RECURSO), é frequente o requerimento de reconhecimento da nulidade da decisão atacada. Comentários: – 05 – PETIÇÃO Excelentíssimo Senhor Desembargador do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco – a quem o presente recurso vier a ser distribuído. CARLOS DA SILVA, brasileiro, divorciado, agrônomo, portador da cédula de identidade nº 0.000.000 – SSP/DF, residente e domiciliado no município do Recife, capital do Estado de Pernambuco, por seu advogado infra-assinado, conforme instrumento procuratório em anexo, com endereço profissional sito na Rua Cel. Anísio Rodrigues Coelho, 464, sala 902, no bairro da Boa Viagem, município do Recife, capital do Estado de Pernambuco, local em que receberá as intimações que se fizerem necessárias, irresignando-se com decisão proferida nos autos do Procedimento de Execução de Sentença instaurado a requerimento de MANOELA DOS SANTOS e outros, nº 0000000-92.2011.8.17.0001, vem, pela presente, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO, de acordo com as razões de fato e de direito adiante aduzidas: DA TEMPESTIVIDADE Sendo de 15 (quinze) dias úteis o prazo para a interposição do recurso de agravo de instrumento, é de toda a evidência a tempestividade deste remédio processual, já que a peticionária se deu por intimada dos termos da decisão atacada no dia 6.11.2017, quando lhe foi concedida vista dos autos (§ do art. 272 do novo CPC), em atendimento a petição anteriormente protocolada, contando-se o prazo recursal a partir do dia seguinte (7.11.2017), findando no dia 27.11.2017, considerando-se na contagem como úteis os dias 7, 8, 11, 12, 13, 14, 15, 18, 19, 20, 21, 22, 25, 26 e 27 de novembro de 2017. – 06 – PETIÇÃO DO CABIMENTO DO RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO Como é do conhecimento desses doutos Julgadores, o novo CPC restringiu a possibilidade de interposição do recurso de agravo de instrumento, limitando-o ao ataque das decisões listadas no seu art. 1.015. O parágrafo único do mencionado dispositivo processual garante a interposição do recurso de agravo de instrumento para combater decisão proferida na fase de cumprimento da sentença, como é a hipótese dos autos, em que o magistrado prolatou o pronunciamento atacado exatamente na referida fase processual, versando sobre questões relacionadas à penhora. DA DECISÃO RECORRIDA Apenas para situar esses doutos Julgadores, a peticionária pede vênia para reproduzir trecho da decisão atacada (fl. 272): “Considerando o valor atualizado do cumprimento de sentença (fls. 240/244), e sabendo que os 21,5 hectares penhorados (auto de penhora de fl. 114) não são suficientes para cobrir o valor executado – tratando-se de bem imóvel com 76,66 há, cuja certidão foi trazida aos autos (fls. 418/419) do processo 0620103 – 65.1999.8.17.0001) – DEFIRO A PENHORA DO RESTANTE DO IMÓVEL” – 07 – PETIÇÃO 05. Não só essa decisão deve ser declara nula, como também todos os demais atos praticados a partir da fl. 245, por ausência de intimação, acarretando, consequentemente, a infração ao princípio do contraditório e da ampla defesa, abrigado pelo inciso LV do art. 5º da CF e pelo art. 7º do CPC. 06. Nesse passo, e compulsando os autos, especificamente à fl. 239, percebemos que a autoridade monocrática determinou o encaminhamento dos autos ao contador, para atualização do débito, levando em conta “as sentenças de fls. 204/208 (condenação por danos morais e materiais) e 218/219 (condenação em alimento provisionais)”, ressalvando que, após a prática desse ato, a secretaria deveria providenciar a expedição de mandado de avaliação do bem penhorado. 07. A primeira determinação originou a elaboração dos cálculos de fls. 241/244, resultando na conclusão de que o peticionário seria devedor da quantia de R$ 4.459.561,69 (quatro milhões quatrocentos e cinquenta e nove mil quinhentos e sessenta e um reais e sessenta e nove centavos), que é absurdamente superior ao valor histórico da execução, estimado em R$ 641.623,00 (seiscentos e quarenta e um mil seiscentos e vinte e três reais). 08. Não obstante o retorno dos autos do contador judicial, as partes não tiveram oportunidade para se manifestar sobre a conta, o que infringe o princípio do contraditório e da ampla defesa, repita-se, abrigado pelo inciso LV do art. 5º da CF e pelo art. 7º do novo CPC. – 08 – PETIÇÃO 09. Não bastasse, e como ressalvado em linhas anteriores, foi expedida carta precatória para a avaliação do bem atingido pela penhora judicial (21 hectares da Fazenda Santa Rita II), resultando na elaboração do laudo de avaliação de fl. 267, no qual o auxiliar do juízo avaliou cada hectare em R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais). 10. Sem que as partes tivessem oportunidade de se manifestar sobre o laudo de avaliação, inexplicavelmente (PASMEM, NÃO HOUVE INTIMAÇÃO), a autoridade monocrática determinou a penhora do restante do imóvel, ou seja, de mais 55,16 hectares, embora o próprio auto de avaliação informe que a totalidade da propriedade foi estimada em R$ 12.265.600,00 (doze milhões duzentos e sessenta e cinco mil e seiscentos reais), ou seja, quase 3 (três) vezes o valor da dívida, caracterizando o EXCESSO DE PENHORA e a infração ao princípio da menor onerosidade para o devedor. 11. Com a devida vênia, é imperioso o reconhecimento da nulidade do processo desde o retorno dos autos do contador judicial, evitando a infração ao princípio do contraditório e da ampla defesa, e a supressão do patrimônio do executado, sem que tenha sequer oportunidade de se manifestar nos autos. 12. Desde o momento indicado em linhas anteriores, e pelo menos desde esse momento, o processo passou a ter tramitação unilateral, sem que o peticionário tenha sido comunicado dos acontecimentos processuais, mediante o aperfeiçoamento de intimações. 13. Considerando que o reconhecimento da nulidade processual depende da comprovaçãodo prejuízo, no caso concreto, este é induvidoso, na medida em que o douto Juízo a quo determinou o aperfeiçoamento da penhora do restante do bem, ou seja, de mais 55 (cinquenta e cinco) hectares, além dos 21,5 anteriormente penhorados. 14. Em termos financeiros, partindo da premissa de que o hectare foi avaliado em R$ 160.000,00, constatamos que o “reforço de penhora” resultou em constrição de R$ 12.160.000,00 (doze milhões cento e sessenta mil reais), quando o crédito exequendo seria de R$ 4.500.000,00 (quatro milhões e quinhentos mil reais), segundo os cálculos elaborados pelo contador judicial, repita-se, sobre os quais o peticionário não foi intimado para se manifestar. 15. O não aperfeiçoamento da intimação do peticionário para se manifestar sobre cálculos e sobre o novo laudo de avaliação fere frontalmente as disposições do novo CPC, bastado seja destacado o seu art. 874, que tem a seguinte redação: – 09 – PETIÇÃO – 10 – PETIÇÃO 12. Desde o momento indicado em linhas anteriores, e pelo menos desde esse momento, o processo passou a ter tramitação unilateral, sem que o peticionário tenha sido comunicado dos acontecimentos processuais, mediante o aperfeiçoamento de intimações. 13. Considerando que o reconhecimento da nulidade processual depende da comprovação do prejuízo, no caso concreto, este é induvidoso, na medida em que o douto Juízo a quo determinou o aperfeiçoamento da penhora do restante do bem, ou seja, de mais 55 (cinquenta e cinco) hectares, além dos 21,5 anteriormente penhorados. 14. Em termos financeiros, partindo da premissa de que o hectare foi avaliado em R$ 160.000,00, constatamos que o “reforço de penhora” resultou em constrição de R$ 12.160.000,00 (doze milhões cento e sessenta mil reais), quando o crédito exequendo seria de R$ 4.500.000,00 (quatro milhões e quinhentos mil reais), segundo os cálculos elaborados pelo contador judicial, repita-se, sobre os quais o peticionário não foi intimado para se manifestar. 15. O não aperfeiçoamento da intimação do peticionário para se manifestar sobre cálculos e sobre o novo laudo de avaliação fere frontalmente as disposições do novo CPC, bastado seja destacado o seu art. 874, que tem a seguinte redação: “Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado e ouvida a parte contrária, mandar: Omissis. II – ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o valor dos bens penhorados for inferior ao crédito do exequente”. 16. Infelizmente, o douto juízo a quo não determinou a ouvida do peticionário, nem sobre os cálculos nem sobre a nova avaliação procedida, comprometendo a validade do processo. 17. A manifestação do peticionário sobre os atos processuais é necessária, primeiro porque nos encontramos diante de execução vultosa, que atingiu bem imóvel de grande extensão, segundo porque a avaliação sequer respeitou o art. 872 da nova lei processual, textual em prever que deve constar de vistoria e de laudo, não confeccionados no caso concreto, não se tendo sequer a certeza de qual foi o hectare avaliado pelo auxiliar do juízo, providência necessária, repita-se, considerando a extensão da terra, parte na beira da pista, de valor muito superior aos tais R$ 160.000,00, parte na sua fração posterior. 18. Embora a execução seja instaurada no proveito do credor, o novo CPC manteve em evidência a importância do princípio da menor onerosidade para o devedor, especificamente em seu art. 805, que tem a seguinte redação: – 11 – PETIÇÃO – 12 – PETIÇÃO “Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. Omissis”. 19. No caso concreto, e mediante as práticas denunciadas em linhas anteriores, o juízo a quo determinou o aperfeiçoamento da penhora de toda a propriedade pertencente ao devedor, quando a constrição inicialmente realizada é suficiente para garantir a satisfação da obrigação, caracterizando, inegavelmente, o EXCESSO DE PENHORA. 20. A manutenção da decisão atacada resultaria em grave infração ao direito de propriedade do ora agravante, constitucionalmente assegurado, e na institucionalização de um processo unilateral, sem que o devedor seja comunicado da prática de atos processuais, e, por consequência, sem que tenha sequer o direito de peticionar. Mas certamente a decisão atacada não será mantida. DOS PEDIDOS 21. Posta a questão nesses termos, demonstrada a precariedade da decisão atacada, o agravante pede e requer se digne Vossa Excelência a: (a) CONCEDER EFEITO SUSPENSIVO AO RECURSO, suspendendo, consequentemente, os efeitos da decisão atacada, evitando a consumação do excesso de penhora, e a prática dos demais atos executivos.: (b) Determinar o aperfeiçoamento da intimação da agravada, através da Bela. ADRIANA PEREIRA, inscrita na OAB/PE sob o nº 60.000, com endereço profissional sito na Rua Engenheiro Ubaldo Pastor, nº 110, sala 505, no bairro de Santo Antônio, Recife/PE, para que, querendo, ofereça impugnação, determinando, ainda, a expedição de ofício ao juiz da causa, para que preste as informações de estilo. (c) Ao final, DAR PROVIMENTO ao recurso, tornando sem efeito a decisão atacada, para reconhecer a nulidade do processo a partir dos cálculos anteriormente informados, ou seja, a partir da fl. 245, incluindo, por lógica, a decisão de fl. 272, através da qual a autoridade monocrática determinou o aperfeiçoamento da penhora do restante do imóvel pertencente ao ora agravante, infringindo o seu direito de propriedade, permitindo, assim, que as partes sejam intimadas para se manifestar sobre os cálculos elaborados e sobre o auto de avaliação de fl. 267, como determinado pela lei processual. Nestes termos, com a guia de recolhimento das custas recursais e a cópia integral do processo que tem curso na 1ª Instância em anexo, na qual constam os documentos obrigatórios, Pede deferimento. Recife, 25 de novembro de 2017. Misael Montenegro Filho OAB/PE 14.026 – 13 – PETIÇÃO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - PARA DESTRANCAR O RESP (INTERPOSIÇÃO CONTRA DECISÃO DA VICE-PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL LOCAL) O recurso de agravo em recurso especial é disciplinado pelo art. 1.042 da lei processual, e ataca decisão proferida pela Presidência ou pela Vice-Presidência dos Tribunais Estaduais e dos Tribunais Regionais Federais, que negam seguimento ao recurso especial. Com a interposição desse recurso, o agravante pretende destrancar o recurso especial, permitindo que seja conhecido pelo STJ. O recurso de agravo em recurso especial deve ser interposto no prazo de 15 (quinze) dias uteis, que é contado em dobro quando o remédio processual é interposto pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pelo Ministério Público ou por litisconsortes representados por diferentes procuradores (arts. 180, 183, 186 e 229 da lei processual), desde que integrem escritórios de advocacia igualmente distintos e que o processo tenha curso em autos eletrônicos. Muito cuidado: o recorrente não pode se limitar a repetir as razões que fundamentaram o recurso especial (copiar e colar), devendo atacar especificamente a decisão proferidapela Presidência ou pela Vice- Presidência do Tribunal local, sob pena de não conhecimento do recurso, em decorrência da aplicação do princípio da dialeticidade. O recurso de agravo em recurso especial não exige o recolhimento das custas e é interposto junto ao próprio Tribunal que proferiu a decisão atacada. – 15 – Comentários: Excelentíssimo Senhor Desembargador Vice-Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco. JOÃO DA SILVA e outro, por seu advogado infra-assinado, nos autos dos Embargos de Declaração no Agravo na Apelação Cível nº 0010000000 – 08.2003.8.17.0001, havendo sido intimados do teor da r. decisão de fls., publicada no dia 11.12.2016, através da qual essa ínclita autoridade jurisdicional não conheceu do recurso especial anteriormente interposto, sob a alegação de que o subscritor desta manifestação processual não estaria dotado de poderes para representar os recorrentes em juízo, vêm, pela presente e dentro do prazo legal, interpor AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL, com fundamento no art. 1.042 da nova lei processual, correspondendo ao art. 544 do CPC/73, de acordo com as razões adiante aduzidas, confiando, concessa vênia, que a espécie recursal seja provida, permitindo a subida do recurso extremo. Nestes termos, Pedem deferimento. Recife, 19 de dezembro de 2017. Misael Montenegro Filho OAB/PE 14.026 – 16 – PETIÇÃO: Agravantes: JOÃO DA SILVA e outro Agravada: SOCIEDADE S.A. Embargos de Declaração no Agravo na Apelação Cível nº 0010000000 – 08.2003.8.17.0001 RAZÕES DOS AGRAVANTES Eminentes Ministros: 01. A r. decisão proferida pela Vice-Presidência do e. TJPE deve ser reformada, data vênia, por ser contrária aos dispositivos que integram a nova lei processual, que começou a vigorar quase 1 (um) mês antes da prolação do referido pronunciamento judicial. 02. Nesse passo, atentos aos autos, percebemos que o órgão que realizou o juízo diferido de admissibilidade do recurso extremo concluiu que o subscritor desta manifestação processual não detinha poderes de representação dos ora agravantes, já que atuou com lastro em substabelecimento conferido por advogados que não estavam representados nos autos, como tais os Beis. JOÃO DOS SANTOS e RODRIGO DOS SANTOS. 03. Em outras palavras, os advogados identificados em linhas anteriores não poderiam ter substabelecido o mandato ao subscritor desta manifestação processual, pois aqueles não estavam investidos de poderes. – 17 – PETIÇÃO: 04. Com a devida vênia, o pronunciamento não se afina com a realidade dos autos, já que o órgão que realizou o juízo de admissibilidade exigiu documento que não existe, que foi suprimido na instância a quo, juntamente com todo o restante do caderno processual. 05. E não existia por uma simples razão: os autos do processo originário (prestação de contas) foram extraviados, tendo sido posteriormente restaurados, com os documentos de que as partes dispunham, sem que a procuração referida pelo órgão de admissibilidade tenha sido encontrada. 06. Assim, e apenas por preciosismo, não seria o caso de não conhecer do recurso extremo, mas de conceder prazo para que a irregularidade (se é que pode ser assim considerada) fosse suprida, nos termos do parágrafo único do art. 932 da nova lei processual, que tem a seguinte redação: “Art. 932. Omissis. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível”. 07. O caso em análise não é igual ou semelhante aos milhares de casos em que o advogado que representa a parte atua sem instrumento de mandato, por desídia da parte ou do profissional. 08. Diferentemente, encontramo-nos diante de processo que foi abatido por extravio, e parcialmente restaurado, sem que os peticionários dispusessem da cópia da procuração que integrou o– 18 – PETIÇÃO: 09. Contudo, não há dúvida de que os substabelecentes detinham poderes, e que podiam transferi-los, na medida em que seus nomes constam no sistema do tribunal local, como advogados habilitados. 10. Além da norma reproduzida em linhas anteriores, o § 3º do art. 1.029 da nova lei processual estabelece a seguinte regra: “O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave”. 11. O que a nova lei processual fez foi valorizar o fim, o julgamento de mérito, em detrimento de exigências formais menos importantes. 12. No caso submetido à apreciação desses doutos Julgadores, embora seja inegável que a procuração é documento essencial, em qualquer hipótese, o documento não mais existia, na forma como confeccionado, merecendo destaque a advertência de que a ação de restauração de autos foi julgada pela procedência dos pedidos, o que parte da premissa da sua regularidade. 13. Em outras palavras, se é caso de considerarmos que houve alguma regularidade no caso em exame, esta teve por base sentença que reconheceu a regularidade da restauração dos autos, como se os documentos imprescindíveis estivessem no caderno processual. – 19 – PETIÇÃO: DO PEDIDO 14. Posta a questão nesses termos, demonstrada a precariedade da decisão atacada e a infração aos dispositivos processuais anteriormente identificados, os peticionários requerem se dignem Vossas Excelências a DAR PROVIMENTO a este recurso, permitindo a subida do recurso extremo e a apreciação dos seus fundamentos de mérito. Nestes termos, Pedem deferimento. Recife, 19 de dezembro de 2017. Misael Montenegro Filho OAB/PE 14.026 – 20 – PETIÇÃO: AGRAVO INTERNO - ART. 1.021 DO CPC (QUESTÃO VERSANDO SOBRE A CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA) O recurso de agravo interno é interposto contra as decisões proferidas por desembargadores (decisão monocrática ou unipessoal), no âmbito dos Tribunais, com fundamento no art. 932 do CPC, sendo disciplinado pelo art. 1.021 do mesmo código. Exemplificativamente, quando o vencido interpõe o recurso de apelação, espera que o mesmo seja julgado por um órgão colegiado (Câmara Cível, Turma Cível, por exemplo). Contudo, para a sua surpresa, o desembargador relator nega seguimento ao recurso, sob a alegação de que o recorrente não teria preenchido determinado requisito de admissibilidade. Contra essa decisão, o apelante pode interpor agravo interno. Esse recurso deve ser apresentado no prazo de 15 (quinze) dias úteis, que é contado em dobro quando o remédio processual é interposto pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pelo Ministério Público ou por litisconsortes representados por diferentes procuradores (arts. 180, 183, 186 e 229 da lei processual), sendo dirigido ao próprio relator que proferiu a decisão monocrática, que pode reforma-la ou encaminhar o recurso para o seu julgamento pelo órgão colegiado. – 22 – Comentários: Excelentíssimo Senhor Desembargador JOÃO DA SILVA – Mui Digno Relator da Ação Rescisória nº 0000000 – 7. MANOEL DOS SANTOS, por seu advogado infra-assinado, nos autos da Ação Rescisória proposta contra MARIA DA SILVA, processo nº 000000 –7, havendo sido intimado do teor da r. decisão de fls., através da qual essa douta relatoria indeferiu o pedido de gratuidade anteriormente formulado pelo peticionário, vem, pela presente e no prazo de 15 (quinze) dias, com fundamento no art. 1.021 da lei processual, interpor o recurso de AGRAVO INTERNO, de acordo com as razões de fato e de direito adiante aduzidas: 01. Conforme percebemos através da simples leitura da decisão datada de 12.12.2017, essa douta relatoria indeferiu o pedido de gratuidade da justiça formulado pelo autor sob o fundamento de que a declaração particular acostada aos autos, subscrita por contador, seria “inservível como meio de prova da alegada insuficiência financeira”. 02. Além disso, essa douta relatoria se baseou na alegação da ré de que o peticionário seria um grande empresário, pessoa abastada, que teria condições de recolher as custas processuais. 03. Antes de o autor rebater os fundamentos identificados em linhas anteriores, destaca que o valor das custas processuais é de aproximadamente R$ 10.000,00 (dez mil reais), valor elevado para qualquer cidadão brasileiro. – 23 – PETIÇÃO: 04. Além disso, com a modificação do valor da causa para R$ 1.286.585,15 (um milhão duzentos e oitenta e seis mil quinhentos e oitenta e cinco reais e quinze centavos), o peticionário estaria obrigado a efetuar o depósito exigido para o ajuizamento da ação rescisória, representando o desembolso de mais ou menos R$ 65.000,00 (sessenta e cinco mil reais), além das custas processuais. 05. No que toca à fundamentação jurídica deste recurso, o autor chama a atenção dessa douta relatoria para os §§ 2º e 3º do art. 99 do novo CPC, que têm a seguinte redação: “Art. 99. Omissis. § 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos. § 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural. Omissis”. 06. Conforme percebemos, a lei processual estabelece a regra de que a afirmação do estado de pobreza é presumidamente verdadeira, quando deduzida por pessoa natural, cabendo à parte contrária desconstituir essa presunção, não com base em alegações vazias, mas em provas. PETIÇÃO: 07. No caso concreto, além de a adversa parte não ter produzido qualquer prova que embasasse a alegação de que o peticionário seria empresário abastado, o documento acostado aos autos pelo autor (declaração subscrita por contador) não poderia ter sido considerado “inservível”, data vênia, por não conter qualquer irregularidade formal e/ou de conteúdo 08. O documento em questão foi assinado por profissional capacitado, informando situação de fato (recebimento mensal da quantia de R$ 1.600,00) que não foi rebatida pela adversa parte, a não ser por alegações vazias. 09. No que toca à alegação de que, quando o pedido de concessão dos benefícios da justiça gratuita é formulado após o ajuizamento da ação, não mais caberia a presunção de miserabilidade, é importante destacar que o pedido só foi formulado pelo autor após o ajuizamento da ação em decorrência do acolhimento do incidente de impugnação ao valor da causa oposto pela ré, representando fato superveniente. 10. O autor não poderia ter formulado o pedido na petição inicial, pois não era pobre na forma da lei, considerado o valor originariamente atribuído à causa. 11. O estado de pobreza só foi evidenciado após o acolhimento do incidente citado em linhas anteriores, com a consequente modificação do valor da causa, quando então, e somente então, fez-se necessário formular o requerimento. PETIÇÃO: 12. A decisão da lavra desse douto Juízo deve ser reformada, data vênia, sob pena de o autor se ver privado de ter acesso à jurisdição, não se tendo a lembrança de uma única pessoa natural em Pernambuco que tenha se desincumbido do ônus de efetuar o recolhimento das custas e do depósito/caução em quantia superior a R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais). 13. Posta a questão nesses termos, demonstrada a precariedade da decisão atacada, com as devidas vênias, o autor requer, preferencialmente, digne-se Vossa Excelência a exercer o juízo de retratação, tornando sem efeito o pronunciamento e concedendo-lhe os benefícios da gratuidade da justiça ou, secundariamente, encaminhar este recurso ao órgão fracionário, onde confia que será PROVIDO, acarretando a modificação do pronunciamento atacado, o que é expressamente requerido. Nestes termos, Pede deferimento. Recife, 12 de janeiro de 2017. Misael Montenegro Filho OAB/PE 14.026 – 26 – PETIÇÃO: APELAÇÃO - ATAQUE À SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO DE ALIMENTOS O recurso de apelação é interposto no 1º grau de jurisdição, exigindo o recolhimento de custas, no ato da interposição (art. 1.007 do CPC), sob pena de deserção. Na sua elaboração, o apelante deve observar a regra constante do art. 1.010 do CPC, que versa sobre os requisitos formais desse recurso. Cuidado: o recorrente não pode se limitar a reproduzir (copiar e colar) a petição inicial ou a contestação. Diferentemente, deve atacar diretamente os fundamentos da sentença, sob pena de não conhecimento do recurso, em decorrência da infração ao princípio da dialeticidade. Após a interposição do recurso, o juiz concede vista dos autos ao vencedor, para que ofereça contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias uteis (exceto nas situações anteriormente destacadas), ato seguido do encaminhamento dos autos ao Tribunal, independentemente da realização do juízo de admissibilidade. – 28 – Comentários: Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 1ª Vara de Família e Registro Civil da Comarca do Recife. PAULO JOSÉ DOS SANTOS, por seu advogado infra-assinado, nos autos da Ação de Exoneração de Alimentos proposta contra MARIA DOS SANTOS e PAULA DOS SANTOS, processo nº 0000000-58.2015.8.17.0001, havendo sido intimado do teor da r. sentença de fls. 99/102, através da qual esse douto juízo julgou a ação pela procedência parcial dos pedidos, determinando que o peticionário efetue o pagamento da quantia correspondente a 1 (um) salário mínimo por mês para cada uma de suas filhas, vem, pela presente, no prazo legal de 15 (quinze) dias, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, conforme razões em anexo, confiando, concessa vênia, que o remédio processual será provido, resultando na reforma do pronunciamento atacado. Nestes termos, com as razões em anexo, ressalvando que deixa de recolher as custas recursais por ser beneficiário da justiça gratuita, Pede deferimento. Recife, 10 de janeiro de 2018. Misael Montenegro Filho OAB/PE 14.026 – 29 – PETIÇÃO Apelante: PAULO JOSÉ DOS SANTOS Apeladas: MARIA DOS SANTOS e PAULA DOS SANTOS Apelação Cível nº 0000000.58.2015 RAZÕES DO APELANTE 01. A r. sentença proferida pela autoridade que atua no 1º grau de jurisdição deve ser reformada, data vênia, por ser contrária às provas produzidas durante a fase de instrução,obrigando o autor a efetuar o pagamento de alimentos em favor das suas filhas, embora a tenha reduzido para 1 (um) salário mínimo para cada uma das beneficiárias, que pode ser pouco dinheiro para muitos, mas que representa uma fortuna para o ora recorrente. 02. Atentos aos autos, percebemos que a pretensão autoral foi embasada em dois fundamentos, quais sejam: (a) o primeiro, de que as beneficiárias já são maiores de idade, exercendo atividade laborativa, não necessitando da verba alimentar; (b) o segundo, de que o peticionário não se encontra em condições de adimplir a obrigação. 03. No que toca ao primeiro fundamento, é importante destacar que as filhas do ora apelante se encontram com 21 e 23 anos de idade, respectivamente, residindo com a sua genitora, não estando obrigadas ao pagamento de aluguéis. – 30 – PETIÇÃO Apelante: PAULO JOSÉ DOS SANTOS Apeladas: MARIA DOS SANTOS e PAULA DOS SANTOS Apelação Cível nº 0000000.58.2015 RAZÕES DO APELANTE 01. A r. sentença proferida pela autoridade que atua no 1º grau de jurisdição deve ser reformada, data vênia, por ser contrária às provas produzidas durante a fase de instrução, obrigando o autor a efetuar o pagamento de alimentos em favor das suas filhas, embora a tenha reduzido para 1 (um) salário mínimo para cada uma das beneficiárias, que pode ser pouco dinheiro para muitos, mas que representa uma fortuna para o ora recorrente. 02. Atentos aos autos, percebemos que a pretensão autoral foi embasada em dois fundamentos, quais sejam: (a) o primeiro, de que as beneficiárias já são maiores de idade, exercendo atividade laborativa, não necessitando da verba alimentar; (b) o segundo, de que o peticionário não se encontra em condições de adimplir a obrigação. 03. No que toca ao primeiro fundamento, é importante destacar que as filhas do ora apelante se encontram com 21 e 23 anos de idade, respectivamente, residindo com a sua genitora, não estando obrigadas ao pagamento de aluguéis. – 31 – PETIÇÃO 04. Além disso, a ré PAULA DOS SANTOS admitiu em juízo (fl. 96 verso) que exerce atividade laborativa, auferindo renda de aproximadamente R$ 900,00 (novecentos reais) por mês, e que a sua irmã não desembolsa valores para o pagamento de mensalidades do curso de direito na FBV, por ser beneficiária do FIES. 05. Debruçados nos autos, especificamente na defesa de fls. 29/37, e nos documentos que a instruíram, constatamos que as únicas despesas que as rés comprovaram pagar foram a taxa condominial do apartamento em que residem, na quantia de R$ 690,00 (seiscentos e noventa reais), com a bonificação resultante do pagamento em dia, e a fatura de energia elétrica, no valor de R$ 228,02 (duzentos e vinte e oito reais e dois centavos), totalizando a importância de R$ 918,02 (novecentos e dezoito reais e dois centavos), pouco superior aos ganhos da autora Paula dos Santos, com a ressalva de que a mãe das rés percebe a quantia mensal de R$ 1.468,00, a título de pensão. 06. Quanto à possibilidade de o autor adimplir a obrigação, mais uma vez atentos aos autos, percebemos que o mesmo ganha tão pouco que sequer presta declarações de imposto de renda, sobrevivendo dos ganhos resultantes da exploração de um pequeno bar (bar de rua, na linguagem popular), na calçada do imóvel em que reside, representando renda bruta de aproximadamente R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais) por mês, completamente consumidos com o pagamento de suas despesas mensais, tendo juntada à inicial cópia de fatura de energia elétrica, na quantia de R$ 530,50, rateada por 5 (cinco) pessoas – 32 – PETIÇÃO (R$ 106,00 para cada uma delas), da conta de água e esgoto, na quantia de R$ 278,92 (R$ 55,78 para cada um dos 5 moradores do imóvel), e da mensalidade do seu filho menor, no importe de R$ 735,00, comprovando que só consegue sobreviver porque sua esposa aufere a quantia líquida de R$ 1.144,07, como funcionária do HOSPITAL PORTUGUÊS ABC (documentos de fls. 9/19). 07. Assim, restou provado que o casal (o autor e sua atual esposa) auferem renda bruta mensal de aproximadamente R$ 3.500,00, dos quais, R$ 900,00 (novecentos reais) são gastos apenas com o pagamento da mensalidade escolar do seu filho e com o rateio das contas de energia elétrica, de água e esgoto, remanescendo aproximadamente R$ 2.500,00 brutos para o pagamento de todas as demais despesas, em favor de três pessoas, como alimentação, transporte, vestuário, saúde e todos os demais itens que integram um orçamento doméstico. 08. Ao sentenciar, o douto juiz de piso não se baseou em provas, mas em suposições (e é exatamente isso que alicerça o pedido de reforma do julgado), com a devida vênia. Vejamos a parte final do decisum atacado: “É razoável estimar que as mesas são ocupadas, ao menos, por duas pessoas. Considerando como base de consumo os R$ 50,00 (cinquenta reais) referidos nos depoimentos de fls. 96/97, os quais devem ser reajustados para R$ 60,00 (sessenta reais), em decorrência do sabido aumento geral de preços nos últimos meses, obtemos R$ 7.200,00 – 33 – PETIÇÃO (sete mil e duzentos reais) mensais, supondo que o bar funcione às sextas, sábados e domingos. Excluídos os custos do pequeno negócio, os quais devem corresponder, em média, a cerca de 50% (cinquenta por cento) do seu faturamento, alcançamos a renda mensal estimada do requerente por volta de R$ 3.600,00 (três mil e seiscentos reais)” (grifamos). 09. Com todas as vênias devidas, não podemos admitir que o julgado combatido se baseie em achismos, como “é razoável estimar”, “supondo” e “devem corresponder”, pois provas foram produzidas durante a fase de instrução, que não foram rebatidas (tornando os fatos incontroversos), sendo fortes em revelar que o peticionário aufere renda BRUTA mensal de apenas R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais), completamente consumida com o pagamento de suas despesas mensais, incluindo despesas próprias, de sua esposa e do seu filho menor. 10. Adotando o raciocínio desenvolvido pelo magistrado de piso, de que o lucro da atividade deve representar mais ou menos 50% (cinquenta por cento) dos ganhos mensais brutos, concluímos que o lucro auferido pelo autor é de apenas R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais) por mês, já que restou provado que obtém uma receita bruta mensal de R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais). – 34 – PETIÇÃO 11. Partindo da premissa de que o salário mínimo é de R$ 880,00 (oitocentos e oitenta reais), concluímos que o peticionário está obrigado a efetuar o pagamento da quantia mensal de R$ 1.760,00 (um mil setecentos e sessenta reais) em favor das rés, remanescendo a importância bruta de R$ 640,00 (seiscentos e quarenta reais) para o pagamento de suas despesas pessoais (repita-se, despesas próprias, de sua esposa e do seu filho), quando restou provado que gasta aproximadamente R$ 900,00 apenas com água, luz e a mensalidade do seu filho. 12. A questão é matemática, sendo induvidoso que a sentença desrespeitou a equação necessidade de quem pede x possibilidade de quem deve, baseando-se em achismos, contra a prova produzida durante a tramitação do processo. 13. Mantida a sentença, o que é admitido por mero amor ao debate, partindo da premissa de que o autor aufererenda mensal bruta de R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais), concluímos que a obrigação alimentar imposta pelo pronunciamento atacado representa aproximadamente 75% (setenta e cinco por cento) dos ganhos brutos do devedor dos alimentos, e mais ou menos 150% (cento e cinquenta por cento) dos seus ganhos líquidos, arbitramento que destoa de todo o entendimento doutrinário e jurisprudencial relacionado à matéria. – 35 – PETIÇÃO 14. Embora esse não seja o argumento principal, para embasar o pedido de reforma da decisão atacada, é importante destacar que nos encontramos diante de crise que afligiu todos os setores da economia, sendo fato público e notório o de que centenas de bares e de restaurantes cerraram as suas portas, e que os sobreviventes reduziram demasiadamente a sua margem de lucro. 15. Assim, não é de se supor que as pessoas estejam consumindo mais, mas que as pessoas cada dia menos frequentam bares e restaurantes, aumentando a quantidade de refeições em casa, o que contraria todas as conjecturas feitas pelo magistrado que atua no 1º grau de jurisdição. 16. Em suma: a sentença monocrática deve ser reformada, concessa vênia, por ser contrária às provas produzidas durante a fase de instrução, baseando-se em falsas premissas, que não nos conduzem a conclusões lógicas. DO PEDIDO 17. Pelo exposto, demonstrada a precariedade do julgado atacado, o seu manifesto divórcio das provas produzidas (documental e oral, consistente na tomada do depoimento das partes e de testemunhas na audiência de instrução e julgamento), o peticionário requer se dignem Vossas Excelências a DAR PROVIMENTO a este recurso, resultando, preferencialmente, na reforma integral da sentença de fls. 99/102, – 36 – PETIÇÃO importando na exoneração do ora recorrente da obrigação de efetuar o pagamento de alimentos em favor das apeladas, ou, secundariamente, na reforma parcial do mesmo julgado, para a redução da obrigação alimentar em no máximo R$ 480,00 (quatrocentos e oitenta reais), que corresponde a 40% (quarenta por cento) do lucro da atividade desenvolvida pelo ora apelante, invertendo-se, consequentemente, os ônus da sucumbência, incluindo custas, despesas processuais e honorários advocatícios. Nestes termos, Pede deferimento. Recife, 10 de janeiro de 2018. Misael Montenegro Filho OAB/PE 14.026 – 37 – PETIÇÃO APELAÇÃO - CONTRARRAZÕES (QUESTÃO ENVOLVENDO VÍCIO DE CONSTRUÇÃO) As contrarrazões se constituem na petição em que o apelado (vencedor) impugna o recurso de apelação apresentado pelo seu adversário processual. Essa petição deve ser apresentada no prazo geral de 15 (quinze) dias uteis, que é contado em dobro quando o vencedor for o Ministério Público, a Defensoria Pública, o Ministério Público ou litisconsortes representados por diferentes procuradores (arts. 180, 183, 186 e 229 da lei processual). Com ou sem as contrarrazões, os autos são encaminhados ao Tribunal Estadual ou ao Tribunal Regional Federal, independentemente da realização do juízo de admissibilidade. – 39 – Comentários: Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 21ª Vara Cível da Comarca do Recife. MANOEL DOS SANTOS e outros, por seu advogado infra-assinado, nos autos da Ação Ordinária proposta contra a CONSTRUTORA ABC S.A., processo nº 0000000-93.2011.8.17.0001, havendo sido intimados do teor do r. despacho de fl. 600, através do qual esse douto Juízo determinou que os peticionários ofereçam CONTRARRAZÕES ao recurso de apelação interposto pela ré, vêm, pela presente, isto fazer, conforme arrazoado em anexo, confiando que o remédio processual será improvido, acarretando a manutenção do julgado indevidamente atacado. Nestes termos, Pedem deferimento. Recife, 10 de janeiro de 2018. Misael Montenegro Filho OAB/PE 14.026 Apelante: CONSTRUTORA ABC S.A. Apelados: MANOEL DOS SANTOS e outros Processo nº 0000000-93.2011.8.17.0001 – 40 – PETIÇÃO CONTRARRAZÕES DOS APELADOS Eminentes Desembargadores: 01. O recurso interposto pela adversa parte deve ser improvido, data vênia, resultando na manutenção integral do julgado atacado, por estar afinado com a lei, com a doutrina, com a jurisprudência e com as provas produzidas na fase de instrução. 02. Antes de os peticionários exporem os argumentos de fato e de direito que embasam o pedido de manutenção do julgado atacado, rebatem as questões preliminares suscitadas pela adversa parte, a primeira concernente à suposta prescrição, fundada na tese de que o termo a quo do prazo para o exercício do direito de ação seria a data de entrega dos imóveis aos autores, pois nos encontraríamos diante de defeitos de fácil identificação e visualização. 03. A tese é quixotesca. Como é do conhecimento desse douto Juízo, a prescrição aplicável às relações de consumo é de 5 (cinco) anos (art. 27 do CDC), contados a partir da violação do direito (art. 189 do CC), sendo inaplicáveis as disposições inseridas na lei material, que só são utilizadas no julgamento das causas consumeiristas se forem mais benéficas ao consumidor. 04. O voto proferido pelo Exmo. Sr. Des. BINATO DE CASTRO no julgamento da apelação cível nº 50856/08 (RJ) é elucidativo sobre a questão, merecendo reprodução: PETIÇÃO “No tocante à alegada prescrição, devem ser observadas as normas do Código de Defesa do Consumidor, estando a hipótese dos autos enquadrada nos seus arts. 2º e 3º, bem como no art. 27 da citada Lei, no sentido da pretensão à reparação pelos danos causados em decorrência de vício ou defeito do produto. Ao contrário do que sustenta a empresa- apelante, o citado Código de Defesa do Consumidor se destina a proteger os direitos e interesses dos consumidores, parte mais vulnerável em relação aos vendedores ou fornecedores nas relações comerciais, de modo que não se pode esperar que uma lei com esta finalidade venha a prejudicar os interesses de seus tutelados, motivo pelo qual foi expressamente previsto em seu art. 7º que os direitos nele assegurados não excluem outros decorrentes de legislações ordinárias. Da mesma forma, a jurisprudência é dominante no sentido de que se aplicam os prazos decadenciais e prescricionais previstos no Código Civil ou em outra Lei Especial se forem mais benéficos do que aqueles estabelecidos no Código de Defesa do Consumidor, razão pela qual rejeitamos a alegada prescrição”. 05. A prescrição não abateu o direito dos ora apelados no caso concreto, pelas seguintes razões: (a) A primeira, porque a prescrição é quinquenal. (b) A segunda, porque se passaram menos de dois anos entre a entrega formal dos apartamentos e o ajuizamento da ação. – 42– PETIÇÃO (c) A terceira, porque o vício não foi revelado no momento da entrega dos apartamentos, mas apenas no dia 20.9.2010, quando a abertura da área do jardim (feita pela apelante) foi obstada por notificação procedida por órgão municipal, que repousa à fl. 78, em que o fiscal da Prefeitura ressalva que “trata-se de supressão de área verde para construir garagens para automóveis em desacordo com o projeto aprovado”. (d) A quarta, porque a notificação extrajudicial de fl. 48, datada de 25.11.2010, interrompeu o prazo prescricional para o exercíciodo direito de ação. 06. Desse modo, demonstrada a precariedade da questão preliminar, os peticionários requerem se dignem Vossas Excelências a rejeitá-la, permitindo a análise da matéria de fundo. 07. Quanto à segunda questão preliminar suscitada pela adversa parte, referente ao suposto cerceamento do direito de defesa que teria sofrido, é igualmente precária, não merecendo acolhida. 08. Essa questão está embasada na alegação de que a ora apelante pugnou por novas diligências e esclarecimentos “para elucidação de fatos e supressão de algumas lacunas no laudo pericial”, especificamente às fls. 426/431 e 475/479, sem que o magistrado de piso tenha acolhido esses requerimentos, como percebemos através da análise das decisões de fls. 481 e 498. – 43– PETIÇÃO 09. A tese é manifestamente precária. Nesse passo, é fundamental registrar que as decisões a que a adversa parte se refere na apelação interposta na origem foram proferidas na vigência do CPC/73, o que significa dizer que deveriam ter sido atacadas pela interposição do agravo de instrumento ou do agravo retido, para evitar a preclusão da matéria, o que não ocorreu. 10. Atentos aos autos, percebemos que a decisão de fl. 481, proferida no dia 10.06.2015, ou seja, na vigência do CPC/2015, foi publicada no DOE no dia 2.7.2015, conforme certidão de fl. 487, não tendo a parte contrária interposto o agravo de instrumento contra o pronunciamento judicial, repita-se, tornando a matéria preclusa. 11. Posteriormente, especificamente na audiência de instrução e julgamento (fls. 497/499), apenas para tentar procrastinar a marcha processual, a adversa parte requereu complementação do laudo pericial (como se fosse incompleto), para que o perito informasse “se houve variação do valor do metro quadrado dos apartamentos dos autores tendo em vista a mudança do cenário econômico e forte desvalorização do mercado imobiliário local como fato superveniente à perícia”. 12. Esse requerimento foi indeferido na própria audiência, pelo reconhecimento de que a matéria se encontrava preclusa, pois a adversa parte se manifestou nos autos após a entrega do laudo pericial, não requerendo o que foi solicitado na audiência de instrução e julgamento. – 44– PETIÇÃO 13. O pronunciamento de fl. 498, prolatado na vigência do CPC/73 (especificamente no dia 26.8.2015) não foi atacado pela interposição recurso de agravo de instrumento, tornando a matéria preclusa. 14. Apenas por amor ao debate, debruçados nos autos, percebemos que o laudo pericial foi entregue pelo expert no dia 28.3.2014, ato seguido da prolação do despacho de fl. 419, através do qual a autoridade judicial determinou que as partes se manifestassem sobre o resultado do trabalho realizado pelo auxiliar do juízo. 15. Em reação, a adversa parte protocolou a petição de fls. 426/431, na qual formulou quesitos complementares, tendo a autoridade de piso determinado o aperfeiçoamento da intimação do perito, para que respondesse aos novos quesitos (fl. 433). 16. Na sequência, de forma minudente, o expert do juízo protocolou a petição de fls. 340/466 (quase um novo laudo), respondendo a todos os questionamentos feitos pela ora apelante. 17. À fl. 468, a autoridade monocrática determinou que as partes fossem intimadas para se manifestar sobre a complementação do laudo pericial, gerando manifestação tanto do autor como da ré, que formulou pedido de esclarecimentos em audiência. 18. Como percebemos, ao indeferir o novo requerimento formulado pela adversa parte, a autoridade de piso esclareceu que a perícia foi conclusiva quanto à repercussão financeira decorrente da supressão de área sofrida pelos ora apelados, tornando desnecessário intimar o perito PETIÇÃO 19. Em suma: o que a adversa parte pretende é perpetuar o litígio, formulando requerimentos infundados, estando a matéria devidamente esclarecida. 20. Desse modo, tanto pela questão da preclusão como da desnecessidade da prestação de novos esclarecimentos, os pronunciamentos reputados nulos são impecáveis, não merecendo qualquer reforma. 21. Passemos à análise das questões de mérito, iniciando pela alegação de que os apartamentos 3401 e 3402 teriam sido recebidos pelos adquirentes com varandas. 22. Nesse particular, a adversa parte alega que as varandas seriam os terraços que integram a área da cobertura, na beira da piscina, querendo modificar o dicionário, querendo fazer pouco caso da inteligência dos ora apelados e dos representantes do Poder Judiciário. 23. A simples leitura do contrato firmado com o adquirente do apartamento 3402 evidencia que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Ao descrever o apartamento 3402, o item 12 do contrato mencionado em linhas anteriores o faz da seguinte forma: “Apartamento de cobertura (3402) – varanda, sala de estar para 3 ambientes, sala de jantar, 03 (três) suítes, 01 (uma) suíte master, lavabo, circulação, copa, cozinha, área de serviço, WC de serviço, terraço e piscina, além de 04 (quatro) vagas de estacionamento...” (grifamos). – 46– PETIÇÃO 24. Uma coisa é a varanda, que deveria ter integrado o primeiro piso da cobertura, outra é o terraço, localizado no segundo piso, junto à piscina. 25. A adversa parte inadimpliu a obrigação contratualmente assumida, devendo ser punida, não só em atenção aos ora apelados, mas para que outros consumidores não sejam igualmente lesados por ofertas publicitárias que posteriormente não são cumpridas. 26. No que toca às garagens, os documentos que acompanharam a primeira peça e o laudo pericial são convergentes em demonstrar que a ré alienou as unidades habitacionais prometendo que seriam entregues com 3 (três) e 4 (quatro) vagas de garagens, respectivamente para os apartamentos 3302 e 3402, não tendo cumprido a promessa de venda. 27. A perda dessas áreas não decorreu de qualquer comportamento culposo ou doloso dos autores ou do condomínio, mas exclusivamente da prepotência da ré, que achou que poderia construir as tais vagas após a concessão do habite-se, em área verde do condomínio (PASMEM: em área comum), ludibriando este, os demais condôminos que residem no EDIFÍCIO JOANA DHÁLIA e a Prefeitura da Cidade do Recife. 28. O laudo pericial, tão rebatido pela ré, nada mais fez do que quantificar os prejuízos sofridos pelos autores. 29. Quanto à alegação de que a sentença seria extra ou ultra petita, já que o magistrado de piso não teria respeitado os pedidos formulados na petição inicial, a afirmação fere todos os princípios matemáticos. – 47– PETIÇÃO 30. Com efeito, através da simples leitura da petição inicial, constatamos que os autores solicitaram a condenação da ré ao pagamento de indenização correspondente a 10% (dez por cento) do valor venal dos apartamentos que adquiriram, por terem sido entregues sem a 3ª (no caso do apartamento 3302) e a 4ª garagens (no caso do apartamento 3402), fundamentando o pedido em precedentes jurisprudenciais. 31. Analisando o laudo pericial, percebemos que o Sr. Perito estimou o valor venal dos apartamentos adquiridos pelos autores em R$ 1.756.289,25 (apartamento 3402) e em R$ 1.290.983,55 (apartamento 3302), enquanto que estimou os prejuízos decorrentes de os apartamentos não terem todas as garagens prometidas em R$ 161.858,25 (apartamento 3402) e em R$ 119.749,81 (apartamento 3302). 32.Não é necessário termos qualquer conhecimento de matemática para percebermos que R$ 161.858,25 corresponde a menos de 10% (dez por cento) de R$ 1.756.289,25 e que R$ 119.749,81 representa menos do que 10% (dez por cento) de R$ 1.290.983,55, o que evidencia que a sentença respeitou os pedidos formulados na primeira peça, não havendo o que se falar em infração ao princípio da adstrição, da correlação ou da congruência. 33. Quanto à questão que envolve as varandas que não integraram as unidades habitacionais adquiridas, o laudo pericial estimou os valores correspondentes à desvalorização dos apartamentos, justamente por– 48– PETIÇÃO religiosamente o pedido constante do item V da letra (d) do parágrafo 48 da petição inicial, não merecendo qualquer reparo. 34. Ainda atentos à apelação de fls., percebemos que a adversa parte defende a tese de que o magistrado a quo não poderia tê-la condenado ao pagamento dos valores correspondentes aos aluguéis das garagens não entregues e ao valor correspondente à desvalorização dos imóveis, por não apresentarem a 3ª e 4ª garagens, pois isso representaria um bis in idem. 35. A tese é igualmente precária. É evidente que nos encontramos diante de dois danos distintos, o primeiro, consistente nos valores que os autores teriam de desembolsar para locar garagens pertencentes a outros moradores, o segundo, dizendo respeito à desvalorização dos apartamentos, por não terem a 3ª e a 4ª garagens. 36. Mesmo que a adversa parte viesse a compensar os autores, pagando-lhes os valores correspondentes à desvalorização dos imóveis, por não terem a 3ª e a 4ª garagens, estes ainda teriam de desembolsar importâncias para locar outros espaços, como condição para acomodar veículos que lhes pertencem. 37. Assim, o pagamento da indenização decorrente da desvalorização dos imóveis (por não terem as garagens prometidas no momento da venda) não faz cessar o prejuízo decorrente da necessidade de locação de espaços no universo condominial, o que evidencia a precariedade do pleito de reforma da sentença monocrática. – 49– PETIÇÃO 38. No que toca à alegação de que os peticionários não fariam jus à indenização por danos morais, pois nos encontraríamos, quando muito, diante de simples descumprimento contratual, demonstra o desrespeito da adversa parte pelos seus clientes. 39. Mais uma vez debruçados nos autos, percebemos que os documentos que acompanharam a petição inicial e o depoimento prestado por testemunha na audiência de instrução e julgamento são convergentes em evidenciar que os peticionários sofreram diversos constrangimentos no universo condominial, pois a adversa parte iniciou o processo de destruição parcial do jardim do condomínio, para construir as garagens prometidas e não entregues, o que gerou revolta por parte de um número significativo de moradores. 40. Vejamos trecho do depoimento prestado pela testemunha MARCELO DA SILVA: “As assembleias que foram realizadas no condomínio esses assuntos eram ventilados reiteradamente inclusive foi motivo dele depoente não continuar como síndico; que os condôminos autores nessas assembleias ficaram constrangidos ante aos demais condôminos sob tudo frente as propostas feitas pela empresa demandada para contornar o problema aceitas por alguns e não aceitas por outros”. religiosamente o pedido constante do item V da letra (d) do parágrafo 48 da petição inicial, não merecendo qualquer reparo. – 50– PETIÇÃO 41. Os peticionários foram vistos como vilões, como se fossem os responsáveis pela destruição parcial do jardim, quando todo o “plano” foi bolado pela adversa parte, desde a concepção do projeto, sem que isto tenha sido informado aos adquirentes dos apartamentos 3302 e 3402. 42. Desse modo, não estamos diante de mero aborrecimento, mas de dano efetivo, creditando os autores no direito de obterem indenização pelos danos morais, na exata proporção do prejuízo suportado. 43. Finalmente, quanto à alegação de que estaríamos diante de sucumbência recíproca, justificando a distribuição proporcional da verba honorária, a tese não merece acolhida, já tendo sido rejeitada pela decisão que deu provimento aos embargos de declaração opostos pelos peticionários na instância a quo. 44. Comparando a sentença de fls. 537/541 com a petição inicial, especificamente em seu item 48, letra (d), percebemos que o douto juízo a quo acolheu a quase totalidade dos pedidos formulados pelos autores na petição inicial, quais sejam: (a) Condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais. (b) Condenação da ré ao pagamento de indenização resultante do fato de ter entregue as unidades habitacionais sem uma das garagens prometidas. PETIÇÃO (c) Condenação da ré ao pagamento de indenização resultante do fato de os apartamentos adquiridos pelos autores terem sido entregues pela ré sem as varandas prometidas. (d) Condenação da ré ao pagamento do valor correspondente ao aluguel de garagem no próprio edifício. 45. A autoridade monocrática só deixou de acolher o pedido referente à pretensão de condenação da ré a adimplir obrigação de fazer, consistente na abertura de acesso aos moradores pela avenida Domingos Ferreira. 46. O pedido de condenação da ré a adimplir obrigação de dar, consistente na entrega de vaga de garagem ao adquirente do apartamento 3402 foi alternativo, tendo restado prejudicado com o acolhimento do outro pedido, qual seja, de condenação da demandada ao pagamento de importância correspondente a 10% (dez por cento) do valor de mercado do imóvel. 47. Assim, não podemos caracterizar a denominada sucumbência recíproca, mas o decaimento mínimo, evidenciando o acerto da autoridade de piso ao acolher os embargos de declaração opostos na origem, resultando na modificação parcial da sentença de fls. 537/541, e, consequentemente, na condenação da ora apelante ao pagamento da verba honorária. – 52– PETIÇÃO DO PEDIDO 48. Posta a questão nesses termos, demonstrada a precariedade do recurso de apelação interposto pela parte contrária, o que apenas comprova o seu absoluto desrespeito e desprezo pelos seus clientes, os apelados requerem se dignem Vossas Excelências a NEGAR PROVIMENTO À APELAÇÃO, mantendo intocada a sentença da lavra da autoridade monocrática. Nestes termos, Pedem deferimento. Recife, 10 de janeiro de 2018. Misael Montenegro Filho OAB/PE 14.026 – 53– PETIÇÃO AUDIÊNCIA - PEDIDO DE ADIAMENTO O pedido de adiamento se constitui em petição extremamente simples, dirigida ao juiz da causa, tendo fundamento no art. 362 do CPC. Quando o requerimento se fundamenta na alegação de que o advogado da parte não pode comparecer ao ato, porque participará de outra audiência no mesmo dia e hora (ou em hora próxima), doutrina e jurisprudência exigem a comprovação de que esse advogado é o único habilitado no processo, e que a outra audiência foi designada antes da audiência objeto do pedido de adiamento. – 55– Comentários: Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 9ª Vara de Família da Comarca do Recife. MANOEL DA SILVA, por seu advogado infra-assinado, nos autos d a Ação de Reconhecimento da Existência de União Estável Post Mortem proposta contra o ESPÓLIO DE MARIA DA SILVA e outros, processo nº 0000000 – 17.2015.8.17.0001,considerando que entre a publicação do despacho em que esse douto magistrado designou dia e hora para a realização da audiência de instrução e julgamento e este ato não medeia o espaço de tempo mínimo para a apresentação do rol de testemunhas, que é de 15 (quinze) dias, ferindo o art. 357 da lei processual, vem, pela presente, requerer se digne Vossa Excelência a determinar o adiamento da audiência aprazada para o dia 16.04.2018, designando nova data para a sua realização. Nestes termos, Pede deferimento. Recife, 12 de abril de 2018. Misael Montenegro Filho OAB/PE 14.026 – 56– PETIÇÃO CONTESTAÇÃO - EM AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO A contestação se constitui na principal petição apresentada pelo réu, em que impugna os fatos expostos pelo autor na petição inicial, devendo ser efetivamente apresentada, sob pena de revelia. Embora a lei processual não tenha definido os requisitos que devem ser preenchidos pelo réu quando contesta a ação, a praxe forense costuma dividir essa petição em: (a) Fatos. (b) Preliminares de mérito (prescrição e decadência). (c) Preliminares relacionadas no art. 337 do CPC, que podem ser peremptórias (cujo acolhimento acarreta a extinção do processo sem a resolução do mérito) ou dilatórias (cujo acolhimento acarreta consequência diferente da extinção, como o encaminhamento dos autos ao juízo competente, em decorrência do acolhimento da preliminar de incompetência relativa) (d) Direito. (e) Pedidos. A contestação deve ser apresentada no prazo geral de 15 (quinze) dias uteis, que é contado em dobro quando o réu for o Ministério Público, a Defensoria Pública, o Ministério Público ou litisconsortes representados por diferentes procuradores (arts. 180, 183, 186 e 229 da lei processual). Esse prazo é contado a partir da data da última sessão de conciliação ou de mediação, ou a partir do protocolo da petição em que o réu informa que não tem interesse na autocomposição (art. 335), em qualquer caso, com a exclusão do dia de início e a inclusão do dia de término do prazo. – 58– Comentários: Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 13ª Vara Cível da Comarca do Recife – Seção B. MARIA DA SILVA, por seu advogado infra-assinado, conforme instrumento procuratório em anexo, com endereço profissional sito na Rua Cel. Anísio Rodrigues, nº 464, sala 902, no bairro da Boa Viagem, município do Recife, capital do Estado de Pernambuco, local onde receberá as intimações necessárias, nos autos da Ação de Consignação em Pagamento proposta pela BRADESCO AUTO/RE COMPANHIA DE SEGUROS, processo nº 0000000- 34.2015.8.17.2001, vem, pela presente, independentemente de citação judicial, apresentar CONTESTAÇÃO, de acordo com as razões de fato e de direito adiante aduzidas: PRELIMINARMENTE – LEVANTAMENTO DA QUANTIA INCONTROVERSA 01. Embora a peticionária divirja do valor depositado pela adversa parte, por ser bastante inferior ao quantum devido, requer o seu levantamento, por ser parcela incontroversa, pedido que tem fundamento no § 1º do art. 545 da nova lei processual, com a seguinte redação: “Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor complementá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. § 1º No caso do caput, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo– 59– PETIÇÃO 02. Assim, sem prejuízo do prosseguimento do processo quanto à parcela controvertida, a peticionária requer se digne Vossa Excelência determinar a imediata expedição de alvará judicial, para levantamento da quantia de R$ 56.981,33 (cinquenta e seis mil novecentos e oitenta e um reais e trinta e três centavos). 03. Além disso, e ainda nos termos da lei (parágrafo único do art. 544 do CPC), a peticionária informa que o valor devido é de R$ 264.228,17 (duzentos e sessenta e quatro mil duzentos e vinte e oito reais e dezessete centavos), o que significa dizer que, após o levantamento da importância depositada pela autora, esta será devedora da quantia de R$ 207.246,84 (duzentos e sete mil duzentos e quarenta e seis reais e oitenta e quatro centavos), podendo exercitar a prerrogativa de complementar o depósito no prazo de 10 (dez) dias. 04. O valor informado como devido foi cobrado pela ora ré nos autos da ação judicial nº 0000000-62.2016.8.17.2001, que tem curso por esse mesmo Juízo. DOS FATOS 05. Conforme percebemos através da simples leitura da petição inicial, a adversa parte sustenta que o ajuizamento da ação rebatida por essa peça de defesa seria necessário, na medida em que haveria dúvida quanto ao beneficiário do seguro ajustado, e que as partes divergem quanto ao valor da indenização securitária. – 60– PETIÇÃO 06. Quanto à primeira alegação, retrata a manifesta má-fé da adversa parte, que não contratou com a pessoa jurídica CONSTRUTORA E PARTICIPAÇÕES LTDA., mas exclusivamente com a autora, dela recebendo o prêmio correspondente, não havendo qualquer dúvida quanto à legitimidade da ora demandada para receber a indenização securitária. 07. A relação de direito material foi estabelecida entre a adversa parte, na condição de seguradora, e a peticionária, na de segurada, aquela se obrigando a efetuar o pagamento da indenização ajustada, esta a realizar o pagamento do prêmio, obrigação da qual se desincumbiu. 08. Na página 02 da petição inicial, a própria autora confessa e admite que a segurada é a Sra. Maria da Silva, e que o contrato se encontrava em vigor no momento de ocorrência do infortúnio previsto como sendo causa de cobertura securitária. 09. Assim, não há qualquer dúvida que ampare a alegação exposta pela adversa parte, criada com a única intenção de inventar desculpas, tentando justificar o injustificável, como tal, a recusa em efetuar o pagamento de indenização prevista em contrato. 10. No que toca à segunda alegação, concernente a uma suposta dúvida quanto ao valor da indenização ajustada, é igualmente improcedente, sendo contrária ao que foi estabelecido pelas partes no contrato firmado. – 61– PETIÇÃO 11. O exame da documentação em anexo nos permite concluir que a ré celebrou contrato de seguro com a adversa parte, denominado Bradesco Bilhete Residencial, através do qual esta assumiu a obrigação de efetuar o pagamento de indenização securitária em favor daquela, caso ocorresse algum sinistro em sua residência, incluindo as coberturas incêndio, queda de raio e explosão, vendaval até fumaça, perda ou pagamento de aluguel, responsabilidade civil geral familiar. 12. Conforme percebemos através da simples leitura do bilhete residencial emitido pela autora, o seguro contratado previa o pagamento de indenização por danos materiais que fossem causados ao imóvel segurado e/ou aos bens existentes no seu interior, no limite máximo de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), caso ocorresse incêndio, queda de raio ou explosão. 13. Ainda examinando o bilhete residencial de nº 008916-8, assim como a missiva enviada à ré, percebemos que o seguro contratado garantia o pagamento de indenização por sinistros ocorridos no período de 19.4.2014 a 19.4.2015, tendo sido renovado no dia 09.04.15, com vigência de mais 12 (doze) meses. 14. No dia 26 de março de 2015, a ré foi surpreendida com incêndio na sua residência, iniciadona parede do quarto de sua filha, acarretando a perda de todos os bens que se encontravam no interior do citado cômodo. – 62– PETIÇÃO 15. Além de todos os objetos que estavam no interior do cômodo atingido, todo o apartamento foi prejudicado pelo calor do fogo, pela fumaça e pelo pó emanados do incêndio, situação que foi agravada com o passar do tempo, tornando impraticável a permanência da família da ré no apartamento. 16. Além disso, por conta do fogo e de toda a fumaça que atingiu especialmente o quarto da filha da ré, os móveis não puderam ser reaproveitados, reclamando a reforma total dos cômodos atingidos, assim como a troca de todos os móveis, itens de decoração, vestuário, brinquedos e calçados. 17. Após o evento, a peticionária protocolou requerimento junto à adversa parte, munida de toda documentação contratualmente exigida, demonstrando que suportou prejuízo de R$ 264.228,17 (duzentos e sessenta e quatro mil duzentos e vinte e oito reais e dezessete centavos), incluído o valor do aluguel de um apartamento mobiliado para os 6 (seis) meses seguintes ao sinistro, conforme planilha e contrato de locação em anexo. 18. Para a surpresa da ré, a adversa parte negou o pagamento da indenização contratada, oferecendo pouco menos de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), equivalente a 10% (dez por cento) do valor máximo da cobertura. – 63– PETIÇÃO 19. A cobertura prevista na apólice (Cobertura 01 – Incêndio, Raio e explosão de qualquer natureza) engloba todos os danos materiais causados diretamente aos bens segurados exclusivamente em consequência de incêndio, queda de raio e explosão de qualquer natureza. 20. A quixotesca justificativa utilizada pela adversa parte é corriqueira, e infringe o entendimento jurisprudencial aplicável à matéria, sobretudo porque o valor da indenização securitária deve ser equiparado aos efetivos prejuízos sofridos, sob pena de configurar enriquecimento sem causa da seguradora. 21. Por conta da negativa da adversa parte de efetuar o pagamento da indenização contratada, a peticionária foi obrigada a propor ação de cobrança contra aquela, como informado em linhas anteriores, repita-se, conexa a esta ação judicial, o que significa dizer que devem ser julgadas conjuntamente, evitando a contradição entre os pronunciamentos judiciais. 22. É incontestável que estamos diante de uma relação de consumo, disciplinada pelas normas que integram o Código de Defesa do Consumidor, conforme se depreende através da leitura dos seus artigos 2º e 3º, in verbis: – 64– PETIÇÃO “Art. 4º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços”. 23. A quaestio juris debatida nesta ação é conhecida pelos órgãos que integram o Poder Judiciário, reiterada na jurisprudência dos nossos tribunais, firmes ao estabelecer que a indenização a ser paga pela seguradora deve reparar o dano sofrido, restabelecendo a situação anterior à ocorrência do sinistro. 24. Enfrentando casos semelhantes, a nossos Tribunais consolidaram o seguinte entendimento sobre a matéria: “Sinistro envolvendo o imóvel de propriedade do segurado, com apólice vigente e prêmio regularmente adimplido. (omissis). O valor da indenização deve corresponder ao ajustado na apólice, posto que regularmente aceito na ocasião da contratação, sem qualquer alteração fática posterior relevante” (Apelação Cível nº 1213755-0 – Chopinzinho, 10ª Câmara Cível do TJPR, rel. Des. Carlos Henrique Licheski Klein, j. 27.11.2014) (grifamos). “É direito do segurado pretender em juízo a complementação da indenização paga pela seguradora em quantia inferior ao previsto na apólice. No caso em tela, os requerentes – 65– PETIÇÃO cumpriram todas as exigências estipuladas na proposta de seguro, ensejando, assim, que a seguradora cumpra com sua parte, qual seja, o pagamento integral da indenização, respeitado o limite constante na apólice. Em demandas dessa espécie, incide a correção monetária a partir da data em que a seguradora nega o pagamento referente à cobertura pactuada, o que se verifica, via de regra, como termo inicial, o primeiro dia subsequente ao prazo para a quitação após a entrega da documentação necessária ao recebimento da indenização, ou, ainda, da data do pagamento extrajudicial deficitário” (Apelação Cível nº 203992, TJSC, rel. Des. Joel Figueira Júnior, j. 18.08.2010) (grifamos). 25. Além da límpida interpretação judicial, o Código Civil contém normas sobre o tema que merecem reprodução: “Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da probidade e boa- fé”. “Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurado se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou coisa, contra riscos predeterminados”. 26. A ré pede ainda vênia para transcrever o art. 48 do CDC, relativo às declarações de vontade que vinculam o fornecedor: – 66– PETIÇÃO “Art. 48. As declarações de vontade constantes nos escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos”. 27. Dessa forma, a ação de consignação em pagamento deve ser julgada pela improcedência dos pedidos, providência acompanhada do reconhecimento da insuficiência do depósito (§ 2º do art. 545 do CPC), com a consequente indicação do valor devido, informado no início desta manifestação processual e da condenação da autora ao pagamento das custas, das despesas processuais e dos honorários advocatícios, que devem ser fixados no patamar máximo, o que é de logo expressamente requerido. 28. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, tais com a juntada de novos documentos, a ouvida de testemunhas e a tomada do depoimento pessoal do representante legal da adversa parte, sob pena de confesso. Nestes termos,Pede deferimento. Recife, 10 de janeiro de 2018. Misael Montenegro Filho OAB/PE 14.026 – 67– PETIÇÃO CONTRATO DE HONORÁRIOS O contrato de honorários é elaborado de acordo com as disposições contidas na Lei 8.906/94, servindo para que os contratantes (advogado e cliente) ajustem a remuneração combinada e o momento de pagamento dos honorários contratuais, dentre outras questões. A celebração desse contrato é fundamental, pois o art. 24 do EOAB prevê que esse documento se constitui em título executivo extrajudicial, mesmo que não esteja assinado por testemunhas (entendimento da doutrina e da jurisprudência). Os honorários contratuais não excluem o direito do advogado de receber os honorários sucumbenciais, sendo nula qualquer cláusula em sentido contrário, detendo o advogado o direito de executar esses honorários em nome próprio, na fase de cumprimento da sentença. – 69– Comentários: CONTRATO DE HONORÁRIOS Pelo presente instrumento particular de contrato de honorários, entre partes, de um lado, MANOEL DA SILVA, brasileiro, casado, inscrito no CPF/MF sob o nº 000.000.000 -
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