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ebook-Pecas-Comentadas

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Advogado,	 membro	 do	 IBDP	 –	 INSTITUTO	 BRASILEIRO	 DE	 DIREITO
PROCESSUAL,	da	AASP	–	ASSOCIAÇÃO	DOS	ADVOGADOS	DE	SÃO	PAULO,
autor	de	diversas	obras	 jurídicas,	com	destaque	para	o	CÓDIGO	DE	PROCESSO
CIVIL	COMENTADO,	CURSO	DE	DIRETO	PROCESSUAL	CIVIL,	AUDIÊNCIAS
CÍVEIS,	 AÇÕES	 POSSESSÓRIAS,	 PROCESSO	 CIVIL	 SINTETIZADO,
PROCESSO	CIVIL	NO	EXAME	DE	ORDEM,	todos	publicados	pelo	GRUPO	GEN.
Misael	Montenegro	Filho	
AGRAVO	DE	INSTRUMENTO	-
CONTRA	DECISÃO	PROFERIDA	NA
FASE	DE	CUMPRIMENTO	DA
SENTENÇA
–		04	–
O	 art.	 1.015	 da	 lei	 processual	 limita	 as	 situações	 que	 ensejam	 a
interposição	do	recurso	de	agravo	de	instrumento,	entendendo	a	maioria
da	doutrina	e	da	 jurisprudência	que	o	dispositivo	deve	ser	 interpretado
taxativamente.
No	 caso	 do	 recurso	 que	 acompanha	 estes	 comentários,	 o	 agravante
ataca	 decisão	 proferida	 na	 fase	 de	 cumprimento	 da	 sentença,	 o	 que	 é
permitido	pelo	parágrafo	único	da	mesma	norma	processual.
Esse	 recurso	 deve	 ser	 apresentado	 no	 prazo	 geral	 de	 15	 (quinze)	 dias
uteis,	 que	 é	 contado	 em	 dobro	 quando	 o	 remédio	 processual	 é
apresentado	 pela	 Fazenda	 Pública,	 pela	 Defensoria	 Pública,	 pelo
Ministério	 Público	 ou	 por	 litisconsortes	 representados	 por	 diferentes
procuradores	 (arts.	 180,	 183,	 186	 e	 229	 da	 lei	 processual),	 desde	 que
estes	 integrem	 escritórios	 de	 advocacia	 igualmente	 distintos	 e	 que	 o
processo	tramite	em	autos	físicos.
Na	parte	dos	pedidos,	o	 recorrente	pode	solicitar	a	atribuição	do	efeito
suspensivo	 (quando	 ataca	 decisão	 positiva)	 ou	 a	 concessão	 da	 tutela
antecipada	recursal	(quando	ataca	decisão	negativa).
Quanto	 ao	 pedido	 final	 (PROVIMENTO	 DO	 RECURSO),	 é	 frequente	 o
requerimento	de	reconhecimento	da	nulidade	da	decisão	atacada.
Comentários:
–		05	–
PETIÇÃO
Excelentíssimo	Senhor	Desembargador	do	Egrégio	Tribunal	de	Justiça	do	Estado	de
Pernambuco	–	a	quem	o	presente	recurso	vier	a	ser	distribuído.
				 CARLOS	 DA	 SILVA,	 brasileiro,	 divorciado,	 agrônomo,	 portador	 da	 cédula	 de
identidade	nº	0.000.000	–	SSP/DF,	residente	e	domiciliado	no	município	do	Recife,
capital	 do	 Estado	 de	 Pernambuco,	 por	 seu	 advogado	 infra-assinado,	 conforme
instrumento	 procuratório	 em	 anexo,	 com	 endereço	 profissional	 sito	 na	 Rua	 Cel.
Anísio	 Rodrigues	 Coelho,	 464,	 sala	 902,	 no	 bairro	 da	 Boa	 Viagem,	 município	 do
Recife,	capital	do	Estado	de	Pernambuco,	local	em	que	receberá	as	intimações	que
se	 fizerem	 necessárias,	 irresignando-se	 com	 decisão	 proferida	 nos	 autos	 do
Procedimento	 de	 Execução	 de	 Sentença	 instaurado	 a	 requerimento	 de	MANOELA
DOS	SANTOS	e	outros,	nº	0000000-92.2011.8.17.0001,	vem,	pela	presente,	interpor
AGRAVO	DE	INSTRUMENTO,	de	acordo	com	as	 razões	de	 fato	e	de	direito	adiante
aduzidas:
DA	TEMPESTIVIDADE
Sendo	de	 15	 (quinze)	dias	úteis	o	prazo	para	a	 interposição	do	 recurso	de
agravo	 de	 instrumento,	 é	 de	 toda	 a	 evidência	 a	 tempestividade	 deste
remédio	processual,	já	que	a	peticionária	se	deu	por	intimada	dos	termos	da
decisão	atacada	no	dia	6.11.2017,	quando	lhe	foi	concedida	vista	dos	autos
(§	 do	 art.	 272	 do	 novo	 CPC),	 em	 atendimento	 a	 petição	 anteriormente
protocolada,	 contando-se	 o	 prazo	 recursal	 a	 partir	 do	 dia	 seguinte
(7.11.2017),	 findando	no	dia	27.11.2017,	considerando-se	na	contagem	como
úteis	os	dias	7,	8,	11,	12,	13,	14,	15,	18,	19,	20,	21,	22,	25,	26	e	27	de	novembro
de	2017.
–		06	–
PETIÇÃO
DO	CABIMENTO	DO	RECURSO	DE	AGRAVO	DE	INSTRUMENTO
Como	é	do	conhecimento	desses	doutos	Julgadores,	o	novo	CPC
restringiu	a	possibilidade	de	interposição	do	recurso	de	agravo	de
instrumento,	limitando-o	ao	ataque	das	decisões	listadas	no	seu
art.	1.015.
O	parágrafo	único	do	mencionado	dispositivo	processual	garante
a	 interposição	 do	 recurso	 de	 agravo	 de	 instrumento	 para
combater	decisão	proferida	na	fase	de	cumprimento	da	sentença,
como	 é	 a	 hipótese	 dos	 autos,	 em	 que	 o	magistrado	 prolatou	 o
pronunciamento	atacado	exatamente	na	referida	fase	processual,
versando	sobre	questões	relacionadas	à	penhora.
DA	DECISÃO	RECORRIDA
Apenas	para	situar	esses	doutos	 Julgadores,	a	peticionária	pede
vênia	para	reproduzir	trecho	da	decisão	atacada	(fl.	272):
“Considerando	 o	 valor	 atualizado	 do	 cumprimento	 de	 sentença	 (fls.
240/244),	e	sabendo	que	os	21,5	hectares	penhorados	(auto	de	penhora
de	fl.	114)	não	são	suficientes	para	cobrir	o	valor	executado	–	tratando-se
de	 bem	 imóvel	 com	 76,66	 há,	 cuja	 certidão	 foi	 trazida	 aos	 autos	 (fls.
418/419)	 do	 processo	 0620103	 –	 65.1999.8.17.0001)	 –	 DEFIRO	 A
PENHORA	DO	RESTANTE	DO	IMÓVEL”
–		07	–
PETIÇÃO
05.				Não	só	essa	decisão	deve	ser	declara	nula,	como	também	todos	os
demais	 atos	 praticados	 a	 partir	 da	 fl.	 245,	 por	 ausência	 de	 intimação,
acarretando,	consequentemente,	a	infração	ao	princípio	do	contraditório
e	da	ampla	defesa,	abrigado	pelo	inciso	LV	do	art.	5º	da	CF	e	pelo	art.	7º
do	CPC.	
06.					Nesse	passo,	e	compulsando	os	autos,	especificamente	à	fl.	239,
percebemos	 que	 a	 autoridade	 monocrática	 determinou	 o
encaminhamento	 dos	 autos	 ao	 contador,	 para	 atualização	 do	 débito,
levando	em	conta	“as	sentenças	de	fls.	204/208	(condenação	por	danos
morais	e	materiais)	e	218/219	 (condenação	em	alimento	provisionais)”,
ressalvando	 que,	 após	 a	 prática	 desse	 ato,	 a	 secretaria	 deveria
providenciar	a	expedição	de	mandado	de	avaliação	do	bem	penhorado.	
07.				A	primeira	determinação	originou	a	elaboração	dos	cálculos	de	fls.
241/244,	resultando	na	conclusão	de	que	o	peticionário	seria	devedor	da
quantia	de	R$	4.459.561,69	(quatro	milhões	quatrocentos	e	cinquenta	e
nove	mil	quinhentos	e	sessenta	e	um	reais	e	sessenta	e	nove	centavos),
que	é	 absurdamente	 superior	 ao	 valor	 histórico	da	execução,	 estimado
em	R$	641.623,00	(seiscentos	e	quarenta	e	um	mil	seiscentos	e	vinte	e
três	reais).	
08.	 	 	 	Não	obstante	o	 retorno	dos	autos	do	contador	 judicial,	as	partes
não	 tiveram	 oportunidade	 para	 se	 manifestar	 sobre	 a	 conta,	 o	 que
infringe	 o	 princípio	 do	 contraditório	 e	 da	 ampla	 defesa,	 repita-se,
abrigado	pelo	inciso	LV	do	art.	5º	da	CF	e	pelo	art.	7º	do	novo	CPC.
–		08	–
PETIÇÃO
09.				Não	bastasse,	e	como	ressalvado	em	linhas	anteriores,	foi	expedida
carta	precatória	para	a	avaliação	do	bem	atingido	pela	penhora	 judicial
(21	hectares	da	Fazenda	Santa	Rita	II),	resultando	na	elaboração	do	laudo
de	avaliação	de	fl.	267,	no	qual	o	auxiliar	do	 juízo	avaliou	cada	hectare
em	R$	160.000,00	(cento	e	sessenta	mil	reais).	
10.				Sem	que	as	partes	tivessem	oportunidade	de	se	manifestar	sobre	o
laudo	 de	 avaliação,	 inexplicavelmente	 (PASMEM,	 NÃO	 HOUVE
INTIMAÇÃO),	 a	 autoridade	 monocrática	 determinou	 a	 penhora	 do
restante	 do	 imóvel,	 ou	 seja,	 de	mais	 55,16	 hectares,	 embora	 o	 próprio
auto	de	avaliação	informe	que	a	totalidade	da	propriedade	foi	estimada
em	R$	12.265.600,00	(doze	milhões	duzentos	e	sessenta	e	cinco	mil	e
seiscentos	 reais),	 ou	 seja,	 quase	 3	 (três)	 vezes	 o	 valor	 da	 dívida,
caracterizando	 o	 EXCESSO	 DE	 PENHORA	 e	 a	 infração	 ao	 princípio	 da
menor	onerosidade	para	o	devedor.	
11.		 	 	Com	a	devida	vênia,	é	imperioso	o	reconhecimento	da	nulidade	do
processo	 desde	 o	 retorno	 dos	 autos	 do	 contador	 judicial,	 evitando	 a
infração	ao	princípio	do	contraditório	e	da	ampla	defesa,	e	a	supressão
do	patrimônio	do	executado,	sem	que	tenha	sequer	oportunidade	de	se
manifestar	nos	autos.	
12.	 	 	 	 Desde	 o	momento	 indicado	 em	 linhas	 anteriores,	 e	 pelo	menos
desde	esse	momento,	o	processo	passou	a	ter	tramitação	unilateral,	sem
que	 o	 peticionário	 tenha	 sido	 comunicado	 dos	 acontecimentos
processuais,	mediante	o	aperfeiçoamento	de	intimações.	
13.	 	 	 	 Considerando	 que	 o	 reconhecimento	 da	 nulidade	 processual
depende	 da	 comprovaçãodo	 prejuízo,	 no	 caso	 concreto,	 este	 é
induvidoso,	 na	 medida	 em	 que	 o	 douto	 Juízo	 a	 quo	 determinou	 o
aperfeiçoamento	 da	 penhora	 do	 restante	 do	 bem,	 ou	 seja,	 de	mais	 55
(cinquenta	e	cinco)	hectares,	além	dos	21,5	anteriormente	penhorados.	
14.	 	 	 	Em	termos	financeiros,	partindo	da	premissa	de	que	o	hectare	 foi
avaliado	 em	R$	 160.000,00,	 constatamos	 que	 o	 “reforço	 de	 penhora”
resultou	 em	 constrição	 de	 R$	 12.160.000,00	 (doze	 milhões	 cento	 e
sessenta	 mil	 reais),	 quando	 o	 crédito	 exequendo	 seria	 de	 R$
4.500.000,00	 (quatro	 milhões	 e	 quinhentos	 mil	 reais),	 segundo	 os
cálculos	 elaborados	 pelo	 contador	 judicial,	 repita-se,	 sobre	 os	 quais	 o
peticionário	não	foi	intimado	para	se	manifestar.	
15.	 	 	 	 O	 não	 aperfeiçoamento	 da	 intimação	 do	 peticionário	 para	 se
manifestar	 sobre	 cálculos	 e	 sobre	 o	 novo	 laudo	 de	 avaliação	 fere
frontalmente	as	disposições	do	novo	CPC,	bastado	seja	destacado	o	seu
art.	874,	que	tem	a	seguinte	redação:	
–		09	–
PETIÇÃO
–		10	–
PETIÇÃO
12.	 	 	 	 Desde	 o	momento	 indicado	 em	 linhas	 anteriores,	 e	 pelo	menos
desde	esse	momento,	o	processo	passou	a	ter	tramitação	unilateral,	sem
que	 o	 peticionário	 tenha	 sido	 comunicado	 dos	 acontecimentos
processuais,	mediante	o	aperfeiçoamento	de	intimações.	
13.	 	 	 	 Considerando	 que	 o	 reconhecimento	 da	 nulidade	 processual
depende	 da	 comprovação	 do	 prejuízo,	 no	 caso	 concreto,	 este	 é
induvidoso,	 na	 medida	 em	 que	 o	 douto	 Juízo	 a	 quo	 determinou	 o
aperfeiçoamento	 da	 penhora	 do	 restante	 do	 bem,	 ou	 seja,	 de	mais	 55
(cinquenta	e	cinco)	hectares,	além	dos	21,5	anteriormente	penhorados.	
14.	 	 	 	Em	termos	financeiros,	partindo	da	premissa	de	que	o	hectare	 foi
avaliado	 em	R$	 160.000,00,	 constatamos	 que	 o	 “reforço	 de	 penhora”
resultou	 em	 constrição	 de	 R$	 12.160.000,00	 (doze	 milhões	 cento	 e
sessenta	 mil	 reais),	 quando	 o	 crédito	 exequendo	 seria	 de	 R$
4.500.000,00	 (quatro	 milhões	 e	 quinhentos	 mil	 reais),	 segundo	 os
cálculos	 elaborados	 pelo	 contador	 judicial,	 repita-se,	 sobre	 os	 quais	 o
peticionário	não	foi	intimado	para	se	manifestar.	
15.	 	 	 	 O	 não	 aperfeiçoamento	 da	 intimação	 do	 peticionário	 para	 se
manifestar	 sobre	 cálculos	 e	 sobre	 o	 novo	 laudo	 de	 avaliação	 fere
frontalmente	as	disposições	do	novo	CPC,	bastado	seja	destacado	o	seu
art.	874,	que	tem	a	seguinte	redação:	
	“Art.	874.	Após	a	avaliação,	o	juiz	poderá,	a	requerimento	do	interessado
e	 ouvida	 a	 parte	 contrária,	mandar:	Omissis.	 II	 –	 ampliar	 a	 penhora	 ou
transferi-la	 para	 outros	 bens	 mais	 valiosos,	 se	 o	 valor	 dos	 bens
penhorados	for	inferior	ao	crédito	do	exequente”.	
16.	 	 	 	 Infelizmente,	 o	 douto	 juízo	 a	 quo	 não	 determinou	 a	 ouvida	 do
peticionário,	 nem	 sobre	 os	 cálculos	 nem	 sobre	 a	 nova	 avaliação
procedida,	comprometendo	a	validade	do	processo.	
17.	 	 	 	 A	 manifestação	 do	 peticionário	 sobre	 os	 atos	 processuais	 é
necessária,	 primeiro	 porque	 nos	 encontramos	 diante	 de	 execução
vultosa,	que	atingiu	bem	imóvel	de	grande	extensão,	segundo	porque	a
avaliação	sequer	respeitou	o	art.	872	da	nova	lei	processual,	textual	em
prever	que	deve	constar	de	vistoria	e	de	 laudo,	não	confeccionados	no
caso	 concreto,	 não	 se	 tendo	 sequer	 a	 certeza	 de	 qual	 foi	 o	 hectare
avaliado	 pelo	 auxiliar	 do	 juízo,	 providência	 necessária,	 repita-se,
considerando	a	extensão	da	terra,	parte	na	beira	da	pista,	de	valor	muito
superior	aos	tais	R$	160.000,00,	parte	na	sua	fração	posterior.	
18.	 	 	 	Embora	a	execução	seja	 instaurada	no	proveito	do	credor,	o	novo
CPC	 manteve	 em	 evidência	 a	 importância	 do	 princípio	 da	 menor
onerosidade	para	o	devedor,	especificamente	em	seu	art.	805,	que	tem	a
seguinte	redação:
–		11	–
PETIÇÃO
–		12	–
PETIÇÃO
“Art.	 805.	 Quando	 por	 vários	 meios	 o	 exequente	 puder	 promover	 a
execução,	o	juiz	mandará	que	se	faça	pelo	modo	menos	gravoso	para	o
executado.	Omissis”.	
19.	 	 	 	No	caso	concreto,	e	mediante	as	práticas	denunciadas	em	 linhas
anteriores,	 o	 juízo	 a	 quo	determinou	o	 aperfeiçoamento	da	 penhora	 de
toda	 a	 propriedade	 pertencente	 ao	 devedor,	 quando	 a	 constrição
inicialmente	 realizada	 é	 suficiente	 para	 garantir	 a	 satisfação	 da
obrigação,	caracterizando,	inegavelmente,	o	EXCESSO	DE	PENHORA.	
20.				A	manutenção	da	decisão	atacada	resultaria	em	grave	infração	ao
direito	 de	 propriedade	 do	 ora	 agravante,	 constitucionalmente
assegurado,	e	na	institucionalização	de	um	processo	unilateral,	sem	que
o	 devedor	 seja	 comunicado	 da	 prática	 de	 atos	 processuais,	 e,	 por
consequência,	 sem	 que	 tenha	 sequer	 o	 direito	 de	 peticionar.	 Mas
certamente	a	decisão	atacada	não	será	mantida.		
DOS	PEDIDOS	
21.	 	 	 	 Posta	 a	 questão	 nesses	 termos,	 demonstrada	 a	 precariedade	 da
decisão	atacada,	o	agravante	pede	e	requer	se	digne	Vossa	Excelência	a:
(a)	 	 	 	 CONCEDER	 EFEITO	 SUSPENSIVO	 AO	 RECURSO,	 suspendendo,
consequentemente,	 os	 efeitos	 da	 decisão	 atacada,	 evitando	 a
consumação	 do	 excesso	 de	 penhora,	 e	 a	 prática	 dos	 demais	 atos
executivos.:	
(b)				Determinar	o	aperfeiçoamento	da	intimação	da	agravada,	através	da
Bela.	 ADRIANA	 PEREIRA,	 inscrita	 na	 OAB/PE	 sob	 o	 nº	 60.000,	 com
endereço	profissional	sito	na	Rua	Engenheiro	Ubaldo	Pastor,	nº	110,	sala
505,	no	bairro	de	Santo	Antônio,	Recife/PE,	para	que,	querendo,	ofereça
impugnação,	determinando,	ainda,	a	expedição	de	ofício	ao	juiz	da	causa,
para	que	preste	as	informações	de	estilo.	
(c)	 	 	 	 Ao	 final,	 DAR	 PROVIMENTO	 ao	 recurso,	 tornando	 sem	 efeito	 a
decisão	 atacada,	 para	 reconhecer	 a	 nulidade	 do	 processo	 a	 partir	 dos
cálculos	anteriormente	informados,	ou	seja,	a	partir	da	fl.	245,	incluindo,
por	lógica,	a	decisão	de	fl.	272,	através	da	qual	a	autoridade	monocrática
determinou	 o	 aperfeiçoamento	 da	 penhora	 do	 restante	 do	 imóvel
pertencente	 ao	 ora	 agravante,	 infringindo	 o	 seu	 direito	 de	 propriedade,
permitindo,	 assim,	 que	 as	 partes	 sejam	 intimadas	 para	 se	 manifestar
sobre	 os	 cálculos	 elaborados	 e	 sobre	 o	 auto	 de	 avaliação	 de	 fl.	 267,
como	determinado	pela	lei	processual.	
Nestes	 termos,	 com	 a	 guia	 de	 recolhimento	 das	 custas	 recursais	 e	 a
cópia	 integral	do	processo	que	tem	curso	na	 1ª	 Instância	em	anexo,	na
qual	constam	os	documentos	obrigatórios,	
Pede	deferimento.	
Recife,	25	de	novembro	de	2017.	
																																				Misael	Montenegro	Filho	
																																												OAB/PE	14.026	
–		13	–
PETIÇÃO
AGRAVO	EM	RECURSO	ESPECIAL	-
PARA	DESTRANCAR	O	RESP
(INTERPOSIÇÃO	CONTRA	DECISÃO
DA	VICE-PRESIDÊNCIA	DO	TRIBUNAL
LOCAL)
	O	recurso	de	agravo	em	recurso	especial	é	disciplinado	pelo	art.	1.042
da	 lei	 processual,	 e	 ataca	 decisão	 proferida	 pela	 Presidência	 ou	 pela
Vice-Presidência	 dos	 Tribunais	 Estaduais	 e	 dos	 Tribunais	 Regionais
Federais,	que	negam	seguimento	ao	recurso	especial.	
Com	 a	 interposição	 desse	 recurso,	 o	 agravante	 pretende	 destrancar	 o
recurso	especial,	permitindo	que	seja	conhecido	pelo	STJ.		
O	recurso	de	agravo	em	recurso	especial	deve	ser	interposto	no	prazo	de
15	 (quinze)	 dias	 uteis,	 que	 é	 contado	 em	 dobro	 quando	 o	 remédio
processual	é	interposto	pelo	Ministério	Público,	pela	Defensoria	Pública,
pelo	 Ministério	 Público	 ou	 por	 litisconsortes	 representados	 por
diferentes	 procuradores	 (arts.	 180,	 183,	 186	 e	 229	 da	 lei	 processual),
desde	que	integrem	escritórios	de	advocacia	igualmente	distintos	e	que
o	processo	tenha	curso	em	autos	eletrônicos.
	Muito	cuidado:	o	recorrente	não	pode	se	limitar	a	repetir	as	razões	que
fundamentaram	 o	 recurso	 especial	 (copiar	 e	 colar),	 devendo	 atacar
especificamente	 a	 decisão	 proferidapela	 Presidência	 ou	 pela	 Vice-
Presidência	 do	 Tribunal	 local,	 sob	 pena	 de	 não	 conhecimento	 do
recurso,	em	decorrência	da	aplicação	do	princípio	da	dialeticidade.	
O	recurso	de	agravo	em	recurso	especial	não	exige	o	recolhimento	das
custas	 e	 é	 interposto	 junto	 ao	 próprio	 Tribunal	 que	 proferiu	 a	 decisão
atacada.	
–		15		–
Comentários:
Excelentíssimo	 Senhor	 Desembargador	 Vice-Presidente	 do	 Egrégio
Tribunal	de	Justiça	do	Estado	de	Pernambuco.		
JOÃO	DA	SILVA	e	outro,	por	seu	advogado	 infra-assinado,	nos	autos
dos	Embargos	de	Declaração	no	Agravo	na	Apelação	Cível	 nº
0010000000	–	08.2003.8.17.0001,	havendo	sido	intimados	do	teor	da
r.	decisão	de	fls.,	publicada	no	dia	11.12.2016,	através	da	qual	essa	ínclita
autoridade	 jurisdicional	 não	 conheceu	 do	 recurso	 especial
anteriormente	 interposto,	 sob	 a	 alegação	 de	 que	 o	 subscritor	 desta
manifestação	processual	não	estaria	dotado	de	poderes	para	representar
os	 recorrentes	 em	 juízo,	 vêm,	 pela	 presente	 e	 dentro	 do	 prazo	 legal,
interpor	AGRAVO	EM	RECURSO	ESPECIAL,	com	fundamento	no	art.
1.042	da	nova	lei	processual,	correspondendo	ao	art.	544	do	CPC/73,	de
acordo	com	as	razões	adiante	aduzidas,	confiando,	concessa	vênia,	que
a	espécie	recursal	seja	provida,	permitindo	a	subida	do	recurso	extremo.
Nestes	termos,	
Pedem	deferimento.	
Recife,	19	de	dezembro	de	2017.	
																																												Misael	Montenegro	Filho	
																																																			OAB/PE	14.026		
–		16		–
PETIÇÃO:
Agravantes:	JOÃO	DA	SILVA	e	outro	
Agravada:	SOCIEDADE	S.A.	
Embargos	de	Declaração	no	Agravo	na	Apelação	Cível	nº	0010000000
–	08.2003.8.17.0001	
RAZÕES	DOS	AGRAVANTES	
Eminentes	Ministros:	
01.	 	 	 	 A	 r.	 decisão	proferida	pela	Vice-Presidência	do	e.	 TJPE	deve	 ser
reformada,	data	vênia,	por	ser	contrária	aos	dispositivos	que	integram	a
nova	lei	processual,	que	começou	a	vigorar	quase	1	(um)	mês	antes	da
prolação	do	referido	pronunciamento	judicial.			
02.	 	 	 	 Nesse	 passo,	 atentos	 aos	 autos,	 percebemos	 que	 o	 órgão	 que
realizou	o	juízo	diferido	de	admissibilidade	do	recurso	extremo	concluiu
que	o	subscritor	desta	manifestação	processual	não	detinha	poderes	de
representação	 dos	 ora	 agravantes,	 já	 que	 atuou	 com	 lastro	 em
substabelecimento	 conferido	 por	 advogados	 que	 não	 estavam
representados	 nos	 autos,	 como	 tais	 os	 Beis.	 JOÃO	 DOS	 SANTOS	 e
RODRIGO	DOS	SANTOS.		
03.	 	 	 	 Em	 outras	 palavras,	 os	 advogados	 identificados	 em	 linhas
anteriores	 não	 poderiam	 ter	 substabelecido	 o	 mandato	 ao	 subscritor
desta	manifestação	processual,	pois	aqueles	não	estavam	investidos	de
poderes.	
–		17		–
PETIÇÃO:
04.	 	 	 	 Com	 a	 devida	 vênia,	 o	 pronunciamento	 não	 se	 afina	 com	 a
realidade	 dos	 autos,	 já	 que	 o	 órgão	 que	 realizou	 o	 juízo	 de
admissibilidade	exigiu	documento	que	não	existe,	que	foi	suprimido	na
instância	a	quo,	juntamente	com	todo	o	restante	do	caderno	processual.
05.	 	 	 	 E	 não	 existia	 por	 uma	 simples	 razão:	 os	 autos	 do	 processo
originário	 (prestação	 de	 contas)	 foram	 extraviados,	 tendo	 sido
posteriormente	 restaurados,	 com	 os	 documentos	 de	 que	 as	 partes
dispunham,	 sem	 que	 a	 procuração	 referida	 pelo	 órgão	 de
admissibilidade	tenha	sido	encontrada.	
06.	 	 	 	 Assim,	 e	 apenas	 por	 preciosismo,	 não	 seria	 o	 caso	 de	 não
conhecer	 do	 recurso	 extremo,	 mas	 de	 conceder	 prazo	 para	 que	 a
irregularidade	(se	é	que	pode	ser	assim	considerada)	fosse	suprida,	nos
termos	do	parágrafo	único	do	art.	932	da	nova	lei	processual,	que	tem	a
seguinte	 redação:		“Art.	932.	Omissis.	Antes	de	considerar	inadmissível
o	 recurso,	 o	 relator	 concederá	 o	 prazo	de	5	 (cinco)	 dias	 ao	 recorrente
para	 que	 seja	 sanado	 vício	 ou	 complementada	 a	 documentação
exigível”.	
07.	 	 	 	 O	 caso	 em	 análise	 não	 é	 igual	 ou	 semelhante	 aos	milhares	 de
casos	em	que	o	advogado	que	representa	a	parte	atua	sem	instrumento
de	mandato,	por	desídia	da	parte	ou	do	profissional.	
08.	 	 	 	 Diferentemente,	 encontramo-nos	 diante	 de	 processo	 que	 foi
abatido	 por	 extravio,	 e	 parcialmente	 restaurado,	 sem	 que	 os
peticionários	 dispusessem	 da	 cópia	 da	 procuração	 que	 integrou	 o–		18		–
PETIÇÃO:
09.	 	 	 	 Contudo,	 não	 há	 dúvida	 de	 que	 os	 substabelecentes	 detinham
poderes,	 e	 que	 podiam	 transferi-los,	 na	 medida	 em	 que	 seus	 nomes
constam	no	sistema	do	tribunal	local,	como	advogados	habilitados.	
10.	 	 	 	 Além	da	norma	 reproduzida	 em	 linhas	 anteriores,	 o	 §	3º	do	 art.
1.029	da	nova	 lei	processual	estabelece	a	seguinte	regra:	“O	Supremo
Tribunal	Federal	ou	o	Superior	Tribunal	de	Justiça	poderá	desconsiderar
vício	 formal	de	 recurso	 tempestivo	ou	determinar	 sua	correção,	desde
que	não	o	repute	grave”.	
11.				O	que	a	nova	lei	processual	fez	foi	valorizar	o	fim,	o	julgamento	de
mérito,	em	detrimento	de	exigências	formais	menos	importantes.	
12.				No	caso	submetido	à	apreciação	desses	doutos	Julgadores,	embora
seja	 inegável	 que	 a	 procuração	 é	 documento	 essencial,	 em	 qualquer
hipótese,	o	documento	não	mais	existia,	na	forma	como	confeccionado,
merecendo	 destaque	 a	 advertência	 de	 que	 a	 ação	 de	 restauração	 de
autos	foi	julgada	pela	procedência	dos	pedidos,	o	que	parte	da	premissa
da	sua	regularidade.			
13.				Em	outras	palavras,	se	é	caso	de	considerarmos	que	houve	alguma
regularidade	 no	 caso	 em	 exame,	 esta	 teve	 por	 base	 sentença	 que
reconheceu	 a	 regularidade	 da	 restauração	 dos	 autos,	 como	 se	 os
documentos	imprescindíveis	estivessem	no	caderno	processual.	
–		19		–
PETIÇÃO:
DO	PEDIDO
14.	 	 	 	 Posta	 a	 questão	nesses	 termos,	 demonstrada	 a	 precariedade	da
decisão	atacada	e	a	infração	aos	dispositivos	processuais	anteriormente
identificados,	os	peticionários	requerem	se	dignem	Vossas	Excelências
a	 DAR	 PROVIMENTO	 a	 este	 recurso,	 permitindo	 a	 subida	 do	 recurso
extremo	e	a	apreciação	dos	seus	fundamentos	de	mérito.	
				Nestes	termos,	
				Pedem	deferimento.	
				Recife,	19	de	dezembro	de	2017.	
																																								Misael	Montenegro	Filho	
																																																OAB/PE	14.026	
–		20		–
PETIÇÃO:
	AGRAVO	INTERNO	-	ART.	1.021	DO
CPC	(QUESTÃO	VERSANDO	SOBRE
A	CONCESSÃO	DOS	BENEFÍCIOS
DA	JUSTIÇA	GRATUITA)
O	recurso	de	agravo	 interno	é	 interposto	contra	as	decisões	proferidas
por	desembargadores	 (decisão	monocrática	ou	unipessoal),	 no	 âmbito
dos	Tribunais,	com	fundamento	no	art.	932	do	CPC,	sendo	disciplinado
pelo	art.	1.021	do	mesmo	código.	
Exemplificativamente,	quando	o	vencido	interpõe	o	recurso	de	apelação,
espera	 que	 o	 mesmo	 seja	 julgado	 por	 um	 órgão	 colegiado	 (Câmara
Cível,	 Turma	 Cível,	 por	 exemplo).	 Contudo,	 para	 a	 sua	 surpresa,	 o
desembargador	relator	nega	seguimento	ao	recurso,	sob	a	alegação	de
que	 o	 recorrente	 não	 teria	 preenchido	 determinado	 requisito	 de
admissibilidade.	 Contra	 essa	 decisão,	 o	 apelante	 pode	 interpor	 agravo
interno.	
Esse	 recurso	 deve	 ser	 apresentado	 no	 prazo	 de	 15	 (quinze)	 dias	 úteis,
que	é	contado	em	dobro	quando	o	remédio	processual	é	interposto	pelo
Ministério	Público,	pela	Defensoria	Pública,	pelo	Ministério	Público	ou
por	 litisconsortes	representados	por	diferentes	procuradores	(arts.	 180,
183,	186	e	229	da	lei	processual),	sendo	dirigido	ao	próprio	relator	que
proferiu	 a	 decisão	monocrática,	 que	pode	 reforma-la	 ou	 encaminhar	 o
recurso	para	o	seu	julgamento	pelo	órgão	colegiado.	
–		22		–
Comentários:
Excelentíssimo	 Senhor	 Desembargador	 JOÃO	 DA	 SILVA	 –	 Mui	 Digno
Relator	da	Ação	Rescisória	nº	0000000	–	7.	
MANOEL	DOS	SANTOS,	por	seu	advogado	 infra-assinado,	nos	autos	da
Ação	Rescisória	proposta	contra	MARIA	DA	SILVA,	processo	nº	000000
–7,	havendo	sido	intimado	do	teor	da	r.	decisão	de	fls.,	através	da	qual
essa	 douta	 relatoria	 indeferiu	 o	 pedido	 de	 gratuidade	 anteriormente
formulado	 pelo	 peticionário,	 vem,	 pela	 presente	 e	 no	 prazo	 de	 15
(quinze)	dias,	com	fundamento	no	art.	1.021	da	lei	processual,	interpor	o
recurso	 de	 AGRAVO	 INTERNO,	 de	 acordo	 com	 as	 razões	 de	 fato	 e	 de
direito	adiante	aduzidas:	
01.	 	 	 	 Conforme	 percebemos	 através	 da	 simples	 leitura	 da	 decisão
datada	 de	 12.12.2017,	 essa	 douta	 relatoria	 indeferiu	 o	 pedido	 de
gratuidade	da	justiça	formulado	pelo	autor	sob	o	fundamento	de	que	a
declaração	particular	acostada	aos	autos,	subscrita	por	contador,	seria
“inservível	como	meio	de	prova	da	alegada	insuficiência	financeira”.	
02.		 	 	Além	disso,	essa	douta	relatoria	se	baseou	na	alegação	da	ré	de
que	 o	 peticionário	 seria	 um	 grande	 empresário,	 pessoa	 abastada,	 que
teria	condições	de	recolher	as	custas	processuais.	
03.				Antes	de	o	autor	rebater	os	fundamentos	identificados	em	linhas
anteriores,	 destaca	 que	 o	 valor	 das	 custas	 processuais	 é	 de
aproximadamente	 R$	 10.000,00	 (dez	 mil	 reais),	 valor	 elevado	 para
qualquer	cidadão	brasileiro.	
–		23		–
PETIÇÃO:
04.	 	 	 	 Além	 disso,	 com	 a	 modificação	 do	 valor	 da	 causa	 para	 R$
1.286.585,15	 (um	 milhão	 duzentos	 e	 oitenta	 e	 seis	 mil	 quinhentos	 e
oitenta	e	cinco	reais	e	quinze	centavos),	o	peticionário	estaria	obrigado	a
efetuar	 o	 depósito	 exigido	 para	 o	 ajuizamento	 da	 ação	 rescisória,
representando	 o	 desembolso	 de	 mais	 ou	 menos	 R$	 65.000,00
(sessenta	e	cinco	mil	reais),	além	das	custas	processuais.	
05.	 	 	 	 No	 que	 toca	 à	 fundamentação	 jurídica	 deste	 recurso,	 o	 autor
chama	a	atenção	dessa	douta	relatoria	para	os	§§	2º	e	3º	do	art.	99	do
novo	CPC,	que	têm	a	seguinte	redação:	
“Art.	 99.	 Omissis.	 §	 2º	 O	 juiz	 somente	 poderá	 indeferir	 o	 pedido	 se
houver	 nos	 autos	 elementos	que	evidenciem	a	 falta	 dos	pressupostos
legais	 para	 a	 concessão	 de	 gratuidade,	 devendo,	 antes	 de	 indeferir	 o
pedido,	 determinar	 à	 parte	 a	 comprovação	 do	 preenchimento	 dos
referidos	 pressupostos.	 §	 3º	 Presume-se	 verdadeira	 a	 alegação	 de
insuficiência	deduzida	exclusivamente	por	pessoa	natural.	Omissis”.		
	
06.				Conforme	percebemos,	a	lei	processual	estabelece	a	regra	de	que
a	afirmação	do	estado	de	pobreza	é	presumidamente	verdadeira,	quando
deduzida	 por	 pessoa	 natural,	 cabendo	 à	 parte	 contrária	 desconstituir
essa	presunção,	não	com	base	em	alegações	vazias,	mas	em	provas.			
PETIÇÃO:
07.	 	 	 	 No	 caso	 concreto,	 além	 de	 a	 adversa	 parte	 não	 ter	 produzido
qualquer	prova	que	embasasse	a	alegação	de	que	o	peticionário	 seria
empresário	 abastado,	 o	 documento	 acostado	 aos	 autos	 pelo	 autor
(declaração	 subscrita	 por	 contador)	 não	 poderia	 ter	 sido	 considerado
“inservível”,	 data	 vênia,	 por	 não	 conter	 qualquer	 irregularidade	 formal
e/ou	de	conteúdo
08.				O	documento	em	questão	foi	assinado	por	profissional	capacitado,
informando	 situação	 de	 fato	 (recebimento	 mensal	 da	 quantia	 de	 R$
1.600,00)	 que	 não	 foi	 rebatida	 pela	 adversa	 parte,	 a	 não	 ser	 por
alegações	vazias.	
09.	 	 	 	No	que	toca	à	alegação	de	que,	quando	o	pedido	de	concessão
dos	 benefícios	 da	 justiça	 gratuita	 é	 formulado	 após	 o	 ajuizamento	 da
ação,	 não	 mais	 caberia	 a	 presunção	 de	 miserabilidade,	 é	 importante
destacar	que	o	pedido	só	foi	 formulado	pelo	autor	após	o	ajuizamento
da	ação	em	decorrência	do	acolhimento	do	incidente	de	impugnação	ao
valor	da	causa	oposto	pela	ré,	representando	fato	superveniente.	
10.				O	autor	não	poderia	ter	formulado	o	pedido	na	petição	inicial,	pois
não	 era	 pobre	 na	 forma	 da	 lei,	 considerado	 o	 valor	 originariamente
atribuído	à	causa.			
11.	 	 	 	 O	 estado	 de	 pobreza	 só	 foi	 evidenciado	 após	 o	 acolhimento	 do
incidente	citado	em	linhas	anteriores,	com	a	consequente	modificação
do	 valor	 da	 causa,	 quando	 então,	 e	 somente	 então,	 fez-se	 necessário
formular	o	requerimento.	
PETIÇÃO:
12.	 	 	 	 A	 decisão	 da	 lavra	 desse	 douto	 Juízo	 deve	 ser	 reformada,	 data
vênia,	sob	pena	de	o	autor	se	ver	privado	de	ter	acesso	à	jurisdição,	não
se	tendo	a	lembrança	de	uma	única	pessoa	natural	em	Pernambuco	que
tenha	se	desincumbido	do	ônus	de	efetuar	o	recolhimento	das	custas	e
do	 depósito/caução	 em	 quantia	 superior	 a	 R$	 75.000,00	 (setenta	 e
cinco	mil	reais).	
13.	 	 	 	Posta	a	questão	nesses	 termos,	demonstrada	a	precariedade	da
decisão	 atacada,	 com	 as	 devidas	 vênias,	 o	 autor	 requer,
preferencialmente,	 digne-se	 Vossa	 Excelência	 a	 exercer	 o	 juízo	 de
retratação,	tornando	sem	efeito	o	pronunciamento	e	concedendo-lhe	os
benefícios	 da	 gratuidade	 da	 justiça	 ou,	 secundariamente,	 encaminhar
este	 recurso	 ao	 órgão	 fracionário,	 onde	 confia	 que	 será	 PROVIDO,
acarretando	 a	 modificação	 do	 pronunciamento	 atacado,	 o	 que	 é
expressamente	requerido.			
								Nestes	termos,	
								Pede	deferimento.	
								Recife,	12	de	janeiro	de	2017.	
																																												Misael	Montenegro	Filho	
																																																				OAB/PE	14.026	
–		26		–
PETIÇÃO:
APELAÇÃO	-	ATAQUE	À
SENTENÇA	PROFERIDA	EM	AÇÃO
DE	ALIMENTOS
O	recurso	de	apelação	é	interposto	no	1º	grau	de	jurisdição,	exigindo	o
recolhimento	de	custas,	no	ato	da	interposição	(art.	1.007	do	CPC),	sob
pena	de	deserção.	
Na	sua	elaboração,	o	apelante	deve	observar	a	 regra	constante	do	art.
1.010	do	CPC,	que	versa	sobre	os	requisitos	formais	desse	recurso.	
Cuidado:	o	recorrente	não	pode	se	limitar	a	reproduzir	(copiar	e	colar)	a
petição	 inicial	 ou	 a	 contestação.	 Diferentemente,	 deve	 atacar
diretamente	 os	 fundamentos	 da	 sentença,	 sob	 pena	 de	 não
conhecimento	 do	 recurso,	 em	 decorrência	 da	 infração	 ao	 princípio	 da
dialeticidade.	
Após	 a	 interposição	 do	 recurso,	 o	 juiz	 concede	 vista	 dos	 autos	 ao
vencedor,	 para	que	ofereça	 contrarrazões	no	prazo	de	 15	 (quinze)	 dias
uteis	(exceto	nas	situações	anteriormente	destacadas),	ato	seguido	do
encaminhamento	 dos	 autos	 ao	 Tribunal,	 independentemente	 da
realização	do	juízo	de	admissibilidade.	
–		28		–
Comentários:
Exmo.	 Sr.	 Dr.	 Juiz	 de	Direito	 da	 1ª	 Vara	 de	 Família	 e	 Registro	 Civil	 da
Comarca	do	Recife.	
PAULO	 JOSÉ	 DOS	 SANTOS,	 por	 seu	 advogado	 infra-assinado,	 nos
autos	 da	Ação	 de	 Exoneração	 de	 Alimentos	 proposta
contra	MARIA	DOS	SANTOS	e	PAULA	DOS	SANTOS,	 processo	nº
0000000-58.2015.8.17.0001,	 havendo	 sido	 intimado	 do	 teor	 da	 r.
sentença	de	fls.	99/102,	através	da	qual	esse	douto	juízo	julgou	a	ação
pela	procedência	parcial	dos	pedidos,	determinando	que	o	peticionário
efetue	o	pagamento	da	quantia	correspondente	a	1	(um)	salário	mínimo
por	 mês	 para	 cada	 uma	 de	 suas	 filhas,	 vem,	 pela	 presente,	 no	 prazo
legal	de	15	(quinze)	dias,	interpor	RECURSO	DE	APELAÇÃO,	conforme
razões	em	anexo,	confiando,	concessa	vênia,	que	o	remédio	processual
será	provido,	resultando	na	reforma	do	pronunciamento	atacado.	
	 	 	 	Nestes	termos,	com	as	 razões	em	anexo,	 ressalvando	que	deixa	de
recolher	as	custas	recursais	por	ser	beneficiário	da	justiça	gratuita,	
				Pede	deferimento.	
				Recife,	10	de	janeiro	de	2018.	
																																				Misael	Montenegro	Filho	
																																												OAB/PE	14.026	
–		29		–
PETIÇÃO
Apelante:	PAULO	JOSÉ	DOS	SANTOS
Apeladas:	MARIA	DOS	SANTOS	e	PAULA	DOS	SANTOS	
Apelação	Cível	nº	0000000.58.2015	
																																RAZÕES	DO	APELANTE	
01.	 	 	 	 A	 r.	 sentença	 proferida	 pela	 autoridade	 que	 atua	 no	 1º	 grau	 de
jurisdição	 deve	 ser	 reformada,	 data	 vênia,	 por	 ser	 contrária	 às	 provas
produzidas	 durante	 a	 fase	 de	 instrução,obrigando	 o	 autor	 a	 efetuar	 o
pagamento	 de	 alimentos	 em	 favor	 das	 suas	 filhas,	 embora	 a	 tenha
reduzido	 para	 1	 (um)	 salário	mínimo	 para	 cada	 uma	 das	 beneficiárias,
que	 pode	 ser	 pouco	 dinheiro	 para	 muitos,	 mas	 que	 representa	 uma
fortuna	para	o	ora	recorrente.	
02.	 	 	 	 Atentos	 aos	 autos,	 percebemos	 que	 a	 pretensão	 autoral	 foi
embasada	em	dois	fundamentos,	quais	sejam:	(a)	o	primeiro,	de	que	as
beneficiárias	 já	 são	 maiores	 de	 idade,	 exercendo	 atividade	 laborativa,
não	 necessitando	 da	 verba	 alimentar;	 (b)	 o	 segundo,	 de	 que	 o
peticionário	não	se	encontra	em	condições	de	adimplir	a	obrigação.			
03.		 	 	No	que	toca	ao	primeiro	fundamento,	é	importante	destacar	que
as	 filhas	 do	 ora	 apelante	 se	 encontram	 com	 21	 e	 23	 anos	 de	 idade,
respectivamente,	 residindo	com	a	sua	genitora,	não	estando	obrigadas
ao	pagamento	de	aluguéis.	
–		30		–
PETIÇÃO
Apelante:	PAULO	JOSÉ	DOS	SANTOS
Apeladas:	MARIA	DOS	SANTOS	e	PAULA	DOS	SANTOS	
Apelação	Cível	nº	0000000.58.2015	
																																RAZÕES	DO	APELANTE	
01.	 	 	 	 A	 r.	 sentença	 proferida	 pela	 autoridade	 que	 atua	 no	 1º	 grau	 de
jurisdição	 deve	 ser	 reformada,	 data	 vênia,	 por	 ser	 contrária	 às	 provas
produzidas	 durante	 a	 fase	 de	 instrução,	 obrigando	 o	 autor	 a	 efetuar	 o
pagamento	 de	 alimentos	 em	 favor	 das	 suas	 filhas,	 embora	 a	 tenha
reduzido	 para	 1	 (um)	 salário	mínimo	 para	 cada	 uma	 das	 beneficiárias,
que	 pode	 ser	 pouco	 dinheiro	 para	 muitos,	 mas	 que	 representa	 uma
fortuna	para	o	ora	recorrente.	
02.	 	 	 	 Atentos	 aos	 autos,	 percebemos	 que	 a	 pretensão	 autoral	 foi
embasada	em	dois	fundamentos,	quais	sejam:	(a)	o	primeiro,	de	que	as
beneficiárias	 já	 são	 maiores	 de	 idade,	 exercendo	 atividade	 laborativa,
não	 necessitando	 da	 verba	 alimentar;	 (b)	 o	 segundo,	 de	 que	 o
peticionário	não	se	encontra	em	condições	de	adimplir	a	obrigação.			
03.		 	 	No	que	toca	ao	primeiro	fundamento,	é	importante	destacar	que
as	 filhas	 do	 ora	 apelante	 se	 encontram	 com	 21	 e	 23	 anos	 de	 idade,
respectivamente,	 residindo	com	a	sua	genitora,	não	estando	obrigadas
ao	pagamento	de	aluguéis.	
–		31	–
PETIÇÃO
04.	 	 	 	 Além	disso,	 a	 ré	 PAULA	DOS	SANTOS	 admitiu	 em	 juízo	 (fl.	 96
verso)	 que	 exerce	 atividade	 laborativa,	 auferindo	 renda	 de
aproximadamente	R$	900,00	(novecentos	reais)	por	mês,	e	que	a	sua
irmã	 não	 desembolsa	 valores	 para	 o	 pagamento	 de	 mensalidades	 do
curso	de	direito	na	FBV,	por	ser	beneficiária	do	FIES.	
05.				Debruçados	nos	autos,	especificamente	na	defesa	de	fls.	29/37,	e
nos	documentos	que	a	instruíram,	constatamos	que	as	únicas	despesas
que	 as	 rés	 comprovaram	 pagar	 foram	 a	 taxa	 condominial	 do
apartamento	em	que	residem,	na	quantia	de	R$	690,00	(seiscentos	e
noventa	reais),	com	a	bonificação	resultante	do	pagamento	em	dia,	e	a
fatura	 de	 energia	 elétrica,	 no	 valor	 de	R$	228,02	 (duzentos	 e	 vinte	 e
oito	 reais	 e	 dois	 centavos),	 totalizando	 a	 importância	 de	 R$	 918,02
(novecentos	e	dezoito	reais	e	dois	centavos),	pouco	superior	aos	ganhos
da	 autora	 Paula	 dos	 Santos,	 com	 a	 ressalva	 de	 que	 a	 mãe	 das	 rés
percebe	a	quantia	mensal	de	R$	1.468,00,	a	título	de	pensão.	
06.				Quanto	à	possibilidade	de	o	autor	adimplir	a	obrigação,	mais	uma
vez	atentos	aos	autos,	percebemos	que	o	mesmo	ganha	tão	pouco	que
sequer	 presta	 declarações	 de	 imposto	 de	 renda,	 sobrevivendo	 dos
ganhos	 resultantes	 da	 exploração	 de	 um	 pequeno	 bar	 (bar	 de	 rua,	 na
linguagem	popular),	na	calçada	do	imóvel	em	que	reside,	representando
renda	bruta	de	aproximadamente	R$	2.400,00	(dois	mil	e	quatrocentos
reais)	por	mês,	completamente	consumidos	com	o	pagamento	de	suas
despesas	mensais,	 tendo	 juntada	 à	 inicial	 cópia	 de	 fatura	 de	 energia
elétrica,	na	quantia	de	R$	530,50,	rateada	por	5	(cinco)	pessoas	
–		32	–
PETIÇÃO
(R$	 106,00	 para	 cada	 uma	 delas),	 da	 conta	 de	 água	 e	 esgoto,	 na
quantia	 de	 R$	 278,92	 (R$	 55,78	 para	 cada	 um	 dos	 5	 moradores	 do
imóvel),	e	da	mensalidade	do	seu	filho	menor,	no	importe	de	R$	735,00,
comprovando	que	só	consegue	sobreviver	porque	sua	esposa	aufere	a
quantia	 líquida	 de	 R$	 1.144,07,	 como	 funcionária	 do	 HOSPITAL
PORTUGUÊS	ABC	(documentos	de	fls.	9/19).			
07.	 	 	 	Assim,	 restou	provado	que	o	casal	 (o	 autor	 e	 sua	atual	 esposa)
auferem	 renda	 bruta	 mensal	 de	 aproximadamente	 R$	 3.500,00,	 dos
quais,	 R$	 900,00	 (novecentos	 reais)	 são	 gastos	 apenas	 com	 o
pagamento	 da	 mensalidade	 escolar	 do	 seu	 filho	 e	 com	 o	 rateio	 das
contas	 de	 energia	 elétrica,	 de	 água	 e	 esgoto,	 remanescendo
aproximadamente	R$	2.500,00	brutos	para	o	pagamento	de	 todas	as
demais	 despesas,	 em	 favor	 de	 três	 pessoas,	 como	 alimentação,
transporte,	 vestuário,	 saúde	e	 todos	os	demais	 itens	que	 integram	um
orçamento	doméstico.	
08.				Ao	sentenciar,	o	douto	juiz	de	piso	não	se	baseou	em	provas,	mas
em	suposições	(e	é	exatamente	 isso	que	alicerça	o	pedido	de	reforma
do	 julgado),	 com	 a	 devida	 vênia.	 Vejamos	 a	 parte	 final	 do	 decisum
atacado:	
“É	 razoável	 estimar	 que	 as	mesas	 são	 ocupadas,	 ao	menos,	 por	 duas
pessoas.	Considerando	como	base	de	consumo	os	R$	50,00	(cinquenta
reais)	 referidos	 nos	 depoimentos	 de	 fls.	 96/97,	 os	 quais	 devem	 ser
reajustados	para	R$	60,00	(sessenta	reais),	em	decorrência	do	sabido
aumento	geral	de	preços	nos	últimos	meses,	obtemos	R$	7.200,00	–		33	–
PETIÇÃO
(sete	 mil	 e	 duzentos	 reais)	 mensais,	 supondo	 que	 o	 bar	 funcione	 às
sextas,	sábados	e	domingos.	Excluídos	os	custos	do	pequeno	negócio,
os	quais	devem	corresponder,	em	média,	a	cerca	de	50%	(cinquenta	por
cento)	 do	 seu	 faturamento,	 alcançamos	 a	 renda	 mensal	 estimada	 do
requerente	 por	 volta	 de	 R$	 3.600,00	 (três	 mil	 e	 seiscentos	 reais)”
(grifamos).			
09.				Com	todas	as	vênias	devidas,	não	podemos	admitir	que	o	julgado
combatido	 se	 baseie	 em	 achismos,	 como	 “é	 razoável	 estimar”,
“supondo”	 e	 “devem	 corresponder”,	 pois	 provas	 foram	 produzidas
durante	a	fase	de	instrução,	que	não	foram	rebatidas	(tornando	os	fatos
incontroversos),	sendo	fortes	em	revelar	que	o	peticionário	aufere	renda
BRUTA	mensal	de	apenas	R$	2.400,00	(dois	mil	e	quatrocentos	reais),
completamente	 consumida	 com	 o	 pagamento	 de	 suas	 despesas
mensais,	 incluindo	 despesas	 próprias,	 de	 sua	 esposa	 e	 do	 seu	 filho
menor.	
10.	 	 	 	 Adotando	o	 raciocínio	 desenvolvido	pelo	magistrado	de	piso,	 de
que	 o	 lucro	 da	 atividade	 deve	 representar	 mais	 ou	 menos	 50%
(cinquenta	 por	 cento)	 dos	 ganhos	 mensais	 brutos,	 concluímos	 que	 o
lucro	auferido	pelo	autor	é	de	apenas	R$	1.200,00	(um	mil	e	duzentos
reais)	 por	 mês,	 já	 que	 restou	 provado	 que	 obtém	 uma	 receita	 bruta
mensal	de	R$	2.400,00	(dois	mil	e	quatrocentos	reais).	
–		34	–
PETIÇÃO
11.	 	 	 	 Partindo	 da	 premissa	 de	 que	 o	 salário	mínimo	 é	 de	R$	 880,00
(oitocentos	e	oitenta	reais),	concluímos	que	o	peticionário	está	obrigado
a	 efetuar	 o	 pagamento	 da	 quantia	 mensal	 de	 R$	 1.760,00	 (um	 mil
setecentos	 e	 sessenta	 reais)	 em	 favor	 das	 rés,	 remanescendo	 a
importância	 bruta	 de	R$	640,00	 (seiscentos	 e	 quarenta	 reais)	 para	 o
pagamento	de	suas	despesas	pessoais	(repita-se,	despesas	próprias,	de
sua	 esposa	 e	 do	 seu	 filho),	 quando	 restou	 provado	 que	 gasta
aproximadamente	R$	900,00	apenas	com	água,	luz	e	a	mensalidade	do
seu	filho.	
12.	 	 	 	 A	 questão	 é	 matemática,	 sendo	 induvidoso	 que	 a	 sentença
desrespeitou	a	equação	necessidade	de	quem	pede	x	possibilidade	de
quem	deve,	baseando-se	em	achismos,	contra	a	prova	produzida	durante
a	tramitação	do	processo.	
13.	 	 	 	Mantida	a	sentença,	o	que	é	admitido	por	mero	amor	ao	debate,
partindo	da	premissa	de	que	o	autor	aufererenda	mensal	bruta	de	R$
2.400,00	(dois	mil	e	quatrocentos	 reais),	concluímos	que	a	obrigação
alimentar	 imposta	 pelo	 pronunciamento	 atacado	 representa
aproximadamente	75%	(setenta	e	cinco	por	cento)	dos	ganhos	brutos	do
devedor	dos	alimentos,	e	mais	ou	menos	150%	(cento	e	cinquenta	por
cento)	 dos	 seus	 ganhos	 líquidos,	 arbitramento	 que	 destoa	 de	 todo	 o
entendimento	doutrinário	e	jurisprudencial	relacionado	à	matéria.	
–		35	–
PETIÇÃO
14.	 	 	 	 Embora	 esse	 não	 seja	 o	 argumento	 principal,	 para	 embasar	 o
pedido	de	 reforma	da	decisão	atacada,	é	 importante	destacar	que	nos
encontramos	diante	de	crise	que	afligiu	todos	os	setores	da	economia,
sendo	 fato	 público	 e	 notório	 o	 de	 que	 centenas	 de	 bares	 e	 de
restaurantes	cerraram	as	suas	portas,	e	que	os	sobreviventes	reduziram
demasiadamente	a	sua	margem	de	lucro.	
15.	 	 	 	 Assim,	 não	 é	 de	 se	 supor	 que	 as	 pessoas	 estejam	 consumindo
mais,	 mas	 que	 as	 pessoas	 cada	 dia	 menos	 frequentam	 bares	 e
restaurantes,	 aumentando	 a	 quantidade	 de	 refeições	 em	 casa,	 o	 que
contraria	 todas	 as	 conjecturas	 feitas	 pelo	 magistrado	 que	 atua	 no	 1º
grau	de	jurisdição.			
16.	 	 	 	Em	suma:	a	sentença	monocrática	deve	ser	reformada,	concessa
vênia,	por	ser	contrária	às	provas	produzidas	durante	a	fase	de	instrução,
baseando-se	em	falsas	premissas,	que	não	nos	conduzem	a	conclusões
lógicas.	
DO	PEDIDO	
17.	 	 	 	Pelo	exposto,	demonstrada	a	precariedade	do	 julgado	atacado,	o
seu	 manifesto	 divórcio	 das	 provas	 produzidas	 (documental	 e	 oral,
consistente	na	tomada	do	depoimento	das	partes	e	de	testemunhas	na
audiência	de	 instrução	e	 julgamento),	o	peticionário	 requer	se	dignem
Vossas	 Excelências	 a	 DAR	 PROVIMENTO	 a	 este	 recurso,	 resultando,
preferencialmente,	na	reforma	integral	da	sentença	de	fls.	99/102,	
–		36	–
PETIÇÃO
importando	na	exoneração	do	ora	recorrente	da	obrigação	de	efetuar	o
pagamento	de	alimentos	em	favor	das	apeladas,	ou,	secundariamente,
na	 reforma	 parcial	 do	 mesmo	 julgado,	 para	 a	 redução	 da	 obrigação
alimentar	em	no	máximo	R$	480,00	(quatrocentos	e	oitenta	reais),	que
corresponde	 a	 40%	 (quarenta	 por	 cento)	 do	 lucro	 da	 atividade
desenvolvida	 pelo	 ora	 apelante,	 invertendo-se,	 consequentemente,	 os
ônus	 da	 sucumbência,	 incluindo	 custas,	 despesas	 processuais	 e
honorários	advocatícios.	
								Nestes	termos,	
								Pede	deferimento.	
								Recife,	10	de	janeiro	de	2018.	
																																								Misael	Montenegro	Filho	
																																																OAB/PE	14.026	
–		37	–
PETIÇÃO
APELAÇÃO	-	CONTRARRAZÕES
(QUESTÃO	ENVOLVENDO	VÍCIO
DE	CONSTRUÇÃO)
As	contrarrazões	se	constituem	na	petição	em	que	o	apelado	(vencedor)
impugna	 o	 recurso	 de	 apelação	 apresentado	 pelo	 seu	 adversário
processual.	
Essa	 petição	 deve	 ser	 apresentada	 no	 prazo	 geral	 de	 15	 (quinze)	 dias
uteis,	 que	 é	 contado	 em	 dobro	 quando	 o	 vencedor	 for	 o	 Ministério
Público,	 a	 Defensoria	 Pública,	 o	 Ministério	 Público	 ou	 litisconsortes
representados	por	diferentes	procuradores	(arts.	180,	183,	186	e	229	da
lei	processual).	
Com	ou	sem	as	contrarrazões,	os	autos	são	encaminhados	ao	Tribunal
Estadual	 ou	 ao	 Tribunal	 Regional	 Federal,	 independentemente	 da
realização	do	juízo	de	admissibilidade.	
–		39	–
Comentários:
	Exmo.	Sr.	Dr.	Juiz	de	Direito	da	21ª	Vara	Cível	da	Comarca	do	Recife.	
MANOEL	DOS	SANTOS	e	outros,	por	seu	advogado	infra-assinado,	nos
autos	 da	 Ação	 Ordinária	 proposta	 contra	 a	CONSTRUTORA	ABC
S.A.,	processo	nº	0000000-93.2011.8.17.0001,	havendo	sido	intimados
do	 teor	 do	 r.	 despacho	 de	 fl.	 600,	 através	 do	 qual	 esse	 douto	 Juízo
determinou	que	os	peticionários	ofereçam	CONTRARRAZÕES	ao	recurso
de	apelação	interposto	pela	ré,	vêm,	pela	presente,	isto	fazer,	conforme
arrazoado	 em	 anexo,	 confiando	 que	 o	 remédio	 processual	 será
improvido,	 acarretando	 a	 manutenção	 do	 julgado	 indevidamente
atacado.	
				Nestes	termos,	Pedem	deferimento.	
				Recife,	10	de	janeiro	de	2018.	
																								Misael	Montenegro	Filho	
																																OAB/PE	14.026	
Apelante:	CONSTRUTORA	ABC	S.A.
Apelados:	MANOEL	DOS	SANTOS	e	outros	
Processo	nº	0000000-93.2011.8.17.0001	
–		40	–
PETIÇÃO
CONTRARRAZÕES	DOS	APELADOS		
																												Eminentes	Desembargadores:	
01.	 	 	 	O	recurso	 interposto	pela	adversa	parte	deve	ser	 improvido,	data
vênia,	resultando	na	manutenção	integral	do	julgado	atacado,	por	estar
afinado	com	a	lei,	com	a	doutrina,	com	a	jurisprudência	e	com	as	provas
produzidas	na	fase	de	instrução.	
02.	 	 	 	Antes	de	os	peticionários	exporem	os	argumentos	de	 fato	e	de
direito	 que	 embasam	 o	 pedido	 de	 manutenção	 do	 julgado	 atacado,
rebatem	 as	 questões	 preliminares	 suscitadas	 pela	 adversa	 parte,	 a
primeira	 concernente	 à	 suposta	 prescrição,	 fundada	 na	 tese	 de	 que	 o
termo	a	quo	do	prazo	para	o	exercício	do	direito	de	ação	seria	a	data	de
entrega	 dos	 imóveis	 aos	 autores,	 pois	 nos	 encontraríamos	 diante	 de
defeitos	de	fácil	identificação	e	visualização.	
03.					A	tese	é	quixotesca.	Como	é	do	conhecimento	desse	douto	Juízo,
a	prescrição	aplicável	às	relações	de	consumo	é	de	5	(cinco)	anos	(art.
27	 do	CDC),	 contados	 a	 partir	 da	 violação	 do	 direito	 (art.	 189	 do	CC),
sendo	 inaplicáveis	as	disposições	 inseridas	na	 lei	material,	que	só	são
utilizadas	 no	 julgamento	 das	 causas	 consumeiristas	 se	 forem	 mais
benéficas	ao	consumidor.	
04.	 	 	 	 O	 voto	 proferido	 pelo	 Exmo.	 Sr.	 Des.	 BINATO	 DE	 CASTRO	 no
julgamento	da	apelação	cível	 nº	50856/08	 (RJ)	 é	 elucidativo	 sobre	a
questão,	merecendo	reprodução:	
PETIÇÃO
	“No	tocante	à	alegada	prescrição,	devem	ser	observadas	as	normas	do
Código	 de	 Defesa	 do	 Consumidor,	 estando	 a	 hipótese	 dos	 autos
enquadrada	nos	seus	arts.	2º	e	3º,	bem	como	no	art.	27	da	citada	Lei,	no
sentido	da	pretensão	à	reparação	pelos	danos	causados	em	decorrência
de	vício	ou	defeito	do	produto.	Ao	contrário	do	que	sustenta	a	empresa-
apelante,	 o	 citado	 Código	 de	 Defesa	 do	 Consumidor	 se	 destina	 a
proteger	 os	 direitos	 e	 interesses	 dos	 consumidores,	 parte	 mais
vulnerável	 em	 relação	 aos	 vendedores	 ou	 fornecedores	 nas	 relações
comerciais,	 de	modo	 que	 não	 se	 pode	 esperar	 que	 uma	 lei	 com	 esta
finalidade	 venha	 a	 prejudicar	 os	 interesses	 de	 seus	 tutelados,	 motivo
pelo	qual	foi	expressamente	previsto	em	seu	art.	7º	que	os	direitos	nele
assegurados	não	excluem	outros	decorrentes	de	legislações	ordinárias.
Da	mesma	 forma,	 a	 jurisprudência	 é	 dominante	 no	 sentido	 de	 que	 se
aplicam	 os	 prazos	 decadenciais	 e	 prescricionais	 previstos	 no	 Código
Civil	ou	em	outra	Lei	Especial	se	forem	mais	benéficos	do	que	aqueles
estabelecidos	 no	 Código	 de	 Defesa	 do	 Consumidor,	 razão	 pela	 qual
rejeitamos	a	alegada	prescrição”.	
05.	 	 	 	 A	 prescrição	 não	 abateu	 o	 direito	 dos	 ora	 apelados	 no	 caso
concreto,	pelas	seguintes	razões:	
(a)				A	primeira,	porque	a	prescrição	é	quinquenal.	
(b)	 	 	 	 A	 segunda,	 porque	 se	 passaram	 menos	 de	 dois	 anos	 entre	 a
entrega	formal	dos	apartamentos	e	o	ajuizamento	da	ação.	
–		42–
PETIÇÃO
			(c)				A	terceira,	porque	o	vício	não	foi	revelado	no	momento	da	entrega
dos	apartamentos,	mas	apenas	no	dia	20.9.2010,	quando	a	abertura	da
área	do	jardim	(feita	pela	apelante)	foi	obstada	por	notificação	procedida
por	órgão	municipal,	que	repousa	à	fl.	78,	em	que	o	fiscal	da	Prefeitura
ressalva	 que	 “trata-se	 de	 supressão	 de	 área	 verde	 para	 construir
garagens	para	automóveis	em	desacordo	com	o	projeto	aprovado”.	
(d)	 	 	 	 A	 quarta,	 porque	 a	 notificação	 extrajudicial	 de	 fl.	 48,	 datada	de
25.11.2010,	interrompeu	o	prazo	prescricional	para	o	exercíciodo	direito
de	ação.			
06.				Desse	modo,	demonstrada	a	precariedade	da	questão	preliminar,
os	 peticionários	 requerem	 se	 dignem	 Vossas	 Excelências	 a	 rejeitá-la,
permitindo	a	análise	da	matéria	de	fundo.	
07.				Quanto	à	segunda	questão	preliminar	suscitada	pela	adversa	parte,
referente	ao	suposto	cerceamento	do	direito	de	defesa	que	teria	sofrido,
é	igualmente	precária,	não	merecendo	acolhida.			
08.	 	 	 	Essa	questão	está	embasada	na	alegação	de	que	a	ora	apelante
pugnou	 por	 novas	 diligências	 e	 esclarecimentos	 “para	 elucidação	 de
fatos	 e	 supressão	 de	 algumas	 lacunas	 no	 laudo	 pericial”,
especificamente	 às	 fls.	 426/431	 e	 475/479,	 sem	que	 o	magistrado	 de
piso	tenha	acolhido	esses	requerimentos,	como	percebemos	através	da
análise	das	decisões	de	fls.	481	e	498.	
–		43–
PETIÇÃO
09.	 	 	 	A	 tese	é	manifestamente	precária.	Nesse	passo,	 é	 fundamental
registrar	que	as	decisões	a	que	a	adversa	parte	 se	 refere	na	apelação
interposta	 na	 origem	 foram	 proferidas	 na	 vigência	 do	 CPC/73,	 o	 que
significa	 dizer	 que	 deveriam	 ter	 sido	 atacadas	 pela	 interposição	 do
agravo	de	 instrumento	ou	do	 agravo	 retido,	 para	 evitar	 a	 preclusão	da
matéria,	o	que	não	ocorreu.	
10.				Atentos	aos	autos,	percebemos	que	a	decisão	de	fl.	481,	proferida
no	dia	10.06.2015,	ou	seja,	na	vigência	do	CPC/2015,	foi	publicada	no
DOE	 no	 dia	 2.7.2015,	 conforme	 certidão	 de	 fl.	 487,	 não	 tendo	 a	 parte
contrária	 interposto	o	agravo	de	 instrumento	contra	o	pronunciamento
judicial,	repita-se,	tornando	a	matéria	preclusa.	
11.	 	 	 	 Posteriormente,	 especificamente	 na	 audiência	 de	 instrução	 e
julgamento	 (fls.	 497/499),	 apenas	 para	 tentar	 procrastinar	 a	 marcha
processual,	a	adversa	parte	requereu	complementação	do	laudo	pericial
(como	 se	 fosse	 incompleto),	 para	 que	 o	 perito	 informasse	 “se	 houve
variação	 do	 valor	 do	 metro	 quadrado	 dos	 apartamentos	 dos	 autores
tendo	em	vista	a	mudança	do	cenário	econômico	e	forte	desvalorização
do	mercado	imobiliário	local	como	fato	superveniente	à	perícia”.			
12.	 	 	 	 Esse	 requerimento	 foi	 indeferido	 na	 própria	 audiência,	 pelo
reconhecimento	de	que	a	matéria	se	encontrava	preclusa,	pois	a	adversa
parte	 se	 manifestou	 nos	 autos	 após	 a	 entrega	 do	 laudo	 pericial,	 não
requerendo	o	que	foi	solicitado	na	audiência	de	instrução	e	julgamento.	
–		44–
PETIÇÃO
13.	 	 	 	 O	 pronunciamento	 de	 fl.	 498,	 prolatado	 na	 vigência	 do	 CPC/73
(especificamente	 no	 dia	 26.8.2015)	 não	 foi	 atacado	 pela	 interposição
recurso	de	agravo	de	instrumento,	tornando	a	matéria	preclusa.	
14.	 	 	 	Apenas	por	amor	ao	debate,	debruçados	nos	autos,	percebemos
que	 o	 laudo	 pericial	 foi	 entregue	 pelo	 expert	 no	 dia	 28.3.2014,	 ato
seguido	da	prolação	do	despacho	de	fl.	419,	através	do	qual	a	autoridade
judicial	determinou	que	as	partes	se	manifestassem	sobre	o	 resultado
do	trabalho	realizado	pelo	auxiliar	do	juízo.	
15.				Em	reação,	a	adversa	parte	protocolou	a	petição	de	fls.	426/431,	na
qual	 formulou	 quesitos	 complementares,	 tendo	 a	 autoridade	 de	 piso
determinado	 o	 aperfeiçoamento	 da	 intimação	 do	 perito,	 para	 que
respondesse	aos	novos	quesitos	(fl.	433).	
16.				Na	sequência,	de	forma	minudente,	o	expert	do	juízo	protocolou	a
petição	de	fls.	340/466	(quase	um	novo	laudo),	respondendo	a	todos	os
questionamentos	feitos	pela	ora	apelante.			
17.	 	 	 	 À	 fl.	 468,	 a	 autoridade	 monocrática	 determinou	 que	 as	 partes
fossem	intimadas	para	se	manifestar	sobre	a	complementação	do	laudo
pericial,	gerando	manifestação	tanto	do	autor	como	da	ré,	que	formulou
pedido	de	esclarecimentos	em	audiência.	
18.	 	 	 	 Como	 percebemos,	 ao	 indeferir	 o	 novo	 requerimento	 formulado
pela	 adversa	 parte,	 a	 autoridade	 de	 piso	 esclareceu	 que	 a	 perícia	 foi
conclusiva	quanto	à	repercussão	financeira	decorrente	da	supressão	de
área	sofrida	pelos	ora	apelados,	tornando	desnecessário	intimar	o	perito
PETIÇÃO
19.	 	 	 	 Em	 suma:	 o	 que	 a	 adversa	 parte	 pretende	 é	 perpetuar	 o	 litígio,
formulando	requerimentos	 infundados,	estando	a	matéria	devidamente
esclarecida.	
20.	 	 	 	 Desse	 modo,	 tanto	 pela	 questão	 da	 preclusão	 como	 da
desnecessidade	 da	 prestação	 de	 novos	 esclarecimentos,	 os
pronunciamentos	 reputados	 nulos	 são	 impecáveis,	 não	 merecendo
qualquer	reforma.	
21.	 	 	 	 Passemos	 à	 análise	 das	 questões	 de	 mérito,	 iniciando	 pela
alegação	 de	 que	 os	 apartamentos	3401	 e	 3402	 teriam	 sido	 recebidos
pelos	adquirentes	com	varandas.	
22.				Nesse	particular,	a	adversa	parte	alega	que	as	varandas	seriam	os
terraços	que	integram	a	área	da	cobertura,	na	beira	da	piscina,	querendo
modificar	 o	 dicionário,	 querendo	 fazer	 pouco	 caso	 da	 inteligência	 dos
ora	apelados	e	dos	representantes	do	Poder	Judiciário.	
23.	 	 	 	 A	 simples	 leitura	 do	 contrato	 firmado	 com	 o	 adquirente	 do
apartamento	3402	evidencia	que	uma	coisa	é	uma	coisa,	outra	coisa	é
outra	 coisa.	 Ao	 descrever	 o	 apartamento	 3402,	 o	 item	 12	 do	 contrato
mencionado	em	linhas	anteriores	o	faz	da	seguinte	forma:		
“Apartamento	 de	 cobertura	 (3402)	 –	 varanda,	 sala	 de	 estar	 para	 3
ambientes,	sala	de	jantar,	03	(três)	suítes,	01	(uma)	suíte	master,	lavabo,
circulação,	 copa,	 cozinha,	 área	 de	 serviço,	 WC	 de	 serviço,	 terraço	 e
piscina,	além	de	04	(quatro)	vagas	de	estacionamento...”	(grifamos).	–		46–
PETIÇÃO
24.				Uma	coisa	é	a	varanda,	que	deveria	ter	integrado	o	primeiro	piso	da
cobertura,	outra	é	o	terraço,	localizado	no	segundo	piso,	junto	à	piscina.	
25.				A	adversa	parte	inadimpliu	a	obrigação	contratualmente	assumida,
devendo	ser	punida,	não	só	em	atenção	aos	ora	apelados,	mas	para	que
outros	 consumidores	 não	 sejam	 igualmente	 lesados	 por	 ofertas
publicitárias	que	posteriormente	não	são	cumpridas.	
26.	 	 	 	No	que	 toca	às	garagens,	os	documentos	que	acompanharam	a
primeira	peça	e	o	laudo	pericial	são	convergentes	em	demonstrar	que	a
ré	alienou	as	unidades	habitacionais	prometendo	que	seriam	entregues
com	3	 (três)	e	4	 (quatro)	 vagas	de	garagens,	 respectivamente	para	os
apartamentos	3302	e	3402,	não	tendo	cumprido	a	promessa	de	venda.
	
27.	 	 	 	A	perda	dessas	áreas	não	decorreu	de	qualquer	comportamento
culposo	ou	doloso	dos	autores	ou	do	condomínio,	mas	exclusivamente
da	 prepotência	 da	 ré,	 que	 achou	 que	 poderia	 construir	 as	 tais	 vagas
após	a	concessão	do	habite-se,	em	área	verde	do	condomínio	(PASMEM:
em	área	comum),	ludibriando	este,	os	demais	condôminos	que	residem
no	EDIFÍCIO	JOANA	DHÁLIA	e	a	Prefeitura	da	Cidade	do	Recife.	
28.	 	 	 	 O	 laudo	 pericial,	 tão	 rebatido	 pela	 ré,	 nada	 mais	 fez	 do	 que
quantificar	os	prejuízos	sofridos	pelos	autores.		
29.				Quanto	à	alegação	de	que	a	sentença	seria	extra	ou	ultra	petita,	já
que	o	magistrado	de	piso	não	teria	respeitado	os	pedidos	formulados	na
petição	inicial,	a	afirmação	fere	todos	os	princípios	matemáticos.	–		47–
PETIÇÃO
30.	 	 	 	 Com	 efeito,	 através	 da	 simples	 leitura	 da	 petição	 inicial,
constatamos	 que	 os	 autores	 solicitaram	 a	 condenação	 da	 ré	 ao
pagamento	 de	 indenização	 correspondente	 a	 10%	 (dez	 por	 cento)	 do
valor	venal	dos	apartamentos	que	adquiriram,	por	terem	sido	entregues
sem	a	3ª	(no	caso	do	apartamento	3302)	e	a	4ª	garagens	(no	caso	do
apartamento	 3402),	 fundamentando	 o	 pedido	 em	 precedentes
jurisprudenciais.	
31.				Analisando	o	laudo	pericial,	percebemos	que	o	Sr.	Perito	estimou	o
valor	 venal	 dos	 apartamentos	 adquiridos	 pelos	 autores	 em	 R$
1.756.289,25	(apartamento	3402)	e	em	R$	1.290.983,55	(apartamento
3302),	 enquanto	 que	 estimou	 os	 prejuízos	 decorrentes	 de	 os
apartamentos	 não	 terem	 todas	 as	 garagens	 prometidas	 em	 R$
161.858,25	 (apartamento	 3402)	 e	 em	 R$	 119.749,81	 (apartamento
3302).	
32.Não	é	necessário	termos	qualquer	conhecimento	de	matemática
para	percebermos	que	R$	161.858,25	corresponde	a	menos	de	10%	(dez
por	cento)	de	R$	1.756.289,25	e	que	R$	119.749,81	representa	menos	do
que	 10%	 (dez	 por	 cento)	 de	 R$	 1.290.983,55,	 o	 que	 evidencia	 que	 a
sentença	 respeitou	 os	 pedidos	 formulados	 na	 primeira	 peça,	 não
havendo	 o	 que	 se	 falar	 em	 infração	 ao	 princípio	 da	 adstrição,	 da
correlação	ou	da	congruência.		
33.				Quanto	à	questão	que	envolve	as	varandas	que	não	integraram	as
unidades	habitacionais	 adquiridas,	 o	 laudo	pericial	 estimou	os	 valores
correspondentes	 à	 desvalorização	 dos	 apartamentos,	 justamente	 por–		48–
PETIÇÃO
religiosamente	o	pedido	constante	do	item	V	da	letra	(d)	do	parágrafo	48
da	petição	inicial,	não	merecendo	qualquer	reparo.	
34.				Ainda	atentos	à	apelação	de	fls.,	percebemos	que	a	adversa	parte
defende	a	tese	de	que	o	magistrado	a	quo	não	poderia	tê-la	condenado
ao	pagamento	dos	valores	correspondentes	aos	aluguéis	das	garagens
não	entregues	e	ao	valor	correspondente	à	desvalorização	dos	imóveis,
por	não	apresentarem	a	3ª	e	4ª	garagens,	pois	isso	representaria	um	bis
in	idem.	
35.	 	 	 	 A	 tese	 é	 igualmente	 precária.	 É	 evidente	 que	 nos	 encontramos
diante	de	dois	danos	distintos,	o	primeiro,	consistente	nos	valores	que
os	 autores	 teriam	de	desembolsar	 para	 locar	 garagens	pertencentes	 a
outros	 moradores,	 o	 segundo,	 dizendo	 respeito	 à	 desvalorização	 dos
apartamentos,	por	não	terem	a	3ª	e	a	4ª	garagens.	
36.	 	 	 	 Mesmo	 que	 a	 adversa	 parte	 viesse	 a	 compensar	 os	 autores,
pagando-lhes	os	valores	correspondentes	à	desvalorização	dos	imóveis,
por	não	terem	a	3ª	e	a	4ª	garagens,	estes	ainda	teriam	de	desembolsar
importâncias	para	locar	outros	espaços,	como	condição	para	acomodar
veículos	que	lhes	pertencem.			
37.				Assim,	o	pagamento	da	indenização	decorrente	da	desvalorização
dos	 imóveis	 (por	 não	 terem	 as	 garagens	 prometidas	 no	 momento	 da
venda)	não	faz	cessar	o	prejuízo	decorrente	da	necessidade	de	locação
de	espaços	no	universo	condominial,	o	que	evidencia	a	precariedade	do
pleito	de	reforma	da	sentença	monocrática.	
–		49–
PETIÇÃO
38.				No	que	toca	à	alegação	de	que	os	peticionários	não	fariam	jus	à
indenização	por	danos	morais,	pois	nos	encontraríamos,	quando	muito,
diante	de	simples	descumprimento	contratual,	demonstra	o	desrespeito
da	adversa	parte	pelos	seus	clientes.	
39.	 	 	 	 Mais	 uma	 vez	 debruçados	 nos	 autos,	 percebemos	 que	 os
documentos	 que	 acompanharam	 a	 petição	 inicial	 e	 o	 depoimento
prestado	 por	 testemunha	 na	 audiência	 de	 instrução	 e	 julgamento	 são
convergentes	 em	 evidenciar	 que	 os	 peticionários	 sofreram	 diversos
constrangimentos	no	universo	condominial,	pois	a	adversa	parte	iniciou
o	 processo	 de	 destruição	 parcial	 do	 jardim	 do	 condomínio,	 para
construir	as	garagens	prometidas	e	não	entregues,	o	que	gerou	revolta
por	parte	de	um	número	significativo	de	moradores.	
40.	 	 	 	 Vejamos	 trecho	 do	 depoimento	 prestado	 pela	 testemunha
MARCELO	DA	SILVA:	
“As	 assembleias	 que	 foram	 realizadas	 no	 condomínio	 esses	 assuntos
eram	ventilados	reiteradamente	inclusive	foi	motivo	dele	depoente	não
continuar	 como	 síndico;	 que	 os	 condôminos	 autores	 nessas
assembleias	 ficaram	 constrangidos	 ante	 aos	 demais	 condôminos	 sob
tudo	frente	as	propostas	feitas	pela	empresa	demandada	para	contornar
o	problema	aceitas	por	alguns	e	não	aceitas	por	outros”.	
religiosamente	o	pedido	constante	do	item	V	da	letra	(d)	do	parágrafo	48
da	petição	inicial,	não	merecendo	qualquer	reparo.	
–		50–
PETIÇÃO
	 41.	 	 	 	 Os	 peticionários	 foram	 vistos	 como	 vilões,	 como	 se	 fossem	 os
responsáveis	pela	destruição	parcial	do	 jardim,	quando	 todo	o	 “plano”
foi	bolado	pela	adversa	parte,	desde	a	concepção	do	projeto,	sem	que
isto	 tenha	 sido	 informado	 aos	 adquirentes	 dos	 apartamentos	 3302	 e
3402.	
42.				Desse	modo,	não	estamos	diante	de	mero	aborrecimento,	mas	de
dano	 efetivo,	 creditando	 os	 autores	 no	 direito	 de	 obterem	 indenização
pelos	danos	morais,	na	exata	proporção	do	prejuízo	suportado.	
43.	 	 	 	 Finalmente,	 quanto	 à	 alegação	 de	 que	 estaríamos	 diante	 de
sucumbência	recíproca,	justificando	a	distribuição	proporcional	da	verba
honorária,	 a	 tese	 não	 merece	 acolhida,	 já	 tendo	 sido	 rejeitada	 pela
decisão	que	deu	provimento	aos	embargos	de	declaração	opostos	pelos
peticionários	na	instância	a	quo.	
44.	 	 	 	 Comparando	 a	 sentença	 de	 fls.	 537/541	 com	 a	 petição	 inicial,
especificamente	 em	 seu	 item	 48,	 letra	 (d),	 percebemos	 que	 o	 douto
juízo	 a	 quo	 acolheu	 a	 quase	 totalidade	 dos	 pedidos	 formulados	 pelos
autores	na	petição	inicial,	quais	sejam:	
(a)				Condenação	da	ré	ao	pagamento	de	indenização	por	danos	morais.	
(b)				Condenação	da	ré	ao	pagamento	de	indenização	resultante	do	fato
de	 ter	 entregue	 as	 unidades	 habitacionais	 sem	 uma	 das	 garagens
prometidas.	
PETIÇÃO
(c)				Condenação	da	ré	ao	pagamento	de	indenização	resultante	do	fato
de	os	apartamentos	adquiridos	pelos	autores	terem	sido	entregues	pela
ré	sem	as	varandas	prometidas.	
(d)	 	 	 	 Condenação	 da	 ré	 ao	 pagamento	 do	 valor	 correspondente	 ao
aluguel	de	garagem	no	próprio	edifício.	
45.				A	autoridade	monocrática	só	deixou	de	acolher	o	pedido	referente
à	 pretensão	 de	 condenação	 da	 ré	 a	 adimplir	 obrigação	 de	 fazer,
consistente	 na	 abertura	 de	 acesso	 aos	 moradores	 pela	 avenida
Domingos	Ferreira.	
46.	 	 	 	 O	 pedido	 de	 condenação	 da	 ré	 a	 adimplir	 obrigação	 de	 dar,
consistente	 na	 entrega	 de	 vaga	 de	 garagem	 ao	 adquirente	 do
apartamento	 3402	 foi	 alternativo,	 tendo	 restado	 prejudicado	 com	 o
acolhimento	do	outro	pedido,	qual	seja,	de	condenação	da	demandada
ao	pagamento	de	importância	correspondente	a	10%	(dez	por	cento)	do
valor	de	mercado	do	imóvel.	
47.	 	 	 	 Assim,	 não	 podemos	 caracterizar	 a	 denominada	 sucumbência
recíproca,	 mas	 o	 decaimento	 mínimo,	 evidenciando	 o	 acerto	 da
autoridade	 de	 piso	 ao	 acolher	 os	 embargos	 de	 declaração	 opostos	 na
origem,	resultando	na	modificação	parcial	da	sentença	de	fls.	537/541,
e,	consequentemente,	na	condenação	da	ora	apelante	ao	pagamento	da
verba	honorária.	
–		52–
PETIÇÃO
	DO	PEDIDO	
48.	 Posta	 a	 questão	 nesses	 termos,	 demonstrada	 a	 precariedade	 do
recurso	 de	 apelação	 interposto	 pela	 parte	 contrária,	 o	 que	 apenas
comprova	o	seu	absoluto	desrespeito	e	desprezo	pelos	seus	clientes,	os
apelados	 requerem	 se	 dignem	 Vossas	 Excelências	 a	 NEGAR
PROVIMENTO	À	APELAÇÃO,	mantendo	intocada	a	sentença	da	lavra	da
autoridade	monocrática.
						Nestes	termos,	
						Pedem	deferimento.	
						Recife,	10	de	janeiro	de	2018.	
																																												Misael	Montenegro	Filho	
																																																				OAB/PE	14.026	
–		53–
PETIÇÃO
AUDIÊNCIA	-	PEDIDO	DE
ADIAMENTO
O	pedido	de	adiamento	se	constitui	em	petição	extremamente	simples,
dirigida	ao	juiz	da	causa,	tendo	fundamento	no	art.	362	do	CPC.	
Quando	o	requerimento	se	fundamenta	na	alegação	de	que	o	advogado
da	 parte	 não	 pode	 comparecer	 ao	 ato,	 porque	 participará	 de	 outra
audiência	 no	 mesmo	 dia	 e	 hora	 (ou	 em	 hora	 próxima),	 doutrina	 e
jurisprudência	exigem	a	comprovação	de	que	esse	advogado	é	o	único
habilitado	no	processo,	e	que	a	outra	audiência	foi	designada	antes	da
audiência	objeto	do	pedido	de	adiamento.	
–		55–
Comentários:
Exmo.	 Sr.	 Dr.	 Juiz	 de	 Direito	 da	 9ª	 Vara	 de	 Família	 da	 Comarca	 do
Recife.	
MANOEL	 DA	 SILVA,	 por	 seu	 advogado	 infra-assinado,	 nos	 autos
d a	Ação	 de	 Reconhecimento	 da	 Existência	 de	 União	 Estável
Post	Mortem	 proposta	 contra	 o	ESPÓLIO	DE	MARIA	 DA	 SILVA	 e
outros,	processo	nº	0000000	–	 17.2015.8.17.0001,considerando	que
entre	 a	 publicação	 do	 despacho	 em	 que	 esse	 douto	 magistrado
designou	 dia	 e	 hora	 para	 a	 realização	 da	 audiência	 de	 instrução	 e
julgamento	 e	 este	 ato	 não	medeia	 o	 espaço	 de	 tempo	mínimo	para	 a
apresentação	do	rol	de	testemunhas,	que	é	de	15	(quinze)	dias,	ferindo	o
art.	357	da	lei	processual,	vem,	pela	presente,	requerer	se	digne	Vossa
Excelência	a	determinar	o	adiamento	da	audiência	aprazada	para	o	dia
16.04.2018,	designando	nova	data	para	a	sua	realização.	
Nestes	termos,	
Pede	deferimento.	
Recife,	12	de	abril	de	2018.	
																																Misael	Montenegro	Filho	
																																												OAB/PE	14.026	
–		56–
PETIÇÃO
CONTESTAÇÃO	-	EM	AÇÃO	DE
CONSIGNAÇÃO	EM	PAGAMENTO
A	 contestação	 se	 constitui	 na	 principal	 petição	 apresentada	 pelo	 réu,
em	 que	 impugna	 os	 fatos	 expostos	 pelo	 autor	 na	 petição	 inicial,
devendo	ser	efetivamente	apresentada,	sob	pena	de	revelia.	
Embora	a	lei	processual	não	tenha	definido	os	requisitos	que	devem	ser
preenchidos	pelo	réu	quando	contesta	a	ação,	a	praxe	forense	costuma
dividir	essa	petição	em:	
(a)				Fatos.	
(b)				Preliminares	de	mérito	(prescrição	e	decadência).	
(c)	 	 	 	 Preliminares	 relacionadas	 no	 art.	 337	 do	 CPC,	 que	 podem	 ser
peremptórias	(cujo	acolhimento	acarreta	a	extinção	do	processo	sem	a
resolução	 do	 mérito)	 ou	 dilatórias	 (cujo	 acolhimento	 acarreta
consequência	diferente	da	extinção,	como	o	encaminhamento	dos	autos
ao	 juízo	competente,	em	decorrência	do	acolhimento	da	preliminar	de
incompetência	relativa)	
(d)				Direito.	
(e)				Pedidos.	
A	contestação	deve	ser	apresentada	no	prazo	geral	de	15	(quinze)	dias
uteis,	que	é	contado	em	dobro	quando	o	réu	for	o	Ministério	Público,	a
Defensoria	Pública,	o	Ministério	Público	ou	litisconsortes	representados
por	diferentes	procuradores	(arts.	180,	183,	186	e	229	da	lei	processual).
Esse	prazo	é	contado	a	partir	da	data	da	última	sessão	de	conciliação	ou
de	mediação,	ou	a	partir	do	protocolo	da	petição	em	que	o	réu	informa
que	não	tem	interesse	na	autocomposição	(art.	335),	em	qualquer	caso,
com	a	exclusão	do	dia	de	início	e	a	inclusão	do	dia	de	término	do	prazo.	
–		58–
Comentários:
Exmo.	Sr.	Dr.	 Juiz	de	Direito	da	13ª	Vara	Cível	da	Comarca	do	Recife	–
Seção	B.	
MARIA	 DA	 SILVA,	 por	 seu	 advogado	 infra-assinado,	 conforme
instrumento	procuratório	 em	anexo,	 com	endereço	profissional	 sito	 na
Rua	Cel.	Anísio	Rodrigues,	nº	464,	sala	902,	no	bairro	da	Boa	Viagem,
município	 do	 Recife,	 capital	 do	 Estado	 de	 Pernambuco,	 local	 onde
receberá	 as	 intimações	 necessárias,	 nos	 autos	 da	 Ação	 de
Consignação	em	Pagamento	proposta	pela	BRADESCO	AUTO/RE
COMPANHIA	 DE	 SEGUROS,	 processo	 nº	 0000000-
34.2015.8.17.2001,	 vem,	 pela	 presente,	 independentemente	 de	 citação
judicial,	apresentar	CONTESTAÇÃO,	de	acordo	com	as	razões	de	fato	e
de	direito	adiante	aduzidas:	
PRELIMINARMENTE	 –	 LEVANTAMENTO	 DA	 QUANTIA
INCONTROVERSA
01.	 	 	 	 Embora	 a	 peticionária	 divirja	 do	 valor	 depositado	 pela	 adversa
parte,	 por	 ser	 bastante	 inferior	 ao	 quantum	 devido,	 requer	 o	 seu
levantamento,	 por	 ser	 parcela	 incontroversa,	 pedido	 que	 tem
fundamento	no	§	1º	do	art.	545	da	nova	lei	processual,	com	a	seguinte
redação:	
“Art.	 545.	 Alegada	 a	 insuficiência	 do	 depósito,	 é	 lícito	 ao	 autor
complementá-lo,	 em	 10	 (dez)	 dias,	 salvo	 se	 corresponder	 a	 prestação
cujo	 inadimplemento	 acarrete	 a	 rescisão	do	contrato.	 §	 1º	No	caso	do
caput,	 poderá	 o	 réu	 levantar,	 desde	 logo,	 a	 quantia	 ou	 a	 coisa
depositada,	com	a	consequente	liberação	parcial	do	autor,	prosseguindo–		59–
PETIÇÃO
02.	 	 	 	 Assim,	 sem	 prejuízo	 do	 prosseguimento	 do	 processo	 quanto	 à
parcela	 controvertida,	 a	 peticionária	 requer	 se	 digne	Vossa	 Excelência
determinar	 a	 imediata	expedição	de	alvará	 judicial,	 para	 levantamento
da	quantia	de	R$	56.981,33	(cinquenta	e	seis	mil	novecentos	e	oitenta	e
um	reais	e	trinta	e	três	centavos).			
03.				Além	disso,	e	ainda	nos	termos	da	lei	(parágrafo	único	do	art.	544
do	CPC),	a	peticionária	informa	que	o	valor	devido	é	de	R$	264.228,17
(duzentos	 e	 sessenta	 e	 quatro	 mil	 duzentos	 e	 vinte	 e	 oito	 reais	 e
dezessete	centavos),	o	que	significa	dizer	que,	após	o	levantamento	da
importância	 depositada	 pela	 autora,	 esta	 será	 devedora	 da	 quantia	 de
R$	207.246,84	(duzentos	e	sete	mil	duzentos	e	quarenta	e	seis	reais	e
oitenta	 e	 quatro	 centavos),	 podendo	 exercitar	 a	 prerrogativa	 de
complementar	o	depósito	no	prazo	de	10	(dez)	dias.	
04.				O	valor	informado	como	devido	foi	cobrado	pela	ora	ré	nos	autos
da	 ação	 judicial	 nº	 0000000-62.2016.8.17.2001,	 que	 tem	 curso	 por
esse	mesmo	Juízo.	
DOS	FATOS	
05.	 	 	 	 Conforme	 percebemos	 através	 da	 simples	 leitura	 da	 petição
inicial,	a	adversa	parte	sustenta	que	o	ajuizamento	da	ação	rebatida	por
essa	peça	de	defesa	seria	necessário,	na	medida	em	que	haveria	dúvida
quanto	 ao	 beneficiário	 do	 seguro	 ajustado,	 e	 que	 as	 partes	 divergem
quanto	ao	valor	da	indenização	securitária.	
–		60–
PETIÇÃO
06.				Quanto	à	primeira	alegação,	retrata	a	manifesta	má-fé	da	adversa
parte,	 que	 não	 contratou	 com	 a	 pessoa	 jurídica	 CONSTRUTORA	 E
PARTICIPAÇÕES	 LTDA.,	 mas	 exclusivamente	 com	 a	 autora,	 dela
recebendo	 o	 prêmio	 correspondente,	 não	 havendo	 qualquer	 dúvida
quanto	 à	 legitimidade	 da	 ora	 demandada	 para	 receber	 a	 indenização
securitária.	
07.				A	relação	de	direito	material	foi	estabelecida	entre	a	adversa	parte,
na	condição	de	seguradora,	e	a	peticionária,	na	de	segurada,	aquela	se
obrigando	 a	 efetuar	 o	 pagamento	 da	 indenização	 ajustada,	 esta	 a
realizar	o	pagamento	do	prêmio,	obrigação	da	qual	se	desincumbiu.	
08.				Na	página	02	da	petição	inicial,	a	própria	autora	confessa	e	admite
que	a	segurada	é	a	Sra.	Maria	da	Silva,	e	que	o	contrato	se	encontrava
em	vigor	no	momento	de	ocorrência	do	infortúnio	previsto	como	sendo
causa	de	cobertura	securitária.	
09.	 	 	 	Assim,	não	há	qualquer	dúvida	que	ampare	a	alegação	exposta
pela	adversa	parte,	criada	com	a	única	intenção	de	inventar	desculpas,
tentando	 justificar	 o	 injustificável,	 como	 tal,	 a	 recusa	 em	 efetuar	 o
pagamento	de	indenização	prevista	em	contrato.	
10.	 	 	 	 No	 que	 toca	 à	 segunda	 alegação,	 concernente	 a	 uma	 suposta
dúvida	 quanto	 ao	 valor	 da	 indenização	 ajustada,	 é	 igualmente
improcedente,	sendo	contrária	ao	que	foi	estabelecido	pelas	partes	no
contrato	firmado.	
–		61–
PETIÇÃO
11.				O	exame	da	documentação	em	anexo	nos	permite	concluir	que	a	ré
celebrou	contrato	de	seguro	com	a	adversa	parte,	denominado	Bradesco
Bilhete	Residencial,	através	do	qual	esta	assumiu	a	obrigação	de	efetuar
o	 pagamento	 de	 indenização	 securitária	 em	 favor	 daquela,	 caso
ocorresse	 algum	 sinistro	 em	 sua	 residência,	 incluindo	 as	 coberturas
incêndio,	 queda	 de	 raio	 e	 explosão,	 vendaval	 até	 fumaça,	 perda	 ou
pagamento	de	aluguel,	responsabilidade	civil	geral	familiar.	
12.	 Conforme	 percebemos	 através	 da	 simples	 leitura	 do	 bilhete
residencial	emitido	pela	autora,	o	seguro	contratado	previa	o	pagamento
de	 indenização	 por	 danos	 materiais	 que	 fossem	 causados	 ao	 imóvel
segurado	e/ou	aos	bens	existentes	no	seu	interior,	no	limite	máximo	de
R$	600.000,00	(seiscentos	mil	reais),	caso	ocorresse	incêndio,	queda
de	raio	ou	explosão.	
13.	Ainda	examinando	o	bilhete	residencial	de	nº	008916-8,	assim	como
a	missiva	enviada	à	ré,	percebemos	que	o	seguro	contratado	garantia	o
pagamento	 de	 indenização	 por	 sinistros	 ocorridos	 no	 período	 de
19.4.2014	 a	 19.4.2015,	 tendo	 sido	 renovado	 no	 dia	 09.04.15,	 com
vigência	de	mais	12	(doze)	meses.			
14.	No	dia	26	de	março	de	2015,	a	ré	foi	surpreendida	com	incêndio	na
sua	residência,	iniciadona	parede	do	quarto	de	sua	filha,	acarretando	a
perda	 de	 todos	 os	 bens	 que	 se	 encontravam	 no	 interior	 do	 citado
cômodo.	
–		62–
PETIÇÃO
15.	 Além	 de	 todos	 os	 objetos	 que	 estavam	 no	 interior	 do	 cômodo
atingido,	 todo	 o	 apartamento	 foi	 prejudicado	 pelo	 calor	 do	 fogo,	 pela
fumaça	e	pelo	pó	emanados	do	incêndio,	situação	que	foi	agravada	com
o	passar	do	tempo,	tornando	impraticável	a	permanência	da	família	da
ré	no	apartamento.	
16.	 Além	 disso,	 por	 conta	 do	 fogo	 e	 de	 toda	 a	 fumaça	 que	 atingiu
especialmente	 o	 quarto	 da	 filha	 da	 ré,	 os	 móveis	 não	 puderam	 ser
reaproveitados,	 reclamando	 a	 reforma	 total	 dos	 cômodos	 atingidos,
assim	como	a	troca	de	todos	os	móveis,	 itens	de	decoração,	vestuário,
brinquedos	e	calçados.	
17.	 Após	 o	 evento,	 a	 peticionária	 protocolou	 requerimento	 junto	 à
adversa	parte,	munida	de	toda	documentação	contratualmente	exigida,
demonstrando	 que	 suportou	 prejuízo	 de	 R$	 264.228,17	 (duzentos	 e
sessenta	 e	 quatro	 mil	 duzentos	 e	 vinte	 e	 oito	 reais	 e	 dezessete
centavos),	 incluído	 o	 valor	 do	 aluguel	 de	 um	 apartamento	 mobiliado
para	 os	 6	 (seis)	 meses	 seguintes	 ao	 sinistro,	 conforme	 planilha	 e
contrato	de	locação	em	anexo.		
18.	 Para	 a	 surpresa	 da	 ré,	 a	 adversa	 parte	 negou	 o	 pagamento	 da
indenização	 contratada,	 oferecendo	 pouco	 menos	 de	 R$	 60.000,00
(sessenta	mil	reais),	equivalente	a	10%	(dez	por	cento)	do	valor	máximo
da	cobertura.	
–		63–
PETIÇÃO
19.	 A	 cobertura	 prevista	 na	 apólice	 (Cobertura	 01	 –	 Incêndio,	 Raio	 e
explosão	 de	 qualquer	 natureza)	 engloba	 todos	 os	 danos	 materiais
causados	 diretamente	 aos	 bens	 segurados	 exclusivamente	 em
consequência	 de	 incêndio,	 queda	 de	 raio	 e	 explosão	 de	 qualquer
natureza.	
20.	A	quixotesca	justificativa	utilizada	pela	adversa	parte	é	corriqueira,	e
infringe	 o	 entendimento	 jurisprudencial	 aplicável	 à	matéria,	 sobretudo
porque	 o	 valor	 da	 indenização	 securitária	 deve	 ser	 equiparado	 aos
efetivos	prejuízos	sofridos,	sob	pena	de	configurar	enriquecimento	sem
causa	da	seguradora.	
21.	Por	conta	da	negativa	da	adversa	parte	de	efetuar	o	pagamento	da
indenização	 contratada,	 a	 peticionária	 foi	 obrigada	 a	 propor	 ação	 de
cobrança	contra	aquela,	como	informado	em	linhas	anteriores,	repita-se,
conexa	a	esta	ação	judicial,	o	que	significa	dizer	que	devem	ser	julgadas
conjuntamente,	 evitando	 a	 contradição	 entre	 os	 pronunciamentos
judiciais.	
22.	 É	 incontestável	 que	 estamos	 diante	 de	 uma	 relação	 de	 consumo,
disciplinada	 pelas	 normas	 que	 integram	 o	 Código	 de	 Defesa	 do
Consumidor,	conforme	se	depreende	através	da	leitura	dos	seus	artigos
2º	e	3º,	in	verbis:	
–		64–
PETIÇÃO
“Art.	4º	Fornecedor	é	toda	pessoa	física	ou	jurídica,	pública	ou	privada,
nacional	 ou	 estrangeira,	 bem	 como	 os	 entes	 despersonalizados,	 que
desenvolvem	 atividade	 de	 produção,	 montagem,	 criação,	 construção,
transformação,	importação,	exportação,	distribuição	ou	comercialização
de	produtos	ou	prestação	de	serviços”.	
23.	A	quaestio	juris	debatida	nesta	ação	é	conhecida	pelos	órgãos	que
integram	 o	 Poder	 Judiciário,	 reiterada	 na	 jurisprudência	 dos	 nossos
tribunais,	 firmes	 ao	 estabelecer	 que	 a	 indenização	 a	 ser	 paga	 pela
seguradora	 deve	 reparar	 o	 dano	 sofrido,	 restabelecendo	 a	 situação
anterior	à	ocorrência	do	sinistro.	
24.	Enfrentando	casos	semelhantes,	a	nossos	Tribunais	consolidaram	o
seguinte	entendimento	sobre	a	matéria:	
“Sinistro	envolvendo	o	imóvel	de	propriedade	do	segurado,	com	apólice
vigente	 e	 prêmio	 regularmente	 adimplido.	 (omissis).	 O	 valor	 da
indenização	 deve	 corresponder	 ao	 ajustado	 na	 apólice,	 posto	 que
regularmente	aceito	na	ocasião	da	contratação,	sem	qualquer	alteração
fática	posterior	relevante”	(Apelação	Cível	nº	1213755-0	–	Chopinzinho,
10ª	Câmara	Cível	 do	 TJPR,	 rel.	 Des.	 Carlos	Henrique	 Licheski	 Klein,	 j.
27.11.2014)	(grifamos).	
“É	direito	do	segurado	pretender	em	juízo	a	complementação
da	 indenização	paga	pela	 seguradora	em	quantia	 inferior	 ao
previsto	na	apólice.	No	caso	em	tela,	os	requerentes	
–		65–
PETIÇÃO
cumpriram	 todas	 as	 exigências	 estipuladas	 na	 proposta	 de
seguro,	ensejando,	assim,	que	a	seguradora	cumpra	com	sua
parte,	 qual	 seja,	 o	 pagamento	 integral	 da	 indenização,
respeitado	o	limite	constante	na	apólice.	Em	demandas	dessa
espécie,	incide	a	correção	monetária	a	partir	da	data	em	que	a
seguradora	 nega	 o	 pagamento	 referente	 à	 cobertura
pactuada,	o	que	se	verifica,	via	de	regra,	como	termo	inicial,	o	primeiro
dia	 subsequente	 ao	 prazo	 para	 a	 quitação	 após	 a	 entrega	 da
documentação	necessária	ao	recebimento	da	indenização,	ou,	ainda,	da
data	do	pagamento	extrajudicial	deficitário”	(Apelação	Cível	nº	203992,
TJSC,	rel.	Des.	Joel	Figueira	Júnior,	j.	18.08.2010)	(grifamos).	
			
25.	 Além	 da	 límpida	 interpretação	 judicial,	 o	 Código	 Civil	 contém
normas	sobre	o	tema	que	merecem	reprodução:	
				
“Art.	422.	Os	contratantes	são	obrigados	a	guardar,	assim	na	conclusão
do	contrato,	como	em	sua	execução,	os	princípios	da	probidade	e	boa-
fé”.	
“Art.	 757.	 Pelo	 contrato	 de	 seguro,	 o	 segurado	 se	 obriga,	 mediante	 o
pagamento	do	prêmio,	a	garantir	interesse	legítimo	do	segurado,	relativo
a	pessoa	ou	coisa,	contra	riscos	predeterminados”.	
26.	A	ré	pede	ainda	vênia	para	transcrever	o	art.	48	do	CDC,	relativo	às
declarações	de	vontade	que	vinculam	o	fornecedor:	
–		66–
PETIÇÃO
“Art.	 48.	 As	 declarações	 de	 vontade	 constantes	 nos	 escritos
particulares,	 recibos	 e	 pré-contratos	 relativos	 às	 relações	de	 consumo
vinculam	 o	 fornecedor,	 ensejando	 inclusive	 execução	 específica,	 nos
termos	do	art.	84	e	parágrafos”.	
27.	Dessa	forma,	a	ação	de	consignação	em	pagamento	deve	ser	julgada
pela	 improcedência	 dos	 pedidos,	 providência	 acompanhada	 do
reconhecimento	da	insuficiência	do	depósito	(§	2º	do	art.	545	do	CPC),
com	a	consequente	indicação	do	valor	devido,	informado	no	início	desta
manifestação	processual	e	da	condenação	da	autora	ao	pagamento	das
custas,	 das	 despesas	 processuais	 e	 dos	 honorários	 advocatícios,	 que
devem	ser	fixados	no	patamar	máximo,	o	que	é	de	logo	expressamente
requerido.	
28.	Protesta	provar	 o	 alegado	por	 todos	os	meios	de	prova	em	direito
admitidos,	 tais	 com	 a	 juntada	 de	 novos	 documentos,	 a	 ouvida	 de
testemunhas	e	a	tomada	do	depoimento	pessoal	do	representante	legal
da	adversa	parte,	sob	pena	de	confesso.	
Nestes	termos,Pede	deferimento.	
Recife,	10	de	janeiro	de	2018.	
																																								Misael	Montenegro	Filho	
																																																OAB/PE	14.026	
	
–		67–
PETIÇÃO
CONTRATO	DE	HONORÁRIOS
O	 contrato	 de	 honorários	 é	 elaborado	 de	 acordo	 com	 as	 disposições
contidas	na	Lei	8.906/94,	servindo	para	que	os	contratantes	(advogado
e	 cliente)	 ajustem	 a	 remuneração	 combinada	 e	 o	 momento	 de
pagamento	dos	honorários	contratuais,	dentre	outras	questões.
A	 celebração	 desse	 contrato	 é	 fundamental,	 pois	 o	 art.	 24	 do	 EOAB
prevê	que	esse	documento	se	constitui	em	título	executivo	extrajudicial,
mesmo	 que	 não	 esteja	 assinado	 por	 testemunhas	 (entendimento	 da
doutrina	e	da	jurisprudência).	
Os	honorários	contratuais	não	excluem	o	direito	do	advogado	de	receber
os	honorários	sucumbenciais,	sendo	nula	qualquer	cláusula	em	sentido
contrário,	detendo	o	advogado	o	direito	de	executar	esses	honorários	em
nome	próprio,	na	fase	de	cumprimento	da	sentença.	
	
–		69–
Comentários:
																												CONTRATO	DE	HONORÁRIOS	
Pelo	 presente	 instrumento	 particular	 de	 contrato	 de	 honorários,	 entre
partes,	de	um	lado,	MANOEL	DA	SILVA,	brasileiro,	casado,	inscrito	no
CPF/MF	 sob	 o	 nº	 000.000.000	 -

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