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eBook grátisDESCOMPLICANDO A INTERPRETAÇÃO DE EXAMES - E-BOOK MÓDULOS 1 E 2 @raciocinioclinico_vet Raciocínio Clínico Vet @profhelena.profeloisa VETS Vip Rcvet ÍN DI CE O1 O2 Começando do Começo Anemia além do hematócrito O1 COMEÇANDO DO COMEÇO RACIOCÍNIO CLÍNICO VET RACIOCÍNIO CLÍNICO VET É a sistematização de um processo intelectual, cujo objetivo é o encontro da solução clínica adequada ao paciente. Não se limitando a uma doença ou diagnóstico específico, e sim, abrangendo toda a clínica do paciente, unindo as informações coletadas, para elaborar a melhor conduta frente ao caso. Deve ser praticado, para que fique mais rápido e assertivo. O cérebro tem uma forma particular de processar as informações e formular respostas, porém, com o treino, você permite, que seu raciocínio fique cada vez mais eminente. Contudo, é necessário, primeiramente, compreender como funciona o processamento de informações. De forma geral, quando o cérebro recebe um conjunto de informações, ele irá formular um projeto, através da análise e síntese das informações, criação de soluções, havendo influência do conhecimento, cultura e procedimento vivido pela pessoa. Por fim, gera o entendimento, a partir das representações e comunicações, fornecendo então informações qualificadas. O QUE É RACIOCÍNIO CLÍNICO? R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Sistema tipo 1 — é intuitivo e rápido, ativado de forma automática, sem permitir o nosso controle. É caracterizado como um atalho, que automaticamente embasa um diagnóstico prévio, baseado em suas experiências e rotina. Por ser automatizado, 90% das escolhas do dia-a-dia, são feitas pela ativação deste sistema. Sistema tipo 2 — é analítico e mais lento, exigindo mais “esforço”, portanto, deve ser praticado. Auxilia no diagnóstico de maneira lógica, sem trabalhar apenas com “achismos”. Antes de abordar a neurociência do diagnóstico é importante que a gente conheça a teoria postulada pelos psicólogos israelenses Khaneman & Tversky, foi baseada em neurociência e ciência do pensamento humano. Através dela, foi possível criar métodos de ensino que priorizam o raciocínio clínico, fornecendo mais clareza para os médicos. Eles diferenciavam o pensar, através da ativação de dois sistemas: TEORIA DO PROCESSAMENTO DUAL R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T É de extrema importância, a compreensão de como funciona o nosso pensar, pois a consequência da falta de treinamento cognitivo é relevante e reflete na perda de muitos pacientes diariamente. Conforme um estudo feito em hospitais de medicina humana nos Estados Unidos, as limitações cognitivas retratam em 46% dos erros médicos. O QUE É RACIOCÍNIO CLÍNICO? Apesar de na medicina veterinária, este assunto ser pouco abordado, estudos recentes afirmam ocorrer da mesma forma que acontece na medicina humana. Ou seja, a deficiência cognitiva dos médicos veterinários, leva a erros na interpretação de exames e limitações nas condutas clínicas, causando boa parte dos erros diagnósticos, consequentemente, a perda de pacientes, o que em muitos casos, poderiam ser evitados. Fonte: (Graber ML, Franklin N, Gordon R., 2005 R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T A primeiro momento, recebemos informações durante a anamnese, exame clínico e exame físico, as quais registramos e fazemos uma transdução semiótica, ou seja, traduzimos os dados que julgamos importantes. Isto, deve ser feito de forma cautelosa, para que seja selecionado os dados elementares, sem deixar passar quaisquer informações úteis. A partir disso, temos um caso clinico, um problema para ser resolvido. Baseado nessas informações, nosso cérebro poderá ativar dois tipos de sistemas. Caso a junção das informações relatadas gerem um reconhecimento de padrão, irá ativar o sistema Tipo 1, levando a um diagnóstico prévio como um protótipo de doença mais conhecida. Este sistema, pode funcionar muito bem em situações que o paciente apresente sintomas clássicos de determinada doença, não permitindo diagnósticos diferencias. Por outro lado, se trata de um sistema intuitivo, em que o nosso cérebro reconhece padrões, sem o nosso controle, nos levando muitas vezes ao erro, por dificuldade de enxergar novas possibilidades diagnósticas. Entretanto, em situações que não há um reconhecimento de padrão e que o raciocínio clínico não esteja bem implantado, a tendência é procurar uma doença que se encaixe em um padrão já conhecido, conduzindo o veterinário ao erro. No entanto, se bem treinado, o cérebro irá ativar o sistema do tipo 2, que se trata de um pensamento mais elaborado, classificado como hipotético- dedutivo, que criará hipóteses a partir de um banco de dados sobre doenças, e por exaustão permite a exclusão de diversas possibilidades, até chegar na provável. Portanto, para que funcione bem, é importante que se obtenha um conhecimento amplo de doenças e um bom entendimento da fisiopatologia destas, bem como que se invista em desenvolvimento de raciocínio clínico. Mas fique tranquilo, que nos vamos começar este desenvolvimento do seu raciocínio clínico aqui. O QUE É RACIOCÍNIO CLÍNICO? R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Para que fique claro, quando um padrão de doença específica não é identificado - o que é bastante comum na nossa rotina - deve ser feito uma arborização mental, - Como prof? É basicamente uma árvore de possibilidades diagnósticas, de forma vertical, iniciando por um sinal clínico inespecífico e discorrendo conforme a fisiopatologia do quadro, abrangendo todas as probabilidades de doenças, conforme determinada situação. Diferente do que normalmente é visto na graduação, em que ocorre de forma horizontal. Onde é passado doenças específicas, com sua determinada epidemiologia, predisposições, apresentação clínica, exames necessários, diagnósticos diferenciais e tratamento. O QUE É RACIOCÍNIO CLÍNICO? R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Bom agora que a gente já entendeu melhor como funciona o processo mental de abordagem diagnóstica, precisamos pensar, quando necessário - e isso é quase sempre - em exames que confirmam, ou descartam hipóteses, logo, você deve saber o motivo de pedir cada um deles. É preciso ter em mente, que eles irão fornecer respostas, mas antes de tudo, é preciso saber quais são as perguntas que devem ser respondidas. Contudo, deve criar suposições do que espera ver em cada exame, para então obter um retorno, seja ele, a confirmação ou o descarte uma doença, confirmação do status de saúde, avaliação da resposta terapêutica, etc. Trabalhando dessa forma, você passa a pedir apenas os exames que tenham impacto diagnóstico e terapêutico. Isto é, exames que de fato te aproximará do diagnóstico, ou então, irá te auxiliar quanto a conduta terapêutica. O uso deste conceito ao solicitar exames, associado as técnicas de raciocínio clínico, irá potencializar sua capacidade de interpretação e conduta clínica, te proporcionando mais sucesso como clínico e permitindo que salve mais pacientes. O QUE SABER ANTES DE SOLICITAR OS EXAMES? R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Outro ponto importante, antes de interpretar exames é conhecer a terminologia. Vamos à revisão dos termos: Sufixos TERMINOLOGIA -Citoses -Filias Aumento na contagem celular de determinada célula; Neutrofilia, Eosinofilia, Basofilia, Monocitose, Leucocitose, Linfocitose, Trombocitose. -Penias Redução na contagem celular de determinada célula; Neutropenia, Eosinopenia, Leucopenia, Linfopenia, Trombocitopenia. R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Concentração de eritrócitos (Hemáceas): × 106células/μl Hematócrito (equivalente ao volume globular): % Volume corpuscular médio (VCM): fl Concentração de plaquetas: × 103células/μl Concentração total e diferencial de leucócitos: × 10 células/μl Concentração de reticulócitos: × 103 células/μl Itens do hemograma determinados por contagem e dimensionamento das células (partículas): Concentração da hemoglobina sanguínea: g/dl Concentração da hemoglobina corpuscularmédia (CHCM): g/dl Hemoglobina corpuscular média (HCM): pg Itens determinados por espectrofotometria e cálculo: TÉCNICAS UTILIZADAS NAS AVALIAÇÕES DO HEMOGRAMA R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T São determinados, baseados na média de população de animais sadios. Através de testes não paramétricos é possível excluir os valores discrepantes, chegando a valores de referência mais seguros. Geralmente são feitos a partir dos 95% da população de animais sadios, e retirado 2,5% dos valores mais baixos e 2,5% dos mais altos, obtendo valores considerados normais para animais que estejam saudáveis. A diferença entre o menor e o maior valor, é caracterizada como intervalo de referência. No entanto, compreende que animais enfermos, podem apresentar os valores dentro da normalidade, dependendo da fase e etiologia de cada doença, assim como, animais saudáveis podem ter exames com valores mais baixos ou altos do que o considerado normal. Esses são os casos, de valores limítrofes ("outliers"), que acabam tendo um impacto diagnóstico e terapêutico menor. Essa variação de normalidade fundamenta a relevância de manter um banco de dados individual, permitindo identificar mais precisamente o patamar dos valores de determinado paciente, em relação à população em geral. Ou seja, mantenha um arquivo de exames do seus pacientes e solicite que o tutor traga exames anteriores quando for atender um novo paciente, sempre que possível. VALORES DE REFERÊNCIA Fonte: THRALL et. al. 2015 R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Hematopoese Está subdividida em três partes: eritropoese, leucopoese e trombocitopoese. A célula pluripotente (Hemocitoblasto) se divide na formação das células pronormoblastos que originam as hemácias, em mieloblastos, que originam os granulócitos (basófilo, eosinófilo e neutrófilo), em linfoblastos, que dão origem aos linfócitos, em monoblastos, originando os monócitos e em megacarioblastos, que originam as plaquetas. A formação de cada uma depende da demanda do organismo, que irá estimular a diferenciação da célula pluripotente. Portanto, se houver a necessidade de obter, mais de uma célula em específico, pode haver a diminuição na produção de outras, dado que, o organismo está focado em fornecer a de maior importância para determinado momento. PROCESSOS FISIOLÓGICOS R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T PROCESSOS FISIOLÓGICOS Eritrócitos e Eritropoese A célula pluripotente origina a unidade formadora de colônias, que têm potencial de diferenciação em rubriblastos. Estes, sofrem mitoses e a medida que aumenta a concentração de hemoglobina no interior das células, estes precursores de hemácias vão reduzindo de tamanho. No momento em que os metarubrícitos perdem o núcleo, passam a ser chamados de reticulócitos, ao diminuírem de tamanho e preencherem seu interior com mais hemoglobina originam os eritrócitos maduros, que teoricamente, são os únicos que devem seguir para a circulação. Na circulação, os eritrócitos cumprem a sua função, transportando o oxigênio através das hemoglobinas. Continuamente, o sangue passa pelo baço, que irá captar e destruir os eritrócitos alterados. O gatilho para unidade formadora de colônia, produzir os eritrócitos, é baseado principalmente na liberação de eritropoetina. No feto ela é produzida no fígado, e em filhotes e adultos nos rins. Em situações que há perfusão renal inadequada (nos casos de IRC não), má oxigenação sanguínea (altitudes elevadas, doenças pulmonares) ou anemia (regenerativa), há elevação na produção de eritropoetina. Medula óssea Rubriblastos Metarubrícitos Reticulócitos Eritroblastos Corrente sang. R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Outras substâncias que participam indiretamente da eritropoese são as prostaglandinas, TSH, ACTH, tiroxina, andrógenos, angiotensina e adrenalina, que estimulam o a produção de novas hemácias, contrariamente, o estrógeno diminui a eritropoese. O baço é responsável pela reserva e destruição eritrocitária. No caso dos cães, pode estar em até 50% das hemácias retidas no órgão e em situações de maior requerimento de eritrócitos, geralmente por mecanismos associados à liberação de epinefrina, por exemplo, retornam para corrente sanguínea. Já os felinos não possuem tanta reserva, devido suas trabéculas esplênicas serem fechadas, apresentando uma resposta eritrocitária mais lenta. A meia vida das hemácias é de 90 dias nos cães e 70 dias nos gatos, após esse tempo, o baço compreende que o eritrócito não é mais funcional, portanto o destrói e metaboliza a hemoglobina deste. PROCESSOS FISIOLÓGICOS Fonte - Adaptado: Fundamentals of Veterinary Clinical Pathology R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Como os eritrócitos são destruidos e como ocorre o processo de reciclagem da hemoglobina e ferro: O sistema reticuloendotelial fará a destruição das hemácias no baço, logo, a hemoglobina será transformada em bilirrubina livre (não conjugada). Ela será transportada pela albumina até o fígado, local em que será metabolizada e então transformada em bilirrubina conjugada. Por absorção dos canalículos biliares, a bilirrubina conjugada vai até à vesícula biliar, e então desemboca pelo ducto pancreático comum, até o intestino, onde será transformada em urobilinogênio pela ação bacteriana e eliminada via fezes, na forma de estercobilina. Parte da bilirrubina conjugada que é absorvida pelos canalículos biliares, “escapa” para corrente sanguínea e segue direto para os rins, onde será excretada na forma de urobilina. PROCESSOS FISIOLÓGICOS A bilirrubina livre, não deve ser encontrada na urina. Esta fase da bilirrubina encontra-se associada a albumina, que no caso, não consegue passar pelos glomérulos renais saudáveis. R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Metabolismo e cinética do Ferro Para a sintetização da hemoglobina, é utilizado o ferro. Este mineral é fornecido pela dieta, ou de forma endógena, no qual é reutilizado através da lise das hemácias, feito pelo sistema reticuloendotelial. Sua absorção é feita no intestino e mediada pela proteína hepcidina, que quando está em uma baixa concentração, permite maior absorção intestinal e quando for maior a concentração, terá menor absorção intestinal. Após ser absorvido, o ferro cai na corrente sanguínea e se liga à proteína chamada transferrina, que é responsável pelo transporte do mineral. A todo momento, o ferro está presente na circulação, e quando há necessidade em produzir novas hemácias, é deixado na medula óssea para participar da eritropoese. Além disso, a transferrina também irá transportar o ferro até o fígado, onde se ligará à apoferritina, estruturando uma forma de armazenamento, chamado complexo ferritina. Esta é uma maneira de fornecer o mineral, quando não houver ingestão ou absorção desejada. Caso o estoque de ferritina se esgote, os macrófagos tanto do fígado, quanto do baço, captam o ferro e formam a hemossiderina, uma segunda forma de armazenamento. Para as hemácias atingirem suas funções adequadamente, não adianta somente tê-las, sem a quantidade adequada de hemoglobina, pois quem irá carrear o oxigênio, é a própria hemoglobina. Contudo, se a taxa de hemoglobina nas hemácias estiver baixa, clinicamente, poderá causar hipoxemia tecidual. PROCESSOS FISIOLÓGICOS R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T COLETA DE SANGUE Antes de mais nada, precisamos lembrar que para obter uma boa interpretação dos exames, deve-se garantir que a coleta foi feita de forma correta, minimizando erros pré-analíticos. A escolha certa do tubo em que armazenará a amostra, é um fator determinante para isto Então vamos ver quais tubos e suas indicações: O tubo roxo contém EDTA (anti-coagulante), portanto, deve ser o tubo utilizado no hemograma para a análise hematológica. Os tubos vermelho e amarelo não possuem anticoagulantes, contudo, são utilizados para avaliações bioquímicas. A diferença entre eles, é que no amarelo, além do ativador de coágulo, há também o gel que faz a separação física da parte celulare líquida. O tubo azul contém citrato de sódio, é utilizado para as análises de coagulação. O verde contém heparina, além do anticoagulante, ideal para análises sorológicas e hemogasometria. No cinza contém fluoreto de sódio, portanto, é recomendado para análises glicêmicas que serão realizadas após meia hora ou mais da coleta. R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T O tempo de jejum e/ou necessidade de jejum para realização dos exames, também é um ponto a ser avaliado. A hemólise, lipemia e icterícia podem interferir principalmente, nos testes feitos por espectrofotometria, e ambas podem ser causadas pelo desjejum. Logo, o ideal é aguardar de 2 a 4 horas após a refeição, para realizar o hemograma. As análises bioquímicas, são mais sensíveis e sofrem maior interferência desses aspectos, portanto, é necessário um intervalo de tempo maior. Algumas literaturas orientam 8 horas de jejum, e outras até 12 horas de jejum. Ademais, o momento da coleta possui grande impacto nos resultados dos testes. A contenção deve ser feita de forma que na primeira tentativa, o veterinário já consiga a quantidade ideal de sangue, pois ao puncionar mais de uma vez, já ocorrerá interferência. O tempo de garrote prolongado também levará a distorções, pois causa agregação plaquetária, resultando em uma pseudotrombocitopenia. Logo, deve posicionar o paciente corretamente, antes de tentar a coleta do sangue. COLETA DE SANGUE R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T No momento de despejar o sangue no tubo, deve retirar a agulha, despejar na parede de forma lenta, assim como na imagem abaixo. Ainda, homogeneizar lentamente, com cuidado para não lesionar as hemácias e plaquetas, reduzindo seus valores na contagem. Este momento deve ser logo em seguida a coleta, para o sangue entrar em contato rapidamente com o anticoagulante. Assim como, a quantidade de sangue referente ao tamanho do tubo poderá alterar os valores, dito isso, deve respeitar o volume de sangue, conforme a quantidade de anticoagulante presente no tubo. COLETA DE SANGUE Para despejar o sangue no tubo, deve retirar a agulha e inclinar o tubo para que o sangue caia lentamente na parede. Tubos maiores deve respeitar o mínimo de 4mL, já os tubos pequenos, respeitar 0,5mL. Ambos vem marcados no tubo a quantidade necessaria. R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Erro na identificação dos tubos: não identificar logo ao coletar e confundir o exame dos pacientes. Uso do anticoagulante errado: sempre se atentar as cores dos tubos. Contaminação da amostra com anticoagulante: é mais comum acontecer na medicina humana, ou nos casos em que despejam o sangue com a agulha, utilizando o vácuo do tubo. Proporção anticoagulante x amostra: pode ocorrer hemodiluição da amostra, alterando eritrócitos, hemoglobina, hematócrito, leucócitos e plaquetas. Transferência traumática do sangue para o tubo: causa principalmente hemólise. Armazenamento inadequado: não refrigerar rapidamente, ou então congelar. Homogenização inadequada: mais comum ser um erro do próprio laboratório. Hemólise, lipemia e icterícia: interferem principalmente os testes feitos por espectrofotometria. Porque solicitei? Como foi a coleta? Como foi o armazenamento? Quanto tempo levou para o processamento? Resumindo: Não esquecer de questionar: Além disso, o tempo entre a coleta e o processamento das amostras exigem atenção. O ideal é que seja feita o mais rápido possível, mas caso não dê, deve armazenar no refrigerador rapidamente (nunca em congelador) e avaliar em, no máximo, até 36 horas. Já para dosagens bioquímicas, o mais importante é fazer a separação do soro, caso não for analisar naquele momento. COLETA DE SANGUE R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Antes de tudo, é necessário compreender a importância do patologista clínico veterinário e da leitura de lâmina. Os exames fornecidos por máquinas são muito bem-vindos, nos fornecem várias informações importantes, e decisivas, além de ser uma maneira rápida. Entretanto, não é tão detalhada quanto a leitura das lâminas, que permite a avaliação morfológica dos eritrócitos. Essas características permitem um melhor direcionamento no diagnóstico, principalmente para classificar as anemias. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DOS ERITRÓCITOS Hipocromia É a baixa coloração das hemácias. Ocorre pela formação inadequada de hemoglobina, podendo ser pela falta de nutrientes (ex: ferro), ou devido à alta taxa de produção na médula, causando uma rápida produção, decorrente a perda/destruição das hemácias. Policromasia É a coloração diferente entre as hemácias. Normalmente também está ligada a uma rápida produção dos eritrócitos. Ambas são sinais de regeneração, porém encontra-las em pequenas quantidades e sem uma anemia associada é comum, uma vez que, a médula está em constante produção. Hipocromia Policromasia Fonte: THRALL et. al. 2015 R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DOS ERITRÓCITOS Ponteado Basofílico Pontos arroxeados nas hemácias. Associados a intoxicação por chumbo (não é comum em cães e gatos) ou as anemias altamente regenerativas. Corpúsculos de Heinz Ocorre por um processo oxidativo da membrana, está associado a intoxicações por cebola, alho, paracetamol, zinco, cobre, azul de metileno, propofol, benzocaína, folhas secas de boldo vermelho, propilenoglicol, vit.K. Em felinos saudáveis é comum (1-2%). Corpúsculos de Howell-Jolly São restos de RNA presentes nas hemácias, indicam que a produção está rápida demais ao ponto de não conseguir "limpar" a célula por completo. O baço também pode ser responsável, pois não está retirando por completo as hemácias alteradas. O aumento ocorre em pacientes com anemia regenerativa, esplenectomia ou com supressão da função esplênica (esplenomegalia). Fonte: THRALL et. al. 2015 Fonte: THRALL et. al. 2015 Fonte: THRALL et. al. 2015 R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Grânulos Sideróticos Um achado raro. Estão associados a síntese prejudicada da porção Heme, decorrente à mielodisplasia, eritropoese ineficaz idiopática e terapia com Cloranfenicol. Acantócito Tem origem desconhecida em mamíferos domésticos, mas acredita-se estar associado as alterações em lipídeos da membrana, possivelmente por uma fragmentação. É frequentemente associado a lipidose hepática e ao hemangiossarcoma em cães (mas neste caso deve estar acompanhado de uma anemia regenerativa). Codócitos (ou Leptócito) Possui baixo impacto diagnóstico. Típico em anemias regenerativas, distúrbios renais, hepáticos e lipídicos. Podem aparecer em cães com aumento de colesterol. Fonte: THRALL et. al. 2015 Fonte: THRALL et. al. 2015 Fonte: THRALL et. al. 2015 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DOS ERITRÓCITOS R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Equinócitos Podem ocorrer por artefatos não associados à doença. Também podem aparecer em casos de linfoma, doença renal, terapia com quimioterápicos e acidentes por picada de cascavel. Esquisócitos São fragmentos de eritrócitos. Associado a CID, hemangiossarcoma e por deficiência de ferro. Esferócitos Hemácias bem arredondadas, não ocorre nos gatos. Estão associados a AHIM, picadas de abelha, intoxicação por zinco ou transfusão sanguínea incompatível. Fonte: THRALL et. al. 2015 Fonte: THRALL et. al. 2015 Fonte: THRALL et. al. 2015 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DOS ERITRÓCITOS R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Granulação Tóxica INCLUSÕES LEUCOCITÁRIAS Corpúsculos de Dohle Observados frequentemente em gatos, mas podem também aparecer em cães. Associados a rápida produção de leucócitos na medula (Inflamações agudas - mais comum - e crônicas). Basofilia Citoplasmática e Vacualização Citoplasmática Também estão associados à produção rápida, porém são mais graves. Coligados às infecções bacterianas severas e doenças que aceleram a neutropoese. Granulação Tóxica Associado também à neutropoese acelerada. *Todas as alterações citadas acima, devem estar associadas à neutrofilia com desvio à esquerdapara ser considerado uma inflamação/infecção. Vacualização Citoplasmática Basofilia Citoplasmática Corpúsculo de Dohle Neutrófilo Normal Fonte: THRALL et. al. 2015 R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T INCLUSÕES LEUCOCITÁRIAS Hipersegmentação Nuclear Neutrófilos "velhos", estão na circulação por mais tempo do que deveriam. Associados a uma maior exposição de cortisol - Inflamações Crônicas, Hiperadrenocorticismo, uso exôgeno de corticoides. Corpúsculo de Lentz Inclusão eosinofílica, observada no citoplasma de hemácias e leucócitos. É patognomônico para cinomose, na fase aguda. Fonte: THRALL et. al. 2015 Fonte: THRALL et. al. 2015 R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Thrall, M. A., Weiser, G., Allison, R. W., & Campbell, T. W. (2015). Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. Rio de Janeiro: Roca Oxtoby, C., Ferguson, E., White, K., & Mossop , L. (2015). We need to talk about error: causes and types of error in veterinary practice. Veterinary Record. 177:438. doi: 10.1136/vr.103331 Wallis J, Fletcher D, Bentley A and Ludders J (2019) Medical Errors Cause Harm in Veterinary Hospitals. Front. Vet. Sci. 6:12. doi: 10.3389/fvets.2019.00012 Graber ML, Franklin N, Gordon R. Diagnostic error in internal medicine. Arch Intern Med. 2005; 165: 1493–1499. doi: 10.1001 / archinte.165.13.1493. RACIOCÍNIO CLÍNICO VET O2 ANEMIA ALÉM DO HEMATÓCRITO RACIOCÍNIO CLÍNICO VET RACIOCÍNIO CLÍNICO VET Antes de iniciar a discussão, sobre o que é anemia, quais e como classificá-las, deve-se enfatizar: anemia não é uma doença, e sim, uma manifestação clínica, que ocorre de forma secundária a alguma doença subjacente. A anemia é definida como a situação em que a massa total eritroide no sangue periférico, se encontra abaixo dos valores de referência para aquele paciente. Ou seja, é classificada a partir da diminuição proporcional dos eritrócitos, hematócrito e hemoglobina, porém, em decorrência a outros fatores, pode não ser vista exatamente dessa forma. A diminuição desses 3 componentes, ocorrem resultantes á 3 situações: COMO CLASSIFICAR AS ANEMIAS? Perda de sangue: hemorragia externa, hemorragia interna, perda de sangue oculta (pelas fezes/urina); Destruição eritrocitária acelerada (hemólise): por intoxicações (cebola, alho), hemoparasitoses, etc.; Falha na produção eritrocitária: medula não consegue produzir hemácias suficientes; R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Resposta medular (regenerativa, semi-regenerativa, arregenerativa); Índices eritrocitários (macrocítica, normocítica, microcítica, normocrômica, hipocrômica); Classificação fisiopatológica. Como a anemia não se trata de uma doença, mas sim de um sinal clínico correspondente a uma doença de base, para tratá-la deve-se chegar ao diagnóstico da patologia em questão. Dessa forma, deve-se iniciar classificando a anemia, e compreendendo como o paciente está respondendo a ela, através da: Destaca-se um ponto importante sobre as anemias: nem toda eritropenia, é de fato uma anemia! Deve considerar a hemodiluição, que é uma das situações que mais gera equívoco e leva a uma interpretação errônea sobre ser ou não uma anemia, portanto, deve sempre coletar o exame de sangue antes de submeter o paciente a fluidoterapia. Além de, se atentar para as necessidades reais do paciente e avaliar se é realmente necessário a fluidoterapia, e quando deve ser administrado. Caso contrário, irá causar uma hiperidratação, e consequentemente, diminuição dos valores do eritrograma. Ainda, erros laboratoriais, uso de acepromazina e xilazina, também podem causar anemia relativa. COMO CLASSIFICAR AS ANEMIAS? R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Palidez de mucosa Letargia, hiporexia, anorexia Alotrofagia - comer coisas diferentes (ex: terra) Sinais cardiovasculares e taquipneia Palpação abdominal e de linfonodos Desidratação: possui "efeito contrário" ao da anemia, elevando os índices eritrocitários, principalmente o hematócrito. Lipemia: se há hemólise/lipemia, pode alterar a concentração de hemoglobina. Anemia Relativa: por hiperidratação, erros laboratoriais, uso de acepromazina e xilazina. Alterações como a esplenomegalia, hepatomegalia, linfoadenopatia, também necessitam de uma grande atenção, pois há doenças específicas que podem cursar com tais alterações, como, por exemplo: linfoma, micoplasmose, leucemia, erliquiose, mastocitose e AHIM. Lembrando, que a anemia pode ocorrer de forma assintomática, principalmente em casos mais leves ou em casos crônicos, onde o organismo do paciente consegue criar mecanismos compensatórios. A quantidade de sinais clínicos também deve ser considerada, pois, demonstram maior gravidade do caso. Porém, casos agudos, que nem sempre são mais graves que casos crônicos, são mais comuns estarem associados a sinais clínicos. Isso ocorre, pois, o organismo vai se adaptando com a diminuição crônica da hemoglobina e oxigênio, gerando menos repercussão. Sobretudo nos felinos, que apresentam uma resistência maior. Além disso, sinais cardiovasculares e respiratórios exigem uma atenção maior do médico veterinário, pois são sintomas que validam maior gravidade. Por fim, salienta-se: nem todo paciente com mucosas pálidas é anêmico! Na interpretação, também deve considerar: ANEMIA: SINAIS CLÍNICOS R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Há resposta medular, logo, produção de hemácias, porém há perda ou destruição das mesmas, por hemorragia externa/interna ou hemólise; Hemoparasitoses, intoxicações (cebola, alho, paracetamol, chumbo), AHIM, etc.; Macrocítica, hipocrômica ou normocítica, normocrômica; Reticulócitos aumentados (CCR > 2%); Características de regeneração (anisocitose, policromasia, hipocromia); Ocorre por falha ou diminuição na produção de eritrócitos, ou por produção ineficiente de fatores da eritropoetina; Doenças inflamatórias, infecções crônicas, DRC, aplasia, mieloptise, mielofibrose, etc.; Normocítica, normocrômica; CCR < 1%; Reposição prejudicada das hemácias, doenças mistas; Deficit de vitamina E, B12, B6 , ácido fólico, intoxicação por ferro, chumbo, talassemia, porfiria; Microcítica, hipocrômica ou normocítica, normocrômica; CCR entre 1% - 2%; Anemia Regenerativa Anemia Arregenerativa Anemia Semi-regenerativa CLASSIFICANDO AS ANEMIAS R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T VCM (Volume corpuscular médio; tamanho das hemácias): microcítica, normocítica, macrocítica; CHCM (Concentração de hemoglobina corpuscular média): hipocrômica, normocrômica; RDW (Índices de Anisocitose): quando aumentada, demostra que há hemácias com tamanhos discrepantes, sendo indicando grau de regeneração; Policromasia: discrepância na coloração das hemácias; Anisocitose: discrepância entre o tamanho das hemácias; Hipocromia; Corpúsculos de Howell-jolly; Microcitose; Contagem corrigida de reticulócitos (CCR): fornece o grau de regeneração, logo, é mais fidedigno que a contagem absoluta de reticulócitos. Quanto pior a anemia, maior deve ser o CCR, para que o organismo consiga repor adequadamente os eritrócitos "perdidos". Classificação morfológica: *Hipercrômica não existe, é apenas um erro de mensuração, normalmente causado por hemólise. A classificação morfológica é uma etapa de muita importância para determinar a anemia, porém não deve se basear somente por ela. Análise da lâmina: Índice de regeneração: CLASSIFICANDO AS ANEMIAS Ht cão - 45% Ht gato - 35% R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T As anemias regenerativas ocorrem em casos de destruição eritrocitária ou por perda de sangue, podendo ser por hemorragia interna, ou externa. No caso das hemorragias externas, é importante frisarmos, que não significa serem visíveis, pois a perda de sangue, pode ocorrer de forma oculta pelas fezes e urina. Apesar da perda/destruição eritrocitária, a medula continua funcionando normalmente, e enviando novas hemácias para a circulação, de modo a suprir a falta das mesmas. Devido a "pressa" em liberar novas hemácias a circulaçãosanguínea, a medula acaba liberando células que ainda não estão completamente maduras, sendo assim, é observado eritrócitos de tamanhos maiores (macrocitose) e com concentração baixa de hemoglobina (hipocromia). Entretanto, esta é a forma clássica da anemia regenerativa, a qual, nem sempre é observada, pois, em muitos casos (agudos), ainda não houve tempo suficiente para que o VCM e o CHCM - que são baseados em médias - tenham se alterado. Dessa forma, a classificação morfológica visualizada, ainda será normocítica/normocrômica. Ou seja, precisa atingir uma quantidade maior de hemácias macrocíticas/hipocrômicas, para que seja visível nas médias (VCM e CHCM). Nestes casos, a solicitação da contagem de reticulócitos e do CCR se torna ainda mais importante, pois serão eles que determinarão se há ou não regeneração. Além disso, a presença (moderada a intensa) de anisocitose, policromasia e hipocromia, também indicam grau de regeneração. ANEMIAS REGENERATIVAS R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Deficiência de piruvatoquinase e fosfofrutoquinase (raro); Alterações bioquímicas (Corpúsculos de Heinz, hipofosfatemia); Exposição a fármacos e substancias químicas (paracetamol, chumbo, zinco, prata, arsênio); Exposição a hemolisinas de animais, plantas e bactérias (Leptospira icterohaemorrhagiae, veneno de aranha e serpentes); Lesão mecânica (neoplasias, defeitos vasculares/valvulares) ; Classificando o tipo da anemia, irá facilitar compreensão da origem desta. No caso das regenerativas, quando identificadas, deve inicialmente, investigar uma possível hemorragia e considerar a possibilidade, de ser oculta. Se descartada a hemorragia, considerar uma possível hemólise. A hemólise, dependendo do quadro, pode fornecer um sinal clínico bem característico, mas que não é obrigatório: a icterícia. Além disso, a hiperbilirrubinemia pode ser um achado laboratorial importante, então é necessário sempre considerar sua solicitação. Geralmente, as causas mais associadas as hemólises são as hemoparasitoses (babesiose, micoplasmose) e a AHIM primária, entretanto, existem outras causas importantes que levam a destruição eritrocitária, como: A presença de anisocitose, policromasia, hipocromia, reticulócitos e eritroblastos em pequenas medidas, e sem presença de anemia, é normal, pois a medula está em constante produção de novas hemácias. ANEMIAS REGENERATIVAS R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T HEMOPARASITOSES Piroplasmoses: hemoparasitas que causam a lise das hemácias como processo de doença primordial e cursa com febres - Babesiose e rangeliose são as mais comuns no Brasil. Importante ressaltarmos que na erliquiose não causa hemólise, a anemia causada é devido ao sequestro esplênico das hemácias. Entretanto, por se tratar do mesmo vetor, para ambas as doenças, é muito comum tê- las concomitantemente. Babesiose No Brasil, é encontrado a Babesia canis vogeli, que possui preferência por locais de clima tropical ou subtropical. Ela causa a lise das hemácias, de forma intravascular e extravascular por eritrofagocitose. O agente modifica a membrana das hemácias, e os macrófagos as reconhecem como hemácias "velhas", e as destroem. Em consequência da hemólise, há a liberação de fatores da inflamação (leucotrienos, interleucinas), que são considerados pirógenos e promovem os primeiros sinais clínicos da doença, como a febre, apatia, letargia e anorexia. Além disso, ao destruir a célula, a hemoglobina presente, extravasa para a circulação e é excretada via urinária, logo, temos hemoglobinemia e hemoglobinúria. Ainda, como citado anteriormente, a hiperbilirrubinemia também estará presente nestes quadros, causando a icterícia e bilirrubinúria. Comumente, os quadros de anemia regenerativa, causados por hemoparasitoses, ocorrem de forma hiperaguda/aguda, logo, tendem a causar um quadro clínico mais agressivo com complicações mais evidentes, como a hipóxia, levando a taquipneia, taquicardia, cansaço ao exercício e dificuldade respiratória. (PIROPLASMOSES) R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Juntamente, será observado hepatomegalia e esplenomegalia, pois, o fígado e o baço sofrem um processo inflamatório, em consequência da destruição das hemácias pela eritrofagocitose. Como se tratar de uma doença, que associa a sobrecarga do sistema mononuclearfagocitico, hipóxia com potencial de evolução para acidose metabólica, hepatomegalia, esplenomegalia, e com evolução hiperaguda, pode acabar em um quadro de síndrome da disfunção múltipla de órgãos. Inclusive, há a possibilidade de evoluir para uma insuficiência renal aguda, decorrente a nefrite por toxicidade a pigmentos endógenos (bilirrubina, hemoglobina). Nos exames, esperasse uma anemia regenerativa, acompanhada de policromasia e anisocitose. A reticulocitose também é esperada, porém, deve se atentar que quando se trata de uma doença aguda, talvez não seja observado ainda o aumento dos reticulócitos. A trombocitopenia pode estar presente, em decorrência da vasculite severa e sequestro esplênico. Alguns casos podem até evoluir para trombocitopenia imunomediada. No leucograma, é esperado um quadro inflamatório agudo, ou seja, leucocitose por neutrofilia com desvio a esquerda, e em casos mais avançados, leucopenia por neutropenia com desvio a esquerda. Outra espécie de Babesia spp. encontrada no Brasil, é a Babesia gibsoni, que tem preferência pelo clima frio, portanto, é encontrada apenas no sul do país. Esta possui apresentação clínica parecida com a da Babesia canis vogeli, entretanto, é mais agressiva e aguda, desenvolvendo a anemia e trombocitopenia de forma severa. Na fase aguda, tem a febre intermitente como sinal clínico bem característico. HEMOPARASITOSES (PIROPLASMOSES) R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Rangeliose A Rangelia vitalii age de forma parecida a babesiose, porém tem suas particularidades. Uma delas, é a preferência por animais que vivem nas áreas rurais do sul do Brasil, pois além do vetor Riphicephalus sanguineus (o mesmo que da Babesia spp.), também tem o Amblyomma aureolatum, que aparentemente é o seu principal vetor. Outro diferencial, é que a Rangelia vitalii, pode parasitar os leucócitos, causando leucopenia. Ainda, a vasculite é mais severa, causando uma trombocitopenia considerável com macroplaquetas, portanto, é comum os pacientes apresentarem hemorragia de ponta de orelha, ouvidos, narina e boca, diarreia sanguinolenta, petéquias, icterícia, dispneia, febre, anorexia, hepatomegalia e esplenomegalia. No mais, as alterações hematológicas são parecidas com da babesiose. Para o fechamento do diagnóstico, e diferenciação da babesiose e rangeliose, pode ser feito o esfregaço sanguíneo, entretanto, é comum dar falso negativo. O sorológico também pode ajudar, porém, nas fases agudas/subagudas pode negativar, tornando o PCR o exame mais fidedigno. HEMOPARASITOSES (PIROPLASMOSES) R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Infecções: Leptospirose Congênitas Fármacos: Paracetamol Oxidantes: Cebola, alho Eletrolíticas Idiopáticas Além das hemoparasitoses há outras causas que podem levar a anemia hemolítica, tais como: Os aspectos clínicos, costumam ter evolução rápida, e com isso, sinais de descompensação da anemia, ou seja, taquipneia, dispneia, taquicardia, cansaço, hiporexia, anorexia, e claro, icterícia. Do ponto de vista laboratorial, é esperado encontrar: anemia regenerativa, com queda abrupta do hematócrito em 24 - 48h (às vezes até menos que isso), reticulocitose, presença de esferócitos e eritrócitos fantasmas, autoaglutinação hemoglobinemia, bilirrubinemia, hemoglobinúria e bilirrubinúria. ALÉM DAS HEMOPARASITOSES R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T ANEMIA HEMOLÍTICA IMUNOMEDIADA (AHIM) Neoplasias: hemangiossarcoma, linfoma, leucemia linfocítica, carcinoma gástrico/pulmonar, sarcoma difuso; Infecciosas: virais, leptospirose, babesiose, micoplasmose, anaplasmose, histoplasmose, rangeliose; Vacinação: estudos relatam, casos de AHIM em cães que foram vacinados nosúltimos 30 dias; Helmintos: dirofilariose; Transfusão sanguínea; Fármacos: penicilinas, sulfas, cefalosporinas, heparina, diclofenaco, paracetamol, dipirona, insulina, tetraciclinas, levamisol, furosemida, ranitidina; Fraqueza e letargia; Febre; Mucosas pálidas; Taquipneia/Taquicardia/Sopro cardíaco; Hepatomegalia/Linfadenomegalia; Icterícia acompanhada de vômitos e dor abdominal; Petéquias e equimoses; Nos felinos, a anemia hemolítica imunomediada, é pouco comum, já nos cães, ela é mais frequente, tendo predileção por algumas raças específicas, como o Cocker Spaniel, Lhasa Apso e Shih-tzu. É uma enfermidade importante, pois possui alta morbidade e mortalidade na medicina veterinária. Pode ocorrer de forma aguda ou hiperaguda, e ser associada (secundária as doenças de base) ou não associada (primária, ocorre de forma idiopática). As causas secundárias, mais comuns, são: Os sinais clínicos, normalmente são: R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T ANEMIA HEMOLÍTICA IMUNOMEDIADA (AHIM) O diagnóstico se inicia, logo ao notar uma anemia regenerativa, podendo ser macrocítica/hipocrômica ou então normocítica/normocrômica. A presença de esferócitos (>/= 5/campo ou >/= 3/campo) não é mandatória, porém bem esperada nessas quantidades, mas apenas nos cães, pois nos felinos não é visto. Além disso, hiperbilirrubinemia e bilirrubinúria também estarão presentes. Pode ter sinais de lesões hepáticas (aumento de ALT e AST) por consequência da hipóxia tecidual, e azotemia pré-renal (pela desidratação) ou renal (recorrente a hiperpigmentação). Um dado bem conflitante, é que 30% das AHIM, não são regenerativas, seguindo a contagem dos reticulócitos, ou seja, não apresentam reticulocitose. Isso ocorre pois os reticulócitos também sofrem hemólise, inclusive, por se tratar de células mais “frágeis”, sofrem a hemólise antes. Essa ocorrência, depende do tempo de evolução e agressividade da doença, e ocorre quando o consumo for maior que a produção de novos eritrócitos. Em alguns casos, é necessário a realização de Mielograma para o fechamento do caso. A autoaglutinação das hemácias é um exame que se positivado, tem 100% de especificidade para a AHIM. Além dele, o teste de Coombs é outra opção, porém é um exame mais específico, que nem todas as clínicas têm um acesso fácil, podendo demorar para obter o resultado, não o tornando muito viável. Alguns casos, ainda podem ter associado a trombocitopenia imunomediada (TIM), sendo chamados então de Síndrome de Evans. R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T A importância de diagnosticar a AHIM e sua origem, é o impacto terapêutico, pois cada anemia é tratada de uma forma, e cada doença de base que leva a hemólise, tem um tratamento específico. Contudo, assim que diagnosticado a AHIM, é preciso investigar se é associada a uma doença de base ou não, caso seja, se apenas imunossuprimir o paciente e não tratar a doença associada, as chances de não obter respostas são grandes. Seguindo o consenso ACVIM para AHIM de 2019, qualquer infecção grave, pode ser um gatilho para a AHIM. Sobre a babesiose, relatam que há alta evidência em desencadear a anemia hemolítica, entretanto, afirmam não ter a necessidade de imunossuprimir o paciente, desde que, trate a infecção. Já na rangeliose, é recomendado a terapia complementar com imunossupressor. Sobre terapêutica, citam a transfusão sanguínea como uma forma de "segurar" a anemia, até chegar ao diagnóstico definitivo e o paciente responder efetivamente ao tratamento, mesmo que aumente as chances de reação transfusional. Inclusive, defendem a transfusão múltipla, se necessário. ANEMIA HEMOLÍTICA IMUNOMEDIADA (AHIM) R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T 1 sinal de destruição IM • Esferócito • SAT • DAT Suspeito de AHIM sem outras causas de anemia 2 ou mais sinais de destruição IM • Esferócito* • SAT* • DAT* SIM SIM NÃO NÃO NÃOSIM NÃO *SAT - teste de autoaglutinação *DAT - teste de Coombs *Esferócitos não será encontrado nos felinos, tornando o diagnóstico mais difícil. Hiperbilirrubinemia Hemoglobinemia Hemoglobinúria Eritrócito fantasma 1 ou mais sinais de hemólise: Hiperbilirrubinemia Hemoglobinemia Hemoglobinúria Eritrócito fantasma 1 ou mais sinais de hemólise: Consistente com AHIM sem outras causas de anemia Anemia AHIM excluído SIM Diagnóstico de AHIM ANEMIA HEMOLÍTICA IMUNOMEDIADA (AHIM) R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Alterações na Heme - deficiência de Fe, deficiência Vit. B6, deficiência Vit. E, intoxicação por chumbo e porfiria (deficiência genética, rara); Alterações na globina - talassemia (alteração genética rara); Defeito na síntese de nucleotídeos - deficiência de vit B12, deficiência de ácido fólico, deficiência de cobalto e mielodisplasias; Doenças mistas - mais comum na veterinária Anemia ferropriva - mais comum na veterinária As anemias semi-regenerativas, podem ser normocíticas, normocrômicas ou microcíticas, hipocrômicas. Normalmente ocorre pela concomitância de doenças diferentes que causam anemias regenerativas e arregenerativas. Além disso, podem ocorrer em consequência da: ANEMIAS SEMI- REGENERATIVAS CASO CLÍNICO JADE Canina, resgatada, estava com muitas pulgas, mas estava bem. R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Ferro sérico Ferritina sérica Hemossiderina na MO Transferrina CTLF Raças: Akita, Shiba; Anemia da doença crônica; Leishmaniose visceral; Shunt porta sistêmico Na anemia ferropriva, é encontrado, uma anemia microcítica/hipocrômica e sua apresentação clínica pode variar entre regenerativa, semi-regenerativa ou arregenerativa, sendo a última, o mais esperado. Na medicina veterinária, a principal causa de anemia ferropriva é pela perda crônica de sangue, mas além dela, pode ocorrer por absorção inadequada de ferro, normalmente em pacientes com doenças gastro-intestinais crônicas, ou por ingestão inadequada de ferro, o que é raro em cães e gatos. Assim como foi citado nas anemias regenerativas, as vias mais comuns de perda de sangue crônica, são a gastrointestinal e a urinária. Para fechar como anemia ferropriva, é necessário solicitar também: Ainda, o aumento das plaquetas podem ser notados, uma vez que, a médula aumenta sua produção, já que não consegue produzir hemácias por falta de matéria. Além da anemia ferropriva, há outros diagnósticos diferenciais para as anemias microcíticas/hipocrômicas: ANEMIA FERROPRIVA ou normal R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Entre todas as anemias citadas, a literatura traz a anemia arregenerativa como a mais comum na rotina clínica de cães e gatos, especificamente a anemia da doença crônica. Antes de tudo, deve-se relembrar da eritropoese e os fatores que estão intimamente ligados a ela. A eritropoetina, interleucina-3, hormônios andrógenos e hormônios tiroidianos são fatores importantes na regulação da eritropoese. ANEMIAS ARREGENERATIVAS I Essa anemia é marcada pela falta de produção de novos eritrócitos, podendo ser por uma diminuição da produção na médula ou pela produção ineficiente dos fatores da eritropoiese. Comumente são normocíticas/ normocrômicas e com o CCR menor que 1%. Pode ocorrer decorrente as doenças crônicas, por deficiência de ferro, doença renal, doenças endócrinas, hipoproliferativas ou por perda de sangue aguda, na fase inicial (isto acontece, pois, ainda não houve tempo de ter aumento dos reticulócitos, suficiente a ponto de classificá- la como regenerativa). R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T Redução da vida útil dos eritrócitos - pela resposta imunológica à inflamação, os macrófagos tornam-se ativos, acelerando a eritrofagocitose; Inibição do metabolismo do ferro - ocorre basicamente pela ação do aumento de hepcidina. Isso acontece, pois, aumenta o armazenamento do ferro em forma de ferritina, diminui a absorção intestinal, prejudica o transporte do ferro até a medula óssea, consequentemente diminui a oferta de ferro para a eritropoiese, fazendo com que este, seja direcionado para a mioglobina; Diminuição da respostada medula óssea a eritropoetina - as citocinas inflamatórias, interleucina 1 e TNF-alfa prejudicam a expressão da eritropoetina. Anemia da doença crônica/Inflamatória As doenças crônicas induzem o corpo ao estado pró inflamatório, ocorrendo a liberação das interleucinas 6 e 1, estas irão estimular a produção de hepcidina no fígado. A hepcidina, por sua vez, diminui a absorção intestinal do ferro, diminui a liberação do ferro intracelular para o meio intravascular, impedindo a transferrina de transportá-lo até a medula, e ainda, pode aumentar a fagocitose pelos macrófagos e células de Kupffer, resultando em uma eritropoiese prejudicada. Os 3 principais mecanismos, que resultam em anemia por doença crônica/inflamatória são: Melhor dizendo, as interleucinas, estimulam a liberação de hepcidina, a qual aumenta o armazenamento de ferro, impedindo-o que chegue até a medula para eritropoiese. Ainda, decorrente a inflamação, o corpo acelera a eritrofagocitose, e prejudica a resposta medular com a eritropoetina. ANEMIAS ARREGENERATIVAS I R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T ANEMIAS ARREGENERATIVAS I Por esses motivos, não é recomendado suplementar com ferro exógeno, pois se trata de um paciente que já tem ferro demais armazenado, mas que o corpo não consegue utilizá-lo, pois a hepcidina está impedindo-o. Ferro sérico: baixo (pois todo o ferro está "escondido" nos estoques); Ferritina: alta, e em alguns casos pode estar normal também; Estoque de ferro na MO: alta/normal; CLTF: baixo/normal. Sendo assim, ao administrar mais ferro, ocorrerá com este, o mesmo processo. Não chegará até a medula, apenas irá aumentar a quantidade de ferro no armazenamento. Lembrando, que isto pode causar problemas metabólicos, como fibrose hepática, cirrose hepática e metalose cardíaca (enferrujando as células). Diagnóstico O principal diagnóstico diferencial, é a anemia ferropriva, sendo assim, é importante diferencia-las. Como a concentração sérica de ferritina e o teor de ferro no fígado e na medula óssea refletem o armazenamento de ferro no corpo, esses são marcadores úteis para o diagnóstico de anemia da doença crônica. Para o fechamento do diagnóstico então, é esperado: Por fim, deve combinar a história clínica, exame físico e exames laboratoriais de rotina para o diagnóstico de anemia da doença crônica. Em alguns casos apenas essas informações, associadas a um raciocínio clinico bem elaborado, pode levar ao fechamento do diagnóstico. No entanto, como as doenças subjacentes levam a uma variedade de outras alterações hematológicas, um diagnóstico final dessa anemia deve ser feito após descartar outras causas de anemia, como deficiências nutricionais, hipotireoidismo, mielodisplasia, reações a medicamentos, doença renal crônica e hemorragia. R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T RESULTADOS ESPERADOS EM DISTÚRBIOS DO METABOLISMO DO FERRO ANEMIAS ARREGENERATIVAS I @raciocinioclinico_vet A R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T ANEMIAS ARREGENERATIVAS II Azotemia: reduz a meia vida dos eritrócitos, causando hemólise precoce, pois permite que a membrana das hemácias fiquem mais sensíveis. Neste mecanismo, há resposta medular; Gastroenterite aguda concomitante: pode causar perda de sangue nas fezes ou nos quadros de vômitos (melena/hematêmese). Mecanismo com resposta medular; 2.3 Difosfoglicerato: há o aumento desde, que, por sua vez, estimula as hemácias liberarem mais oxigênio para os tecidos, reduzindo a hipóxia tecidual, que no caso, estimularia a liberação de eritropoetina, impedindo a produção de novas hemácias. Mecanismo arregenerativo; Eritropoetina: é produzida (sua maioria) nos rins. Na doença renal crônica, essa produção é prejudicada, logo, não tem a quantidade adequada de eritropoetina para produção de eritrócitos. Mecanismo arregenerativo; Doença crônica: o processo pró-inflamatório, leva a liberação de interleucinas, aumentando a concentração de hepcidina, resultando em uma menor oferta de ferro para a eritropoiese. Mecanismo arregenerativo. Anemia da doença renal crônica Normalmente, associa-se essa anemia, diretamente a falta de eritropoetina, já que, o rim não funciona mais adequadamente. De fato, essa é uma importante causa da anemia, porém, não é o único mecanismo esperado na DRC. Os mecanismos, são multifatoriais, e é preciso compreendê- los para um melhor diagnóstico. Por esses mecanismos, deve ter em mente, que em muitos casos a anemia será semi-regenerativa. Anemias totalmente arregenerativas, devem ser investigadas melhor, pois pode ser que haja outra causa, além da DRC. Pacientes em estágio 1, sem azotemia, não terão anemia por doença crônica, apenas em pacientes com estágios mais avançados. R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T ANEMIAS ARREGENERATIVAS II Desitropoese: a medula, por não estar tralhando bem, não consegue maturar corretamente as hemácias, liberando eritrócitos com morfologias anormais; Síndromes mielodisplasicas: associada a outras citopenias; Neoplasias infiltrativas medular: leucemias, metástases; Pancitopenia aplásica: pode ser causada por diversos fatores, entre eles, medicamentos, produtos químicos, toxinas, estrógeno, Felv, Ehrlichia crônica, causa a redução também dos leucócitos e plaquetas; Aplasia eritrocitária pura: ocorre de forma imunomediada. Diferente da AHIM que ataca os eritrócitos, ela afeta os precursores da eritropoese. Pode ser causada pelo uso de eritropoetina humana recombinante, sendo este, um dos motivos para evitar o uso, e utiliza-la somente em casos muito necessários, e se possível priorizar o uso da eritropoetina recombinante espécie-específica. Anemia das endocrinopatias É mais comum ocorrer no hipotiroidismo, mas também pode ser encontrada no hiperadrenocorticismo, hiperestrogenismo, etc. Destaca-se que normalmente, estão acompanhadas de alterações dermatológicas e outros sintomas característicos, são de baixa intensidade, lenta evolução e na maioria das vezes, assintomáticas. Portanto, se o paciente apresentar uma anemia intensa e aguda, deve investigar doenças concomitantes. O fato da anemia ser de baixa intensidade, está relacionado aos mecanismos que ocorrem, em que um prejudica a eritropoiese e o outro, a estimula. Anemias Hipoproliferativas Nesses casos citados a cima, o ideal seria associá-los ao mielograma, o qual permite uma melhor investigação da anemia arregenerativa, quando não for possível diferenciar de outras formas. R A C IO C ÍN IO C L ÍN IC O V E T REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Thrall, M. A., Weiser, G., Allison, R. W., & Campbell, T. W. (2015). Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. Rio de Janeiro: Roca Nelson, R. W., & Couto, C. G. (2015). Medicina Interna de Pequenos Animais. Rio de Janeiro: Elsevier Jericó, M. M., Neto, J. d., & Kogika, M. M. (2015). Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos. Rio de Janeiro: Roca RACIOCÍNIO CLÍNICO VET
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