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Contrato de compra e venda

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Contrato de compra e venda 
O Contrato de Compra e Venda estipula os compromissos entre 
as partes nos negócios mercantis, podendo ser efetuado de 
forma escrita ou verbal. Pelo contrato de compra e venda, um 
dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e 
o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. A compra e venda 
pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem 
efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das 
partes era de concluir contrato aleatório. Se a venda se realizar à 
vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o 
vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas 
correspondem. 
Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver 
contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a 
coisa no contrato. 
FIXAÇÃO DO PREÇO POR TERCEIROS, POR MERCADO OU 
ÍNDICES. 
 A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que 
os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o 
terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, 
salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa. 
Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado 
ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar. É lícito às partes 
fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que 
suscetíveis de objetiva determinação. Convencionada a venda 
sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se 
não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se 
sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor. 
 NULIDADE 
 Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao 
arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço. 
Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em 
hasta pública: 
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os 
bens confiados à sua guarda ou administração; 
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da 
pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua 
administração direta ou indireta; 
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e 
outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos 
sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde 
servirem, ou a que se estender a sua autoridade; 
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda 
estejam encarregados. 
 A proibição contida no item III não compreende os casos de 
compra e venda ou cessão entre co-herdeiros, ou em pagamento 
de dívida, ou para garantia de bens já pertencentes a pessoas 
designadas no referido item. 
 DESPESAS NEGOCIAIS E DE MANUTENÇÃO 
 Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e 
registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da 
tradição. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde 
por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da 
tradição. 
VENDA A CRÉDITO 
Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a 
entregar a coisa antes de receber o preço. 
RISCOS. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm 
por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador. 
TRADIÇÃO (ENTREGA) DO BEM 
A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, 
dar-se-á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda. 
Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da 
tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor 
sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê 
caução de pagar no tempo ajustado. 
 TRANSPORTE 
 Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do 
comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a 
quem haja de transportá-la, salvo se das instruções dele se 
afastar o vendedor. 
ANULAÇÃO 
É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os 
outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente 
houverem consentido. 
Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se 
o regime de bens for o da separação obrigatória. 
DA AÇÃO EM PAGAMENTO 
No caso de dação em pagamento (artigo 356 e seguintes do 
Código Civil), determinado o preço da coisa dada em pagamento, 
às relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do 
contrato de compra e venda. 
COMPRA E VENDA ENTRE CÔNJUGES 
É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens 
excluídos da comunhão. 
 VENDA DE IMÓVEL 
 Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de 
extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não 
corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o 
comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não 
sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou 
abatimento proporcional ao preço. 
 Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente 
enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um 
vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o 
direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o 
negócio. Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar 
que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, 
caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor 
correspondente ao preço ou devolver o excesso. Não haverá 
complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel 
for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas 
enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não 
conste de modo expresso, ter sido a venda ad corpus. Decai do 
direito de propor as ações previstas na venda de imóvel, por 
diferença de área, o vendedor ou o comprador que não o fizer no 
prazo de um ano, a contar do registro do título. 
 BASES LEGAIS 
 Artigos 481 a 502 do Código Civil Brasileiro. 
DETALHAMENTOS CONTRATUAIS 
O Contrato de Compra e Venda, quando na modalidade escrita, 
deverá conter, no mínimo: 
Nome completo, endereço e qualificação (CPF, Identidade) de 
cada um dos contratantes; 
O bem (ns) objeto (s) da negociação 
O preço estipulado e forma de pagamento (á vista, em parcelas, 
periodicidade, valor de cada parcela) 
Outras condições gerais (como data de entrega das chaves, no 
caso de imóvel). 
Contrato de prestação de serviços: O Contrato de prestação 
de serviços é o negócio jurídico pelo qual uma das partes 
(prestador) se obriga a realizar uma atividade em beneficio de 
outra (tomador), mediante remuneração. Trata-se de uma 
modalidade contratual aplicável a qualquer tipo de atividade lícita, 
sendo ela manual, intelectual, conforme disposto no art. 594 do 
CC/02. A prestação de serviços é, em regra, um contrato intuitu 
personae. Logo, sem a concordância das partes, o solicitante não 
poderá ceder seus direitos a terceiros, assim como também o 
executor estará impedido de efetuar seus serviços por intermédio 
de substituto ou terceirizá-lo. A prestação de serviços, no seu 
âmbito técnico, legal e material, é contrato bilateral, oneroso e 
consensual. É contrato bilateral porque gera obrigações 
recíprocas, ou seja, para ambas as partes: a remuneração para 
quem contrata os serviços (empregador) e a prestação dos 
serviços para quem é contratado para tal (empregado), devendo 
o mesmo executar o serviço na forma devida, em tempo 
conveniente, de acordo com as normas técnicas que presidem a 
arte ou o ofício ou segundo os costumes, cumprindo-o ainda no 
lugar estabelecido pelo contrato ou pelas circunstâncias. É 
contrato oneroso, pois gera vantagens para os contratantes, 
mediante contraprestações recíprocas. Por último, é contrato 
consensual porque se aperfeiçoa com o simples acordo de 
vontades e independe de qualquer materialidade externa. 
 É um contrato que requer emissão volitiva, mesmo sem exigir 
forma especial. É contrato não-solene, considerando-se a 
possibilidade de ser verbal ou escrito e, por tal razão, contrato de 
forma livre. O objeto da prestação de serviço consiste em uma 
obrigação defazer, pois corresponde à prestação de uma 
atividade lícita, não proibida pela lei e pelos bons costumes, 
decorrente de energia humana aproveitada por outrem, e que 
pode ser material ou imaterial. De acordo com os ensinamentos 
de Maria Helena Diniz, a prestação de serviço é um contrato 
consensual, que se aperfeiçoa com o simples acordo de vontade 
das partes, podendo ser provada por testemunhas, seja qual for o 
seu valor, independentemente de começo de prova por escrito. 
Se houver contrato escrito e uma das partes não souber ler e 
escrever, poderá o instrumento ser escrito e assinado a rogo e 
subscrito por duas testemunhas. Quanto à remuneração, constitui 
elemento fundamental do contrato de prestação de serviços, e 
será submetida ao arbítrio dos contraentes, que a estipularão 
livremente. Entretanto, se os mesmos não a estipularem, será 
fixada por arbitramento, segundo o costume do lugar, o tempo de 
serviço e sua qualidade, como defende o artigo 596 do nosso 
Código. Isto porque, sendo o contrato omisso quanto à 
remuneração, executado o serviço, entende-se que os 
contraentes sujeitaram-se ao costume do lugar, considerando a 
natureza do serviço e o tempo de duração, uma vez que não há 
como presumir a gratuidade da prestação do serviço. A regra é 
que a remuneração seja paga em dinheiro após a realização do 
serviço, mas nada impede que, se por convenção ou costume, a 
remuneração seja adiantada ou paga em prestações periódicas, 
podendo ainda ser paga uma parte da mesma em alimentos, 
vestuário, condução, moradia, etc. Segundo dispõe o art. 598 do 
CC/02, a prestação de serviço não poderá ser convencionada por 
mais de quatro anos mesmo que o contrato tenha por causa o 
pagamento de débito de quem presta ou se destine à execução 
de determinada obra. Decorrido esse prazo, mesmo que a obra 
não esteja concluída, extinguir-se-á o contrato. E se o contrato foi 
celebrado por mais de quatro anos, o juiz poderá reduzi-lo, pois o 
excesso de prazo não invalida a avença. Percebe-se assim, que 
Código Civil preocupou-se em fixar o tempo máximo de duração 
do contrato de prestação de serviços em 04 (quatro) anos, tendo 
em vista a inalienabilidade da liberdade humana, de forma a 
evitar a demasia na questão do prazo contratual, a qual poderá 
caracterizar relação de escravidão, o que não seria apenas uma 
prestação de serviços. Conforme determina o art. 599 do Código 
Civil, qualquer um dos contratantes, poderá, não havendo 
estipulação de prazo de duração da prestação de serviço, nem se 
podendo inferi-lo de sua natureza ou do costume local, pleitear a 
sua resilição mediante aviso prévio, sob pena se ter de pagar 
indenização por perdas e danos. Essa denúncia é uma espécie 
de resilição unilateral, motivada ou não, e constitui uma garantia 
para ambas as partes: para o prestador, para que possa 
conseguir outro serviço, e para o tomador, a fim de arranjar um 
substituto. O aviso relativo à rescisão contratual deverá ser feito, 
por meio de notificação judicial ou extrajudicial, com 
antecedência de oito dias, se o salário foi fixado por um mês ou 
mais e de quatro dias, se a remuneração foi ajustada por uma 
semana, ou quinzena. Tal aviso só poderá dar-se de véspera se 
o contrato se fez por menos de sete dias. O mestre Pablo Stolze 
Gagliano comenta que a regra prevista no art. 600 do CC/02, a 
priori é estabelecida em favor do tomador do serviço, evitando 
que o prestador conte, como prazo do contrato, período em que, 
por culpa sua, deixou de servir. Mas, será contado no prazo do 
contrato o tempo que deixou de prestar serviço sem culpa sua, 
por exemplo, em razão de serviço militar, enfermidade, etc. O 
enfoque referente à natureza do serviço, o prestador deverá 
realizar o serviço para o qual foi contrato. Se o executor não foi 
contratado para certo e determinado trabalho, entender-se-á que 
sua obrigação a toda e qualquer atividade compatível com suas 
forças e condições, ou seja, não se poderá exigir do prestador 
atividades superiores às suas limitações pessoais ou habilidades. 
Sendo o prestador de serviço contrato por tempo determinado ou 
para executar determinada obra, não poderá ausentar-se de seu 
serviço, nem pedir demissão, sem justa causa, antes do 
vencimento do prazo contratual ou conclusão da obra, sob pena 
de responder por perdas e danos, apesar de ter direito à 
remuneração vencida. O mesmo ocorre se for demitido por justa 
causa pelo tomador, em razão da prática dolosa ou culposa de 
algum ato grave, devidamente comprovado. Conforme Maria 
Helena Diniz, se o tomador, sem qualquer razão plausível, 
despedir o prestador de serviço, deverá pagar-lhe integralmente 
a retribuição vencida e, a título de indenização, a metade a que 
tocaria de então ao termo legal da avença locatícia, que 
contratou aquele serviço. Vale ressaltar, em linhas gerais, que 
após o término do prazo contratual, o prestador de serviço deverá 
exigir que o outro contratante emita uma declaração de que a 
prestação de serviço terminou. Refere-se a quitação a ser 
fornecida pelo solicitante do serviço prestado, liberando o 
prestador do serviço, tornando impossível qualquer pedido de 
indenização. O prestador de serviço despedido sem justa causa 
ou que veio a deixar o serviço em razão de algum motivo justo 
também fará jus àquela declaração, para provar que está 
liberado e apto para efetivar outro contrato com quem quer que 
seja. Segundo o art. 605 do CC/02, inexistindo consenso entre as 
partes contratantes, o solicitante fica proibido de ceder seus 
direitos aos serviços que convencionou com o prestador, nem 
este por sua vez, poderá efetuar o serviço por intermédio de 
substituto ou mediante terceirização. Isso se dá devido o caráter 
pessoal da prestação de serviço, pois a cessão de direitos e a 
nomeação de substituto só poderão ocorrer se houver 
autorização de contratante ou acordo de vontade entre os 
primitivos contratantes. Em relação à inexigibilidade de 
retribuição por serviços prestados, se o serviço for feito por 
pessoa não portadora de título de habilitação técnica ou que não 
preencha certos requisitos legais, a mesma não poderá pleitear 
remuneração correspondente ao trabalho executado. Se o 
serviço trouxe vantagem à outra parte (tomador), o órgão 
adjudicante, existindo boa-fé do executor (prestador), atribuir-lhe-
á, apesar de não ter habilitação técnica para a execução do 
serviço, uma compensação razoável, ou seja, compatível com o 
serviço prestado, que apenas lhe será negada se a proibição da 
prestação de serviço advier de norma de ordem pública, em 
razão do fato de certas atividades, por exemplo, as da área 
médica ou odontológica, requerem conhecimentos específicos 
por poderem colocar em risco a saúde, a vida e o patrimônio das 
pessoas Quanto à extinção do contrato de prestação de serviço, 
temos que o mesmo se dará pela morte de qualquer das partes, 
pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão 
do contrato, mediante aviso prévio, pelo inadimplemento de 
qualquer das partes e pela impossibilidade de continuidade por 
força maior; No tocante ao aliciamento de executores, Maria 
Helena Diniz entende que, em caso de aliciamento de 
executores, ou seja, pessoas obrigadas, em contrato escrito, a 
outrem por prestação de serviços, quem os aliciou pagará ao 
solicitante a importância que ao prestador, pelo ajuste defeito, 
houvesse de caber durante dois anos. Ocorre nessa situação, a 
prefixação de indenização na hipótese de terceiro cúmplice em 
contrato de prestação de serviço, dispensando a prova do dano. 
Por último, cumpre mencionar que consoante o mencionado no 
art. 609 do CC/02, que trata da continuidade contratual na 
alienação de prédio agrícola, não terá o condão de operar a 
rescisão do contrato de prestação de serviço a alienação (gratuita 
ou onerosa) do prédio agrícola onde ser executa a atividade,ressalvando-se ao prestador a opção de continuá-lo com o 
adquirente da propriedade ou com o contratante (tomador) 
anterior. Sendo assim, o prestador não correra o risco de haver 
rescisão unilateral do contrato pelo tomador, ao alienar o imóvel. 
Em suma, a prestação de serviços é toda espécie de serviço ou 
trabalho lícito, material ou imaterial, quando se contrata mediante 
retribuição. O contrato de prestação de serviço tratado pelo 
CC/02, tem caráter residual, pois são regulados pelas 
determinações do código somente àqueles sobre os quais não 
dispõe leis especiais, como por exemplo, os contratos 
trabalhistas e os regidos pelo Código de Defesa do Consumidor, 
que obedecem as suas próprias normas. O estudo desse instituto 
se faz necessário para a melhor compreensão das relações 
contratuais e para devida aplicação do direito ao fato concreto. 
Contrato de locação: 
É o contrato mais usado na sociedade depois da compra e 
venda. Hoje em dia alugam-se, casas, quartos, apartamentos, 
roupas, fazendas, etc. 
As partes denominam-se locador, senhorio ou arrendador; e 
locatário, inquilino ou arrendatário. O vocábulo arrendamento é 
sinônimo de locação, podendo ambos ser usados 
indistintamente. Entre nós, todavia, o primeiro é utilizado, 
preferentemente, para designar as locações imobiliárias rurais. A 
coisa não precisa ser necessariamente de propriedade do 
locador, uma vez que a locação não acarreta transferência do 
domínio, malgrado em geral as duas posições, de proprietário e 
senhorio, coincidam. A retribuição pelo uso e gozo da coisa 
chama-se aluguel ou renda 
A locação, é o contrato pela qual uma das partes, mediante 
remuneração paga pela outra, se compromete a fornecer-lhe, 
durante certo lapso de tempo, o uso e gozo de uma coisa 
infungível, a prestação de um serviço apreciável 
economicamente ou a execução de alguma obra determinada. 
Levando-se em consideração este conceito, podemos 
estabelecer três espécies de locação: 
a) Locação de Coisas (locatio rei) – uso e gozo de bem 
infungível. 
b) Locação de Serviços (locatiooperarum) – prestação de 
serviços e conomicamente apreciável. 
c) Locação de Obras ou empreitada (locatiooperis faciendi) – 
execução de obra ou trabalho. 
Do claro conceito legal, pode-se extrair as características 
principais do contrato: a cessão da coisa (“ceder à outra... uso e 
gozo de uma coisa não fungível”), preço (“certa retribuição”), 
consentimento (“se obriga a”) e prazo (“por tempo determinado 
ou não”). Bilateral; oneroso; consensual;comutativo; não solene. 
O núcleo do contrato de locação é a cessão de uma coisa não 
fungível entre o seu proprietário – o locador – e aquele que se 
utilizará da coisa – o locatário. Das Locações de Prédio Rústico 
ou Arrendamento Rural 
Quanto ao arrendamento rural, observar-se-ão os seguintes 
princípios: 
 I - os prazos de arrendamento terminarão sempre depois de 
ultimada a colheita, inclusive a de plantas forrageiras temporárias 
cultiváveis. No caso de retardamento da colheita por motivo de 
força maior, considerar-se-ão esses prazos prorrogados nas 
mesmas condições, até sua ultimação; 
 II - presume-se feito, no prazo mínimo de três anos, o 
arrendamento por tempo indeterminado, observada a regra do 
item anterior; 
 III - o arrendatário, para iniciar qualquer cultura cujos frutos não 
possam ser recolhidos antes de terminado o prazo de 
arrendamento, deverá ajustar, previamente, com o arrendador a 
forma de pagamento do uso da terra por esse prazo excedente; 
 IV - em igualdade de condições com estranhos, o arrendatário 
terá preferência à renovação do arrendamento, devendo o 
proprietário, até 6 (seis) meses antes do vencimento do contrato, 
fazer-lhe a competente notificação extrajudicial das propostas 
existentes. Não se verificando a notificação extrajudicial, o 
contrato considera-se automaticamente renovado, desde que o 
arrendador, nos 30 (trinta) dias seguintes, não manifeste sua 
desistência ou formule nova proposta, tudo mediante simples 
registro de suas declarações no competente Registro de Títulos e 
Documentos; 
 V - os direitos assegurados no inciso IV do caput deste artigo 
não prevalecerão se, no prazo de 6 (seis) meses antes do 
vencimento do contrato, o proprietário, por via de notificação 
extrajudicial, declarar sua intenção de retomar o imóvel para 
explorá-lo diretamente ou por intermédio de descendente seu; 
VI - sem expresso consentimento do proprietário é vedado o 
subarrendamento; 
 VII - poderá ser acertada, entre o proprietário e arrendatário, 
cláusula que permita a substituição de área arrendada por outra 
equivalente no mesmo imóvel rural, desde que respeitadas as 
condições de arrendamento e os direitos do arrendatário; 
 VIII - o arrendatário, ao termo do contrato, tem direito à 
indenização das benfeitorias necessárias e úteis; será indenizado 
das benfeitorias voluptuárias quando autorizadas pelo 
proprietário do solo; e, enquanto o arrendatário não for 
indenizado das benfeitorias necessárias e úteis, poderá 
permanecer no imóvel, no uso e gozo das vantagens por ele 
oferecidas, nos termos do contrato de arrendamento e das 
disposições do inciso I deste artigo; 
IX - constando do contrato de arrendamento animais de cria, de 
corte ou de trabalho, cuja forma de restituição não tenha sido 
expressamente regulada, o arrendatário é obrigado, findo ou 
rescindido o contrato, a restituí-los em igual número, espécie e 
valor; 
 X - o arrendatário não responderá por qualquer deterioração ou 
prejuízo a que não tiver dado causa; 
 XI - na regulamentação desta Lei, serão complementadas as 
seguintes condições que, obrigatoriamente, constarão dos 
contratos de arrendamento: 
a) Limites da remuneração e formas de pagamento em 
dinheiro ou no seu equivalente em produtos; 
b) Prazos mínimos de arrendamento e limites de vigência 
para os vários tipos de atividades agrícolas; 
c) Bases para as renovações convencionadas; 
d) Formas de extinção ou rescisão; 
e) e) direito e formas de indenização ajustadas quanto às 
benfeitorias realizadas; 
 XII - a remuneração do arrendamento, sob qualquer forma de 
pagamento, não poderá ser superior a 15% (quinze por cento) do 
valor cadastral do imóvel, incluídas as benfeitorias que entrarem 
na composição do contrato, salvo se o arrendamento for parcial e 
recair apenas em glebas selecionadas para fins de exploração 
intensiva de alta rentabilidade, caso em que a remuneração 
poderá ir até o limite de 30% (trinta por cento) 
XIII - a todo aquele que ocupar, sob qualquer forma de 
arrendamento, por mais de cinco anos, um imóvel rural 
desapropriado, em área prioritária de Reforma Agrária, é 
assegurado o direito preferencial de acesso à terra ..Vetado... 
 Fica instituído o Programa de Arrendamento Rural, destinado ao 
atendimento complementar de acesso à terra por parte dos 
trabalhadores rurais qualificados para participar do Programa 
Nacional de Reforma Agrária, na forma estabelecida em 
regulamento. Os imóveis que integrarem o Programa de 
Arrendamento Rural não serão objeto de desapropriação para 
fins de reforma agrária enquanto se mantiverem arrendados, 
desde que atendam aos requisitos estabelecidos em 
regulamento. 
 Características gerais 
 a) Cessão temporária de uso e gozo; 
b) Remuneração que se opera na locação de coisa por meio do 
aluguel; na de serviço (pelo salário) e na empreitada (pelo 
preço); 
c) Contratualidade, pois tem natureza jurídica contratual: bilateral, 
oneroso, comutativo, consensual, de execução continuada. 
d) Realizados entre os sujeitos contratuais: 
Sujeito ativo: locador, senhorio ou arrendador. 
Sujeito passivo: locatário, inquilino ou arrendatário 
bilateral: as obrigações sao recíprocas; 
 oneroso: as partes detêm vantagens que provêm de um 
sacrifício; 
 comutativo: as partes sabem o que devem prestar, há equilíbrio 
na relaçao; 
 consensual:basta a aposiçao de vontades para formalizar o 
contrato; 
 de execuçao continuada: "sao os que se cumprem por meio de 
atos reiterados". O vínculo contratual perdura até o fim do prazo 
avençado para o término do contrato. 
 A locação de imóvel urbano regula-se pelo disposto nesta lei 
(8.245/91); Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis 
especiais: as locações: 
 Locação De Coisa 
 1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos 
Municípios, de suas autarquias e fundações públicas; 
Em se tratando de exploração de frutos ou prestação de serviços, 
a locação se fará sob forma de arrendamento, mediante 
condições especiais, aprovadas pelo Ministro da Fazenda. Salvo 
em casos especiais, expressamente determinados em lei, não se 
fará arrendamento por prazo superior a 20 (vinte) anos. 
Quando o projeto envolver investimentos cujo retorno, 
justificadamente, não possa ocorrer dentro do prazo máximo de 
20 (vinte) anos, a cessão sob o regime de arrendamento poderá 
ser realizada por prazo superior, observando-se, nesse caso, 
como prazo de vigência, o tempo seguramente necessário à 
viabilização econômico-financeira do empreendimento, não 
ultrapassando o período da possível renovação. 
 2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para 
estacionamento de veículos; 
3. de espaços destinados à publicidade; 
4. em apart-hotéis, hotéis-residência ou equiparados, assim 
considerados aqueles que prestam serviços regulares a seus 
usuários e como tais sejam autorizados a funcionar; 
 O arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades. 
Na locação mercantil de prédios, pretende o legislador a proteção 
do negócio e da propriedade comercial, em benefício do inquilino 
comerciante, impedindo que o locador tire proveito da valorização 
trazida pela atividade comercial ao seu imóvel. Por isso, o 
comerciante, atendendo às exigências legais, permanecerá no 
imóvel independentemente da vontade do locador, para ser 
prestigiado pelos anos de clientela no local. As normas visam à 
estabilidade da relação locatícia, garantindo a renovatória 
quando: 
I) contrato por escrito, com prazo determinado; 
II) o prazo mínimo da locação a renovar deve ser de cinco anos; 
III) o locatário deve explorar o mesmo ramo de comércio pelo 
prazo mínimo de três anos ininterruptos. 
 Na soma desses três requisitos, terá o locatário direito de 
renovar a locação, tutelando-se o fundo do comércio criado. O 
direito à renovatória deverá ser exercido dentro do prazo 
decadencial – um ano até seis meses da data do término do 
contrato a prorrogar. Caso o locador alegue que precisa do 
imóvel, para uso próprio ou para transferência de fundo de 
comércio existente há mais de um ano – e seja ele, locador, seu 
cônjuge, ascendente ou descendente, detentor da maioria do 
capital –,o juiz fixará oquantum de indenização a que o locatário 
terá direito pela perda do fundo de comércio, abrangendo as 
despesas de mudança (artigo 52, inciso II, e §§ 1.º e 3.º, da Lei n. 
8.245/91). Os prazos para desocupação do imóvel locado vêm 
descriminados no artigo 63 da Lei de Locação. 
No que for omissa esta lei aplicam-se as normas do Código Civil 
e do Código de Processo Civil. 
Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende-
se que são solidários se o contrário não se estipulou. 
Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, 
por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não 
fungível, mediante certa retribuição. 
A locação de prédio urbano, que esteja sujeita à lei especial, por 
esta continua a ser regida. 
Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veículos, 
preferir-se-á, em condições iguais, qualquer dos condôminos a 
estranhos, e, entre todos, os possuidores. Os direitos de cada 
condômino às partes comuns são inseparáveis de sua 
propriedade exclusiva; são também inseparáveis das frações 
ideais correspondentes as unidades imobiliárias, com as suas 
partes acessórias. É permitido ao condômino alienar parte 
acessória de sua unidade imobiliária a outro condômino, só 
podendo fazê-lo a terceiro se essa faculdade constar do ato 
constitutivo do condomínio, e se a ela não se opuser a respectiva 
assembléia geral. 
 Elementos 
 Do conceito de locação de coisas transparecem os seus três 
elementos fundamentais: o objeto, o preço e o consentimento. 
 O objeto pode ser coisa móvel ou imóvel. O bem móvel deve ser 
infungível; se fungível, será contrato de mútuo. Admite-se, no 
entanto, a locação de coisa móvel fungível quando o seu uso 
tenha sido cedido, por certo prazo e aluguel, ad pompam et 
ostentationem, ou seja, para fins de ornamentação, como uma 
cesta de frutas com adornos raros, por exemplo. Uma coisa 
pode ser alugada por inteiro ou em frações. Num prédio urbano, 
por exemplo, pode-se alugar um andar, uma loja, um pedaço de 
parede para a fixação de cartazes de propaganda, uma garagem 
etc.9. Se o contrato nada estipular em contrário, a locação 
abrange os acessórios da coisa (CC, arts. 92 a 97 e 566, I). 
Assim, se se refere a uma fazenda, verbi gratia, estende-se às 
casas, pertenças e benfeitorias nela existentes. Também podem 
ser dadas em locação coisas comuns a diversas pessoas, desde 
que os condôminos resolvam alugá-las por deliberação da 
maioria (CC, art. 1.323). A locação dos bens imóveis urbanos 
residenciais ou comerciais continua regida pela Lei do Inquilinato 
(Lei n. 8.245, de 18-10-1991), visto que o Código Civil de 2002 
não dispõe a respeito da locação de prédios. Os imóveis rurais 
regem-se pelo Estatuto da Terra (Lei n. 4.504, de 30-11-1964), 
que regula o arrendamento rural, aplicando-se supletivamente o 
Código Civil, segundo dispõe o § 9º do art. 92 do aludido 
Estatuto. O preço, denominado aluguel ou remuneração, é 
essencial para a sua configuração, pois haverá comodato, e não 
locação, se o uso e gozo da coisa forem cedidos a título gratuito, 
como retromencionado. Será fixado pelas partes ou mediante 
arbitramento administrativo ou judicial, ou ainda imposto por ato 
governamental, como no caso dos táxis e dos prédios urbanos. 
Pode ainda depender de concorrência pública, nas locações de 
bens da União (Dec.-Lei n. 9.760, de 5-9-1946, art. 95, parágrafo 
único)12. Não pode, todavia, a sua estipulação ser deixada, 
potestativamente, ao arbítrio exclusivo de um dos contratantes. É 
livre a convenção do aluguel, vedada a sua estipulação em 
moeda estrangeira e a sua vinculação à variação cambial ou ao 
salário mínimo. Nas locações residenciais serão observadas os 
critérios de reajustes previstos na legislação específica. É lícito 
às partes fixar, de comum acordo, novo valor para o aluguel, bem 
como inserir ou modificar cláusula de reajuste. Não havendo 
acordo, o locador ou locatário, após três anos de vigência do 
contrato ou do acordo anteriormente realizado, poderão pedir 
revisão judicial do aluguel, a fim de ajustá-lo ao preço de 
mercado. O aluguel da sublocação não poderá exceder o da 
locação; nas habitações coletivas multifamiliares, a soma dos 
aluguéis não poderá ser superior ao dobro do valor da locação. O 
descumprimento deste artigo autoriza o sublocatário a reduzir o 
aluguel até os limites nele estabelecidos. Em geral, o pagamento 
é fixado em dinheiro, a ser pago periodicamente (por semana, 
quinzena ou mês), como contrato de execução prolongada ou 
sucessiva (tempus successivum habet), nada impedindo seja 
pago de uma só vez por todo o período da locação, como sucede 
com os aluguéis de temporada, que podem ser exigidos 
antecipadamente e de uma só vez (art. 20 da atual Lei do 
Inquilinato: Lei n. 8.245/91). A referida lei veda a estipulação do 
aluguel em moeda estrangeira e a sua vinculação à variação 
cambial ou ao salário mínimo (art. 17), não admitindo a exigência 
de pagamento antecipado, salvo a exceção apontada no citado 
dispositivo. A falta de pagamento do aluguel enseja ao locador odireito de cobrá-lo sob a forma de execução (CPC, art. 585, V) ou 
de pleitear a resolução do contrato, tanto no direito comum 
quanto no regime especial do inquilinato, mediante ação de 
despejo. O valor do aluguel será estipulado livremente, porém 
somente será passível de reajuste: "É livre a convenção do 
aluguel, vedada a sua estipulação em moeda estrangeira e a sua 
vinculação à variação cambial ou ao salário mínimo. Nas 
locações residenciais serão observadas os critérios de reajustes 
previstos na legislação específica. É lícito às partes fixar, de 
comum acordo, novo valor para o aluguel, bem como inserir ou 
modificar cláusula de reajuste." Nas locações residenciais, é livre 
a convenção do aluguel quanto a preço, periodicidade e 
indexador de reajustamento, vedada a vinculação à variação do 
salário mínimo, variação cambial e moeda estrangeira: 
 Lugar do pagamento do aluguel 
 No silêncio do contrato, a obrigação locatícia é quesível, 
efetuando-se o pagamento do aluguel e dos encargos da 
locação no domicílio do locatário (CC, art. 327). Na locação de 
imóveis urbanos, o pagamento se faz “no imóvel locado quando 
outro local não tiver sido indicado no contrato” (Lei n. 8.245/91, 
art. 23, I). É comum, no entanto, ser convencionado outro local 
para o pagamento, transformando-se a obrigação em portável. O 
preço será devido ao locador durante todo o período em que a 
coisa estiver à disposição do locatário, ainda que não utilizada 
efetivamente. O consentimento pode ser expresso ou tácito. É 
capaz de locar quem tem poderes de administração. Não se 
exige, necessariamente, que seja proprietário, como ocorre com 
o inventariante em relação aos bens do espólio, com o 
usufrutuário, com os pais e outros representantes legais no 
tocante aos bens dos representados etc. O proprietário aparente, 
como é o possuidor de boa-fé, estando usufruindo a coisa, pode 
arrendá-la ou locá-la. A simples posse jurídica habilita o 
possuidor a alugar. O art. 1.507, § 2º, do Código Civil autoriza 
expressamente o credor anticrético, salvo pacto em sentido 
contrário, a alugar a coisa recebida em garantia. O próprio 
locatário poderá sublocar, com o consentimento prévio e escrito 
do locador (Lei n. 8.245/91, art. 13). O locatário tem de ser 
pessoa estranha à coisa locada. Desse modo, o locador não 
pode ser locatário ou sublocatário de si próprio ou de sua própria 
coisa, ou seja, não pode receber coisa sua em locação, salvo se 
o uso da coisa, por força do contrato ou em virtude de lei, 
pertencer validamente a outrem. Pode haver, no entanto, 
rescisão parcial do contrato de locação, como no caso de o 
senhorio ter de habitar uma parte do prédio que já havia alugado. 
 Capacidade dos contraentes, que é a condição sine qua non da 
validade do consentimento dado por eles, uma vez que a 
intenção deliberada de contratar requer que o contratante tenha 
consciência de seu ato e que o pratique livre e 
espontaneamente. Pessoa casada não precisa da autorização do 
outro consorte para locar objeto que lhe pertence, salvo se for 
contrato de locação de prédio urbano por prazo igual ou superior 
a 10 anos (artigo 3.º da Lei n. 8.245/91). Qualquer um dos 
cônjuges pode contratar como locatário; após a morte deste, o 
outro terá direito de continuar com a locação (artigo 11 da Lei n. 
8.245/91). Tutor e curador só podem dar em arrendamento o 
imóvel do incapaz sob sua guarda, mediante prévia autorização 
judicial e praça pública (artigo 1.747, inciso V, aplicado à tutela e 
à curatela, conforme referência feita pelo artigo 1.742, ambos do 
Código Civil). O pai poderá, no exercício do pátrio poder, 
arrendar sem qualquer formalidade. A pessoa que não é 
proprietária do bem locado, só pode dar a coisa em locação se 
puder ceder ao locatário o uso e gozo. Os absoluta e 
relativamente incapazes só poderão alugar imóvel se 
representados ou assistidos, respectivamente. A locação de 
imóveis pode recair num todo ou em parte, no principal ou nos 
acessórios. Exemplo: alugar o apartamento e a garagem. São 
credores pignoratícios, independentemente de convenção: o 
dono do prédio rústico ou urbano, sobre os bens móveis que o 
rendeiro ou inquilino tiver guarnecendo o mesmo prédio, pelos 
aluguéis ou rendas. Se a coisa for alienada durante a locação, o 
adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato, se nele não 
for consignada a cláusula da sua vigência no caso de alienação, 
e não constar de registro. Não se pode transferir o usufruto por 
alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito 
ou oneroso. Desde a assinatura do compromisso até a 
homologação da partilha, a administração da herança será 
exercida pelo inventariante. 
Forma Livre 
 A locação é um contrato consensual, que independe de forma 
especial, poderá ser ajustado por escrito ou verbalmente, a não 
ser em casos especiais, para as quais a lei requer forma escrita, 
ex: A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do 
imóvel, total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio 
e escrito do locador. Não se presume o consentimento pela 
simples demora do locador em manifestar formalmente a sua 
oposição. Desde que notificado por escrito pelo locatário, de 
ocorrência de uma das hipóteses deste artigo, o locador terá o 
prazo de trinta dias para manifestar formalmente a sua oposição. 
Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá 
direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, 
cumulativamente: o contrato a renovar tenha sido celebrado por 
escrito e com prazo determinado; o prazo mínimo do contrato a 
renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos 
escritos seja de cinco anos; O instrumento particular, feito e 
assinado, ou somente assinado por quem esteja na livre 
disposição e administração de seus bens, prova as obrigações 
convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como 
os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de 
registrado no registro público. A prova do instrumento particular 
pode suprir-se pelas outras de caráter legal. Salvo os casos 
expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos 
negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior 
salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram 
celebrados. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a 
prova testemunhal é admissível como subsidiária ou 
complementar da prova por escrito. E para fins de averbação, 
também deverá ser subscrito por duas testemunhas.; O locatário 
preterido no seu direito de preferência poderá reclamar do 
alienante as perdas e danos ou, depositando o preço e demais 
despesas do ato de transferência, haver para si o imóvel locado, 
se o requerer no prazo de seis meses, a contar do registro do ato 
no cartório de imóveis, desde que o contrato de locação esteja 
averbado pelo menos trinta dias antes da alienação junto à 
matrícula do imóvel. A averbação far - se - á à vista de qualquer 
das vias do contrato de locação desde que subscrito também por 
duas testemunhas. A locação de prédio urbano, que esteja 
sujeita à lei especial, por esta continua a ser regida. O registro 
previsto no n° 3 do inciso I do art. 167, e a averbação prevista 
no n° 16 do inciso II do art. 167 serão efetuados no cartório onde 
o imóvel esteja matriculado mediante apresentação de qualquer 
das vias do contrato, assinado pelas partes e subscrito por duas 
testemunhas, bastando a coincidência entre o nome de um dos 
proprietários e o locador. Normas especiais que prevalecem 
sobre as gerais; Estão sujeitos a registro, no Registro de Títulos e 
Documentos, para surtir efeitos em relação a terceiros: Os 
contratos de locação de prédios, sem prejuízo do disposto 
no artigo 167, I, 3; No Registro de imóveis, além da matrícula, 
serão feitos: I - o registro: dos contratos de locação de prédios, 
nos quais tenha sido consignada cláusula de vigênciano caso de 
alienação da coisa locada. Dos contratos de locação de prédios, 
nos quais tenha sido consignada cláusula de vegência no caso 
de alienação da coisa locada; Se o imóvel for alienado durante a 
locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo 
de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por 
tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em 
caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel. 
Contrato de mútuo e comodato: Tanto no mútuo como no 
comodato, alguém recebe uma coisa emprestada. A 
diferença é que enquanto no caso mútuo o bem recebido é 
consumível, e a pessoa deve restituir na mesma quantidade 
e qualidade; no comodato a pessoa deve devolver a mesma 
coisa que foi emprestada... Mútuo-empréstimo de bem 
consumível, a devolução deve ser na mesma qualidade e 
quantidade. Exemplo: dinheiro. Comodato – empréstimo de 
bem que não pode ser substituído e deve ser devolvido ao 
final. Exemplo: uma máquina. Tanto no mútuo como no 
comodato, alguém recebe uma coisa emprestada. A 
diferença é que enquanto no caso mútuo o bem recebido é 
consumível, e a pessoa deve restituir na mesma quantidade 
e qualidade; no comodato a pessoa deve devolver a mesma 
coisa que foi emprestada. O Comodato tem previsão nos 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11443.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11443.htm#art1
http://www.dji.com.br/latim/apArt.htm
artigos 579 a 585 do Código Civil Brasileiro, é considerado 
um contrato unilateral, pois apenas uma das partes tem 
obrigações, e gratuito, onde uma pessoa, chamada de 
comodante, entrega a outra, ou comodatário, coisa 
infungível, ou seja, que não pode ser substituída, para que 
seja utilizada por um certo tempo e depois devolvida. O 
mútuo, por sua vez, é empréstimo de coisa fungível, ou seja, 
consumível ou que podem ser substituídas. A parte que 
empresta o bem é chamada de mutuante e quem recebe de 
mutuário. No mutuo a devolução não precisa ser do mesmo 
objeto, pode ser por coisa do mesmo gênero e quantidade e 
qualidade. Apesar de ser considerado como contrato 
unilateral e gratuito, o mútuo pode ser oneroso, como é o 
caso do empréstimo de dinheiro que é conhecido como 
mútuo feneratício. As regras para celebração do contrato de 
mútuo estão previstas nos artigos 586 até o 592 do Código 
Civil. 
 Do Comodato - art. 549 a 585 
Do Mútuo - art. 586 a 592. 
 
Contrato de seguros: 
 “O contrato de seguro é aquele pelo qual uma das partes 
(segurador) se obriga para com a outra( segurado),mediante 
pagamento de um prêmio, a garantir-lhe interesse legítimo 
relativo a pessoa ou a coisa e a indenizá-la de prejuízo 
decorrente de riscos futuros previstos no contrato”. 
O conceito de contrato de seguro no Código Civil está 
disciplinado no Art.757, com a seguinte redação: 
“Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o 
pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, 
relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados”. 
 CARACTERES JURÍDICOS 
1) contrato de natureza bilateral ou sinalagmático: contrato de 
seguro é bilateral devido aos efeitos por ele gerados que, 
exatamente, a constituição de obrigações para ambos os 
contraentes, ou seja, há reciprocidade de obrigações 
(sinalágma). As partes, segurado e segurador, são sujeitos de 
direitos e deveres: um tem como uma de suas prestações a de 
pagar o prêmio e o outro tem como contraprestação pagar a 
indenização em se concretizando o risco. 
2) contrato oneroso: pois traz prestações e contraprestações, 
uma vez que cada um dos contraentes visa obter vantagem 
patrimonial. 
3) contrato aleatório: por não haver equivalência entre as 
prestações, o segurado não poderá antever, de imediato, o que 
receberá em troca da sua prestação, pois o segurador assume o 
risco, elemento essencial desse contrato, devendo ressarcir o 
dano sofrido pelo segurado, se o evento incerto e previsto no 
contrato ocorreu. O ganho ou a perda dos contraentes dependerá 
de fatos futuros e incertos, previstos no contrato, que constituem 
o risco. 
4) contrato formal: segundo entendimento da jurista Maria Helena 
Diniz, o contrato de seguro seria formal, visto ser obrigatório a 
forma escrita, já que não obriga antes de reduzido a escrito, 
considerando-se perfeito o contrato desde o momento em que o 
segurador remete a apólice ao segurado, ou faz nos livros o 
lançamento usual da operação ( CC,arts.758 e 759).A forma 
escrita é exigida para a substância do contrato. Porém, grande 
parte da doutrina afirma que o contrato de seguro está perfeito e 
acabado quando se der o acordo de vontades (consenso das 
partes). Numa primeira análise do art.758,CC , pode-se-ia 
concluir que o seguro seria formal devido à necessidade do 
documento. Todavia percebe-se facilmente que o documento 
exigido não faz parte da substância do ato, possuindo apenas 
caráter probatório. 
5) contrato de execução sucessiva ou continuada: destinando a 
subsistir durante um período de tempo, por menos que seja, pois 
visa proteger o bem ou a pessoa. Sua execução se realiza 
escalonadamente, sendo necessário que a obrigação do 
segurado seja satisfeita dentro dos termos convencionados, sob 
pena de rescindir-se por tratar-se de obrigação de trato 
sucessivo. Os efeitos passados serão mantidos, cessando-se os 
que decorrerem dali para frente. 
6) contrato por adesão: formando-se com a aceitação pelo 
segurado, sem qualquer discussão, das cláusulas impostas ou 
previamente estabelecidas pelo segurador na apólice impressa, e 
as modificações especiais que se lhe introduzem são ressalvadas 
que o segurador insere por carimbo ou justaposição. 
7) contrato de boa-fé: (CC,arts.765,766 e parágrafo único),pois o 
contrato de seguro, por exigir uma conclusão rápida, requer que 
o segurado tenha uma conduta sincera e leal em suas 
declarações a respeito do seu conteúdo e dos riscos, sob pena 
de receber sanções se proceder de má-fé, em circunstâncias em 
que o segurador não pode fazer as diligências recomendáveis à 
sua aferição, como vistorias, inspeções ou exames médicos, 
fiando-se apenas nas afirmações do segurado, que por isso 
deverão ser verdadeiras e completas, não omitindo fatos que 
possam influir na aceitação do seguro. A boa-fé é exigida 
também do segurador. 
ELEMENTOS E REQUISITOS 
SUJEITOS 
- SEGURADOR: é aquele que suporta o risco, assumindo 
mediante o recebimento do prêmio, obrigando-se a pagar uma 
indenização. Assim, o prêmio é a garantia pecuniária que o 
segurado paga à seguradora para obter o direito a uma 
indenização se ocorrer o sinistro oriundo do risco garantido e 
previsto no contrato, o risco constituirá num acontecimento futuro 
e incerto, que poderá prejudicar os interesses do segurado, 
provocando-lhe uma diminuição patrimonial evitável pelo seguro, 
e a indenização é a importância paga pela seguradora ao 
segurado, compensando-lhe o prejuízo econômico decorrente do 
risco e assumido na apólice da seguradora. A atividade do 
segurador é exercida por companhias especializadas, isto é, por 
sociedades anônimas, mediante prévia autorização do governo 
federal (ASSP,1.852:74; CF 88,art.192,II, com redação da EC 
13/96; lei nº 8.177/91, art. 21;CC, art.757, paragráfo único), ou 
cooperativas devidamente autorizadas (Dec- Lei nº 73166, art.24; 
Regulamento nº 59.195/66), porém tais cooperativas só poderão 
operar em seguros agrícolas e seguros de saúde. 
O seguro social de acidentes do trabalho tem hoje, como único 
segurador, o INSS (uma autarquia federal, que é o Instituto 
Nacional de Seguridade Social). 
- SEGURADO: é o que tem interesse direto na conservação da 
coisa ou da pessoa, fornecendo uma contribuição periódica e 
moderada, isto é, o prêmio, em troca do risco que o segurador 
assumirá de, em caso se incêndio, abalroamento, naufrágio, 
furto,falência, acidente, morte, perda das faculdades humanas, 
etc , indenizá-los pelos danos sofridos. Dessa forma, ao contrário 
do que se dá com o segurador, qualquer pessoa pode figurar na 
posição de segurado, sendo necessário, em princípio ter 
capacidade civil. 
- BENEFICIÁRIO: é uma figura que exsurge nos contratos de 
seguro de vida e no obrigatório de acidentes pessoais em que 
ocorre morte por acidente e que consiste na pessoa a quem é 
pago o valor do seguro, a “indenização”. Nos casos em que o 
beneficiário é um terceiro, ou seja, um estranho a relação 
contratual estaremos diante de um caso de estipulação em favor 
de terceiro. Tal estipulação ocorre quando uma pessoa 
convenciona com outra que está concederá uma vantagem ou 
benefício em favor daquele que não é parte no contrato. É o que 
ocorre nos seguros de vida em favos de terceiro: o estipulante 
convenciona com o segurador que ocorrendo o sinistro, o valor 
do seguro será pago a um terceiro. Não é qualquer pessoa que 
pode figurar como beneficiário, deve-se observar os arts.793 e 
1814, CC. 
- CO-SEGURADOR: no caso de seguros vultosos, pode 
acontecer de uma pluralidade de seguradores dar cobertura 
simultaneamente e a um mesmo risco, configurando-se a 
multiplicidade de seguros. Contudo o art.778, CC, dispõe que 
“nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar 
o valor do interesse segurado no momento da conclusão do 
contrato...”. Dessa maneira, é defeso ao segurador celebrar mais 
de um contrato relativo ao mesmo bem, pelos mesmos riscos de 
maneira que, em ocorrendo o sinistro, receba-se a indenização 
integral de todos os seguradores. Isto se dá, pois o contrato não 
é instrumento de lucro. 
-RESSEGURADOR: a figura do resseguro consiste na 
transferência de parte ou toda responsabilidade do segurador 
para o ressegurador, com a finalidade de distribuir para mais de 
um segurador a responsabilidade pelo adimplemento da 
contraprestação. Na verdade, o resseguro consiste no “seguro do 
seguro”, uma vez que é o segurador que transfere a sua 
responsabilidade ou “um seguro mediato”, na medida em que é 
um seguro assumido entre o segurador e a resseguradora. 
OBJETO 
- INTERESSE: Sílvio Venosa aponta como objeto do seguro o 
interesse segurável, sendo o posicionamento mais correto entre 
os doutrinadores, na medida em que é o mais abrangente. Sob o 
rótulo de interesse segurável pode--se colocar qualquer relação 
econômica ameaçada ou posta em risco. Ou seja, tudo o que 
puder ser passível de apreciação econômica e até aquilo que não 
pode, como a doutrina aponta, a vida pode ser objeto de seguro. 
Atualmente, praticamente todos os interesses são passíveis de 
cobertura, com exceção dos excluídos pela lei, tais como, os 
relativos a atos dolosos ou ilícitos e os de valor superior ao do 
bem. 
- RISCO: consiste o risco no acontecimento futuro é incerto 
previsto no contrato, suscetível de causar dano. Quando este 
evento ocorre, a técnica securitária o denomina sinistro. A 
obrigação de garantia contida no seguro, só obriga a seguradora 
a pagar a indenização quando o risco se concretiza, de maneira 
que este acontecimento torna-se essencial. 
- FORMA: como já dissemos anteriormente ao tratarmos das 
características do contrato de seguro, grande parte da doutrina 
defende que ele é consensual, ou seja, basta o acordo de 
vontades, para a conclusão do contrato. A posição defendida por 
alguns doutrinadores, como Maria Helena Diniz, é de que o 
seguro é formal. O novo código civil, deu uma redação mais clara 
ao dispositivo que trata da importância da apólice, adotando o 
posicionamento da maioria da doutrina, quanto ao caráter 
probatório deste instrumento. Importante observar o que diz o art. 
758, CC – “o contrato de seguro prova-se com a exibição da 
apólice ou do bilhete do seguro, e, na falta deles, por documento 
comprobatório do pagamento do respectivo prêmio”. 
CLASSIFICAÇÃO DOS SEGUROS 
1) QUANTO ÀS NORMAS QUE OS DISCIPLINAM, em: A) 
comerciais, regidos pelo Código Comercial, que trata dos seguros 
marítimos de transporte e de caso; B) civis, disciplinados pelo 
Código Civil, atinentes aos seguros de dano e aos de pessoa 
(CC, arts.778 a 802 ). 
2) QUANTO AO NÚMERO DE PESSOAS, em: A) individuais, se 
compreenderem um só segurado; e B) coletivos ou em grupo, se 
abrangerem várias pessoas. É frequente o seguro de vida em 
grupo, pelo qual as pessoas têm por escopo aumentar a renda 
em certas circunstâncias, como após a aposentadoria, e com o 
evento morte, relativamente aos beneficiários. 
3) QUANTO AO MEIO EM QUE SE DESENROLA O RISCO, em: 
A) terrestres , B) marítimos; e C) aéreos. 
4) QUANTO AO OBJETO QUE VISAM GARANTIR, em: A) 
patrimoniais, se se destinam a cobrir as perdas resultantes de 
obrigações; B) reais, se obtiverem os prejuízos sofridos por uma 
coisa; e C) pessoais, se disserem respeito às faculdades 
humanas, à saúde e à vida. Ou ainda, como prefere o novo 
Código Civil em: A) de dano (arts.778 a 788) ou B) de pessoa 
(arts.789 a 802). 
5) QUANTO À PRESTAÇÃO DOS SEGURADOS, em: A) a 
prêmio, se se referirem aos que obrigam o contratante a pagar 
uma parcela fixa convencional; B) mútuos, como os admitidos 
pelo Código Civil de 1916, quando as obrigações eram recolhidas 
em função dos riscos verificados, repartindo-se as 
consequências, a posteriori, entre os associados mutualistas; e 
C) mistos, se determinarem uma paga fixa e outra de repique, em 
função de sinistro, a ser dividida entre os mutualistas, como 
admitia o Código Civil de 1916. 
6) QUANTO ÀS OBRIGAÇÕES DO SEGURADOR, em: A) dos 
ramos elementares, abrangendo seguros para garantir perdas e 
danos ou responsabilidades oriundas dos riscos de fogo, de 
transportes e outros acontecimentos danosos, sendo que a 
obrigação do segurador consiste numa indenização, se o sinistro 
se verificar. Pode abranger, ainda, o seguro de responsabilidade 
civil (CC, arts. 787 e 788, parágrafo único); B) de pessoas ou de 
vida, se garantirem o segurado contra riscos a que estão 
expostas sua existência, sua integridade física e sua saúde, não 
havendo uma reparação de dano ou indenização propriamente 
dita. Não são contratos de indenização, pois não se pretende 
eliminar as consequências patrimoniais de um sinistro, mas sim 
pagar certa soma ao beneficiário designado pelo segurado. 
Dentre estes, os mais importantes são: os seguros de vida stricto 
sensu e os seguros contra acidentes. Sendo que há duas 
espécies de seguros contra acidentes: o seguro contra acidentes 
no trabalho, obrigatório a todo empregador, visando cobrir riscos 
de morte ou lesão provocados pelo exercício do trabalho; e o 
seguro contra acidentes pessoais, que tem por fim cobrir riscos 
de morte ou lesão oriundos de acidente ocorrido com o segurado. 
Abrange também o seguro obrigatório para proprietários de 
veículos automotores. 
EXTINÇÃO 
O contrato de seguro extinguir-se-á: 
- pelo decurso do prazo estipulado; 
- pelo distrato, se ambos os contraentes concordarem em 
dissolver os vínculos que os sujeitavam (Dec.-Lei nº73-66, 
art.13); 
- pela resolução por inadimplemento de obrigação legal ou de 
cláusula contratual que, por efeito ex nunc, não afetará as 
situações consumadas e os riscos verificados; 
- pela superveniência do risco, porque então, o contrato deixará 
de ter objeto e a seguradora pagará o valor segurado. Mas se tal 
indenização for parcial, o contrato terá vigência apenas pelo 
saldo da indenização; 
- pela cessação do risco, em seguro de vida, se o contrato se 
configurar sob a forma de seguro de sobrevivência; 
- pela nulidade, que não é causa que extingue o contrato, mas 
apenas o torna ineficaz por força de lei, como ocorre nos arts. 
762, 766 e 768 do Código Civil, e nos arts. 677 e 678 do Código 
Comercial. 
 
Contrato de fiança 
REGRAS GERAIS: Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante 
satisfazer ao credor uma obrigaçãoassumida pelo devedor, caso 
este não a cumpra. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite 
interpretação extensiva. Pode-se estipular a fiança, ainda que 
sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade. As 
dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste 
caso, não será demandado senão depois que se fizer certa e 
líquida a obrigação do principal devedor. 
ALCANCE: Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os 
acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, 
desde a citação do fiador. A fiança pode ser de valor inferior ao 
da obrigação principal e contraída em condições menos 
onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais 
onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação 
afiançada. 
ISENÇÃO: As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, 
exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do 
devedor. A exceção estabelecida acima não abrange o caso de 
mútuo feito a menor. 
ACEITAÇÃO PELO CREDOR; Quando alguém houver de 
oferecer fiador, o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não 
for pessoa idônea, domiciliada no município onde tenha de 
prestar a fiança, e não possua bens suficientes para cumprir a 
obrigação. 
FIADOR INSOLVENTE OU INCAPAZ: Se o fiador se tornar 
insolvente ou incapaz, poderá o credor exigir que seja 
substituído. 
PRIORIDADE NA EXECUÇÃO: O fiador demandado pelo 
pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da 
lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor. 
O fiador que alegar o benefício de ordem deve nomear bens do 
devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, 
quantos bastem para solver o débito. 
Não aproveita este benefício ao fiador: 
I - se ele o renunciou expressamente; 
II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário; 
III - se o devedor for insolvente, ou falido. 
SOLIDARIEDADE ENTRE FIADORES 
A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma 
pessoa importa o compromisso de solidariedade entre elas, se 
declaradamente não se reservarem o benefício de divisão. 
Estipulado este benefício, cada fiador responde unicamente pela 
parte que, em proporção, lhe couber no pagamento. 
Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida que toma sob 
sua responsabilidade, caso em que não será por mais obrigado. 
O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos 
direitos do credor; mas só poderá demandar a cada um dos 
outros fiadores pela respectiva quota. 
A parte do fiador insolvente distribuir-se-á pelos outros. 
PERDAS E DANOS 
O devedor responde também perante o fiador por todas as 
perdas e danos que este pagar, e pelos que sofrer em razão da 
fiança. 
O fiador tem direito aos juros do desembolso pela taxa estipulada 
na obrigação principal, e, não havendo taxa convencionada, aos 
juros legais da mora. 
DIREITOS DO FIADOR 
Quando o credor, sem justa causa, demorar a execução iniciada 
contra o devedor, poderá o fiador promover-lhe o andamento. 
O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem 
limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por 
todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a 
notificação do credor. 
LIMITE 
A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a 
responsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a 
morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança. 
EXTINÇÃO DA FIANÇA 
O fiador pode opor ao credor as exceções que lhe forem 
pessoais, e as extintivas da obrigação que competem ao devedor 
principal, se não provierem simplesmente de incapacidade 
pessoal, salvo o caso do mútuo feito a pessoa menor. 
O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado: 
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao 
devedor; 
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus 
direitos e preferências; 
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente 
do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, 
ainda que depois venha a perdê-lo por evicção. 
Se for invocado o benefício da excussão e o devedor, 
retardando-se a execução, cair em insolvência, ficará exonerado 
o fiador que o invocou, se provar que os bens por ele indicados 
eram, ao tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida 
afiançada. Base: artigos 818 a 839 do Código Civil.

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