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Nome: 
Matrícula: Polo: 
 
História na Educação I 
Coordenação: Priscilla Leal Mello 
AP1 – 2021.1 
 
Questão 1) Leia atentamente o texto-base a seguir, trecho no qual o professor da 
USP Noberto Guarinello analisa as operações que o historiador – seja pesquisador 
de arquivo, seja professor de sala de aula, ou ambos – realiza no trato com os temas 
de trabalho: 
 
A História, portanto, nunca se debruçou sobre a história humana como um todo, mas 
sobre histórias particulares, histórias de ALGO. Sempre estudou histórias específicas 
inseridas dentro de unidades de sentido (os ALGOS) que conferiam coerência a um 
corpo de documentos e a uma narrativa, descrição, explicação ou interpretação. 
Entender o modo como se definiram essas unidades, ou seja, os objetos particulares da 
História, é crucial para compreender os impasses contemporâneos da disciplina. Mas 
não é tarefa fácil! Tais unidades foram construídas como grandes objetos virtuais, 
grandes contextos, nos quais temas específicos podem adquirir sua razão de ser. Desde 
o século XIX algumas unidades maiores têm predominado como os grandes contextos 
da História: um povo, uma nação, uma civilização e, sobretudo, um estado-nacional, 
geralmente como termos coincidentes, ou cuja coincidência seria "desejável". A 
História se repartiu, assim, por objetos que não são uniformes, nem equivalentes, e que 
mudam de abrangência ou de sentido de acordo com os interesses de quem financia, 
produz ou consome seus relatos. 
 
Guarinello, Norberto Luiz. História científica, história contemporânea e história cotidiana. Revista Brasileira de 
História. São Paulo, v. 24, nº 48, p.13-38 – 2004. Disponível em: 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882004000200002&lng=pt&tlng=pt (Acesso 
em 11/08/2020) 
 
 
Discuta, a partir desse texto e do conteúdo de nossas aulas, a SUBJETIVIDADE presente 
na construção do conhecimento histórico. (2,0) 
Questão 2) Como professores de uma escola em uma cidade específica, em uma 
comunidade escolar determinada, vocês devem operacionalizar, como sugere 
Guarinello, SUBJETIVIDADES para que o ensino de História resulte em 
aprendizagem significativa. Sua tarefa é: 
(a) Apresente uma realidade escolar de sua cidade: (0,5) 
(b) Eleja uma SUBJETIVIDADE relevante para uma aula de História nessa unidade 
escolar e apresente uma questão que norteará a sua aula. (1,5) 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882004000200002&lng=pt&tlng=pt
 
Questão 3) A partir da complexidade da categoria TEMPO para a produção da 
narrativa histórica - seja no texto escrito, seja no texto oral (a aula) -, discuta a assertiva 
de Michel de Certeau: Toda História é Contemporânea. (2,0) 
 
Questão 4) Cite duas razões para ensinarmos História, hoje e sempre! (1,0 – 0,5 
cada) 
 
Questão 5) Segundo a perspectiva de uma educação emancipatória, por que o 
ensino com base em oficinas revela-se mais coerente do que um ensino de base 
exclusivamente conteudista? (1,0) 
 
Questão 6) Um autor importante para aprofundarmos os estudos acerca das 
problemáticas entre História e Memória é Michael Pollack. Uma das questões com as 
quais o pesquisador trabalha é justamente a relação entre as subjetividades e as 
elaborações da narrativa histórica a partir de dados da Memória. Afinal, quem não se 
lembra de nossa brincadeira de infância: “quem conta um conto, aumenta um ponto”? 
Vamos ler um pouco de Pollack, no texto a seguir: 
 
 
Poucos períodos históricos foram tão estudados como o nazismo, incluindo-se aí sua política 
antissemita e a exterminação dos judeus. Entretanto, a despeito da abundante literatura e do 
lugar concedido a esse período nos meios de comunicação, frequentemente ele permanece 
um tabu nas histórias individuais na Alemanha e na Áustria, nas conversas familiares e, mais 
ainda, nas biografias dos personagens públicos. Assim como as razões de um tal silêncio são 
compreensíveis no caso de antigos nazistas ou dos milhões de simpatizantes do regime, elas 
são difíceis de deslindar no caso das vítimas. Nesse caso, o silêncio tem razões bastante 
complexas. Para poder relatar seus sofrimentos, uma pessoa precisa antes de mais nada 
encontrar uma escuta. Em seu retomo, os deportados encontraram efetivamente essa escuta, 
mas rapidamente o investimento de todas as energias na reconstrução do pós-guerra exauriu 
a vontade de ouvir a mensagem culpabilizante dos horrores dos campos. A deportação evoca 
necessariamente sentimentos ambivalentes, até mesmo de culpa, e isso também nos países 
vencedores onde, como na França, a indiferença e a colaboração marcaram a vida cotidiana 
ao menos tanto quanto a resistência. Não vemos, desde 1945, desaparecerem das 
comemorações oficiais os antigos deportados de roupa listrada, que despertam também o 
sentimento de culpa e que, com exceção dos deportados políticos, se integram mal em um 
desfile de ex-combatentes? "1945 organiza o esquecimento da deportação, os deportados 
chegam quando as ideologias já estão colocadas, quando a batalha pela memória já começou, 
a cena política já está atulhada: eles são demais." A essas razões políticas do silêncio 
acrescentam-se aquelas, pessoais, que consistem em querer poupar os filhos de crescer na 
lembrança das feridas dos pais. Quarenta anos depois convergem razões políticas e familiares 
que concorrem para romper esse silêncio: no momento em que as testemunhas oculares 
sabem que vão desaparecer em breve, elas querem inscrever suas lembranças contra o 
esquecimento. E seus filhos, eles também, querem saber, donde a proliferação atual de 
testemunhos e de publicações de jovens intelectuais judeus que fazem "da pesquisa de suas 
origens a origem de sua pesquisa". Nesse meio tempo, foram as associações de deportados 
que, mal ou bem, conservaram e transmitiram essa memória.” 
 
POLLACK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos, Rio de 
Janeiro, vol. 2, n. 3, 1989, p. 3-15. P.4-5. 
 
Identifique no texto de Pollack as dificuldades que um historiador enfrenta 
para estudar o Nazismo a partir das memórias dos que vivenciaram esse que foi um 
dos maiores dramas humanitários de nossa História. (2,0) Boa prova!

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