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Enfermagem no uso de Analgésico opióides

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Jhoniffer Matricardi 
 
1 
Assistência de enfermagem no uso de 
analgésicos opióides 
 
Essa classe é utilizada para 
aliviar a dor em nível moderado a forte 
por ligação aos receptores opióides no 
encéfalo, na medula e em alguns 
receptores na periferia. Também ativam 
o sistema de analgesia endógeno. 
Atuam principalmente em 3 receptores: 
 Mu: analgesia, depressão do 
SNC, depressão respiratória, 
sedação, euforia, diminuição da 
motilidade GI e dependência 
física; 
 Kappa: analgesia, sedação e 
diminuição da motilidade GI; 
 Delta: sistema endógeno de 
analgesia. 
Cada medicamento dessa 
classe se liga aos receptores em graus 
variados, tornado os efeitos 
farmacológicos diferentes. 
 
Agonistas 
 
Atuam nos receptores opióides 
mu e kappa. Fazem parte desse grupo a 
morfina e drogas semelhantes: 
 
Alfentanil Morfina 
Codeína Oxicodona 
Fentanil Oximorfona 
Hidromorfona Propoxifeno 
Levorfanol Remifentanil 
Meperidina Sufentanil 
Metadona Tramadol 
 
Agonistas/Antagonistas 
 
Por possuírem os dois tipos de 
interação, são menos propensos a 
causar abuso e causam sintomas de 
abstinência em caso de abuso de 
agonistas puros. 
Fazem parte desse grupo: 
 
Buprenorfina Nalbufina 
Butorfanol Pentazocina 
 
 
 
 
Vias de administração 
 
A administração dessa classe de 
fármacos varia entre via oral, retal, 
transdérmica, subcutânea, via 
intramuscular e via endovenosa. 
A primeira opção de via deve ser 
a oral, sendo que o paciente pode 
receber alívio com ação rápida ou 
liberação prolongada. 
A via endovenosa é de escolha 
em casos de dor aguda e intensa. 
 
Intervenções de enfermagem 
 
Agonistas 
 
Gerais 
 Questionar diariamente o 
paciente sobre as evacuações que pode 
ser prejudicada a partir da primeira 
dose. A constipação crônica pode levar 
ao esforço para evacuar, formação de 
hemorroidas, dor e queimação. A 
mudança de hábitos e, se necessário, 
uso de laxantes ajudam na resolução. 
 A retenção urinária pode ser 
ocasionada devido a redução do tônus e 
contração do músculo detrusor da 
bexiga, reduzindo o reflexo da micção. 
Sendo assim importante acompanhar e 
avaliar o paciente em procura de 
retenção de urina. 
 Vasodilatação e hipotensão 
arterial não são comuns, mas podem 
estar presentes, justificando a 
necessidade de constante avaliação de 
pressão arterial e sinais de hipotensão. 
 O uso crônico de opioide pode 
inibir a resposta imune celular, a 
produção de anticorpos, a atividade da 
célula natural killer (NK) e a expressão 
de citocinas pró-inflamatórias, 
aumentando o risco de infecção e a 
necessidade de avaliação de sinais 
como a febre. 
 Devido ao risco de 
desenvolvimento de tolerância, os 
efeitos devem ser avaliados diariamente 
e em casos de necessidade de aumento 
da dose, sinais e sintomas de toxicidade 
devem ser avaliados como mioclonia, 
convulsão e parada cardiaca. 
Jhoniffer Matricardi 
 
2 
 Pode haver redução dos 
hormônios testosterona total e livre, 
estrógeno, LH, GnRH, DHEA, DHEAS, 
ACTH, CRH e cortisol, necessitando 
atenção da equipe sintomas como 
disfunção erétil, diminuição da libido, 
depressão, anemia, fadiga, 
dismenorreia e perda mineral óssea. 
 Orientar o paciente e a família 
sobre os efeitos de sedação e 
sonolência, indicando medidas de 
proteção de quedas. 
 Devido a alteração na relação 
sono e vigília causada pela perca da 
eficiência do sono deve se acompanhar 
diariamente a qualidade do sono e pode 
se implementar medidas não 
farmacológicas que auxiliem. 
 Pacientes que estão no início do 
tratamento devem ser orientado a, se 
possível, evitar manusear 
equipamentos pesados e dirigir veículos 
devido ao possível comprometimento 
psicomotor. Entretanto, quando se 
alcança uma dose estável, os riscos são 
bem reduzidos. 
 A ocorrência de depressão 
respiratória é baixa devido ao paciente 
gerar tolerância ao efeito adverso em 
poucos dias, entretanto o cuidado deve 
ser aumentado em pacientes com 
apneia do sono, obesidade mórbida, 
DPOC e com associação de 
depressores do SNC. 
Morfina 
 Atentar para o tempo de início do 
efeito esperado da morfina: IV entre 10-
20 min, IM cerca de 30 min, SC entre 60-
90 min e oral cerca de 60 min. 
 Atentar para a duração do efeito: 
5 a 7 horas. Se o efeito prolongar 
suspeitar de disfunção hepática e/ou 
renal. 
 Pacientes com insuficiência 
hepática e renal devem ter suas doses 
reduzidas, assim como idosos. 
Alfentanil, Fentanil, Remifentanil e 
Sufentanil 
 Devido ao alto risco de 
depressão respiratória, é necessária 
constante observação dos parâmetros 
ventilatórios. 
 Sua administração deve ser 
preferencialmente realizada em área 
com equipe e equipamentos para 
atendimento de emergência. 
 Atentar para o início dos efeitos 
entre 2 a 3 min e duração de cerca de 
30 a 60 min. 
Codeína 
 Tem efeito mais fraco e menos 
reações adversas do que a morfina. 
 Sua maior eficácia é por via oral 
e com menos tendência a dependência. 
 Atentar para o início dos efeitos 
entre 15-30 minutos e duração entre 4 a 
6 horas. 
 Pode ser associada com 
paracetamol para associar os efeitos 
analgésicos. 
 Pacientes brancos, asiáticos e 
afro-descendentes tem 10% de chance 
de ter efeitos reduzidos devido a 
quantidade inadequada das enzimas 
2D6, responsável pela metabolização. 
Hidrodocona 
 Pode ser associado com 
produtos para tosse e paracetamol ou 
ibuprofeno para dor. 
 Atentar para o tempo de duração 
dos sintomas de 4 a 6 horas. 
 Atentar para possibilidade de 
redução do efeito em pacientes 
brancos, asiáticos e afro-descendentes 
como na codeína. 
Hidromorfona 
 Possuí os mesmos efeitos da 
morfina, logo os mesmos cuidados, 
diferenciando na sua maior eficácia por 
via oral. 
 Atentar para o início dos efeitos 
entre 15 a 30 min e duração de 4 a 5 
horas. 
Levorfanol 
 Possuí os mesmos efeitos da 
morfina, assim como a hidromorfona. 
 Atentar para a duração dos 
efeitos entre 4 a 8 horas. 
 
 
Jhoniffer Matricardi 
 
3 
Meperidina 
 Atentar para o tempo de início 
dos efeitos entre 10-20 min e duração 
de 2-4 horas. 
 A administração por via oral tem 
metade da eficácia da via parenteral 
devido a metabolização no fígado. 
 Devido aos efeitos semelhantes 
a morfina, atentar para sinais de 
depressão respiratória. 
 Por causar menos espasmos, é 
preferida no lugar da morfina em casos 
de cólica renal e biliar. 
 Em casos de uso crônico, doses 
altas, insuficiência renal ou uso de 
fármacos que induzem enzimas 
hepáticas que metabolizam, há acúmulo 
do metabólito normeperidina que é 
tóxico. Nesses casos há estimulação do 
SNC, devendo atentar para agitação, 
convulsões, tremores, alucinações e 
espasmos. 
 O cuidado com a administração 
deve ser mais rigoroso com esse 
fármaco, pois não é reversível com 
antagonistas opióides. 
Metadona 
 Possuí efeitos semelhantes a 
morfina. Geralmente administrada via 
oral. 
 Atentar para o tempo de início 
dos efeitos entre 30 a 60 min e duração 
de 4 a 6 horas. 
 Entre os analgésicos opióides é 
um dos que mais tem impacto nos níveis 
de testosterona e disfunção erétil, 
necessitando de orientação ao paciente 
e acompanhamento. 
Oxicodona 
 Menor potência e risco de causar 
dependência do que a morfina, mas tem 
maior potência e risco do que a codeína. 
 Atentar para o tempo de início 
dos efeitos entre 15 a 30 min e duração 
de 4 a 6 horas. 
 Não pode ser triturada, pois 
causa perda da ação prolongada e 
superdosagem. 
 
 
Oximorfona 
 Possuí efeitos semelhantes ao 
da morfina e pequeno efeito 
antitussígeno. 
 Atentar para o tempo de início 
dos efeitos entre 5 a 10 min e duração 
entre 3 a 6 horas. 
Propoxifeno 
 Atentar para o alto risco de 
abuso que pode ser apenas com o 
fármaco, com álcool ou depressores do 
SNC. 
 Possuí meia vida longa, se 
acumulando com administrações 
repetidas. 
 Atentar para o tempo de início 
dos efeitos entre 15-60 min e duração 
de 4 a 6 horas. 
 Implementar exame físicoespecífico e sinais vitais devido ao risco 
de arritmias, edema pulmonar, apneia e 
parada cardíaca. 
 A administração deve ser 
rigorosa, pois hemodiálise não 
conseguem eliminar todo o fármaco e 
antagonistas opióides não tem efeito. 
Tramadol 
 Atentar para o tempo de início 
dos efeitos de cerca de 60 min e 
duração de 4 a 8 horas. 
 Pode ser associado ao 
paracetamol e a dosagem reduzida em 
pacientes com insuficiência renal ou 
hepática. 
Agonistas/Antagonistas 
 
Buprenorfina 
 Atentar para o tempo de início 
dos sintomas de cerca de 15 min e 
duração de 6 horas por via 
intramuscular. 
 Orientar sobre os efeitos 
adversos: tontura, sedação, 
hipoventilação, hipotensão, náusea e 
vômito. 
Butorfanol 
Jhoniffer Matricardi 
 
4 
 Manter constante avaliação 
ventilatória do paciente devido ao risco 
de causar depressão respiratória. 
 Não pode ser administrado em 
pacientes que receberam outros 
analgésicos opióides ou em 
dependência. 
 Orientar sobre os efeitos 
adversos: sonolência, náusea e vômito. 
 Não é recomendado para 
pessoas com menos de 18 anos. 
Nalbufina 
 Atentar para o tempo de início 
dos efeitos entre 2 a 3 min intravenoso 
e 15 min intramuscular e subcutâneo 
com duração de 3 a 6 horas. 
 Orientar sobre os efeitos 
adversos: sedação, tontura, sudorese, 
cefaleia e sintomas psicóticos. 
Pentazocina 
 Pode produzir dependência 
física e psicológica, tendo efeitos 
adversos semelhantes a outros 
analgésicos fortes. 
 Atentar para o tempo de início 
dos efeitos entre 10 a 30 minutos e 
duração de 2 a 3 horas. 
 Orientar sobre os efeitos 
adversos: depressão respiratória, 
alucinações, sonhos ou pesadelos 
bizarros, depressão, nervosismo, 
despersonalização, euforia extrema, 
lesão tecidual com ulceração e necrose 
ou fibrose em locais de acesso de uso 
prolongado. 
 Manter constante avaliação 
devido a possibilidade de depressão 
respiratória e sintomas psiquiátricos. 
 Avaliação do acesso venoso em 
casos de uso prolongado devido ao 
risco de ulceração, necrose ou fibrose e, 
consequentemente, infecção. 
Diagnósticos de enfermagem 
 
Diagnósticos possíveis 
Risco de constipação 
Constipação 
Risco de constipação funcional 
crônica 
Constipação funcional crônica 
Risco de motilidade gastrintestinal 
disfuncional 
Motilidade gastrintestinal 
disfuncional 
Retenção urinária 
Risco de pressão arterial instável 
Risco de infecção 
Risco de síndrome de abstinência de 
substâncias aguda 
Síndrome de abstinência de 
substâncias aguda 
Disfunção sexual 
Risco de quedas 
Insônia 
Distúrbio no padrão de sono 
Risco de trauma físico 
 
Referências 
 
ABRAMS, A. C. Farmacoterapia Clínica: 
princípios para a prática de enfermagem. 7ª ed. 
Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2006. p. 
79-98. 
 
HERDMAN, T. H.; KAMITSURU, S. (Org.). 
Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I: 
definições e classificação 2018-2020. 11ª ed. 
Porto Alegre, RS: Artmed, 2018. 462 p. 
 
KRAYCHETE, D. C.; GARCIA, J. B. S.; 
SIQUEIRA, J. T. T. Recomendações para uso de 
opioides no Brasil: Parte IV. Efeitos adversos de 
opioides. Rev. dor, São Paulo, v. 15, n. 3, p. 215-
223, 2014. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_artte
xt&pid=S1806-
00132014000300215&lng=en&nrm=iso>. 
Acesso em: 17 abr. 2021.

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