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Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras ➔ Divisões: ● Telencéfalo: córtex cerebral e núcleos basais ● Diencefalo: talamo, hipotalamo, hipofise, nucleos de NC (I e II) ● Mesencéfalo: sistema reticular ativador (SRA), tratos ascendentes e descendentes, núcleo rubro, núcleos de NC (III e IV) ● Metencéfalo: ponte com tratos ascendentes e descendentes, cerebelo, núcleo de NC (V) ● Mielencéfalo: bulbo com os tratos ascendentes e descendentes, núcleos de NC (VI ao XII) ● Cordão espinhal: substância cinzenta, substância branca com diferentes tratos espinhais ➔ Conduta clínica neurológica ● Coleta de informação: histórico e exame clínico ↳ vacinação? ↳ lesões pós-vacinação? ↳ início agudo ou crônico? ↳ focal ou multifocal? ↳ progressão do quadro? ↳ fator agravante ↳ tratamentos anteriores ↳ resultados ➔ Etiologia multifatorial: DINAMIT-V / VITAMIN-D ● Degenerativo ● Inflamatório/Infeccioso ● Neoplásico/Nutricional ● Anomalia Todas as imagens deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi 1 Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras ● Metabólica ● Idiopático/Imune ● Traumático/Tóxico ● Vascular A gravidade do quadro está relacionada com o tempo da lesão, ajudando a trazer informações diagnósticas Ex.: no momento do trauma, a lesão tem alta gravidade, mas com correto manejo, ela tende a ficar cada vez mais leve. Por outro lado, uma lesão neoplásica tende a ter o início leve, mas com o passar do tempo, a gravidade vai aumentando. À medida que as doenças metabólicas estão controladas, o paciente não apresenta lesão, ao contrário do aparecimento dos sinais quando a doença metabólica não está controlada. Exame neurológico ➔ Diagnóstico anatômico da lesão: martelo de percussão, lanterna, pinça, alfinete e ficha neurológica ➔ Exames auxiliares: hemograma, bioquímico, radiografia, TC e RM 1. Inspeção Geral ➔ Observa o estado mental e nível de consciência (tronco encefálico) ↳ ex. animal com lesão pode apresentar-se sonolento, ↳ atentar-se para ataxia, inclinação de cabeça, andar em círculos ➔ Nível de consciência: testa o tronco encefálico e o SARA (Sistema Ativador Reticular Ascendente), que faz conexão com o córtex ↳ normal, delírio, sonolência, depressão, estupor, coma ➔ . Comportamento: traz informações a respeito do tálamo-córtex. ↳ agressividade, vocalização, andar em círculos, andar compulsivo 2. Atitude e postura ➔ Cabeça ● “Head tilt”: rotação do plano mediano da cabeça, geralmente indica disfunção vestibular (sistema de balanço/equilíbrio) ● Postura: “head pressing”, opistótono (prosencéfalo), “head turn” (pleurostótono) ↪ plano mediano da cabeça perpendicular ao solo (focinho virado para outro lado) ➔ Tronco: cifose, lordose, escoliose Todas as imagens deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi 2 Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras 3. Observação da marcha (deambulação) ➔ Traz informações de região de tálamo-córtex, cerebelo, sistema vestibular, medula e NMI ➔ A locomoção é normal ou não? de quais membros? ➔ Qual o problema? ● Ataxia: incoordenação ● Paresia/paralisia ● Dismetria (hipo ou hipermetria) ● Claudicação ➔ Tipos de ataxia ● Sensorial: perda do senso de posição de membros e corpo. Examinar os dígitos, lesionando região de unha e com andar incoordenado ● Cerebelar: relacionado com a dismetria. Apresenta tremor de intenção ou postural ● Vestibular: pode ser unilateral, com queda, inclinação, rolamento e andar em círculos ou bilateral com oscilação ampla de cabeça, “head tilt” e postura agachada. 4. Reações posturais ➔ Fazem integração entre o sistema proprioceptivo e SNC ➔ Testes: marcha, coordenação e resistência; propriocepção (posição do membro) e saltitamento; posição tátil (gatos); “carrinho de mão”; hemi andadura; prova de resistência extensora 5. Exame dos nervos cranianos ➔ Exclusivamente sensitivos: I, II e VIII Exclusivamente motores: IV, VI, XI e XII Mistos: sensitivo motor (sem função autônoma) - V motor parassimpático - III motor sensitivo e parassimpático - VII, IX, X. ➔ Reação à ameaça: II/VII, córtex e cerebelo ➔ Tamanho e simetria pupilar: II e III ➔ Reflexo pupilar fotomotor: II e III ➔ Reflexo oculocefálico ou nistagmo fisiológico: VIII, III, IV e VI ➔ Reflexo palpebral: V e VII ➔ Sensibilidade nasal: V, VII e córtex ➔ Tamanho e simetria dos músculos mastigatórios: V motor ➔ Expressão facial: VII motor ➔ Disfagia (engasgos), dispnéia, tosse após alimentar e disfonia: IX e X Todas as imagens deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi 3 Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras 6. Reflexos espinhais ➔ Avaliar os segmentos do cordão espinhal ➔ Reflexos nociceptivos: provocados por estímulos dolorosos ➔ Alterações mais comuns: perda de reflexo (NMI) ou aumento do reflexo (NMS) ➔ Membro torácico ● Tono extensor - avalia o nervo radial (C7-T1) ● Reflexo flexor (retirada) - avalia todos os nervos do plexo braquial ➔ Membro pélvico ● Tono muscular ● Reflexo patelar - avalia o nervo femoral (L4-L6) ● Reflexo de retirada - dígito lateral (nervo ciático - L6-S1) ou dígito medial (nervo femoral - L4-L6) ➔ Reflexo perineal: avalia o nervo pudendo (S1-S3) ➔ Reflexo cutâneo do tronco (panículo): testa todos os nervos torácicos laterais, da parte motora. ● Localiza a lesão de forma mais direta ● Ex.: lesão na região de T10 - exame feito de caudal para cranial, em região abaixo de T10 não apresentará reflexo; na região de lesão, demonstrará dor; cranial a T10, o reflexo é normal 7. Sensibilidade ➔ Diminuída ou ausente: hipoestesia ou anestesia ➔ Aumentada: hiperestesia ➔ Dor profunda: nocicepção ↪ avaliada em cães paralisados ● Apenas ao final do exame ● Apertar os dígitos com uma pinça hemostática, observar a resposta consciente ● Cuidado com a flexão do membro!! É reflexo de retirada e não de dor profunda Resumos e dicas ➔ O exame de locomoção e histórico (estado mental) são informações mais importantes para localizar as lesões ➔ Déficits proprioceptivos sugerem uma lesão no SN, mas tem pouco valor para a localização da lesão ↳ avaliado em conjunto com a locomoção ➔ Os reflexos espinhais tem pouca importância se a locomoção e as reações posturais estiverem normais ➔ Déficits em nervos cranianos geralmente sugerem lesão no encéfalo e nervos cranianos Todas as imagens deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi 4 Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO - TCE ➔ Emergência! ➔ Tecido nervoso tem pouca capacidade regenerativa ➔ Causas: acidentes automobilísticos, brigas entre animais, quedas e maus tratos ➔ TCE → leva a hipóxia + hipotensão + edema + hemorragia → com perpetuação de lesão (células lesadas) → fazendo com que o consumo cerebral de O2 e energia aumente ainda mais → gerando um déficit energético ➔ Evento primário: ruptura dos tratos fibroso e lesão das membranas celulares (contusão) e concussão ➔ Evento secundário: a partir dos eventos primários, levando a uma cascata metabólica ● Edema citotóxico ou vasogênico - aumento da compressão das veias durais e diminuição da perfusão cerebral. ↳ quando o edema não é controlado, pode haver herniação tecidual, progredindo para coma e até a morte do paciente ● Hemorragia e isquemia - aumento PIC, diminuição da perfusão cerebral e progressão das lesões ● Hipóxia por falta de O2 ● Convulsão imediata ou por sequela tardia Sinais clínicos ➔ Dependem da localização e gravidade das lesões ➔ Convulsões imediatas ou tardias, inconsciência, coma, hipertensão, apnéia ➔ Síndrome cerebral: alteração do psiquismo, apatia, alteração na resposta dos testes dos NC, fraqueza, convulsões, andar em círculo, nistagmo, inclinar a cabeça (raro), hipo ou hiper reflexia ➔ Síndrome cerebelar: ataxia, oscilação da cabeça e pescoço, dismetriaou hipermetria, teste de Romberg negativo, pode ocorrer nistagmo, inclinação da cabeça, deficiência do reflexo de ameaça (raro). Diagnóstico ➔ Histórico, sinais clínicos ➔ Exames completos: verificar se há hemorragia abdominal, choque, pneumotórax ➔ Radiografía, US TC, RM ➔ Localizar a lesão e observar sequelas ➔ Escala de coma de Glasgow modificada ● De 1 a 6, sendo 1 - pior estado e 6 - melhor ● Dividida em: nível de consciência, atividade motora e reflexos do tronco encefálico ● Enquadrado em 3 categorias: I desfavorável; II reservado; e III favorável. Todas as imagens deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi 5 Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras ➔ Outra possibilidade diagnóstica é a partir do reflexo pupilar Pupilas Reflexo Pupilares Prognóstico Normais Normais Favorável - Miose bilateral Fraco a não responsivo Reservado (variável) Lesão cerebral intensa Midríase bilateral Fraco a não responsivo Reservado a desfavorável Compressão do tronco cerebral ou herniação Midríase unilateral com estrabismo ventromedial Fraco a não responsivo Reservado a desfavorável Compressão do tronco cerebral ou herniação Normal Fraco a não responsivo Desfavorável a grave Lesão grave a irreversível Midríase bilateral Fraco a não responsivo Desfavorável a grave Lesão grave a irreversível ➔ Prognóstico: avaliar a postura ● Desfavorável: descerebração - opistótono, hiperextensão dos membros, inconsciência e ausência de sensibilidade dolorosa Reservado: descerebração - opistótono, hiperextensão dos MT e semiflexão dos MP, rigidez (preserva consciência e sensibilidade dolorosa) e hipertonia ● Aumento da PIC: grande causa de mortalidade, midríase irresponsiva, redução da frequência cardíaca ● Traumas leves a moderados há recuperação, na maioria das vezes. ● Recuperação prolongada, possíveis sequelas como alteração de comportamento, déficits visuais e epilepsia pós-trauma ● Com terapia adequada, casos graves também há chance, Tratamento ➔ Objetivo: diminuir o edema cerebral, analgesia e manter a pressão arterial ↳ pressão de perfusão cerebral está diretamente indicada com o prognóstico ↳ quanto mais edema o paciente tem, maior é a pressão intracraniana, diminuindo então a pressão de perfusão cerebral. ↳ PAM (pressão arterial média) > 60 mmHg e PAS (pressão arterial sistólica) > 90 mmHg = baixa pressão de perfusão cerebral ➔ Estabilização: tratar choque e avaliação de evidências de pneumotórax e órgãos lesados ➔ Ventilação: oxigenioterapia para melhorar a hipóxia por ação direto ou por queda do CO2 (PIC) Todas as imagens deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi 6 Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras ➔ Elevar a cabeça do animal e o tronco num ângulo de 15-30° para esvaziar passivamente o seio venoso, diminuir a PIC, reabsorver o LCR e manutenção do fluxo sanguíneo cerebral ➔ Fluidoterapia: corrigir hipovolemia ● Ringer lactato: restaurar normovolemia e normotensão ↳ cães 40- 60 mg/kg/h e gatos 20 - 40 mg/kg/h ↳ não usar fluidos com glicose/dextrose (hipotônico), pois exacerba o edema cerebral ● Colóides: dextran 70 ● Solução salina hipertônica (7 - 7,5%): em pacientes hipotensos ↳ evitar em animais desidratados ↳ cães 4 ml/kg e gatos 2 ml/kg por 5 minutos ↳ corrigir a desidratação primeiro ➔ Diurético: Furosemida + Manitol - reduzir o edema cerebral ➔ Manitol: única com eficiência comprovada, para pacientes normotensos ↳ diminui a viscosidade sanguínea causando vasoconstrição reflexa ↳ dose de 1g/kg por 20 min, 3x por dia ou 0,25 - 1,5g/kg por 15 - 20 min ↳ associar com furosemida por 15 min depois (0,75 mg/kg) ↳ evitar em edema pulmonar, ICC, IRA, IRC ➔ Medidas complementares ● Maropitant: para evitar vômito, diminuindo a quantidade de sangue que vai para a cabeça. ● Antitussígenos ● Evitar comprimir a jugular ● Tratar convulsões ● Hipotermia leve 37°C - cobertores, fluidos frios ↳ evitar temperaturas abaixo de 37°C para não gerar tremores e aumento da PIC ● Analgesia: a dor pode elevar a PIC, opióides - butorfanol, fentanil, tramadol; AINE - meloxicam, carprofen, adesivo de fentanil; evitar vômitos (herniação tentorial), evitar depressão respiratória ➔ Corticoides: não recomendado!! Conclusão ● Sempre dê uma chance ao paciente ● Trate por pelo menos por 12 - 24h ● Lembre-se: cães e gatos podem viver bem com significativa porção do encéfalo não funcional ● Manitol é a principal medicação ● Tratamento precoce e adequado é a chave para o sucesso Todas as imagens deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi 7 Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras LESÕES MEDULARES ➔ A medula é dividida em região cervical, torácica, lombar e sacral ➔ Dividida em 4 segmentos: cervical (C1-C5), cervicotorácico (C6-T2), toracolombar (T3-L3) e lombossacral (L4-S3) ➔ Problemas na medula e coluna são as causas mais comuns de alterações neurológicas ➔ Etiologias: disfunção aguda da medula espinhal podendo ser por traumas, doença aguda do disco intervertebral (Hansen I - raças condrodistróficas, déficits mais graves, agudo), embolia fibrocartilaginosa ou disfunção progressiva por neoplasias, Hansen tipo II (não condrodistróficas, crônico/progressiva lenta), cauda equina, discoespondilite Sinais Clínicos ➔ Variam dependendo da localização, duração e volume da compressão ➔ Sequência de aparecimento dos sinais em lesões compressivas: ataxia proprioceptiva com paresia leve → ataxia com paresia grave → paralisia → perda de nocicepção (dor) ↳ sequência de recuperação é na ordem inversa NMI e NMS NMI NMS Função m�ora Paresia/Paralisia Paresia/Paralisia Reflexos Diminuídos ou ausente Normais ou aumentados Tônus muscular Reduzido Normais ou aumentados Hipertrofia Grave, aguda Moderada, crônica Função Urinária Incontinência Retenção ➔ NMS: vem do centro superior e passa ao longo de toda a medula. ● Função de modular a ação do NMI para a intumescência torácica e pélvica. ● Lesão: para de inibir o NMI - paralisia do tipo espástica e retenção urinária e fecal ➔ NMI: quando há lesão, há paralisia flácida e incontinência urinária e fecal. ➔ Lesão C1-C5: paralisia do tipo espástica para MT e MV com retenção urinária e fecal ➔ Lesão C6-T2: paralisia flácida de MT e paralisia espástica do MP com retenção urinária e fecal ➔ Lesão T3-L3: MT normal e MP com paralisia espástica com retenção urinária e fecal ➔ Lesão L4-S3: MT normal e MP com paralisia flácida e retenção urinária e fecal Todas as imagens deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi 8 Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras Diagnóstico ➔ Histórico e exame físico (analogia com DINAMIT-V) ↪ observar as possíveis etiologias, características das lesões e o tempo de progressão dos sinais clínicos ➔ Em traumas: cuidado com outras lesões que podem levar a morte do paciente (choque, pneumotórax, hérnia diafragmática) ➔ Exame neurológico: determinar o seguimento ➔ Exames complementares: hemograma, bioquímico, LCR, radiografia, tomografia, mielografia, RM ➔ Postura de Schiff-Sherrington (T3-L3): MT aparentemente normal com deambulação normal, mas há paralisia espástica com reflexos miotáticos normais-aumentados com retenção urinária e fecal. ● Quando colocado em decúbito lateral, o paciente apresenta hiperextensão dos MT e cifose ● Isso acontece devido às células de fronteira (border cells), que estão localizadas nos segmentos L1-L7 (principalmente L2-L4). ● Nessa região, há neurônios que sobem de forma ascendente até a intumescência cervical, fornecendo atividade inibitória tônica aos músculos torácicos. ● Como há lesão nessa parte, esses neurônios deixam de fazer a inibição, resultando em rigidez torácica extensora do membro com movimentação espásticas Tratamento ➔ Agudo ● Estabilizar o paciente e imobilização ● Monitorara PA ● Ventilação e fluidoterapia ● Analgesia ➔ Para o tratamento específico ● Depende do tipo de lesão e da localização ● Controlar a dor (AINE, opioide) ● Se for cirúrgico, deve ser feito o mais rápido possível ● Fisioterapia e acupuntura Todas as imagens deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi 9 Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras EPILEPSIA ➔ Alterações clinicamente aparentes na atividade elétrica do cérebro ➔ É um sinal clínico de uma alteração ou doença subjacente, que pode acometer o cérebro de forma primária ou secundária. ↪ não elimina toxina, ex. paciente diabetico com insulina muito alta ➔ Crise Epiléptica ● Generalizada: aumento exacerbado do tônus muscular, queda em decúbito lateral, mioclonias, contrações musculares ● Focal: associada a doenças estruturais do cérebro (cicatrizes), podem evoluir para generalizada, contrações contra-laterais, agressividade, pegar mosca, círculos ➔ Epilepsia: distúrbio encefálico com alteração no ambiente neuronal que predispõe a ocorrência de crise epiléptica ➔ Status Epilepticus: episódio contínuo por 5 min ou mais, ou sequência de episódios sem recuperação completa por 30 min ou mais ↳ emergência!! ↳ oxigênio, fenobarbital, analgésico e quando acalmar, a dose de fenobarbital será maior ➔ Cluster Seizures ou “convulsões em salvas”: vários episódios em 24h ➔ Origem ● Idiopática: rara em gatos. Poodle miniatura, Pastor alemão, Beagle, Dachshund, Labrador, Collie, Golden ● Intracraniana: cicatriz, danos cerebrais, neoplasias, alterações congênitas e hereditárias ● Extracraniana: toxina, metabólitos, alterações endócrinas Fisiopatologia ● Alteração sináptica e iônica ● Alteração dos NT inibidores (GABA) e excitadores (glutamato) ● Pós-hiperpolarização e circuitos de retroalimentação inibidores centrais (fim da convulsão) Divisão ➔ Período prodrômico: antecede a convulsão, muda o comportamento, agita, vocaliza ➔ Aura: manifestação inicial da convulsão com comportamentos exacerbados, segundos ou minutos antes, salivação, vômito, micção, vocalização ➔ Ictus: convulsão propriamente dita, perda ou perturbação da consciência, tônus alterado, salivação, defecação e micção involuntária, pedalagem ➔ Pós-ictus: comportamento anormal, desorientação, sede, apatia, sonolência Todas as imagens deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi 10 Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras Sinais Clínicos ➔ Depende da região do cérebro que foi acometida/envolvida ➔ Comportamentais: confusão, demência, delírio, histeria, raiva e medo ➔ Motora: espasmos musculares, pedalagem, trismo mandibular, lambedura, andar em círculos ➔ Sensitiva: esfregar de membros na face, morder em partes do corpo, farejamento excessivo e alucinações visuais ➔ Atividade autônoma: salivação, defecação e vômito Diagnóstico ➔ Histórico: quando? como? duração? sinais sistêmicos? alteração de comportamento? ➔ Exame físico: paciente estará normal (comum levar após a crise) ➔ Exames: neurológicos, hemograma, bioquímico, glicose, urinálise, LCR, função hepática em gatos, fezes, radiografia, ultrassonografia, TC, RM, FIV e FeLV ➔ Até 6 meses de idade ● Intracraniana: hidrocefalia, intoxicação, anoxia cerebral no parto ● Extracraniana: hipoglicemia nutricional, encefalopatia hepática ➔ 6 meses a 5 anos: idiopática, encefalopatía hepática, PIF ➔ + 5 anos: neoplasias, diabetes mellitus, encefalopatia metabólica Tratamento ➔ Não tem cura, apenas controle! ➔ Tratar a causa subjacente ➔ Quando tratar ● Convulsões devido lesões intracranianas ● Mais de 2 episódios em 1 mês em cão ou mais de 1 em 6 meses em gatos ● 1 ou mais “em salvas" ou Status Epilepticus ● Crises se tornando frequentes ➔ Não retirar bruscamente, fazer redução gradual, orientar o tutor sobre o custo, efeitos adversos, efetividade do medicamento e é apenas controlado, não há cura ↳ período mínimo para retirar o medicamento de 6 meses, caso não tenha mais crises ➔ Oxigenioterapia, fluidoterapia, monitorar temperatura e vias aéreas ➔ Anticonvulsivantes: iniciar com monoterapia, avaliar e se necessário, introduzir outro fármaco ● Diazepam: terapia emergencial, no momento da crise ● Fenobarbital 2 mg/kg BID, depois passar para 1,5 a 2,5 mg/kg ↳ seguro, efetivo (70 - 80%) e baixo custo ↳ evitar em hepatopatas Todas as imagens deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi 11 Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras ➔ Brometo de potássio: segundo fármaco de eleição (associado com fenobarbital) ● Utilizado como primeiro fármaco apenas em hepatopatas ● Monitorar a concentração sérica após o primeiro mês ● Administrar com alimento ● Aumentar a dose, se inefetivo ● Dose de ataque: 60- 80 mg/kg VO BID 5 dias ↳ 15 mg/kg VO BID manutenção ↳ 20 mg/kg monoterapia ● Controlados: 15 mg/kg VO BID ➔ Terapia Status Epilepticus: emergencial! ● Estabilizar o paciente ● Controlar as convulsões com diazepam IV ou IR ● Fenobarbital IV, pentobarbital IV, Propofol IV ● Oxigenoterapia, fluidoterapia, monitorar a temperatura e vias aéreas Medicação Dose Paciente Efeitos colaterais Fenobarbital 1,5 - 2,5 mg/kg BID Ambos Sedação, poliúria e polidipsia Brometo de P�ássio 20 mg/kg mono 15 mg/kg associado BID Cães Sedação, incoordenação, vômito Diazepam 0,3 - 0,8 mg/kg TID Ambos Sedação e hepatotoxicidade (gatos) Levetiracetam 20 mg/kg TID Ambos Sem efeitos observados SISTEMA VESTIBULAR ➔ Maior sistema sensorial do corpo ➔ VIII nervo craniano ➔ SV + propriocepção + sistema visual = equilíbrio corporal Síndrome vestibular idiopática felina ➔ Disfunção dos receptores vestibulares e perifericos ou nervo vestibulococlear (VII) ➔ Sem predisposição racial ou sexual ➔ Sinais clínicos: dificuldade de deambular, andar em círculos, cabeça pende para o lado, relutante ao movimentar-se, vomito, vocalização e anorexia ➔ Diagnóstico: exame físico, sinais clínicos, radiografia, exame neurológico ● Diferencial: otite interna, trauma, pólipo nasofaringeal, alterações vasculares Todas as imagens deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi 12 Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras ➔ Tratamento: suporte (nutrição, fluidoterapia), antiemético, sedação com diazepam em animais agitados ↳ redução em 2 a 3 semanas (pode demorar mais em alguns pacientes) Síndrome vestibular geriátrica ➔ Síndrome idiopática de início súbito que acomete o sistema vestibular periférica ➔ Acomete o VII par de nervo craniano (vestibulococlear) ➔ Comum em cães com mais de 12 anos ➔ É recorrente ➔ Há inclinação de cabeça, ataxia, quedas, rolamentos, nistagmo horizontal ou rotatório, náuseas, vômitos, anorexia ➔ Tratamento ● Melhora clínica inicial em 3-5 dias, com recuperação completa em até 3 semanas após o episódio ● Antiemético para diminuir náuseas e vômitos. ● Em casos de otite associada: limpeza de ouvido e antibiótico sistêmico por 4 a 8 semanas em casos mais graves. Todas as imagens deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi 13
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