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As Lendas do Ninghezi

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As lendas de Ninghezi 
No povoado dos Ninghezi, onde habitava Alice uma menina que vivia num povo em que as leis 
eram anunciadas de uma maneira diferente e por causa disso, ela não as compreendia muito bem. 
Alice morava com seus pais, seu irmão e com a sua avó Madalena que gostava muito de contar 
histórias místicas da tradição do Ninghezi. Todas as noites as histórias da Avó Madalena eram 
narradas à Alice e ao seu irmão mais novo Tomás, a avó Madalenadizia que aquelas histórias 
eram contadas de geração em geração, para que todos os descendentes tenham o conhecimento 
do bem e do mal, e assim para sempre viverem de modo organizado, por isso, Alice devia 
guardá-las com muito carinho para que futuramente pudesse contar aos seus filhos e netos, mas 
Alice não levava muito em conta o que a avó dizia, pois para ela nenhuma daquelas histórias 
seriam-na como verdadeiras, mas os moradores do seu povoado acreditavam ortodoxamente e de 
forma culterana respeitavam aquelashistórias que se disseminavam no povoado doNinghezi, afim 
de deixar cada vez mais sólida as suas crenças e tradições. 
Certa vez, Alice e seu irmão Tomás decidiram pela noite ir à casa dum dos seus amigos levar o 
boneco de barro que lhes pertencia sem se quer ter avisado aos seus pais, ao regressarem à casa a 
família já preocupada, inquiriu-lhes: 
- Onde é que vocês estavam a essa hora? 
- Estávamos na casa do nosso amigo, íamos levar o nosso boneco de barro. Replicou Alice. 
A avó Madalena disse: 
- Essa situação lembra-me à uma história, que quero contar-vos agora. 
- Paizito era um menino cheio de energia como o seu irmão Tomás, porém muito teimoso e 
desconfiado, como você menina Alice, mas ao contrário de você menina Alice ele não seguia 
nem respeitava os conselhos e as regras que sua mãe lhe dizia. A mãe de paizito pensava que, 
com o passar dos anos e quando paizito fosse mais crescido, ele pudesse compreender melhor as 
regras da sua aldeia e segui-las na íntegra como todos os outros miúdos. Porém acontecia o 
contrário, quanto mais paizito crescia, mais rebelde se tornava e mais aventuras ele ansiava e 
alguns moradores da sua aldeia reclamavam quase sempre com a mãe acerca do seu 
comportamento. 
-Já aventurei-me muito por essa aldeia, mas preciso de uma aventura realmente inédita, dessas 
que será para lembrar – pensava paizito em voz alta 
-Ouvi-te paizito, pensa bem no que queres fazer, não queiras deixar a tua mãe preocupada mais 
uma vez paizito. Chega de meteres-te em serrilhos – aconselhou o seu amigo. 
Mas paizito não levou à sério mais uma vez os conselhos do seu amigo e continuou a pensar em 
ideias que lhe fossem por em serrilhos, até que depois de tanto tempo a pensar paizito conseguiu 
finalmente uma ideia. 
Paizito esperou pela noite, e escreveu um bilhete para sua mãe dizendo: Tatá mamã, vou 
mergulhar numa aventura na floresta densa, volto assim que conseguir não fique muito 
preocupada. 
E assim se foi, paizito saiu caminhando com as pontas dos dedos sobre o chão, para que ninguém 
percebesse que ele saía de casa quando já era de noite. 
Assim paizito saiu com o intuito de se embrenhar numa floresta que ninguém se quer ousava em 
adentrar pela noite, mesmo aqueles que já haviam por lá estado de dia consideram a floresta 
muito perigosa. 
Enquanto a aurora despontava e o sol aparecia, a mãe de paizito encontrou o bilhete que seu filho 
lhe deixara, ela imediatamente ficou muito preocupada e junto com outras pessoas procurou por 
paizito em toda a aldeia e um pouco por toda a floresta, mas não conseguiram nenhuma pista 
dele. Alguns moradores da aldeia atiravam a culpa do desaparecimento de paizito a mãe, dizendo 
que se ela tivesse educado bem seu filho e tomado bem conta dele, nada daquilo teria acontecido, 
a mãe de paizito, apesar do consolo de alguns moradores também se sentia muito culpada pelo 
ocorrido. A cada dia que passava a mãe de paizito ficava mais triste por não poder encontrar seu 
filho. De tão angustiada que ela estava dias passavam sem que ela se alimentasse como devia ser 
e ela já não mais falava, a última coisa que ouviu-se sair de sua boca foi a frase “tatá mamã”. 
Passaram-se anos e anos, e paizito nunca mais apareceu, diz a lenda que paizito habita ainda na 
floresta e que ele anda por aí à caça das crianças que andam sozinhas de noite, pelas ruas da 
aldeia, para morar com ele na floresta de forma triste, amargurada e dolorosa. 
Conta também a lenda que paizito trocou de nome e passou a chamar-se “tatá mamã” que quer 
dizer “adeus mama”. 
- Por isso meninos, vocês não podem caminhar sozinhos pelas ruas da aldeia depois do sol se por 
e a noite chegar, senão o “tatá mamã” vos encontrará e levar-vos-á para morar com ele na sua 
casa triste e aterrorizada no meio da floresta. 
Essa era uma das mais de muitas historias que a avo Madalena contava para seus netos. 
 
Certa vez, depois do jantar Alice brincava com seu irmão no interior de sua casa quando, 
repentinamente Tomás desapareceu, Alice procurou o seu irmão por toda casa e ao perceber que 
por ali seu irmão não estava, saiu para fora e gritando bem alto o seu nome, para que ele ouvisse 
a voz de sua irmã chamando por ele e ao responder, ela pudesse localizá-lo. O seu irmão 
apressadamente saiu de entre o escuro da noite e foi ao encontro dela, juntos entraram dentro de 
casa, quando a avólhes chamou e disse: 
- Alice ouvi-te gritar o nome do teu irmão por lá fora, a esta hora da noite! 
- Sim avó! Isso porque eu estava à procura dele e não sabia onde ele estava – respondeuAlice à 
sua avó. 
- Meusnetos, vou contar-lhes uma história que acabo de lembrar e saberão que não se pode andar 
aí aos gritos à noite: 
- Há muito tempo, lá mesmo nos tempos remotos havia um rapaz que gostava de gritar ao 
anoitecer do dia, incomodando as pessoas do seu povoado. 
- Novos habitantes vindos do outro lado do rio chegaram em seu povoado e com eles traziam um 
cão. Ao ouvir o latir daquele animal o rapaz ficou empolgado, gostando decidiu imitá-lo. 
- Durante à noite foi as escondidas de encontro a ele e quis que o cão voltasse a latir, depois de 
aguardar e ver que o cão nada fazia decidiu imitar o som dos latidos do cão, para que o cão 
repetisse, o rapaz então entrou na casa onde o cão dormia e emitiu os latidos bem alto por volta 
de três vezes que até acordou alguns dos seus vizinhos. O cão já chateado mordeu o rapaz, esse 
foi amaldiçoado e viveu seus últimos dias com o comportamento de um cão até que morreu, 
desde então o espírito do menino anda por aí recolhendo as vozes de todos que gritam de noite. 
Se gritares muito de noite Alice o menino da voz passará e levará a sua voz e nunca mais poderás 
falar. 
Depois de Alice e seu irmão escutarem a história; O seu irmão euforicamente exclamou! 
- Então por isso nós não devemos gritar à noite avó! 
Alice prometeu não voltar a fazer o mesmo e muito duvidosa como sempre voltou ao seu quarto. 
Dias passaram e certa vez quando Alice e seus amigos brincavam nas ruas do seu povoado, 
passaram da famosa rua do menino das trevas, Alice parou e olhou para o lugar e viu o menino 
com seus olhos entristecidos. Aquela imagem não agradou os seus olhos. Um dos seus amigos 
puxou-a pelo braço e disse: 
- Alice que há tanto olhas para casa da maldição? Vamos para casa! 
Alice foi para casa com seus amigos, mas enquanto caminhavam não parava de pensar no que 
viu, ela muito inquieta queria saber porquê aquele menino nunca saía de lá, e porquê o 
chamavam menino das trevas. 
Quando o sol se punha e a noite chegava Alice pediu a sua avó que lhe contasse a história do 
menino das trevas. 
Sua avó pediu que ela se sentasse com seu irmão e começou a narrar: 
Certa vez durante a noite começou um enorme e assustador mau tempo na aldeia, destes 
raramente vistos, foi quando o choro de um bebé que acabava de nascer chegou aos ouvidos dos 
moradores da aldeia. quase que já o dia chegava nem a tempestade nem o chorodo recém-
nascido parava, quando depois de algum tempo, alguns dos moradores foram ver donde vinha 
aquela voz. A imagem era surpreendente, era mesmo um bebé, mas sem suas mãos. Depois de 
ver aquela nova imagem estranha no meio da tempestade os moradores decidiram levar aquele 
bebé para o maior curandeiro do povoado para que ele desvendasse aquele mistério e dissesse o 
que devia ser feito. O curandeiro olhou para aquele diferente bebé e depois de minutos em rituais 
e em conversa com os espíritos dos seus antepassados, disse: 
- Esse bebé é a nossa maldição, é o motivo do mau tempo! 
- Nesse caso, o que devemos fazer? perguntaram surpreendidos os moradores. 
-Os espíritos anunciaram que devemos mantê-lo num lugar fechado e trajá-lo à preto, ele deve 
ficar trancado até o seu último suspiro para manter a aldeia em segurança, pois só assim o 
temporal pararia, e caso isso não se cumprisse, e um dia ele saísse, o temporal voltaria a assolar a 
aldeia. 
E como acordado pelo povo, desde então o menino foilá trancado e não sai se não as trevas 
cobrirão novamente o povoado do Ninghezi. 
Depois da história seu irmão disse: 
- Um ser sem os membros superiores deve ser mesmo uma revolta dos antepassados trazendo 
tamanha maldição. 
Alice ficou muito triste depois de saber da situação do menino. 
E disse para a sua avó: eu não acredito queo facto de o menino ser diferente faz com que os 
dizeres sejam verdade. 
-Minha neta, tens te mostrado relutante no teu ceticismo, se o maior curandeiro da aldeia odisse é 
porque é verdade, ele de todos os mistérios sabe e a ele foi concedido o poder de desvendar todos 
os mistérios, até o líder deste povoado se apoia nele em quase todas as suas dúvidas. 
Dia seguinte Alice passou novamente pela rua e viu o rosto triste do menino viu também que a 
mulher do curandeiro visitava o menino e viuo menino a falar com a senhora. 
-Então o menino sabe falar e caminhar – pensou Alice enquanto caminhava. 
Alice ficou feliz em saber que o menino podia falar, ela ficou na esperança de um dia poder falar 
com ele. 
 Dali em diante, Alice decidiu passar pela mesma rua para vero menino das trevas até que certo 
dia quando por ali passava e a rua se encontrava vazia ela decidiu chamar o menino para com ele 
conversar,quando depois de chamar por ele três vezes ele respondeu receoso do fundo e disse 
que não podia sair pelo bem da cidade. 
Continuou Alice passando por aquela rua até que certa vez, a esposa do curandeiro esqueceu de 
fechar a porta na sua saída, e Alicese apercebendo que a mulher do curandeiro esqueceu de 
fechar bem a casa.Alice decidiu entrar dentro da casa para ver melhor o rapaz, entrou e 
conversou com omenino. 
Primeiro perguntou se o menino tinha um nome. O menino sorriu e respondeu: 
-Sim, o meu nome é Sozinho. 
-Prazer Sozinho, o meu nome é Alice – apresentou-se Alice. 
Explicou-lhe que não acreditava na história da maldição e disse-lhe para que saíssem para que 
ele visse o mundo lindo que era por lá fora. 
O menino disse que esse era o seu maior sonho ser como as outras crianças, poder andar pelas 
ruas lindas da aldeia que Alice dizia ter por lá fora, e ter muitos amigos pois ele se sentia muito 
sozinho trancado naquela casa, mas ele não podia. 
-Prometo que daqui em diante serei para sempre sua amiga – disse Alice. 
 Depois de minutos de conversa Alice finalmente convenceu o menino: 
-Se sairmos e começar um temporal, rapidamente voltamos e eu juro que nunca mais iremos 
fazer o mesmo – disse Alice. 
E lá se foram Alice levou-o primeiro pelas ruas menos usadas da aldeia, vendo ela que nada 
mudava, ela decidiu então levá-lo até o centro da aldeia, onde ficavam aglomeradas muitas 
pessoas naquela hora do dia para mostrar a todos que a história da maldição que o curandeiro 
havia contado não era verdadeira. 
Quando chegaram no centro da cidade, todos ficaram surpreendidos, algumas pessoas até 
entraram em pânico disseram: 
- Que fazes com o menino das trevas por aqui? Como conseguiste tirá-lo daquela casa? Não 
sabes o que se passa no sair do menino?Não devias ter tirado ele parafora de casa,um temporal 
iráatingir a aldeia, deves devolvê-lo já. 
O menino sem membros olhou para Alice e com olhos triste disse: 
- Eu devia ter levado em conta o queeu disse a minha mãe, eles dizem o mesmo, a história da 
maldição que minha mãe sempre me conta é realmente verdadeira, eu não posso sair, temos que 
voltar já Alice. 
Alice olhou para todos e falou em voz alta: 
- Nãovedes todos que a história da maldição é uma mentira, olhem em vossa volta o dia continua 
lindo nada mudou, o sol ainda brilha, as pétalas das flores ainda exibem e exalam o seu cheiro 
alabastrino e balsâmico, o chão ainda continua seco e castanho como a cor da nossa pele. E hoje 
vocês querem ferir e destruir o sonhar, o ansiar dum Ninghezi por puro capricho, a ter que se 
render a um conto fictício, desumano e cruel. 
- Como assim o menino tem mãe – inqueriu um dos moradores 
Disse-nos o feiticeiro que o menino era mensagem dos espíritos 
A partir desse dia foi conhecida a verdadeira história, afinal de contas aquele menino era o filho 
do curandeiro que depois da sua mulher ter dado à luz um filho diferente ele com medo de ser 
julgado por ter gerado uma maldição ordenou a sua mulher que se desfizesse dele, a mãe do 
menino no meio da chuva muito angustiada deixou o menino numa rua na aldeia e voltou em 
angústia para sua casa, quando ela chegou a casa sem o bebé o curandeiro pensou que ela já 
havia feito o que ele lhe dissera e que nunca mais voltariam a ver aquele bebé. Ao ver o bebé 
novamente, ele inventou esse mito como uma solução para se desfazer da culpa de ter gerado a 
dita maldição e a ter abandonado. Assim, ele mantinha o bebé salvo e confortava o coração da 
sua mulher. Dessa forma, ninguém saberia a verdade e ninguém poderia julgá-lo por aquele erro. 
No fim das contas, nem o menino nem o temporal eram uma maldição, o temporal era o produto 
genuíno da natureza e o menino produto da raridade em meio à beleza.

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