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AULAS 06 E 07

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AULA 06 - A LITERATURA INFANTIL NO BRASIL
A Literatura Infantil produzida no Brasil tem 5 fases e essas fases correspondem a um período que vai do final do século XIX até os dias atuais. 
PRIMEIRA FASE (1890 -1920): o primeiro momento de produção da Literatura Infantil no Brasil é feito basicamente em cima de traduções ou tem vinculações muito próximas aos modelos europeus. Com a Proclamação da República, o Brasil se encontra dentro de um processo de mudança de um período escravocrata para um regime de natureza democrática, onde o voto passa a ser um direito do povo. Dito isso, a leitura e a literatura andam de braços dados nesse período com figuras como Olavo Bilac escrevendo obras infantis bastante ufanistas, exaltando a pátria, mostrando, assim, um país absolutamente sem defeitos. 
	No quadro abaixo, é possível encontrar obras que foram produzidas na Europa e traduzidas para a Língua Portuguesa. É importante salientar que muitas dessas obras que eram consumidas no Brasil eram escritas em português de Portugal.
	Na sequência, é possível encontrar escritores brasileiros, como Júlia Lopes de Almeida, Figueiredo Pimentel, Olavo Bilac, Francisca Julia e Alexina de Magalhães Pinto, que produziam livros já com o português do Brasil, porém ainda bastante ortodoxo, além de cada autor ter características próprias marcando as suas obras, como por exemplo o ufanismo nos livros de Bilac e o didatismo nas obras de Francisca Julia.
SEGUNDA FASE (1920-1945): momento da formação da classe burguesa no Brasil e início do governo de Getúlio Vargas. Com o alto índice de analfabetismo no país, a literatura é utilizada como mecanismo de aprendizagem; alguns autores chegaram a participar deste processo, como Érico Veríssimo, Mário Quintana e Monteiro Lobato. 
TERCEIRA FASE (1945-1965): período marcado pelos governos populistas ao Golpe Militar de 1964, a literatura brasileira tem caráter conservador, a linguagem menos coloquial e temas como o passado histórico e a supremacia do urbano sobre o rural. 
QUARTA FASE (1965-1980): a literatura é marcada por temas de crítica social e de cultura popular, considerados tabus para as crianças. Nesse período, os livros passam a ser vendidos em diferentes espaços e não só nas livrarias. 
No quadro abaixo, é possível encontrar obras que foram produzidas nesta fase e suas características. 
QUINTA FASE (atualidade): amadurecimento da literatura infantil brasileira. 
AULA 07 - A LITERATURA LOBATIANA
Monteiro Lobato, autor conhecido pelos seus contos direcionados para adultos, ‘Urupês’ (1918), é amplamente conhecido principalmente pelas suas obras de Literatura Infantil. 
Em 1921, Lobato começa a fazer a sua produção direcionada ao público infantil lançando a personagem Narizinho (talvez a personagem mais conhecida presente na Literatura Infantil brasileira). Nas décadas de 1920 e 1930, Lobato cria o seu universo do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Alguns estudiosos acreditam que boa parte dessa produção seja baseada na própria vida do autor, tendo em vista que Lobato tenha ganhado terra de uma região de herança do avô que fica na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo – região marcada pelo plantio de café e mão de obra imigrante. 
A partir dos anos de 1920, a Literatura Infantil no Brasil deu um salto gigantesco. Primeiramente, pela maneira de escrever; Lobato introduz uma linguagem mais coloquial em suas obras em oposição ao ortodoxo, e elementos da cultura popular brasileira, como por exemplo as lendas folclóricas. 
A década de 1930 é marcada pela publicação do livro “Reinações de Narizinho”, pois esta obra mostra uma mudança significativa de paradigma na Literatura Infantil brasileira, com o uso da linguagem coloquial, a busca de um diálogo com o leitor e o universo da fantasia coloca-se não como uma fuga de realidade, mas como um filtro para a sua compreensão, além da presença de personagens infantis independentes e questionadores. Talvez o brilhantismo de Lobato tenha sido principalmente em dar a compreensão de mundo e voz para uma boneca de pano. 
Dito isto, os outros personagens criados por Monteiro Lobato no Sítio do Pica-Pau Amarelo neutralizam a figura do herói na medida em que todos têm potencialidades diferentes e todos contribuem para o grupo de alguma forma.
Outras duas obras importantes para serem citadas são: ‘As caçadas de Pedrinho’ e ‘Viagem ao Céu’ - história onde os personagens viajam até a Lua (30 anos antes da real chegada do homem à Lua), além dos diversos questionamentos dos personagens a respeito dos planetas e do Universo, sendo assim, uma maneira que Lobato encontrara de ensinar as crianças coisas a respeito da ciência. 
Por fim, na última década, as obras de Monteiro Lobato foram alvos de inúmeras críticas devido ao posicionamento do autor em relação às questões raciais e aos assuntos relacionados ao meio ambiente. Diversas instituições de ensino sugerem que estas questões polêmicas devem ser discutidas em sala de aula, além de lembrar que as obras de Monteiro Lobato são frutos de sua época, isto é, os anos entre as décadas de 1920 e 1930. Apesar disso, é importante ressaltar que Monteiro Lobato continua sendo uma grande referência, um ponto de partida para pensarmos na qualidade e amadurecimento da Literatura Infanto-Juvenil no Brasil. 
CAPÍTULO NORTEADOR
LAJOLO, Marisa. Literatura infantil brasileira: história e histórias. 6 ed. São Paulo: Ática, 1999. Capítulo 4.1 
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