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Atividade física adaptada à gravidez

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Atividade física adaptada à gravidez
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Atividade física 
adaptada à gravidez
Professor Diego Roger
Atividade física adaptada à gravidez
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GESTAÇÃO 3
ALTERAÇÕES PSICOFISIOLÓGICAS 3
ALTERAÇÕES HORMONAIS 3
PROGESTERONA 4
RELAXINA 4
PROLACTINA 4
ESTROGÊNIO 4
ALDOSTERONA 5
OCITOCINA 5
GH 5
ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES 6
DIASTASE ABDOMINAL 7
DIÁSTASE ABDOMINAL PRESENTE 8
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 9
HIPERTENSÃO GESTACIONAL 10
ECLAMPSIA 10
SÍNDROME DE HELLP 11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11
LOMBALGIA GESTACIONAL 12
ALTERAÇÕES POSTURAIS 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 14
DIABETES GESTACIONAL 14
DIAGNÓSTICO 15
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 17
CONSIDERAÇÕES FINAIS 17
LOMBALGIA GESTACIONAL 19
DIABETES GESTACIONAL 19
EXERCÍCIOS E GESTAÇÃO 20
SUMÁRIO
Atividade física adaptada à gravidez
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GESTAÇÃO
Iremos abordar nesse capitulo, as melhores formas 
de treinamento físico, o que podemos ou não podemos 
realizar para esta população, mitos e considerações sobre 
as gestantes. Espero que todos aproveitem!
Podemos dizer que, a única certeza que temos é que 
nos, profissionais de educação física/fisioterapia, devemos 
proporcionar uma atividade que seja prazerosa e segura, 
respeitando sempre a individualidade e respeitando as 
regras do bom senso.(BARROS, 1999).
Durante nossas atividades profissionais, comumente 
nos depararemos com inúmeras alunas e pacientes que 
nos apresentarão atestados médicos, nestes mesmos 
atestados aparecerão nomenclaturas ou termologias 
especificas da área médica, dentre elas encontraremos:
Pré – termo: Este termo representa o estado 
gravídico da gestante, neste caso, estamos falando que 
a gestante se encontra em um período abaixo de 38 
semanas gestacional, este período dizemos, caso haja o 
nascimento, o bebê encontrar-se-ia prematura.
Termo: Este período é o esperado, é quando o bebe 
Além dos termos indicados acima, também é de suma 
importância sabermos sobre os períodos trimestrais e seus 
acometimentos, sabermos o que ocorre fisiologicamente 
em cada trimestre e desta forma, começaremos com o 
primeiro trimestre (0 à 12 semanas), neste período,há 
implantação do óvulo fertilizado no útero da mãe, 7 a 10 
dias depois da fertilização surgem os primeiros sintomas 
da gravidez como alterações emocionais, aumento do 
tamanho e sensibilidade das mamas, aumento da diurese 
e do cansaço, podendo sentir também náuseas e vômitos. 
Neste período, espera-se um aumento do peso corpóreo 
de aproximadamente 1,5kg.
No segundo trimestre (13º à 26º semana), todos os 
sintomas e desconfortos diminuem aumentando sua 
disposição do dia-a-dia, a barriga torna-se mais visível 
e os primeiros movimentos fetais ocorrem entre 19º e 
21º semana, fazendo com que a mãe sinta-se realmente 
grávida.
Chegando agora no terceiro trimestre, (27º à 42º 
semana), os sintomas voltam porém, com uma intensidade 
muito maior, dentre eles: 
Falta de ar, dificuldade para encontrar uma posição 
confortável para dormir, constipação intestinal, micção 
frequente, inchaço nos pés e pernas, cansaço geral e dor 
na região lombar, e as contrações já se tornam regulares a 
partir do fim do sétimo mês.
Segundo Stoppard, 2000 inúmeras alterações ocorrem 
durante o período gestacional, dentre elas, alterações 
psicofiosiológicas, hormonais e cardiovasculares. Veremos 
agora estas modificações.
ALTERAÇÕES PSICOFISIOLÓGICAS
- Peso corporal: entre 9 –12 Kg até o fim da gestação
- Sobrecarga articular
- Dores musculares (coluna, sacro)
- Sono (até 4º mês)
- Elasticidade ligamentar (risco de lesões)
- Débito cardíaco (30 a 50%)
- Metabolismo basal
- Comprometimento postural
- Sensibilidade emocional
- Mudança da auto- imagem corporal 
ALTERAÇÕES HORMONAIS
Nestas alterações, é importante o profissional se 
atentar, pois, neste capitulo falaremos e entenderemos 
o por que das coisas acontecerem. Por que a gestante 
pode desenvolver diabetes e como posso evitar estes 
acontecimentos.
Começamos com a gonadotrofina coriônica 
humana (hCG) é uma glicoproteína hormonal produzida 
células trofoblásticas sinciciais nos líquidos maternos. No 
início da gravidez há um aumento das concentrações de 
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hCG no soro e na urina da mulher, tendo este, um bom 
marcador para testes de gravidez.
Um hormônio que estimula a liberação de progesterona 
no inicio da gestação e testosterona no final, principalmente 
se o feto for do sexo masculino, este hormônio, evita 
estimula a ovulação e impede a involução do corpo lúteo.
PROGESTERONA:
Progesterona é um hormônio esteróide produzido, 
a partir da puberdade, pelo corpo lúteo e pela placenta 
durante a gravidez.
A progesterona é o segundo hormônio feminino e é 
produzida principalmente no ovário. No processo da 
ovulação, o Ovócito, célula fértil feminina, se encontra 
dentro de uma pequena bolinha de líquido chamada 
folículo.
É um hormônio essencial na manutenção da gravidez, 
é primeiramente produzida pelo corpo lúteo do ovário, até 
cerca de 20 semanas de gestação, sendo depois sintetizada 
pela placenta. Se quisermos resumir poderiamos dizer que:
- Impede as contrações precoces uterinas
- Aumento da melatonina (linha nigrans)
- Inibidor da musculatura uterina - relaxamento
- Permite uma maior concentração de nutrientes 
armazenado no endométrio.
FIGURA 1. Linha nigra
http://www.dermatologia.net/neo/base/fotos/linha_nigra2.jpg
RELAXINA
A relaxina é um hormônio produzido pelo corpo 
lúteo e pela placenta, ela produz um amolecimento das 
articulações pélvicas e das suas cápsulas articulares, 
facilitando desta forma na hora do parto, pois provoca 
o remodelamento do tecido conjuntivo, o que diminui a 
união dos ossos da pelve e alarga o canal de passagem do 
feto. Outro papel importante na gestação é no útero, por 
distendê-lo a medida que o bebê cresce.
Porém, infelismente este hormonio é responsavel por 
torções uma vez que as articulações tornam-se instavéis e 
o risco torna-se maior.
PROLACTINA
A prolactina (LTH) atua sobre as glândulas mamárias, 
estimulando seu crescimento e a produção de leite. Esse 
hormônio é produzido durante a gravidez e, após parto, 
durante a amamentação. Este hormônio será estimulado 
após parto através da sucção do bebe na amamentação.
A prolactina atua em sinergismo com a progesterona e 
o estrógeno promove o crescimento e funcionamento das 
glândulas mamarias.
ESTROGÊNIO
O estrógeno induz as células de muitos locais do 
organismo, a proliferar, isto é, a aumentar em número. 
O estrogênio também provoca o aumento da vagina e o 
desenvolvimento dos lábios que a circundam, faz o púbis 
se cobrir de pêlos, os quadris se alargarem e o estreito 
pélvico assumir a forma ovóide, em vez de afunilada como 
no homem, provoca o desenvolvimento das mamas e a 
proliferação dos seus elementos glandulares, e, finalmente, 
leva o tecido adiposo a concentrar-se, na mulher, em áreas 
como os quadris e coxas, dando-lhes o arredondamento 
típico do sexo.
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O estrogênio é responsável pela textura da pele feminina e pela distribuição de gordura. Sua falta causa a diminuição 
do brilho da pele e uma redistribuição de gordura corporal para partes caracteristicamente mais masculinas, ou seja, na 
barriga. É a falta de estrogênio que causa a secura vaginal, que acaba por afetar as relações sexuais ao transformá-las 
em algo desagradável e doloroso.
Estudos recentes têm associado a falta de estrógeno ao Mal de Alzheimer.
ALDOSTERONA
Este hormônio é secretado pela supra renal, mantém o equilíbrio de sódio, pois a progesterona estimula a eliminação 
do mesmo, e a aldosterona promove sua reabsorção, no entanto, esta redução da excreção de sódio resulta em 
aumento do teor aquoso do tecidos, os famosos edemas de membros inferiores, que resulta em embebição gravídica.
OCITOCINA
 A ocitocina ou hormonio do parto, é um hormônio que potencializa as contrações uterinastornando-as fortes e 
coordenadas, até completar-se o parto.
Quando inicia a gravidez, não existem receptores no útero para a ocitocina, estes receptores vão aparecendo 
gradativamente no decorrer da gravidez e quando a ocitocina se liga a eles, causa a contração do músculo liso uterino 
e também, estimulação da produção de prostaglandinas, pelo útero, que ativará o músculo liso uterino.
GH
Os níveis séricos de GH (growth hormone) mantêm-se constantes durante a gravidez, embora a origem e a 
imunorreactividade da GH varie durante a gestação, Após a 25ª semana de gestação há diminuição da secreção 
de GH hipofisária. Já na fase final de gestação, a supressão pituitária da síntese e da secreção da GH é devida aos 
níveis elevados de IGFI, que na fase final da gravidez são cinco vezes superiores aos das mulheres não grávidas, 
desenvolvendo assim, diabetes gestacional.
Se pudermos resumir estas alterações hormonais, resumiríamos desta forma:
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Glândula Hormônio Órgão-alvo Principais ações
Hipófise
FSH Ovário Estimula o desenvolvimento do folículo, a secreção de estrógeno e a ovulação
LH Ovário Estimula a ovulação e o desenvolvimento do corpo amarelo.
Prolactina Mamas Estimula a produção de leite (após a estimulação prévia das glândulas mamárias por estrógeno e progesterona).
Ocitocina Útero e mamas
- secretado em quantidades moderadas durante a última 
fase da gravidez e em grande quantidade durante o parto. 
Promove a contração do útero para a expulsão da criança.
- promove a ejeção do leite durante a amamentação
Ovário
Estrógeno
Diversos Crescimento do corpo e dos órgãos sexuais; estimula o desenvolvimento das características sexuais secundárias.
Hipófise Inibe a produção de FSH e estimula a produção de LH
Sistema 
Reprodutor
Estimula a maturação dos órgãos reprodutores e do 
endométrio, preparando o útero para a gravidez
Progesterona
Hipófise Inibe a produção de LH
Útero Completa a regeneração da mucosa uterina, estimula a secreção das glândulas endometriais e mantém o útero preparado para a gravidez.
Mamas Estimula o desenvolvimento das glândulas mamárias para secreção láctea.
Placenta HGC Corpo lúteo Estimula a produção de progesterona e estrógeno; inibe a menstruação e nova ovulação.
ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES
Durante a gravidez, a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto, chamado de débito cardíaco 
(DC), aumenta em torno de 30% a 50%, este aumento ocorre a partir da sexta semana de gestação (1º trimestre) 
e atinge o seu ponto máximo entre as décima sexta e vigésima oitava semanas (2º para 3º trimestre). Devido este 
aumento, a frequência cardíaca em repouso aumenta para uns 80 ou 90 batimentos por minuto.
Depois da trigésima semana (3º trimestre), o DC pode diminuir ligeiramente, devido ao fato de o crescimento do 
útero pressionar as veias que favorecem o retorno venoso, sangue oriundo das pernas até ao coração. 
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Durante o parto, no entanto, o DC aumenta em 30% 
e, depois do parto, diminui com rapidez, até chegar em 
15% a 25 % acima do nível anterior à gestação. Ao longo 
das próximas seis semanas, volta ao nível normal, ou seja, 
antes da gravidez.
O aumento do DC durante a gravidez, acredita-se que, 
esta relacionada ao fornecimento do sangue ao útero 
(aumento do volume circulante de líquidos), e à medida 
que o feto cresce, mais sangue chega ao útero da mãe. No 
fim da gravidez, o útero recebe uma quinta parte de todo 
o volume sanguíneo materno.
Durante o exercício físico, a frequência cardíaca e o 
consumo de oxigênio, aumentam mais nas mulheres 
grávidas do que nas não grávidas. No exame cardiológico, 
taquicardia e sopros podem ser obsevados, todas estas 
alterações são normais durante a gravidez, mas algumas 
anormalidades do ritmo cardíaco podem requerer 
tratamento.
A pressão arterial costuma diminuir durante o segundo 
trimestre, mas pode voltar aos níveis normais no terceiro 
trimestre da gestação, o volume de sangue aumenta em 
50% durante a gravidez, mas a quantidade de glóbulos 
vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênios e 
nutrientes para todo o organismo, só aumenta entre 25% 
e 30%, podendo ocorrer uma anemia (motivo pelo qual 
indicasse complexo ferroso). Por motivos desconhecidos, o 
número de glóbulos brancos, anticorpos que combatem as 
infecções, aumenta ligeiramente durante a gravidez e, de 
forma notória, durante o parto e nos dias imediatamente 
posteriores ao mesmo. 
 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
- A pressão arterial diminui até a metade da gestação, 
aumentando da metade para o final;
- Retorno venoso prejudicado = aumento dos edemas 
e peso = veias, varizes e varicosas;
- A cada 1 hora de exercícios físicos sem hidratação, há 
um aumento de 1ºC na temperatura corporal;
Na tabela abaixo, mostraremos de onde e pra onde vai 
o peso gravídico.
DIASTASE ABDOMINAL
Segundo Teixeira (2008), os dois músculos que formam 
o reto abdominal, são unidos ao meio por uma linha média, 
a linha alba. Com o avanço da idade gestacional, essa 
musculatura se estira até o seu limite podendo ocorrer o 
alongamento e o afilamento da linha alba com a separação 
dos músculos. 
Separação maior do que 2 cm ou dois dedos é 
considerada importante, ocorre em 66% das gestantes no 
terceiro trimestre de gestação e pode persistir em 30 a 
60% destas mulheres durante o período pós-parto.
Tanto alterações posturais como endócrinas promovem 
mudanças mecânicas fisiológicas nos Músculos Retos 
Abdominais (MRA). Juntamente, à ação da relaxina, 
o crescimento gravidico impõe forças longitudinais e 
transversais aos MRA, proporcionando maior tração na 
divisão entre os dois feixes musculares dos MRA, desta 
forma, esses dois fatores são os principais causadores da 
Diástase Abdominais (DA).(BARRON, 1996).
A DA é mais frequente em mulheres obesas, multíparas 
e em primíparas com a musculatura abdominal flácida, 
ocorrendo maior separação entre os MRA durante o 
terceiro trimestre ou pós-parto imediato, pois é o momento 
onde há maior tensão imposta aos MRA, sendo também 
o melhor momento para a realização do diagnóstico.
(BARBOSA, 2005).
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FIGURA 2. Diástase abdominal
O diagnóstico de DA é realizado com a gestante em 
decúbito dorsal com joelhos flexionados e pés apoiados, 
após, pedisse o levantamento lento da cabeça e dos ombros 
do solo com extensão dos braços em direção aos joelhos 
ou, preferencialmente, com as mãos na cabeça até que as 
escapulas deixem o solo. Logo em seguida o profissional 
deve palpar da cicatriz abdominal até o processo xifoide.
FIGURA 3. Técnica de palpação da diástase abdominal.
Fonte: Imagem escaneada do livro Atividade física 
adaptada e saúde: da teoria ao treinamento
Algumas considerações devem ser citadas, dentre 
elas, quando houver a presença de 1 dedo de separação 
a diástase não está presente, desta forma, abdominais 
podem ser realizados de forma habitual, de forma “normal”.
Quando houver a presença de dois dedos ou mais, 
evitasse abdominais com rotação de tronco, flexão de 
quadril e elevação de “cabeça” (flexão de tronco). Desta 
forma, pergunto:
- O que realizar ou que tipo de exercício abdominal a 
gestante que tiver diástase abdominal pode realizar?
Abaixo, traremos inúmeras formas de realizar 
abdominal de forma segura, traremos também, exercícios 
de respiração que favorecem a potencia abdominal.
DIÁSTASE ABDOMINAL PRESENTE
 - Separação com mais de dois dedos
 - Contração isométrica
 - Báscula de pelve
 - Exercícios respiratórios
 
FIGURA 4. Contração isométrica
FONTE: desconhecida
Vale ressaltar, que neste exercício é de suma importância 
o cuidado da gestante em contrair e relaxar o abdômen, 
tanto com ajuda de outra pessoa, bem como, sozinho.
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FIGURA 5. Exercícios respiratórios
http://www.gravidafeliz.com.br/imagens/20.jpgFIGURA 6. Báscula de pelve
http://4.bp.blogspot.com/_P-MzoBY5JIc/SxFyk5g5GPI/
AAAAAAAAAnM/saN-M1B150I/s400/kegel3.jpg
E por fim, podemos realizar exercícios que trabalhem 
força abdominal sem realizar a flexão de tronco, como por 
exemplo, as pranchas.
FIGURA 7. Exercicios de prancha
http://www.leanitup.com/plank-your-way-to-
better-abs-with-these-5-variations/2/
FIGURA 8. Exercicios de prancha com joelhos no solo
 
http://www.institutomauroguiselini.com.br/wp-content/
uploads/foto-31.jpg
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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1999
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- BARACHO ES. Fisioterapia aplicada a obstetrícia. 3 ed. 
Rio de Janeiro: Medsi, 2002.
HIPERTENSÃO GESTACIONAL
As síndromes hipertensivas gestacionais (SHG) 
caracterizam uma gestação de alto risco ocorrendo em 
10 a 22% das gestantes, estando a ela relacionadas 
as intercorrências clínicas materno-fetais. Podem ser 
classificadas em hipertensão crônica (HC), pré-eclâmpsia 
leve (PEL), pré-eclâmpsia grave (PEG), eclampsia (E) e 
hipertensão gestacional (HG) (1, 2).
O termo pré-eclâmpsia leve, pressão arterial ≥ 140 
× 90 mmHg e abaixo de 160 x 110mmHg em duas 
aferições com intervalo de no máximo sete dias, refere-
se ao aumento da pressão arterial que se manifesta pela 
primeira vez durante a gestação isto ocorre principalmente 
no segundo trimestre de gestação, podendo persistir após 
parto, normalmente até a 12ª semana do puerpério e 
pode ou não estar acompanhada de proteinúria que varia 
de 300mg à 2g. (FERRÃO et al. 2006).
 A pré-eclâmpsia grave, manifesta-se da mesma 
maneira do que a PEL, porém, a pressão arterial tem que 
estar acima de 160 x 110mmHg, proteinúria acima de 2g 
em 24 horas, juntamente com:
- Cefaleia persistente, dor epigástrica e ou distúrbios 
visuais
- Alterações de comportamento habitual 
- Sinais de anemia
- Anemia
- Constipação intestinal
Eclampsia
Na eclampsia, os agravamentos são idênticos com os 
anteriores, contudo, ainda vêm acompanhados de outros 
fatores ainda mais comprometedores:
- Crise convulsiva, precedida pelo agravamento da 
hipertensão,
- Alterações nos sistemas cardiovascular, SNC, rins e 
fígado.
- Acomete em maior incidência o último trimestre da 
gestação e pode levar a óbito.
Essa síndrome é acompanhada de aumento da 
morbidade e o volume sanguíneo, sofre um aumento 
progressivo em torno de 35% a 50%, isso ocorre para que 
o organismo possa suprir as necessidades da parede do 
útero e da placenta, retornando ao normal dentro de seis a 
oito semanas após o fim do período gestacional (MARTIN, 
1990). 
 Segundo Finkelstein et al. (2006),O aumento do 
numero de plasmas é superior ao das células vermelhas, 
graças ao estímulo hormonal para suprir as demandas de 
oxigênio, este fenômeno faz com que haja uma diminuição 
no nível de hemoglobina. Esse efeito é conhecido como 
anemia fisiológica da gestação, através desta, podemos 
explicar o porquê do cansaço e mal-estar que as gestantes 
são acometidas. 
 A progesterona age na musculatura lisa da 
parede dos vasos, produzindo uma hipotonia, o que 
consequentemente leva a um aumento da temperatura 
corporal, há uma retenção de água corpórea e de sódio, 
em virtude do aumento de estrógeno, que por sua vez 
ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona, que 
promove retenção de água e de sódio (CLAPP et al. 2000).
 
Além de tudo isso, o coração aumenta o que faz com 
que o débito cardíaco se eleve também em torno de 30% a 
60%. Em decúbito lateral esquerdo, esse aumento é maior, 
Atividade física adaptada à gravidez
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isto ocorre devido à diminuição da pressão sobre a orta. 
Então caros, quando prescrevemos um treinamento para 
esta população, a quantidade e intensidade de exercício 
pode influenciar este aumento. (CLAPP et al. 2000).
 Após o oitavo mês, o débito cardíaco tende a 
diminuir, por causa da compressão do útero sobre a veia 
cava inferior, diminuindo o retorno venoso.
Síndrome de HELLP
 HELLP é a sigla usada para descrever a condição de 
paciente com pré-eclâmpsia grave que apresenta hemólise, 
níveis elevados de enzimas hepáticas e contagem baixa de 
plaquetas.
Para Finkelstein et al. (2006), a síndrome HELLP é 
o extremo das alterações que ocorrem na hipertensão 
gestacional e como seus sinais e sintomas são confundidos 
com os da pré-eclâmpsia grave (dor epigástrica, náusea 
e mal estar), o grande problema é que as formas leves 
podem passar desapercebidas se não é feita a correta 
avaliação laboratorial, assim, o diagnóstico é feito apenas 
quando a síndrome HELLP está bastante avançada. 
Se vocês observarem, não existe estudos referentes 
a este assunto, aceita-se esta inexistência de literatura 
expecifica devido a exposição que a paciente, bem 
como, o seu próprio bebê são expostos. A partir destas 
considerações, eu pergunto:
Vocês futuras mamães, que estão pensando em ser 
mães ou já estão neste processo, vocês ao estarem 
grávidas e descobrem que estão com pré-eclampsia, leve 
ou grave, ou eclampsia, vocês permitir-se-iam participar 
de algum estudo sabendo que você e seu bebê correriam 
risco? Acredito que não! É por este motivo que os trabalhos 
são limitados.
 Podemos acompanhar um estudo referente a 
hipertensão, não gestacional, onde compararam drenagem 
linfática com exercícios físicos, a partir desta, veremos os 
resultados.
 
Verificamos neste estudo que, a massagem linfática, 
isoladamente, não é suficiente para a diminuição da 
pressão arterial. Mas é claro, este estudo é a partir de 
hipertensos não gestacionais e sim, hipertensos.
Referências bibliográficas
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LOMBALGIA GESTACIONAL
Podemos definir lombalgia como dor crônica ou aguda 
nas regiões lombar e sacral podendo estar relacionada a 
entorses e distensões ligamentares e musculares, para 
Cardia, (2001) é uma das alterações musculoesqueléticas 
mais comuns nas sociedades industrializadas, afeta 70% a 
80% da população em algum momento da vida, tendo uma 
certa disposição por adultos jovens, economicamente ativa, 
sendo uma das razões mais comuns para aposentadoria 
por incapacidade total ou parcial. (NACHEMSON, 1999).
O interesse sobre a lombalgia na gestação surge 
devido a esse sintoma, ocorrer em pelo menos 50% das 
gestantes, podendo apresentar-se de três formas: dor na 
coluna lombar, dor no quadril e dor combinada.(CAILLIET, 
2001). 
Como sendo um sintoma referido na altura da cintura 
pélvica, podendo ocasionar proporções grandiosas, o 
seu diagnóstico pode ser considerado simples, pois 
geralmente o quadro clínico da lombalgia é constituído 
por dor, incapacidade de se movimentar, sentar e levantar 
podendo também ter reflexos para os MMIIs.
Existem várias causas prováveis para a lombalgia 
na gestação:
- Aumento do peso do útero;
- Aumento da lordose;
- Alteração do centro de gravidade e consequentemente 
da postura;
- Frouxidão da musculatura;
- Mudanças hormonais, mecânicas e vasculares.
Notamos aqui,que a própria gravidez induz para 
um quadro de lombalgia, decorrente de alterações 
multifatoriais.
FIGURA 9. Ciatalgia
http://www.healthcentral.com/chronic-pain/19503-146.html
Atividade física adaptada à gravidez
13
Quando a gestante sentir um desconforto nos MMIIs 
que radia por entre o glúteo, passando pela parte posterior 
da coxa e por fim, podendo radiar para os três últimos 
dedos dos pés, isto também é considerado lombalgia, ou 
melhor, dizendo neste caso, ciatalgia.
WANG et al (2005) desenvolveram estudo com 10. 000 
gestantes por um ano e verificaram nos Estados Unidos 
uma prevalência de 68,6% das gestantes com algum 
tipo de lombalgia durante a gestação, no entanto, Martins 
e Silva (2005) no Estado de São Paulo encontrou uma 
prevalência de gestantes com algias na coluna vertebral 
e pelve de aproximadamente 80%, sendo esta dor mais 
frequente e mulheres jovens.
Por mais que os dados em porcentagem demonstram 
uma prevalência maior de dores lombares no Brasil,esta 
epidemia é mundial.
Podemos pensar, que tipos de exercícios ou que grupos 
musculares devemos trabalhar ou reforçar para podermos 
minimizar os quadros álgicos da lombalgia, vai lá:
Exercícios aeróbicos: Devem ser praticados em 
esteira ou bicicleta ergométrica 
MMSS: Grande dorsal, romboides e rotadores laterais 
do ombro, visando impedir a hipercifose compensatória
Tronco ou tórax: Extensores de coluna e abdômen.
MMII: Músculos contra-nutadores do sacro: períneo, 
glúteo máximo e piriforme. (ACOG, 2002).
É claro que isto não é uma receita de bolo, contudo, 
caso confiem neste humilde Professor, podem seguir sem 
medo!
Veremos agora um estudo em Pilates sobre dores 
lombares:
O MÉTODO PILATES NA DIMINUIÇÃO 
DA DOR LOMBAR E GESTANTE: estudo de caso
O método Pilates tem uma proposta reabilitadora, 
aliando a prática física ao relaxamento mental. A meta de 
alcance do movimento eficiente, retorno dos movimentos 
funcionais e melhora da performance é o fundamento do 
Pilates evoluído, que na gestação acredita-se promover a 
saúde da mulher e do bebê. 
• Objetivo: verificar a eficácia do método Pilates 
na diminuição da dor lombar e na melhora da postura da 
gestante. 
• Métodos: foi utilizado para avaliação da dor 
a escala visual analógica e o questionário reduzido de 
McGill e para avaliar a postura, fotos digitais e programa 
de análise de imagem MGI Photoshop, aplicação dos 
exercícios 3x semanais, por 1h por mês
• Conclusão: o método Pilates é eficaz na 
redução do quadro álgico lombar apresentado durante a 
gestação; que houve o aumento gradativo das curvaturas 
fisiológicas, inerentes à gestação; que não houve alteração 
das curvaturas laterais da coluna vertebral, previamente 
observadas na paciente; que houve uma melhora da 
consciência corporal e um aumento da motivação em 
realizar atividades, relatadas pela paciente.
ALTERAÇÕES POSTURAIS
Devido às posturas compensatórias, a gestante se 
adapta há um novo padrão de consciência corporal, 
este padrão acontece porque o peso gravídico, uma vez 
aumentado, acaba projetando o centro de gravidade 
da gestante para frente (anteriormente), desta forma, 
a mãe projeta o seu tórax para trás, aumentando sua 
curvatura fisiologia da lombar (hiperlordose lombar), para 
a gravidinha não ficar olhando para cima, a mesma projeta 
seu ombro para frente, aumentando assim a hipercifose 
torácica, que consequentemente projeta seu pescoço para 
frente e assim, desequilíbrio corporal.
Atividade física adaptada à gravidez
14
FIGURA 10. Desequilíbrios posturais na gestação
http://www.alanhatanaka.com.br/images/stories/dor%20lombar.jpg
Vejam alguns outros desequilíbrios:
 - Pés: pronação aumentada 
 - Joelhos: extensão aumentada 
 - Coluna lombar: lordose excessiva 
 - Coluna torácica: cifose, alteração da respiração, 
tendência à limitação da caixa torácica
 - Ombros: tendência à rotação interna 
 - Cabeça: pode pronunciar-se à frente 
 - Marcha: aumento látero-lateral da base de apoio e 
RE de MMII 
(Ruoti, Morris & Cole, 2000) 
Referências bibliográficas
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de força para aquisição de dados cinéticos durante a marcha 
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br), Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de 
São Paulo, 2006.
2. BUTLER, E.E. et al. An investigation of gait and 
postural balance during pregnancy. Gait & Posture, v. 24, 
p. 128-129, 2006.
3. Cardia MCGM: The School of Posture as a Postural 
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and ergonomics 7: 363-70, 2001.
4. Nachemson A: Back pain: delimiting the problem 
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1999. 
5. Cailliet R: Síndrome da dor Lombar, 5a ed, Porto 
Alegre, Artmed, 2001.
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of pregnancy-related back pain. JOGNN. 2003;32:495-502.
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lombalgia. Fisioter MOV 2002;15(1):11-7.
9. Commissaris DA, Dieën JH, Hirschfeld H, Wikmar 
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with low back pain after pregnancy. Am Acad Phys Med 
Rehabil 2002;83(9):1279-89.
10. Balderston KD, Carlson HL, Carlson NL, Pasternak 
BA. Understanding and managing the back pain of 
pregnancy. Curr Womens Health Rep 2003;3(1):65-71.
DIABETES GESTACIONAL
Diabetes gestacional (DG) é definido pela variação da 
intolerância ao carboidratodurante a gravidez (ARTAL, 
2003). Isto significa que durante o período gestacional, 
a futura mãe começa a apresentar elevadas taxas de 
glicose (açúcar) no sangue, e caso isto ocorra, a diabetes 
gestacional persiste por toda a gestação.
De acordo com a Associação Americana de Diabetes, 
a prevalência de DG é de 4%, Por ano, aproximadamente 
135.000 mulheres são diagnosticadas com DG (PILOLLA; 
MANORE, 2008). Esta prevalência varia de 1 a 14% (ADA, 
2009). No Brasil, estima-se que 2,4% a 7,2% das gestantes 
apresentem DG (MIRANDA; REIS, 2008).
Atividade física adaptada à gravidez
15
 O DG acontece porque o corpo fica resistente 
aos efeitos da insulina, isto ocorre devido a certos 
hormônios produzidos durante a gravidez (por exemplo 
o GH - hormônio do crescimento). Estes hormônios são 
essenciais a uma gravidez saudável e ao feto, mas eles 
podem bloquear parcialmente a ação de insulina.
O hormônio insulina é um “carreador” de açúcar da 
circulação sanguínea, este carreador, tem como objetivo 
levar o açúcar para dentro das células. Na DG, o corpo não 
responde bem à ação da insulina, a menos que a insulina 
possa ser produzida ou possa ser suprida em maiores 
quantidades.
Normalmente, a grande maioria das mulheres grávidas 
tem algum grau de resistência a insulina, mas quando 
tratamos de mulheres com DG apresentam uma resistência 
maior (BEM-HAROUSH; YOGEV; HOD, 2004).
FIGURA 11. Diabetes gestacional
FONTE: http://4.bp.blogspot.com/-oO4KHtDhJxg/Tbdp-4ypqvI/
AAAAAAAAAqA/Bm1BlYHX2aE/s1600/Diabetes-Gestacional.jpg
Embora a DG seja temporária, a mesma pode trazer 
danos à saúde do feto e/ou da mãe, aproximadamente 
20% a 50% das mulheres com diabetes gestacional 
desenvolvem diabetes do tipo 2 mais tardiamente na vida.
Alguns riscos fetais/neonatais à DG pode acometer, 
dentre eles encontramos, anomalias congênitas como 
malformações cardíacas, do sistema nervoso central e 
de músculos esqueléticos. A insulina fetal aumentada 
pode inibir a produção de surfactante fetal (substancias 
produzidas por células nos alvéolos) podendo causar 
problemas respiratórios. Em muitos casos, a morte 
perinatal pode ocorrer, quando isto não ocorre, os bebês 
tendem a nascer macrossômicos (MIRANDA; REIS, 2008).
FIGURA 12. Bebê macrossômico
http://2.bp.blogspot.com/_YsKPuuvTvUs/ShactIWFMWI/AAAAAAAAArs/
HdoNhyW_sxc/s400/44eea887e3235319f3481cf7126194d5.jpg
Como posso saber se tenho diabetes gestacional?
Alguns sintomas são claros quando falamos de DG, mas 
é obvio que será um médico que dará este diagnóstico.
 - Sede aumentada; 
 - Diurese mais frequente (urina aumentada); 
 - Perda de peso, apesar do elevado apetite;
 - Cansaço; 
 - Náuseas ou vômitos; 
 - Infecções por fungos (candidíase vaginal, por 
exemplo); 
 - Visão turva;
Porém, algumas mulheres não têm nenhum sintoma 
detectável, razão pela qual os exames para o diabetes 
devem serem feitos de rotina no pré-natal em todas as 
mulheres grávidas.
Diagnóstico
O Diabetes Gestacional é diagnosticado durante a o 
exame de rotina do tratamento pré-natal. Os níveis de 
glicose, em uma gestação saudável, estão aproximadamente 
20% abaixo do que uma mulher não gestante, isto ocorre 
Atividade física adaptada à gravidez
16
porque o feto absorve uma determinada quantidade de 
glicose do sangue da mãe. Para a mulher que está acima 
do peso, ou que têm histórico familiar de diabetes, é 
recomendável fazer o teste de tolerância à glicose já na 
primeira visita pré-natal. (ARTAL, 2003)
O período recomendado para avaliar os índices 
glicêmicos é de 24ª e a 28ª semana de gravidez.
Exercícios regulares e uma dieta de baixas calorias 
têm se mostrado eficazes para reduzir o risco de diabetes 
em pessoas que têm risco alto para o diabetes. Alguns 
medicamentos como medicamento Metformin (Glicofage) 
pode ajudar a prevenir o diabetes em mulheres que 
elevaram um pouco os níveis de glicose no sangue fora 
da gravidez, mas que não têm níveis altos o bastante para 
serem rotuladas de diabéticas (ARTAL, 2003).
Então vamos falar de treinamento!
Os exercícios de resistência e controle glicêmico 
em mulheres com diabetes mellitus gestacional; 
American Journal of Obstetrics & Gynecology
Objetivo
O objetivo do estudo foi avaliar o efeito de um programa 
de exercícios de resistência com um elástico na exigência 
de insulina e controle glicêmico em pacientes com diabetes 
mellitus gestacional (DMG).
Desenho do estudo
Sessenta e quatro pacientes com diabetes mellitus 
gestacional foram divididos aleatoriamente em dois 
grupos: um grupo de exercício (GE, n = 32) e um grupo 
controle não submetido ao programa de exercícios (GC, n 
= 32).
Resultados
Uma redução significativa no número de pacientes que 
necessitaram de insulina foi observada no GE (7 / 32), 
em comparação com o grupo GC (18/32) (P = 0,005). A 
porcentagem de tempo gasto dentro da meta de glicose 
no intervalo proposto (de pelo menos 80% das medições 
semanais abaixo dos limites pré-estabelecidos para a 
doença) foi significativamente maior no GE comparado 
com o grupo CG (EG = 0,63 ± 0,30; GC = 0,41 ± 0,31 , 
P = 0,006).
Conclusão
O programa de exercício resistido foi eficaz em reduzir 
o número de pacientes com DMG que necessitaram de 
insulina e aumentar o controle da glicemia capilar na 
população. 
Outro estudo
Avaliação do efeito do exercício físico 
no metabolismo de ratas diabéticas 
prenhes; Revista Brasileira de Medicina do 
Esporte; vol.12 no.5 Niterói Sept./Oct. 2006.
Objetivo:
O objetivo deste estudo foi verificar se a prática do 
exercício físico (natação), iniciada em diferentes momentos 
da prenhez de ratas diabéticas, promove alterações no 
metabolismo materno.
Amostra:
Três grupos (n = 13 ratas/grupo): não-praticante (G1) 
ou praticante de exercício desde o dia zero (G2) ou sétimo 
dia (G3) de prenhez. O exercício consistiu de um programa 
de natação com intensidade moderada. Durante a prenhez, 
glicemia e peso corpóreo foram avaliados semanalmente.
Resultados:
Independente do momento em que foi iniciado, o 
exercício não alterou os níveis glicêmicos, a evolução do 
peso corpóreo e as concentrações de proteínas totais e 
glicogênio hepático e muscular. Porém, a natação iniciada 
no sétimo dia de prenhez diminuiu as taxas de triglicérides 
em relação a G1. 
Atividade física adaptada à gravidez
17
Conclusão:
Apesar de não se comprovar a influência do exercício 
físico sobre os níveis glicêmicos maternos, a prática diária 
de natação a partir do sétimo dia de prenhez mostrou-
se benéfica para o perfil lipídico de ratas diabéticas. Esse 
resultado reforça a validade da associação da atividade 
física regular à dieta e insulina na gestação complicada 
pelo diabete.
Espero Senhores que tenham aproveitado bem 
a literatura até então descrita, qualquer dúvida nos 
encontramos nos chats. Aproveitem!
Referencias bibliográficas 
1 - Diabetes Mellitus e Qualidade de Vida. Sociedade 
Portuguesa de Diabetologia. 2007-2008. Sociedade 
Portuguesa de Diabetolgia 
2 - Edilma Maria de Albuquerque Vasconcelos (2009). 
Desordens do metabolismo dos carboidratos: Erros Inatos 
do metabolismo glicídico. PPT. 
 3 - Nathan DM, Cleary PA, Backlund JY, Genuth SM, 
Lachin JM, Orchard TJ, Raskin P, Zinman B; Diabetes 
Control and Complications Trial/Epidemiology of Diabetes 
Interventions and Complications (DCCT/EDIC) Study 
Research Group. Intensive diabetes treatment and 
cardiovascular disease in patients with type 1 diabetes. N 
Engl J Med 2005;353:2643-53. PMID 16371630. 
4 - Avaliação do efeito do exercício físico no metabolismo 
de ratas diabéticas prenhes; Revista Brasileira de Medicina 
do Esporte; vol.12 no.5 Niterói Sept./Oct. 2006. Gustavo 
Tadeu Volpato; Débora Cristina Damasceno; Kleber 
Eduardo de Campos; Renato Rocha; Marilza Vieira Cunha 
Rudge; Iracema de Mattos Paranhos Calderon.
 5 - The Diabetes Control and Complications Trial 
Research Group.The effect of intensive diabetes therapy 
on the development and progression of neuropathy. Ann 
Intern Med 1995;122:561-8. PMID 7887548. 
6 - Os exercícios de resistência e controle glicêmico 
em mulheres com diabetes mellitus gestacional; American 
Journal of Obstetrics & Gynecology; Marcelo C. de Barros, 
MSc ; Marcos AB Lopes MD, PhD; Rossana Francisco PV. MD, 
PhD; Andreia Sapienza D. MD; Marcelo Zugaib, MD, PhD; 
Volume 203, Issue 6 , Pages-556.e6 de dezembro de 2010 
556.e1
7 - ADA - AMERICAM DIABETES ASSOCIATION. 
Standards of medical care in diabetes - 2009. Diabetes 
care, v. 32, supl.1, Jan. 2009b.
8 - AVERY, M. D.; WALKER, A. J. Acute effect of 
exercise on blood glucose and insulin levels in women 
with gestational diabetes. Journal of Maternal- Fetal 
Medicine, v. 10, n. 1, p.2-8, 2001.
9 - BEM-HAROUSH, A.; YOGEV, Y.; HOD, M. Epidemiology 
gestational diabetes mellitus and its association with type 
2 diabetes. Diabet. Med., v. 21, p. 103-113, 2004.
10 - BLOOMGARDEN, Z. T. Cardiovascular Disease and 
Diabetes. Diabetes Care, v. 26, p. 230-237, 2003.
11 - BRANKSTON, G. N.; MITCHELL, B. F.; RYAN, E. 
A. Resistance exercise decreases the need for insulin in 
overweight women with gestational diabetes mellitus. 
American Journal of Obstetrics and Gynecology, v. 
190, p. 188-193, 2004.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a evolução destes capítulos podemos 
deixar bem claro, exercício físico é uma ótima opção 
para gestante, Batista et al, 2003 nos traduz estes 
benefícios demonstrando algumas vantagens, dentre elas 
encontramos:
 - Menor retenção hídrica
 - Melhor circulação
 - Rápida recuperação pós parto
 - Menor incidência de dor lombar
 - Manutenção da integridade abdominal 
 - Alinhamento postural
 - Melhora da auto – imagem
Atividade física adaptada à gravidez
18
 - Melhora do Humor . 
Alguns cuidados deverão ser levados em 
consideração:
 - Sedentárias só poderão realizar exercícios físicos a 
partir do 1º trimestre
 - Não aumentar a intensidade de exercícios antes da 
gravidez
 - Evitar a troca de atividade física durante a gestação
 - Não manter a gestante em decúbito dorsal por mais 
de 3 minutos.
 - Continuando...
 - Evitar exercícios de isometria (eleva a pressão 
arterial)
 - Evitar exercícios que levem a gestante a fadiga
Não podemos esquecer também de priorizar 
exercícios para o períneo, pois, é este músculo que 
vai trazer inúmeros benefícios a gestante, destaco:
 - Dar suporte aos órgãos pélvicos e seus conteúdos
 - Suportar aumentos na pressão intra-abdominal
 - Prover controle esfincteriano às aberturas do períneo
 - Funcionar em atividades reprodutivas e sexuais
Agora pergunto: Quem é este “tal” de períneo? Vamos 
conhecer?
FIGURA 13 - Períneo
Técnicas para reforçar o períneo através da contração.
 - Contrai-relaxa: contrair 6 ´´e relaxar, como se 
fosse segurar o “xixi”
 - Exercício do elevador: fazer contrações em tempos 
(contrai, contrai relaxa, relaxa)
 - Exercício da sinaleira: Sinal vermelho =contrai, 
Sinal verde = relaxa
 - Supercontração: Manter a contração pelo máximo 
de tempo que puder, sem prender a respiração.
Caso queiram saber em que posição é a mais indicada 
para treinar o períneo, digo que a posição que há maior 
contração muscular é a decúbito dorsal. Vejamos no 
estudo a seguir.
Existe diferença na contratilidade da 
musculatura do assoalho 
pélvico feminino em diversas posições? 
Mariana Tirolli Rett1, José Antonio Simões2, 
Viviane Herrmann3, 
Andréa de Andrade Marques4, Sirlei Siani Morais5 
Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27(1): 20-3
Objetivo: avaliar e comparar resultados da 
eletromiografia de superfície do assoalho pélvico feminino 
em diversas posições (decúbito dorsal, na posição sentada 
e ortostática). 
Métodos: foram avaliadas 26 mulheres submetidas 
a um protocolo de exercícios para o fortalecimento do 
assoalho pélvico como tratamento da incontinência urinária 
de esforço. Utilizou-se sensor intravaginal conectado ao 
equipamento Myotrac 3GTM 
A avaliação consistia em: 60 segundos iniciais de 
repouso, cinco contrações isométricas, contração mantida 
por 10 segundos e outra de 20 segundos. 
Resultados: as amplitudes das contrações foram 
maiores em decúbito dorsal, decrescendo sucessivamente 
nas posições sentada e ortostática.
Resultados semelhantes também foram encontrados 
comparando-se a posição ortostática com a posição 
Atividade física adaptada à gravidez
19
sentada. Todavia, entre o decúbito dorsal e a posição 
sentada, não foi observada diferença significativa. 
Conclusão: as amplitudes de todas as contrações 
do assoalho pélvico feminino foram inferiores na posição 
ortostática, sugerindo que o fortalecimento muscular deve 
ser intensificado nesta posição.
Quando pensarmos em prescrever os exercícios 
de uma forma segura, pensamos:
 - Atividades Cardiopulmonares: entre 60 e 70% 
da FC máx (sedentárias ou intermediárias) ou 70 e 80% 
da FC máx (gestantes bem treinadas) 
 - Atividades Neuromusculares: trabalho de 
força muscular entre 60 e 75% de resistência muscular, 
evitando-se isometria e cargas extremas.
 - Necessariamente a presença de exercícios aeróbios, 
neuromusculares(força) e de alongamentos.
Quando quiseres realizar um exercício físico no solo ou 
aquático, a escala subjetiva de esforço (escala de borg) 
é uma das opções mais utilizadas como parâmetro de 
intensidade.
FIGURA 14 – Escala subjetiva de esforço
 
http://2.bp.blogspot.com/O38T6yxbYnI/Tp4KeHr7R4I/
AAAAAAAAAK4/tcmfbtTbjxU/s1600/ESCALA+ESFORCO+BORG.jpg
E por fim, quando falamos em atividade aquática, não 
podemos deixar de lembra que:
 - Há um favorecimento às respostas e funções motoras
 - Melhora da coordenação e equilíbrio
 - Promove relaxamento muscular
 - Há diminuição da dor e edema devido ao empuxo e 
melhora do retorno venozo
As atividades aquáticas visam não só a autonomia 
do indivíduo no meio líquido mas também a melhoria 
de suas condições físicas, aumento do repertório de 
habilidades motoras e também a melhora das condições 
para o desempenho de AVD, permite ainda reabilitação, 
condicionamento, e sociabilização.
Link de artigos a estudarem:
Lombalgia gestacional
http://www.portalsaudebrasil.com
/artigospsb/reumato075.pdf
http://files.bvs.br/upload/S/1983-2451/2010/
v35n3/a1683.pdf
http://revistatema.facisa.edu.br/index.php/
revistatema/article/view/41/pdf
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v9n3/11505.pdf
http://chiromt.com/content/pdf/2045-709X-20-18.
pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/
PMC3353851/pdf/1471-2393-12-30.pdf
Diabetes gestacional
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/
PMC3324899/pdf/IJE2012-892019.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/
PMC3205727/pdf/EDR2011-985139.pdf
http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/5054/1/
Gravidez_exercicio.pdf
http://www.scielo.br/pdf/abem/v43n1/12048.pdf
Atividade física adaptada à gravidez
20
Exercícios e gestação
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22742808
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22643160
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3306269/
pdf/1479-5868-9-12.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v27n5/25644.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rbme/v6n6/v6n6a01.pdf

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