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Maior gravidade em crianças menores de 3 meses de vida - 2,7% internação em UTI → Doença muito prevalente, mas morbidade baixa - em criança hígida, óbito chega a 0,5%→ É uma doença pediátrica que acomete só lactentes (pico de 2-6 meses) - é sazonal• Ar entra, mas não consegue sair - alvéolos ficam distendidos→ Bronquiolite viral aguda (BVA) é uma infecção respiratória aguda viral que cursa com uma importante inflamação - processo inflamatório difuso pulmonar. Acomete vias aéreas de pequeno calibre do trato respiratório (bronquíolos) - quadro obstrutivo que pode levar a hiperinsuflação • BVA tem maior frequência em menores de 1 ano, sendo o pico entre 2-6 meses - maior gravidade abaixo dos 3 meses • É uma doença prevalente, mas com baixa morbidade - internação em UTI (2,7%), ventilação mecânica (1,5%) e óbito (0,2%) • Distribuição é sazonal - outono/inverno → Transmissão através de fômites, mãos e secreções de vias aéreas nas superfícies - período de incubação de 3-15 dias, duração da doença de 7-14 dias e pico da doença a 3-5 dias • Agentes etiológicos: 40-85% vírus sincicial respiratório (VSR), 20-40% rinovírus, adenovírus (mais grave), parainfluenza, coronavírus, enterovírus • Fisiopatologia: Vírus penetra por via aérea superior, penetra pela mucosa e começa a se replicar. A replicação viral leva a produção de mediadores inflamatórios pelas células epiteliais respiratórias levando a inflamação aguda. Esse processo leva a edema e necrose das células epiteliais respiratórias, aumentando produção de muco e da reatividade da musculatura lisa das vias aéreas - doença secretiva e obstrutiva • The pathophysiology of bronchiolitis is due to the progressive obstruction of the distal airways due to mucous production, airway edema, and direct cellular injury of the bronchiolar epithelium. Following viral infection, increased mucous production, airway edema, and impaired ciliary function result in varying degrees of intraluminal obstruction. This obstruction during the positive pressure phase of expiration may cause an audible wheeze. As the disease progresses further, virus-induced injury to the bronchiolar lining leads to sloughed cells and distortion of the alveolar structure, resulting in air trapping and atelectasis. With the progression of lung atelectasis, mismatching of ventilation and perfusion occur, resulting in increased work of breathing and hypoxemia De <Conn's Current Therapy 2021, 1253-1256> BRONQUIOLITES domingo, 21 de março de 2021 15:50 Página 1 de MD941 - Ped A mesma obstrução de vias aéreas em uma criança e um adulto tem um impacto muito maior na criança pela menor luz → Particularidade em crianças: maior resistência das vias aéreas (menor raio), menor suporte cartilaginoso da traqueia, maior complacência da caixa torácica e menor complacência pulmonar, maior número de glândulas mucosas, menor número de alvéolos e imaturidade imunológica do lactente até os 2 anos • Mais importantes: prematuros, cardiopatas graves e pneumopatas crônicos - profilaxia com anticorpo monoclonal → Outros: doenças genéticas, peso menor que 1500g ao nascimento, neuropatia, más condições sociais, imunodeficiência primária, desnutridos e sem aleitamento materno → Fatores de risco:• Diagnóstico é clínico: história + exame físico• Pródromo: quadro viral - coriza, obstrução nasal, tosse leve→ Quadro clínico: pródromo + sibilância/tosse secretiva/ taquipneia/ expiração prolongada/ febre/ vômitos/ tiragem intercostal/ desconforto respiratório/ distensão abdominal/ irritabilidade/ sonolência • Exame físico: sinais de desconforto respiratório - sibilos, retração de fúrcula, uso de músculos acessórios• 1º episódio de sibilância no lactente tem que pensar em bronquiolite, se houver outro episódio pensar em complicação ou episódio prolongado. Só na 3ª crise que passa a ser considerado lactente sibilante ou como chiador recorrente • Escores clínicos para avaliação de bronquiolite - mais usado é o BROSJOD• Casos Leves (0 – 5 pontos) Cateter nasal de O2 de baixo fluxo Casos moderados (6 - 10 pontos) CNAFO2 Casos Graves (11 – 16 pontos) Insuficiência Respiratória Aguda (UTIP) Pode ter atelectasia - é uma imagem homogênea com estado preservado - mediastino vai para lado da atelectasia na BVA - diferencia da pneumonia, porque efeito de massa empurra mediastino contralateralmente ▪ Atelectasia é uma condição mecânica, pode ser desfeita com manobras de fisioterapia -▪ RX de tórax: hiperinsuflação, arcos costais retificados, aumento diâmetro lateral, ar entre esterno e coração - não é patognomônico → Exames complementares: radiografia de tórax e pesquisa de VSR (teste rápido)• Página 2 de MD941 - Ped onenote:#INSUFICIÊNCIA%20RESPIRATÓRIA%20AGUDA§ion-id={84AB2867-9C8A-43D6-B60B-F9B78567FDDF}&page-id={221FC52E-E77E-4BF8-A23C-1435219175EF}&end&base-path=https://gunicampbr-my.sharepoint.com/personal/l202449_g_unicamp_br/Documents/Internato/MD941%20-%20Ped.one Atelectasia é uma condição mecânica, pode ser desfeita com manobras de fisioterapia - nesse local há diminuição dos murmúrios vesiculares e da expansibilidade ▪ Toda criança menor de 2 anos com quadro de doença respiratória aguda com febre e imagem pulmonar deve ser tratada para Influenza (H1N1) com oseltamivir por até 5 dias • Congestão pulmonar - cardiopatas ou iatrogenia por excesso de hidratação→ Injúria pulmonar SDRA/SARA - inflamação disseminada do parênquima pulmonar→ Complicações radiológicas da BVA: • Pneumonia comunitária: tem broncograma aéreo e parênquima visível - opacidade heterogênea→ Derrame pleural: formação de nível em base - pneumonias, síndrome nefrótica, cardiopatia→ Pneumonia intersticial: opacidade difusa bilateral - Chlamydia pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae - há uma dissociação clínico radiológica com uma ausculta pouco alterada → Massa mediastinal - lesão homogênea grande→ Cardiomegalia→ Diagnóstico diferencial da BVA pelo raio X• Tratamento é a oxigenioterapia e hidratação • 2014 - Diretriz da Prática Clínica: Diagnóstico, Manejo e Prevenção da Bronquiolite• Página 3 de MD941 - Ped Recomendações: oxigênio suplementar e suporte vital (aspiração VAS, jejum, hidratação, nutrição e analgesia) → Recomendação relativa: broncodilatador inalatório (se resposta for positiva e se lactente com mais de 3 meses de vida), inalação com solução hipertônica e ventilação não invasiva (CPAP e alto fluxo nasal - UTI) → Não recomendados: corticoesteroides inalatórios e sistêmicos, broncodilatadores sistêmicos, epinefrina inalatória, antibióticos, diuréticos, anticolinérgicos inalatórios, anti-histamínicos e fisioterapia respiratória na fase aguda → 2014 - Diretriz da Prática Clínica: Diagnóstico, Manejo e Prevenção da Bronquiolite• Profilaxia ambiental: tabagismo, sazonalidade (frio), atopia, condições do ambiente e concentrações humanas • Imunização passiva é feita com Palivizumabe, um anticorpo monoclonal humanizado contra VSR é usado na dose de 15 mg/kg em 5 doses mensais ANTES do inverno. De acordo com MS, essa profilaxia é recomendada para prematuros com idade gestacional menor ou igual a 28 semanas com até 1 ano de idade, cardiopatas graves e portadores de doença pulmonar crônica até 2 anos de idade (desde que em tratamento clínico nos últimos 6 meses) • Monitorização na BVA: parâmetros essenciais são saturação de O2 e frequência cardíaca - gasometria só é feita na insuficiência respiratória aguda • Cateter nasal de O2 de 0,5-2 lpm → Máscara de oxigênio + nebulizador → Cateter nasal de alto fluxo (15-20L) - indicações - UTI: redução da resistência respiratória, elimina espaço morto anatômico nasofaríngeo, redução trabalho metabólico com o condicionamento do gás, melhora da condutância das vias aéreas e transporte mucociliar, fornecimento de baixos → Métodos de oxigenação - oxigenoterapia é indicada na presença de hipoxemia, em casos moderados a graves de BVA - Dispositivo atual não pode retardar a utilizaçãodo próximo • Página 4 de MD941 - Ped Se for usado, precisa de fisioterapia respiratória diária independente da fase ▪ Se paciente tem pouca chance de melhora com alto fluxo, já passa para ventilação invasiva▪ gás, melhora da condutância das vias aéreas e transporte mucociliar, fornecimento de baixos níveis de pressão positiva nas vias aéreas Ventilação não invasiva→ Intubação orotraqueal: para cada faixa etária há um dispositivo diferente - em geral, não tem cuff→ É uma doença crônica, após BVA grave, com sibilância persistente por obstrução das vias aéreas inferiores • Etiologia: adenovírus - VSR 20% dos casos• Tem apresentação inicial grave de BVA, com necessidade de ventilação pulmonar mecânica agressiva e coinfecção (pneumonia) associada • Diagnóstico padrão ouro é com biópsia pulmonar, mas pode ser feito de forma menos invasiva com TC de tórax com imagens em inspiração e expiração • TC: áreas localizadas de hiperinsuflação pulmonar, atelectasias, bronquiectasias e padrão pulmonar em mosaico e em vidro fosco • BRONQUIOLITE OBLITERANTE Considerada uma pneumopatia crônica com oxigenoterapia contínua (dependente de O2 - domiciliar), usados broncodilatadores e corticosteroides inalatórios na manutenção, fisioterapia respiratória frequente e seguimento com pneumologia pediátrica • Tem outras causas cardíacas e pulmonares• Criança menor de 3 anos com quadro de sibilância contínua há pelo menos 1 mês ou no mínimo 3 episódios recorrentes de "chiado" nos últimos meses • Diagnóstico diferencial: atopia, bronquiolite obliterante, DRGE, corpo estranho aspirado, fibrose cística, tuberculose pulmonar, malformação pulmonar, cisto broncogênico, anel vascular, deficiência de alfa1 antitripsina, tumores de mediastino e muitas outras etiologias - NEM SEMPRE tem origem pulmonar • Sibilância transitória: duração inferior a 3 meses → Sibilância não atópica: associado a quadro viral→ Asma persistente: atopia e IgE → Sibilância intermitente grave: atopia mais intensa e pneumopatas → Fenótipos • Crise aguda: beta agonista de curta duração + brometo de ipratrópio + corticoide sistêmico (5d)→ Manutenção: broncodilatador de longa duração e corticoterapia inalatória→ Tratamento • LACTENTE SIBILANTE Página 5 de MD941 - Ped
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