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Gota: Artropatia Inflamatória

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Reumatologia Medicina 
 
 
1 
 
Conceito 
• A Gota consiste em uma artro-
patia inflamatória; 
• Decorre da formação de cris-
tais de urato monossódico di-
hidratado nas regiões articula-
res. 
Epidemiologia 
• Tipo de doença articular infla-
matória mais comum; 
• Prevalência entre 1 a 5%; 
• Incidência de 2,9/1.000 do Ca-
nadá; 
• Aumento de prevalência, de-
corrente de: 
o Fatores dietéticos: ingestão 
de proteínas, alimentos ricos 
em purinas, calorias, bebi-
das adoçadas, bebidas 
alcóolicas, frutose; 
o Fármacos hiperuricemian-
tes; 
o Doença renal; 
o Síndrome metabólica; 
• Maior prevalência no sexo 
masculino; 
 
 
• Maior incidência entre 30 e 60 
anos em ♂; 
• Maior incidência entre 55 e 70 
anos (período do climatério) 
em ♀; 
Etiologia 
• A ocorrência da Gota está as-
sociada a fatores genéticos e 
ambientais; 
• A supersaturação do urato 
causa a formação dos cristais; 
• Sua solubilidade, em pH 7,4 e T 
= 37ºC, é de 7 mg/dL; 
• pH e temperaturas reduzidos 
diminuem a solubilidade do 
urato → predispõe a acometi-
mento apendicular; 
• ↑ urato sérico = ↑ produção ou 
↓ excreção renal (mais co-
mum); 
• O ácido úrico é formado pela 
dupla oxidação da purina hi-
poxantina pela enzima xantina 
oxidade; 
• Excreção do ácido úrico: 70% 
via renal + 30% via intestinal; 
• 90% do ácido úrico filtrado é 
reabsorvido no túbulo 
Gota 
Reumatologia Medicina 
 
 
2 
proximal, por transportadores, 
sobretudo o URAT1. 
Patogenia 
• Crise inflamatória → ocorre 
mediante ativação dos infla-
massomas NLRP3, via intera-
ção cristal-macrófago; 
• Inflamassomas ativam a cas-
pase 1, a qual induz a forma-
ção de IL-1 → produção de fa-
tores inflamatórios; 
• Recrutamento de monócitos, 
mastócitos e neutrófilos; 
• Congestão vascular, prolifera-
ção sinovial, infiltração neutró-
fila, proliferação fibroblástica e 
sinovial e dano tecidual; 
• Opsonização dos cristais por 
imunoglobulinas e pelo sistema 
complemento; 
Quadro clínico 
• Quadro pré-clínico: hiperurice-
mia assintomática; 
• Hiperuricemia, mesmo assinto-
mática, aumenta os riscos de 
hipertensão arterial, insuficiên-
cia renal e doenças cardiovas-
culares; 
• Gota articular = artrites agudas 
intermitentes, sobretudo nos 
pés; 
• Podagra (artrite no hálux) aco-
mete mais da metade dos pa-
cientes nos primeiros episódios; 
• Crises agudas de gota: 
o Dor intensa; 
o Eritema local; 
o Evolução rápida; 
o Hiperssensibilidade ao to-
que; 
o Boa resposta a anti-infla-
matórios; 
o Possível resolução espon-
tânea após alguns dias; 
o Sem tratamento, as crises 
tendem a recidivar → se-
quelas e deformidades, tais 
como: 
▪ Tofos: depósitos de ura-
tos, mais comuns em 
torno da articulações e 
nas bursas dos cotovelos; 
▪ Nefropatia úrica; 
Obs.: importantes diagnósticos 
diferenciais são artrite traumática 
ou infecciosa, além de artrite 
psoriásica e atrtites causadas por 
outros cristais; 
 
Reumatologia Medicina 
 
 
3 
Exames complementares 
• Durante as crises, são comuns: 
o Leucocitose; 
o ↑ VHS; 
o ↑ PCR; 
o Hiperuricemia – nem sempre 
está presente; 
• Avaliação do líquido sinovial: 
diagnóstico definitivo. Eviden-
cia: 
o Cristais em forma de agulha, 
especialmente fagocitados 
por leucócitos – típico de 
urato monossódico; 
Exames de imagem 
• Radiografia simples: 
o Pouco valor diagnóstico nas 
primeiras crises; 
o Evolução da doença: cistos 
subcondrais e lesões em 
saca-bocado; 
• Ultrassonografia: 
o Sinal do duplo contorno → li-
nha hiperecoica, na superfí-
cie da cartilagem; 
o Esse sinal é considerado es-
pecífico para depósitos de 
cristais: precisão de 95%; 
 
• Tomografia computadorizada 
de dupla energia: 
o Permite detectar depósitos 
incipientes de cristais e até 
diferenciar os cristais de 
urato dos cristais de cálcio. 
Tratamento 
• Orientar o paciente a identifi-
car os primeiros sinais e sinto-
mas → terapia precoce; 
• Repouso relativo, compressas 
de gelo; 
• Anti-inflamatórios não hormo-
nais; 
• Colchicina; 
• Corticosteroides (oral, intra-
muscular ou intra-articular); 
• As medicações acima podem 
ser usadas isoladamente ou 
combinadas; 
• Opção mais utilizada: AINE 
(dose plena) + colchicina 
(dose baixa – 0,5 a 1mg/dia); 
Obs.: sempre avaliar possíveis 
contra-indicações dos pacientes 
a esses fármacos. 
• Para prevenção de novas cri-
ses: 
Reumatologia Medicina 
 
 
4 
o Dieta hipocalórica, com 
baixo teor de purinas; 
o ↓ consumo de álcool, refri-
gerantes e bebidas energé-
ticas com alto teor de fru-
tose; 
o Evitar medicamentos hiperu-
ricemiantes; 
o Medicações uricorreduto-
ras: 
▪ quando 2 ou + crises por 
ano, se dano articular es-
tabelecido ou se pre-
sença de tofos ou história 
de urolitiase; 
▪ Iniciar após controle da 
crise aguda de gota; 
▪ Iniciar em baixas doses; 
▪ Titular doses a cada 2-4 
semanas até atingir o 
alvo-terapêutico; 
▪ Alvo terapêutico: níveis 
séricos de urato < 6 mg/dL 
(se paciente com tofos → 
< 5 mg/dL); 
▪ Alopurinol: inibidor com-
petitivo da enzima xantina 
oxidase (iXO); 
▪ Benzbromarona: bloqueia 
a reabsorção de ácido 
úrico pelo URAT1 (tam-
bém escalonar doses). 
Obs.: A prevenção de novas cri-
ses também deve englobar a ad-
ministração de colchicina du-
rante a redução dos níveis séricos 
de urato. 
 
Referencias 
• Vasconcelos JTS, Neto JFM, 
Shinjo SK, Radominski SC. Livro 
da Sociedade Brasileira de 
Reumatologia. 1ª ed. Barueri: 
Manole, 2019.

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