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SUMÁRIO 1. Sumário 2. Caso clínico - CARLA ✅ 4. O que é glicogenose? - CARLA ✅ 5. Definição da doença de von Gierke - BERNARDO ✅ 6. Epidemiologia - CARLA ✅ 7. Caracterização do paciente com a doença - JÚLIA✅ 10. Fundamentação bioquímica - VICTOR ✅ 12. Fisiopatologia - GIULIA ✅ 13. Diagnóstico - LOUISE ✅ 15. Tratamento - NANDA ✅ 18. Referências ROTEIRO Slides 2 e 3: Caso clínico - CARLA ✅ Paciente CMD, de 12 anos de idade, apresentou queixa frequente de fraqueza, sudorese e palidez que desapareciam com a alimentação. Seu desenvolvimento físico tinha sido retardado: sentou com 1 ano de idade, andou sem ajuda somente aos 2 anos e tinha desempenho pouco satisfatório na escola. O exame físico revelou pressão sanguínea de 110/88 mmHg, peso de 22,4 kg e altura de 1,28m (ambos os valores abaixo do normal para a idade). A paciente apresentava pulmões e coração normais. O fígado à palpação era muito aumentado, chegando até à pelve. O baço e os rins não são palpáveis. Resultado do exame de sangue colhido em jejum: Um fragmento de fígado foi retirado através de incisão abdominal. O conteúdo de glicogênio era de 11g/100g de fígado e o conteúdo lipídico de 20,2g/100g de fígado (os valores normais são menores que 8% e 5%, respectivamente). A estrutura do glicogênio hepático era normal. Os resultados dos ensaios enzimáticos, realizados com o material da biópsia, estão apresentados na tabela abaixo: Hipóteses diagnósticas? GLICOGENOSE! 1 - DOENÇA DE ANDERSON (TIPO IV)? 2- DOENÇA DE CORI (TIPO III)? 3- DOENÇA DE VON GIERKE (TIPO I)? Slide 4: O que é glicogenose? - CARLA ✅ O que é glicogenose? É um distúrbio hereditário, também chamado de doença do armazenamento do glicogênio. São enfermidades secundárias a um erro do metabolismo do glicogênio, do qual resulta em concentrações alteradas de glicogênio no organismo, em quantidade ou qualidade, principalmente no fígado (hepatomegalia e hipoglicemia) e nos músculos (cãibras e fraqueza), podendo também causar distúrbios renais e cardiovasculares em ambos os casos. Existem mais de 10 diferentes tipos, dependendo do defeito enzimático encontrado. Slide 5: Definição da doença de von Gierke - BERNARDO✅ Doença de Von Gierke - Consiste em um distúrbio metabólico em que há um defeito nas enzimas envolvidas no metabolismo do glicogênio; - Provocada, principalmente, pela deficiência de glicose-6-fosfatase; - Trata-se de uma enzima que catalisa a hidrólise de G-6-P - Trata -se de uma das doenças hereditárias que afetam o metabolismo do glicogênio hepático. A enzima envolvida é a glicose -6 -fosfatase, que libera glicose na corrente sanguínea, a partir da glicose -6 -fosfato proveniente tanto do glicogênio como da gliconeogênese. Com essa enzima defi ciente, o fígado deixa de participar da regulação da concentração da glicose sanguínea, passando a acumular grandes quantidades de glicogênio hepático. - Com a ausência dessa enzima a glicose-6-fosfato liberada durante a degradação do glicogênio não é convertida em glicose e, portanto, não pode ser liberada pelo fígado para a corrente sanguínea. - A glicogenose tipo I representa cerca de 25% do total das glicogenoses e é caracterizada pela deficiência da enzima glicose-6-fosfatase, responsável pela reação final do processo de glicogenólise e glicogênese. Portanto, os indivíduos com esta doença são incapazes de converter a glicose-6-fosfato em glicose livre para a circulação sanguínea, resultando no acúmulo excessivo de glicogênio no fígado e rins. Slide 6: Epidemiologia - CARLA ✅ A glicogenose tipo I é de herança genética autossômica recessiva, ou seja, tem um risco de ocorrência de de 25% a cada gestação de pais heterozigotos. Sua incidência é estimada em 1 para 1000 nascidos vivos. Slides 7, 8 e 9: Caracterização do paciente com a doença - JÚLIA ✅ A doença de Von Gierke possui dois tipos principais, o tipo Ia e o Ib. No tipo Ia o defeito vai estar na molécula da G-6-fosfatase que não vai ser capaz de produzir glicose, e é o tipo mais comum, sendo responsável por cerca de 80% de todos os casos da doença. No tipo Ib o defeito está no transportador da G-6-fosfato para dentro do retículo. GSD tipo Ia ● Caracterizada pelo acúmulo anormal de glicogênio em fígado, rins e intestino, manifestando-se principalmente com: ○ Hipoglicemia – geralmente manifestada na emergência por tremores, convulsões, cianose e apneia. A longo prazo pode gerar retardo no crescimento. ○ Acidose lática ○ Dislipidemia grave; ● Hepatomegalia não dolorosa – observada no exame físico; ● Fadiga crônica; ● Hipertrigliceridemia; ● Hiperuricemia (ácido úrico elevado). ● Como complicações tardias, podem apresentar aumento do tamanho renal (com ou sem piora da função renal) GSD tipo Ib Apresentação clínica semelhante a do tipo Ia, porém pode ser acompanhada de neutropenia com infecções recorrentes – particularmente do trato gastrointestinal - e um aumento da incidência da doença inflamatória intestinal. Slide 10: Fundamentação bioquímica - VICTOR ✅ GLICOGENÓLISE - Glicogenólise é a degradação de glicogênio realizada através da retirada sucessiva de moléculas de glicose. O fígado e o músculo são os dois principais tecidos de armazenamento de glicogênio. No músculo, a necessidade de ATP leva à conversão de glicogênio em glicose-6-fosfato (G-6-P) para entrar na glicólise. No fígado, baixas concentrações de glicose sanguínea provocam a degradação de G-6-P, a qual, neste caso, é hidrolisada a glicose e liberada na corrente sanguínea para reverter essa situação de baixa glicemia. - A degradação de glicogênio requer a ação de três enzimas: 1) A glicogênio-fosforilase (ou simplesmente fosforilase) catalisa a fosforólise do glicogênio (clivagem da ligação pela substituição por um grupo fosfato) para produzir glicose-1-fosfato (G-1-P). Glicogênio + Pi ---- glicogênio + G1P (n resíduos) (n-1 resíduos) 2) A enzima desramificadora de glicogênio remove as ramificações do glicogênio, permitindo, assim, que a reação de fosforólise do glicogênio seja completa. Ela também hidrolisa unidades glicosídicas com ligações α1,6, produzindo glicose. Consequentemente, 92% dos resíduos de glicose do glicogênio são convertidos em G-1-P. Os restantes 8%, aqueles nos pontos de ramificação, são convertidos em glicose. 3) A fosfoglicomutase converte G-1-P em G-6-P, é formada na primeira etapa da glicólise pela ação tanto da hexocinase como da glicocinase. A G-6-P pode continuar pela via glicolítica (como ocorre no músculo) ou ser hidrolisada a glicose (como ocorre no fígado). GLICOGÊNESE Slide 12: Fisiopatologia - GIULIA ✅ A patologia principal é relacionada a interrupção do fornecimento de glicose para o sangue através do fígado, ou seja, o organismo fica totalmente dependente da alimentação do indivíduo para receber a glicose que vai fornecer energia para o corpo. Uma vez que o estoque de glicose advindo da alimentação acaba, ou seja, a fase pós-prandial, vai se instalar um quadro de hipoglicemia no indivíduo, que vai induzir a síntese de glucagon, adrenalina e cortisona, que vão então estimular a glicogênese. Esse estímulo é inútil porque a glicose-6-fosfato não consegue ser sintetizada em glicose por causa dos problemas já citados, defeito na G6-fosfatase ou nos seus transportadores. Esses hormônios agem também na liberação de ácidos graxos, que, por falta de glicose, vão se transformar na fonte primária de energia para os tecidos. A oxidação dos ácidos graxos faz com que se acumulem corpos cetônicos no fígado. Os corpos cetônicos são bons nutrientes para muitos tecidos, porém, seu acúmulo vai induzir uma acidose metabólica. Por causa do acúmulo de glicose-6-fosfato, muitas vias metabólicas vão ser acionadas: ● A primeira é a glicogênese (síntese do glicogênio hepático) ○ A quantidade de glicose-6-fosfato faz com que haja um estímulo para produção de glicose, que acaba por não acontecer, como foi dito anteriormente, por causa do defeito na G-6-fosfatase ou em seus transportadores ● A segunda é a via glicolítica(leva a produção de grandes quantidades de piruvato, que aumenta a quantidade de ácido lático produzindo baixa do pH sanguíneo, que caracteriza uma acidose metabólica - que já estava acontecendo por causa dos corpos cetônicos no fígado, tornando esse um dos sintomas mais sérios) ○ A presença de glicose-6-fosfato em excesso no fígado dispara a glicólise, com o excesso de piruvato produzido o tecido não pode ser suprido de oxigênio suficiente para suportar toda a oxidação desse nutriente e isso gera um aumento na produção de lactato. Ocorre então um aumento de piruvato e lactato no sangue. ○ Em situações normais o lactato é convertido no fígado em glicose por um ciclo de reações chamado de ciclo de Cori, realizando o processo de gliconeogênese, porém isso não ocorre na glicogenose tipo Ia ● Outra via afetada é o shunt das pentoses, que vai levar a um acúmulo nos níveis de ribose-5-fosfato e 5-fosforribosil pirofosfato, que é um substrato da via da biossíntese das purinas. Se há um aumento desse substrato, a síntese de bases púricas vai acontecer novamente e como consequência, vai haver um acúmulo de ácido úrico (produto da degradação das purinas) que vai causar a gota ○ Além disso, a degradação do ATP se acelera em resposta à hipoglicemia e ao aumento dos níveis de glucagon e sua ressíntese requer glicose. Com a baixa disponibilidade de glicose livre para a distribuição aos tecidos, ocorre acúmulo de ADP que é convertido a ácido úrico Isso aqui não tá na minha parte especificamente, mas acho que é uma boa colocar já que citou a gota nessa última parte, já que é uma introdução pros sintomas, mas depende do que foi dito nos outros slides: A gota, os cálculos renais e a nefropatia são as consequências da hiperuricemia, a doença renal crônica de etiologia desconhecida também é uma complicação comum da glicogenose tipo Ia incluindo fibrose intersticial, atrofia tubular, focal e segmentar e glomeruloesclerose Slides 13 e 14: Diagnóstico - LOUISE ✅ O critério de inclusão foi um diagnóstico de GSDI estabelecido utilizando pelo menos dois dos seguintes métodos (o diagnóstico foi confirmado em todos pacientes de forma independente pelos autores): a) Diagnóstico Clínico: definido por mais de 12 meses de cuidados especializados (acompanhado por um hepatologista ou médico geneticista) e manifestações clínicas compatíveis com GSDI (hipoglicemia com hiperlactatemia, hipertrigliceridemia, hiperuricemia, hepatomegalia e/ou déficit de crescimento e baixa estatura e níveis normais de creatinofosfoquinase [CPK]) no momento do diagnóstico ou da inclusão no estudo; b) Histórico Familiar Positivo: compatível com herança autossômica recessiva, desde que a GSDI tenha sido confirmada por método enzimáticos ou análise de DNA no(s) parente(s) afetado(s); c) Diagnóstico Histopatológico: definido como presença de alterações histológicas no tecido hepático compatíveis com GSD, como núcleos hiperglicogenados, fibrose discreta e alterações de gordura com vacúolos lipídicos; d) Diagnóstico Enzimático: definido por atividade negligenciável (< 10%) da glicose-6-fosfatase em amostras de tecido hepático frescas ou congeladas; e) Diagnóstico Molecular: definido pela presença de mutações patogênicas no gene G6PC (para pacientes com GSD Ia) ou no gene SLC37A3 (para os com GSD Ib), detectadas por métodos moleculares. OBS: essa distinção entre GSD Ia e GSD Ib foi principalmente com base em achados clínicos (ausência ou presença de neutropenia, respectivamente), pois os diagnósticos moleculares não estavam disponíveis para a maioria dos pacientes. O diagnóstico da GSDI tem sido tardio no Brasil, tanto por falta de acesso a métodos de diagnóstico quanto por má conscientização da condição por prestadores de serviços de saúde, dificultando, assim, um rápido acesso a tratamento e aconselhamento genético. Assim, o cenário brasileiro agrava ainda mais o diagnóstico da doença de von Gierke. Slides 15, 16 e 17: Tratamento - NANDA ✅ INTRODUÇÃO ● Atualmente o tratamento é feito principalmente através da dietoterapia. ● Os objetivos são manter a homeostase da glicose para prevenir as reações hipoglicêmicas e fornecer proteínas e calorias suficientes para o balanço positivo de nitrogênio e para o crescimento normal evitando déficit de crescimento e as demais alterações metabólicas. ● Há duas abordagens dietoterápicas tradicionais: a primeira consiste em refeições frequentes, preferencialmente que contenham carboidratos de liberação lenta, como amido de milho cru, em intervalos regulares e com restrição quanto à ingestão de frutose, sacarose e lactose. E a segunda consiste na infusão contínua de glicose por meio de uma sonda nasogástrica ou de gastrostomia, principalmente no período noturno. EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO ● A eficácia do tratamento é medida pelo monitoramento dos parâmetros de crescimento e bioquímicos, bem como pelo ultrassom abdominal para avaliar o volume do fígado e a presença de nódulos. ● O tratamento proposto atualmente apresenta significativa melhora do quadro clínico, sendo refletido na melhora do prognóstico, com expectativa de vida ultrapassando a terceira década. ● Devido à relativa raridade da doença não existem dados sobre a porcentagem de sobrevida de acordo com as diferentes faixas etárias.
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