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DIABETES Prof. Marcos Macedo • Consiste em um distúrbio metabólico • Caracterizado por hiperglicemia persistente • Decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos, ocasionando complicações em longo prazo. DIABETES MELITO Diretrizes SBD (2017-2018) • A classificação atual do DM baseia-se na etiologia, e não no tipo de tratamento. • Portanto os termos DM insulino dependente e DM não- insulino independente devem ser eliminados dessa categoria classificatória. CLASSIFICAÇÃO Diretrizes SBD (2017-2018) OMS/ADA/SBD 4 classes clínicas: • DM tipo 1 (DM1); • DM tipo 2 (DM2); • DM gestacional; • Outros tipos específicos de DM. CLASSIFICAÇÃO ATUAL Diretrizes SBD (2017-2018) • Epidemiologia: 5 a 10% dos casos. • Geralmente antes dos 30 anos. • Fisiopatologia: declínio progressivo e falência da produção ou secreção da insulina no pâncreas → resultado da destruição das células betapancreáticas (+ rápida em crianças) → Insuficiência absoluta de insulina. • Autoimune, poligênica (herança genética que envolve a participação de 2 ou mais pares de genes). • Subdivide-se em DM tipo 1A e DM tipo 1B. DM 1 • Forma mais frequente de DM1, confirmada pela positividade de 1 ou + autoanticorpos. • Envolve predisposição genética e fatores ambientais que desencadeiam a resposta autoimune. • Exposições ambientais: infecções virais, componentes dietéticos e certas composições da microbiota intestinal • Fisiopatologia: deficiência de insulina por destruição autoimune das células β comprovada por exames laboratoriais. DM TIPO 1A DM TIPO 1A • A denominação 1B, ou idiopático, é atribuída aos casos de DM1 nos quais os autoanticorpos não são detectáveis na circulação. • O diagnóstico apresenta limitações e pode ser confundido com outras formas de DM diante da negatividade dos autoanticorpos circulantes, de modo concomitante com a necessidade precoce de insulinoterapia plena. • Fisiopatologia: deficiência de insulina de natureza idiopática. DM TIPO 1B • Epidemiologia: 90 a 95% dos casos. • Geralmente em adulto obesos após 40 anos. • Possui etiologia complexa e multifatorial, envolvendo componentes genético e ambiental. • Fisiopatologia: por um ou mais fatores: produção comprometida de insulina ou produção inadequada de glicose hepática ou insensibilidade de receptor insulina periférica → Defeito na ação ou secreção da insulina. • Maioria tem sobrepeso/obesidade. DM 2 DM 2 • Epidemiologia: 1 a 14% dos casos. • Qualquer intolerância à glicose, de magnitude variável, com início ou diagnóstico durante a gestação. • Fisiopatologia: similar ao DM2, o DM gestacional associa-se tanto à resistência à insulina quanto à diminuição da função das células beta. • Na maioria dos casos, há reversão para a tolerância normal após a gravidez, porém há 10% a 63% de risco de desenvolver DM2 dentro de 5 a 16 anos após o parto. DM GESTACIONAL DM GESTACIONAL • Defeitos genéticos na função das células beta; • Defeitos genéticos na ação da insulina; • Doenças do pâncreas exócrino e outras condições. OUTROS TIPOS DM 1 • Hereditariedade • Imunomediada (infecção viral, substâncias tóxicas, etc.) • Idiopática DM 2 • Fatores genéticos • Fatores de risco (sedentarismo, idade avançada, obesidade) • Fatores ambientais • Estresse • Dieta ETIOLOGIA ETIOLOGIA • Hiperglicemia • Polidipisia Sede excessiva • Poliúria Excesso de urina (>2,5L por dia) • Polifagia Hiperfagia ingestão excessiva de alimentos • Perda de peso (10 a 30%, sendo que as pessoas com DM 1 quase não apresentam gordura corpórea ao diagnóstico) SINTOMAS • Anorexia • Cefaléia, fadiga, letargia Encefalopatia diabética • Alterações oftalmológicas Glaucoma, catarata e retinopatia diabética (bolsas de inflamação) • Alterações vasculares Neuropatia diabética (danos aos nervos) Formigamento, dor • Alterações renais Doença renal terminal (aumento da filtração em função do excesso de glicosemacroalbuminuria) SINTOMAS Deficiência de Insulina Hiperglicemia Diurese osmótica Poliúria Sede Polidipsia Entrada de glicose na célula fome Polifagia Neoglicogênese (aa, lipídios) Lipólise e proteólise = “Emagrecimento” DM 1 – QUADRO CLÍNICO Glicose em jejum • Achado mínimo de duas avaliações de glicose basal acima 126 mg/dL e são consideradas diagnóstico do diabetes melito • Valores de referências para Adultos: Normal < 100 mg/dL DIABETES ≥ 126 mg/dL DIAGNÓSTICO Pré-diabetes ou risco aumentado para DM ≥ 100 e < 126mg/dL Glicose 2 horas após sobrecarga com 75 g de glicose (mg/dL) - TOTG • Exame realizado 2 horas após 75g de dextrosol (GLPD) ou 2 horas após alimentação habitual • Valores de referências Adultos: < 140 mg/dL: Normal ≥ 140 e < 200 mg/dL: Pré-diabetes ou risco aumentado para DM > 200 mg/dL: DIABETES DIAGNÓSTICO Glicose ao acaso ≥ 200 mg/dL + Sintomas inequívocos de hiperglicemia = DIABETES DIAGNÓSTICO Hemoglobina Glicada - HbA1c (%) • Concentrações médias de glicose (2 a 3 meses) Monitoramento a longo prazo do diabético • Valores de referências de Adultos: < 5,7%: Normal ≥ 5,7 e < 6,5%: Pré-diabetes ou risco aumentado para DM ≥ 6,5%: DIABETES MONITORAMENTO • Frutosamina Glicação da albumina indica o controle glicêmico das ultimas 2 semanas. • Meia vida curta (2 a 3 semanas) boa para monitoramento a curto prazo do diabético. • Valores de referências: Adultos: 1,8 a 2,8 mmol/L. MONITORAMENTO DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO MEDICAÇÃO EXERCÍCIO FÍSICO Educação Equilíbrio emocional Motivação pessoal Controle domiciliar da glicemia Disciplina e força de vontade Apoio social e familiar DIETA TRATAMENTO VET DIABETES CARE, 2004. Fórmula de Bolso – kcal/kg Adulto inativo ou obeso 20 kcal/kg Adulto maior de 55 anos 20 kcal/kg Mulher ativa ou homem sedentário 28 kcal/kg Mulher muito ativa ou homem ativo 30 kcal/kg Baixo peso em ambos sexos ou homem 40 kcal/kg Muito ativo • Plano alimentar baseado na ingestão habitual; • Integrar terapia insulínica com alimentação usual e exercício físico; • Monitorar os níveis de glicemia para ajuste da dose de insulina à quantidade de alimentos ingerida. TERAPIA NUTRICIONAL – DM1 Atingir e manter valores normais a glicemia, os lipídios séricos e a pressão arterial; Dietas hipocalóricas manutenção peso; Restrição de 250 a 500Kcal; Plano alimentar com redução de gordura; Aumento da atividade física; peso – melhora dislipidemia e HA. TERAPIA NUTRICIONAL NO DM 2 Analisar o padrão alimentar habitual: R24h, registro alimentar, questionário semi-quantitivo de consumo de alimentos. Adaptar as recomendações específicas às preferências e hábitos alimentares e condições socioeconômicas do paciente. Reajustar a dieta proposta às necessidades individuais considerando aceitação, velocidade de perda de peso, níveis glicêmicos, de colesterol, de triglicérides, de PA. COMO PLANEJAR E ORIENTAR A DIETA? Manter a glicemia próxima aos valores normais < 100 mg/dL; Atingir níveis lipídicos séricos ótimos (TG: 150 mg/dL, LDL-C: 100 mg/dL; HDL-C > 40); Estabelecer dietas com VET adequado para manter ou atingir o peso próximo ao ideal; Prevenir a hipoglicemia; Prevenir e tratar as complicações crônicas; Fornecer condições ótimas de saúde e nutrição. OBJETIVOS VET Considerar peso desejado e atividade física CHO PTN LIP 55 – 60% VET 10 – 15% VET 20 – 30% VET de acordo com as NE, hábitos alimentares, controle glicídico e lipídico 10-15% simples < 10% saturadas 10% poliinsaturadas SBD, 2008 0,8 a 1,0g/kg/peso, dependendo da função renal FRACIONAMENTO Colesterol < 200 mg/dia; Fibra: 20 a 35g/dia; Na < 2400 mg/dia; Vitaminas e minerais: de acordo com a RDA; Edulcorantes: podem ser usados, mas o consumo não é incentivado; Álcool: apenas se DM compensado, em quantidades moderadas. Não omitirrefeições devido à possibilidade de hipoglicemia induzida pelo álcool. PLANEJAMENTO DIETÉTICO ADA, 2008 • Diabetes controlado: 1 a 2x/semana - 2 doses para homens - 1 dose para mulheres 1 dose: uma lata de cerveja, dois cálices de vinho, 40ml de bebida destilada Sempre consumir acompanhado de alimentos EM USO DE INSULINA: não consumir em jejum ÁLCOOL “Light” é por definição um alimento que contenha uma redução mínima de 25 % de determinado nutriente. Nem todo produto “light” tem exclusão total de açúcar orientação para leitura criteriosa e cautelosa dos rótulos dos produtos deve fazer parte da orientação do paciente diabético. “Diet” podem ter valor calórico elevado, por seu teor ↑ de gordura ou de outros componentes, devendo também ser consumidos com moderação pelo paciente diabético. DIET OU LIGHT? • Evitar açúcar simples • Amido – 100% metabolizado em glicose (IG alto) FIBRAS Atuam no estômago, formando “Gel” saciedade Retardam a absorção dos CHO no intestino Impedem o pico glicêmico pós-prandial São fermentadas no cólon e produzem AGCC (solúveis) Recomendação: 20 a 35g/dia (ADA, 2008) CARBOIDRATOS CONTAGEM DE CARBOIDRATOS • Utilizada desde 1935 na Europa. • A partir do relatório da American Diabetes Association, em 1994, passou a ser recomendada como mais uma ferramenta nutricional. • No Brasil começou a ser utilizada de forma isolada em 1997 e, hoje, vários grupos têm utilizado. CONTAGEM DE CARBOIDRATOS CONTAGEM DE CARBOIDRATOS Pode ser utilizada ◦ diabéticos tipo 1 método adequado ◦ diabéticos tipo 2 a cada paciente Objetivo: Otimizar o controle glicêmico em função das menores variações das glicemias pós-prandiais, através de noções básicas sobre os alimentos e a sua relação com os níveis de glicemia no sangue. CONTAGEM DE CARBOIDRATOS CONTAGEM DE CARBOIDRATOS • Cada porção de alimento escolhido pelo paciente corresponde a 15g de carboidratos. • A lista de equivalentes, trocas, substitutos ou escolhas classifica em categorias e porções baseadas em gramas de carboidratos, proteínas e gordura. CONTAGEM DE CARBOIDRATOS • Somar os gramas de carboidratos de cada alimento por refeição, obtendo-se informações em tabelas e rótulos dos alimentos. • Pode-se, de acordo com a preferência do paciente e com os carboidratos predefinidos por refeição, utilizar qualquer alimento. CONTAGEM DE CARBOIDRATOS • É possível utilizar o manual para avaliar gramas de carboidratos de uma refeição. CONTAGEM DE CARBOIDRATOS CONTAGEM DE CARBOIDRATOS CONTAGEM DE CARBOIDRATOS CONTAGEM DE CARBOIDRATOS Terapia convencional VCT de 2.500kcal; consideram-se 60% de CHO 375g de CHO a serem distribuídos durante o dia. CONTAGEM DE CARBOIDRATOS Normalmente 1 unidade de insulina cobre 15 g de carboidrato. Exemplo: Dieta 2000 kcal (50 – 60% de HC) 1 unidade 15 g x 375g x = 25 unidades de insulina CONTAGEM DE CHO
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