Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
● Os anestésicos locais são substâncias químicas que bloqueiam os potenciais de ação que transmitem os estímulos dolorosos temporariamente e, por isso, são tão essenciais durante a abordagem cirúrgica. ● Efeitos Colaterais dos ALs: depressão do SNC; diminuição da excitabilidade elétrica do miocárdio, da velocidade de condução e da força de contração; vasodilatação periférica; em níveis normais – ação relaxante sobre o músculo liso brônquico, superdosagem – parada respiratória. ● Tipos: o Ésteres do ácido benzoico: butacaína, cocaína, benzocaína, hexilcaína, piperocaína, tetracaína. o Ésteres do ácido paraminobenzoico: cloroprocaína, procaína, propoxicaína. o Amidas: articaína, bupivacaína, dibucaína, etidocaína, lidocaína, mepivacaína, prilocaína, ropivacaína. ● Os do tipo éster deixaram de ser utilizados na odontologia por produzirem um metabólito com alto potencial alergênico, o ácido paraminobenzoico. ● Os ALs mais utilizados na odontologia são: lidocaína, prilocaína, articaína, mepivacaína, bupivacaína e benzocaína (de forma tópica). ANESTÉSICO CARACTERÍSTICAS SOLUÇÃO ANESTÉSICA TEMPO DE AÇÃO NA POLPA TEMPO DE AÇÃO NOS TECIDOS MOLES Benzocaína Utilizada em anestésicos tópicos - - - Lidocaína AL mais seguro Lidocaína 2% 5-10 minutos 40-120 minutos Lidocaína 2% + epinefrina 1:50.000 ou 1:100.000 60-90 minutos 170-300 minutos Mepivacaína Sem vasoconstritor, tem menor vasodilatação que a lidocaína Mepivacaína 3% 20-40 minutos 90-180 minutos Mepivacaína 2% + levonordefrina 1:20.000 60-90 minutos 130-300 minutos Mepivacaína 2% + epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 45-60 minutos 120-400 minutos Prilocaína Casos onde vasoconstritores adrenérgicos são contraindicados Prilocaína 10-60 minutos 90-240 minutos Prilocaína 4% + epinefrina 1:200.000 30-90 minutos 140-480 minutos Prilocaína 3% + felipressina 0,03UI 60-90 minutos 180-300 minutos Articaína Alternativa ao uso da lidocaína e mepivacaína Articaína 4% + epinefrina 1:100.000 60-75 minutos 170- 360 minutos Articaína 4% + epinefrina 1:200.000 45-60 minutos 120-300 minutos Bupivacaína AL com maior tempo de duração Bupivacaína 0,5% + epinefrina 1:200.000 90-180 minutos 240-600 minutos ● Todos os anestésicos locais injetáveis clinicamente eficazes são vasodilatadores, ou seja, dilatam os vasos sanguíneos e aumentam o fluxo sanguíneo na área. Por isso, são adicionadas substâncias vasoconstritoras aos tubetes anestésicos. ● Os vasoconstritores controlam o fluxo sanguíneo, favorecendo a hemostasia transoperatória; a absorção do anestésico torna-se mais lenta; aumento no tempo de ação da anestesia local; diminuição da toxicidade, pois não há superdosagem. ● CONTRAINDICAÇÕES DO USO DE ANESTÉSICOS LOCAIS ● Alergia ao anestésico local; ● Colinesterase plasmática atípica: as enzimas responsáveis pela metabolização dos ésteres estão afetadas, por isso, utilizar apenas ALs do tipo amida; ● Metahemoglobinemia idiopática ou congênita: não utilizar prilocaína; ● Disfunção hepática significativa (ASA – 3): utilizar a menor quantidade possível de anestésico; ● Disfunção renal significativa (ASA – 3): utilizar a menor quantidade possível de anestésico; ● Gravidez: não utilizar prilocaína ou articaína, a lidocaína é mais indicada. ● INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS ● Antagonistas β-adrenérgicos não seletivos: o Exemplo: Propanolol; o O metabolismo hepático dos anestésicos locais do tipo amida pode ser diminuído. ● Antiarrítmicos: o Exemplo: Mexiletina e tocainida; o Depressão aditiva do SNC e SCV; o Deve-se usar a menor quantidade de anestésico possível e monitorar o paciente constantemente. ● Barbitúricos: o Exemplo: Fenobarbital (gardenal); o Possível depressão do SNC e depressão respiratória; o Podem elevar a velocidade de metabolismo do AL. o Deve-se usar a menor quantidade de anestésico possível e monitorar o paciente constantemente. ● Benzodiazepínicos: o Exemplo: Midazolam, diazepam, alprazolam, lorazepam e oxazepan; o Diminui a neurotoxicidade, mas eleva o efeito cardiodepressor dos ALs; o Possível depressão do SNC e depressão respiratória; o Deve-se usar a menor quantidade de anestésico possível e monitorar o paciente constantemente. ● Bloqueadores neuromusculares: o Exemplo: Succinilcolina; o Aumenta a ação dos bloqueadores; o Deve-se usar a menor quantidade de anestésico possível e monitorar o paciente constantemente. ● Depressores do SNC: o Exemplo: álcool, antidepressivos, anti-histamínicos, antipsicóticos, anti-hipertensivos de ação central, relaxantes musculares, outros ALs, substâncias ansiolíticas, fenotiazinas. o Possível depressão aditiva do SNC e depressão respiratória; o Deve-se usar a menor quantidade de anestésico possível e monitorar o paciente constantemente. ● Inibidores da enzima conversora de angiotensina: o Exemplo: Captopril e enalapril; o Aumenta o risco de bradicardia e hipotensão; o Deve-se usar a menor quantidade de anestésico possível e monitorar o paciente constantemente. ● Opioides: o Exemplo: Codeína e morfina; o Aumenta o risco de desenvolvimento de superdosagem de ALs, principalmente em crianças; o Possível depressão aditiva do SNC e depressão respiratória; o Deve-se usar a menor quantidade de anestésico possível e monitorar o paciente constantemente. ● Sulfonamidas: o Exemplo: Sulfanilamida, sulfadiazina, sulfadimidina, sulfassalazinauso, sulfametoxazol, sulfacetamida. o ALs do tipo éster não devem ser administrados em pacientes em uso de sulfonamidas. ● CONTRAINDICAÇÕES DO USO DE VASOCONSTRITORES ● Absolutas: o Doenças cardiovasculares: angina instável, infarto do miocárdio recente (menos de 6 meses), cirurgia de revascularização miocárdica recente, AVC recente, arritmias refratárias, hipertensão arterial sistêmica grave não tratada ou não controlada (sistólica ↑180mmHg e diastólica ↑110mmHg), insuficiência cardíaca congestiva intratável ou não controlada. o Hipertireoidismo não controlado: a adrenalina também é contraindicada. o Diabetes melito não controlada; o Feocromocitoma: tumor raro que acomete glândulas e aumenta os níveis de adrenalina e noradrenalina no sangue. o Hipersensibilidade a sulfitos. ● Relativas: o Doença cardiovascular significativa (ASA III-IV): não utilizar altas concentrações de vasoconstritores; o Diabetes: a adrenalina deve ser evitada mesmo em pacientes compensados. É recomendável usar prilocaína com felipressina ou mepivacaína sem vasoconstritor; o Gravidez: deve ser evitada a felipressina (aumenta contrações uterinas), noradrenalina (risco de diminuição da irrigação placentária) e altas doses de adrenalina. ● INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DOS VASOCONSTRITORES ● Antagonistas adrenérgicos não seletivos: o Exemplo: Propanolol, nadolol, timolol, pindolol, alprenolol, labetalol, oxprenolol, sotalol. o Podem elevar a PA, acompanhada por bradicardia reflexa; o Administrar dose mínima inicial de epinefrina (1 tubete com solução de 1:200.000); monitorar o paciente por 5 minutos (PA, frequência e ritmo cardíaco); administrar dose adicional cuidadosa, se necessário. ● Antidepressivos tricíclicos: o Exemplo: Amitriptilina, nortriptilina, clomipramina, imipramina, dozepina, amoxapina, desipramina, troptilina. o Podem potencializar os efeitos cardiovasculares. ● Antipsicóticos ou outros bloqueadores: o Exemplo: Haloperidol e tioridazina; fenoxibenzamina e prazosin. o Altas doses de vasoconstritores podem causar hipotensão significativa. ● Bloqueadores neuronais adrenérgicos: o Exemplo: Prometazina e fenergam. o Efeitos colaterais no SCV e hipotensão postural. ● Cocaína o Não se deve administrar em pacientes que usaram cocaína no dia da consulta; o Os procedimentos odontológicos eletivos devem ser adiados pelo menos 24hs após exposição à droga. ● Compostos fenotiazínicos: o Exemplo: Clorpromazina, fluefenazina e levomepromazina; o Injeções intravasculares podem causar hipotensão. ● Estimulantes do SNC: o Exemplo: Anfetamina, metilfenidato; o Podem ocorrer efeitos estimulantes;o Utilizar a menor dose possível. ● Derivados do Ergot: o Exemplo: Di-hidroergotamina e metisergida; o Podem ocorrer efeitos estimulantes; o Utilizar a menor dose possível. ● Glicosídeos digitálicos: o Exemplo: Digoxina e digitoxina; o Risco de arritmias cardíacas; o Consultar médico do paciente. ● Hormônio Tireoidiano: o Exemplo: Tiroxina; o Doses altas podem acarretar risco de toxicidade cardíaca. ● Inibidores da Monoaminoxidase: o Exemplo: Fluoxetina, clorgilina, isocarboxazida, moclobemida, pargilina, fenelzina, selegilina, tranilcipromina, brofaromina, iproniazida e isoniazida. o Podem potencializar a ação dos vasoconstritores; o Podem causar crise hipertensiva, quando associados à fenilefrina. ● ESCOLHA DO ANESTÉSICO LOCAL: ● Devem ser considerados: duração da analgesia; necessidade de analgesia pós-operatória; possibilidade de automutilação pós-operatória; necessidade de hemostasia; contraindicação de alguma droga; condição clínica do paciente. ● Paciente Hígido (procedimentos cirúrgicos e clínicos): lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000; mepivacaína 2% com adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000; articaína 4% com adrenalina 1:200.000. ● Paciente com contraindicação relativa ou uso de medicação que necessite de dose controlada de vasoconstritor: o Procedimentos clínicos: prilocaína 3% com felipressina 0,03UI; mepivacaína 3%. o Procedimentos cirúrgicos: lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000; mepivacaína com adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000. ● CÁLCULO DO ANESTÉSICO LOCAL 1. Calcular a dose máxima de AL (mg/kg) para o paciente; 2. Quantidade máxima de tubetes de AL (tabela); 3. Quantidade máxima de tubetes de vasoconstritor. DOSES MÁXIMAS DE ANESTÉSICOS LOCAIS SOLUÇÃO ANESTÉSICA DOSE MÁXIMA EM MG/KG DOSE MÁXIMA TOTAL (MG) Lidocaína com epinefrina 6,6-7,0 500 Lidocaína sem vasoconstritor 4,5 300 Mepivacaína com vasoconstritor 6,6 400 Mepivacaína sem vasoconstritor 6,6 400 Prilocaína com vasoconstritor 6,0-8,0 400-600 Prilocaína sem vasoconstritor 6,0-8,0 400-600 Articaína com vasoconstritor 7,0 500 Articaína sem vasoconstritor 7,0 500 Bupivacaína com vasoconstritor 1,3-3,0 90-225 Bupivacaína sem vasoconstritor 3,0 175-200 DOSES MÁXIMAS PARA ANESTÉSICOS LOCAIS SOLUÇÃO ANESTÉSICA QTD. DE MG/TUBETE QTD. MÁXIMA DE TUBETES Lidocaína 2% 36mg 8 tubetes (sem vasoconstritor) 13 tubetes (com vasoconstritor) Mepivacaína 2% 36mg 11 tubetes (com vasoconstritor) Mepivacaína 3% 54mg 7 tubetes (sem vasoconstritor) Prilocaína 3% 54mg 7 tubetes (com vasoconstritor) Articaína 4% 72mg 7 tubetes (com vasoconstritor) Bupivacaína 0,5% 9mg 10 tubetes (com vasconstritor) DOSES MÁXIMAS PARA VASOCONSTRITORES VASOCONSTRITOR DOSE MÁXIMA EM MG/KG DOSE MÁXIMA TOTAL (MG) DOSE MÁXIMA TOTAL PARA CARDIOPATAS (MG) Adrenalina 1:50.000 3,0µg/kg 0,2 0,04 Adrenalina 1:100.000 3,0µg/kg 0,2 0,04 Adrenalina 1:200.000 3,0µg/kg 0,2 0,04 Noradrenalina 1:50.000 - 0,34 0,14 Noradrenalina 1:100.000 - 0,34 0,14 Levonordefrina 1:20.000 3,0µg/kg 1 0,2 Fenilefrina 1:2.500 - 4 1,6 Felipressina 0,03UI/ml - - 0,27UI VALORES EM TUBETES VASOCONSTRITOR QTD. DE MG/TUBETE QTD. MÁXIMA DE TUBETES QTD. MÁXIMA DE TUBETES PARA CARDIOPATAS Adrenalina 1:50.000 0,036 5,5 tubetes 1,1 tubetes Adrenalina 1:100.000 0,018 11,1 tubetes 2,2 tubetes Adrenalina 1:200.000 0,009 22,2 tubetes 4,4 tubetes Noradrenalina 1:50.000 0,036 9,4 tubetes 3,8 tubetes Noradrenalina 1:100.000 0,018 18,8 tubetes 7,7 tubetes Levonordefrina 1:20.000 0,09 11,1 tubetes 2,2 tubetes Fenilefrina 1:2.500 0,72 5,5 tubetes 2,2 tubetes Felipressina 0,03UI/ml 0,054 - 5 tubetes
Compartilhar