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Bloqueadores Neuromusculares


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Mariana Marques – T29 
INTRODUÇÃO 
• Atuam no sistema nervoso periférico, nos nervos 
eferentes (sistema somático), atuando na placa motora 
(junção neuromuscular) 
• Conceito: a junção neuromuscular é a junção entre a 
parte terminal de um axónio motor com uma placa 
motora, que é a região da membrana plasmática de uma 
fibra muscular (o sarcolema) onde se dá o encontro entre 
o nervo e o músculo permitindo a contração muscular 
• A junção neuromuscular é composta por três 
componentes principais, sendo eles: 
▪ Terminal axonal pré-sináptico (vesículas de 
neurotransmissores e mitocôndrias) 
▪ Fenda sináptica (entre o neurônio e o músculo) 
▪ Membrana pós-sináptica da fibra muscular (placa 
motora terminal) 
• Relaciona-se com funções realizadas conscientemente, 
tais como a locomoção e postura 
 
RECEPTORES COLINÉRGICOS (PARASSIMPÁTICO 
E JUNÇÃO NEUROMUSCULAR) 
• São estruturas que atuam como alvo do tipo canal iônico 
• Formados por 5 subunidades que compõe o canal iônico: 
▪ α (alfa), β (beta), γ (gama), δ (delta) e ε (epsolon) 
▪ Receptores nicotínicos musculares: localizados na 
junção neuromuscular esquelética (contração) 
▪ Receptores nicotínicos ganglionares: responsáveis 
pela transmissão nos gânglios simpáticos e 
parassimpáticos 
▪ receptores nicotínicos dos SNC: espalhados por 
todo o cérebro 
INTERAÇÃO ENTRE ACETILCOLINA E 
RECEPTOR NICOTÍNICO 
• Os receptores nicotínicos são canais iónicos na 
membrana plasmática de algumas células, cuja abertura 
é disparada pelo neurotransmissor acetilcolina, fazendo 
parte do sistema colinérgico 
• Acetilcolina: neurotransmissor produzido tanto pelo 
sistema simpático quanto pelo parassimpático, mas 
possui uma presença muito mais forte na modulação 
parassimpática 
• A acetilcolina se liga à duas porções do receptor e, 
quando isso acontece, o canal se abre, despolarizando a 
célula muscular 
 
FÁRMACOS QUE AFETAM A JUNÇÃO 
NEUROMUSCULAR 
• Bloqueadores neuromusculares: são classificados em 
duas classes: despolarizantes e competitivos/não 
despolarizantes 
▪ Ação pós-juncional (receptores nicotínicos 
musculares – junção neuromuscular): 
→ Bloqueadores não despolarizantes (antagonistas 
competitivos): bloqueia a acetilcolina de se ligar 
→ Bloqueadores despolarizantes (agonistas) 
▪ Ação pré-juncional (Terminação nervosa): 
→ Hemicolíneo 
→ Vesamicol 
→ Toxina botulínica 
Observação: quando houver muito bloqueador 
neuromuscular agindo, é necessário introduzir um 
anticolinesterásico, para tentar controlar a quantidade de 
acetilcolina que ficará acumulada. 
Mecanismos de ação: 
• Bloqueadores não despolarizantes: os antagonistas 
competitivos se ligam no receptor nicotínico de 
acetilcolina no músculo esquelético e bloqueiam 
competitivamente sua ligação (exemplos: D-tubocurarina 
(curare), pancurônio, rocurônio, vecurônio, atracurio) 
Bloqueadores Neuromusculares 
---- 
Mariana Marques – T29 
• Bloqueadores despolarizantes: os despolarizantes 
(suxametônio), despolarizam a membrana abrindo os 
canais de modo similar à acetilcolina, persistindo por 
mais tempo na junção neuromuscular, por sua 
resistência à acetilcolinesterase, torando a 
despolarização prolongada, resultando em um período 
de excitação repetitiva que pode provocar excitação 
muscular transitória e repetitiva, seguida de bloqueio da 
transmissão neuromuscular e paralisia flácida (após uma 
abertura inicial, os canais de sódio se fecham e só abrem 
novamente após uma repolarização) 
 
• Exemplos de bloqueadores neuromusculares: 
▪ Anestésicos: bloqueia canais de sódio 
▪ Tetrodotoxinas (formada por bactérias do baiacu): 
bloqueia canais de sódio 
▪ Batracotoxina (pererecas): retarda a inativação dos 
canais de sódio 
▪ Hemicolíneo: inibe na liberação de acetilcolina na 
fenda sináptica 
▪ Toxina botulínica: inibe na liberação de acetilcolina 
na fenda sináptica 
▪ Dandronelo: bloqueia canais de cálcio 
 
Observação: os bloqueadores neuromusculares geralmente 
são usados para facilitar a intubação endotraqueal e relaxar 
a musculatura esquelética durante cirurgias 
 
BLOQUEIO E RECUPERAÇÃO 
• Os bloqueadores neuromusculares causam paralisia 
flácida e progressiva 
• Esse bloqueio ocorre em uma ordem pré-determinada: 
▪ Os músculos pequenos que se contraem 
rapidamente, como os dos olhos, do maxilar e da 
laringe, relaxam antes dos músculos dos membros 
e do tronco, posteriormente há paralisia dos 
músculos intercostais e, por fim, do diafragma, e a 
respiração 
▪ Durante esse processo, a consciência e a dor 
permanecem normais 
Músculos oculares → face → membros → faringe → 
respiratórios 
 
• A recuperação dos músculos ocorre em ordem inversa à 
da paralisia e, desse modo, o diafragma geralmente é o 
primeiro músculo a recuperar sua função 
USOS CLÍNICOS 
• Adjuvantes da anestesia: durante a cirurgia para 
produzir relaxamento muscular e facilitar a intubação 
endotraqueal 
• Procedimentos ortopédicos como correção de luxação 
ou alinhamento de fraturas 
• Previnem fraturas ósseas em terapias 
eletroconvulsivas 
• Controle de espasmos musculares (tétano): sugere-se 
o uso de bloqueadores neuromusculares, antecedidos 
por adequada sedação e analgesia, promovem o 
relaxamento muscular e controle dos espasmos em 
pacientes com tétano grave submetidos à ventilação 
mecânica ao uso de outros relaxantes musculares 
 
!! ATENÇÃO !! 
• Os bloqueadores neuromusculares são adjuvantes 
anestésicos e não devem serem utilizados como 
anestésicos ou analgésicos isolados pois não possuem 
essa função 
 
EFEITOS ADVERSOS 
• Queda da pressão arterial: bloqueio de receptores 
nicotínicos nos gânglios simpáticos (tubocurarina) 
• Liberação de histamina (broncoespasmo ou reações 
alérgicas) 
• Aumento da frequência cardíaca: Pancurônio – 
vagolítico, limitando seu uso em cirurgias 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
• Anestésicos halogenados: potencializam o bloqueio 
• Antibióticos aminoglicosídeos (eritromicina e 
gentamicina): inibem a liberação de acetilcolina; 
aumentando o bloqueio 
• Bloqueadores de canais de Ca2+ (nifedipino): aumentam 
o bloqueio 
 
REVERSÃO DO EFEITO DOS 
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES 
NÃO-DESPOLARIZANTE: 
• Em caso de superdosagem, o fármaco que pode ser 
usado para reverter a ação dos bloqueadores 
neuromusculares não-despolarizantes são os agonistas 
colinérgicos de ação indireta (anticolinesterásicos) 
▪ Exemplo: neostigmina 
• Usa-se sugamadex para rocurônio ou vecurônio: pois 
forma uma ligação não covalente com os BNM 
plasmáticos, reduzindo sua concentração no plasma 
Mariana Marques – T29 
REVERSÃO DO EFEITO DOS 
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES 
DESPOLARIZANTE: 
• Utiliza-se um agonista dos receptores nicotínicos nas 
placas terminais musculares, de tal forma que sua ação 
ocorra em duas etapas: 
▪ Fase I: despolarização da membrana 
▪ Fase II: o canal de sódio se inativa, não 
respondendo mais a ocupação do receptor, mesmo 
após a repolarização 
 
▪ Exemplo: Succinilcolina (suxametônio) que é usada 
▪ no uso clínico em casos de emergência devido ao 
seu efeito rápido 
→ É de recuperação é dolorosa 
→ Causam Contrações espasmódicas transitórias 
(fasciculações) antes do bloqueio (tórax e abdome) 
→ Paralisia rápida (menor do que 2 min, durando 
por volta de 8 min) 
 
• Efeitos adversos e contraindicação: 
▪ Pode causar dor muscular (bloqueio por contração), 
bradicardia (ação muscarínica direta), aumento da 
pressão intraocular (podendo causar glaucoma), 
hipercalemia (devido à liberação de potássio 
intracelular), paralisia prolongada (em recém-
nascidos e pacientes com comprometimento 
hepático, devido à redução das colinesterases 
plasmáticas), hipertermia maligna (succinilcolina e 
halotano). 
→ O tratamento da hipertermia maligna (que pode 
ser fatal) é com Dantrolene, que inibe a liberação de 
cálcio 
 
Em caso de superdosagem, o bloqueio não é revertidopor 
anticolinesterásicos (sinergismo) ou antagonistas 
colinérgicos (receptor dessensibilizado) 
 
Observação: o pancurônio possui um efeito adverso no 
coração (aumenta a frequência cardíaca) 
TOXINA BOTULÍNICA 
• Neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium 
botulinum 
• Mecanismo de ação: A toxina interage com a SNAP-25, 
uma proteína que auxilia na fusão das vesículas 
• Sua aplicação é local, causando paralisia do músculo, 
por impedir a liberação da acetilcolina do neurônio motor 
• Usos clínicos: 
▪ Blefaroespasmo, distúrbios oculares, distonia 
oromandibular, hiperidrose, tratamento estéticos 
▪ Em casos extremos pode ser usada para tratar 
bruxismo infantil 
 
ACIDENTES COM SERPENTES 
• Serpentes dos gêneros: 
▪ Crotalus – cascavel 
▪ Micrurus - cobra-coral 
▪ Lachesis – surucucu 
• Os venenos podem ter atividade neurotóxica (bloqueio 
neuromuscular) 
▪ Causa fáceis miastênicas (ptose palpebral, flacidez 
dos músculos da face, oftalmoplegia) 
▪ Manifestações muscarínicas: hipotensão, miose, 
broncoconstrição, cólicas e diarréia 
▪ Insuficiência respiratória

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