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Metodologiacientifica_web_20170426112326

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1ª edição
Sociesc
Joinville
2014
METODOLOGIA
CIENTÍFICA
Nádia Fátima de Oliveira 
SOCIESC 
Sociedade Educacional de Santa Catarina
Educação a Distância
Rua Albano Schmidt, 3333 – Joinville /SC – 89206-001
Fone: 0800-643-4004
E-mail: ead@sociesc.org.br
Site: www.sociesc.org.br/ead
Seja bem-vindo (a) às aulas de Metodologia Científica. Na 
graduação, a pesquisa é fator fundamental para quem deseja 
aprender e/ou aprofundar conhecimentos. Você certamente já 
deve ter ouvido esta mesma cantilena durante sua vida estudantil 
e, a estas alturas, até pode passar por sua cabeça que mudam os 
níveis de ensino – do fundamental para o médio, do médio para a 
graduação – mas as falas dos professores continuam as mesmas.
Contudo, a universidade brasileira, atualmente, demonstra 
seu alto grau de evolução quando, sob a pressão de contínuas 
mudanças impostas pelo desenvolvimento tecnológico, enfatiza 
o ensino, a pesquisa e a extensão.
Inserir-se na pesquisa significa buscar o desenvolvimento do 
trabalho intelectual e individual, pois, dentre os pressupostos 
do trabalho científico, estão os mecanismos mentais que se 
manifestam em virtude do trabalho reflexivo.
Assim sendo, a pesquisa na graduação precisa ser vista como o 
caminho para a autonomia. A expressão “trabalho científico” terá 
os dois sentidos empregados por SEVERINO1. Generalizadamente, 
significará ‘conjunto de processos de estudo, de pesquisa e de 
reflexão que caracterizam a vida intelectual do acadêmico’ e, 
especificamente, significará ‘trabalho de conclusão de curso, 
texto que procura relatar dissertativamente os resultados de uma 
pesquisa em determinada área’.
Apresentação
1 Antônio Joaquim Severino é autor da obra Metodologia do Trabalho 
Científico, publicado pela editora Cortez. O livro usado como fonte de 
pesquisa é da 22ª edição, 2003.
Equipe EaD UNISOCIESC
O módulo divide-se em cinco unidades para, didaticamente, 
encaixarmos as horas/aula estipuladas na ementa. Por que é im-
portante que tenhamos essa divisão em mente? Observe que temos 
prazos a cumprir, assim, é necessário traçarmos um plano de 
estudos para atingirmos a meta. O plano é individual, adequado 
à sua disponibilidade de tempo, por isso recomendamos que 
observe o Cronograma de Estudos e determine as datas para 
cumprir o Plano de Estudos.
Assim você poderá aproveitar o curso ao máximo, garantindo 
o retorno de todo o esforço investido. Estude as aulas virtuais, 
faça os exercícios, leia o livro-texto, inteire-se do material 
disponibilizado na biblioteca virtual e faça todas as atividades 
propostas. Sempre que possível, tire suas dúvidas com o monitor 
também.
Lembre-se de que a sua passagem por esta disciplina será 
também acompanhada pelo Sistema de Ensino EaD Sociesc, seja 
por correio postal, fax, telefone, e-mail ou Ambiente Virtual de 
Aprendizagem.
Entre sempre em contato conosco quando surgir alguma dúvida 
ou dificuldade. Participe dos bate-papos (chats) marcados e envie 
suas dúvidas pelo Tira-Dúvidas.
Cronograma de Estudos.........................................................................
Plano de Estudos .................................................................................
Unidade 01 - Ciência, Tecnologia e Pesquisa ....................................
Unidade 02 - Compreensão do Texto Técnico-Científico ................
Unidade 03 - Projeto de Pesquisa ......................................................
Unidade 04 - Elaboração do Artigo Científico e de Seminários .....
Unidade 05 - Elaboração e Apresentação de Trabalhos Acadêmicos.
Referências ............................................................................................ 
Sumário
06 
07 
08 
28
46
71
95
112
6
Metodologia Científica
Cronograma de Estudos
Acompanhe, no cronograma abaixo, os conteúdos das 
aulas e atualize as possíveis datas de realização de 
aprendizagem e avaliações.
Agenda Observações
Postagem dos 
Exercícios
Unidade 01:
____ / ____ / ____ 
Postagem dos 
Exercícios
Unidade 02:
____ / ____ / ____
Postagem dos 
Exercícios
Unidade 03:
____ / ____ / ____
Postagem dos 
Exercícios
Unidade 04:
____ / ____ / ____
Postagem dos 
Exercícios
Unidade 05:
____ / ____ / ____
Semana
Carga 
Horário
Unidade
Ciência, Tecnologia e Pesquisa
Compreensão do Texto Técnico-Científico
Projeto de Pesquisa
Elaboração do Artigo Científico e de 
Seminários
Elaboração e Apresentação de Trabalhos 
Acadêmicos
7
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Ementa 
Ciência e tecnologia. Pesquisa bibliográfica como fundamen-
tação teórica. Planejamento e formulação da pesquisa cientí-
fica e do conhecimento tecnológico. Comunicação científica e 
técnica.
Competências
• Conhecer e perceber as regras metodológicas como ga-
rantia da circulação adequada das informações/ conheci-
mentos no meio acadêmico e científico.
Habilidades
• Desenvolver clareza, comunicabilidade e consistência em 
diversos tipos de textos escritos;
• Perceber e fazer relações entre conteúdo (objeto da 
pesquisa) e forma (a consolidação dos conhecimentos de 
forma escrita);
• Desenvolver hábitos de estudo e de pesquisa bibliográfica 
que facilitem a elaboração de textos acadêmicos;
• Conhecer e aplicar os principais formatos de textos 
acadêmicos: artigo, resenha e monografia, bem como as 
normas que lhes norteiam a confecção.
Carga Horária: 40 horas
Plano de Estudos
8
Metodologia Científica
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E PESQUISA
Caro(a) estudante!
A primeira unidade da disciplina de Metodologia Cientí-
fica procurará situá-lo (a) no contexto histórico do mundo 
científico e tecnológico. Não se assuste com a terminolo-
gia, faz parte do mundo da ciência. Seja curioso (a), é uma 
exigência na pesquisa. Busque se inteirar dos termos. É 
importante que você reflita sobre as leituras que fará nas 
páginas a seguir, pois a pesquisa acadêmica e científica se 
fundamenta nos conceitos que ora lhe serão evidenciados.
Bons estudos!
Objetivos da Unidade 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Identificar os modelos históricos do método 
científico;
• Descrever cada um dos quatro níveis do 
conhecimento;
• Fazer a distinção entre método de abordagem e 
método de procedimento;
• Caracterizar a pesquisa quanto ao objetivo, ao 
procedimento de coleta e às fontes de informação.
Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade, se prefe-
rir, assinale-os à medida que for estudando: 
• Breve histórico do método científico;
• Os níveis do conhecimento;
• Métodos científicos;
• Caracterização da pesquisa;
• Exercícios propostos.
1
U
ni
da
de
9
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
1. BREVE HISTÓRICO DO MÉTODO CIENTÍFICO
A ciência, segundo Cervo e Bervian 
(2002), é uma das poucas realida-
des passíveis de serem transmiti-
das às gerações seguintes.
Os resultados científicos, assimila-
dos das gerações anteriores, são de-
senvolvidos e ampliados a cada período histórico. A cada época 
o ser humano elabora teorias de acordo com o nível de evolução 
em que se encontra.
Nessa tarefa, o pesquisador reúne todas as energias de sua capaci-
dade criadora, organiza todas as possibilidades de ação e selecio-
na as melhores técnicas e instrumentos para transformar o mun-
do, criar objetos e concepções, encontrar explicações e avançar 
previsões, trabalhar a natureza e elaborar as suas ações e ideias.
O caráter científico que a ciência atualmente adquiriu, adveio 
com a Idade Moderna da história:
•	 Séculos XVI-XVII - Ocorreu o que se pode chamar de re-
volução científica.
•	 Século XVII - Ganhou vulto o estudo da biologia e da 
química.
•	 Século XIX - Além das transformações nas atividades 
intelectuais e industriais, avançaram as pesquisas em 
relação à evolução, ao átomo, à luz, à eletricidade, ao 
magnetismo, à energia.
•	 Século XX - A ciência desenvolveu pesquisas em todos os 
campos do mundo físico e humano. Utilizando métodos 
10
Metodologia Científica
objetivos e exatos, atingiu um grau de precisão em todasas áreas do conhecimento em que aplicou a pesquisa.
•	 Quanto ao século XXI...
Em ciência, tecnologia e pesquisa, é comum usar o termo modelo 
ou paradigma, para caracterizar o estado da investigação e duas 
tendências conflitantes em pesquisa (CERVO e BERVIAN, 2002):
•	 Um modelo ou paradigma que se caracteriza pela adoção 
de uma estratégia de pesquisa modelada nas ciências na-
turais e baseada em observações empíricas para explicar 
fatos e fazer previsões;
•	 Outro que defende uma lógica própria para o estudo dos 
fenômenos humanos e sociais, procurando as significa-
ções dos fatos no contexto concreto em que ocorrem.
O primeiro paradigma se fundamentou no positivismo de Au-
gusto Comte – para o estudo dos fatos sociais – e no empirismo, 
de Stuart Mill para a investigação dos fenômenos psicológicos. O 
sucesso desse paradigma se fortaleceu no método experimental 
de Bacon, na matematização do conhecimento de Descartes e Ga-
lileu, na física de Newton e nos materialistas do século XVIII. O 
triunfo do método experimental consolidou-se com a utilização 
de uma lógica hipotético-dedutiva e uma metodologia de expe-
rimentação de hipóteses, validada por processos dedutivos ma-
temáticos.
O paradigma experimental ganhou um novo dinamismo com o 
atomismo na Inglaterra e com os neopositivistas do Círculo de 
Viena. Também estendeu-se à análise da sociedade em uma con-
cepção estrutural e funcionalista. Esse paradigma tem como pos-
tulado a existência de objetos fora da consciência e independente 
dela. O resumo desses objetos constitui a natureza ou o mundo 
exterior que existe em si e se impõe como uma evidência que re-
11
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
conhece a supremacia do mundo objetivo. O sujeito (consciência) 
é um receptáculo que recolhe as impressões gravadas pelo mun-
do exterior.
O segundo modelo ou paradigma ocorre no início do século XX, 
quando críticas acerca das controvérsias metodológicas sobre as 
ciências humanas orientaram novos caminhos de compreensão 
das ciências humanas e sociais. Husserl propõe um caminho que 
ultrapasse as aparências imediatas das coisas e alcance os fenô-
menos – a essência das coisas na sua manifestação. Com isso, es-
tabeleceu uma concepção holística passível de captar não concei-
tos formais, mas as coisas em si mesmas.
A tradição dialética abrigou várias tendências: o marxismo; o 
idealismo de Hegel; o comportamentalismo pavloviano; a emer-
gência de movimentos libertários, nos anos 60/70, a releitura de 
autores esquecidos dos anos 20 e a erupção da Escola de Frank-
furt trouxeram novas questões e renovaram o interesse crítico da 
sociedade capitalista. Os países que adotaram o marxismo oficial 
refizeram o interesse pela crítica e pela pesquisa histórica e cul-
tural.
Nas últimas décadas, as ciências humanas, como as ciências em 
geral, distanciaram-se um pouco em relação à perspectiva positi-
vista que as viu nascer e determinaram o encaminhamento prin-
cipal de seu método de constituição do saber, novos conhecimen-
tos contribuíram para esse recuo.
“Esse espírito, que foi preparado ao longo da história, 
impõe-se agora, de maneira inexorável, a todos quantos 
pretendem conservar o legado científico do passado ou, 
ainda, se propõem a ampliar suas fronteiras”. (CERVO e 
BERVIAN, 2002)
12
Metodologia Científica
2. OS NÍVEIS DO CONHECIMENTO
Apesar de todo conhecimento que o homem até hoje adquiriu, 
viver nesse mundo não é tão simples quanto se pensa. Para nele 
sobreviver e facilitar sua existência, confrontou-se permanente-
mente com a necessidade de dispor do saber, inclusive de cons-
truí-lo por si só. Os antigos meios de conhecer não desaparece-
ram e ainda coexistem com o método científico.
A partir de sua experiência e de suas observações pessoais, o ho-
mem pré-histórico elaborava seu saber. Quando constatou que, 
da fricção de duas hastes secas, podia provocar uma pequena 
chama capaz de queimar folhas secas, havia construído um novo 
saber: como acender fogo.
Pelo conhecimento, o homem penetra nas diversas áreas para 
dela tomar posse, mas a própria realidade apresenta níveis di-
ferentes em sua constituição. Assim, a partir de um ser, fato ou 
fenômeno isolado, é possível situá-lo dentro de um contexto mais 
ou menos complexo, ver seu significado e função, sua natureza, 
sua origem, sua finalidade, sua subordinação a outros seres.
Essa complexidade acerca do objeto do conhecimento ditará for-
mas diferentes de apropriação por parte do pesquisador, darão 
os diversos níveis de conhecimento, segundo o grau de penetra-
ção do conhecimento e a posse mais ou menos eficaz da realida-
de, considerando a área ou estrutura.
Assim, a mesma realidade (Figura 1) pode ser observada e ana-
lisada sob quatro formas distintas (CERVO e BERVIAN, 2002):
a) conhecimento empírico;
b) conhecimento científico;
13
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
c) conhecimento filosófico;
d) conhecimento teológico.
Figura 1: Conhecimento e seus níveis
Fonte: Cervo e Bervian: 2002
2.1 Conhecimento Empírico
Também chamado popular, vulgar ou do senso comum, é o co-
nhecimento do povo, obtido ao acaso. É um conhecimento valo-
rativo, pois, segundo Lakatos e Marconi (2000. p. 18), “se funda-
menta numa seleção operada com base em estados de ânimo e 
emoções”. Baseia-se na organização particular das experiências 
próprias do sujeito; verificável, está limitado ao que se pode per-
ceber no cotidiano; falível e inexato, pois se fundamenta na apa-
rência e no que ouviu dizer a respeito do fenômeno.
2.2 Conhecimento Científico
O conhecimento científico procura conhecer as causas e as leis do 
fenômeno. Para Aristóteles, (apud CERVO E BERVIAN 2002, p.9), 
o conhecimento só se dá quando sabemos a causa que produziu o 
fenômeno e o motivo, porque não pode ser de outro modo.
14
Metodologia Científica
Lakatos e Marconi (2000, p.21) caracterizam o conhecimento cien-
tífico como:
•	 Real (factual) - porque lida com ocorrências ou fatos;
•	 Contingente - porque suas proposições ou hipóteses têm 
veracidade ou falsidade conhecida por meio da experi-
mentação e não apenas pela razão;
•	 Sistemático - trata-se de um saber ordenado logicamente, 
formando um sistema de ideias (teoria);
•	 Verificável - as afirmações (hipóteses) que não podem ser 
comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência;
•	 Falível - não é definitivo, absoluto ou final;
•	 Aproximadamente exato - novas proposições e o desen-
volvimento de novas técnicas podem reformular o con-
junto de teoria existente.
Outras propriedades científicas como objetividade, interesse in-
telectual e espírito crítico podem ser acrescidas às características 
acima.
Atualmente, não mais se considera a ciência como algo pronto, 
acabado ou definitivo. Não mais dona de verdades imutáveis, 
mas na busca constante de explicações e de soluções, de revisão 
e de reavaliação de seus resultados. Nessa busca mais rigorosa, 
a ciência pretende aproximar-se da verdade, através de métodos 
que proporcionem controle, sistematização, revisão e segurança 
maior do que possuem outras formas de saber não-científicas.
2.3 Conhecimento Filosófico
Para Cervo e Bervian (2002, p.10), o conhecimento filosófico dife-
re do conhecimento científico pelo objeto de investigação e pelo 
método. O objeto das ciências são os dados próximos perceptíveis 
pelos sentidos ou por instrumentos, pois são suscetíveis de expe-
15
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
rimentação. O objeto da filosofia constitui-se de realidades ime-
diatas, perceptíveis aos sentidos e que ultrapassam a experiência.
Lakatos e Marconi (2000, p. 19) caracterizam o conhecimento fi-
losófico como:
•	 Valorativo - porque parte de hipóteses que não poderão 
ser submetidas à observação;
•	 Não verificável - pois os enunciados das hipóteses filosó-
ficas não podem ser confirmados nem refutados;
•	 Racional - por consistir num conjunto de enunciados lo-
gicamente correlacionados;
•	 Sistemático - suas hipóteses e enunciados visam auma 
representação coerente da realidade estudada;
•	 Infalível e exato - visto que seus postulados e suas hipó-
teses não são submetidos ao decisivo teste da observação 
(experimentação), quer na busca da realidade, quer na 
definição do instrumento capaz de apreender a realidade.
2.4 Conhecimento Teológico
Também denominado religioso, é aquele constituído pela fé teo-
lógica. É o conhecimento revelado, relativo a Deus. Constitui-se 
num conjunto de verdades a que as pessoas chegaram mediante a 
aceitação dos dados da revelação divina. São conhecimentos que 
se valem do argumento de autoridade, são adquiridos através 
dos livros sagrados e são racionalmente aceitos pelas pessoas de-
pois de terem passado pela crítica histórica mais exigente. (CER-
VO e BERVIAN, 2002)
O conhecimento teológico possui as seguintes características, 
conforme expõem Lakatos e Marconi (2000, p. 20): 
•	 Valorativo - porque apoia-se em doutrinas que contêm 
proposições sagradas;
16
Metodologia Científica
•	 Inspiracional - por ter sido revelada pelo sobrenatural;
•	 Infalível e exata - porque as verdades são consideradas 
indiscutíveis;
•	 Sistemático - é obra de um criador divino e tem origem, 
significado, finalidade e destino;
•	 Não verificável - pois as evidências estão sempre implí-
citas numa atitude de fé, perante um conhecimento reve-
lado.
Observe, agora, um quadro sinóptico (resumo) das característi-
cas dos quatro níveis de conhecimento, sistematizado por Trujillo 
(1974) e apresentado por Lakatos e Marconi (2000, p. 18):
Conhecimento
popular
Conhecimento
científico
Conhecimento
filosófico
Conhecimento
teológico
Valorativo
Reflexivo
Assistemático
Verificável
Falível
Inexato
Real (factual)
Contingente
Sistemático
Verificável
Falível
Aproximada-
mente exato
Valorativo
Racional
Sistemático
Não verificável
Infalível
Exato
Valorativo
Inspiracional
Sistemático
Não verificável
Infalível
Exato
3. MÉTODOS CIENTÍFICOS
Denomina-se método científico o conjunto de processos ou ope-
rações mentais que devem ser empregados na investigação. É a 
linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa.
17
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Da análise de algumas definições sobre método, Lakatos e Marco-
ni (2000, p.43) afirmam:
“Método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais 
que, com maior segurança e economia, permite alcançar o 
objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando 
o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as 
decisões do cientista”.
A apresentação resumida dos métodos que se faz, a seguir, é fru-
to das leituras do capítulo 2 de “Metodologia Científica” (2000) 
de Lakatos e Marconi, e do capítulo 4 de “Fundamentos de Meto-
dologia Científica” (2003), das mesmas autoras.
3.1 Métodos de Procedimento
Os métodos de procedimento cons-
tituem-se etapas mais concretas da 
investigação, com finalidade mais 
restrita em termos de explicação geral 
dos fenômenos e menos abstratos. Aparecem na área restrita das 
ciências sociais e, geralmente, podem ser usados vários, concomi-
tantemente.
Vejamos alguns desses métodos:
Método histórico - Consiste em investigar acontecimentos, proces-
sos e instituições do passado para verificar sua influência na so-
ciedade de hoje, pois as instituições alcançaram a forma atual por 
meio de alterações de suas partes componentes, ao longo do tem-
po, influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época.
18
Metodologia Científica
Método comparativo - Esse método realiza comparações com 
a finalidade de verificar semelhanças e explicar divergências. É 
usado tanto para comparações de grupos no presente, no pas-
sado, ou entre os existentes e os do passado, quanto entre socie-
dades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento. 
Ocupando-se da explicação dos fenômenos, o método comparati-
vo permite analisar o dado concreto, deduzindo-lhe os elementos 
constantes, abstratos e gerais. É empregado em estudos qualitati-
vos e quantitativos.
Método monográfico - Consiste no estudo de determinados in-
divíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comuni-
dades, com a finalidade de obter generalizações. A investigação 
deve examinar o tema escolhido, observando todos os fatores que 
o influenciaram e analisando-o em todos os seus aspectos.
Método estatístico - Permite obter, de conjuntos complexos, re-
presentações simples e constatar se essas relações têm relações 
entre si. O método estatístico significa redução de fenômenos so-
ciológicos, políticos, econômicos, etc., a termos quantitativos e à 
manipulação estatística, que permite comprovar as relações dos 
fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, 
ocorrência ou significado.
Método tipológico - Empregado por Max Weber, apresenta cer-
tas semelhanças com o método comparativo ao comparar fenô-
menos sociais complexos, o pesquisador cria tipos ou modelos 
ideais, construídos a partir da análise de aspectos essenciais do 
fenômeno. A característica do tipo ideal é não existir na realida-
de, mas servir de modelo para análise e compreensão de casos 
concretos, realmente existentes.
19
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Método funcionalista - Estuda a sociedade como um sistema 
organizado de atividades. Considera, de um lado, a sociedade 
como uma estrutura complexa de grupos ou de indivíduos reu-
nidos numa trama de ações e reações sociais; de outro, como um 
sistema de instituições correlacionadas entre si, agindo e reagin-
do umas em relação às outras.
Método estruturalista - O método estruturalista caminha do con-
creto para o abstrato e vice-versa, dispondo, na segunda etapa, de 
um modelo para analisar a realidade concreta dos diversos fenô-
menos. A diferença entre os métodos tipológico e estruturalista 
é que o “tipo ideal” do primeiro inexiste na realidade, servindo 
apenas para estudá-la, ao passo que o “modelo” do segundo é a 
única representação concebível da realidade.
4. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
É possível identificar a natureza 
metodológica dos trabalhos de 
pesquisa através de três critérios: 
segundo os objetivos, segundo 
os procedimentos de coleta ou 
segundo fontes utilizadas na co-
leta de dados.
4.1 Caracterização da Pesquisa Segundo os Objetivos
O objetivo maior de qualquer movimento intelectual é sempre 
chegar ao estágio da oferta de respostas a uma necessidade hu-
mana. Dependendo do grau de aproximação e permitido pelo ní-
vel conceitual do pesquisador em relação ao fenômeno estudado, 
20
Metodologia Científica
as pesquisas podem ser caracterizadas como: exploratórias, des-
critivas ou explicativas.
Exploratória - Busca-se explorar materiais que possam informar 
ao pesquisador a real importância do problema, o estágio em que 
se encontram as informações já disponíveis a respeito do assunto 
e até mesmo revelar ao pesquisador novas fontes de informação. 
É quase sempre feita com levantamento bibliográfico (pesquisa 
bibliográfica), entrevistas com profissionais que estudam/atuam 
na área, visitas a web sites, etc. (estudos de caso).
Descritiva - Após a primeira aproximação (pesquisa explorató-
ria), o interesse é descrever um fato ou fenômeno, ou ainda es-
tabelece relações entre fenômenos (variáveis). Por isso, a pesqui-
sa descritiva é um levantamento das características conhecidas, 
componentes do fato/ fenômeno/problema. É normalmente feita 
na forma de levantamentos ou observações sistemáticas do fato/
fenômeno/problema escolhido (pesquisas de levantamento).
Explicativa - Criar uma teoria aceitável a respeito de um fato ou 
fenômeno constitui a pesquisa explicativa. Ocupa-se com os por-
quês de fatos/fenômenos que preenchem a realidade.
4.2 Caracterização da Pesquisa Segundo os Procedi-
mentos de Coleta
Procedimentos de coleta são os métodos práticos utilizados para 
juntar as informações necessárias à construção dos raciocínios em 
torno de um fato/fenômeno/problema.
As formas mais comuns de se coletarem informações são:
21
UNISOCIESC- Centro Universitário SOCIESC
Experimento
É quando um fato ou fenômeno da realidade é reproduzido 
de forma controlada, com o objetivo de descobrir os fatores 
que o produzem ou que por ele são produzidos.
Como se procede:
•	 Decide-se sobre um fato/fenômeno (o objeto de es-
tudo);
•	 Selecionam-se variáveis (fatores naturais ou artifi-
ciais que possam provocar variações no padrão do 
fato/fenômeno);
•	 Escolhem-se os instrumentos (maneiras de contro-
lar e de observar os efeitos do processo a ser pro-
vocado). Para tanto, constituem-se dois grupos: um 
experimental e outro de controle, ambos devem 
apresentar características homogêneas, mas só se 
aplica o estímulo ao grupo experimental, que se de-
seja controlar.
•	 Através da comparação entre os dois grupos, afere-
-se a influência da variável, observando a variação 
que o estímulo provocou.
Experimentos são geralmente feitos por amostragem, esco-
lhe-se dentro de um universo (a totalidade do fato/fenôme-
no/problema), quase sempre impossível de ser totalmente 
contemplado, um conjunto significativo de indivíduos que 
comporão a amostra. Os resultados que se mostrarem váli-
dos para uma ou um conjunto de amostras, consideram-se, 
por indução, válidos também para o universo.
22
Metodologia Científica
Levantamento
É a pesquisa que busca informação diretamente com um 
grupo de interesse a respeito dos dados que se deseja ob-
ter. Trata-se de um procedimento útil, especialmente em 
pesquisas exploratórias e descritivas. Geralmente é desen-
volvido em três etapas: seleciona-se uma amostra significa-
tiva, aplicam-se formulários, ou questionários, ou entrevis-
tam-se diretamente os indivíduos; os dados são tabulados 
e analisados quantitativamente, com o auxílio de cálculos 
estatísticos. Os resultados conseguidos com essa(s) amos-
tra(s) são aplicados com margem de erro estatisticamente 
prevista, ao universo gerador da amostra. Tal pesquisa é 
usada nos recenseamentos.
Estudo de caso
Seleciona um objeto de pesquisa restrito (qualquer fato/fe-
nômeno individual ou um de seus aspectos), com o objeti-
vo de aprofundar-lhe os aspectos característicos. É também 
comum a utilização do estudo de caso quando se trata de 
reconhecer num caso, um padrão científico já delineado, 
no qual possa ser enquadrado. Por lidar com fatos/fenô-
menos normalmente isolados, o estudo de caso exige do 
pesquisador grande equilíbrio intelectual e capacidade de 
observação, além de parcimônia quanto à generalização de 
resultados. Estudo de caso é muito encontrado em pesqui-
sas do tipo exploratória.
23
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Pesquisa bibliográfica
O conjunto de materiais escritos/gravados, mecânica ou 
eletronicamente que contém informações já elaboradas e 
publicadas por outros autores é uma bibliografia. São fontes 
bibliográficas os livros (de leitura corrente ou de referência, 
tais como dicionários, enciclopédias, anuários, etc.), as pu-
blicações periódicas (jornais, revistas, panfletos, etc.), fitas 
gravadas de áudio e vídeo, páginas de web sites, relatórios 
de simpósios/seminários, anais de congressos, etc. A atua-
lização total ou parcial de quaisquer dessas fontes é o que 
caracteriza uma pesquisa como bibliográfica.
Pesquisa documental
Assemelha-se à pesquisa bibliográfica. Documentos são as 
fontes de informação que ainda não receberam organização, 
tratamento analítico e publicação. São fontes documentais 
as tabelas estatísticas, relatórios de empresas, documentos 
informativos arquivados em repartições públicas, associa-
ções, igrejas, hospitais, sindicatos; fotografias, epitáfios, 
obras originais de qualquer natureza, correspondência pes-
soal ou comercial, etc.
No momento em que se decide por um tipo de pesquisa, deve-
-se assinalar se o estudo é de natureza qualitativa, quantitativa 
ou quantiqualitativa. Conforme a característica que a coleta de 
dados imprimir ao trabalho, a modalidade da pesquisa assumirá 
características diferenciadas.
24
Metodologia Científica
A pesquisa qualitativa tem as seguintes características:
•	 Captar a situação ou o fenômeno em toda a sua extensão;
•	 Levantar possíveis variáveis existentes e na sua interação, 
o verdadeiro significado da questão;
•	 Colher informações, examinar cada caso separadamente 
e construir um quadro teórico geral (método indutivo).
A pesquisa quantitativa tem as seguintes características:
•	 Estabelecer relações de causa e efeito entre as variáveis de 
tal modo que a pergunta em que medida? Seja respondi-
da com razoável rigor;
•	 Examinar hipóteses de caráter particular, partindo de 
parâmetros (exemplo: características mensuráveis de po-
pulação);
•	 Metrificar através da estatística.
4.3 Caracterização da Pesquisa Segundo as Fontes de 
Informação
Denominam-se fontes de informação os lugares/situações de 
onde se extraem os dados de que se precisa. As fontes de dados 
são três: o campo, o laboratório, a bibliografia.
Campo – lugar natural onde acontecem os fatos e fenômenos. A 
pesquisa de campo é a que recolhe os dados in natura, como per-
cebidos pelo pesquisador. Normalmente, a pesquisa de campo se 
faz por observação direta, levantamento ou estudo de caso.
Laboratório – espaço e momento de uma pesquisa caracterizada 
por duas situações: a interferência artificial na produção do fato/
fenômeno ou a articulação de sua leitura, geralmente melhoran-
do as capacidades humanas naturais de percepção. Na realidade, 
fatos/fenômenos que acontecem no campo, muitas vezes esca-
25
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
pam ao padrão desejável de observação, por isso são produzidos 
de forma artificial e controlada e permitem captação adequada 
para descrição e análise. Outras vezes, os mecanismos naturais 
de observação se mostram insuficientes, seja em alcance, seja em 
acuidade. Daí a necessidade de artificializar o ambiente ou os me-
canismos de percepção, para que o fato/fenômeno seja produzi-
do/percebido adequadamente.
Bibliografia – os dados que se captam no campo e no laboratório, 
por quaisquer dos procedimentos já descritos, são sempre maté-
ria-prima para raciocínios e conclusões a respeito dos fatos/fenô-
menos. Dados, raciocínios e conclusões são geralmente escritos 
na forma de livros, periódicos, e outros, para que deles se tome 
conhecimento. A bibliografia constitui-se numa preciosa fonte de 
informações, com dados já organizados e analisados. Na atua-
lidade, praticamente qualquer necessidade humana, conhecida 
ou pressentida, possui algo escrito a respeito. Por isso a pesquisa 
com base em uma bibliografia deve encabeçar qualquer processo 
de busca científica que se inicie.
Observe o quadro a seguir para que você possa melhor visualizar 
os critérios de caracterização da pesquisa.
CRITÉRIOS E CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
OBJETIVOS
PROCEDIMENTO DE
COLETA (Qualitativa ou
Quantitativa)
FONTES DE
INFORMAÇÃO
Exploratória Experimento Campo
Descritiva Levantamento Laboratório
Explicativa Estudo de caso Bibliografia
Bibliográfica
Documental
26
Metodologia Científica
Nesta unidade estudamos os aspectos históricos e filosóficos da 
metodologia científica. Situamos o caráter científico no tempo – 
Idade Moderna.
Ficou evidente que é possível observar e analisar a realidade sob 
quatro formas distintas de conhecimento: empírico, científico, fi-
losófico e teológico. Estudamos os métodos científicos: definição 
de método; métodos de abordagem e de procedimento. Caracte-
rizamos a pesquisa segundo os objetivos, os procedimentos de 
coleta e as fontes de informação. 
Na próxima unidade estudaremos algumas técnicas que nos pos-
sibilitarão extrair a essência de textos técnico-científicos e, desse 
modo, fazer juízo de valor dos textos que lemos.
Síntese da Unidade
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Acesse o site: ead.sociesc.org.br e faça as atividades propostas 
da unidade! 
Anotações Importantes:
Atividades Propostas
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Metodologia Científica
COMPREENSÃO DO TEXTO TÉCNICO-
CIENTÍFICO
Caro(a) estudante!
Nesta segunda unidade, você estudará algumas técni-
cas que o auxiliarão na compreensão de textos técnico-
científicos. A leitura exige paciência, construção e des-
construção textuais. Colocando as técnicas em prática, 
você verá aumentar seu poder de análise e de crítica, as-
sim como escreverá muito melhor.
Bons estudos!
Objetivos da Unidade 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
•	 Ler com fluência e clareza, observando aspectos 
de pontuação, tonicidade frasal e correta pronún-
cia das palavras; 
•	 Distinguir entre título e assunto;
•	 Destacar os tópicos frasais do texto;
•	 Fazer fichamentos de textos;
•	 Esquematizar, resumir e resenhar um texto.
Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade, se prefe-
rir, assinale-os à medida que for estudando: 
•	 Leitura e apreensão textuais;
•	 Técnicas do fichamento, do esquema, do resumo 
e da resenha;
•	 Exercícios propostos.
2
U
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da
de
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UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
1. LER E APRENDER
Ler, no sentido real da palavra, con-
tinua sendo uma das causas do baixo 
rendimento também na graduação. 
De modo geral, o estudante confunde 
leitura fluente com leitura compreen-
siva. Ler com fluência, aplicando ve-
locidade adequada ao nível de conhe-
cimento, obedecendo à pontuação e 
pronunciando corretamente as pala-
vras, não significa saber ler.
Costumamos dizer que leitor (a) é aquele (a) que, ao final de um 
parágrafo, de uma página de texto, ou do capítulo de um livro 
é capaz de responder à pergunta: qual o assunto do texto que 
acabei de ler? Não responder adequadamente significa não ter 
entendido, não ter compreendido o que leu.
O ato de ler exige concentração, é reflexivo e só se realiza plena-
mente quando usamos procedimentos lógicos de análise, síntese, 
interpretação e juízo crítico.
Para atingirmos a plenitude da leitura, deveremos seguir os se-
guintes passos:
Leitura exploratória – é o passo em que lemos para descobrir o 
pensamento do autor. Também é possível, dependendo do seu 
grau de motivação ou de curiosidade em relação ao texto, pesqui-
sar sobre vida e obra do autor, momento histórico em que viveu, 
influências que recebeu e buscar esclarecimentos sobre o vocabu-
lário usado e sobre o próprio texto.
30
Metodologia Científica
Leitura analítica – é o passo em que precisamos dialogar com o 
autor para percebermos qual é o assunto e como ele nos é apre-
sentado. Se estamos atentos à leitura, vêm à nossa mente diversas 
perguntas reveladoras da ideia central e da mensagem que o au-
tor nos quer transmitir. A ideia central vem acompanhada de ou-
tras, que chamamos ideias secundárias, e aparecem em unidades 
denominadas parágrafos, onde o tema-problema se faz presente. 
Nesta etapa devemos usar a técnica de sublinhar as ideias princi-
pais que servirão para elaborarmos a síntese e o resumo do texto.
Leitura interpretativa – é o passo em que nos posicionamos sobre 
o que diz o autor. É a fase em que demonstramos nossa capaci-
dade de assimilação e de crítica, para isso, precisamos consultar 
outras fontes. Caso não tenhamos feito a pesquisa durante o pri-
meiro passo, agora é o momento, pois o trabalho acadêmico só 
tem sentido quando exercitamos a pesquisa.
Só aprendemos aquilo que compreendemos.
Leia o texto a seguir, sem se deter nas dificuldades vocabulares. 
Logo depois demonstraremos alguns passos necessários para 
uma boa leitura e compreensão de texto.
É melhor procurar dentro
1 Alguém já disse que viver nada mais é do que resolver 
problemas. A quantidade de situações que exigem que 
apresentemos soluções durante apenas um dia de nossa 
vida é imenso. Não nos damos conta disso porque a maio-
31
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
ria das soluções são praticamente automáticas, pois esta-
mos sendo preparados desde a infância para encontrá-las, 
e porque, em sua maioria, dizem respeito a pequenas deci-
sões do cotidiano, como escolher qual roupa vestir, resolver 
o cardápio do dia ou decidir o melhor trajeto entre a casa e 
o trabalho.
2 Entretanto, ao longo de sua vida, o homem também se 
depara com situações mais complexas, que exigem mais 
do que a lógica banal do cotidiano. É quando se vê obri-
gado a encarar uma situação-problema, encontrar a melhor 
solução e retomar, dessa forma, o equilíbrio que parecia 
perdido. Situações desse tipo exigem mais energia do que 
estamos acostumados a usar em nosso dia-a-dia. O estoque 
dessa energia e a capacidade de fazer uso dela é o que vai 
estabelecer a diferença entre as pessoas.
3 Cada indivíduo reage diferente, mas todos temos à dis-
posição elementos, em tese, equivalentes. Diante de uma 
dificuldade, o homem utiliza duas ferramentas: por um 
lado sua situação pessoal, fornecida pela educação que re-
cebeu, pelas oportunidades de aprimoramento, pela saúde 
física, pelo equilíbrio mental; e por outro, sua liberdade de 
pensamento que, ao mesmo tempo, é influenciada pelas 
condições anteriores, e exerce influência sobre as mesmas. 
São duas partes da mesma pessoa.
4 Jean-Paul Sartre dizia que o homem é um ser dual: por 
um lado ele é o que é, “nem ativo nem passivo, nem afir-
mação nem negação, simplesmente repousa em si, maciço, 
rígido”, sendo, dessa forma, o ser-em-si. Por outro lado, 
32
Metodologia Científica
o homem também é um ser-para-si, o que representa sua 
própria consciência e, através dela, ele se torna capaz de su-
perar seus limites, libertando-se da prisão de uma situação 
desfavorável, determinada à sua revelia pela história que o 
concebeu.
5 Uma pessoa que nasceu pobre, em ambiente ignorante, 
exposta a poucos estímulos construtivos, pode estar presa 
à sua “condição humana” e construir para si mesma uma 
vida igualmente miserável, ou pode enxergar que existe 
outro mundo e pavimentar a estrada que o levará até lá. 
A condição humana é um conjunto de fatores a priori, ou 
seja, que existiam antes da própria pessoa, mas ela não é 
sinônimo de destino, pois entra em jogo a consciência, que 
pode mudar tudo.
6 Quando, neste parágrafo, comecei a colocar exemplos, 
percebi que seriam tantos que não caberiam na página, ou 
eu teria que ser injusto com vários, citando apenas alguns. 
Portanto deixo para você mesmo, caro leitor da Vencer!, a 
tarefa de encontrar seus próprios exemplos de pessoas que 
construíram uma vida que valeu a pena, a despeito das con-
dições que lhe foram oferecidas a priori.
7 Não há dúvidas de que quem nasceu com um mínimo 
de oportunidade de desenvolver sua consciência e exer-
cer sua liberdade de pensar, tem o dever de responsabi-
lizar-se pela própria vida, e diminuir a transferência de 
responsabilidade de seus fracassos para outros, incluindo 
entre esses outros, a própria sorte. Afinal, sempre pode-
mos fazer alguma coisa com o que fizerem conosco. As res-
33
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
postas estão, portanto, muito mais dentro de nós do que 
fora, e essas respostas são as que explicamos fracassos e 
os sucessos, bem como esclarecem as grandes dúvidas e 
encontram as grandes soluções. É sempre melhor primeiro 
procurar dentro.
(MUSSAK, Eugênio. Revista Vencer, 19/02/2004)
Assim que terminou a leitura você conseguiu resposta para a per-
gunta: qual o assunto? 
Se respondeu “É melhor procurar dentro”, a resposta está incor-
reta, pois costumamos dizer que o título é uma espécie de primei-
ro resumo do texto, mas não é o assunto. Então, lembre-se:
O título não é o assunto do texto.
Observe a estrutura do texto. Além do título, há sete parágra-
fos que o compõem. A numeração que antecede cada um deles 
é para auxiliar na compreensão. Por ser um texto dissertativo, 
cada parágrafo tem um tópico frasal – parte da doutrina – (su-
blinhamos para facilitar seu entendimento) e o desenvolvimento 
(explicações e/ou exemplos). Os parágrafos 5 e 6 não têm tópicos 
frasais, pois contêm explicações e exemplos referentes ao quarto 
parágrafo.
Agora leia só os tópicos frasais para extrair o assunto do texto.
Ficou mais fácil?
34
Metodologia Científica
Então proceda desse modo sempre que você quiser detectar o as-
sunto de um texto científico, técnico ou filosófico.
2. SÍNTESE, SINOPSE E RESUMO DE TEXTOS
Atualmente, há muitos termos técnicos, comuns no campo da do-
cumentação, precisamos conhecer sua real significação para usá-
-los com correção. Por isso, saiba distinguir entre síntese, sinopse 
e resumo.
Síntese ou recensão consiste na exposição das principais ideias 
de um texto. Como exemplificaremos cada item, a síntese, nesse 
caso, consistirá dos tópicos frasais, onde se encontram as ideias 
principais do Eugênio Mussak.
Exemplo:
É melhor procurar dentro
Viver nada mais é do que resolver problemas. Ao longo de 
sua vida, o homem também se depara com situações mais 
complexas, que exigem mais do que a lógica banal do coti-
diano.
Cada indivíduo reage diferente, mas todos temos à disposi-
ção elementos, em tese, equivalentes. Jean-Paul Sartre dizia 
que o homem é um ser dual.
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UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Quem nasceu com um mínimo de oportunidade de desen-
volver sua consciência e exercer sua liberdade de pensar, 
tem o dever de responsabilizar-se pela própria vida, exer-
cer e diminuir a transferência de responsabilidade de seus 
fracassos para outros, incluindo entre esses outros, a pró-
pria sorte.
Sinopse é uma apresentação breve, sucinta, elaborada pelo pró-
prio autor e que acompanha o texto. Não deve ser confundida 
com síntese ou resumo.
Resumir significa condensar um texto, mantendo as ideias prin-
cipais do autor. O que é preciso considerar no resumo:
•	 O assunto da obra;
•	 Respeitar a ordem das ideias e a sequência dos fatos, sem 
modificá-las;
•	 Respeitar as opiniões e os pontos de vista do autor;
•	 Não acrescentar qualquer comentário ou julgamento pes-
soal;
•	 Empregar frases pessoais, com palavras do vocabulário 
que se costuma usar;
•	 Não transcrever frases ou trechos do original;
•	 Empregar linguagem clara e objetiva;
•	 Apontar as conclusões do autor.
O título do texto e as ideias do autor do texto ficam into-
cáveis no resumo.
36
Metodologia Científica
Exemplo:
É melhor procurar dentro
Passamos nossa existência resolvendo problemas. Desde 
pequenos aprendemos a tomar decisões, por isso algumas 
soluções são rotineiras, acontecem automaticamente.
Algumas vezes, contudo, os problemas se agravam, exi-
gindo de nós maior esforço diante das decisões a serem 
tomadas, o que nos diferenciará de outras pessoas. Os com-
portamentos diferem, mas todo indivíduo dispõe de sua 
educação pessoal e da sua liberdade de pensar.
Segundo Jean-Paul Sartre, há uma dualidade no homem: 
o ser-em-si (ele é o que é) e o ser-para-si (sua própria 
consciência). Isto é, o indivíduo pode aceitar e se aceitar 
diante de sua condição socioeconômica ou pode encontrar 
soluções para melhorá-la.
Pessoas dotadas de educação e capazes de exercer sua li-
berdade de pensamento, devem responsabilizar-se por 
seus fracassos e deixar de arrumar culpados por soluções 
tomadas erroneamente.
3. ELABORAÇÃO DE ESQUEMAS
Esquematizar consiste na reelaboração do plano das ideias do au-
tor. O esquema pode ser definido, de forma bem elementar, como 
um resumo não redigido.
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UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
A maneira de esquematizar um texto é muito pessoal: podem-se 
usar símbolos, palavras abreviadas, gráficos, desenhos, chaves, 
flechas, maiúsculas e outros recursos que contribuam para a efi-
ciência e compreensão do esquema.
A técnica de sublinhar facilita muito a tarefa de esquematizar um 
texto que não seja longo.
Exemplo:
4. TÉCNICA DE FICHAMENTO
Vamos estudar, agora, a técnica do fichamento que é uma ferra-
menta auxiliar no processo de registrar o que pesquisamos. Ge-
ralmente, quando nos pedem para fichar um texto, sublinhamos 
38
Metodologia Científica
tudo o que nos parece importante já na primeira leitura e limita-
mo-nos a copiar essas partes na ficha.
Resultado: passado algum tempo, ao revermos as anotações, não 
mais conseguimos saber por que eram importantes. Nossas fichas 
não nos dão a organização lógica do texto e não temos condição 
de acompanhar o pensamento do autor.
Os procedimentos aqui apresentados proporcionarão: entender 
e anotar a organização do pensamento do autor e tomar posse 
desse raciocínio; esclarecer as ideias para podermos saber como 
umas se relacionam com as outras.
Fichamento é trabalho a que temos acesso sempre que necessá-
rio. Dito isso, passemos às etapas. Vamos apresentá-lo por etapa, 
para facilitar o aprendizado.
1ª etapa – Leitura exploratória do texto, sem nos determos nas 
dificuldades. Aproveitemos essa primeira leitura para numerar 
os parágrafos, o que nos auxiliará muito.
2ª etapa - Identificação das principais partes do texto. Todo texto 
completo apresenta três partes distintas:
•	 Introdução – nela o autor coloca o problema ou a indaga-
ção que o levou a escrever o texto. A introdução nos dá 
uma ideia do assunto tratado.
•	 Desenvolvimento — é o corpo do texto, é onde o autor 
expõe os dados, as ideias, os argumentos e as afirmações 
que constituem o seu pensamento original. A partir da 
indagação/problema, o desenvolvimento revela como o 
autor conduziu a procura de soluções/explicações e os 
caminhos que escolheu.
•	 Conclusão — o autor coloca algumas afirmações ou no-
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UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
vas indagações decorrentes da organização e do desen-
volvimento do texto.
3ª etapa – Levantamento da estrutura, do plano lógico do texto. 
Podemos resumir as ideias principais de cada parágrafo para, a 
seguir, agrupá-las em tópicos gerais. Perguntamos: qual a ideia 
principal do parágrafo? Há uma palavra ou uma expressão que 
sintetize o assunto?
A título de exemplo, vamos retomar o texto “É preciso procurar 
dentro”, do Eugênio Mussak.
1ª etapa – Leitura exploratória do texto;
2ª etapa - Identificação das principais partes do texto:
•	 Introdução: parágrafos 1 a 3;
•	 Desenvolvimento: parágrafos 4 a 6;
•	 Conclusão: parágrafo 7.
No quadro a seguir apresentamos a introdução e as partes que a 
constituem:
RESUMO DA INTRODUÇÃO TÓPICOS
Parágrafo 1: O autor afirma que é 
enorme a quantidade de situações 
pedindo soluções em um só dia de 
nossas vidas, mas isso nos passa 
despercebido porque desde peque-
nos nos preparam para encontrar 
essas soluções.
1. Cotidiano pede e nos 
treinaram para resolver-
mos problemas.
40
Metodologia Científica
Parágrafo 2: Algumas situações, 
contudo, exigem esforço redobrado 
de ideias e de energia para serem 
solucionadas. A atitude das pes-
soas diante de uma situação-pro-
blema é o fator de diferença entre 
elas.
2. A atitude demonstrada 
diante de uma situação-
-problema diferencia 
uma pessoa de outra.
Parágrafo 3: Todos temos igual-
mente duas ferramentas a utilizar, 
nossa individualidade e nossa li-
berdade de pensamento.
3. Individualidade e li-
berdade de pensamento, 
ferramentas disponíveisa todos.
Apresentação do plano de ideias da introdução (parágrafos 1 a 3):
•	 Resolver problemas é função do ser humano que foi trei-
nado desde criança para isso.
•	 Atitude diante do problema distingue uma pessoa da ou-
tra.
•	 Todos dispõem de individualidade e liberdade de expres-
são para resolver problemas.
Releia na íntegra o texto do Mussak.
Responda:
O desenvolvimento e a conclusão contemplam o plano de 
ideias?
Certamente que sim. Nesse caso, você está diante de um 
texto coerente e coeso, isto é, muito bem escrito.
41
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
4.1 Tipos de Fichas
Destacaremos dois tipos de fichas: Bibliográfica (assunto e autor); 
Conteúdo (resumo e cópia-citação).
Um fichamento completo deve apresentar os seguintes dados:
•	 Indicação bibliográfica — mostra a fonte da leitura.
•	 Resumo — síntese do conteúdo do texto.
•	 Citações — apresenta transcrições significativas do texto.
•	 Comentários — expressa a compreensão crítica do texto, 
pode se basear ou não em outros autores e obras.
Ficha de Documentação Bibliográfica:
Indicação
bibliográfica
SOBRENOME, Nome do/a Autor/a. Títu-
lo. Subtítulo. Número da edição se houver. 
Local de Publicação: Nome da Editora, ano, 
Nome de Coleção e/ou de Série e número 
entre parênteses.
1ª Parte: apresentação objetiva das ideias 
do/a autor/a
1) resumo (baseado no esquema)
2) pequenas citações (entre aspas e página)
Indicação
bibliográfica
SOBRENOME, Nome do/a Autor/a. Títu-
lo. Subtítulo. Número da edição se houver. 
Local de Publicação: Nome da Editora, ano, 
Nome de Coleção e/ou de Série e número 
entre parênteses.
1ª Parte (elaboração pessoal sobre a leitura)
1) Comentários (parecer e crítica)
42
Metodologia Científica
Outro tipo de Ficha Bibliográfica:
Título do trabalho (1)
Seção primária do trabalho (2)
Seção secundária e terciária 
do trabalho, se houver (3)
Comentários ou anotações sobre a obra (4)
Exemplo de Ficha Bibliográfica:
A Língua Falada e a Língua Escrita no Brasil (1)
1. Origem da Língua Portuguesa
(2)
1.1 Há diferenças entre 
língua falada e língua 
escrita? (3)
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se 
faz. São Paulo: Loyola, 1999. 148 p.
Insere-se no campo do estudo da Sociolinguística e da Antropo-
logia Social. O autor aborda o uso da língua como instrumen-
to de discriminação social. Responsabiliza o ensino da Língua 
Portuguesa como o responsável pelo complexo de inferiorida-
de da maioria da população brasileira. Exemplifica como a es-
cola, a imprensa e os intelectuais contribuem para reforçá-lo. 
Ainda revela que para haver mudanças nos conceitos de língua 
“certa” e de língua “errada” é necessário que as relações sociais 
se transformem. Uma possível gramática do português brasilei-
ro, produzida por pesquisadores que há mais de 30 anos estão 
engajados na pesquisa criteriosa de nossa realidade linguística, 
estabeleceria significativa transformação. (4)
43
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
5. TÉCNICA DA RESENHA
A resenha constitui-se um trabalho acadêmico que contém a apre-
sentação do conteúdo de um livro ou artigo (de peso científico) e 
sua apreciação crítica.
Fazer uma resenha é resumir analisando de maneira clara e su-
cinta um livro, artigo ou qualquer tipo de texto científico. 
Resumir analisando significa manter a identidade de quem escre-
veu o texto que estamos analisando, mas é preciso deixar trans-
parecer a nossa presença, como voz crítica sobre o texto.
A resenha deve cumprir um objetivo claro: comunicar ao leitor os 
aspectos essenciais da obra em questão e situá-lo no assunto da 
melhor maneira possível.
É interessante pesquisar sobre o/a autor/a do texto resenhado, 
sobre o assunto em questão e sobre a situação atual da pesquisa 
científica sobre o tema. Esses procedimentos, quando convenien-
tes, devem abrir a resenha e preparar o comentário sobre o texto 
em pauta.
Toda resenha deve conter:
•	 Cabeçalho contendo o nome da instituição de ensino, tí-
tulo da resenha com identificação do texto resenhado, au-
tor/a da resenha, objetivo do trabalho, local e data.
•	 Texto dissertativo contendo: introdução, corpo principal 
do texto e conclusão com apreciação crítica.
I. Citação completa da fonte.
II. Apresentação global do conteúdo.
III. Avaliação crítica do texto, levando em consideração: 
44
Metodologia Científica
conteúdo, objetivo(s), plano estrutural e desenvolvi-
mento lógico da temática, linguagem, vocabulário e 
estilo do autor.
•	 Referências.
Nesta unidade revisitamos algumas técnicas que funcionam 
como excelentes ferramentas para compreendermos e elaborar-
mos textos técnico-científicos.
Primeiramente refletimos sobre o ato de ler, importante para des-
mitificarmos a ideia de que ler fluentemente é saber ler. Só sabe 
ler quem entende o que lê. Ler é apreender, captar a mensagem.
A seguir, definimos, mostramos o passo-a-passo e exemplifica-
mos fichamento, esquema, resumo e resenha. Exercite essas técni-
cas e você concluirá que os atos de ler e escrever se tornam muito 
mais fáceis.
Na próxima unidade estudaremos as etapas do projeto de pes-
quisa.
Síntese da Unidade
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Acesse o site: ead.sociesc.org.br e faça as atividades propostas 
da unidade! 
Anotações Importantes:
Atividades Propostas
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Metodologia Científica
PROJETO DE PESQUISA
Caro(a) estudante!
Nesta terceira unidade aprenderemos a elaborar um pro-
jeto de pesquisa. Iniciaremos com a definição da nomen-
clatura, evidenciaremos as exigências das normas brasi-
leiras vigentes e concluiremos elaborando um projeto.
Bons estudos!
Objetivos da Unidade 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
•	 Enumerar as etapas do projeto, descrevendo cada 
uma delas;
•	 Utilizar adequadamente as NBRs na elaboração 
de um projeto;
•	 Ler artigos técnico-científicos, procurando evi-
denciar a estrutura do projeto;
•	 Elaborar um projeto de pesquisa.
Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade, se prefe-
rir, assinale-os à medida que for estudando: 
•	 Descrição das etapas do projeto de pesquisa;
•	 Uso de citações, segundo a NBR 10520/05;
•	 Uso de referências, segundo a NBR 6023/02;
•	 Leitura de artigos técnico-científicos;
•	 Elaboração de um projeto de pesquisa;
•	 Exercícios propostos.
3
U
ni
da
de
47
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
1. ETAPAS DO PROJETO
O planejamento e a execução de uma pesquisa fazem parte de 
um processo sistematizado. A vida acadêmica e profissional exi-
ge que você desenvolva projetos de pesquisa, desse modo, come-
cemos a elaborá-los.
O modelo a seguir, contendo as etapas de um projeto de pesqui-
sa, foi elaborado por Lakatos e Marconi, na obra “Fundamentos 
de Metodologia Científica” (2003, p. 216).
Vejamos um esquema do que deve conter um projeto:
a) Capa
•	 Entidade
•	 Título (e subtítulo, se houver)
•	 Orientador ou/e Coordenador (es)
•	 Local e data
b) Tema
c) Delimitaçãodo Tema
•	 Especificação
•	 Limitação geográfica e temporal
d) Justificativa
e) Objetivo Geral
f) Objetivos Específicos
g) Problema
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Metodologia Científica
•	 Hipótese Básica
•	 Hipóteses secundárias
•	 Variáveis
h) Metodologia
•	 Método de Abordagem
•	 Método de Procedimento
•	 Técnicas
o Descrição
o Como será aplicado
o Codificação e tabulação
•	 Delimitação do Universo (descrição da população)
•	 Tipo de amostragem
o Caracterização
o Seleção
i) Embasamento Teórico
•	 Teoria de Base
•	 Revisão da Bibliografia
•	 Definição dos Termos
j) Cronograma
k) Orçamento
l) Instrumento(s) de Pesquisa
m) Bibliografia e/ou Referências
O mesmo esquema, agora, lhe será apresentado sob a forma de 
tópicos, quem sabe poderá facilitar suas atividades acadêmicas. 
Esses tópicos são apenas indicadores dos elementos que devem 
compor o trabalho do pesquisador e constituem passos a serem 
seguidos ao longo da pesquisa.
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UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
a) Estrutura da folha de rosto;
b) Escolha do tema;
c) Justificativa para a escolha do tema;
d) Formulação do problema e enunciação das hipóteses;
e) Definição dos objetivos;
f) Metodologia;
g) Revisão de literatura;
h) Coleta de dados;
i) Tabulação de dados;
j) Análise e discussão dos resultados;
k) Conclusão da análise dos resultados;
l) Redação e apresentação do trabalho científico.
1.1 Escolha do Tema
Nessa etapa deve-se responder à pergunta: “O que pretendo 
abordar?”. O tema é um assunto sobre o qual recai o enfoque do 
pesquisador, objetivando desenvolvê-lo e analisá-lo, buscando 
subsídios para comprovar ou não uma hipótese elaborada sobre 
ele. 
A definição do tema pode surgir da observação do cotidiano, dos 
desafios encontrados na vida profissional, em programas de pes-
quisa, em contato e relacionamento com especialistas, em estudo 
da literatura especializada ou da leitura de outros trabalhos.
Quando se escolhe um tema, é preciso considerar:
•	 Atualidade;
•	 Relevância;
•	 Conhecimento a respeito;
•	 Preferência e aptidão pessoal para lidar com o tema esco-
lhido.
50
Metodologia Científica
Um tema pode apresentar amplitude tal, que os instrumentos 
disponíveis e o tempo do pesquisador não permitiriam anali-
sá-lo com profundidade. Por isso, o assunto escolhido deve ser 
delimitado e preciso. A expressão “Relações interpessoais”, por 
exemplo, não é um tema, mas dá possibilidades de temas, só é 
necessário delimitá-la.
1.2 Delimitação do Tema
Delimitar significa pôr limites. O processo de delimitação do tema 
só se dá por concluído, quando se faz a sua limitação geográfica 
e espacial, ou seja, dentro da área específica do conhecimento, 
delimita-se o espaço geográfico de abrangência da pesquisa e o 
período focalizado na pesquisa.
Dando continuidade ao exemplo iniciado em 1.1, é preciso definir 
outros aspectos na área do conhecimento – relações interpessoais:
Exemplo:
“Influências da habilidade de comunicação dos atuais ge-
rentes da empresa X, no que diz respeito à competência 
interpessoal, junto a seus pares e subordinados.”
Analisando-se a delimitação temática, observa-se:
•	 O espaço geográfico de abrangência da pesquisa - “Em-
presa X”;
•	 O período focalizado - “atuais”;
•	 A população – “gerentes”;
•	 As variáveis –“ habilidade de comunicação e competência 
interpessoal”.
51
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
1.3 Problema
Sem problema não há pesquisa. Problema é uma interrogação di-
reta ou indireta que o pesquisador faz à realidade.
Exemplo:
“O treinamento na habilidade de comunicação dos geren-
tes da empresa X influenciará na competência interpessoal 
dele?”
É preciso não confundir tema com 
problema.
O tema é o assunto geral e tem caráter 
amplo; o problema é o que vai ser in-
vestigado dentro do tema da pesquisa. 
O problema é fruto de leitura e/ou de 
observação do que se deseja pesquisar.
1.4 Definição dos Objetivos
Objetivo geral: O objetivo geral será a síntese do que se pretende 
alcançar e relaciona-se diretamente com o problema, com o con-
teúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das ideias 
estudadas.
Objetivos específicos: Os objetivos específicos definem os diferen-
tes pontos a serem abordados visando confirmar as hipóteses, ex-
plicitarão os detalhes e serão um desdobramento do objetivo geral.
52
Metodologia Científica
Os objetivos informarão quais os resultados que se pretendem 
alcançar e qual a contribuição que a pesquisa efetivamente pro-
porcionará. Os enunciados dos objetivos devem começar com 
um verbo no infinitivo que deve indicar uma ação passível de 
mensuração. Seguem alguns verbos utilizados na formulação dos 
objetivos que determinam estágio cognitivo de:
CONHECIMENTO AVALIAÇÃO COMPREENSÃO
Apontar
Arrolar
Definir
Entender
Enunciar
Estudar
Inferir
Inscrever
Nomear
Registrar
Relatar
Repetir
Sublinhar
Apreciar
Avaliar
Eliminar
Escolher
Estimar
Julgar
Preferir
Selecionar
Validar
Valorizar
Compreender
Constatar
Descrever
Discutir
Elaborar
Esclarecer
Explicar
Expressar
Identificar
Localizar
Traduzir
Transcrever
53
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
SÍNTESE APLICAÇÃO ANÁLISE
Articular
Compor
Constituir
Coordenar
Esquematizar
Resumir
Reunir
Ordenar
Organizar
Sintetizar
Aplicar
Comparar
Demonstrar
Empregar
Ilustrar
Interpretar
Inventariar
Manipular
Mensurar
Praticar
Traçar
Usar
Verificar
Analisar
Classificar
Comparar
Constatar
Criticar
Debater
Diferenciar
Distinguir
Examinar
Experimentar
Investigar
Provar
1.5 Justificativa
A justificativa é o único item do projeto que apresenta respostas à 
questão por quê. É nessa etapa que se procurará convencer quem 
for ler o projeto, com relação à importância da pesquisa proposta.
A justificativa consiste numa exposição sucinta, porém completa, 
das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que 
tornam importante a realização da pesquisa.
54
Metodologia Científica
É interessante que nessa etapa sejam respondidas as seguintes 
perguntas:
1. O tema é relevante, importante?
2. Quais os pontos positivos que se percebe na abordagem pro-
posta?
3. Que vantagens e benefícios se pressupõem que a pesquisa pro-
porcionará?
1.6 Formulação das Hipóteses
A formulação das hipóteses constitui um guia seguro para a pes-
quisa. São possíveis respostas ao problema da pesquisa e orien-
tam a busca de outras informações.
A hipótese também pode ser entendida como as relações entre 
duas ou mais variáveis, desde que pelo menos uma delas já tenha 
sido fruto de conhecimento científico.
Toda hipótese constitui-se de uma ou 
mais variáveis. E o que são variáveis? São 
características observáveis do fenômeno 
a ser estudado, existem em todos os tipos 
de pesquisa e assumem papel relevante 
na pesquisa.
Exemplo:
“Influências da habilidade de comunicação dos atuais ge-
rentes da empresa X, no que diz respeito à competência 
interpessoal, junto a seus pares e subordinados.”
55
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
No exemplo, as características observáveis para gerente seriam: 
responsável, eficaz, comprometido, eficiente...
1.7 Metodologia
Nessa etapa, é o momento em que se responde:
Como?
Onde?
Com quem?
Com quê?
Descrevem-se as técnicas – procedimentos mais restritos que 
operacionalizam os métodos (unidade 1), mediante emprego de 
instrumentos adequados. As técnicas mais comuns são: questio-
nários, formulários, entrevistas, levantamento documental, ob-
servacional, estatísticas.
Nessa parte, também se deve definir onde e como será realizada 
a pesquisa, o tipo de pesquisa, a população (universo ou sujeitos 
da pesquisa), a amostragem, os instrumentos de coleta de dados 
e a forma como se pretende tabular e analisar os dados.
1.8 Embasamento Teórico
Uma das etapas mais importantes de um projeto de pesquisa é 
a revisão da literatura ou fundamentação teórica adotada, para 
tratar o tema e o problema de pesquisa. Nessa etapa, analisam-se 
as mais recentes obras científicas disponíveis que tratam doas-
sunto ou que deem fundamentação teórica e metodológica para o 
desenvolvimento do projeto de pesquisa.
56
Metodologia Científica
1.9 Cronograma
O cronograma visa a relacionar as atividades e o tempo de du-
ração das atividades, discriminando-as em fases ou etapas. Ge-
ralmente, dividem-se os cronogramas em semanas ou meses. É 
possível que ocorra a execução simultânea de etapas.
1.10 Orçamento
O orçamento distribui os gastos por vários itens que devem ne-
cessariamente ser separados. Detalham-se os gastos, por catego-
rias, com pessoal e material. Devem-se indicar as fontes de onde 
proveem os recursos, se de origem interna (da instituição onde 
atua), se de origem externa (indicar o patrocinador e o crédito).
1.11 Instrumentos de Pesquisa
Nessa etapa indica-se como a pesquisa será realizada. Os instru-
mentos referentes às técnicas selecionadas para a coleta de dados, 
tais como: entrevista, questionário, formulário, testes ou escalas 
de medidas de opiniões e atitudes.
Se a técnica escolhida for a de observação, somente nesse caso, 
dispensa-se a apresentação dos instrumentos de pesquisa.
1.12 Bibliografia
A bibliografia constitui o conjunto dos livros, artigos, publicações 
e documentos utilizados e que sustentarão o marco teórico da 
pesquisa, nas diferentes fases do projeto.
É importante que se observe a diferença entre bibliografia e re-
ferências: esta relaciona as obras utilizadas no trabalho; aquela, 
57
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
todas as leituras feitas pelo pesquisador durante o processo de 
pesquisa.
2. COMO ELABORAR CITAÇÕES
A NBR 10520/2005 define citação 
como uma menção no texto de uma 
informação colhida em outra fonte. 
Serve para dar maior clareza e au-
toridade ao texto, relacionando as 
ideias expostas com ideias defendi-
das em outros trabalhos, por outros 
autores.
É obrigatório indicar os dados completos das fontes de onde fo-
ram extraídas as citações, seja em nota de rodapé ou em lista no 
fim do texto. As fontes podem ser indicadas pelo sistema numéri-
co ou pelo sistema autor-data, que é o mais comum nos trabalhos 
acadêmicos: Martins e Zilberknop (2000, p. 28).
Quando são dois os autores da publicação, os sobrenomes de am-
bos devem ser escritos e ligados pela partícula “e”.
Exemplo:
Para Martins e Zilberknop (2000, p. 28), “a força da comuni-
cação no mundo atual, é de uma multiplicidade infinita. (...) 
A vida e o comportamento humano são regidos pela infor-
mação, pela persuasão, pela palavra, cores, forma, gestos, 
expressão facial, símbolos”.
58
Metodologia Científica
Nas citações do autor/data, as entradas pelo sobrenome do au-
tor, pela instituição responsável ou título incluído na sentença, 
devem ser em letras maiúsculas e minúsculas e quando estive-
rem entre parênteses, devem ser em letras maiúsculas.
Exemplo:
Para Martins e Zilberknop (2000, p. 28), “a força da comuni-
cação no mundo atual, é de uma multiplicidade infinita. (...) 
A vida e o comportamento humano são regidos pela infor-
mação, pela persuasão, pela palavra, cores, forma, gestos, 
expressão facial, símbolos”.
“A força da comunicação no mundo atual, é de uma multi-
plicidade infinita. (...) A vida e o comportamento humano 
são regidos pela informação, pela persuasão, pela palavra, 
cores, forma, gestos, expressão facial, símbolos”. (MAR-
TINS e ZILBERKNOP, 2000, p. 28)
Há três tipos de citação:
•	 Citação direta;
•	 Citação indireta;
•	 Citação de citação.
Citação direta
É a transcrição literal de um texto ou parte dele, conservando-se 
a grafia, pontuação, uso de maiúscula e idioma. A citação direta 
obedece às normas a seguir:
59
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
1. Citação curta - Quando a citação tiver até três linhas, deve ser 
incluída no texto, com o mesmo tipo de letra, corpo e espaçamen-
to já utilizados no texto. O texto citado deve ser escrito entre as-
pas, apresentando-se o sobrenome do autor, o ano da publicação 
e a página de onde o texto foi extraído.
Exemplo:
Comunicação “etimologicamente significa tornar comum, 
trocar opiniões. É um processo de participação de experiên-
cias para que se torne patrimônio comum”. (MEDEIROS, 
2000, p. 161).
OU
Comunicação, segundo Medeiros (2000, p.161), “etimolo-
gicamente significa tornar comum, trocar opiniões. É um 
processo de participação de experiências para que se torne 
patrimônio comum”.
2. Citação longa - Se a citação tiver mais de três linhas, a transcri-
ção deve observar os seguintes procedimentos: inicia com recuo 
de 4cm da margem esquerda e termina na margem direita. As 
linhas, a partir da segunda, são alinhadas na esquerda no mesmo 
recuo do parágrafo. Usa-se espaço simples entre as linhas da cita-
ção e espaços duplos entre a citação e o texto. O tamanho da fonte 
utilizada no texto da citação é 10.
60
Metodologia Científica
Exemplo:
Procuração, em linguagem jurídica, significa o instru-
mento do mandato, isto é, o escrito ou documento em 
que se outorga o mandato e se explicitam os poderes 
conferidos. Por extensão, designa o próprio mandato. 
Assim, define-se como sendo o título ou documento 
por meio do qual um indivíduo, chamado mandante, 
confere a outra pessoa, chamado mandatário, poderes 
para praticar atos em seu nome e por sua conta. A pro-
curação pode ser particular ou por escritura pública. 
Conforme os poderes, a procuração recebe vários no-
mes: procuração ad judicia, procuração em causa pró-
pria, procuração em termos gerais, procuração especial, 
procuração extrajudicial, procuração geral, procuração 
particular, procuração pública, procuração insuficiente, 
e outras. (MEDEIROS, 2000, p.303)
Citação indireta
É a reprodução de ideias de um autor ou autores com palavras 
próprias do autor do trabalho. Por não ser transcrição literal, a 
citação indireta não é colocada entre aspas nem em parágrafo dis-
tinto, devendo-se, porém, indicar a fonte de onde foi extraída. A 
citação indireta pode aparecer sob duas formas:
a) parafraseada – é a reprodução das ideias de um autor com 
palavras próprias, devendo a citação manter aproximadamente o 
mesmo tamanho do texto original;
b) condensada – é a síntese das ideias de um autor sem alterá-las.
Quando a citação apresentar algum erro tipográfico ou tenha pa-
lavras ou expressões que não estejam claras, deve-se escrever en-
tre colchetes e entre letras minúsculas o termo sic [sic] logo após 
a palavra ou expressão.
61
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Citação de citação
É a referência a um documento ao qual não se teve acesso, mas do 
qual se tomou conhecimento apenas por citação em outro traba-
lho. A indicação é feita pelo nome do autor original, seguido da 
expressão apud e do nome do autor da obra consultada. Somente 
o autor da obra consultada é mencionado como fonte.
Exemplo:
Segundo Pierre Guiraud (apud Martins e Zilberknop 2000, 
p. 266), o conteúdo da expressão é complexo, porque os 
sons servem única e exclusivamente para comunicar.
É permitido omitir trechos na citação desde que não altere o 
sentido do texto ou da frase. São indicadas pelo uso de reticên-
cias entre parênteses (...). Para que fique bem claro, usaremos um 
trecho do mesmo exemplo da citação longa.
Exemplo:
“Procuração, em linguagem jurídica, significa o instrumen-
to do mandato (...) é o título ou documento por meio do 
qual um indivíduo (...) confere a outra pessoa (...) poderes 
para praticar atos em seu nome e por sua conta. (MEDEI-
ROS, 2000, p.303)
Para destacar palavras ou frases em citação, usa-se o negrito se-
guido da expressão “sem grifo no original” entre colchetes, ime-
diatamente após a palavra ou frase negritada.
62
Metodologia Científica
3. COMO ELABORAR REFERÊNCIAS
A lista de referências, ao final do trabalho, deve fornecer ao leitor 
as informações precisas para facilitar a consulta.
A apresentação das obras pesquisadas pode ser feita de duas ma-
neiras: pelo sistema numérico contido no trabalho ou em ordem 
alfabética do sobrenome dos autores. A escolha de uma forma 
excluiautomaticamente a outra.
A referência pode figurar:
•	 no final de um texto ou em notas de rodapé;
•	 no fim de texto ou de capítulo;
•	 antecedendo resumos, resenhas e recensões.
As determinações para a elaboração de referências encontram-se 
na NBR 6023, de agosto de 2002.
A seguir, são apresentados os casos mais comuns de referência, 
mostrando os campos que devem aparecer e cada caso e sua or-
dem.
3.1 Livros
1. Obra de apenas um autor
SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do Livro. Edição. 
Local: Editora, ano.
Exemplo:
KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. 2.ed. 
São Paulo: Perspectiva, 1987.
63
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
2. Obra escrita por dois autores
SOBRENOME DO AUTOR, (primeiro autor que aparece na pu-
blicação), Prenomes; nome do segundo autor. Título do Livro. 
Edição. Local: Editora, ano.
Exemplo:
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia. 2.ed. 
São Paulo: Paulinas, 1990.
3. Obra com mais de três autores
Mencionam-se os três primeiros autores que aparecem na publi-
cação e, em seguida, coloca-se a expressão latina et al, que signi-
fica “e outros”, ou opta-se por indicar apenas o primeiro autor 
seguido da expressão et al.
4. Autor repetido
Substitui-se nas referências subsequentes à primeira, por um tra-
vessão equivalente a cinco espaços.
Observações:
•	 Se houver tradutor, o nome vem entre o título e a edição, 
separado por ponto.
•	 Se o autor for o organizador da obra, ou coordenador, 
aparecerá (Org.) ou (Coord.), entre parênteses, após o re-
gistro do nome do autor.
•	 O número do volume vem logo após o ano da publicação, 
seguido de v.
•	 O título da série (Coleção, Cadernos, Série, etc.) e o núme-
ro da publicação na série aparecem entre parênteses, após 
o ano, separado por ponto.
64
Metodologia Científica
Exemplo:
D’ANTOLA, Arlete. (Org). Disciplina na escola: autoridade ver-
sus autoritarismo. São Paulo: EPU, 1989. (Temas básicos de edu-
cação e ensino).
5. Referência de parte do livro
•	 Quando o autor do capítulo é também autor do livro
SOBRENOME DO AUTOR DO CAPÍTULO, Prenomes. Título 
do capítulo. In:_____. Título da obra. Edição. Local: Editora, ano. 
Página inicial-final do capítulo utilizado.
Exemplo: 
HAM, A. W. Microscopia e Biologia de Células. In: _____. Histo-
logia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1977. p. 2-20.
•	 Quando o autor do capítulo não é o autor do livro
SOBRENOME DO AUTOR DO CAPÍTULO, Prenomes. Título 
do capítulo. Edição. Local: Editora, ano. Página inicial-final do 
capítulo utilizado.
Exemplo:
ULIVI, Lucia Urbani. Bertrand Russel. In: ROVIGHI, S. História 
da Filosofia contemporânea. São Paulo: Loyola, 1999, p.441-459.
3.2 Monografias, Dissertações e Teses
SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do Trabalho. Lo-
cal, ano. Dissertação (ou tese) (grau e área) – Unidade de Ensino, 
Instituição.
65
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Exemplo: 
MANZONI, Alessandro. Desenvolvimento de um Módulo Di-
nâmico para Simuladores de Ensino e Treinamento em Siste-
mas de Energia Elétrica Usando Programação Orientada a Ob-
jetos. Florianópolis, 1996. Dissertação (Mestrado em Engenharia 
Elétrica) – Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa 
Catarina.
3.3 Artigos
1. Em periódicos
SOBRENOME DO AUTOR do artigo, Prenomes. Título do arti-
go. Título do Periódico, local de publicação, número do volume, 
número do fascículo, páginas inicial e final do artigo, data (mês 
e ano).
Exemplo:
MATTOS, M. R. G. de; AZULAY NETO, Messod; CRISTSINELIS, 
M. F. Anistia – Lei 8.874 – contagem do tempo de afastamento 
para fins de aposentadoria. Síntese Trabalhista. Porto Alegre, 
v.87, ano VII, p.21-26, set. 1996.
2. Em anais
SOBRENOME DO AUTOR do artigo, Prenomes. Título do Arti-
go. In: NOME DO EVENTO (número do evento. data: local). Tí-
tulo da publicação (Anais, Proceedings, etc.). Local de publicação: 
Editora. Página inicial-final do artigo.
Exemplo:
DECKER, I. C.; CASTRO, M. C.; VANTI, M. R. Melhoria da Se-
gurança Dinâmica de Sistemas de Energia Elétrica Utilizando 
66
Metodologia Científica
Processamento Distribuído. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE 
ARQUITETURA DE COMPUTADORES (10. Set. 1998: Búzios, 
Rio de Janeiro). Anais. Rio de Janeiro, 1998. p. 93-96.
3. Em jornal
SOBRENOME DO AUTOR do artigo, Prenomes. Título do Arti-
go. Título do Jornal, local da publicação, data (dia, mês e ano), 
número ou título do caderno, seção, suplemento, página(s) o ar-
tigo.
Exemplo:
FERREIRA, T. Plano Collor Acelera o Processo de Fusões e Com-
pras de Empresas. Gazeta do Povo, Curitiba, 17 jun.1991.
3.4 Relatório Oficial
NOME DA INSTITUIÇÃO. Título do Relatório. Local: Editora, 
ano.
Exemplo:
COMPANHIA VALE DO RIO DOCE. Relatório Anual 1989. Rio 
de Janeiro, 1989.
3.5 Norma Técnica
ÓRGÃO NORMALIZADOR. Título, número da norma. Local, 
ano.
Exemplo:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Refe-
rências Bibliográficas, NBR 6023. Rio de Janeiro, 1989.
67
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
3.6 Leis, Decretos etc.
LOCAL DE JURISDIÇÃO. Título e número da lei, data. Ementa. 
Referenciação da publicação.
Exemplo:
BRASIL. Decreto-Lei n. 2423, de 7 de abril de 1988. Estabelece 
critérios para pagamento de gratificações e vantagens pecuniárias 
aos titulares de cargos e empregos na Administração Federal di-
reta e autárquicas e dá outras providências. Diário Oficial da Re-
pública Federativa do Brasil, Brasília, v. 126, n. 66, p. 6009, 1988.
3.7 Programas
NOME DO PROGRAMA. EXTENSÃO. Versão. Ementa. Autor 
do programa, programador. Custódia. Local, data. Número e 
descrição do meio de disponibilidade. Dimensão do programa. 
Linguagem. Equipamento.
Exemplos:
UFPR. STL. Formatos para Edição de Textos. Emílio Carlos Bos-
chilia. UniversidadeFederal do Paraná, Biblioteca Central. Curiti-
ba, 1990. 1 disquete 5 ¼ pol. Word 5.0.
SIMSP.EXE. Versão 1.0. Programa para a simulação da dinâmi-
ca lenta de Sistemas de Energia Elétrica. Alessandro Manzoni. 
UFSC, EEL, LABSPOT. Florianópolis, fev. 1996. Projeto Orienta-
do a Objetos, Linguagem C++, Compilador WATCOM.
3.8 Documentos e Dados da Internet
Inicie pelo nome do autor do documento, quando existir; indique 
o endereço eletrônico entre <brackets> da localização na rede; 
68
Metodologia Científica
cite a data de publicação do documento ou a data em que foi aces-
sado.
Exemplos:
CIVITAS. Coordenação de Simão Pedro P. Marinho. Desenvol-
vido pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 
1995-1998. Apresenta textos sobre urbanismo e desenvolvimento 
de cidades. Disponível em: <http//www.gcsnet.com.br/oamis/
civitas>. Acesso em: 27 nov. 1998.
ASPIS, Renata P. L. Avaliar é humano, avaliar humaniza. Dispo-
nível em: <http://www. cbfc. com.br/reflexão.htm>. Acesso em: 
20 dez. 2001.
CARLOS, Cássio S. (1997). As ideias do Norte. Disponível em: 
<http://www.uol.com.br/fsp/mais/fs121004.htm>. Acesso em: 
13 ago. 1999.
•	 Site
Exemplos:
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Disponível em: <http://
www.usp.com.br> Acesso em: 30 ago. 2002
ASSOCIAÇÃO NACIONAL de Pós-Graduação em Educação. 
Disponível em: <http:// www.amped.org.br> Acesso em: 14 
mai. 2003
Regras para fazer referências de textos eletrônicos
•	 Material gravado em CD-ROM
69
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Exemplos:
TIMBALADA. Carlinhos Brown e Wesley Rangel. n. 518068-2 
Philips/ Polygram. s/l, s/d.1 CD-ROM.
ANAIS/RESUMOS da 53ª. Reunião Anual da SBPC. Salvador: 
SBPC, 2001. 1 CD-ROM.
MARIA BONITA. Caetano Veloso. Fina estampa. Faixa 3, n. 
522745-2 Polygram. s/d. 1 CDROM.
Nesta unidade estudamos como elaborar um projeto de pesquisa. 
Identificamos e observamos as características de cada uma das 
etapas do projeto. Estudamos como estruturar citações e referên-
cias, de acordo com o que estabelecem as normas da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas.
Na quarta unidade, estudaremos como elaborar e formatar arti-
gos científicos e participar de seminários.
Síntese da Unidade
70
Metodologia Científica
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