Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AIM 7 Distúrbios de hipersensibilidade Lara Parente CAUSAS DE HIPERSENSIBILIDADE AUTOIMUNIDADE Reações contra antígenos próprios por questão de falha na auto tolerância as células de defesa passam a enxergar seus próprios antígenos como ameaças. Transformando-se em uma resposta cada vez mais forte, mais hipersensível. Exemplos: ● Contra a bainha de mielina → Esclerose múltipla ● Contra as cartilagens, ossos e tendões → Artrite reumatoide ● Contra as células beta das ilhotas de Langherans → Diabetes REAÇÕES CONTRAMICRORGANISMOS COMENSAIS Ex: M. tuberculosis. REAÇÕES CONTRA ANTÍGENOS AMBIENTAIS. Inclui as alergias, que acometem cerca de 20% da população. Ex: Pólen. CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA – TIPO I ● Conhecida também como alergia ou atopia. ● Desenvolve hipersensibilidade imediata contra antígenos ambientais Pólen, ácaros, pele de gato, urso de pelúcia, alimentos como camarão, crustáceos. MECANISMO IMUNOPATOLÓGICO ● Anticorpos IgE e células TH2 (precisa produzir IL4) MECANISMO DE LESÃO TECIDUAL E DOENÇA ● Mastócitos e seus mediadores (aminas vasoativas, como a histamina, mediadores lipídicos, como leucotrieno, prostaglandinas, fator de ativação plaquetário (PAF), e citocinas inflamatórias (IFN, IL1, TNF). SEQUÊNCIA DE EVENTOS 1. PRIMEIRA EXPOSIÇÃO → apresentação de um alérgeno de um antígeno ambiental (ex: pólen) que será inalado, grudando-se à parede da mucosa do trato respiratório do indivíduo; AIM 7 Distúrbios de hipersensibilidade Lara Parente 2. Ao penetrar na mucosa é identificado pela célula dendrítica (apresentando) ou então pode ser drenado por via linfática até os linfonodos, onde pode ser englobado pelas células B e apresentado. 3. .IL-4 é a citocina que estimula o Linfócito B a converter os seus anticorpos em IgE Capacidade de grudar na superfície dos mastócitos. Mastócitos possuem receptor específico para o IgE que é o FcyεRI. Com isso, IgE gruda-se ao seu receptor na superfície do mastócito. 4. SEGUNDA EXPOSIÇÃO → exposição repetida a um alérgeno já conhecido quando foi apresentado a célula folicular ou a TH2. O mastócito identifica este alérgeno através dos vários anticorpos específicos para este. 5. Com isso, mastócito libera os mediadores (HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA) Aminas vasoativas → histamina. Reação de hipersensibilidade imediata → minutos após a exposição repetida ao alérgeno. Mediadores lipídicos → leucotrienos, prostaglandinas. Citocinas → reação de fase tardia → 2 a 4 horas após a exposição repetida ao alérgeno → reação inflamatória → permite com que haja a migração das células do leucócito para o tecido que está sofrendo agressão. 6. A reação de pápula e halo eritematoso na pele ⇒ Ao inocular um alérgeno, os mastócitos que estão ladeando o vaso sanguíneo vão identificar a presença deste alérgeno no tecido e vão começar a liberar os mediadores, como a histamina que vasodilata e permeabiliza, permitindo que o plasma saia de dentro do vaso pro tecido, deixando este mais edemaciado, formando, por exemplo a região de pápula (conhecido como calombo). ⇒ E o halo eritematoso que circunda a pápula é uma vermelhidão devido à grande quantidade de hemácias dentro do vaso sanguíneo dilatado, tendo em vista que este dilatado permite um fluxo de maior volume, porém com uma certa lentidão, o que torna vermelho. QUEM PROPORCIONA A PÁPULA E O HALO ERITEMATOSO? AIM 7 Distúrbios de hipersensibilidade Lara Parente ♥ HISTAMINA → agente vasodilatador → amina vasoativa. QUAL A ETAPA MAIS RÁPIDA E A MAIS DEMORADA? ( SLIDE 6) ∞ Doenças alérgicas: o Rinite alérgica → acomete o trato respiratório superior. o Alergias alimentares → acomete TGI, sendo perceptíveis inclusive em outros locais, como a pele. Ex: frutos do mar. o Urticária → acomete a pele. o Dermatite atópica/ Eczema → acomete a pele o Asma ASMA CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS DA ASMA BRÔNQUICA Figura A: Brônquio totalmente desobstruído → troca gasosa pode ocorrer perfeitamente. Figura B – paciente asmático Brônquio repleto de muco produzido pela IL-13 o Ao mesmo tempo que a TH2 produz também IL-4 para estimular a produção de IgE. o Músculo liso mais hipertrofiado → mastócito libera mediadores lipídicos, dentre eles os leucotrienos que tem capacidade de contração dos tecidos → broncoconstrição. ● Espessamento da membrana basal. ● Infiltração inflamatória na submucosa com linfócitos e eosinófilos. A IMPORTÂNCIA DE ENTENDER A IMUNOLOGIA DA ASMA Uso da farmacologia para inibir. AIM 7 Distúrbios de hipersensibilidade Lara Parente ❖ Cromolin → desativação do mastócito → bloqueia liberação de leucotrienos. ❖ Antagonistas de leucotrieno → liga-se no local onde o leucotrieno se ligaria → deixa de estimular a broncoconstrição. ❖ Agonistas B-adrenérgicos → relaxamento brônquico. ❖ Corticosteróides → inflamação. ❖ Anti-IgE → bloqueiam o IgE impedindo seu acoplamento no mastócito. ❖ ANTIHISTAMÍNICO É INEFICAZ para asmático. Pois não tem ação forte contra os leucotrienos, que continuarão promovendo broncoconstrição. Já nas demais doenças alérgicas, é eficiente. HIPERSENSIBILIDADE POR ANTICORPOS – TIPO II MECANISMO IMUNOPATOLÓGICO Anticorpos IgM e IgG contra antígenos de superfície celular ou da matriz extracelular; MECANISMO DE LESÃO TECIDUAL E DOENÇA ❖ Opsonização e fagocitose de células ❖ Recrutamento e ativação de leucócitos (neutrófilos, macrófagos) mediados por receptor Fc e complemento (via clássica) → capaz de promover inflamação, opsonização e lise através da MAC. ❖ Anormalidades nas funções celulares Ex: Sinalização por receptor de hormônio. MECANISMOS EFETORES DA DOENÇA MEDIADA POR ANTICORPO ❖ Opsonização e fagocitose IgM ou IgG quando gruda no alvo, opsoniza a região e com isso a célula que é um fagócito (macrófago) reconhece o anticorpo que está opsonizando este conjunto através de um receptor Fc, permitindo a fagocitose. ❖ Inflamação mediada pelo receptor do complemento e de Fc Liberação de substancias inflamatórias (C3a, C4a e C5a) que acionam a capacidade inflamatória dos leucócitos. Recrutamento de leucócitos mediados pelos receptores Fc. ❖ Respostas fisiológicas anormais sem lesão celular/tecidual Anticorpos grudam em receptores e, poderá Estimula o receptor. Ex: Doença de Graves, tipo de hipertireoidismo. Como pode inibir o receptor. Ex: Miastenia Grave. DOENÇAS MEDIADAS POR ANTICORPOS AIM 7 Distúrbios de hipersensibilidade Lara Parente ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE ♥ Antígeno alvo → proteínas de membrana do eritrócito ♥ Mecanismo da doença → opsonização e fagocitose de eritrócitos (lise mediada pelo complemento (via clássica)) ♥ Manifestação clínica → hemólise, anemia PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA AUTOIMUNE ♥ Antígeno alvo → proteínas de membrana de plaquetas (integrina gpIIb-IIIa). ♥ Mecanismo da doença → opsonização e fagocitose de plaquetas. ♥ Manifestação clínica → sangramento. PÊNFIGO VULGAR ♥ Antígeno alvo → proteínas de junções intracelulares das células epidérmicas (desmogleínas) ♥ Mecanismo da doença → ativação de proteases mediada por anticorpo, ruptura das adesões celulares. ♥ Manifestação clínica → vesículas cutâneas (bolhas) VASCULITE CAUSADA POR ANCA ♥ Antígeno alvo → proteínas de grânulos dos neutrófilos presumivelmente liberadas de neutrófilos ativados. ♥ Mecanismo da doença → degranulação de neutrófilos e inflamação. ♥ Manifestação clínica → vasculite SÍNDROME DE GOODPASTURE ♥ Antígeno alvo → proteína não colagenosa NCI da membrana basal nos glomérulos e nos pulmões. ♥ Mecanismo da doença → inflamação mediada pelo complemento e pelo receptor de Fc ♥ Manifestação clínica → nefrite, hemorragia pulmonar. FEBRE REUMÁTICA AGUDA ♥ Antígeno alvo → antígeno da parede celular de estreptococo. O anticorpo reage cruzadamente com o antígeno miocárdico. ♥ Mecanismo da doença → inflamação, ativação de macrófago. ♥ Manifestação clínica → miocardite, artrite. MIASTENIA GRAVE ♥ Antígeno alvo → receptor de acetilcolina AIM 7 Distúrbios de hipersensibilidade Lara Parente ♥ Mecanismoda doença → anticorpo inibe a ligação da acetilcolina, regulando negativamente os receptores. ♥ Manifestações clínicas → fraqueza muscular, paralisia. DOENÇA DE GRAVES ♥ Antígeno alvo → receptor de TSH ♥ Mecanismo da doença → estimulação dos receptores de TSH mediada por anticorpos. ♥ Manifestação clínica → hipertireoidismo. DIABETES INSULINO-RESISTENTE ♥ Antígeno alvo → receptor de insulina ♥ Mecanismo da doença → anticorpo inibe a ligação da insulina ♥ Manifestação clínica → Diabetes melito. ANEMIA PERNICIOSA ♥ Antígeno alvo → fator intrínseco (relacionado com a absorção da vitamina B12) das células parietais gástricas. ♥ Mecanismo da doença → Neutralização do fator intrínseco → absorção reduzida de vitamina B12. ♥ Manifestações clínicas → eritropoese anormal, anemia, sintomas neurológicos HIPERSENSIBILIDADE MEDIADA POR COMPLEXOS IMUNES – TIPO III MECANISMO IMUNOPATOLÓGICO Complexos imunes de antígenos circulantes e anticorpos IgM e IgG → formação de imunocomplexos. MECANISMO DE LESÃO TECIDUAL E DOENÇA Recrutamento e ativação de leucócitos mediados por receptor Fc e complemento. LESÃO TECIDUAL MEDIADA POR COMPLEXOS IMUNES Anticorpos juntamente com antígenos (imunocomplexos) depositam-se nos vasos sanguíneos, principalmente nos de menor calibre. Com isso, os leucócitos grudam-se na porção Fc do anticorpo e serão recrutados, posteriormente liberando enzimas nos grânulos de neutrófilos, espécies reativas de oxigênio, promovendo inflamação → VASCULITE → independente da doença. AIM 7 Distúrbios de hipersensibilidade Lara Parente DOENÇAS MEDIADAS POR IMUNOCOMPLEXOS LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO ♥ Antígeno envolvido → DNA, nucleoproteínas, outros. ♥ Manifestações clínicas → Nefrite, artrite, vasculite. POLIARTRITE NODOSA ♥ Antígeno envolvido → antígeno de superfície do vírus da hepatite B (em alguns casos). ♥ Manifestações clínicas → vasculite. GLOMERULONEFRITE PÓS-ESTREPTOCÓCICA ♥ Antígeno envolvido → antígeno da parede celular do estreptococo. ♥ Manifestações clínicas → nefrite. ♥ Não confundir com febre reumática DOENÇA DO SORO ♥ Antígeno envolvido → diversas proteínas. ♥ Manifestações clínicas → artrite, vasculite, nefrite. MODELO PARA PATOGENIA DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO ♥ O paciente que desenvolve a doença tem genes de suscetibilidade, com isso através de mutações formam células agressivas que tem como alvo fragmentos de DNA expostos, após rompimento através de gatilhos externos, como radiação UV. ♥ Os fragmentos serão reconhecidos pelas células B, produzindo contra estes os anticorpos serão endocitados, + os fragmentos de DNA dentro do linfócito B (que diferencia-se em plasmócitos, capazes de produzir mais anticorpos) e da célula dendrítica (produção da citocina IFN -1 que estimula a produção de mais anticorpos) estimulando a produção de altos níveis de anticorpos IgG. ♥ Contribuindo para que ocorra a formação dos imunocomplexos. HIPERSENSIBILIDADE MEDIADA POR CÉLULAS T – TIPO IV ● Tardia (demora em torno de 48hs para acontecer) ● Não é mediada por anticorpos. MECANISMO IMUNOPATOLÓGICO: ● Células TCD4 → TH1 ou TH17 (JAMAIS TH2, só no tipo I). Inflamação mediada por citocinas. ● Células TCD8 → citólise mediada por célula T MECANISMO DE LESÃO TECIDUAL E DOENÇA: ✔ Recrutamento e ativação de leucócitos ✔ Morte celular direta por apoptose, inflamação mediada por citocinas. AIM 7 Distúrbios de hipersensibilidade Lara Parente ✔ Citotoxicidade medida por célula TCD8 → morte celular (apoptose) e lesão tecidual. ✔ Inflamação mediada por citocina tanto células TCD4 (IL-17 e IFN gama) e TCD8 (IFN gama): ❖ Inflamação → lesão tecidual DOENÇAS MEDIADAS POR CÉLULAS T Muitas doenças autoimunes específicas de órgão são causadas pela interação de células T autorreativas com autoantígenos, o que leva à liberação de citocinas e inflamação. ARTRITE REUMATOIDE Especificidade → ARTICULAÇÕES de qualquer natureza. Colágeno e proteínas próprias citrulinadas ♥ Mecanismos principais → inflamação mediada pelas citocinas TH1 e TH17. Diversas células são encontradas na sinóvia inflamada, incluindo TH1, TH17, linfócito B ativados (produzindo anticorpos), macrófagos (clássicos). Inúmeras citocinas, incluindo IL1 (estimula o início da inflamação), TNF (estimula o início da inflamação), IFN gama (responsável pela intervenção em macrófago clássico), IL6 (estimula a diferenciação da TCD4 em TH17), IL17 (quimiotáticas → chamam neutrófilos), IL8 (quimiotáticas → chamam neutrófilos) foram detectadas no líquido sinovial. A atividade aumentada dos osteoclastos nas articulações contribui para a destruição óssea na artrite reumatoide. Complicações sistêmicas da artrite reumatoide Vasculite e lesão pulmonar. Os pacientes frequentemente apresentam anticorpos circulantes IgM e IgG e sua presença é utilizada em teste diagnóstico para a AR. A presença desses fatores reumatoides pode participar na formação de imunocomplexos prejudiciais, mas seu papel patogênico ainda não foi estabelecido. Outro tipo de anticorpo detectado em pelo menos 70% dos pacientes é específico para CCP (proteínas citrolinadas cíclicas → estimulam a produção de anticorpos). Esses anticorpos anti-CCP constituem um marcador diagnóstico para a doença e podem estar envolvidos na lesão. PATOGENIA DA ARTRITE REUMATÓIDE Suscetibilidade dos pacientes está associada com MHC que promove uma falha na tolerância Fatores ambientais, como infecção e tabagismo estimulam a modificação de enzimas de proteínas próprias. Com isso, as células T enxergam as proteínas que foram alteradas e células TH17 e TH1 destroem por processo inflamatório a articulação, impossibilitando a qualidade de vida. AIM 7 Distúrbios de hipersensibilidade Lara Parente Além disso células B produzem anticorpos Vasculite e lesão pulmonar ESCLEROSE MÚLTIPLA ▪ Especificidade → antígenos proteicos na bainha de mielina ▪ Mecanismos principais → inflamação mediada pelas citocinas TH1 e TH17, além da destruição da mielina por macrófagos ativados. DIABETES MELITO TIPO I ♥ Especificidade → antígenos das células β das ilhotas pancreáticas (insulina, descarboxilase do ácido glutâmico, outros) ♥ Mecanismos principais → inflamação mediada por célula T e destruição das células das ilhotas por CTLs. DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA ♥ Especificidade → bactérias entéricas ♥ Mecanismos principais → inflamação mediada pelas citocinas TH1 e TH2. PSORÍASE ♥ Especificidade → antígenos cutâneos desconhecidos ♥ Mecanismos principais → inflamação mediada por citocinas derivadas de células T. REAÇÕES DE CÉLULAS T ♥ Específicas para microrganismos e outros antígenos estranhos também pode levar a inflamação e lesão dos tecidos. Ex: Mycobacterium tuberculosis. → granuloma é exemplo de hipersensibilidade ♥ Uma variedade de doenças cutâneas que resultam da exposição tópica a produtos químicos e antígenos ambientais, chamada sensibilidade de contato → Reação de hipersensibilidade do tipo IV. Ex: Neoantígenos formados pela ligação de níquel, tiourama e veneno de carvalho a proteínas próprias. HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO TARDIO ● Teste da tuberculina ● Sensibilização → infecção primária ou imunização ● Elicitação → desafio com antígeno → com injeção intradérmica do antígeno microbiano no antebraço do paciente. ● Reação DTH → 24 a 48h → área de induração e eritema. ● Só vai ficar vermelho se o paciente já teve ou tem a infecção. Se nunca teve, não haverá reação. AIM 7 Distúrbios de hipersensibilidade Lara Parente
Compartilhar