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DECISÕES JURISDICIONAIS PENAIS A função estatal de prestar tutela jurisdicional permite ao Estado promover, após a provocação da parte interessada, um processo judicial cujo principal ato seria prolatar uma sentença ou acórdão. Todavia, existem outras espécies de decisão, conforme descreveremos abaixo. CLASSIFICAÇÃO DAS DECISÕES: 1. DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: São aquelas tomadas no curso do processo, de modo que se discute uma questão incidental que não toca o mérito da ação. As decisões interlocutórias podem ser dadas desde a notitia criminis até o trânsito em julgado. As decisões interlocutórias mistas são recorríveis. É cabível o recurso em sentido estrito se estiver previsto no rol do art. 581 do Código de Processo Penal, ou apelação, caso prevista no art. 593 do Código de Processo Penal. Classificação das decisões interlocutórias: a) Decisão interlocutória simples: as decisões interlocutórias simples são aquelas decisões no processo penal que apreciam algo sem resolver o mérito da ação penal, sem apreciar o mérito de pedido incidental e sem extinguir ou encerrar o processo. Ou seja, resolvem incidentes no próprio processo penal e sem ingressar no mérito da causa. Exemplos: * concessão de liberdade provisória (nos próprios autos do processo penal); * concessão de fiança; * relaxamento da prisão em flagrante; * admissão ou não do assistente de acusação; * indeferimento da produção de provas; As decisões interlocutórias simples são, via de regra, irrecorríveis; porém, se houver previsão no art. 581 do Código de Processo Penal, será cabível Recurso em Sentido Estrito. As decisões interlocutórias simples devem ser proferidas no prazo de cinco dias, conforme dispõe o artigo 800, II do CPP. b) Decisão interlocutória mista terminativa: encerra o processo sem julgamento do mérito da ação penal. Também são assim chamadas as decisões que encerram procedimento incidental. Exemplos: * decisão que rejeita a denúncia; * decisão de impronúncia; * decisão que julga procedente exceção de incompetência; c) Decisão interlocutória mista não terminativa: conclui lima fase do processo mas não o processo, não julgando o mérito. Exemplo: a decisão de pronúncia. O prazo para proferir decisões interlocutórias mistas é de 10 dias, conforme dispõe o artigo 800, I CPP. 2. DESPACHOS DE MERO EXPEDIENTE Os despachos de expediente são aqueles proferidos com o intuito de dar o andamento ao processo. Possuem conteúdo decisório mínimo e devem ser proferidos no prazo de 1 dia (segundo o artigo 800, III do CPP). Normalmente não comportam a interposição de recurso porque a sua manifestação não atinge o interesse das partes. Não aborda questão controvertida. Exemplos: * Sejam as partes intimadas; * Junte-se aos autos a carta precatória; * Expeça-se de ofício de intimação; 3. DECISÕES DEFINITIVAS São aquelas que põe fim ao processo com julgamento do mérito. Analisa-se o cerne da questão, visando apurar se o fato típico ocorreu ou não e se o acusado é autor. As decisões definitivas também são chamadas de SENTENÇA. SENTENÇA SENTENÇA é a decisão definitiva e terminativa do processo, acolhendo ou rejeitando a imputação formulada pela acusação. Nas palavras do jurista e magistrado Nucci: “É a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa à pretensão punitiva do Estado, para julgar procedente ou improcedente a imputação”. NATUREZA JURÍDICA A sentença é uma declaração resultante de toda uma atividade processual, que faz surgir uma manifestação de vontade pelo juiz da causa através de uma atividade mental. CLASSIFICAÇÃO a) Decisão condenatória: a acusação encontra respaldo na prova e, portanto, o juiz, impõe a condenação, nos termos do artigo 387 do Código de Processo Penal. b) Decisão absolutória: aquela que corresponde a improcedência da ação penal, com fundamento em um dos incisos do artigo 386 do Código de Processo Penal. A decisão absolutória pode ser: * Própria: absolve sem nada impor ao réu, em decorrência da ausência de prova da materialidade ou da autoria delitiva, bem como, de reconhecimento de excludente da ilicitude, tipicidade ou culpabilidade. * Imprópria: absolve, impondo ao réu medida de segurança, pois tudo levaria à condenação do agente, mas não há possibilidade desta diante da inimputabilidade deste (art. 26 do Código Penal). c) Decisão declaratória: são as sentenças proferidas sem julgamento do mérito, as quais prestam-se a declarar a extinção da punibilidade por uma das hipóteses do artigo 107 do Código Penal. REQUISITOS DA SENTENÇA Após entendermos o que é a sentença e suas classificações, vamos avançar e entender como a sentença é estruturada e qual os seus requisitos, que no Código de Processo Penal encontram-se no art. 381: Art. 381. A sentença conterá: I - Os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las; II - A exposição sucinta da acusação e da defesa; III - A indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; IV - A indicação dos artigos de lei aplicados; V - O dispositivo; VI - A data e a assinatura do juiz. a) Relatório (Incisos I e II): É um resumo da história do processo que consta nos autos, incluindo os atos processuais realizados e as alegações da acusação e da defesa, contendo ainda o nome das partes; b) Motivação ou fundamentação (incisos III e IV): Passado o relatório o juiz vai apresentar o desenvolvimento do raciocínio que o levou aquela decisão. As razões pelas quais ele irá decidir de uma forma ou de outra. O juiz deve em sua fundamentação analisar todas as teses apontadas por ambas as partes sob pena de nulidade. Interessante lembrar aqui que a fundamentação da decisão é garantida na própria CF/88: Art. 93, inciso IX: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; Um interessante ponto a ser acrescentado aqui é, no caso de tribunal do júri, não há necessidade de relatório ou fundamentação, em razão do sigilo das votações. Importante dizer que nessa fundamentação, é o momento de, em caso de condenação, fazer a dosimetria da pena seguindo o artigo 59 e artigo 60 do CP, dispondo sobre o regime inicial de cumprimento de pena, a possibilidade de substituição de penas, de recorrer em liberdade. Todos estes itens fazem parte da fundamentação. c) Conclusão (dispositivo) (inciso V): Nessa parte o juiz vai apresentar se decide pela procedência ou não da ação penal, pela condenação ou pela absolvição, indicando os artigos aplicados, e por fim coloca a data e sua assinatura. Vale lembrar que é nula a sentença que não tem os artigos indicados pelo juiz. Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: (...) III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: (...) m) a sentença; Também é válido lembrar sobre a forma da sentença que a mesma pode ser manuscrita, datilografada ou digitalizada. CLARA E FUNDAMENTADA: A sentença tem de ser clara e precisa afastando qualquer dúvida ou termos ilegíveis. Se assim não estiver ela será nula ou estará sujeita a embargos de declaração (omissão, ambiguidade, obscuridade e contradição) – tal recurso tem prazo de 02 dias e suspende o prazo dos outros recursos. EFEITOS: Com a sentença já proferida, o juiz se afasta da relação processual, ficando competente apenas para corrigir erros materiais, e caso houver recurso, este será submetido ao tribunal. O juiz ficará impedido de atuar no processo assimque chegar na instância superior, esse impedimento é automático. PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO: Deve existir uma correlação lógica entre o fato narrado na denúncia ou na queixa e o fato pelo qual o réu é condenado na sentença. O juiz não pode ir além do fato descrito na peça inaugural. Lembrando que o réu se defende do fato, sendo assim, ele se defende daquilo que está descrito na inicial. O juiz é inerte, não podendo julgar algo além da acusação, um fato que não foi levado ao poder judiciário. EMENDATIO LIBELLI: O juiz não está limitado à classificação normativa apresentada pelo acusador, podendo colocar na sentença o que lhe entender cabível com base no fato narrado pela peça inaugural, sem precisar de prévio aviso a defesa, que pode se resguardar contra eventual surpresa, o que se pretende é defender o acusado contra o fato, e não sobre a norma apresentada. Como diz Fernando Capez, isso consiste apenas na mera alteração da classificação legal. Na “emendatio” os fatos provados são exatamente os fatos narrados. Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave. Podemos dizer que o Ministério Público se equivoca, atribuindo norma diversa correta ao caso. O juiz “corrige”, mas não alterando fatos contidos na denúncia. Se a definição jurídica diversa apresentada pelo juiz for possível a aplicação da suspensão condicional do processo, o juiz dará vista dos autos ao promotor de justiça para que efetue a proposta de suspensão. Se a nova definição dada pelo juiz configurar competência de outro juízo, a este encaminhará os autos para prosseguimento. Momento: O momento oportuno para a "emendatio libelli" é na SENTENÇA. Exceção: é possível a correção do enquadramento típico no recebimento da denúncia/queixa-crime para: a) beneficiar o réu; b) permitir a correta fixação da competência ou do procedimento a ser adotado. É possível em grau de recurso, desde que não se viole o principio da vedação a reformatio in pejus. MUTATIO LIBELLI: se dará quando o juiz concluir que o fato narrado na inicial não corresponde aos fatos provados na instrução processual; nesse caso, deve o juiz remeter o processo ao MP que deverá aditar a peça inaugural. Aqui os fatos provados são distintos dos fatos narrados. Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. Cabível somente na ação penal pública. *Atenção: recusando-se membro do MP a aditar a denúncia, em caso de mutatio libelli, o juiz fará remessa dos autos ao procurador-geral, ou a órgão competente do MP, e este promoverá o aditamento, designará outro órgão do MP para fazê-lo ou insistirá na recusa, a qual só então estará o juiz obrigado a atender (por analogia - art. 28 do CPP). - O aditamento pode ser: A) PRÓPRIO: pode ser real ou pessoal, conforme seja acrescentados fatos ou acusados, cuja existência era desconhecida quando do oferecimento da denúncia. B) IMPRÓPRIO: embora não se acrescente fato/sujeito novo, corrige-se alguma falha na denúncia, retificando dados relativos ao fato. Momento: encerrada a instrução probatória (antes da sentença). Não é cabível em recurso (Sumula 453 STF). PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA: para produzir os efeitos necessários, a sentença precisa ser publicada. Em suma, processualmente falando, a sentença é publicada quando assinada e entregue formalmente pelo juiz à secretaria, que irá juntar aos autos. É errado dizer, tecnicamente, que ela será publicada apenas quando for registrada no DJE. A publicação dita pelo legislador é referente ao ato de inserção no diário. Após isso, ocorrerá a intimação para que os prazos possam fluir. O dia da publicação é o da data da entrega da sentença ao cartório, ou no instante da leitura pelo juiz na audiência. Nesse último caso, ficará constado no termo da audiência ou na ata do plenário ter sido a sentença lida e publicada naquela data. Quando publicada o juiz não pode fazer mais nada, exceto correção de erros materiais e resposta a embargos de declaração. Tirando essas duas hipóteses, ela se torna inalterável. Quando for determinada a expedição de mandado de prisão, deve o escrivão primeiramente expedir o mandado e comunicar o fato a polícia, só depois sendo feita a publicação da sentença (NUCCI). INTIMAÇÃO DA SENTENÇA: A intimação é um rito importante dentro do processo para dar o conhecimento da sentença as partes do processo. A intimação do Defensor Dativo e do MP deve ser sempre pessoal. A partir da publicação o escrivão tem 3 (três) dias para remeter os autos ao MP, sob pena de ficar suspenso por 5 (cinco) dias. É a partir da intimação se contam os prazos para recursos. Art. 392. A intimação da sentença será feita: I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso; II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança; III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração, expedido o mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça; IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver constituído não forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça; V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver constituído também não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça; VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça. SENTENÇA CONDENATÓRIA Quando o juiz julga procedente a ação, afirmando a responsabilidade do acusado, tem-se a sentença condenatória, que afirma a procedência do jus puniendi. Assim a sentença deve seguir o prescrito no art. 387 CPP. Os fatores que levaram a sentença devem ser motivados na própria decisão, sob pena de nulidade na aplicação da pena. Se o MP pediu a absolvição na inicial, o juiz não está vinculado a essa decisão, podendo condenar o acusado, diferente do caso de ação penal privada em que o querelante não pediu na queixa a condenação do querelado, o juiz nesse caso não pode fazê-lo (ocorre a perempção). Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: I - Mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer; II - Mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões; IV - Fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; V - Atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro; VI - Determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e designará o jornal em que será feita a publicação § 1º O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta. § 2º O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regimeinicial de pena privativa de liberdade. - EFEITOS DA SENTENÇA CONDENATÓRIA Os efeitos principais, assim chamado por Tourinho filho, são a dosimetria da pena, a indicação de um valor mínimo para a indenização e a prisão. O juiz vai decretar a prisão ou fazer sua manutenção se havia prisão preventiva. Outros efeitos da condenação do réu estão presentes nos arts. 91 (genéricos) e 92 (específicos). São genéricos os que decorrem automaticamente da sentença, e são específicos os que precisam de declaração expressa do juiz na sentença. Art. 91 - São efeitos da condenação: I - Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; II - A perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa- fé: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. § 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. § 2º Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda. Art. 92 - São também efeitos da condenação: I - A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. II - A incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. Lembrando que esses são efeitos da sentença, quando ocorrer o trânsito em julgado, vão ser acrescentados outros efeitos. A lei n. 12.403/2011 revogou o lançamento do nome no rol dos culpados que era expressamente previsto no código processual. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA As hipóteses de absolvição do réu estão presentes no art. 386 do Código de Processo Penal, sendo elas as fundamentações para decidir improcedente a ação penal. Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: I - Estar provada a inexistência do fato; II - Não haver prova da existência do fato; III - não constituir o fato infração penal; IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; V – Não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; VI – Existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; VII – não existir prova suficiente para a condenação. Dá-se provada a inexistência do fato quando se tem a certeza de que o fato narrado na inicial não ocorreu, essa situação inviabiliza a ação ex delicto para possível reparação do dano causado. Diferentemente temos o inciso II, aqui não há provas suficientes para declarar se houve ou não o fato. Se uma ou algumas das elementares do crime forem excluídas do fato narrado na denúncia, declara-se atípico o fato, ainda pode configurar ilícito civil, diferentemente do inciso I. Outra hipótese que necessita ser provado definitivamente é que o réu não concorreu para a infração, que faz coisa julgado no cível. Na falta de provas de que ele concorreu, mas não conseguir provar que ele não concorreu, ainda poderá ser responsabilizado no cível. No caso de circunstância que exclua o crime ou que isente o réu de pena, podemos ter a absolutória imprópria que impõe medida de segurança em caso de excludente por doença mental. E por fim, quando inexistentes provas suficientes para condenar o réu, ele deverá ser absolvido em razão do in dubio pro reo. - EFEITOS DA SENTENÇA ABSOLUTÓRIA Os efeitos da sentença absolutória estão previstos no parágrafo único do art. 386. Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz: I - Mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade; II – Ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas; III - aplicará medida de segurança, se cabível. Se o réu se encontrava preso, a sentença absolutória vai conceder o efeito de sua liberdade imediata, caso em que será expedido alvará de soltura, ou no caso de absolvição imprópria, sua transferência em razão da medida de segurança. Importante lembrar que é permitido levar o réu absolvido para medida de segurança que prive sua liberdade: Súmula 422, STF: A absolvição criminal não prejudica a medida de segurança, quando couber, ainda que importe privação da liberdade. Por fim, é permitido que a defesa entre com recurso contra a decisão absolutória para mudar o fundamento, que poderia ser usado para a ação civil. Modificada ela, o réu fica resguardado de possível processo cível.
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