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Nos Estados Unidos – onde o multiculturalismo é definido e teorizado por intelectuais de origem terceiro-mundista, atuantes nas universidades norte-americanas –, as relações entre produção artística e política se estreitam na década de 1970, basta lembrar a criação, em 1969, da Art Workers Coalition – AWC [Coalizão dos Trabalhadores de Arte], em Nova York, e do simpósio organizado pela revista Artforum, “O artista e a política”. Protestos contra a Guerra do Vietnã, defesa dos direitos civis e do direito do artista em relação ao modo de exibição dos seus trabalhos são tópicos de uma pauta mais extensa formulada pela AWC. Uma das exigências dos membros da coalizão - entre eles, a crítica Lucy Lippard e os artistas Takis (1925), Hans Haacke (1935) e Carl Andre (1935) - é a presença de um porto-riquenho no conselho de qualquer museu e galeria que exiba arte porto-riquenha. Esse cenário sofre reconfigurações significativas sob o impacto do movimento feminista, que redesenha os contornos de parte da produção artística e da crítica de arte. A Women Artists in Revolution (WAR), formado com base na AWC, e o Conselho de Artistas Mulheres de Los Angeles, 1971, a defesa de uma crítica feminista da história da arte, entre outros, introduzem questões nos debates sobre arte, que influenciam novas produções. O Movimento Chicano, 1965 - 1975, originário da luta contra a discriminação dos imigrantes mexicanos nos Estados Unidos, deve ser lembrado pelo seu ativismo artístico, revelando novos artistas e promovendo a criação de centros culturais "mexicano-americanos" e hispânicos. Artistas negros com Arthur Timótheo (1882-1922), suas paisagens impressionam pela textura, pela luminosidade e pela intensidade do colorido. Uma das suas obras: Retrato de Menino. Estevão Silva Foi o primeiro pintor negro a se formar na Academia Imperial de Belas Artes e pode ser considerado um dos melhores pintores de natureza morta do século 19. Realizou igualmente pinturas históricas, religiosas, retratos e alegorias. A crítica ressalta a qualidade das composições do artista, realizadas com prodigalidade de vermelhos, amarelos e verdes. Uma das suas obras se chama Grumixamas e Jaboticabas. Dois artistas indígenas, podemos citar Jaider Esbell Da etnia Makuxi, o artista viveu na Terra Indígena Raposa – Serra do Sol, em Roraima, até os 18 anos. Já na capital Boa Vista, em 2013, ele começa a pintar e participar de exposições. Em 2016, com outros dois indígenas, ele recebeu indicação ao Prêmio PIPA – maior prêmio da arte contemporânea brasileira. Podemos detacar a sua série de obras chamada It Was Amazon. Na minha região, a Cidade do Rio de Janeiro, podemos destacar a artista Aline Motta, foi uma das vencedoras da última edição do Prêmio Marco Antônio Vilaça. Sua produção artística é guiada por temas que se referem à sua própria biografia, traçando investigações sobre seus ancestrais que foram escravizados no Brasil Colônia, em formatos como a fotografia e a videoarte. Já o artista Arjan Martins dá destaque à Diáspora Africana e migrações afro-atlânticas do período colonial no Brasil. Desta forma, a cartografia e os formatos navegatórios são alguns elementos muito presentes em suas pinturas. Seu repertório também inclui abordagens contemporâneas de como a formação do país moldou o racismo na nossa sociedade. A também artista carioca, Panmela Castro é mestre em práticas da arte contemporânea pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua produção passa por várias técnicas e formatos, mas é pelo grafitti que ela é mais conhecida. Seus trabalhos levantam discussões acerca da violência policial, do racismo, do direito das mulheres, dentre outras. http://www.premiopipa.com/pag/jaider-esbell/
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