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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE PEDAGOGIA RAQUELLE COELHO ALBORGHETTI O TDAH DENTRO DO AMBIENTE ESCOLAR RIO GRANDE DO NORTE 2020 RAQUELLE COELHO ALBORGHETTI O TDAH DENTRO DO AMBIENTE ESCOLAR Projeto apresentado como requisito para aprovação da disciplina Pesquisa e Prática em Educação-Projeto Orientador: MARIA FRANCISCA T. V. P. FERREIRA RIO GRANDE DO NORTE 2020 LINHA DE PESQUISA TEMA: Práticas Educativas TÍTULO: O TDAH Dentro do Ambiente Escolar 1. INTRODUÇÃO Destacar o papel da escola na busca de soluções quando se identifica o aluno portador Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade. 1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA Na rotina escolar, o docente se depara com inúmeros problemas dentro e fora das salas de aula. Podemos citar as questões financeiras, despreparo profissional, falta de reconhecimento da profissão por parte de governantes, péssima qualidade na estrutura escolar, dificuldade de aprendizagem dos alunos, questões comportamentais, entre outras. Diante de tantos obstáculos inseridos nesse contexto, o professor juntamente com a escola, precisam estar atentos, para alunos que apresentam um comportamento diferente dos demais. O docente precisa ter um amplo conhecimento, para saber reconhecer o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), sendo capaz de diferenciar a hiperatividade de um comportamento indisciplinado, já que os sintomas da indisciplina e da hiperatividade são semelhantes, embora existam algumas diferenças comportamentais que se diferenciam. A escolha por este tema justifica-se pela busca de conhecimento por parte do despreparo dos profissionais de educação sobre o assunto tratado, levando em consideração ser um problema bastante discutido e encontrado em escolas e clínicas psicológicas. Com isso, busca-se identificar como esses profissionais estão lidando com possíveis casos de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Sabemos que atualmente, existem poucos profissionais que possuem preparo para lidar com essas diferenças, sendo preciso que professores e redes escolares se habilitem para receber estes alunos que precisam de cuidado e atenção especial, ambientes propícios e profissionais devidamente preparados para recebê-los e ajudá-los a superar as barreiras de modo geral. O TDAH é considerado um distúrbio infantil, podendo prejudicar a aprendizagem no âmbito escolar. É de grande importância que o professor seja capaz de modificar a maneira de trabalhar, usar sua criatividade, adequar ao estilo de aprendizagem da criança. Uma vez que a desatenção é a principal característica de um indivíduo com TDAH, a escola deve se preocupar com o aprendizado deste aluno, proporcionando a ele (a) um ambiente tranquilo, sem muito barulho e com poucos estímulos externos que possam afetar ainda mais a capacidade de concentração. Outro fator fundamental é que a escola use de uma metodologia que considere cada ser humano como único, com características próprias e necessidades individuais, avaliando o mesmo sob seus próprios progressos e não o comparando com os outros. Será necessária uma boa estrutura, organização e constância nas tarefas desenvolvidas com alunos que possuem esse transtorno, como por exemplo, manter a mesma arrumação das carteiras, fazer programas diários, ter algumas regras claramente definidas pelo professor. Durante as aulas, essa criança deve ficar próxima aos colegas que não a provoquem, ficando, de preferência, próxima mesa do professor. Cabe ao professor, estar sempre atento às necessidades desse aluno, trabalhando com exercícios de consciência e treinamento dos hábitos sociais da comunidade. É muito importante o contato aluno/professor, permitindo um “controle” extra sobre o aluno na execução da tarefa, possibilitando oportunidades de reforço positivo e incentivo para um comportamento mais adequado. Lógico que o professor deve impor limites claros e objetivos, tendo uma atitude disciplinar equilibrada, proporcionando avaliações frequentes, com sugestões concretas e que ajudem a desenvolver nessa criança um comportamento adequado. As instruções devem ser claras e dadas uma de cada vez. Diante do exposto, será que as escolas públicas estão devidamente preparadas para lidar com esse aluno dentro da sala de aula? 1.2. JUSTIFICATIVA Este trabalho tem o objetivo de levantar dados mais recentes sobre o currículo através de um estudo bibliográfico, tendo como foco analisar como estão sendo adotadas as práticas pelo educador em relação à adequação curricular, pois é de grande importância haver essa adequação no ambiente escolar, pois nos últimos anos surgiram variadas alterações nas propostas curriculares oficiais trazidas ás escolas 1.3. OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICO A importância desse estudo de caráter exploratório e com bases na pesquisa bibliográfica, deduzindo-se que os estudos diante da história curricular têm se aprofundado tanto no Brasil como no exterior. As mudanças existentes no que se diz respeito ao currículo, em vários países, têm atingido desde a educação infantil até os cursos superiores. 1.4. METODOLOGIA Neste contexto educacional, as novas propostas curriculares estão promovendo um extenso debate sobre concepções, tanto em relação às disciplinas, quanto à interdisciplinaridade. Essa troca de opiniões traz à tona não apenas questões que englobem a reformulação de conteúdos de métodos de ensino, aprendizagem e avaliação, mas tem trazido também informações referentes a própria constituição histórica das disciplinas e do currículo. Neste sentido, é primordial uma abordagem histórica de currículo e de disciplinas escolares, que possam contemplar e problematizar permanências e mudanças de todo o processo em andamento.Com a finalidade de investigar o currículo profundamente, este trabalho tem como ponto principal a seguinte questão: O educador possui uma formação que lhe permita conhecer o currículo em sua essência? 2. REFERENCIAL TEÓRICO O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) foi apresentado, pela primeira vez, em 1902, por George Still, um pediatra inglês que observou o comportamento de várias crianças em seu consultório. A hiperatividade teve vários nomes no decorrer dos anos, a partir de 1980 que uma Associação Americana de Psiquiatra adotou oficialmente o termo Transtorno de Déficit de Atenção e, em 1994, foi atualizado para TDAH. De acordo com Arnold e Jensen (1999) apud Silva (2009), acerca de 30 anos, o TDAH era conhecido por vários nomes. Durante anos, foi estudada a associação de dano cerebral com dificuldades comportamentais e cognitivas, englobando a impulsividade, a hiperatividade e a atenção. Estudos na história sobre o conceito de TDAH concluíram o distúrbio de conduta como resultante de um dano cerebral. Segundo Barkeley (1998) apud Benczik (2008), em 1947, surgiu o conceito de “criança com dano cerebral” de Strauss e Lehtinen aplicado a crianças com alterações de atenção, impulsividade e hiperatividade que não demonstravam evidências de patologias associadas a infecções, traumas cerebrais ou algum outro dano, apenas se manifestavam através do comportamento. Para tanto, nas décadas de 50 e 60, para aquelas crianças que não apresentavam patologias cerebrais associadas houve a substituição de dano para disfunção, modificando-se a terminologia para disfunção cerebral mínima. “(...) a partir de uma avaliação do comportamento no ambiente, e analisando quais as situações em que os sintomas aparecem” (Ibid., p. 52). Tanto para a neurologia quanto para a psiquiatria, o TDA/TDAH é explicado como possíveis disfunções do sistema nervosocentral. Chess (1960) apud Barkley(2002) define a criança hiperativa como sendo aquela capaz de desenvolver atividades com uma maior velocidade do que as normais. O conhecimento, por parte do psicopedagogo, do tipo de problemas específicos subjacentes ao distúrbio de hiperatividade é condição necessária para que se proporcione a resposta adequada às necessidades do aluno. Assim, precisamos saber que este aluno tem dificuldades de concentração, durante um longo período, bem como para selecionar a informação relevante em cada problema, de modo a estruturar e realizar uma atividade (BENCZIK, 2008). O TDAH é um transtorno neurocomportamental bastante heterogêneo e que se caracteriza por uma combinação de sintomas que englobam: a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade. Segundo Pereira, Araújo e Mattos (2005, p. 392): [...] de acordo com manual de Diagnóstico e Estatística nas doenças mentais IV (Diagnostcand Statistical Manual of Mental Dissorders – DSMIV) o diagnóstico é obtido quando o paciente atende a pelo menos seis dos nove critérios de um ou de ambos os domínios da síndrome (hiperatividade/ impulsividade e desatenção) em pelo menos dois locais de avaliação distintos, como por exemplo, em casa e na escola [...]. O TDA – Transtorno de Déficit de Atenção – como o próprio nome já diz, tem como principal sintoma a dificuldade em manter atenção, sendo os acometidos por tal transtorno, normalmente descritos como pessoas que “vivem no mundo da lua”, isto é, estão sempre pensando em outra coisa seja quando se conversa com eles, seja quando estão estudando. Enfim, em qualquer situação, conforme Mattos (2005, p.15) não prestam a atenção em nada. Outros sintomas do TDAH são a impulsividade, a falta de persistência em tarefas e a dificuldade em se organizar. Assim segundo Phelan (2007), tem-se a oportunidade de observar uma descrição clara de uma pessoa com TDA, que normalmente, atinge com mais frequência os meninos. Vale a pena ressaltar, mais uma vez, que não se trata de uma regra, ou seja, podemos ter também meninas com TDAH e meninos com TDA, como Phelan (2005, p. 7 e 60) cita abaixo: Sra.Collins, a Sara está indo tão bem quanto no ano passado. Ela não causa nenhum problema, sabe, e é tão meiga. É como se ela não estivesse nem aí boa parte do tempo. A senhora sabe, e é como se ela vivesse no mundo da lua. Algumas vezes estamos fazendo um projeto de classe e ela não está conosco. Fica olhando pela janela ou mexendo com algo em sua mesa... (PHELAN, 2005, p.7). Eduardo sempre foi bonito como um anjinho, mas era um bebê difícil. Dormia e comia aos trancos e barrancos. Nunca parecia contente ou feliz. Ele ainda é bonito como um anjo. Quero dizer, quem vê se engana, porque ele é uma criança terrível. Ele nunca para de se mexer. Nunca para de fazer barulho (PHELAN, 2005, p.60). Em seguida, conclui-se o diagnóstico que a pessoa tem Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, que, segundo Cype (2000, p. 33) é: Uma instabilidade neuroquímica cerebral provocada por uma disfunção de neurotransmissores, neurônios em determinadas regiões do cérebro (provavelmente regiões do lobo pré-frontal) e que afeta três áreas do comportamento das pessoas: atenção, impulsividade e a atividade psicomotora. É um problema bastante comum e se caracteriza por dificuldade em manter a atenção e inquietude acentuada. Uma das opções de ajuda específica para os problemas de atenção são os programas individualizados de treinamento do autocontrole. Essencialmente, faz-se com que a criança regule sua conduta de modo eficiente diante de uma atividade, através de pensamentos que ajudam a se organizar. Primeiramente, o adulto lhes fornece as instruções apropriadas, em forma de verbalizações desses pensamentos. Mas esta ajuda externa diminuirá progressiva e ordenadamente, para dar lugar a um maior envolvimento e iniciativa por parte da criança. Os princípios básicos sobre os quais este programa está baseado são os princípios de aprendizagem da modificação de conduta (BENCZIK, 2008). A escola tem como estratégia, disciplinar com auxílio de novas formas de controle os seus alunos, nesse sentido contam com instrumentos tecnológicos para ajudar a disciplinar o grupo. Segundo Rocha (apud RICHTER, 2005, p. 35): “[...] a presença de equipamentos, a fim de prevenir ou constranger atos de violência, furtos, brigas, ou algazarra, denota uma mudança de ênfase dos dispositivos disciplinares para os dispositivos de controle”. Para Benczik (2000, p. 16) essas crianças “[...] não conseguem se adaptar adequadamente ao meio em que vivem e nem corresponder às expectativas dos adultos; por isso, o nível de estresse das pessoas que convivem com elas é sempre alto”. O resultado disso é a dificuldade dos professores e pais em encontrar maneiras para controlar essas crianças. Belli (2008) defende a ideia de que esse transtorno se constitui de três características: desatenção, impulsividade e hiperatividade. A esses problemas, outros profissionais acrescentam mais dois: dificuldades para seguir regras e instruções e variabilidade extrema em suas respostas a situações, principalmente atividades que se referem ao trabalho. O referido autor acredita que todos esses sintomas têm associação um déficit primário na inibição do comportamento, que é o símbolo do TDAH. Cientistas dão continuidade à discussão para saber o motivo desse problema com a capacidade inibidora – seja ela ligada a problemas com a ativação ou estímulo da regulação cerebral, ou, ainda, a algum problema mais profundo com o funcionamento do cérebro. De qualquer forma, muitos estudiosos concordam que a inibição do comportamento é o problema central para a maioria dos portadores deste distúrbio. 3. REFERÊNCIAS ABDA. Associação Brasileira do Déficit de Atenção. Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade – Guia para início de tratamento. Kit Inicial de Tratamento. Novartis Biociências: 2008. ANDRADE, E. R. de. Quadro clínico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. In: Princípios e práticas em TDA/H. Porto Alegre: Artmed, 2002. BARKLEY, R. A. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2002. BENCZIK, E. B. P. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: atualização diagnóstica e terapêutica. 4. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008. CYPE, S. A Criança com Déficit de Atenção e Hiperatividade: atualização para pais, professores e profissionais da saúde. São Paulo: Lemos Editorial, 2000. DSM-V – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. GOLDSTEIN, S.; GOLDSTEIN, M. Hiperatividade: como desenvolver a capacidade de atenção da criança. Trad. Maria Celeste Marcondes. 9. ed. São Paulo: Papirus, 2003. MATTOS, Paulo. No mundo da lua – Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. 4. ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Lemos Editorial & Gráfico, 2005. MAURÍCIO, A. C. L. Necessidades educacionais especiais. São Paulo: Knowhow, 2010. NAPARSTEK, R. Bioenergética: uma alternativa para o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). In: Convenção Brasil Latino América. Congresso Brasileiro e
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