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Os tecidos de mucosa são formados principalmente pelo trato respiratório, trato digestório e o trato urogenital. Além disso, nós temos, ainda, as gandulas lacrimais, as gandula salivares, as gandulas mamarias e obviamente a pele, na qual não constitui o sistema de mucosa necessariamente, mas ele tem uma imunidade um pouco diferenciada e semelhante à imunidade de mucosa. Então, a pele apesar de não ser caracterizada tecido de mucosa, ela tem uma imunidade especial, muito semelhante a que encontramos em imunidade de mucosas. Nós temos algumas características especiais, com respeito a imunidade e a defesa dessas regiões ou tratos que são particulares a eles e que diferencia um pouco de outros tecidos do corpo. Obvio que o sistema imune age em praticamente todos os tecidos do corpo, mas nas mucosas adicionandando a pele nós temos algumas características um pouco especiais e entre elas, vamos ter: Trato gastrointestinal Nós vamos ter a capacidade de tolerar antígenos alimentares, em que na maioria das vezes não vamos produzir resposta imune contra eles. Porém existem pessoas que tem alergias a alimentos ou a produtos presentes naqueles alimentos que podem desenvolver um processo alérgico, mas de forma geral, nós toleramos bem esses antígenos alimentares. Além disso, nosso trato gastrointestinal, principalmente os intestinos possuem uma grande quantidade de bactérias chamadas de microbiotas, ou seja, são organismos comensais, em que não causam nenhuma patogenicidade e nós também toleramos esse microbiota. Então, evolutivamente, nós fomos nos adaptando a esse microbiota e vice-versa. Além do mais, nós temos dentro do trato gastrointestinal, uma área de superfície muito grande, lembrando que lá nos intestinos nós temos microvilosidades que aumentam a superfície de contato para que haja a absorção de nutrientes, então nós temos uma superfície muito grande de contato que seria porta de entrar para microrganismos, então essa mucosa gastrointestinal precisa estar muito defendida pelo sistema imune. No trato gastrointestinal nós temos cerca se 50 bilhões de linfócitos presentes ao redor desse trato. Dentre as células desse trato, nós temos as que secretam muco e esse muco auxilia na remoção de microrganismos e impede o contato direto com os microrganismos e a própria célula, o que diminui muito a capacidade invasiva desse microrganismo; temos ainda as células M, que são capazes de fazer essas captura ou detecção desses antígenos que estão presentes no lúmen intestinal, temos a célula de paneth que fazem a produção de substancias, como as defensinas que são importantes no controle dos microrganismos, temos plasmócitos secretores principalmente de igA (imunoglobulina A) que é o anticorpo relacionado a mucosa, mas também, a secreção de igM nessas regiões que são capazes e fazer a neutralização desses microrganismo no limem intestinal e nós temos, ainda, subpopulações de células dendriticas que são capazes de coletar amostras antigênicas presentes, ativar célula T para que faça suas funções efetoras, induzir tolerância causo seja organismos comensais, induz a troca de classe de igA para igM, nos anticorpos produzidos pelo linfócito B . Então nós temos um grande grupo celular e humoral de resposta, justamente por essa capacidade de ele ser uma porta de entrada para microrganismos. Imunidade de mucosas Trato respiratório O principal desafio nesse trato é por conta de microrganismos que são provenientes do ar, então toda vez que nós expiramos e inspiramos, nós levamos ar aos nossos pulmões e esse ar pode eventualmente carregar particulados e entre esses particulados pode conter microrganismos, bactéria, fungos, etc. Então constantemente ele esta entrando em contato com substancias ou microrganismos que poderiam acarretar algum dano. Semelhante ao trato gastrointestinal, nós temos um arsenal imunológico para tentar conter essa entrada de microrganismos. Na cavidade nasal temos as adenoides que funcionam como tecidos imunes especializados e temos ainda um conjunto de células que vão através de funções especializadas tentar conter a entrada de microrganismo, então nós também temos células produtoras de muco, células ciliadas que permitem através do movimento dos cílios a retirada microrganismos, têm a produção de defensina, a movimentação do muco que junto com esses cílios fazem com que esse muco saia para o exterior das vias aéreas. Além disso, por ser uma região de mucosas temos ainda a produção de imunoglobulina A, igG e igM sendo secretados, que são capazes de a neutralização de microrganismos. Além desses, teremos a presença de células T e células dentriticas em que as células dendriticas são capazes de sinalizar para as células T para que eu tenha uma resposta efetora contra microrganismos. Nos pulmões e alvéolos pulmonares eu tenho a presença de macrófagos chamados de macrófagos alveolares que são capazes de fagocitar microrganismos ou partículas que entrem no nosso trato respiratório, sendo então capazes de eliminar ou tentar eliminar esses microrganismos e temos cerca de 20 bilhões de células/linfócitos e esse numero parece com o da pele pois o sistema cutâneo também possui uma grande área de superfície e apesar da pele integra não permitir a entrada da grande maioria dos microrganismos, pequenas lesões ou micro-lesões podem servir de porta de entrada para esses microrganismos, além disso, temos algumas características anatômicas especiais como a própria barreira epitelial escamosa estratificada e queraninizante da pele serve como um proteção para a entrada desses microrganismos. Nós temos também células e moléculas que fazem suas funções efetoras ali na pele diminuindo a possibilidade de contato com esses microrganismos como, por exemplo, queratinocitos que vão produzir queratina, secreção de citocinas e também de defensinas que controlam a população microbiana, células de langerhan que vão fazer coleta de amostras antigênicas das regiões epidérmicas apresentando-os para as células T e promovendo uma certa tolerância, temos células dendriticas que também fazem essa coletagem de amostra antigênica da região dérmica também vão estar associadas a indução da tolerância da célula T para que não ative contra bactérias comensais, mas são células responsáveis pela apresentação de antígenos para as células T para que essas se tornem efetoras e façam suas funções efetoras diminuindo uma possível colonização bacteriana ou de microrganismos na pele. Trato urogenital Também possui um tecido diferenciado imunologicamente. Temos a possibilidade de entrada de microrganismos por essa região, temos ainda uma grande produção de imunoglobulinas principalmente o igA, presença de células dendriticas, que fazem tolerância a certos microrganismos e também ativam células T para que façam suas funções efetoras nesse tecido. Então, esses tecidos têm características bastante especiais com respeito a sua imunologia e defesa conta microrganismos. A gente comentou anteriormente a participação das bactérias/microrganismos chamados de comensais, na imunidade. Então nós temos principalmente no trato gastrointestinal uma grande quantidade de microrganismos que são necessários para esses auxiliarem nesse controle imunológico. Claro que eles também tem papel importante na questão de metabolismo, então muitos ajudam a degradação de alimentos, produção de vitaminas como a da vitamina K Além disso, a presença desse microrganismo como demonstrado na figura auxiliam no processo de imunidade porque: - Ao estar em numero maior a bactéria que vai entrar ela teria uma maior capacidade de desenvolvimento e consigo de nutrientes, diminuindo a captação de nutrientes por aquela bactéria exógena que chegou naquela região fazendo com que essa bactéria exógena tenha menos nutrientes e assim ela se desenvolva menos, então por um fato de competição as bactériasque já estão adaptadas aquele lugar teriam maiores vantagens de colonização daquela região de proliferação do que aquela que esta chegando naquele tecido e isso seria uma forma de controla. Outra forma de controle- muitas bactérias ou leveduras não patogênicas podem produzir substancias que controlam outras populações bacterianas, então dessa forma diminuiria a capacidade de bactérias exógenas naquela região de penetrarem naquele tecido. Outra função dessas bactérias é manter níveis de PH, que são ótimos para o crescimento dessa bactéria e que impedem de certa forma o crescimento de outas, então, eles podem produzir substancias que acidifiquem o PH de alguma região fazendo com que outros microrganismos que não são adaptáveis, por exemplo, a um PH mais baixo não consigam fazer uma colonização naquele tecido. Então os microrganismos de uma forma geral eles auxiliam o sistema imune, principalmente o sistema imune de mucosas no controle de outros micro-organismos, claro que o sistema imune precisa reconhecer essas bactérias que são benéficas e fazer processos de tolerância, ou seja, não montar uma resposta imune contra essas bactérias. OBS: despois de uma diarreia, podendo ser ela duradoura, logo após o episodio é recomendado o uso de repositores de microbiotas/ receptores de flora bacteriana (essa palavra não se usa mais) e essa reposição pode ser feita com produtos comerciais ou por alimentação como frutas, verduras, etc. Sabemos também que grupos de microbiotas podem estar relacionados com a obesidade, processos de inflamações crônicas... A imunidade do trato gastrointestinal começa na porta de entrada que é a boca, lá teremos as tonsilas palatinas, linguais e adenoides que formam o anel de tecido linfoide chamada de anel de goldgeier e uma região quem tem grande quantidade de linfócitos e células de defesa que de forma geral que são capazes de controlar a entrada ou diminuição de microrganismos. Esses linfócitos vão ser encontrados desde a região de início do trato gastrointestinal até os intestinos. Nos intestinos teremos as microvilosidades, a grande quantidade de células linfoides dispersas e folículos com tecido linfoide organizado como, por exemplo, as placas de peyer que vão ter folículos tanto de células T quanto de células B importante para uma ativação rápida da resposta imune, capaz de controlar mais efetivamente entrada de algum microrganismo por essa via. Quando eu tenho a presença de bactérias no lúmen intestinal elas podem ser capturadas por receptores que reconhece PAMP, ao reconhecer eles vão se ligar ao microrganismo e ativar um sistema de sinalização para que haja uma resposta contra esse microrganismo. Quando eu tenho a presença desses microrganismos eu vou ter essa ativação. Claro que eu tenho no intestino tanto bactérias comensais como bactéria não comensal. Se essas bactérias forem patogênicas (não comensais) as células dendriticas presentes nas vilosidades lançam pseudópodes nos espaços entre as células do epitélio mucoso e capturam antígenos dessas células. Essa célula então vai migrar através da drenagem linfática lá pro linfonodo mesentérico, apresentar para as células T, para as células B que vão voltar a essa região para montar uma resposta. Porem é possível que essas células dendriticas façam essa captura e apresentem para as células T na placa de peyer fazendo com que a resposta seja mais rápida. Além disso, eu tenho as células de paneth presentes em diferentes regiões do sistema gastrointestinal produzindo peptídeos antimicrobianos como, por exemplo, as defensinas que vão conseguir também de alguma forma diminuir ou neutralizar ou destruir um pouco dessas bactérias. Além disso, eu tenho a ativação de plasmócitos das células B que se transformaram em plasmócitos secretores de igA que secretaram para a região do lúmen intestinal e também é capaz de neutralizar microrganismos. Temos também o papel das células M que também fazem essas captura de microrganismos para o controle desses microrganismos no trato gastrointestinal. Esses tecidos linfoides do trato gastrointestinal chamado de GALT ele tem vários receptores. As células M são bastante importantes nessa resposta de imunidade do trato gastrointestinais, elas são capazes de fazer um processo de fagocitação, fagocitose de microrganismos e ao fazer isso, eles retiram microrganismos do lúmen intestinal e os coloca para dentro do tecido na região da placa de peyer para que as células dendriticas agora façam a captura ou processamento e apresentem para o linfócitos T, presentes na placa de peyer para que haja a ativação dessa imunidade. As células dendriticas podem fazer capturas de antígenos através dos espações intracelulares em que ela lança como se fosse um pseudópodes e captura os antígenos presentes no lúmen, ou também pode ocorrer de pequenos antígenos passarem por esses espaços intracelulares e serem capturados pela célula dendritica. Ambas as capturas geram processamento do antígeno e apresentação via MHC para as células T presente nos tecidos linfoides associados. O papel das células M- faz a captura e manda esses microrganismos para a região intermedia do tecido para que a célula dendritica faça a captura. Imunoglobulinas tanto IGG quanto IGA- Eles capturam o antígeno, nisso será endocitado e apresentar na parte interna do tecido para que a célula dendritica capture esse antígeno e processe. Célula dendritica- pode ter acesso a esses microrganismos através de células que sofreram apoptose por conta dos microrganismos e então essa célula captura esses restos celulares contendo ou microrganismos ou proteínas e fragmentos desses microrganismos. Emissão do pseudópodes- entre os espaços intracelular capturando esse antígeno e processando e levando para a apresentação. OBS: vale ressaltar que nme toda captura de antígenos leva a ativação de linfócitos T, por cauda do mecanismo de tolerância a antígenos como bactérias comensais para que não monte uma resposta contra esses microorganismos. Uma outra situação importante dentro da mucosa gastrointestinal é o que chamamos de rombo intestinal que é a circulação de linfócitos T ativos para a intestino, então a constante migração desses linfócitos T efetores para o intestino e isso se da através de um processo de captura de alguns fatores entre eles: - Vitamina A - Fatores bacterianos - Outras vitaminas como a K e outras substancias presentes no intestino. Isso vai ser absorvido pela barreira epitelial, vai ser capturada pelas células dendriticas que vai processar essa vitamina A em acido retinoico, vai apresentar esses antígenos e outros fatores bacterianos capturados, vai ativar as células T e B que previamente eram imaturas, a presença de acido retinoico também estimula essas células e essas células começam a apresentar um padrão efetor com receptores do tipo CCR9 e Afa4 Beta7, essa célula efetora vai cair na corrente sanguínea e vai chegar lá nos vasos próximo ao intestino, vai se ligar a receptores MadCam por meio de receptores de superfície para que ela interiorize no tecido e fique na lamina própria do intestino já ativada para que eu tenha essas células de defesa permanentemente ativadas caso haja colonização de bactérias ela possa exercer sua função efetora. O romem intestinal é bastante importante e auxilia na presença ou permanência constante de células T previamente ativadas no intestino. Eu preciso ter essas células previamente ativas, porque ele tem uma superfície de contato muito grande ou seja é uma grande porta de entrada para microrganismos. Se eu tiver a presença de algum vírus nesse trato gastrointestinal, essa células T vão se tornar ativas (principalmente a CD8) vão reconhecer os padrões de expressão de MHC dessa célulae essa célula vai começar a produzir perforinas e enzimas que vão perfurar a celular para que haja a destruição dessa célula. Além disso, a ligação do faz com o faz ligante estimula o processo de produção de perfarinas e de enzimas. Em marrom são as células CD8 positivas Além disso, nós também temos a secreção de imunoglobulinas. A imunoglobulina mais prevalente no gastrointestinal é a GA que é secretada por plasmóticos pela ativação dessas células B através de citocinas ou através da apresentação de células dendriticas ou mesmo pelos estímulos dos linfócitos CD4. Isso vai levar a produção de grandes quantidades de imunoglobulina A que vão ser secretadas ao lúmen intestinal para que façam a captura dessas antígenos bacterianos. O plasmocito produtor de igA que possui um cadeia J e o receptor pole G que se liga a cadeia j, faz o processo de endocitose na célula epitelial mucosa, forma-se o endossomo que atravessa a célula e quando chega na parte superior que tem contato com o lumem intestinal é ativado uma parte desse complexo pole G que tem a função de clivagem proteolítica , então acontece a fusão do endossomo com a célula e a expressão dessa imunoglobulina A tornando-se a igA secretada no lumen intestinal, então essa imunoglobulina A vai fazer as funções que nós vimos anteriormente. A entrada desses microrganismos no epitélio vai permitir o contato com células dendriticas que vão capturar esses patógenos e levar através das vênulas e depois a drenagem para o linfócito regional mais próximo para que ocorra apresentação. A que nós teremos o ramo de linfócitos e nele funciona muito semelhante ao que a gente via no trato gastrointestinal, porque eu preciso ter linfócitos T presentes constantemente na pele e no trato respiratório. Quando eu tenho a exposição da pele ao sol vai levar a produção do desidrocolesterol que vai formar a pré- vitamina D e ai hidroxilases presentes na célula dendritica apos as células dendriticas fagocitarem essas células pré vitamina D3 vão modificar a estrutura dessa substancia para a vitamina D3 ativa e ela vai ser excretada pela célula dendritica que estará apresentando antígenos para os linfócitos T e essa vitamina D estimula linfócitos T, para que eu tenha linfócitos T efetores que migram para a região próximo da pele.
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