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Fichamento de técnicas histológicas

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FACULDADE DE MEDICINA DE CANINDÉ 
 
 
 
 
THAIS MELO SOUZA 
 
 
 
 
 
 
FICHAMENTO: TÉCNICAS HISTOLOGICAS PARA CIENCIAS MÉDICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CANINDÉ 
2021 
1. INTRODUÇAO 
Para a formação de um médico é preciso ter empenho nas ciências básicas da 
medicina e pesquisas demonstram que médicos utilizam conhecimentos abordados 
nos ciclos iniciais de sua formação para diagnósticos de seus pacientes (NIVALA et 
al., 2013). 
A Histologia é o estudo das estruturas de células, órgãos e tecidos a partir de detalhes 
microscópicos, examinando tecidos que são preparados usando processos 
apropriados das técnicas histológicas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). 
A Histologia tem seu desenvolvimento principalmente na segunda metade do século 
XX quando começaram a surgir técnicas que são utilizadas até aos dias de hoje 
(BUESA, 2009). De lá para cá, o desenvolvimento da histologia tem tido diversas 
finalidades, para diversas áreas de estudo como: genética, biologia molecular, 
medicina legal, estudo do câncer principalmente os diagnósticos citopatológicos, no 
monitoramento de transplantes, etc. (NETO, 2012) 
 
1.1 OBTENÇÃO DA AMOSTRA BIOLOGICA 
São retiradas porções de órgãos com auxílio de materiais como bisturi, lâmina ou 
pinças. É indicada a extração de pedaços pequenos com objetivo de conseguir uma 
camada fina do tecido removido que possa ser analisada por um microscópio óptico 
(TIMM, 2005). 
 
1.2 METODOS DE FIXAÇÃO 
Fixação é o método que cessa os processos de degradação celular, onde mantem a 
integridade do tecido, a arquitetura e inibem enzimas que causariam a autólise celular 
deixando o tecido o mais próximo possível da forma original (JUNQUEIRA; 
CARNEIRO, 2013). 
A fixação necessita de procedimentos físico-químicos, onde as proteínas e outros 
constituintes químicos são coagulados. Para uma boa fixação é necessário o 
conhecimento das propriedades físicas e químicas do tecido e as interações que 
podem serem feitas com as soluções fixadoras (SCORSATO; TELLES, 2011). 
Um dos fixadores bastante utilizados para microscopia de luz é o formaldeído a 4% e 
o glutaraldeiro (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). A solução de formol 10% 
tamponado é um fixador utilizado para imuno-histoquímica e reações de biologia 
molecular (NETO, 2012). Pela facilidade do acesso ao formol e de uso simples, ele é 
o fixador mais utilizado nas técnicas histológicas, no entanto, os resultados não são 
bons, por isso é recomendado a utilização do formol tamponado (TIMM, 2005). 
 
1.3 PROCESSAMENTO HISTOLÓGICO 
Após o procedimento de fixação o tecido é posto em cassetes com identificações e 
vão passar pelo processamento histológico, divido em três etapas: desidratação, 
diafanização e impregnação 
A desidratação é o processo de remoção total da água do tecido através de adições 
crescentes de concentrações de álcool. Após a remoção da água o tecido murcha e é 
necessário manter o formato tecidual. Para manter a arquitetura original do tecido 
ocorre a substituição dos espaços vazios por parafina que são fundidos juntos as 
células que é chamado de impregnação. O processo de diafanização é onde o tecido 
é clarificado por uma substância para ser clarear as regiões da célula (NETO, 2012). 
Após a solidificação da parafina os blocos de tecidos são levados ao micrótomo onde 
serão feitos cortes histológicos de 1 a 10 micrometros de espessura, e logos após os 
pedaços recortados são postos sob um banho maria com água aquecida para flutuar 
e após isso adicionados encima de uma lâmina para posteriormente serem corados 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). 
 
1.4 COLORAÇÕES HISTOLÓGICAS 
As colorações histológicas aparecem desde a patologia clássica e possibilitaram o 
estudo das estruturas celulares que representou um grande avanço para as rotinas 
de investigação dos tecidos. Para facilitar visualização microscópica do conteúdo 
celular, e suas estruturas é feita a utilização de corantes. Os corantes não vitais 
utilizados, temos como exemplo hematoxilina, eosina, fucsina etc (MOLINARO; 
CAPUTO; AMENDOEIRA, 2010). 
A utilização da hematoxilina e a eosina são bastante difundidas nos procedimentos 
histológicos. A hematoxilina é um corante para componentes basofílicos da célula 
dando a elas um tom azul escuro, como o núcleo e outras partes do citoplasma se 
tornam azulados, já a eosina cora componentes acidofílicos da célula dando um tom 
rosado a essas estruturas abundantes no citoplasma (TIMM, 2005). 
Quando a coloração com hematoxilina e eosina não é suficiente para o diagnóstico 
patológico do tecido é requisitado a coloração especial, essa serve para melhorar a 
visualização de estruturas que não ficaram tão visíveis na coloração anterior (NETO, 
2012). 
Há uma variedade de métodos especiais de coloração, temos por exemplo o método 
tricomatico de Masson, que possibilita ver fibras colágenas e tecido muscular, tem a 
utilização de rosorcina fucsina de Weigert que evidencia as fibras do sistema elástico, 
o azul de toluidina em pH acido para visualização de mastócitos, dentre outros mais 
corantes especiais (MOLINARO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 2010). 
 
1.5 METODOS IMUNO-HISTOQUÍMICOS 
Imuno-histoquímica é o procedimento de reconhecimento de antígenos nos tecidos 
com anticorpos através de cortes histológicos corados (NETO, 2012). Esse método 
tem como base a capacidade de anticorpos com afinidades especificas reconhecerem 
uma proteína-alvo e dessa forma possibilitar a identificação de elementos teciduais a 
níveis moleculares com observações para diferentes tipos de microscópio, dessa 
forma, possibilita o diagnóstico de doenças inflamatórias, infecciosas, neoplasias etc 
(MOLINARO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 2010). 
Durante a reação os anticorpos precisam estar marcados com uma substância que 
emita cor, temos como exemplo um anticorpo associado a enzimas que durante a 
reação emitem cor, assim como anticorpos associados a fluoróforos, radioisótopos 
que também irão emitir cores (MOLINARO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 2010). 
Existem dois métodos de reação antígeno-anticorpo, que é o método direto e o 
indireto. O método indireto consiste em anticorpos que realizam a ligação com os 
antígenos presentes no tecido, não estarem ligados a enzimas ou fluoroforos e para 
visualizar a reação é necessária a utilização de anticorpos secundários que estejam 
associados a marcadores para exibir a reação na lâmina. Já o método direto não 
precisa a utilização desse anticorpo secundário para visualização da reação, ocorre a 
diminuição de reações inespecíficas pelo encurtamento do procedimento, facilitando 
a identificação (MOLINARO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 2010). 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
BUESA R. J. Histology aging workforce and what to do about it. Ann Diagn Pathol. 
2009;13(3):176–84 
JUNQUEIRA LC; CARNEIRO J. Histologia básica, texto e atlas. Rio de Janeiro. 12ª 
edição, 2013. 
MOLINARO, E. M.; CAPUTO, L. F. G.; AMENDOEIRA, M. R. R., Conceitos e métodos 
para a formação de profissionais em laboratórios de saúde, v. 2. Rio de Janeiro: 
EPSJV; IOC, 2010. 
NETO, A. D. Caderno de referência 3: técnicas de Histopatologia, Ministério da Saúde; 
1ª ed. Rio de Janeiro: CEPESC, 2012. 
NIVALA M.; LEHTINEN E.; HELLE L.; KRONQVIST P.; PARANKO J.; SALJO R., 
Histological knowledge as a predictor of medical students’ performance in diagnostic 
pathology. Anat Sci Educ. 2013. 
SCORSATO, A. P.; TELLES, J. E. Q., Fatores que interferem na qualidade do DNA 
extraído de amostras biológicas armazenadas em blocos de parafina. J. Bras. Patol. 
Med. Lab., Rio de Janeiro , v. 47, n. 5, p. 541-548, Oct. 2011. 
TIMM, L. L. Técnicas rotineiras de preparação e análise de lâminas 
histológicas. Caderno La Salle XI, v. 2, n. 1, p. 231-9, 2005.

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