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CAMPINA GRANDE – PB 2021 FACULDADE REBOUÇAS DE CAMPINA GRANDE CURSO DE FARMÁCIA Andreza de Souza Brito Maeli Priscila Alves Gama Verônica Kely da Silva Willma Gerlanny Alves da silva RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA DE PATOLOGIA MÉTODOS CITOLÓGICOS Trabalho da disciplina de Patologia do curso de Farmácia da Faculdade Rebouças para complementar a nota, sob orientação da professora Jessica Cabral de Andrade. CAMPINA GRANDE – PB 2021 1. INTRODUÇÃO Historicamente, o primeiro relato da utilização do exame citológico foi no ano de 1838, por Johannes Müller, que descreveu a imagem microscópica de células malignas obtidas por raspado superficial de tumores excisados cirurgicamente. Posteriormente, o patologista francês Lebert avaliou citologicamente espécimes provenientes de efusões, secreções traqueobrônquicas e urina. Mas foi no início do século XX, precisamente no ano de 1920, que houve um avanço importante no diagnóstico citológico com a utilização da citologia esfoliativa e aspirativa pelos patologistas Aurel Babes, George Papanicolaou e James Ewing. Na década de 1930, o exame citológico passou a ser utilizado no diagnóstico de tumores dos vários sítios anatômicos. Neste período, Ewing e seus colaboradores popularizaram o uso da agulha fina para o diagnóstico de lesões superficiais e profundas, difundindo ainda mais o uso da citologia geral (PINTO, 2012). O exame citológico é o estudo das alterações morfológicas em células isoladas, os exames podem diagnosticar as tipificações de neoplasias malignas e lesões benignas, avaliando tipo de células, núcleo e citoplasmas, avaliar a população de microrganismos e a avaliação qualitativa e quantitativa das células. Os exames citológicos são simples, pois não precisam de procedimentos cirúrgicos para a coleta do material, têm um baixo custo e uma maior rapidez nos resultados. Existe desvantagens quando se trata de um diagnóstico mais específicos, pois as lesões profundas não são identificadas (BRASILEIRO FILHO, 2016. p. 23). A obtenção das amostras pode ser por métodos de citologia esfoliativa ou aspirativa. O material é obtido através da punção aspirativa com agulha fina (PAAF) ou por capilaridade e a partir da raspagem de uma lesão ou de células que descamam naturalmente – compreendem os imprints, raspados, escovados, lavados e as análises de escarro, urina, secreção mamilar e líquidos cavitários (PINTO, 2012). A amostra de células deve ser adequadamente fixada em uma lâmina. O fixador mais empregado é o álcool etílico em diferentes concentrações. É importante que o esfregaço seja fixado imediatamente, ainda úmido, em álcool etílico a 95%; o CAMPINA GRANDE – PB 2021 ressecamento antes da fixação torna o esfregaço imprestável para o exame adequado das células (BRASILEIRO FILHO, 2016. p. 23). A utilização de corantes tem como finalidade dar cor as células e tecidos, para uma melhor visualização microscópica, cada tecido ou célula tem sua afinidade com os corantes específicos, como: hematoxilina, colore o nucleio da célula em roxo/azulado, já o corante eosina, cora o citoplasma e fibras do tecido conjuntivo de rosa/alaranjado (PINTO, 2012). Este relatório aborda um trabalho prático, onde utilizou-se de duas técnicas básicas dos exames citológicos, que foi: raspagem da mucosa oral, para observação e identificação das células dessa região e a extensão sanguínea, para também, identificar e observar os componentes do tecido sanguíneo. 2. 1ª PRÁTICA: OBSERVAÇÃO DE CÉLULAS DA MUCOSA ORAL 2.1. OBJETIVO O objetivo dessa prática é permitir ao aluno a preparação da lâmina para executar com excelência uma das técnicas do exame citológico, com auxílio do microscópio óptico, aprender a identificar com precisão as estruturas celulares que fazem parte da mucosa oral. 2.2. MATERIAL UTILIZADO Microscópio, lâmina, swab, álcool 70%, azul de metileno, saliva, luvas, pipeta descartável. 2.3. METODOLOGIA Para realização do exame citológico o método utilizado foi a raspagem da mucosa oral do interior da bochecha com um swab, o material colhido foi esfregado na lâmina, esperou-se a secagem do material em seguida o material colhido foi fixado na lâmina com auxílio de uma borrifada com álcool 70%, novamente, esperou-se a secagem natural da lâmina, em seguida foi inserido com auxílio de uma pipeta descartável algumas gotas do azul de metileno, para coloração da amostra, o excesso do corante foi retirado com água, aguardou-se a secagem para o inicio da identificação das células no microscópio. 2.4.RESULTADOS E DISCUSSÕES CAMPINA GRANDE – PB 2021 Utilizando-se da metodologia citada para observar no microscópio óptico a amostra da mucosa bucal ampliada 10x, aumentando assim 100 vezes o tamanho da mucosa bucal. O tecido onde foi retirado o material para análise chama-se: epitélio de revestimento ou tecido epitelial. As células esfregadas na lâmina se apresentavam de forma isoladas, com a coloração azul escuro foi evidenciado o núcleo da célula, o citoplasma e a membrana plasmática têm um tom mais arroxeado. 3. 2ª PRÁTICA: OBSERVAÇÃO DE CÉLULAS SANGUÍNEAS 3.1.OBJETIVO A leitura de lâminas com esfregaço sanguíneo para identificação dos componentes do tecido sanguíneo que são: Neutrófilo, linfócito, eosinófilo, monócitos, eritrócitos (ou hemácias), plaquetas e basófilos. A verificação das características morfológicas só é possível por meio da coloração das células. 3.2.MATERIAL UTILIZADO Seringa, 2 lâminas, pipeta descartável, coloração ponótico rápido, água destilada, papel toalha, microscópio, luvas. 3.3.METODOLOGIA CAMPINA GRANDE – PB 2021 Para o método foi realizada a técnica da coleta de 5 ml de sangue de um voluntario. Foi colocado uma gota de sangue com auxílio da pipeta na lâmina, com a gota posta na lâmina, utilizou-se de uma outra lâmina para fazer o esfregaço sanguíneo. Com a lâmina seca o próximo passo foi a coloração ponótico rápido, é feito a imersão da lâmina por 5 segundos no corante 1 (fixador), escorrer o excesso do corante e mergulhar no corante 2 (vermelho) por 5 segundos, 10 segundos no corante 3 (azul), lavar rapidamente em água destilada e esperar secar à temperatura ambiente. Utilizar o microscópio para identificação das células. 3.4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A região da lâmina para obter uma melhor identificação das células é do meio para o fim do esfregaço sanguíneo, já que nessas regiões a densidade e sobreposição das células são menores. Com o microscópio focado na objetiva de 10x, foi possível observar os eritrócitos ou hemácias, que são as células anucleadas mais numerosas do sangue. Trocou-se de microscópio para conseguir um foco maior, já que o microscópio que estava em uso apresentava defeito na ampliação de 40x. Com essa ampliação foi possível identificar os linfócitos, que são células de defesa do organismo, possui um importante papel na imunidade adquirida, são células mononucleares, ausência de CAMPINA GRANDE – PB 2021 núcleo segmentado, são agranulócito.. A imagem abaixo não está com uma nitidez precisa, mas na observação presencial foi possível identificá-los com precisão. Em alguns momentos com a observação de outros pontos da lâmina foi possível identificar plaquetas que são pequenos fragmentos celulares, são responsáveis pelo processo de coagulação sanguínea, também, observou-se os neutrófilos que são células granulócitas devido a presença de grânulos no seu citoplasma, uma célula importante para o sistema imune inato. As outras células que fazem parte da composição do tecido sanguíneo nãoforam identificadas ou visualizadas. Para a identificação das células é importante o uso de panóptico rápido, sem a devida coloração das células sua visualização torna-se impossível. Os corantes possuem características químicas e afinidades diferentes, quando uma estrutura se cora revela a mesma cor do corante. Os corantes hematológicos são misturas de sais ácidos e básicos que permitem a coloração de estruturas citoplasmáticas e nucleares das células (“COLORAÇÃO PANÓTICO RÁPIDO,” [s.d.]). . CAMPINA GRANDE – PB 2021 Figura 4: Tabela mostra nome e composição dos corantes panóptico. (“COLORAÇÃO PANÓTICO RÁPIDO,” [s.d.]) As lâminas são submergidas nessas colorações por cerca de 5 a 10 segundos. Macroscopicamente a coloração deve apresentar uma tonalidade rosa-mate. Microscopicamente plaquetas devem apresentar coloração púrpura com um ponto vermelho visível. Lâminas muito vermelhas indicam acidez excessiva e muito azuladas, alcalinidade excessiva (“COLORAÇÃO PANÓTICO RÁPIDO,” [s.d.]). Figura 5: Tabela mostra o resultado da coloração das células (“COLORAÇÃO PANÓTICO RÁPIDO,” [s.d.]). CAMPINA GRANDE – PB 2021 4. CONCLUSÃO Os exames citológicos têm excelentes resultados quando feitos com boas técnicas e bons equipamentos, os métodos precisam ser seguidos para uma identificação satisfatória das células. A coloração é fundamental, através da coloração é possível observar as diversas células. Na teoria a identificação por foto limita o aprendizado, a prática além dos ensinamentos das técnicas para preparação da lâmina é possível observar com clareza as células. Algumas células são mais difíceis de serem identificadas já que se encontram em menor quantidade como os eosinófilos e os basófilos, os basófilos estão em minoria no sangue porque estão ligados a processos alérgicos. 5. REFERÊNCIAS 1. BRASILEIRO FILHO, Gerlado. Bogliolo: Patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koongan, 2016. p. 23. 2. PINTO, Fátima Regina Gomes. Patologia: Técnicas de Citopatologia. Brasília- DF: Ministério da Saúde, 2012. 86 p. 1 v. 3. COLORAÇÃO PANÓTICO RÁPIDO. [s.l.] , [s.d.] Disponível em: <https://www.laborclin.com.br/wpcontent/uploads/2019/06/Coloracao_panotico _rapido_620259_620100_620105_620106_620107.pdf>.
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