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Estatística 1 - Introdução Geral a Estatística

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Estatística 1 – Introdução Geral a Estatística 
Origem – 
 A palavra estatística originou-se da expressão latina statisticum, que significa “estado”, que depois de vários significados, surgiu em alemão a palavra statistik que significa “análise de dados sobre o estado”. O Estado teve fundamental importância na origem da Estatística como ciência, pois originalmente, as estatísticas eram colhidas para finalidades relacionadas com o Estado, como recenseamentos, por exemplo. Como disciplina, só no século XIX é que se estruturou, mas já era conhecida desde a antiguidade, há mais de 4 mil anos.
Nas decisões do dia-a-dia, o indivíduo há de forma direta ou indireta que se basear em dados  observados para isso, por exemplo, ao decidir pelo seguro de um carro de uma determinada seguradora,  geralmente, esta procura verificar se este seguro satisfaz as suas necessidades, ou seja, se o seu preço é  compatível com o seu orçamento, além de outras características. Posteriormente, compara se dados deste  seguro com o de outras seguradoras e, através de uma análise processada internamente em sua mente, toma se a decisão de adquiri-lo ou não.  
Essa analogia não difere na realização das pesquisas de mercado, que tem por objetivo responder as  indagações ou comprovar as hipóteses elaboradas pelo pesquisador. E para isso, é preciso, inicialmente,  coletar dados que possam fornecer informações relevantes para responder esses questionamentos, mas para  que os resultados da pesquisa sejam confiáveis, tanto a coleta de dados quanto à sua análise deve ser feita de  forma criteriosa e objetiva. Para isso, o planejamento eficaz da realização da pesquisa é necessário.  
O profissional de pesquisa de mercado, na grande maioria das vezes, trabalha com limitações de  tempo, escassez financeira, de recursos humanos, de produtos, de materiais, dentre outros, impedindo-o de  analisar afundo o processo como um todo, mas de um lado não se faz necessário estudá-lo por inteiro, pois a  Estatística defende que apenas o estudo de uma parcela deste pode atender de forma eficaz às necessidades  desejadas. 
Estatística – É uma ciência que utiliza teorias probabilísticas para explicar a frequência da ocorrência de eventos, tendo como objetivo maior obter, organizar e analisar dados, a fim de estimar a previsão de fenômenos.
De forma prática e didática, se resume: 
COLETA DE DADOS TRATAMENTO DE DADOS APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
A estatística é uma ciência importante, útil e com um escopo abrangente de aplicação áreas, quase ilimitado.
Na prática empresarial e industrial, a estatística é uma ferramenta chave e segura para entender sistemas variáveis, controlar processos, sumarizar dados e tomar decisões baseados nos mesmos.
Segundo Kotler, um dos mais respeitados estudiosos de marketing no mundo, a definição de pesquisa de marketing que também serve para pesquisa estatística se resume em: 
“O planejamento, a coleta, a análise e a apresentação sistemática de dados e  
descobertas relevantes sobre uma situação específica de marketing enfrentada por  
uma empresa” 
É uma maneira de entender se as estratégias empresariais estão, de fato, gerando os resultados esperados focados nos 4 P’s do Marketing, que são eles: 
• Produto: este “P” se refere ao produto ou serviço oferecido pela empresa; 
• Preço: este “P” se refere é quando a empresa conhece o seu custo de produção, para, então definir a sua precificação; 
• Praça: este “P” se refere onde o produto ou serviço é vendido, a disponibilidade de atendimento e a logística envolvida; 
• Promoção: este “P” se refere se refere às estratégias de comunicação, publicidade e propaganda. Vale ressaltar que a promoção representa somente ¼ do marketing, então nunca confunda marketing com propaganda. 
Neste sentido, a pesquisa de marketing é muito importante para cada um dos P’s, tanto para a definição da melhor forma de se posicionar, quanto para melhorias ou identificação de novas oportunidades, podendo esta ser feita até mesmo pela internet, de forma qualitativa e/ou quantitativa, sem o envolvimento de entrevistas diretas com o consumidor, pois caso o envolva a pesquisa de marketing também será pesquisa de mercado e opinião. 
O motivo que leva uma empresa a realizar uma pesquisa de marketing pode variar dependendo do caso, e geralmente o motivo é pela identificação de um problema no seu processo, ou por causa de um momento desafiador, uma crise econômica, por exemplo, e precisa se reestruturar ou se reinventar. Assim, os principais benefícios em se fazer pesquisa de marketing em uma empresa são: 
• Identificar oportunidades de negócios: validar ou definir oportunidades de reposicionamento, alterações na precificação ou logística, ou até mesmo perceber potencial em um novo produto ou serviço; 
• Melhorar estratégias de marketing: ajuda ser mais assertivo nas mensagens e campanhas; • Gerar leads: ou seja, pode apresentar um alto número de compartilhamentos, o que irá favorecer para aumentar o reconhecimento e a autoridade da sua marca; 
• Fazer benchmarking: pesquisar tendências e analisar a concorrência; 
• Apoiar a tomada de decisão: Com as informações obtidas de forma clara e sólida, o empreendedor terá muito mais segurança em tomar uma decisão importante, e com isso a  redução dos riscos de um fracasso. 
 TIPOS PRÁTICOS DE PESQUISAS ESTATÍSTICAS 
As pesquisas podem variar conforme os objetivos, a estrutura adequada para a estratégia e as variáveis que serão utilizadas para a análise dos resultados, assim os tipos ou modelos principais são:  exploratórias, transversal, longitudinal e experimental, como segue: 
• Pesquisa Exploratória: A pesquisa exploratória, como o nome diz, de exploração de um assunto, se serve de fontes secundárias, podendo ser interna da empresa ou de forma externa  do mercado que atua, com estudos de caso, pesquisas anteriores com relatórios disponíveis  para o público, observações informais, trabalhos acadêmicos, livros, relatórios da própria  empresa e publicações governamentais e de instituições não governamentais; 
• Transversal: é aquele que levanta e analisa dados em um tempo definido como observacional, tendo como objetivo estudar uma população em um determinado ponto no tempo não considerando o que acontece antes ou depois, ou seja, é um retrato do momento.  
A pesquisa transversal pode ser dividida em: 
a) Descritiva pois procura respostas para um problema específico e pontual, observando fenômenos e buscando descrevê-los ou agrupá-los, para então poder interpretar essas informações em busca de uma conclusão. Ela tem o compromisso de expor os fenômenos e descrevê-los, porém não precisa explicar o motivo desse fenômeno. É realizada por meio de questionários, entrevistas, grupos focais, dentre outros. Por exemplo: um estudo transversal pode ser realizado com homens e mulheres, entre 24 e 35 anos para verificar com o que preferem gastar sua renda no momento da compra em que o resultado foi de que as  mulheres preferem sapatos e os homens cervejas.
b) Analítica: Este estudo transversal é utilizado para investigar a associação entre dois parâmetros relacionados ou não relacionados, por exemplo os estudos de causa e efeito. Pela Figura 1, pode-se estender o estudo tentando entender o motivo das preferências de acordo o gênero dos pesquisados, ou seja, é uma continuidade do estudo descritivo; 
• Longitudinal: Da mesma forma que o estudo transversal, um estudo observacional em que os dados da mesma amostra são coletados repetidamente durante um período prolongado, podendo durar alguns anos, chegando até décadas, dependendo do tipo de dados que se deseja coletar. O benefício do estudo longitudinal é que os investigadores podem tomar notas das mudanças, fazer observações e detectar quaisquer alterações que ocorrem nas características de seus participantes e comparar o antes e o depois. Por exemplo: durante uma pandemia em que a população fica confinada em casa, verifica-se o comportamento de compras por delivery no início da quarentena, durante e depoiscom o objetivo de verificar se o comportamento é o mesmo ou muda ao longo do período estudado; 
• Pesquisa Experimental (ou casual): é a conhecida pesquisa laboratorial por meio de um experimento, onde um produto é testado incansavelmente para se obter todas as informações sobre os seus resultados. Em geral, o ambiente é artificial e mostra o seu desenvolvimento antes mesmo de ser lançado.
Ao se falar de pesquisa estatística não tem como desassociar da pesquisa de mercado que surgiu da necessidade que os empresários tinham em conhecer de forma mais concreta as variáveis diante do crescimento dos mercados, pois é utilizada como um sistema eficaz, que permite tomar rápidas decisões para ajustar a empresa mercadologicamente. 
A princípio, os mercados eram formados por populações reduzidas, onde o empresário conhecia estreitamente as pessoas que ali viviam, com o passar do tempo essa relação foi se perdendo. O cenário do mercado transformou-se e a pesquisa de mercado permitiu resgatar o contato da empresa com o mercado. 
A pesquisa de mercado surgiu em 1911 nos Estados Unidos, em que uma editora de livros foi a primeira empresa a montar um departamento de pesquisa. Oito anos depois, surgiu o primeiro livro sobre o tema e começaram a aparecer os primeiros estudos sobre a organização dos questionários de coletas de dados e técnicas de amostragem. Em 1936, após um erro grave na previsão do resultado das eleições americanas, os técnicos em pesquisa passaram a valorizar mais as técnicas de probabilidade e estatística e a dar especial atenção à qualidade da amostra de pesquisados. Após a segunda guerra mundial, em 1948, os Estados Unidos tinham mais duzentas empresas envolvidas em pesquisas sistemáticas de mercado. Desde, então, a pesquisa mercadológica passou a ser parte integrante do universo de marketing. 
No Brasil, os introdutores da pesquisa de mercado foram principalmente duas agências americanas de publicidade que haviam iniciado suas atividades no país nos primeiros anos da década de 1930, a N. W.  Ayer & Son importante agência da cidade da Filadelfia, e a McCann-Erickson, uma das principais agências americanas, e duas indústrias de produtos de consumo, a Lever e a Sidney Ross, a primeira estabelecida no país em 1929 e a segunda pela mesma época. Na década de 1930, a Lever e a Sidney Ross começaram a fazer pesquisas de mercado em nosso país sobre hábitos e preferências dos consumidores e audiência de rádio. No mesmo ano, a N. W. Ayer & Son teve seu nome ligado à primeira grande pesquisa de mercado, de âmbito nacional no Brasil. Foi uma pesquisa sobre os hábitos de consumo de café. O patrocinador foi o Departamento Nacional do Café, importante órgão do Governo Federal. No ano de 1940, foi realizada no país a primeira pesquisa nacional de opinião pública, que teve dois objetivos: conhecer as opiniões e atitudes do povo brasileiro sobre a guerra que eclodira na Europa em 1939, sobre as partes em conflito e outras que poderiam envolver-se; e determinar a penetração das emissoras internacionais de ondas curtas no país. Em 1942, ocorreu a criação do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) que deu início à atividade regular e sistemática da pesquisa de mercado e de opinião pública no Brasil, foi quando as emissoras de rádio começaram a se interessar em mensurar a sua audiência no país e mais tarde as emissoras de televisão. E após isso começou a surgir diversos institutos de pesquisas de mercado no país, e todos eles utilizam as três partes do conceito da Estatística que se encontra no início desta nota de aula.
COLETA DE DADOS 
A coleta de dados é um processo que visa reunir dados já existentes em instituições públicas ou privadas (dados secundários) ou através de pesquisa de levantamento em campo (dados primários) e experimentos, sendo que estas podem ser das seguintes formas: 
• Por questionário: o questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série de perguntas, que devem ser respondidas por escrito, e que dentre as principais vantagens estão a economia de tempo, a eficiência na coleta de um grande número de dados, a possibilidade de atingir um número maios de pessoas em uma área geográfica mais ampla. 
Além de economizar com treinamento e coletas de campo, obter respostas mais rápidas e exatas, o anonimato e mais tempo para as respostas, além da flexibilidade de horário; 
• Por observação: utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade, e  consiste em ver, ouvir e examinar fatos ou fenômenos. Para ser considerada científica deverá ser planejada sistematicamente, registrada metodicamente, além de sujeita às verificações e controle sobre a validade e segurança;  
• Por entrevista pessoal: este tipo de coleta de dados pode ser feito com perguntas pré determinadas (entrevista estruturada), ou com apenas com os principais tópicos que deseja abordar, tendo maior liberdade durante a conversa (entrevista semiestruturada). 
De qualquer forma, o ideal é estabelecer um roteiro para a coleta de dados primários, tendo claro quais dados serão coletados, seja por meio de perguntas previamente elaboradas, ou apenas através da ordem que os assuntos serão abordados. Após essa coleta realizada, parte-se para a segunda parte, o tratamento desses dados. 
 TRATAMENTO DOS DADOS 
Após a coleta de dados, deve-se tabular os dados, ou seja, ler as respostas uma a uma, contá-las e organizá-las, que pode ser feita à mão, de forma mecânica ou eletronicamente. No caso de estudos mais amplos, com mais dados, recomenda-se o emprego de algum software para economizar tempo, recursos, esforços e diminuir as margens de erro, e o mais indicado é o Microsoft Excel pela acessibilidade. 
APRESENTAÇÃO DOS DADOS 
Para a apresentação dos resultados, pode-se recorrer a tabelas, quadros, gráficos e medidas paramétricas e não paramétricas estatísticas.

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