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Aula 04 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN PESQUISA DE MARKETING Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, o aluno deve ser capaz de: reconhecer e entender o conceito e situação da pesquisa de marketing no Brasil e no Mundo; identificar as diferentes fontes de dados para pesquisa de marketing; apontar e compreender o modo de realização prática da pesquisa em marketing. Seções de Estudo Seção 1 Pesquisa de Marketing – Aspectos Conceituais. Seção 2 Fontes de Dados em Marketing Seção 3 Prática da Pesquisa em Marketing Na Aula 4, que estamos iniciando, vamos conhecer um pouco mais sobre a Pesquisa de Marketing. Para começarmos a nossa conversa é preciso considerar que a Pesquisa de Marketing diz respeito a todos os processos científicos que determinam a descoberta de questões de valor para esta área do conhecimento. Não deixem, portanto, de prestar bastante atenção às teorias que serão apresentadas, pois elas se mostram fundamentais para o seu sucesso como gestor. Esperamos que todos tenham uma boa aula! Aproveitem! 109 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Seção 1 – Pesquisa de marketing – aspectos conceituais 1.1 Definição Para iniciarmos as nossas análises, é preciso inicialmente compreender algumas questões relacionadas ao conhecimento as quais desenvolveram posteriormente todo o processo de pesquisa. O conhecimento está diretamente ligado ao homem, à sua realidade. O conhecimento, segundo Sousa (2012), pretende idealizar o bem estar do ser humano, logo o conhecimento advém das relações do homem com o meio. O indivíduo procura entender o meio partindo dos pressupostos de interação do homem com os objetivos. É uma forma de explicar os fenômenos das relações, seja, entre sujeito/objeto, homem/razão, homem/desejo ou homem/realidade. A forma de explicar e entender o conhecimento passa por várias vertentes como: conhecimento empírico (vulgar ou senso comum), conhecimento filosófico, conhecimento teológico e conhecimento científico (SOUSA, 2012). O conhecimento empírico surge da relação do ser com o mundo. Todo ser humano apodera-se gradativamente deste conhecimento, ao passo que lida com sua realidade diária. Não há uma preocupação direta com o ato reflexivo, ocorre espontaneamente. É um conhecimento do tipo abrangente dentro da realidade humana. Não está calcada em investigações. O conhecimento filosófico surge da relação do homem com seu dia-a- dia, porém preocupa-se com respostas e especulações destas relações. Não é um conhecimento estático, ao contrário sempre está em transformação. Considera seus estudos de modo reflexivo e crítico. É um estudo racional, porém não há uma preocupação de verificação. O conhecimento teológico preocupa-se com verdades absolutas, verdades que só a fé pode explicar. O sagrado é explicado por si só. Não há importância a verificação. Acredita-se que o conhecimento é explicado pela religião. Tudo parte do religioso, os valores religiosos são incontestáveis. O conhecimento científico precisa ser provado. O conhecimento surge da dúvida e comprovado concretamente, gerando leis válidas. É passível de verificação e investigação, então acaba encontrando respostas aos fenômenos que norteiam o ser humano. Usa os métodos para encontrar respostas através de leis comprobatórias, as quais regem a relação do sujeito com a realidade. Na Seção1, iniciando a nossa Aula 4, estudaremos os aspectos conceituais relacionados com a Pesquisa de Marke ng. Este saber é essencial para substanciar a compreensão dos processos específi cos de ação relacionados à esta prá ca na área do marke ng. Durante a leitura desta aula é importante que você tenha sempre a mão um dicionário e/ou outros materiais de pesquisa para eliminação de eventuais dúvidas sobre o assunto discu do. Bons estudos! 110 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Para consolidar as informações mostradas anteriormente veja, na tabela a seguir as características específicas de cada um deles. Ainda é preciso considerar o chamado conhecimento tácito. A palavra “tácito” é originada do latim tacitus = não expresso em palavras. É a forma do conhecimento inerente a cada pessoa em particular, não sendo fácil sua transmissão através da fala ou escrita, mas sua existência é facilmente percebida na prática cotidiana. O conhecimento tácito pode ser entendido como aquilo que uma pessoa é capaz de realizar com eficácia e que é adquirido com as experiências de vida dessa pessoa (MACHADO, 2012). Por estar vinculado diretamente às pessoas, o conhecimento tácito é de difícil disseminação e de grande valor para as empresas modernas, que tem no capital humano, representado pela capacidade criativa dos funcionários, seu maior patrimônio. Tal conhecimento é estudado, dentro das empresas, por profissionais da área de Ciências Humanas, como Filosofia, Psicologia, Sociologia e Gestão de Negócios. A finalidade é tentar transformar o conhecimento tácito e conhecimento explícito, público, para que todos tenham acesso a ele. Mas a questão principal, como já foi dito, é a dificuldade de expressão desse conhecimento em textos ou falas. Segundo Machado (2012), a melhor maneira de transmitir um conhecimento tácito é através da convivência direta com outras pessoas, grupos, na execução de tarefas ou projetos que exijam os conhecimentos que não conseguimos explicitar, como por exemplo, andar de bicicleta, que é uma atividade simples, porém, de difícil ensinamento, uma vez que a habilidade é uma característica pessoal. É uma forma de conhecimento subjetivo, não mensurável, de difícil captura e transmissão e, por isso mesmo, muito valioso. Um exemplo de conhecimento tácito ocorre quando alguém, muito experiente em cozinha, nos passa uma receita. Anotamos todos os ingredientes, a Caracterís cas do conhecimento Conhecimento Popular Conhecimento cien fi co Conhecimento fi losófi co Conhecimento religioso Valora vo Real (factual) Valora vo Valora vo Refl exivo Con ngente Racional Inspiracional Assistemá co Sistemá co Sistemá co Sistemá co Verifi cável Verifi cável Não verifi cável Não verifi cável Falível Falível Infalível Infalível Inexato Aproximadamente exato Exato Exato Figura 4.1 Tipos de conhecimentos. Fonte: MAIKÃO. Tipos de conhecimento – fi losofi a. Disponível em: <http://maiconsilvaribe.blogspot. com.br/>. Acesso em: 14 abr. 2012. 111 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN sequência de elaboração, o tempo e tudo mais que é necessário para o preparo da receita, porém, ao final, parece que falta alguma coisa, um toque especial e esse toque é exatamente o conhecimento tácito que o cozinheiro tem e que nem sempre consegue passar para outras pessoas (MACHADO, 2012). Essa dificuldade, conforme Machado (2012), em transmitir o conhecimento tácito é inerente a todos, pois quando explicamos algo, geralmente temos a certeza de estarmos sendo claros, porém, como cada pessoa tem suas próprias vivências e, portanto, seus próprios conhecimentos tácitos, muitas vezes essa transmissão não ocorre a contento. A partir desta constante busca por novos saberes surge a necessidade da pesquisa a qual, segundo Wikipédia (2012), refere-se ao processo sistemático de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novos conhecimentos e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento pré-existente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve. A pesquisa como atividade regular também pode ser definida como o conjunto de atividades orientadas e planejados pela busca de um conhecimento. Ao profissional da pesquisa (especialmente no campo acadêmico), dá-se o nome de pesquisador. Como um ramo da atividade investigativa, surge a Pesquisa de Marketing a qual consiste na função que liga o consumidor, o cliente e o público ao profissional de marketing, por meio de informações, as quais são usadas para identificar e definir oportunidades e problemasde marketing. Gerar, refinar e avaliar ações de marketing, monitorar o desempenho do marketing e melhorar o seu entendimento como processo. Segundo Mattar (1996): A pesquisa de marketing é a investigação sistemática, controlada, empírica e crítica de dados com o objetivo de descobrir e (ou) descrever fatos e (ou) de verifi car a existência de relações presumidas entre fatos (variáveis) referentes ao marketing de bens, serviços e ideias, e ao marketing como área de conhecimento de administração. Ainda sobre a sua definição, conforme Samara (2002), “A pesquisa de marketing consiste em projetos formais que visam à obtenção de dados de forma empírica, sistemática e objetiva para a solução de problemas ou oportunidades específicas relacionadas ao marketing de produtos e serviços”. Pense nisso... “A pesquisa no contexto do marke ng é uma ferramenta para tornar as decisões a repeito do Mix de Marke ng mais seguras” (SAMARA; CARLOS, 2009). 112 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN A pesquisa de marketing tem por objetivo a coleta de dados e informações sobre determinado mercado, que de certa forma auxiliem nas tomadas de decisão, e no exercício de um papel proativo na administração. O plano de marketing é desenvolvido de acordo com informações que geralmente têm sua origem nos resultados obtidos por meio desta pesquisa. De acordo com a American Marketing Association apud McDaniel e Gates (2006, p.8): A pesquisa de marketing é a função que liga o consumidor, o cliente e o público ao “marqueteiro” por meio de informações – informações estas utilizadas para identifi car e defi nir oportunidades e problemas de marketing; gerar, aperfeiçoar e avaliar ações de marketing; monitorar o desempenho do marketing, e melhorar a compreensão do marketing como um processo. A pesquisa de marketing especifi ca as informações necessárias para abordar essas questões; formula o método para a coleta de informações; administra e implementa o processo de coleta de dados; analisa os resultados, e comunica as descobertas e suas implicações. Ainda conforme McDaniel e Gates (2006, p. 12): A administração proativa altera o mix de marketing para se encaixar aos novos padrões emergentes nos ambientes econômicos, sociais e competitivos, ao passo que a administração reativa espera a mudança causar um grande impacto na empresa para só depois agir. Em outras palavras, no caso de uma pequena empresa, esse grande impacto pode ser fatal para o negócio, levando a falência. Daí a importância da pesquisa de marketing, e o constante planejamento. A atuação da pesquisa de marketing está, portanto, intimamente relacionada com o exercício da administração de marketing a qual compreende a tomada de decisões que envolve as 5 funções administrativas: a) Planejamento; b) Controle; c) Organização; d) Execução; e) Direção. 113 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Especificamente a função de planejamento envolve o diagnóstico, a avaliação de soluções alternativas, as projeções de cada solução e a seleção da(s) melhor(es) alternativa(s) para a tomada de decisão (KWASNICKA, 1977). Os tomadores de decisão trabalham com informações incompletas e imperfeitas, sendo que a complexidade dos problemas e da realidade elimina qualquer possibilidade de se obter o “conhecimento perfeito”. Mesmo assim, as empresas visam a reduzir o risco da administração de marketing dispondo do máximo de conhecimento e compreensão do comportamento das inúmeras variáveis externas e internas à empresa que possam interferir no desempenho empresarial. Segundo Bachrach e Baratz (1962), a “não-decisão” pode ser tão importante quanto a decisão, pois são questões organizacionais que simplesmente se decidiu não decidir. São questões que são deixadas de lado ou suprimidas porque afetam os interesses dos envolvidos na decisão. Em marketing, por ser a atividade da empresa que mais interage com o ambiente externo, a necessidade de informação é crítica. Assim, muitas empresas veem que a forma mais adequada de prover informações de marketing para os tomadores de decisão é a partir da estruturação de um sistema de informações de marketing (SIM). Para Aaker (2001), um sistema de informações é uma estrutura que envolve pessoas, equipamentos e procedimentos dentro de uma organização, visando coletar, selecionar, analisar e distribuir informações de marketing pertinentes, corretas e em tempo hábil para os tomadores de decisão. Em outras palavras, o SIM é o sistema que reúne as informações necessárias para a tomada de decisões e análises a serem feitas pela empresa, com base no mercado. Contudo, o SIM (Sistema de Informação de Marketing) nada mais é do que um modelo teórico, ou seja, uma estrutura conceitual universalmente aceita pelas empresas, mas aplicada caso a caso, de diferentes formas. Isso implica em dizer que a utilização do SIM está sujeita a fornecer dados e informação que alimentam o jogo de poder dentro de uma organização, atendendo a interesses de possíveis “feudos” internos e externos à empresa. Para facilitar a nossa compreensão do conceito de Sistema de Informação de Marketing bem como permitir o avanço em nossos estudos, veja a figura a seguir a qual mostra, de forma esquemática, a ideia relacionada a esta questão. 114 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Neste contexto, a pesquisa de marketing surge como um subsistema do SIM, fornecendo aos executivos de marketing informações para ajudar na solução de problemas específicos e esporádicos durante o processo de administração de marketing. As informações produzidas pelo sistema são predominantemente do tipo ad hoc, ou seja, são produzidas especificamente e dirigidas para ajudar na solução de problemas definidos e únicos. Sendo assim, as principais finalidades da pesquisa de marketing, segundo Nickels & Wood (1999, p. 86), são: a) Analisar consumidores, suas necessidades e seu nível de satisfação; b) Analisar mercados e oportunidades; c) Analisar a eficácia da estratégia e das táticas de uma empresa; d) Analisar se o processo de marketing está atingindo os objetivos dos clientes e da organização. As decisões típicas relacionadas com a pesquisa de marketing são apresentadas a seguir (Mattar, 1997): a) Informações para análise do mercado: macroambiente (diz respeito às condições da economia, legislação, tecnologia, demografia, ecologia, política e cultura) e microambiente (estimativa do potencial de mercado, evolução do mercado, demanda por segmento), comportamento do consumidor (necessidades, Gerente de marke ng Análise Planejamento Implementação Organização Controle Ambiente de marke ng Mecardo alvo Concorrentes Forças do ambiente Iden fi cação das necessidade de informação Distribuição da informação Decisões e comunicações de marke ng Análise da informação Pesquisa de mercado Interligência de marke ng Registros internos Sistema de informação de marke ng Desenvolvimento da informação Figura 4.1 Sistema de Informação de Marketing. Fonte: SOUSA, Antônio de. Sistema de Informação de Marketing. Disponível em: <http://amais. esoterica.pt/economia/cap7.htm>. Acesso em: 14 abr. 2012. 115 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN desejos e motivações de consumo) e ambiente interno da empresa (recursos e capacitações de marketing, produção, finanças e tecnologia); b) Informações para análise do marketing mix: mapeamento dos produtos e serviços, preços praticados, formas de distribuição e comunicação presentes no mercado; c) Informações sobre medidas de desempenho: acompanhamento de resultados de vendas, participação de mercado, lucratividade, imagem de marca. Por tratar de informações predominantemente ad hoc, o sistema de pesquisa de marketing sofre a interferência direta dos tomadores de decisão. Sendo assim, no mundo real da tomada de decisões estratégicas e gerenciais e das políticas empresariais, a pesquisa de marketing tem sido às vezes usada de maneira incorreta. Propósitos explícitos e implícitospermeiam a utilização de metodologias e técnicas específicas de pesquisa para obterem dados e informações viesadas. Dessa forma, a pesquisa pode ser usada para adiar alguma decisão que já foi tomada. Quando existem alternativas em competição, o administrador que precisa tomar uma decisão difícil busca a pesquisa como orientação. Isso lhe traz ainda uma vantagem adicional, pois se mais adiante a decisão comprovar-se errada, ele terá alguém a quem transferir a culpa. A informação é, portanto, um ingrediente crucial na formulação e implementação de uma estratégia de marketing bem sucedida. O sistema de informação de marketing deve produzir um fluxo contínuo, enquanto a pesquisa de marketing é a coleta de dados sistemática, específica para o projeto. Dessa forma, o poder de decidir sobre como uma pesquisa de marketing será conduzida se torna um dos instrumentos gerenciais para a manutenção dessa parcela de poder, eliminando muitas vezes contribuições valiosas para a organização aperfeiçoar sua eficácia operacional, melhorar seu desempenho no mercado, ou sustentar e modificar uma vantagem competitiva em seus produtos e serviços. A pesquisa de marketing ad hoc envolve um processo esporádico na busca de informações de mercado. Ela é sempre motivada pela necessidade de decisões não programadas, cujos protocolos não estão plenamente estabelecidos. Por causa A manipulação das pesquisas de marke ng pelos tomadores de decisão pode ocorrer com mais frequência do que se imagina, pois a pesquisa tem uma função descri va– que inclui a coleta e a apresentação de fatos–,diagnós ca–na qual os dados e ações são explicados–e prognós ca–na qual vantagens e desvantagens podem ser mapeadas– que pode interferir na parcela de poder já estabelecida dentro de uma organização (CONCEITO, 2012). 116 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN disso, as informações coletadas podem estar sujeitas as maiores perturbações do que os chamados processos fluidos ou restritos. A informação gerada por uma pesquisa de marketing ad hoc nunca é igual em qualidade e em forma, estando diretamente vinculada a complexidade e carga política do conteúdo da decisão. A carga política do que está sendo decidido é o que importa, os interesses dos que são afetados pela decisão podem gerar os vieses no processo racional de busca de informações de mercado. Algumas decisões atraem menos atenção e são menos controvertidas (por exemplo, numa pesquisa para lançamento de um novo produto no mercado). Em outras situações, o cenário de uma decisão pode contribuir para a manipulação dos resultados de uma pesquisa de marketing, pois acarretam consequências mais sérias (por exemplo, a descontinuidade de uma linha de produtos que irá gerar o fechamento de uma divisão de negócios, ocasionando perdas diversas). Seria importante destacar também a decisão do modelo “lata de lixo” e a sua provável significância na tomada de decisões atrelada à pesquisa de marketing. Nas organizações, o processo decisório acaba sendo a resultante residual de todos os contextos organizacionais que permeiam e influenciam uma organização. Desse modo, os decisores têm de lidar com interesses distintos o tempo todo, há na maioria das empresas uma série de critérios, normas e procedimentos que impactam no processo decisório, os objetivos para a tomada de decisão não são claros ou unânimes e as decisões acabam surgindo ao longo da “marcha” dos negócios. Como forma de minimizar as incertezas e confrontar ambiguidades (além da esfera do poder já comentada anteriormente), muitos tomadores de decisão acabam interferindo deliberadamente na condução de projetos de pesquisa de marketing, visando manter o controle da situação e eliminar possíveis problemas diretivos. Deste modo, os executivos de Marketing, conforme Samara (2009) se deparam diariamente com muitas dúvidas que envolvem, de alguma forma, riscos para a organização. Há, então, a necessidade de informações sistematizadas e obtidas por uma correta metodologia que venham a indicar respostas para as dúvidas, suposições ou hipóteses. Sendo assim, a Pesquisa de Marketing irá colaborar para tornar as decisões do executivo de marketing mais seguras, fornecendo a informação objetiva, precisa e que atenda às suas necessidades (SAMARA, 2009). 1.2 Aspectos históricos A pesquisa de marketing evoluiu e ganhou importância à medida que o próprio conceito de marketing também avançou, principalmente com a adoção, pelas empresas, da orientação filosófica para o consumidor. 117 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN A primeira pesquisa, segundo Eaton e Harrison (1930), ocorreu em Londres, no ano de 1840. Nessa pesquisa, dois pesquisadores visitaram dois bairros operários e procederam a várias entrevistas, em diversas residências. Tinham por objetivo levantar dados sobre as condições de vida e moradia desses trabalhadores. Durante o período de 1900 a 1930, nos EUA, o interesse da administração das empresas estava voltado principalmente para as atividades de produção, "como produzir mais e mais barato". É a época da produção em massa de produtos extremamente padronizados. Na década de 30, o interesse da administração volta- se para a distribuição, há a necessidade de aprimorar os canais de distribuição para poder se escoar os produtos que então são produzidos em massa. Somente a partir de 1940 é que a administração começa a dar atenção para as necessidades e desejos do consumidor e, paralelamente, cresce o interesse pela pesquisa de marketing, apesar dele ter tido sua origem no século passado. O período que vai de 1910 a 1920 é reconhecido como início formal da pesquisa em marketing, apesar de que uma outra pessoa ou instituição dela fizeram uso antes de 1910. na década de 20 foram projetados questionários e levantamentos, reconhecendo-se, contudo, os problemas de elaboração dos projetos e a influência dos entrevistadores. Aí apareceram em campo os psicólogos. Em 1911, Charles Collidge Parlin geria a Divisão de Pesquisa Comercial do Depto. de Propaganda da Cia. Editora Curtis. Seu primeiro trabalho foi sobre implementos agrícolas, seguido de interessantes estudos sobre hábitos e atitudes de compra de clientes de lojas de departamento e dos problemas de marketing da Como a cobra teve acesso à informação sobre a árvore do bem e do mal? Sem dizer que usou, ardilosamente, das técnicas de marke ng para convencer Eva a comer a maça. Ela, com certeza, usou de pesquisa. Antes do dilúvio, Noé teve acesso à informação privilegiada que o levou a construir sua famosa arca e, desta maneira, salvar a si, sua família e, para regozijo do Ibama e do Green Peace, todo o futuro da nossa fauna. Ao pensar em Moisés: Como poderia ele, sem ter "pesquisado" seu tempo, e sua gente, e outras castas, e os vários costumes - chegar à lei máxima dos "10 Mandamentos"? Mais tarde, ampliada a lei mosaica para mais de 600 ordenanças - absolutamente necessária à época para impor uma conduta apropriada aos costumes, promovendo, assim, harmonia. Alguém que não vesse pesquisado, pensado e concluído um "relatório fi nal" poderia ter do esse "insight"? Pouco antes do nascimento de Jesus, o imperador Augusto Cesar decretou um recenseamento na Pales na. Os judeus deveriam ser recenseados em suas cidades natais. José, que morava com Maria em Nazaré, era natural de Belém, sendo obrigado a uma viagem de 5 dias. Esperava, com essa pesquisa, "achar" o messias. Darwin, notável britânico que no séc. XIX, a bordo do Beagle, viajou pelos mares, como se fossem verdadeiros "clusters" (signifi cava "conjunto de quarteirões" na pesquisa, conduzindo o primeiro censo sobre isso em 1929. Este foi o início da "Grande Depressão" (MARTINS, 2012). 118 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN indústria automobilística. Interessante observar que a Pesquisa de Mercado teve esse seu início pelas mãos de um homem que nunca cursou uma faculdade. Neste mesmo ano a Kellogg's realizou uma pesquisa via correios para determinarquais revistas eram lidas por diferentes pessoas. Alguns anos depois, em 1915, a United States Rubber Company contrata o Dr. Paul H. Nystron para chefiar seu programa de pesquisa comercial. Em 1917 a Swift & Company organizou seu departamento de pesquisa comercial, chamando L.D. Weld, da Universidade Yale, para dirigi-lo (MARTINS, 2012). Dois anos após, em 1919, temos publicado o que se pode considerar o primeiro livro didático de Pesquisa de Mercado: "Commercial Research - an outline of working principles" - por C.S. Duncan. Em 1921, Percival White publicou "Market Analysis", enorme sucesso reeditado inúmeras vezes. Na década seguinte, os anos 30 foram marcados pela grande preocupação com amostragem. Os estudos quantitativos começaram a ganhar cada vez mais força, exigindo maior rigor e precisão, surgindo no cenário os estatísticos para elaboração de melhores técnicas. No final desta década, vários livros haviam sido publicados, indicando que a Pesquisa de Marketing foi ganhando maior credibilidade no meio acadêmico - probabilística) para a realização da sua grande pesquisa, cujo soberbo relatório todos conhecemos: a teoria da evolução (MARTINS, 2012). Em 1933, Alfred P. Sloan - então presidente da General Motors Corporation, disse: A empresa moderna, com suas operações em larga escala, tende a criar um abismo entre o freguês e os responsáveis pelo destino de uma instituição. Não podemos mais depender de contatos casuais e impressões pessoais - nossa empresa é muito grande, nossas operações são em larga escala. Nos meados dessa década, em 1935, George Gallup, que trabalhava na agência de publicidade Young & Rubicam, abre sua própria empresa de pesquisa de opinião. Outro nome que é, quase, sinônimo de Pesquisa de Mercado, assim como "Gillette" está pra lâmina de barbear! Um fato que não poderia deixar de ser contado: Em 1936, foi realizada a prévia eleitoral, conduzida pelo "Literary Digest". O que pode ser considerado um dos maiores fiascos da história da pesquisa, chamando a atenção para a importância da amostragem. O "Literary Digest" enviou pelo correio mais de dez milhões de cédulas de votação, recebendo um retorno de mais de dois milhões de pessoas, prevendo a vitória de Landon sobre Roosevelt. Errou feio! Com uma margem de erro de 20%! 119 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN George Gallup com seu American Institute of Public Opinion, desafiara os dados do Digest, realizando sua própria pesquisa com apenas 3.000 entrevistas. Após as eleições, os dados de Gallup estavam exatamente iguais aos resultados finais das urnas! O que aconteceu de errado com os do Digest? Percebeu-se depois que a maioria das cédulas era de eleitores cujos endereços foram retirados da lista telefônica e dos registros de possuidores de automóvel - claro, de maior poder aquisitivo e mais bem colocados socialmente, logo, republicanos. Em 1937 foi criada a AMA - American Marketing Association, junção da NAMT - National Association of Marketing Teachers e AMS - American Marketing Society. No final da década, observamos um personagem que se pode chamar de a história viva da Pesquisa de Mercado no Brasil - natural de Bebedouro - estado de São Paulo - o Prof. Octávio da Costa Eduardo - estudante de direito e da Escola de Sociologia Política, aprendia métodos de pesquisa - sendo atraído pela pesquisa de opinião desde o início da sua atuação profissional, conseguia um estágio no Depto. de Cultura da Prefeitura Municipal - Divisão de Documentação Social e Estatística - imaginem, na época chefiado por Mário de Andrade. Foi contratado como pesquisador em 1938 para fazerem tomadas de preços alimentícios em feiras livres, empórios e quitandas! Lembrando que os supermercados em São Paulo somente surgiriam no fim da década de 40. Adler (1975) conta que a Pesquisa de Marketing só se tornou prática comum após a Segunda Guerra Mundial, quando a mesma foi estendida a todos os países do sistema capitalista. Até a Segunda Guerra Mundial, o que era praticada era a Pesquisa de Mercado e mesmo assim, apenas nos países anglo-saxões e nos Estados Unidos (ROZADOS, 2009). A explicação para tal fenômeno é que nesses países, a produção em massa começou a crescer para atender o consumo de massa. A distância entre produtor e consumidor também se ampliou, o que fez com que as organizações deixassem de conhecer o seu cliente. Para que essa lacuna fosse preenchida, fez-se necessário aplicar, cada vez mais, a Pesquisa de Mercado, visando investigar os hábitos de compra dos consumidores. A mudança da prática das empresas para o conceito de marketing reflete na mudança da ênfase de "pesquisa de mercado" para "pesquisa de marketing". A pesquisa de marketing envolve todas as fontes de interesse do marketing, incluindo o foco da pesquisa de mercado, que são as análises de mercado. A pesquisa de marketing exige um envolvimento muito grande entre os pesquisadores executivos do ramo, no sentido de trabalharem de forma a obter as informações necessárias e corretas para então ajudá-los no processo de decisão. 120 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Após a Segunda Guerra Mundial, o fator preponderante para a expansão desse tipo de pesquisa em larga escala foi o fenômeno chamado pelos sociólogos de "Revolução Silenciosa". Pode-se observar um nivelamento da pirâmide das receitas pessoais - principalmente a receita da classe trabalhadora - propiciando um crescimento no consumo de bens que até então eram considerados de luxo e, por isso, pouco alcançados. A Pesquisa de Marketing como atividade organizada começou no início do séc. XX, embora algumas fontes apontem a agência N.W. Ayer & Son responsável pela primeira pesquisa documentada para fins comerciais, realizada para Nichols-Shepard Co. um fabricante de máquinas de debulhar - uma análise da produção de grãos - lá pelos idos do séc. XIX. Vários anos depois, criou, também, o slogan "A Diamond is Forever" - que nos remete mais aos filmes de 007 que à De Beers! É preciso frisar que, no início do século XX, porém, a maioria das pesquisas realizadas era sobre recenseamento e estatísticas sobre mercados potenciais. Próprio observar que, por muitos e muitos anos, os métodos de pesquisa e as estatísticas a ela aplicadas eram guardados como verdadeiros segredos, mais protegidos do que as práticas, técnicas e os recônditos conhecimentos dos alquimistas! Isso está lá, escrito no prefácio do livro daquele que considero um mestre na difusão das técnicas e "segredos" da Pesquisa de Marketing e estatística: o italiano Guglielmo Tagliacarne. Em 1940 chegava ao Brasil o pesquisador americano Lloyd Free que realizou um estudo para saber como reagiria a população brasileira com a eventual entrada dos Estados Unidos na guerra e como se posicionaria em relação aos países do Eixo e outros de formação democrática como a Inglaterra e França. Foi nesta pesquisa, diz Dr. Octávio, que adquiriu sua experiência de campo. E podemos considerá-la como a primeira pesquisa realizada no Brasil. Em 1948, apresentado a Elmo Wilson, diretor de uma empresa de pesquisa americana, dirigiu estudos para Esso, sobre posicionamento do povo brasileiro em relação à exploração do petróleo, entrada do capital estrangeiro neste setor e outras variáveis. Portanto, nos anos 40 a Pesquisa de Mercado ainda era uma atividade muito pequena, principalmente no Brasil. Com algumas exceções como Colgate, Kolynos e Gessy Lever - era ainda um bicho desconhecido para a maioria das empresas. Mas, nesta década o Ibope já oferecia o índice de audiência das rádios de São Paulo, uma vez que a televisão somente chegaria ao Brasil em 1950... Dr. Octávio fundou em 1955 um dos mais antigos institutos de Pesquisa de Mercado no Brasil: Inese - Instituto Nacional de Estudos Sociais e Econômicos. Na época, existindo somente o Ibope - fundado em 1942, e o departamento de Pesquisa de Mercado da Mcann Erickson (MARTINS, 2012). 121 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN 1.3Pesquisa de marketing no brasil Ao se considerar a atuação da pesquisa de marketing deve ser analisado que os objetivos deste tipo de pesquisa no âmbito internacional são os mesmos da pesquisa nacional, mas há quatro fatores ambientais específicos que podem exigir que os esforços de pesquisa internacional sejam diferentes dos da pesquisa nacional. a) Primeiro, os pesquisadores devem estar preparados para novos parâmetros de realização de negócios, pois não só as exigências, mas as formas de aplicar das regras serão diferentes. b) Segundo, pode ocorrer um "megachoque cultural" à medida que a empresa enfrenta um novo conjunto de premissas baseadas em cultura para a realização de negócios. c) Terceiro, a empresa que entra em mais de um mercado geográfico novo enfrenta uma potente rede de fatores interatuantes; a pesquisa pode ajudar a prevenir sobrecarga psicológica. d) E quarto, pode-se precisar ampliar a definição de concorrentes no mercado internacional, incluindo aí as pressões competitivas que não existiriam no mercado nacional. Há duas maneiras de se fazer pesquisa de marketing. Uma é projetando e executando o estudo com pessoal interno, e outra é contratando uma empresa externa especializada. A importância do mercado global para as empresas de pesquisa aumentou consideravelmente nos últimos anos. Sobre está questão, é interessante considerar que os EUA representavam 36,4% dos gastos em pesquisas de marketing aplicadas no mundo, em 2002. A Europa e a América do Norte representavam, respectivamente, cerca de 41% dos gastos em pesquisas de marketing aplicadas no mundo, em 2002. A América Central junto com a América do Sul, em 2002, representavam apenas 4% dos gastos em pesquisas de marketing aplicadas no mundo. Para facilitar a sua visualização desta situação veja a tabela a seguir: País 1990 (1) 2002 (2) % em 2002 Estados Unidos 2.400,0 6.037 ** 36,4% Reino Unido 700,0 1.755 10,6% Alemanha 700,0 1.490 9,0% França 700,0 1.290 7,8% Japão 400,0 1.037 6,2% Demais países 1.800,0 4.992 30,0% Total mundial 6.700,0 16.601 100,0% Tabela 1 Gastos com pesquisa em marke ng no mundo * Não inclui gastos em pesquisas de marketing básicas. ** Inclui receitas obtidas fora dos EUA. FONTES: (1) Marketing and Research Today, nov. 1991, p. 214 (HOLBERT e SPEECE, 1997, p. 13). (2) ESOMAR Association, ISO/TC 225 “Market, opinion and social research”. Draft business plan. IMF International Financial Statistics. 122 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Sendo assim, os negócios de pesquisa de marketing passaram a desenvolver-se no Brasil por solicitação de filiais de empresa norte-americanas aqui instaladas. No entanto, até hoje, seu desenvolvimento tem sido muito restrito, não havendo nenhum termo de comparação com o grande crescimento ocorrido nos EUA, nas décadas de 1950 e 1960. As empresas brasileiras e filiais de multinacionais, com raras exceções, não têm dado o devido valor à pesquisa de marketing, provavelmente por também não darem importância à filosofia de marketing, pelo menos, até o presente momento. A pesquisa de marketing, apesar de crescente no Brasil, está longe de adquirir a importância que atingiu na América do Norte, onde alcançou o faturamento de 6,7 bilhões de dólares e na Europa, onde atingiu 6,8 bilhões de dólares, em 2002. Existem dezenas de empresas no Brasil dedicadas à pesquisa de marketing, algumas grandes e organizadas, outras minúsculas, desprovidas de qualquer estrutura, que se prestam a relação de serviços de coletas de dados para as organizações maiores. Algumas dispõem de metodologias e técnicas bastante sofisticadas e modernas, enquanto a maioria está preparada, apenas, para realizar trabalhos elementares. Grande parte das verbas deste tipo de pesquisa é destinada à pesquisa de audiência de rádio e televisão, pesquisa de auditoria de lojas e pesquisas eleitorais. Geralmente as empresas de pesquisas maiores e mais sofisticadas técnica e metodologicamente, atendem aos clientes mais exigentes, que na decisão de compra levam em consideração a qualidade, e não somente o preço. À medida que cresce a adoção do conceito de Marketing pelas empresas brasileiras, deverá crescer paralelamente este ramo de pesquisa. A adoção crescente do conceito de marketing só deverá ocorrer quando o ambiente econômico e político brasileiro se tornar mais estável e propício. Um exemplo de pesquisa de Marketing foi à realizada pela empresa Serasa Experian na qual ela determina a segmentação do mercado consumidor brasileiro em clusters como será mostrado a seguir: Para saber mais informações sobre a atuação da pesquisa de marke ng como as empresas existentes, novidades, cursos e o Controle de Qualidade no Recrutamento, acesse o site da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) no endereço eletrônico: <www.abep.org.br>. 123 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Seção 2 - Fontes de dados em pesquisas de marketing 2.1 Introdução Iniciando as nossas discussões desta sessão é preciso fazer algumas considerações introdutórias que são essenciais para a evolução de nosso estudo. Segundo Santos (2012), dado consiste em qualquer elemento identificado em sua forma bruta que, por si só, não conduz a uma compreensão de determinado fato ou situação. Ele ainda pode ser considerado como o elemento que representa eventos ocorridos na empresa ou circunstâncias físicas, antes que tenham sido organizados e arranjados de maneira que as pessoas possam entender e usar. Sendo assim, os dados emergem da percepção inicial do observador sobre a natureza do objeto: são identificados por características visuais ou simbólicas, mensuráveis (SANTOS, 2012). Figura 4. 2 Segmentação mercado brasileiro em clusters. Fonte: QUASEPUBLICITARIOS. Pesquisa de Marketing – Brasil em Mosaico. Disponível em: http:// quasepublicitarios.wordpress.com/2010/03/14/pesquisa-de-marketing-brasil-em-mosaico/. Acesso em: 14 abr. 2012. Para compreender melhor sobre o modo correto de realizar uma pesquisa em marke ng vamos estudar, na próxima seção, as suas principais Fontes de Dados. Nesta Seção 2, vamos avançar um pouco mais na Aula 4 abordando sobre as “Fontes de dados em pesquisa de marke ng.” Nesta abordagem iremos conhecer as principais fontes e pos de dados necessários para a realização de pesquisas de marke ng. Estes conhecimentos são muito importantes, pois permitem a compreensão do modo correto e adequado de obter os variados dados necessários para a pesquisa de marke ng em conformidade com a demanda desta prá ca. Bons estudos! 124 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Já a Informação consiste no dado trabalhado que permite ao executivo tomar decisões; é o dado configurado de forma adequada ao entendimento e à utilização pelo ser humano. Ainda conforme Santos (2012), as informações são os resultados dos dados devidamente tratados, comparados, classificados, relacionáveis entre outros dados servindo para tomada de decisões e para a melhor noção do objeto estudado. E por último, o Conhecimento é o conjunto de ferramentas conceituais e categorias usadas pelos seres humanos para usar, colecionar, armazenar e compartilhar a informação. Deste modo, dado, informação e conhecimento caminham em um percurso de evolução o qual é mostrado na figura a seguir: Como todo este processo inicia pelos dados, é fundamental compreender o modo correto de obter as fontes dos mesmos de modo adequado. Segundo Significado (2012), a palavra fonte pode ter os seguintes significados: o ponto no qual algo vem à existência, ou a partir da qual ela deriva ou é obtido; aquele que faz, cria ou iniciados, um fabricante; ma, como uma pessoa ou um documento, que fornece informações: um repórter é tão confiável quanto suas fontes; para especificar a origem do (a) comunicação; documento: O relatório é totalmente origem. Deste modo, a fonte consiste no local de origem de determinada coisa ou dado. Para a atividade de pesquisa, é importante o uso da chamada Fontedocumental que refere-se ao local que originou uma informação, especialmente para fins de investigação qualquer que seja a área envolvida. Em determinados contextos, os termos autor e fonte são sinônimos. As fontes documentais podem ser primárias, secundárias, ou terciárias. Uma fonte primária é um documento, ou qualquer fonte cuja origem remonta à época que se está pesquisando, frequentemente produzida pelas próprias pessoas estudadas. São exemplos comuns de fontes primárias: Figura 4.3 Dado, informação e conhecimento. FONTE: INCÓGNITA. Informação e Conhecimento. Disponível em: <http://incognitainformacoes. blogspot.com.br/2011/04/informacao-e-conhecimento.html>. Acesso em: 15 abr. 2012. 125 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN a) correspondências e diários; b) assentos de registros públicos ou privados; c) periódicos; d) textos literários e narrativos. A fonte secundária consiste em todo trabalho que se baseia em outro, este sendo a fonte original ou primária. tem como característica o fato de não produzir uma informação original, mas sobre ela trabalhar, procedendo a análise, ampliação, comparação etc. Tal fonte compõe-se de elementos derivados das obras originais, refere-se a trabalhos escritos com o objetivo de analisar e interpretar fontes primárias e, normalmente, com o auxílio e consulta de outras obras consideradas, também, fontes secundárias. Uma fonte secundária ideal geralmente é caracterizada por reportar dados oriundos de fontes primárias, bem como por analisar, interpretar e avaliar os eventos que são objeto de estudo. Já a fonte terciária é uma seleção e compilação de fontes primárias (material original sobre alguma informação) e secundárias (comentários, análises e crítica baseados nas fontes primárias). Exemplos típicos de fontes terciárias são as bibliografias, listas de leituras e artigos sobre pesquisas. As enciclopédias e manuais de instrução são exemplos de peças que reúnem tanto fontes secundárias como terciárias, apresentando por um lado comentários e análises, e por outro tratando de proporcionar uma visão resumida do material disponível sobre a matéria. 2.2 Dados primários São aqueles que não foram antes coletados, estando ainda em posse dos pesquisadores, e que são coletados com o propósito de atender às necessidades específicas da pesquisa em andamento. Segundo Mattar (1996), existem quatro diferentes fontes de dados primários em pesquisas de marketing: a) Pesquisando - os próprios pesquisadores são a maior fonte de dados em pesquisas de marketing. O dado pode ser obtido do pesquisado através de sua própria declaração, oralmente ou por escrito, ou através de sua observação. b) Pessoas que tenham informações sobre o pesquisado - quando ocorre de o pesquisador ser inacessível, possuir pouco conhecimento da informação desejada ou ter dificuldades de expressar-se, às vezes, é mais fácil conseguir a informação com outras pessoas que convivem com ele. 126 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN c) Situações similares - as formas básicas de conhecer situações similares são através do estudo de casos, do experimento e da simulação. O estudo de casos envolve o estudo intensivo de algumas situações reais e relevantes para um particular problema estabelecido e com objetivos exploratórios. O experimento é um tipo de pesquisa em que um pesquisador manipula e controla uma ou mais variáveis independentes e observa a variação concomitante na variável ou variáveis dependentes. A simulação consiste na criação de um modelo computacional de uma situação similar àquela em que se deseja ganhar conhecimento. Modelos de simulação mais sofisticados pedem até indicar qual o melhor conjunto de decisões que o gerente de marketing deve tomar. Os modelos de simulação podem ser de três tipos: descritivos, preditivos e prescritivos. d) Dados disponíveis - existe uma infinidade de dados úteis para marketing que já foram coletados, tabulados e, às vezes, até analisados que estão catalogados à disposição dos interessados; exigirão destes apenas o esforço de dedicar algum tempo a bibliotecas, a visitas aos órgãos governamentais, à leitura de jornais e revistas ou a consulta de informações padronizadas de empresas de pesquisa. Os dados primários podem ser dos seguintes tipos: a) Características demográficas, socioeconômicas e de estilo de vida: É um tipo de dado de grande importância para o marketing, pois o pesquisador pode elaborar tabulações cruzadas que lhe permitirão identificar o relacionamento entre as variáveis e as opiniões e os comportamentos dos consumidores em relação ao produto sendo pesquisado. Para isso, é utilizado o Critério de Classificação Econômica Brasil. b) Atitudes e opiniões: As atitudes possuem estreito relacionamento com os comportamentos e a eles precedem. A atitude possui três componentes: um cognitivo, resultante da vivência e da experiência do entrevistado; um afetivo, resultante dos sentimentos adquiridos; e um comportamental, relacionado com a rápida reação de comportamento diante de determinados estímulos de marcas e produtos. Opiniões são manifestações de atitudes dos entrevistados em relação a determinado objeto. c) Conscientização e conhecimento: Referem-se ao que os entrevistados sabem ou não sabem a respeito de determinado produto, serviço, propaganda etc. Esse tipo de dado é muito utilizado pelas agências de propaganda no processo de avaliação de campanhas de propagandas. d) Motivações: para os objetivos da pesquisa de marketing, motivação refere-se a necessidades, desejos, vontades, impulsos ou qualquer outro estado que impele, conduz, ativa, move, direciona ou canaliza o comportamento de pessoas para o atingimento de determinados objetivos. 127 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN e) Comportamento: Refere-se ao que as pessoas fizeram ou ao que estão fazendo. Para o marketing, é melhor entender o consumidor e assim poder melhor antecipar ou prever seu comportamento futuro. f) Intenções: Referem-se a previsões e antecipações dos comportamentos futuros declarados pelos próprios entrevistados. Normalmente, há uma grande disparidade entre o que as pessoas intencionam fazer e o que elas efetivamente fazem, principalmente quando se referem a grandes itens de compra. 2.3 Dados secundários São aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e, às vezes, até analisados e que estão catalogados à disposição dos interessados. As fontes básicas de dados secundários são: a) Dados secundários internos: os dados obtidos junto à empresa ou instituição para o qual está sendo realizada a pesquisa são chamados de dados internos. Se forem coletados, exclusivamente, para atender às necessidades específicas dessa pesquisa, são chamados de dados internos primários. Se já foram coletados e catalogados com outros objetivos e estão disponíveis para consulta, são chamados de dados secundários internos. b) Publicações: existe uma infinidade de publicações dos mais diversos tipos que podem trazer valiosas contribuições para diferentes tipos de pesquisas de marketing. Essas publicações podem ser classificadas em gerais, governamentais e institucionais. As publicações gerais compreendem jornais e revistas especializadas ou não. As publicações governamentais compreendem inúmeros documentos que são periodicamente publicados pelos governos federal, estaduais e municipais e cobrem uma infinidade de informações. As publicações institucionais produzem periodicamente, publicações de interesse para pesquisa de marketing. Geralmente são publicações de instituições de pesquisas, ligadas a universidades ou escolas de ensino superior. c) Governos: Mesmo quando alguma informação coletada por instituições governamentais não é publicada, é necessário dirigir-se diretamente à instituição responsável para procurar ter acesso aos dados. d) Instituições não-governamentais: Aqui também é necessário dirigir- se à instituição responsável para tentar conseguir os dados. Serviços padronizadosde informações de marketing: Possuem um custo de obtenção mais elevado do que as outras fontes, porém são muitos menos dispendiosos do que se fossem obtidos através de pesquisa de dados primários. 128 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN As vantagens da utilização de dados secundários dizem respeito à economia de tempo, dinheiro e esforços, pois os dados obtidos poderão contribuir para: a) Estabelecer melhor o problema de pesquisa; b) Sugerir outros métodos já testados e aprovados de coleta de dados; c) Sugerir outros tipos de dados a serem coletados para obter as informações desejadas; d) Servir como fonte comparativa e complementar para os dados primários a serem coletados. No entanto, o uso dos dados secundários também possuem desvantagens como: a) À medida que são coletados com diferentes objetivos, raramente serão encontrados dados secundários que se ajustem perfeitamente às necessidades de pesquisa. O grau de ajustamento desses dados depende de quatro fatores: unidade de medida, a definição de classes, momento da publicação e confiabilidade e precisão; b) Relação com o tempo decorrido entre a coleta dos dados e sua publicação; c) Questionamento quanto à sua confiabilidade, tendo em vista o propósito da pesquisa. Ainda sobre os dados secundários, eles podem ser classificados em: a) Dados do consumidor: Compreende a coleta periódica, em um painel de consumidores, de dados a respeito de compras e das circunstâncias a respeito de como foram realizadas. b) Dados do varejo: Compreende a coleta bimestral de dados sobre compras e níveis de estoques de amostras nacionais de lojas dos nove principais mercados brasileiros de vários produtos. c) Dados do atacado: É um levantamento similar ao efetuado nas lojas de varejo. Esse serviço ainda não é oferecido no Brasil. Dados da indústria: há Vamos pensar um pouco... Imagine que você é o profi ssional de marke ng de determinada empresa. Agora pense: Qual é o nome da Empresa? Em que ramo ela atua? A par r destas defi nições busque alguns dados para uma pesquisa de marke ng analisando as seguintes questões: Qual é o tamanho do mercado: Qual é o público- alvo de seu produto? Quais as suas caracterís cas? Quais as necessidades de seu consumidor principal? Então, a par r destas informações determinem, de forma geral, as informações importantes para a sua atuação profi ssional. Faça este exercício, comente suas impressões e resultados com seus colegas e tutor; depois con nue os nossos estudos conhecendo melhor as vantagens e desvantagens do uso de dados secundários. 129 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN poucos serviços de informações de marketing sobre indústrias. Dados sobre os veículos de comunicação: apresentam uma gama de informações disponíveis, abundantes quando comparadas aos outros serviços. Internet: é o papel facilitador na busca de dados secundários e a tendência para sua utilização tende a crescer de forma exponencial de razão elevada. Seção 3 – Prática da pesquisa em marketing 3.1 Etapas de uma pesquisa de marketing As etapas a serem seguidas para que uma pesquisa seja bem sucedida mantêm uma ordem de acontecimentos e interdependência nas suas definições para que, de forma lógica, venham a trazer resultados consistentes e úteis. Uma pesquisa de marketing pode estar compreendida e realizada em quatro diferentes etapas: a) Reconhecimento de um problema - Compreende na real identificação do problema e/ou oportunidades de Marketing que geram a necessidades de informações para a tomada de decisões. O pesquisador deve ter em mente as seguintes questões: Por que a pesquisa deve ser realizada? Quais decisões devem ser tomadas a partir dos resultados da pesquisa? Quais as possíveis respostas a serem obtidas para os problemas ou oportunidades definidos? b) Planejamento - Consiste na definição dos objetivos de pesquisa e de toda sua operacionalização. Esta etapa possui as seguintes fases: cronograma com prazos e datas para cumprimento das etapas e suas subdivisões; definição dos recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros a serem utilizados Nesta Seção 3, vamos fi nalizar as nossas discussões desta Aula 4, abordando a “Prá ca da Pesquisa em Marke ng.” Nestas considerações iremos conhecer, efe vamente, como é realizada a prá ca da pesquisa em marke ng com suas diferentes etapas bem como a questão é ca relacionada à mesma. Deste modo, con nue fi rme e dedicado aos seus estudos, pois são eles que irão lhe proporcionar o futuro promissor que você deseja. Bons estudos! Estão gostando da nossa aula? Esperamos que sim! Agora, para con nuar com a nossa agregação de conhecimentos abordando, efe vamente, a Prá ca da Pesquisa em Marke ng. 130 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN no projeto; definição de responsabilidades e autoridades; determinação das fontes de dados; definição da(s) forma(s) de coleta de dados, escolha do(s) método(s) de pesquisa e da construção do teste do(s) instrumento(s) de coleta de dados; definição do plano de amostragem; definição do tamanho da amostra; definição dos projetos de campo; definição da elaboração do plano de processamento das análises. c) Execução (Coleta de dados, processamento, análise e interpretação) - A execução abarca os processos de coleta dos dados e seu processamento, análise e interpretação. d) Comunicação dos resultados - A comunicação dos resultados abrange a divulgação escrita e verbal do resultado atingido da pesquisa, bem como de sugestões e recomendações de ações compatíveis à resolução do problema apresentado. Para entender melhor o processo de compreensão das etapas de uma pesquisa de marketing veja a figura a seguir que esquematiza as informações dadas anteriormente: 3.2 Tipos de pesquisa de marketing Existem alguns tipos de pesquisas que permitem enquadrar nossa pesquisa em uma delas, possibilitando melhor entendimento. Estas pesquisas possuem um panorama geral conforme figura mostrada a seguir: Entendimento do problema Reconhecimento e formulação do problema de pesquisa Exploração Inicial do tema Defi nição dos Obje vos Método de Coleta de Dados Tipo e Método de Pesquisa Defi nição da Amostra Elaboração e teste do instrumento de coleta Processamento e Análise Campo Planejamento da Pesquisa Comunicação dos Resultados Decisão da Administração Implementação 1 2 3 4 5 Figura 4.4 Esquema etapas pesquisa de marketing. Fonte: ESPMJR. O que é Marketing. Disponível em: <http://www.espmjr.com/servicos.html>. Acesso em: 15 abr. 2012. 131 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Vamos entende-las melhor: a) Pesquisa exploratória: é utilizada para realizar um estudo preliminar do principal objetivo da pesquisa que será realizada, ou seja, familiarizar-se com o fenômeno que está sendo investigado, de modo que a pesquisa subsequente possa ser concebida com uma maior compreensão e precisão. A pesquisa exploratória, que pode ser realizada através de diversas técnicas, geralmente com uma pequena amostra, permite ao pesquisador definir o seu problema de pesquisa e formular a sua hipótese com mais precisão, ela também lhe permite escolher as técnicas mais adequadas para suas pesquisas e decidir sobre as questões que mais necessitam de atenção e investigação detalhada, e pode alertá-lo devido a potenciais dificuldades, as sensibilidades e as áreas de resistência (PIOVESAN, 2010). Uma pesquisa pode ser considerada de natureza exploratória, quando esta envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram, ou têm, experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão. As pesquisas exploratórias visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo (CLEMENTE, 2010). b) Pesquisas conclusivas descritivas: são caracterizadas por possuírem objetivos bem definidos, procedimentos formais, serem bem estruturadas e dirigidas para a solução de problemas ou avaliação dealternativas de cursos de ação. O pesquisador precisa saber exatamente o que pretende com a pesquisa, ou seja, quem (ou) o que deseja medir, quando e onde o fará, como o fará e por que deverá fazê-lo. c) Pesquisas ocasionais e pesquisas evolutivas: o projeto de pesquisa ocasional é o mais usado dos projetos de pesquisa descritiva. É caracterizado pelo uso de uma amostra de elementos da população de interesse, em que os elementos são medidos uma única vez no tempo e visa a atender a um objetivo específico. d) Pesquisa conclusiva causal: partindo deste tipo de pesquisa, jamais se terá certeza se os resultados serão verdadeiros, mesmo quando todo o relacionamento TIPO DE PESQUISAS EXPLORATÓRIA CONCLUSIVA DESCRITIVA Longitudinal Transversal Estudo único Estudo múl plo CASUAL Figura 4.5 Tipos de pesquisa de marketing. Fonte: INOVARE. A pesquisa. Disponível em: <http://www.innovarepesquisa.com.br/site/ index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=77>. Acesso em: 15 abr. 2012. 132 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN tenha sido conclusivamente demonstrado. Ganha-se maior confiabilidade nos resultados, à medida que repetidas experimentações com as mesmas variáveis independente e dependente indicam sempre as mesmas conclusões. A pesquisa de marketing pode ser ainda: informal ou formal. A pesquisa informal é aquela em que se coleta dados de marketing quando quer que surja a oportunidade. Exemplo: Comentários a respeito de produtos e serviços da empresa, de concorrentes e outros. Já a pesquisa formal de marketing é um tipo de pesquisa planejada para coletar informações de marketing específicas. Exemplo: pesquisa e posicionamento do produto no mercado (market share) (PASSOS, 2012). 2.3 Ética em pesquisa de marketing À medida que a pesquisa de marketing foi ganhando importância como negócio, inúmeros aspectos éticos começaram a ser levados por parte de todos os envolvidos no processo de pesquisa, clientes, agências, entrevistados e estudiosos. Teóricos éticos começaram a ser constantemente discutidos e questionados: a) Quem são os patrocinadores e os realizadores da pesquisa? b) Do que se trata a pesquisa e por que está sendo realizada? c) A não permitir que certas informações já fornecidas tenham uso restrito e específico? d) Excessivo número de vezes de entrevistas a um mesmo respondente é correto? e) Que deve conter uma proposta de pesquisa para poder ser corretamente avaliada e comparada com outras pelo contratante? f) Deve conter um relatório final de pesquisa para atender às necessidades do contratante? g) Pode um contratante utilizar a metodologia contida na proposta de uma agência de pesquisas para ser aplicada por outra? h) Uma mesma empresa de pesquisa pode realizar pesquisa para clientes concorrentes? i) Que é ético e, portanto, pode ser utilizado nas técnicas de obtenção de dados? j) Instrumentos ocultos para a observação sem o conhecimento do observado (câmeras de fotográficas ou de televisão, gravadores etc)? k) Argumentos inverídicos para conseguir entrevistas pessoais ou telefônicas? l) Promessas falsas de anonimato etc? 133 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN A ética é o processo de avaliação de uma atitude, se é certa ou errada, boa ou má. Cinco características principais descrevem uma decisão ética: 1 – a maioria das decisões éticas tem efeitos prolongados ou de longo prazo; 2 – geralmente apresentam alternativas aceitáveis, em diferentes graus; 3 – essas alternativas têm resultados positivos ou negativos, dependendo do ponto de vista do avaliador; 4 – a positividade ou negatividade dos resultados é sempre uma questão incerta e imprevisível; 5 – a maioria das decisões éticas tem implicações pessoais (ANDRADE, 2012). Qualquer grupo ou indivíduo que é, ou pode ser, afetado pelo processo em estudo. Quando esse processo é a pesquisa de marketing, há quatro grupos de interesse: o público em geral, os entrevistados usados em um estudo, o cliente e o pesquisador. No Público em geral, segundo Andrade (2012), as questões éticas giram em torno da geração e do relato dos resultados da pesquisa. É responsabilidade conjunta do pesquisador e do cliente frente ao público assegurar que os resultados de uma pesquisa sejam divulgados com precisão. Algumas atitudes antiéticas do pesquisador ou cliente em relação ao público são: a) Relato incompleto: o cliente ou pesquisador não revelam os resultados da pesquisa em sua totalidade; b) Relato enganoso: distorção de uma informação da pesquisa, isto é, embora a informação apresentada esteja correta, deixa uma impressão errônea junto ao público; c) Pesquisa tendenciosa: o processo de pesquisa é realizado de forma inadequada, originando resultados incorretos. O Respondente é merecedor de maior atenção, pois sem o envolvimento do respondente pouco pesquisa poderia ser feita. As principais práticas antiéticas no relacionamento pesquisador-respondente, conforme Andrade (2012) são: a) Práticas enganosas: não preservação a identidade; identificação falsificada do patrocinador; vender a pretexto da pesquisa (sugging); desvirtuamento dos processos de pesquisa. b) Invasão de privacidade: estudos de observação sem consentimento; questões e tópicos demasiadamente pessoais. c) Falta de preocupação com os assuntos ou com o respondente: entrevistar em horário impróprio; entrevistadores incompetentes ou insensíveis; não divulgar os detalhes ou resultados das pesquisas. 134 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Ao considerar o Cliente são práticas antiéticas na relação pesquisador-cliente: a) Abuso de posição: o pesquisador deve respeitar os recursos, tempo e dinheiro dos clientes, realizando um pesquisa de qualidade; b) Pesquisa desnecessária: não realizar etapas desnecessárias da pesquisa; c) Pesquisador não-qualificado: o pesquisador deve deixar claro ao cliente a falta de capacidade, experiência ou recurso para fazer a pesquisa. O pesquisador deve recusar a pesquisa; d) Revelação de identidade: o pesquisador tem o compromisso ético de não revelar a identidade do cliente sem o seu consentimento expresso; e) Apresentação enganosa: o pesquisador deve ser claro na exposição dos resultados, evitando o uso excessivo de termos técnicos ou apresentando relatórios incompletos. Ainda segundo Andrade (2012), o Pesquisador tem o direito de ser tratado eticamente pela cliente. O que significa que o cliente deve evitar: a) Solicitação imprópria de propostas: se o cliente em potencial decide contratar outro pesquisador, o cliente não deve tentar utilizar incorretamente a primeira proposta, transferindo-a para o outro pesquisador. b) Técnicas reservadas: técnicas de pesquisa que são consideradas propriedade intelectual de uma firma de pesquisa ou pesquisador. c) Deturpação de resultados: o cliente não deve distorcer os resultados da pesquisa em seu próprio benefício, à custa da reputação do pesquisador. Um exemplo de diretriz é o código de ética da AMA (American Marketing Association) que tem um Modelo Integrado para uma Estrutura Ética. Nele, processo é ativado quando ocorre a conscientização de um dilema ético. Isso gera um desenvolvimento Moral Cognitivo: em dilemas éticos análogos, diferentes pessoas tomam decisões diferentes porque estão em estágios diferentes de CMD. Este modelo ocorre em três níveis de dois estágios cada um: a) Moralidade pré-convencional: a pessoa se preocupa com ela própria e com as recompensas ou penalidades de suas ações; b) Moralidade convencional: a decisão de uma pessoa é baseada nas perspectivas do que é direito por parte da sociedade ou de outros grupos de referência significativos; c) Moralidade pós-convencional: a decisão utiliza direitos que estão além dos valores individuais ou do grupo. 135 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Além dos aspectos éticos que dizem respeito diretamente aos envolvidos em um processo de pesquisa existe também o problema ético das empresas, que se utilizam do argumentode que se trata de pesquisa para se conseguir acesso às pessoas, residências e até empresas, mas cujo objetivo é a realização de vendas ou a prospecção de clientes potenciais para suas equipes de vendas. Finalizando as nossas discussões, nesta Aula, verificamos que a pesquisa é utilizada durante a educação escolar, é a fase pedagógica da vida moderna, são os julgados melhores entre aqueles já conseguidos até hoje pelos seres humanos. As pesquisas são limitadas e abordam assuntos como as necessidades humanas de manutenção, preservação e reprodução da vida biológica, formação das individualidades, conveniência com os outros, com a realização do ser humano e conveniência com os mistérios que "sobram" ao redor. Todas essas pesquisas é o resultado do esforço de todos os homens. A pesquisa tem que ser bem organizada, em todos os sentidos. Só assim se chegará à perfeição. Então, antes de você fazer uma pesquisa, primeiro pense bem o que você quer e depois a execute. Esses pequenos passos, um dia o ajudarão a vencer alguma etapa de sua vida no futuro. Retomando a conversa inicial Seção 1 – Pesquisa de marketing Aspectos Conceituais, na primeira seção da Aula 4 da disciplina “Administração mercadológica II”, você teve a oportunidade de desenvolver conhecimentos sobre os principais conceitos e informações relacionadas à pesquisa de marketing. Desse modo, a partir destas concepções iniciais foi possível compreender as diferentes definições para este conceito bem como o seu processo histórico e principais cenários para a atuação da mesma no Brasil e no Mundo. Para uma pesquisa de marke ng com qualidade é preciso, além de usar as técnicas adequadas, de respeitar a é ca e princípios morais na sua realização. Até aqui correu muito bem, correto? Mesmo assim, é necessário sinte zar o que foi visto nesta Aula 4 para eliminarmos quaisquer dúvidas. Fique atento! 136 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Seção 2 – Fontes de Dados em marketing Na Seção 2, foram abordados os aspectos relacionados com “As Fontes de Dados na Pesquisa de Marketing” mostrando, assim, as pos principais tipos de fontes de dados que podem ser obtidas para a atuação em Marketing. A partir destas informações, foi possível a agregação de conhecimentos sobre a correta destinação a ser feita pelos profissionais no uso do Marketing Social bem como foi possível a constatação de uma grande necessidade de aprimoramento do mesmo em nosso país. Seção 3 – Prática da pesquisa em marketing Já na Seção 3, finalizando a Aula 4, foram apresentadas as questões específicas sobre a “Prática da Pesquisa de Marketing”. Esta abordagem foi importante, pois permitiu compreender as diferentes maneiras e modos pelos quais a Pesquisa de Marketing pode ser utilizado pelo setor empresarial. Sugestões de leituras, sites, fi lmes e vídeos Leituras AAKER, David A . Pesquisa de Marketing. 2.ed. São Paulo: Atlas. 2004, 754 p. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 4.ed. São Paulo: Bookman. 2009, 720 p. AAKER, David, e outros. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 2001. BERTERO, Carlos O. A Tomada de Decisão nas Organizações. In: Handbook de Estudos Organizacionais. Volume 3. São Paulo: Atlas. MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing: metodologia e planejamento. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005. MCDANIEL, Carl D.; GATES, Roger. Pesquisa de marketing. São Paulo: Thomson Learning, 2006. NICKLES, Willian G. & WOOD. Marian Burk. Marketing, Relacionamentos, Qualidade, Valor. Rio de Janeiro: LTC, 1999. Esperamos que todos tenham entendido e aproveitado o conteúdo da Aula 4! Mas, se ainda exis rem dúvidas, acesse o ambiente virtual e u lize as ferramentas apropriadas para dialogar com colegas e docentes. Além disso, é importante que refl itam sobre os conteúdos e as estratégias didá cas empregadas para a aprendizagem desta aula: o que foi bom? O que pode melhorar? Lembrem-se de que estamos esperando suas sugestões para melhorar nossos recursos e técnicas didá cas u lizados no curso. Afi nal, na EAD, a construção de conhecimento é um trabalho de todos. Par cipe! Ah, não se esqueça de realizar as a vidades disponibilizadas no ambiente virtual, as quais representam a avaliação con nuada para o estudo desta Aula. 137 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN PINHO, J.B. Comunicação em Marketing. 2. ed. São Paulo: Papirus, 1991. SAMARA, Beatriz Santos e BARROS, Jose Carlos de. Pesquisa de Marketing - Conceitos e Metodologia. 3 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. Sites LPM. Pesquisa de Mercado, Levantamentos e Pesquisa de Marketing. Disponível em: <http://www.lpm-research.com.br/Websites/LPM/Portal_br/XHTML/index. php>. Acesso em: 16 abr. 2012. TCAPESQUISA. TCA pesquisa e assessoria de marketing. Disponível em: <www.tcapesquisa.com.br/>. Acesso em: 16 abr. 2012. CLEMENTE, Fabiane apud GIL, A. C. (2007). Pesquisa qualitativa, exploratória e fenomenológica: Alguns conceitos básicos. Disponível em: <http://www. administradores.com.br/informe-se/artigos/pesquisa-qualitativa-exploratoria-e- fenomenologica-alguns-conceitos-basicos/14316/>. Acesso em: 17 abr. 2012. CONCEITO. Conceito de Informação. Disponível em: <http://conceito.de/ informacao>. Acesso em: 14 abr. 2012. ESPMJR. O que é Marketing. Disponível em: <http://www.espmjr.com/ servicos.html>. Acesso em: 15 abr. 2012. GOMIDES, José Eduardo. A definição do problema de pesquisa a chave para o sucesso do projeto de pesquisa. Disponível em: <http://wwwp.fc.unesp. br/~verinha/ADEFINICAODOPROBLEMA.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2012. INCÓGNITA. Informação e Conhecimento. Disponível em: <http:// incognitainformacoes.blogspot.com.br/2011/04/informacao-e-conhecimento. html>. Acesso em: 15 abr. 2012. INOVARE. A pesquisa. 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