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DIDATICA E TEORIAS - Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora

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METODOLOFIAS ATIVAS PARA UMA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
Metodologias Ativas para uma Educação 
 
No evento realizado na última quarta-feira (22), na sede do Instituto Singularidades, em São Paulo 
(SP), Lilian lembrou que mais do que adotar tecnologia, o que se espera é que a escola consiga tra- 
balhar o pensamento crítico, a criatividade e a colaboração entre os alunos. Neste aspecto, professor 
assume um papel primordial. Segundo a especialista, um dos objetivos do livro é mostrar que “o pro- 
fessor precisa ser flexível dentro dessa realidade e ser compromissado com a mudança de cultura”. 
 
Moran explica que o livro tem a missão de ir além da discussão sobre ensino híbrido para abordar as 
metodologias ativas de forma mais ampla e apoiar quem planeja trabalhar de forma mais integrada ao 
currículo, envolvendo o aluno, a escola e a cidade dentro do contexto de inovação. “Atualmente o 
aluno aprende sozinho, por meio da personalização, entre pares ou em grupos, em contextos reais ou 
por simulação, e com apoio de alguém mais experiente. Se trabalharmos isso com as tecnologias 
presentes no cotidiano, teremos infinitas possibilidades de aprender”. 
 
Para introduzir algumas das experiências retratadas na obra, alguns dos professores-autores levaram 
ao encontro no Instituto Singularidades o que têm desenvolvido em sala de aula. Marcelo Ganzela, 
coordenador do Instituto Singularidades, explicou como a personalização é importante no ensino de 
linguagem. Julciane Rocha, especialista em educação inovadora e autora do capítulo sobre design 
thinking na formação de professores, ressaltou como trabalhar a empatia e envolver o público-alvo é 
eficiente na hora de resolver um problema em sala de aula. Tiago Eugênio, professor do Colégio Ban- 
deirantes (SP), retomou os conceitos apresentados pelo professor José Moran para detalhar como 
trabalha elementos de jogos, ciências e tecnologia conectados ao mundo real em um projeto extra- 
curricular baseado em trilhas de aprendizagem. 
 
Marta Gonçalves, psicopedagoga, trouxe o relato do impacto da inovação no ensino superior, com 
uma experiência que aproximou dois professores na licenciatura de matemática que resolveram com- 
partilhar suas aulas. “Graças às metodologias ativas, três turmas de semestres diferentes puderam 
participar de atividades em conjunto, com nuances diferentes, descentralização do papel do professor 
e aprendizado entre pares”. Também foi pelo respeito ao contexto de cada aluno que Julia Andrade, 
do Projeto Aprendiz, relatou que as atividades mão na massa puderam ser bem-sucedidas em um 
projeto na Bahia para o ensino de pensamento científico. Foi necessário entender o que cada aluno 
do sertão ou do litoral se interessava e, a partir disso, desenvolver um trabalho investigativo com o 
apoio dos professores. 
 
Helena Mendonça, coordenadora de tecnologia da Escola da Vila (SP), que no livro analisa a constru- 
ção de jogos digitais pelos próprios alunos, comentou que a introdução de metodologias ativas de- 
manda também uma atenção diferente para os pais, que buscam associar o que acontece na escola 
de hoje à sua experiência de aprendizagem. “A forma que a minha filha aprende matemática é com- 
pletamente diferente daquela da que eu tive e a conta de divisão é muito mais longa para que ela en- 
tenda todo o processo”, disse. Em outra iniciativa para conscientizar a família sobre como seria a polí- 
tica de um computador por aluno na escola, Helena afirma que tiveram que foi necessário criar ofici- 
nas para que os pais soubessem como poderiam ajudar os filhos nos estudos. 
 
Para fechar o encontro, Moran lembrou que o principal desafio, mesmo entre professores que já ado- 
tam metodologias ativas, está no desenvolvimento da convivência. “Conviver, aprender junto e cola- 
borar não é simples. O grande problema da escola é que gestores, professores e alunos não conver- 
sam profundamente (entre si). Não há uma interlocução. As técnicas são encantadoras, mas o mais 
difícil é o que está no entorno das metodologias ativas. O aprender a ser, o aprender a aprender uma 
vida que valha a pena e o aprender a conviver com as diferenças”. 
 
Para mostrar como é possível deslocar o ensino baseado na fala do professor e na leitura de textos 
para uma estratégia centrada no interesse do aluno, o livro “Metodologias ativas para uma educação 
inovadora” (Editora Penso, 238 págs.) apresenta experiências de educadores que hoje conectam con- 
teúdos, espaços e tempos da escola ao século 21, seja na educação básica ou no ensino ensino su- 
perior. 
 
Organizada por Lilian Bacich, co-organizadora do livro “Ensino híbrido: personalização e tecnologia na 
educação” e coordenadora do Instituto Singularidades, e José Moran, professor aposentado de novas 
tecnologias e cofundador da Escola do Futuro da USP, a obra é dividida em 10 capítulos, que discutem 
 
 
 
 
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METODOLOFIAS ATIVAS PARA UMA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
temas como sala de aula invertida, compartilhamento de aula entre professores, formação de profes- 
sores, dentre outros. 
 
No evento realizado na última quarta-feira (22), na sede do Instituto Singularidades, em São Paulo 
(SP), Lilian lembrou que mais do que adotar tecnologia, o que se espera é que a escola consiga traba- 
lhar o pensamento crítico, a criatividade e a colaboração entre os alunos. Neste aspecto, professor 
assume um papel primordial. Segundo a especialista, um dos objetivos do livro é mostrar que “o pro- 
fessor precisa ser flexível dentro dessa realidade e ser compromissado com a mudança de cultura”. 
 
Moran explica que o livro tem a missão de ir além da discussão sobre ensino híbrido para abordar as 
metodologias ativas de forma mais ampla e apoiar quem planeja trabalhar de forma mais integrada ao 
currículo, envolvendo o aluno, a escola e a cidade dentro do contexto de inovação. “Atualmente o aluno 
aprende sozinho, por meio da personalização, entre pares ou em grupos, em contextos reais ou por 
simulação, e com apoio de alguém mais experiente. Se trabalharmos isso com as tecnologias presentes 
no cotidiano, teremos infinitas possibilidades de aprender”. 
 
Para introduzir algumas das experiências retratadas na obra, alguns dos professores-autores levaram 
ao encontro no Instituto Singularidades o que têm desenvolvido em sala de aula. Marcelo Ganzela, 
coordenador do Instituto Singularidades, explicou como a personalização é importante no ensino de 
linguagem. Julciane Rocha, especialista em educação inovadora e autora do capítulo sobre design 
thinking na formação de professores, ressaltou como trabalhar a empatia e envolver o público-alvo é 
eficiente na hora de resolver um problema em sala de aula. Tiago Eugênio, professor do Colégio Ban- 
deirantes (SP), retomou os conceitos apresentados pelo professor José Moran para detalhar como 
trabalha elementos de jogos, ciências e tecnologia conectados ao mundo real em um projeto extracur- 
ricular baseado em trilhas de aprendizagem. 
 
Marta Gonçalves, psicopedagoga, trouxe o relato do impacto da inovação no ensino superior, com uma 
experiência que aproximou dois professores na licenciatura de matemática que resolveram comparti- 
lhar suas aulas. “Graças às metodologias ativas, três turmas de semestres diferentes puderam partici- 
par de atividades em conjunto, com nuances diferentes, descentralização do papel do professor e 
aprendizado entre pares”. Também foi pelo respeito ao contexto de cada aluno que Julia Andrade, do 
Projeto Aprendiz, relatou que as atividades mão na massa puderam ser bem-sucedidas em um projeto 
na Bahia para o ensino de pensamento científico. Foi necessário entender o que cada aluno do sertão 
ou do litoral se interessava e, a partir disso, desenvolver um trabalho investigativo com o apoio dos 
professores. 
 
Helena Mendonça, coordenadora de tecnologia da Escola da Vila (SP), que no livro analisa a constru- 
ção de jogos digitais pelos próprios alunos, comentou que a introduçãode metodologias ativas de- 
manda também uma atenção diferente para os pais, que buscam associar o que acontece na escola 
de hoje à sua experiência de aprendizagem. “A forma que a minha filha aprende matemática é comple- 
tamente diferente daquela da que eu tive e a conta de divisão é muito mais longa para que ela entenda 
todo o processo”, disse. Em outra iniciativa para conscientizar a família sobre como seria a política de 
um computador por aluno na escola, Helena afirma que tiveram que foi necessário criar oficinas para 
que os pais soubessem como poderiam ajudar os filhos nos estudos. 
 
Para fechar o encontro, Moran lembrou que o principal desafio, mesmo entre professores que já adotam 
metodologias ativas, está no desenvolvimento da convivência. “Conviver, aprender junto e colaborar 
não é simples. O grande problema da escola é que gestores, professores e alunos não conversam 
profundamente (entre si). Não há uma interlocução. As técnicas são encantadoras, mas o mais difícil é 
o que está no entorno das metodologias ativas. O aprender a ser, o aprender a aprender uma vida que 
valha a pena e o aprender a conviver com as diferenças”. 
 
 
O desenvolvimento e a presença cada vez maior da tecnologia na sociedade têm provocado algumas 
mudanças nas práticas pedagógicas e no processo de ensino e aprendizagem em todo mundo. Mas 
não é de hoje que o tema permeia as discussões de especialistas, educadores e organizações soci- 
ais preocupadas com o futuro da educação. 
 
Um dos primeiros educadores a reconhecer o impacto transformador da tecnologia no modo como as 
pessoas aprendem, trabalham ou se divertem foi Seymour Papert. O matemático, que nasceu em 
 
 
 
 
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METODOLOFIAS ATIVAS PARA UMA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
Pretória, África do Sul, em 1928, foi um pioneiro ao considerar o uso do computador como uma ferra- 
menta educacional. 
 
Contemporâneo e estudioso do psicólogo suíço Jean Piaget, Papert também estabeleceu fortes diálo- 
gos com o educador brasileiro Paulo Freire e foi inspiração para muitos modelos de aprendizagem 
que existem atualmente, como o ensino de programação para crianças e jovens e a visão do aluno 
como um indivíduo capaz de construir conhecimento. 
 
Inovar para educar 
 
De acordo com o Movimento de Inovação na Educação (MIE), uma iniciativa da Associação Cidade 
Escola Aprendiz, Ashoka e Fundação Telefônica Vivo, inovar na educação é pensar novos conceitos, 
estruturas e metodologias para o ensino-aprendizagem, buscar diminuir as desigualdades sociais, de- 
senvolver os alunos de forma integral, pensar o processo educativo de forma coletiva e dialógica e, 
acima de tudo, oferecer educação de qualidade. 
 
Além de Seymour Papert, pensadores de diversas áreas do conhecimento se dedicaram a pensar 
modelos educacionais mais alinhados com as rápidas mudanças da sociedade. O trabalho deles, 
materializado em livros e artigos científicos, inspirou aquilo que até hoje é pensado como inovação 
em educação. 
 
Veja a seguir algumas das maiores referências no assunto e que podem estimular, provocar e fazer 
refletir sobre como é possível desenvolver práticas pedagógicas inovadoras dentro e fora da sala de 
aula. 
 
John Dewey 
 
O filósofo e pedagogo estadunidense John Dewey (1859-1952) foi o inspirador do Escola Nova, um 
movimento pela renovação do ensino que alcançou países na Europa, América do Norte e no Brasil – 
neste caso, liderado pelo educador Anísio Teixeira. 
 
Algumas das ideias mais inspiradoras de Dewey foi o modelo de ensino-aprendizagem, que percebe 
o aluno como protagonista de seu processo de educação, além de sua proposta de desenvolvimento 
integral do indivíduo, levando em consideração aspectos físicos, emocionais e intelectuais. Para o pe- 
dagogo, tão importantes quanto atividades cognitivas, era o desenvolvimento de habilidades manuais 
e criativas. 
 
Dewey também tinha como preocupação a relação indissociável entre teoria e prática e acreditava 
que o conhecimento era construído de forma coletiva, por meio do compartilhamento de experiências. 
Para saber mais, nas obras: A escola e a sociedade (1899) e Democracia e educação (1916) 
 
Maria Montessori 
 
As teorias, práticas e materiais didáticos desenvolvidos pela pedagoga, educadora e primeira mu- 
lher a se formar em medicina na Itália, Maria Montessori (1870-1952), ficaram conhecidos como Mé- 
todo Montessori e inspiram as metodologias de muitas escolas no Brasil e no mundo. 
 
A metodologia é baseada em seis pilares: autoeducação, educação como ciência, educação cós- 
mica, ambiente preparado, adulto preparado e criança equilibrada. Busca o desenvolvimento da cri- 
ança levando em consideração as diferentes épocas de sua vida e quais são as necessidades e com- 
portamentos específicos de cada fase. 
 
Para Montessori, a formação escolar transcendia o acúmulo de informações: era necessário formar 
integralmente os jovens, oferecendo uma educação para a vida. A pedagoga também apostava na 
individualidade e liberdade do aluno, pensando nele como sujeito e objeto do ensino, simultanea- 
mente. Para saber mais: A descoberta da criança: pedagogia científica: a (1909) e Formação do ho- 
mem (1949). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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METODOLOFIAS ATIVAS PARA UMA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
Célestin Freinet 
 
O pedagogo francês Célestin Freinet (1896-1966) foi um dos fundadores da Escola Moderna, um mo- 
vimento de renovação na educação que surgiu nas primeiras décadas do século XX na França. 
 
Em sua visão, as escolas tradicionais eram fechadas, tinham uma postura enciclopédica e não davam 
atenção aos interesses e prazeres fundamentais das crianças. Sua proposta, então, era do papel da 
escola como um importante elemento de transformação social, como um espaço democrático, livre de 
contradições sociais e que não marginalize crianças pela classe social. 
 
Freinet é autor das propostas das aulas-passeio (estudos de campo), dos cantinhos pedagógi- 
cos (uma forma de estimular o aprendizado por meio de brincadeiras) e da troca de correspondências 
entre as escolas (socialização de informações e conhecimentos entre os alunos). Para saber 
mais: Pedagogia do bom senso (1946) e As técnicas Freinet da escola moderna (1964) 
 
Jean Piaget 
 
A gênese do conhecimento, sua evolução até a adolescência humana, passando pelo desenvolvi- 
mento cognitivo e as formas como os indivíduos apreendem o mundo, foram os principais temas de 
pesquisa de Jean Piaget (1896-1980). 
 
O biólogo e psicólogo suíço debruçou seus estudos principalmente sobre a forma como as crianças 
constroem o conhecimento, levando em consideração aspectos cognitivos, morais, sociais, afetivos e 
linguísticos da aprendizagem, fundando aquilo que chamou de epistemologia genética. 
 
Suas descobertas evidenciaram que a transmissão de conhecimentos, no sentido professor-aluno, é 
limitada e, por isso, educar seria estimular as crianças a procurar o conhecimento, favorecendo sua 
atividade mental. Para saber mais: Nascimento da inteligência na criança (1970) e Para onde vai a 
educação? (1971) 
 
Lev Vigotski 
 
Outro psicólogo que é referência nos estudos de inovação em educação é o bielo-russo Lev Vigo- 
tski (1896-1934). Apesar de sua vida curta, faleceu aos 37 anos vítima de tuberculose, teve uma im- 
portante contribuição para a reflexão sobre o desenvolvimento intelectual de crianças, associando-o 
às interações sociais e condições de vida dos indivíduos. 
 
De acordo com Vigotski, para que o aprendizado ocorra, sempre existe algo que faz a mediação da 
relação do sujeito com o mundo, o que ele chamou de aprendizagem mediada. Atuamcomo elemen- 
tos mediadores os instrumentos que podem ser objetos, por exemplo, e o signo, que é humano. O 
educador é um exemplo de intermediário entre o aluno e o conhecimento. 
 
Vigotski, inclusive, foi leitor da obra de Piaget e escreveu um prefácio em um dos livros dele, estabe- 
lecendo pontos de convergência e divergência com o psicólogo suíço. Para saber mais: Pensamento 
e linguagem (1934) e Imaginação e criação na infância (1930) 
 
Carl Rogers 
 
O psicólogo nasceu nos Estados Unidos e marcou oposição às visões e práticas dominantes nos con- 
sultórios e escolas da época. Carl Rogers foi fundador da terapia não-diretiva, que é centrada no indi- 
víduo e, por isso, preferia pensar que tinha clientes no lugar de pacientes, pois cabia a quem era 
atendido no consultório o sucesso do tratamento. 
 
Suas contribuições ultrapassaram seu campo de formação e influenciaram também a educação. Era 
dessa mesma forma que ele entendia a relação entre professor e aluno: ao educador cabia a tarefa 
de facilitar o aprendizado, que é conduzido pelo estudante de forma própria. 
 
Para que essa relação se estabeleça, três qualidades são demandadas: congruência (ser autêntico 
com o aluno), empatia (compreender seus sentimentos) e respeito. Para saber mais: Terapia Cen- 
trada no Cliente (1951) e Tornar-se Pessoa (1961) 
 
 
 
 
 
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METODOLOFIAS ATIVAS PARA UMA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
Paulo Freire 
 
Por meio da Lei 12.261/2012, Paulo Freire (1921-1997) é considerado o patrono da educação brasi- 
leira e é o terceiro pensador mais citado em trabalhos acadêmicos em todo o mundo, segundo levan- 
tamento do Google Scholar. 
 
O educador desenvolveu uma metodologia de alfabetização de adultos que ficou conhecida 
como Método Paulo Freire, alfabetizando cerca de 300 cortadores de cana de Angicos (RN) durante 
45 dias. Na perspectiva de Freire, a educação tem como missão conscientizar o aluno, fazendo com 
que indivíduos entendam sua situação dentro da sociedade e atuem para conquistar sua libertação. 
 
O educador era crítico daquilo que chamava de “educação bancária”, que ocorre quando o professor 
e aluno estabelecem uma relação vertical, em que um deposita no outro o conhecimento, respectiva- 
mente. Para saber mais: Pedagogia do oprimido (1968) e Educação como prática de liberdade (1967) 
 
Mudança, adaptação, evolução, simbiose, transição, mutação... todas essas palavras têm em comum 
a Educação, suas Metodologias no Processo de Aprendizagem e sua aplicabilidade dentro da sala de 
aula. A Metodologia Ativa chega como uma forma de fazer com que a educação possa ser trabalhada 
e melhorada no quesito de obtenção do saber, desta forma temos Metodologia Ativa como foco deste 
texto. Ainda há muito o que se discutir sobre o tema, uma vez que tal processo é, de certa forma, 
novo no Brasil e ainda está se adaptando ao nosso cotidiano e as pessoas ao novo processo. 
 
A Metodologia Ativa tem como enfoque colocar o aluno no centro do processo de ensino aprendiza- 
gem, dando maior autonomia para o indivíduo ativo [aluno] na obtenção de conhecimento, estimu- 
lando a crítica e reflexão do aluno, desenvolvendo-o como um todo. 
 
Em contrapartida temos a Metodologia Passiva, onde as aulas são mais expositivas e o aluno não 
presta a devida atenção, uma vez que se tem a lousa cheia de conteúdo, o aluno copia tudo, sem dis- 
cutir, apenas memoriza o conteúdo para uma possível prova, mas realmente sem ter real compreen- 
são do que está sendo explanado. Tal modalidade me lembra um trecho de uma canção do músico 
Gabriel, O Pensador, chamada "Estudo Errado", em que o mesmo afirma: "quase tudo que aprendi, 
amanhã eu já esqueci, decorei, copiei, memorizei, mas não entendi", empreendendo a "decoreba" 
como uma ordem de ensino, não assimilando a real compreensão daquilo que está sendo transmitido 
pelo professor. 
 
Ao colocarmos a Metodologia Ativa vs a Metodologia Passiva, podemos observar algumas diferenças 
entre ambas. Na Ativa, o professor não é mais um ser expositivo ou o detentor do saber; agora o 
“mestre” apenas conduz a aula, ou seja, o docente agora torna-se um mediador do conhecimento, 
onde o aluno passa a ver na figura do educando um apoio para o seu autodesenvolvimento. Desta 
forma o estudante passa a ser um ser humano ativo na construção do seu conhecimento (saber), ob- 
tendo com as discussões o empirismo do conteúdo. Em contrapartida, na Passiva, temos no aluno 
um ser inerte dentro da sala de aula (onde apenas escuta o que se é passado), sem ser preciso raci- 
ocinar e discutir sobre, tornando a aula monótona e desinteressante, pois não se vê a utilidade da- 
quele conteúdo na prática. 
 
Em resumo, o aluno torna-se consciente da simbiose que ocorre com os fatores socioeconômicos, 
afetivos, políticos e culturais e suas influências do indivíduo na sociedade e da sociedade para com o 
indivíduo, e evoluindo como ser humano. Por exemplo, tem-se que o estudante quando adentrar o 
mercado de trabalho terá a capacidade de propor soluções inovadoras para os problemas que surgi- 
rem, uma vez que sua capacidade crítica e reflexiva do mesmo esteja mais aflorada do que o de um 
indivíduo que não tenha presenciado tal fenômeno em sala de aula. 
 
Sua Aplicabilidade? 
 
Antigamente, com a Metodologia Passiva, tínhamos o professor à frente da classe falando, escre- 
vendo na lousa, fazendo com que os alunos “copiassem 2, 3, 4 lousas” em seus cadernos, comparti- 
lhando os conceitos para com os alunos, dando pouco espaço para as dúvidas e para a aplicabilidade 
no cotidiano dos mesmos. Muitas vezes os alunos não prestavam atenção e não compreendiam o 
que se estava sendo transmitido em sala de aula, gerando um ruído semântico, pois o ”indivíduo irá 
se deparar com terminologias que nunca ouviu, tornando o seu entendimento prejudicado devido ao 
seu conhecimento limitado sobre o assunto”, devido o fato do aluno não ter concebido a ideia e nem 
seu empirismo no cotidiano. 
 
 
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METODOLOFIAS ATIVAS PARA UMA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
Com a aplicabilidade da Metodologia Ativa, temos a mudança do foco, que agora é o diálogo com os 
alunos e a verificação dos conhecimentos que eles já possuem é que se torna a forma de se trabalhar 
dentro de sala de aula. Dessa maneira, é possível contextualizar e tornar práticas as teses discutidas 
em classe para o aluno, fazendo assim a aplicação prática do conteúdo (empirismo), e trabalhando, 
todos os seus sentidos são estimulados. 
 
Desta forma, pode-se perceber que assim como as artes marciais (orientais), o empirismo é de ex- 
trema importância. A filosofia [teoria] e a aplicabilidade do movimento que se é estudado, devem an- 
dar juntos, uma vez que um completa o outro. Então, diante do provérbio chinês “Eu ouço, eu es- 
queço; eu vejo, eu entendo; eu faço, eu aprendo", nota-se a influência da filosofia oriental nesta meto- 
dologia, pois neste ponto de vista, o saber e o fazer se complementam. 
 
Além disso, a Metodologia Ativa utiliza-se do que mais a humanidade tem evoluído: a tecnologia. 
Essa nova Metodologia moderniza o processo de aprendizado, trazendo a tecnologia como uma ali- 
ada. Adaptando a realidade do aluno ao contexto em sala de aula, agora com notebooks (como já 
existe em algumas universidades), e algumas escolas de idiomas adotaram tablets para colaborar 
com a aprendizagem do aluno. Desta forma, ao invés de ter conteúdos mecânicos, terá agora o auxí- 
lio da internet para fazer mais pesquisas, e com o resultado destas pesquisas gerar o debate, mo- 
mento esse que o aluno poderá provar o empirismo do assunto no cotidiano. 
 
Existe um estudo do Nacional Training Laboratories onde mostra que a retenção de conteúdo de uma 
palestra e aulas expositivas é de 05% do conteúdo; a leitura de artigos e livros há uma retenção de 
aproximadamente de 10% do fora passado. Já quando aplica-se a Metodologia Ativa, em teoria, será 
capar de absorver cerca de 50%, devidoao dinamismo do processo individual, e pode chegar a apro- 
ximadamente em 75% de preservação de conteúdo quando é inserida alguma prática em sala de 
aula. 
 
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