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Dia 1 / 1 Dia 1Dia 1 Constituição Federal: art. 1-4 LINDB Código de Processo Civil: art. 1° - 15 Código Penal: art. 1° - 12 Código de Processo Penal: art. 1° - 3-F Controle de LeituraControle de Leitura ____________CConstituição Federãlonstituição Federãl____________ Tabelas feitas com base nas aulas do professor Marcello Novelino e Livro do Pe- dro Lenza. CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO SOCIOLÓGICA Lassalle Soma dos fatores reais de poder. “Mera folha de papel” Para Lassale, coexistem em um Estado duas Constituições: uma real, efetiva, correspondente à soma dos fatores reais de poder que regem este país; e outra, escrita, que consistiria apenas numa “folha de papel”. POLÍTICA Schimtt Decisão política fundamental. Diferenciava Constituição de lei constitucional. Constituição: decisão política fundamental. Lei constitucional: pode ou não representar a Constituição, não dizendo respeito à decisão política fundamental. A Constituição seria fruto da vontade do povo, titular do poder constituinte ; por isso mesmo é que essa teoria é considerada DECISIONISTA ou VOLUNTARISTA. JURÍDICA Kelsen Norma hipotética fundamental. Sentido lógico-jurídico: fundamento transcendental de sua validade. Norma hipotética fundamental. Sentido jurídico-positivo: serve de fundamento para as demais normas. A Constituição é o pressuposto de validade de todas as leis CULTURALISTA Michele Ainis Fato cultural, tomando por base os direitos fundamentais pertinentes à cultura ABERTA Peter Haberle Pode ser interpretada por qualquer do povo, não só pelos juristas PLURALISTA Gustavo Zagrebelsky Princípios universais FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO Konrad Hesse Resposta à concepção sociológica de Lassale. A constituição escrita, por ter um elemento normativo, pode ordenar e conformar a realidade política e social, ou seja, é o resultado da realidade, mas também interage com esta, modificando- a, estando aí situada a força normativa da Constituição. ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES ORGÂNICO Estrutura do estado LIMITATIVOS Direitos fundamentais – limitam atuação estatal SÓCIOIDEOLÓGICO Equilíbrio entre ideias liberais e sociais ao longo da CF. DE ESTABILIZAÇÃO Asseguram solução de conflitos institucionais e protegem a integridade da Constituição e do Estado FORMAIS DE APLICABILIDADE Interpretação e aplicação da Constituição CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES QUANTO AO CONTEÚDO Constituição material: possui apenas conteúdo constitucional. Constituição formal: além de possuir matéria constitucional, possui outros assuntos. Não importa o seu conteú- do, mas a forma por meio da qual foi aprovada. QUANTO À FORMA Constituição escrita: é um documen- to formal, solene. OBS: Todas as Constituições brasilei- ras foram escritas. Constituição não-escrita (costumei- ra, consuetudinária ou histórica): fruto dos costumes da sociedade. QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO Constituição dogmática: fruto de um trabalho legislativo específico. Reflete os dogmas de um momento específi- co da história. OBS: Todas as Constituições brasilei- ras foram dogmáticas. Constituição histórica: fruto de uma lenta evolução histórica. QUANTO À ORIGEM Constituição promulgada (demo- crática ou popular): feita pelos re- presentantes do povo. Brasil: CF-1891, CF-1934, CF-1946 e CF-1988. Constituição outorgada (ou carta constitucional): impostas ao povo pelo governante. Brasil: CF-1824 (Dom Pedro I), CF- 1937 (Getúlio Vargas), CF-1967 (regi- me militar). Constituição cesarista (plebiscitária ou bonapartista): feita pelo gover- nante e submetida a apreciação do povo mediante referendo. Constituição pactuada (contratual RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 2 ou dualista): fruto do acordo entre duas forças políticas de um país. Ex: Constituição Francesa de 1791. QUANTO À EXTENSÃO Constituição sintética (breve, sumá- ria, sucinta, resumida, concisa): tra- ta apenas dos temas principais. Ex: Constituição dos EUA. Constituição analítica (longa, volu- mosa, inchada, ampla, extensa, prolixa, desenvolvida, larga): entra em detalhes de certas instituições. Ex: CF-1988. QUANTO À IDEOLOGIA Constituição ortodoxa (ou monis- ta): fixa uma única ideologia estatal. Ex: Constituição chinesa, Constituição da ex-URSS. Constituição eclética (ou compro- missória): permite a combinação de ideologias diversas. QUANTO À FUNÇÃO J.J.CANOTILHO Constituição garantia (negativa ou abstencionista): limita-se a fixar os direitos e garantias fundamentais. É uma carta declaratória de direitos. Constituição dirigente (ou progra- mática): além de prever os direitos e garantias fundamentais, fixa metas estatais. Ex: art. 196, CF; art. 205, CF; art. 7º, CF; art. 4º, parágrafo único, CF. QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO Constituição unitária (codificada, reduzida ou orgânica): formada por um único documento. Constituição variada (legal, inorgâ- nica ou esparsa): formada por mais de um documento. Art. 5º, § 3º, CF: Os tratados e conven- ções internacionais sobre direitos hu- manos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos res- pectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. ATENÇÃO: A CF/88 nasce como uma Constituição unitária, mas vem pas- sando por um processo de descodifi- cação. QUANTO AO SISTEMA Constituição principiológica: possui mais princípios do que regras. Paulo Bonavides entende que é o caso da CF/1988. Constituição preceitual: possui mais regras do que princípios. Constituição semântica: é a Consti- tuição cujas normas foram elaboradas para a legitimação de práticas autori- tárias de poder; geralmente decorrem da usurpação do Poder Constituinte do povo. Ex: CF-1937, CF-1967. QUANTO À ESSÊNCIA (CRITÉRIO ONTOLÓGICO) KARL LOEWENSTEIN http://www.ambito-juridico.com.br/site/ index.php? n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7 593 Constituição nominal (ou nomina- lista): quando não há uma concor- dância, absoluta, entre as normas constitucionais e as exigências do processo político, estas não se adap- tando àquelas, isto é, se a dinâmica do processo político não se adaptar às normas da Constituição, esta será nominal. É Constituição sem valor ju- rídico cujas normas, na maior parte, são ineficazes. Constituição normativa: são aquelas, que possuem valor jurídico, cujas nor- mas dominam o processo político, lo- grando submetê-lo à observação e adaptação de seus termos; é aquela, na qual, há uma adequação entre o texto e a realidade social, o seu texto traduz os anseios de justiça dos cida- dãos, sendo condutor dos processos de poder. ATENÇÃO: Pedro Lenza afirma que a Constituição brasileira está caminhan- do da Constituição nominal para a normativa. Contudo, a posição majo- ritária é de que a constituição bra- sileira é normativa. QUANTO À ORIGEM DE SUA DECRETAÇÃO JORGE MIRANDA Constituição heterônoma (ou hete- roconstituição): feita em um país para vigorar em outro país. Constituição autônoma (homo- constituição ou autoconstituição): feita em um país para nele vigorar. É a regra geral. Ex: Constituição brasileira. CLASSIFICAÇÃO DE RAUL MACHADO HORTA Constituição expansiva: além de am- pliar temas já tratados, trata de novos temas. Ex: CF-1988. Constituição plástica: permite sua ampliação por meio de leis infracons- titucionais (segundo a lei, nos termos da lei, etc.). Ex: CF-1988. QUANTO À ATIVIDADE LEGISLATIVA Constituição-lei: a constituição é tra- tada como uma lei qualquer. Dá am- pla liberdade ao legislador ordinário. Constituição-fundamento (consti- tuição total ou ubiquidade consti- tucional): a constituição tenta disci- plinar detalhes da vida social. Dá uma pequena liberdade ao legislador ordi- nário. Constituição-moldura (Canotilho: Constituição-quadro): como a mol- dura de um quadro, a constituição fixa os limitesde atuação do legisla- dor ordinário. RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 3 CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA É a constituição cujo simbolismo é maior que seus efeitos práticos. Para Marcelo Neves, a CF/88 é sim- bólica por ter um elevado número de normas programáticas e dispositivos de alto grau de abstração. Marcelo Neves afirma que a constitu- cionalização simbólica tem como ob- jetivos confirmar determinados va- lores sociais, desejando-se apenas uma vitória legislativa e fortalecer a confiança do cidadão no governo ou no Estado, por meio da legislação álibi, por meio da qual se esvaziam pressões políticas e apresentam o Es- tado como sensível a expectativas dos cidadãos, porém sem efetividade. Por fim, teria como terceiro objetivo adiar a solução de conflitos sociais, por meio de compromissos dilatórios, postergando-se a verdadeira decisão para o futuro. QUANTO AO CONTEÚDO IDEOLÓGICO ANDRÉ RAMOS TAVARES Constituição liberal: possui apenas direitos individuais ou de 1a dimensão (ex: vida, liberdade, propriedade). O Estado tem o dever principal de não fazer. Ex: CF-1824, CF-1891. Constituição social: além de direitos individuais, prevê direitos sociais ou de 2a dimensão (ex: saúde, educação, moradia, alimentação). O Estado tem o dever principal de fazer. Ex: CF-1934, CF-1946, CF-1967, CF- 1988. SEGUNDO JORGE MIRANDA Constituição provisória (ou pré- constituição): possui duração reduzi- da, até que seja elaborada a constitui- ção definitiva. Constituição definitiva: possui prazo indeterminado de duração. Ex: CF-1988. CONSTITUIÇÃO BALANÇO OU REGISTRO Periodicamente elabora-se uma cons- tituição, fazendo uma análise do avanço social ocorrido nos anos ante- riores. CONSTITUIÇÃO EM BRANCO Não prevê regras e limites para o exercício do poder constituinte deri- vado reformador. QUANTO À RIGIDEZ OU ESTABILIDADE Constituição imutável (permanente, granítica ou intocável): não pode ser alterada, pretendendo-se eterna e fundando-se na crença de que não haveria órgão competente para pro- ceder à sua reforma. Pode estar rela- cionada a fundamentos religiosos. Ex: a CF-1824 foi imutável nos primei- ros 4 anos (limitação temporal). Constituição rígida: possui um pro- cesso de alteração mais rigoroso que o destinado às outras leis. Ex: CF-1988. Constituição flexível: possui o mes- mo processo de alteração que o des- tinado às outras leis. Os países de constituição flexível não possuem o controle de constitucionalidade. Constituição transitoriamente flexí- vel: é a Constituição flexível por al- gum período, findo o qual se torna uma Constituição rígida. Constituição semirrígida (ou semi- flexível): parte dela é rígida e parte é flexível. Constituição fixa (ou silenciosa): é aquela que nada prevê sobre sua mudança formal, sendo alterável so- mente pelo próprio poder originário. Constituição super-rígida: é a Cons- tituição rígida que possui um núcleo imutável. CONSTITUIÇÃO DÚCTIL (CONSTITUIÇÃO SUAVE) Idealizada pelo jurista italiano Gusta- vo Zagrebelsky (constituzione mite). É aquela que não define ou impõe uma forma de vida, mas assegura condições possíveis para o exercício dos mais variados projetos de vida. Reflete o pluralismo ideológico, mo- ral, político e econômico existente na sociedade. CONSTITUIÇÃO UNITEXTUAL OU ORGÂNICA Rechaça a ideia de existência de um bloco de constitucionalidade, visto que a Constituição seria disposta em uma estrutura documental única. CONSTITUIÇÃO SUBCONSTITUCIONAL Constituição subconstitucional admi- te a constitucionalização de temas excessivos e o alçamento de deta- lhes e interesses momentâneos ao patamar constitucional. Para Uadi Lammêgo Bulos, citando Hild Krüger, as constituições só de- vem trazer aquilo que interessa à sociedade como um todo, sem de- talhamentos inúteis. Esse excesso de temas forma as constituições subs- titucionais, que são normas que, mesmo elevadas formalmente ao patamar constitucional, não o são, porque encontram-se limitadas nos seus objetivos. CONSTITUIÇÃO PROCESSUAL, INSTRUMENTAL OU FORMAL É um "instrumento de governo defi- nidor de competências, regulador de processos e estabelecedor de li- mites à acção política" (Canotilho). Seu objetivo é definir competên- cias, para limitar a ação dos Pode- RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 4 res Públicos, além de representar apenas um instrumento pelo qual se eliminam conflitos sociais. CONSTITUIÇÃO CHAPA BRANCA http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bits- tream/handle/10438/10959/ Resiliencia_constitucional.pdf? sequence=3&isAllowed=y O intuito principal da Constituição é tutelar interesses e até mesmo pri- vilégios tradicionalmente reconhe- cidos aos integrantes e dirigentes do setor público. A Constituição é fundamentalmente um conjunto normativo “destinado a assegurar posições de poder a corporações e organismos estatais ou paraestatais. É a visão da Consti- tuição “chapa-branca”, no sentido de uma “Lei Maior da organização admi- nistrativa”. Apesar da retórica relacio- nada aos direitos fundamentais e das normas liberais e sociais, o núcleo duro do texto preserva interesses corporativos do setor público e es - tabelece formas de distribuição e de apropriação dos recursos públi- cos entre vários grupos. Leitura socialmente pessimista da Constituição que insiste na continui- dade da visão estatalista-patrimoni- alista da Constituição e na centrali- dade do Poder Executivo em detri- mento tanto da promessa demo- crática como da tutela judicial dos direitos individuais. CONSTITUIÇÃO UBÍQUA http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bits- tream/handle/10438/10959/ Resiliencia_constitucional.pdf? sequence=3&isAllowed=y Onipresença das normas e valores constitucionais no ordenamento ju- rídico. Parte-se da constatação de que os conflitos forenses e a doutrina jurídica foram impregnados pelo direito cons- titucional. A referência a normas e va- lores constitucionais é um elemento onipresente no direito brasileiro pós- 1988. Essa “panconstitucionalização” deve-se ao caráter detalhista da Constituição, que incorporou uma in- finidade de valores substanciais, prin- cípios abstratos e normas concretas em seu programa normativo. CONSTITUIÇÃO LIBERAL-PATRIMONIALISTA http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bits- tream/handle/10438/10959/ Resiliencia_constitucional.pdf? sequence=3&isAllowed=y Objetiva preponderantemente ga- rantir os direitos individuais, preser- vando fortes garantias ao direito de propriedade e procurando limitar a intervenção estatal na economia. CONSTITUIÇÃO PRINCIPIOLÓGICA E JUDICIALISTA http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bits- tream/handle/10438/10959/ Resiliencia_constitucional.pdf? sequence=3&isAllowed=y Leitura da Constituição de 1988 com base nas seguintes características: 1) importância crucial dos direitos fundamentais, incluindo os sociais, sendo a Constituição de 1988 um tex- to denso exigente, limitando a liber- dade do legislador e impondo sua implementação; 2) centralidade dos princípios cons- titucionais que se multiplicam e ad- quirem relevância prática e aplicabili- dade imediata, desde que sejam ado- tados métodos de interpretação aber- tos, evolutivos e desvinculados da textualidade das regras, em particular a ponderação de princípios e/ou valo- res; 3) importância do Poder Judiciário que se torna protagonista da Cons- tituição de 1988, em razão da ampli- ação e da intensificação do controle de constitucionalidade e da incum- bência de implementar o projeto constitucional mediante aplicação de métodos “abertos” de interpretação. CONSTITUIÇÃO ORAL É “aquela em que o chefe supremo de um povo reclama, de viva voz, o con- junto de normas que deverão reger a vida em comunidade” (BULOS, 2014, p. 108). CONSTITUIÇÃO INSTRUMENTALPara Uadi Lammêgo Bulos, “é aquela em que suas normas equivalem a leis processuais. Seu objetivo é definir competências, para limitar a ação dos Poderes Públicos” (BULOS, 2014, p. 108). TRANSCONSTITUCIO- NALISMO é fenômeno pelo qual diversas ordens jurídicas de um mesmo Estado, ou de Estados diferentes, se entrelaçam para resolver problemas constitucionais” (BULOS, 2014, p. 90). CONSTITUIÇÃO.COM “crowdsourcing” “É aquela cujo projeto conta a opinião maciça dos usuários da internet, que, por meio de sites de relacionamentos, externam seu pensamento a respeito dos temas a serem constitucionaliza- dos. Foi a Islândia que, pioneiramen- te, no ano de 2011, fez uma ‘consti- tuição.com’ (crowdsourcing)” (BULOS, 2014, p. 112). MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL JURÍDICO/ HERMENÊUTICO CLÁSSICO Ernerst Fosthoff Identidade entre Constituição e Leis. Utiliza critérios de Savigny TÓPICO PROBLEMÁTICO Theodor Viehweg Problema-norma. Estudo da norma através de um problema HERMENÊUTICO CONCRETIZADOR Konrad Hesse Norma-problema. Parte-se de pré-compreensões para se chegar ao sentido da norma. Interpretação concretizadora. Constituição tem força para compreender e alterar a realidade. RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 5 NORMATIVO ESTRUTURANTE Frederic Muller Parte-se do direito positivo para se chegar à norma. Colhe elementos da realidade social para se chegar à norma CIENTÍFICO ESPIRITUAL Ruldof Smend Não utiliza-se apenas valores consagrados na Constituição, mas também valores extra- constitucionais, como a realidade social e cultura do povo. Interpretação sistêmica. CONCRETISTA DA CONSTITUIÇÃO ABERTA Peter Haberle Interpretação por todo o povo, não apenas pelos juristas COMPARAÇÃO Peter Haberle Comparar com as diversas Constituições. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO Toda interpretação constitucional se assenta no pressuposto da superioridade jurídica da Constituição sobre os demais atos normativos no âmbito do Estado. Assim, em razão da supremacia constitucional, nenhum ato jurídico ou manifestação de vontade pode subsistir validamente se for incompatível com a Lei Fundamental. Em razão da superlegalidade formal (Constituição como fonte primária da produção normativa, identificando competências e procedimentos para a elaboração dos atos normativos inferiores) e material da Constituição (subordina o conteúdo de toda a atividade normativa estatal à conformidade com os princípios e regras da Constituição), surge o controle de constitucionalidade ( judicial review ) , que nada mais é do que uma técnica de atuação da supremacia da Constituição. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDA DE DAS LEIS E DOS ATOS DO PODER PÚBLICO a) Não sendo evidente a inconstitucionalidade, havendo dúvida ou a possibilidade de razoavelmente se considerar a norma como válida, deve o órgão competente abster-se da declaração de inconstitucionalidade. b) Havendo alguma interpretação possível que permita afirmar-se a compatibilidade da norma com a Constituição, em meio a outras que carreavam para ela um juízo de invalidade, deve o intérprete optar pela interpretação legitimadora, mantendo o preceito em vigor. O princípio da presunção de constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público (presunção juris tantum) é uma decorrência do princípio geral da separação dos Poderes e funciona como fator de autolimitação da atividade do Judiciário que, em reverência à atuação dos demais Poderes, somente deve invalidar os atos diante de casos de inconstitucionalidade flagrante e incontestável. PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO Diante de normas plurissignificativas ou polissêmicas (que possuem mais de uma interpretação), deve-se preferir a exegese que mais se aproxime da Constituição (ainda que não seja a que mais obviamente decorra de seu texto) e, portanto, que não seja contrária ao texto constitucional. PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO A Constituição deve ser sempre interpretada em sua globalidade, como um todo, e, assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas. As normas deverão ser vistas como preceitos integrados (interpretação sistêmica) em um sistema unitário de regras e princípios. PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR OU DA EFICÁCIA INTEGRADORA Na resolução dos problemas jurídico- constitucionais deve dar-se primazia aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política, ou seja, as normas constitucionais devem ser interpretadas com o objetivo de integrar política e socialmente o povo de um Estado Nacional PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDAD E OU RAZOABILIDADE Consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito justo e valores afins; precede e condiciona a positivação jurídica, inclusive de âmbito constitucional; e, ainda, enquanto princípio geral do direito, serve de regra de interpretação para todo o ordenamento jurídico. Tal princípio exige a tomada de decisões racionais, não abusivas, e que respeitem os núcleos essenciais de todos os direitos fundamentais. Como parâmetro, é possível destacar a necessidade de preenchimento de 3 importantes elementos: a) Necessidade/exigibilidade: a adoção da medida que possa restringir direitos só se legitima se indispensável para o caso concreto e não se puder substituí-la por outra menos gravosa. RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 6 b)Adequação/pertinência/ idoneidade: o meio escolhido deve atingir o objetivo perquirido. c) Proporcionalidade em sentido estrito: sendo a medida necessária e adequada, deve-se investigar se o ato praticado, em termos de realização do objetivo pretendido, supera a restrição a outros valores constitucionalizados. Podemos falar em máxima efetividade e mínima restrição. PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE Também chamado de princípio da eficiência ou da interpretação efetiva. Deve ser entendido no sentido de a norma constitucional ter a mais ampla efetividade social. PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA Os aplicadores da Constituição, entre as interpretações possíveis, devem adotar aquela que garanta maior eficácia, aplicabilidade e permanência das normas constitucionais, conferindo-lhes sentido prático e concretizador, em clara relação com o princípio da máxima efetividade ou eficiência. PRINCÍPIO DA JUSTEZA OU DA CONFORMIDADE (EXATIDÃO OU CORREÇÃO) FUNCIONAL O STF, ao concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer a força normativa da Constituição, não podendo alterar a repartição d e funções constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte originário, como é o caso da separação de poderes, no sentido de preservação do Estado de Direito. O seu intérprete final não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório- funcional constitucionalmente estabelecido. PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU HARMONIZAÇÃO Partindo da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de um princípio em relação a outro em choque. O fundamento da ideia de concordância decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios. PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitossociais e indivi- duais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvi- mento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacio- nal, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLI- CA FEDERATIVA DO BRASIL. O preâmbulo da CR/88 NÃO PODE, por si só, servir de parâ- metro de controle da constitucionalidade de uma norma. O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos fi- losóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, dessa forma, norteia a interpretação do texto constitucional. Em termos estritamente formais, o Preâmbulo constitui-se em uma espécie de introdução ao texto constitucional, um resu- mo dos direitos que permearão a textualização a seguir , apresentando o processo que resultou na elaboração da Consti- tuição e o núcleo de valores e princípios de uma nação. O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/88 consti- tui-se no marco da ruptura com o regime anterior e garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos listados em seguida e até então não dotados de força normativa consti- tucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o exercí- cio dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça. Nos moldes jurídicos adotados pela CF/88, o preâmbulo se con- figura como um elemento que serve de manifesto à continui- dade de todo o ordenamento jurídico ao conectar os valores do passado - a situação de início que motivou a colocação em marcha do processo legislativo - com o futuro - a exposição dos fins a alcançar -, descrição da situação que se aspira a che- gar. A invocação à proteção de Deus NÃO TEM força normativa. O preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política e reflete a posição ideológica do constituinte. Logo, não con- tém relevância jurídica, não tem força normativa, sendo mero vetor interpretativo das normas constitucionais, não ser- vindo como parâmetro para o controle de constitucionalidade (STF). N ão tem força normativa , embora provenha do mesmo poder constituinte originário que elaborou toda a constituição É destituído de qualquer cogência (MS 24.645 MC/DF); NÃO INTEGRA o bloco de constitucionalidade; Não cria direitos nem estabelece deveres; Seus princípios não prevalecem diante do texto expresso da constituição; NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO TESE DA IRRELEVÂNCIA JURÍDICA O preâmbulo situa-se no DOMÍNIO DA POLÍTICA, sem relevância jurídica (STF). ATENÇÃO: apesar de o preâmbulo não possuir força normativa, ele traz as intenções, o sentido, a origem, as justificativas, os objetivos, os valores e os ideais de uma Constituição, servindo de vetor interpretativo. Trata-se, assim, de um referencial interpretativo-valorativo da Constituição. RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 7 TESE DA PLENA EFICÁCIA O preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais, sendo, porém, apresentado de forma não articulada. TESE DA RELEVÂNCIA JURÍDICA INDIRETA Ponto intermediário entre as duas, já que, muito embora participe "das características jurídicas da Constituição'', não deve ser confundido com o articulado TÍTULO I Dos Princípios Fundamentais PRINCÍPIOS REGRAS Normas mais amplas, abstratas, genéricas. Normas mais específicas, delimitadas, determinadas. Alexy: princípios são MANDAMENTOS DE OTIMIZAÇÃO, que devem ser cumpridos na maior intensidade possível. Dworkin: princípios são mandamentos normativos aplicados na DIMENSÃO DE PESO ou DE IMPORTÂNCIA. Alexy: são MANDADOS DE DEFINIÇÃO. Devem ser cumpridas integralmente (all or nothing). Em caso de colisão, resolve-se pela PONDERAÇÃO. Em caso de colisão, resolve-se pela DIMENSÃO DE VALIDADE. Ex: dignidade da pessoa humana. Ex: eleição para Presidente da República. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união in- dissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como FUNDAMENTOS (SO-CI-DI-VA-PLU): I - a SOberania; II - a CIdadania III - a DIgnidade da pessoa humana; IV - os VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o PLUralismo político. Parágrafo único. TODO O PODER EMANA DO POVO, que o exer- ce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES – art. 1°, CF PRINCÍPIO REPUBLICANO “A República” PRINCÍPIO FEDERATIVO “Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Es- tados e Municípios e do Distri- to Federal” PRINCÍPIO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO “constitui-se em Estado Demo- crático de Direito” Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en- tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3º Constituem OBJETIVOS fundamentais da República Fede- rativa do Brasil (regra do verbo): I - CONSTRUIR uma sociedade livre, justa e solidária; II - GARANTIR o desenvolvimento nacional; III - ERRADICAR a pobreza e a marginalização e REDUZIR as desigualdades sociais e regionais; IV - PROMOVER o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discrimi- nação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani- dade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a inte- gração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino- americana de nações. ______Deçreto-Lei n 4.657_____º______Deçreto-Lei n 4.657_____º Lei de Introdução ãs Normãs do Lei de Introdução ãs Normãs do Direito BrãsileiroDireito Brãsileiro Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada. § 1o § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei bra- sileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois de oficialmente publicada. ENTRADA EM VIGOR BRASIL ESTADO ESTRANGEIRO 45 dias, salvo disposição em contrário 3 meses § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos pa- rágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. § 4o As correções a texto de lei já em vigor CONSIDERAM-SE LEI NOVA. LC 95/98. Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma ex- pressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vi- gor na data de sua publicação" para as leis de pequena re- percussão. § 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral. RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 8 § 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utili- zar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’ Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vi- gor até que outra a modifique ou revogue [PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA] § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, NÃO REVOGA NEM MODIFICAa lei an- terior. REVOGAÇÃO TOTAL Ab-rogação REVOGAÇÃO PARCIAL Derrogação § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada NÃO SE RESTAURA por ter a lei revogadora perdido a vigência. (RE- PRISTINAÇÃO) REPRISTINAÇÃO EFEITO REPRISTINATÓRIO/ REPRISTINAÇÃO OBLÍQUA OU INDIRETA É um fenômeno legislativo no qual há a entrada novamente em vigor de uma norma efe- tivamente revogada, pela re- vogação da norma que a re- vogou. A repristinação deve ser ex- pressa dada a dicção do artigo 2º, § 3º da LICC É a reentrada em vigor de nor- ma aparentemente revogada, ocorrendo quando uma norma que a revogou é declarada in- constitucional. STF: “A declaração de incons- titucionalidade em tese en- cerra um juízo de exclusão, que, fundado numa competên- cia de rejeição deferida ao STF, consiste em remover do orde- namento positivo a manifesta- ção estatal inválida e descon- forme ao modelo plasmado na Carta Política, com todas as consequências daí decorrentes, inclusive a plena restauração de eficácia das leis e das nor- mas afetadas pelo ato decla- rado inconstitucional” *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece [PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA NORMA] Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já consumado se- gundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim os direitos que o seu ti- tular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo co- meço do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré- estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º Chama-se COISA JULGADA ou caso julgado a decisão judici- al de que já não caiba recurso. Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família Estatuto pessoal: Pressupõe compatibilidade interna, chamada de filtragem constitucional. Somente é possível aplicar a lei do domicílio se houver compatibilidade com o ordenamento interno. § 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formali- dades da celebração. § 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante au- toridades diplomáticas ou consulares DO PAÍS DE AMBOS os nu- bentes. § 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de in- validade do matrimônio a lei do 1° domicílio conjugal. § 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diver- so, a do 1° domicílio conjugal. § 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homolo- gação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabe- lecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Supe- rior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, pode- rá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferi- das em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. Com a Emenda Constitucional 66, de 13 de julho de 2010, que instituiu o divórcio direto, a homologação de sentença estrangeira de divórcio para alcançar eficácia plena e imediata não mais depende de decurso de prazo, seja de um ou três anos, bastando a observância das condições gerais estabelecidas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no Regimento Interno do STJ.(SEC 4.445/EX, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, CORTE ESPECIAL, julgado em 06/05/2015, DJe 17/06/2015) *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br § 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. § 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á do- miciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se en- contre. RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 9 Art. 8O [LEX SITUA] Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. § 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o propri- etário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se destina- rem a transporte para outros lugares. § 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pes- soa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. § 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e de- pendendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrín- secos do ato. § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. Art. 9, LINDB Art. 435, CC Para qualificar e reger as obri- gações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. norma de direito internacional privado norma de direito interno aplicado a contratos em que as partes estão em Estados diferentes aplicada às partes residentes no Brasil. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br Art. 10. A SUCESSÃO POR MORTE OU POR AUSÊNCIA obede- ce à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desapare- cido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos fi- lhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. Na forma do art. 10, §1º, da LINDB e art. 5º, XXXI, da CF88, aplicar-se-á nesse processo a norma mais benéfica, entre a brasileira e a do domicílio do de cujus, ao cônjuge ou filhos brasileiros, ou daqueles que os representem. A doutrina vem denominando esta situação de Princípio do Prélèvement. (FIGUEIREDO, Luciano e FIGUEIREDO, Roberto. Direito Civil. 6ª ed. Bahia: Juspodivm, 2016, p. 77). *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br § 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capa- cidade para suceder. LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DA PESSOA Começo e fim da personalidade Nome Capacidade Direitos de família Penhor LEI DO PAÍS DA SITUAÇÃO DOS BENS Qualificar os bens e regular as relações a eles concernen- tes LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DO PROPRIETÁRIO Bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares LEI DO PAÍS EM QUE SE CONSTITUÍREM Qualificar e reger as obriga- ções LEI DO PAÍS EM QUE DOMICILIADO O DEFUNTO OU O DESAPARECIDO Sucessão por morte ou por ausência Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem. § 1o Não poderão, entretanto, ter no Brasil filiais, agências ou es- tabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação. § 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáti- cos ou dos agentes consulares. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quan- do for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumpri- da a obrigação. § 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. § 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exe- quatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as dili- gências deprecadas por autoridade estrangeira competente, ob- servando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produ- zir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no es- trangeiro, que reúna os seguintes requisitos: a) haver sido proferida por juiz competente; b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verifi- cado à revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades ne- cessárias para a execução no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intérprete autorizado; e) ter sido homologada pelo STJ. Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado. A lei ou tratado internacional poderá facilitar ou dispensar a RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 10 homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur. Ex: a sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação pelo STJ (§ 5º do art. 961 do CPC/2015). *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br REQUISITOS PARA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA LINDB CPC/15 a) haver sido proferida por juiz competente; b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verifi- cado à revelia; c) ter passado em julgado e es- tar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intérpre- te autorizado; e) ter sido homologada pelo STJ. I - ser proferida por autoridade competente; II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia; III - ser eficaz no país em que foi proferida; IV - não ofender a coisa julgada brasileira; V - estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado; VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública. Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. A TEORIA DO REENVIO, também conhecida como TEORIA DO RETORNO ou DA DEVOLUÇÃO é uma forma de interpretação de normas do Direito Internacional Privado, de forma que haja substituição da lei nacional pela lei estrangeira, de modo pelo qual seja desprezado o elemento de conexão da or- denação nacional, dando preferência ao apontado pelo ordena- mento jurídico alienígena. Esse instituto é utilizado sempre que ocorrer problemas nas interpretações de ordem internacional, servindo como meio importante de resolução de conflitos, e sempre que for neces- sário que o juiz aplique direito estrangeiro. O reenvio é uma interpretação que desconsidera a norma mate- rial da regra de conexão e aplica o direito internacional privado estrangeiro para chegar à nova norma material, geralmente de âmbito nacional. O reenvio pode ser dividido em 3 graus: 1° grau: consiste em dois países, onde o primeiro remete uma legislação ao segundo país, que por sua vez reenvia ao primeiro; 2° grau: compõe-se por três países, onde o primeiro envia sua legislação ao segundo que a reenvia ao terceiro; 3° grau: formado por quatro países, no qual o primeiro remete a legislação ao segundo, que por sua vez encaminha ao terceiro e finalmente reenvia ao quarto. Nesse sentido, o artigo 16 da LINDB proíbe o juiz nacional de aplicar o reenvio, cabendo apenas a aplicação do Direito Inter- nacional Privado brasileiro para determinar o direito material ca- bível, ficando a cargo de estrangeiro, se houver, a aplicação do reenvio. *http://sabendoodireito.blogspot.com/2013/12/reenvio-artigo-16.html?m=1 Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quais- quer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autorida- des consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nasci- do no país da sede do Consulado. § 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão cele- brar a separação consensual e o divórcio consensual de brasi- leiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e ob- servados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento § 2o É INDISPENSÁVEL a assistência de advogado, devidamen- te constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, jun- tamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública. Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo an- terior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do De- creto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfa- çam todos os requisitos legais. Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado reno- var o pedido dentro em 90 dias contados da data da publicação desta lei. Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, con- trato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controlado- ra ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo ex- presso suas consequências jurídicas e administrativas. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a re- gularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos su- jeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiarida- des do caso, sejam anormais ou excessivos. Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, se- rão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do ges- tor e as exigências das políticas públicas aseu cargo , sem pre- juízo dos direitos dos administrados. § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, li- mitado ou condicionado a ação do agente. § 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente. RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 11 § 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato. Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicio- namento de direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e efi- ciente e sem prejuízo aos interesses gerais. Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou ju- dicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpreta- ções e especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ain- da as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situ- ação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa po- derá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após re- alização de consulta pública, e presentes razões de relevante inte- resse geral, celebrar compromisso com os interessados, obser- vada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. § 1º O compromisso referido no caput deste artigo: I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais; III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral; IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, contro- ladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos. § 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor. § 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebra- do compromisso processual entre os envolvidos. Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grossei- ro. Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normati- vos por autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifes- tação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão § 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta pública, observadas as nor- mas legais e regulamentares específicas, se houver. Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste arti- go terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão. __________CoCodigo de Proçesso Civildigo de Proçesso Civil________ PARTE GERAL LIVRO I DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS TÍTULO ÚNICO DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS CAPÍTULO I DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, obser- vando-se as disposições deste Código. FPPC369. (arts. 1º a 12) O rol de normas fundamentais previsto no Capítulo I do Título Único do Livro I da Parte Geral do CPC não é exaustivo FPPC370. (arts. 1º a 12) Norma processual fundamental pode ser regra ou princípio Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. [PRINCÍ- PIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO + PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL] Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou le- são a direito. [PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDI- ÇÃO] § 1o É PERMITIDA A ARBITRAGEM, na forma da lei. § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução con- sensual dos conflitos. § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, ad- vogados, defensores públicos e membros do Ministério Públi - co, inclusive no curso do processo judicial. Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua edição. FPPC371. (arts. 3, §3º, e 165). Os métodos de solução consensual de conflitos devem ser estimulados também nas instâncias recursais FPPC485. (art. 3º, §§ 2º e 3º; art. 139, V; art. 509; art. 513) É cabí- vel conciliação ou mediação no processo de execu- ção, no cumprimento de sentença e na liquidação de senten- ça, em que será admissível a apresentação de plano de cumprimento da prestação. FPPC573. (arts.3º,§§2ºe3º;334) As Fazendas Públicas devem dar publicidade às hipóteses em que seus órgãos de Advocacia Pú- blica estão autorizados a aceitar autocomposição. RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 12 FPPC618. (arts.3º, §§ 2º e 3º, 139, V, 166 e 168; arts. 35 e 47 da Lei nº 11.101/2005; art. 3º, caput, e §§ 1º e 2º, art. 4º, caput e §1º, e art. 16, caput, da Lei nº 13.140/2015). A conciliação e a mediação são compatíveis com o processo de recuperação judicial. ESPÉCIES DE AUTOCOMPOSIÇÃO TRANSAÇÃO ocorre por meio de transações bilaterais, ou seja, ambos renunciam a parcela de seus interesses, buscando a realização de um acordo. Pode ocorrer judicial ou extrajudicialmente. RENÚNCIA o autor abdica/renuncia integralmente de sua pretensão SUBMISSÃO o réu reconhece a procedência do pleito autoral. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a so- lução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. [PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO] Princípios da primazia da solução integral de mérito, executivi- dade dos provimentos jurisdicionais e duração razoável do pro- cesso. FPPC372. (art. 4º) O art. 4º tem aplicação em todas as fases e em todos os tipos de procedimento, inclusive em incidentes proces- suais e na instância recursal, impondo ao órgão jurisdicional viabilizar o saneamento de vícios para examinar o mérito, sempre que seja possível a sua correção. FPPC373. (arts. 4º e 6º) As partes devem cooperar entre si; de- vem atuar com ética e lealdade, agindo de modo a evitar a ocorrência de vícios que extingam o processo sem resolução do mérito e cumprindo com deveres mútuos de esclarecimento e transparência. FPPC574. (arts.4º; 8º) A identificação de vício processual após a entrada em vigor do CPC de 2015 gera para o juiz o dever de oportunizar a regularizaçãodo vício, ainda que ele seja anterior. Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. FPPC374. (art. 5º) O art. 5º prevê a boa-fé objetiva FPPC375. (art. 5º) O órgão jurisdicional também deve com- portar-se de acordo com a boa-fé objetiva. FPPC376. (art. 5º) A vedação do comportamento contraditório aplica-se ao órgão jurisdicional. FPPC377. (art. 5º) A boa-fé objetiva impede que o julgador pro- fira, sem motivar a alteração, decisões diferentes sobre uma mesma questão de direito aplicável às situações de fato aná- logas, ainda que em processos distintos. FPPC378. (arts. 5º, 6º, 322, §2º, e 489, §3º) A boa fé processual orienta a interpretação da postulação e da sentença, permite a reprimenda do abuso de direito processual e das condutas do- losas de todos os sujeitos processuais e veda seus comporta- mentos contraditórios. JDPC1 A verificação da violação à boa-fé objetiva dispensa a comprovação do animus do sujeito processual. JDPC2 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se supletiva e subsidiariamente às Leis n. 9.099/1995, 10.259/2001 e 12.153/2009, desde que não sejam incompatíveis com as re- gras e princípios dessas Leis. COROLÁRIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA SUPRESSIO (VERWIRKUNG) Supressão a um direito pelo seu não exercício. No campo processual, verifica-se na perda de um poder processual pelo seu não exercício. A chamada “nulidade de algibeira (ou de bolso) se configura quando a parte, em- bora tenha o direito de alegar nulidade mantém-se inerte durante longo perío- do, deixando para realizar a alegação no momento que melhor lhe convier, não é admitida, por violar a boa-fé processual. Art. 278. A nulidade dos atos deve ser ale- gada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impe- dimento. SURRECTIO Surgimento de um direito em razão da supressão causada pelo comportamento da parte contrária. Note-se que surrectio e supressio são dois lados da mesma moeda. EXCEPCIO DOLI Defesa da parte contra ações dolosas da parte contrária, sendo a boa-fé nesse caso utilizada como defesa. No processo vem sendo entendida como a exceção que a parte tem para paralisar o comportamen- to de quem age dolosamente contra si. VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM Proíbe a adoção de comportamento con- traditório (contrariando comportamento anterior), violando os deveres de confi- ança e lealdade (a legítima confiança de outrem na conservação objetiva da conduta anterior). Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá re- correr. Enunciado FPPC 376. (Art. 5º): A vedação do comportamento contraditório aplica- se ao órgão jurisdicional. TU QUOQUE Como decorrência do princípio da boa-fé processual objetiva não pode a parte criar dolosamente situações que viciem o pro- cesso para, depois, alegar nulidade, ti- rando proveito da situação. Assim, veda- se o comportamento não esperado, ado- tado em situação de abuso. Art. 276. Quando a lei prescrever determi- nada forma sob pena de nulidade, a decre- tação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa. RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 13 Aquele que despreza a norma não pode dela se aproveitar. *Informações retiradas do site https://blog.ebeji.com.br/funcoes-reativas-ou- aspectos-parcelares-da-boa-fe-objetiva-na-jurisprudencia-do-stj/ Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. FPPC6. (arts. 5º, 6º e 190) O negócio jurídico processual não pode afastar os deveres inerentes à boa-fé e à cooperação. FPPC619. (arts.6º, 138, 982, II, 983, §1º) O processo coletivo de - verá respeitar as técnicas de ampliação do contraditório, como a realização de audiências públicas, a participação de amicus curiae e outros meios de participação DEVERES DE COOPERAÇÃO DO JUIZ “PECA” PREVENÇÃO: O juiz deve advertir as partes sobre os riscos e deficiências das manifestações e estratégias por elas adotadas, conclamando-as a corrigir os defeitos sempre que possível. ESCLARECIMENTO: Cumpre ao juiz es- clarecer-se quanto às manifestações das partes: questioná-las quanto a obs- curidades em suas petições; pedir que esclareçam ou especifiquem requerimen- tos feitos em termos mais genéricos e as- sim por diante. CONSULTA (DIÁLOGO): Impõe-se reco- nhecer o contraditório não apenas como garantia de embate entre as partes, mas também como dever de debate do juiz com as partes AUXÍLIO (ADEQUAÇÃO): o juiz deve ajudar as partes, eliminando obstácu- los que lhes dificultem ou impeçam o exercício das faculdades processuais. Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em rela- ção ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções proces- suais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. FPPC107. (arts. 7º, 139, I, 218, 437, §2º) O juiz pode, de ofício, dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova docu- mental produzida. FPPC235. (arts. 7º, 9º e 10, CPC; arts. 6º, 7º e 12 da Lei 12.016/2009) Aplicam-se ao procedimento do mandado de segurança os arts. 7º, 9º e 10 do CPC. FPPC379. (art. 7º) O exercício dos poderes de direção do proces- so pelo juiz deve observar a paridade de armas das partes. Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum , resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicida- de e a eficiência. FPPC380. (arts. 8º, 926, 927) A expressão “ordenamento jurídi- co”, empregada pelo Código de Processo Civil, contempla os precedentes vinculantes FPPC620. (arts.8º, 11, 554, §3º) O ajuizamento e o julgamento de ações coletivas serão objeto da mais ampla e específica divulga- ção e publicidade. Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, inci- sos II (as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de ca- sos repetitivos ou em súmula vinculante) e III (pedido reiperse- cutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa); III - à decisão prevista no art. 701 (sendo evidente o direito do au- tor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 dias para o cumpri- mento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa). Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício [PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO SUBSTANCIAL - objetiva evitar decisões surpresas] Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões , sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser au- torizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, PREFERENCIALMEN- TE, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar perma- nentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundialde computadores. § 2o Estão excluídos da regra do caput: I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III - o julgamento de recursos repetitivos ou de IRDR; IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; V - o julgamento de embargos de declaração; VI - o julgamento de agravo interno; VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo CNJ; VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que te- nham competência penal; IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cro- nológica das conclusões entre as preferências legais. § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte NÃO ALTERA a ordem RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 14 cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reaber- tura da instrução ou a conversão do julgamento em diligên- cia. § 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retor- nará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, con- forme o caso, no § 3o, o processo que: I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução; II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II (publicado o acórdão paradigma o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de competência originária, a re- messa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acór- dão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior). FPPC382. (art. 12) No juízo onde houver cumulação de compe- tência de processos dos juizados especiais com outros procedi- mentos diversos, o juiz poderá organizar duas listas cronoló- gicas autônomas, uma para os processos dos juizados especiais e outra para os demais processos. FPPC486. (art. 12; art. 489) A inobservância da ordem cronoló- gica dos julgamentos NÃO IMPLICA, POR SI, A INVALIDADE DO ATO DECISÓRIO CAPÍTULO II DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tra- tados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. Art. 14. A norma processual NÃO RETROAGIRÁ e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS: cada ato deve ser considerado isoladamente, devendo ser regido pela lei em vigor no momento de sua prática. Pelo SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS, não é possível a lei nova retroagir para alcançar ato já prati- cado ou efeito dele decorrente; a lei nova só alcança os próximos atos a serem praticados no processo. Fundamentos constitucionais para tal sistema: (i) princípio da segurança jurídica e a (ii) regra da irretroatividade das leis. STJ, REsp 1.404.79/SP: Ocorre que, por mais que a lei processual seja aplicada imediatamente aos processos pendentes, deve-se ter conhecimento que o processo é constituído por inúmeros atos. Tal entendimento nos leva à chamada “Teoria dos Atos Processuais Isolados”, em que cada ato deve ser considerado separadamente dos demais para o fim de se determinar qual a lei que o rege, recaindo sobre ele a preclusão consumativa, ou seja, a lei que rege o ato processual é aquela em vigor no mo- mento em que ele é praticado. Seria a aplicação do Princípio tempus regit actum. Com base neste princípio, temos que a lei processual atinge o processo no estágio em que ele se encontra, onde a incidência da lei nova não gera prejuízo algum às parte, respeitando-se a eficácia do ato processual já praticado. Dessa forma, a publicação e entrada em vigor de nova lei só atingem os atos ainda por praticar, no caso, os processos futuros, não sendo possível falar em retroatividade da nova norma, visto que os atos anteriores de processos em curso não serão atingidos. Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. JDPC3 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se supletiva e subsidiariamente ao Código de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei. ________________Codigo Penãl_Codigo Penãl_______________ *Tabelas de Direito Penal foram produzidas a partir de aulas do Professor Rogé- rio Sanches CONCEITO DE DIREITO PENAL ASPECTO FORMAL/ ESTÁTICO Direito Penal é o conjunto de normas que qualifica certos comportamentos humanos como infrações penais, define os seus agentes e fixa sanções a serem-lhes aplicadas. ASPECTO MATERIAL O Direito Penal refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à própria conservação e progresso da sociedade. ASPECTO SOCIOLÓGICO/ DINÂMICO O Direito Penal é mais um instrumento de controle social, visando assegurar a necessária disciplina para a harmônica convivência dos membros da sociedade. Aprofundando o enfoque sociológico - A manutenção da paz social demanda a existência de normas destinadas a estabelecer diretrizes. - Quando violadas as regras de conduta, surge para o Estado o dever de aplicar sanções (civis ou penais). - Nessa tarefa de controle social atuam vários ramos do direito, como o Direito Civil, Direito Administrativo, etc. O Direito Penal é apenas um dos ramos do controle social. - Quando a conduta atenta contra bens jurídicos especialmente tutelados, merece reação mais severa por parte do Estado, valendo-se do Direito Penal. IMPORTANTE O que diferencia a norma penal das demais é a espécie de consequência jurídica, ou seja, pena privativa de liberdade (PPL) - O Direito Penal é norteado pelo princípio da intervenção mínima, só atuando quando os outros ramos do direito falham. RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 15 Direito Penal Criminologia (Ciência Penal) Política Criminal (Ciência Política) Analisa os fatos humanos indeseja- dos, define quais devem ser rotulados como crime ou contravenção, anunciando as pe- nas. Ciência empírica que estuda o cri- me, o criminoso, a vítima e o com- portamento da so- ciedade. Trabalha as estraté- gias e os meios de controle social da criminalidade. Ocupa-se do crime enquanto NORMA. Ocupa-se do crime enquanto FATO social. Ocupa-se do crime enquanto VALOR. ex.: define como cri- me lesão no ambi- ente doméstico e familiar. ex.: quais fatores contribuem para a violência doméstica e familiar ex.: estuda como di- minuir a violência do- méstica e familiar. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL Princípios relacionados com a MISSÃO FUNDAMENTAL DO DIREITO PENAL Princípio da EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS BENS JURÍDICOS O direito penal deve servir apenas para prote- ger bens jurídicos relevantes, indispensáveis ao convívio da sociedade. Decorrência do princípio da ofensividade. Princípio da INTERVENÇÃO MÍNIMA O Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, de modo que sua in- tervenção fica condicionada ao fracasso das demais esferas de controle (caráter subsi- diário), observando somente os casos de re- levante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado (caráter fragmentário). a) PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE (ou caráter fragmentário do Direito Penal): es- tabelece que nem todos os ilícitos configuram infrações penais, mas apenas os que atentam contra valores fundamentais para a manu- tenção e o progresso do ser humano e da sociedade. Em razão de seu caráterfragmen- tário, o Direito Penal é a última etapa de pro- teção do bem jurídico. Deve ser utilizado no plano abstrato, para o fim de permitir a cria- ção de tipos penais somente quando os de- mais ramos do Direito tiverem falhado na ta- refa de proteção de um bem jurídico. Refere- se, assim, à atividade legislativa. FRAGMENTARIEDADE ÀS AVESSAS: situa- ções em que um comportamento inicial- mente típico deixa de interessar ao Direito Penal, sem prejuízo da sua tutela pelos de- mais ramos do Direito. IMPORTANTE O princípio da insignificância é desdobramento lógico da fragmentarieda- de. b) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE: a atu- ação do Direito Penal é cabível unicamente quando os outros ramos do Direito e os de- mais meios estatais de controle social tive- rem se revelado impotentes para o contro- le da ordem pública. Assim, o Direito Penal funciona como um executor de reserva ( ul - tima ratio ) , entrando em cena somente quando outros meios estatais de proteção mais brandos, e, portanto, menos invasivos da liberdade individual não forem suficientes para a proteção do bem jurídico tutelado. Projeta-se no plano concreto, isto é, em sua atuação prática o Direito Penal somente se le- gitima quando os demais meios disponíveis já tiverem sido empregados, sem sucesso, para proteção do bem jurídico. Guarda relação, portanto, com a tarefa de aplicação da lei pe- nal. Princípios relacionados com o FATO DO AGENTE Princípio da EXTERIORIZAÇÃO ou MATERIALIZAÇÃO DO FATO O Estado só pode incriminar condutas huma- nas voluntárias, isto é, fatos. ATENÇÃO Veda-se o Direito Penal do autor: consistente na punição do indivíduo baseada em seus pensamentos, desejos e estilo de vida. Conclusão: O Direito Penal Brasileiro segue Direito Penal do Fato. RESQUÍCIOS DE DIREITO PENAL DO AUTOR NO DIREITO BRASILEIRO: Até 2009, mendi- cância era contravenção penal; Vadiagem é contravenção penal. ATENÇÃO Identifica-se a aplicação do di- reito penal do autor em detrimento ao di- reito penal do fato: - Fixação da pena - Regime de cumprimento da pena e espécies de sanção. Princípio da LEGALIDADE Art. 5º , II, C.F. – “ninguém será obrigado a fa- zer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;” Art. 5º, XXXIX, C.F. – “não há crime sem lei an- terior que o defina, nem pena sem prévia co- minação legal;” Art. 1º, C.P. - “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia comi- nação legal.” DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA LE- GALIDADE: a) não há crime ou pena sem lei (medida pro- visória não pode criar crime, nem cominar pena) b) não há crime ou pena sem lei anterior (princípio da anterioridade) c) não há crime ou pena sem lei escrita (proí- be costume incriminador) d) não há crime ou pena sem lei estrita (pro- íbe-se a utilização da analogia para criar tipo incriminador - analogia in malam partem). e) não há crime ou pena sem lei certa (Princí- pio da Taxatividade ou da determinação; Proi- bição de criação de tipos penais vagos e inde- RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 16 terminados) f) não há crime ou pena sem lei necessária (desdobramento lógico do princípio da inter- venção mínima) Fundamentos do Princípio da Legalidade - JURÍDICO: taxatividade, certeza ou determi- nação. - POLÍTICO: garantia contra a devida ingerên- cia no Estado na vida particular. - HISTÓRICO: Magna Carta (1215) - DEMOCRÁTICO: separação dos poderes Princípio da OFENSIVIDADE/LESIVIDADE Exige que do fato praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Somente condutas que causem lesão (efetiva/ potencial) a bem jurídico, relevante e de ter- ceiro, podem estar sujeitas ao Direito Penal. -CRIME DE DANO: ocorre efetiva lesão ao bem jurídico. Ex: homicídio. -CRIME DE PERIGO: basta risco de lesão ao bem jurídico. Ex.: embriaguez ao volante; por- te de arma. a) Perigo abstrato: o risco de lesão é absolu- tamente presumido por lei. b) Perigo concreto: De vítima determinada: o risco deve ser demonstrado indicando pessoa certa em perigo. De vítima difusa: o risco deve ser de- monstrado dispensando vítima deter- minada. Princípios relacionados com o AGENTE DO FATO Princípio da RESPONSABILIDADE PESSOAL Proíbe-se o castigo pelo fato de outrem. Está vedada a responsabilidade penal coletiva. DESDOBRAMENTOS: a) Obrigatoriedade da individualização da acusação (é proibida a denúncia genérica, vaga ou evasiva). O Promotor de Justiça deve individualizar os comportamentos. OBS: Nos crimes societários, os Tribunais Superiores fle- xibilizam essa obrigatoriedade. b) Obrigatoriedade da individualização da pena (é mandamento constitucional, evitando responsabilidade coletiva). Princípio da RESPONSABILIDADE SUBJETIVA Não basta que o fato seja materialmente cau- sado pelo agente, ficando a sua responsabili- dade condicionada à existência da voluntari- edade (dolo/culpa). Está proibida a respon- sabilidade penal objetiva, isto é, sem dolo ou culpa. Temos doutrina anunciando CASOS DE RES- PONSABILIDADE PENAL OBJETIVA (autori- zadas por lei): 1- Embriaguez voluntária Crítica: a teoria da actio libera in causa exige não somente uma análise pretérita da impu- tabilidade, mas também da consciência e vontade do agente. 2- Rixa Qualificada Crítica: só responde pelo resultado agravador quem atuou frente a ele com dolo ou culpa, evitando-se responsabilidade penal objetiva. 3- Responsabilidade penal da pessoa jurídi- ca nos crimes ambientais Princípio da CULPABILIDADE Postulado limitador do direito de punir. Só pode o Estado impor sanção penal ao agente imputável, isto é, penalmente capaz, com potencial consciência da ilicitude (possi- bilidade de conhecer o caráter ilícito do com- portamento), quando dele exigível conduta diversa. Princípio da ISONOMIA A isonomia que se garante é a isonomia subs- tancial. Deve-se tratar de forma igual o que é igual, e desigualmente o que é desigual. Princípio da PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA Convenção Americana de Direitos Humanos - Artigo 8º .2: “Toda pessoa acusada de um de- lito tem direito a que se presuma sua ino- cência, enquanto não for legalmente com- provada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:” Art. 5º, LVII C.F. – “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de senten- ça penal condenatória;” Princípios relacionados com a PENA Princípio da DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA A ninguém pode ser imposta pena ofensiva à dignidade da pessoa humana, vedando-se a sanção indigna, cruel, desumana e degradan- te. Princípio da INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA A individualização da pena deve ser observa- da em 3 momentos: 1- FASE LEGISLATIVA: observada pelo legis- lador no momento da definição do crime e na cominação de sua pena. Pena abstrata. 2- FASE JUDICIAL: observada pelo juiz na fi- xação da pena. Pena concreta. 3- FASE DE EXECUÇÃO: garantindo-se a indi- vidualização da execução penal (art. 5°, LEP). Princípio da PROPORCIONALIDADE Trata-se de princípio constitucional implícito (desdobramento da individualização da pena). Curiosidade: foi durante o Iluminismo, mar- cado pela obra “Dos delitos e das penas” (Beccaria) que se despertou maior atenção para a proporcionalidade na resposta estatal (Beccaria propunha a retribuição proporcio- nal). RODRIGO GARCEZ DE SOUZA - 137.183.577-20 Dia 1 / 17 RESUMO: a pena deve ajustar-se à gravidade do fato, sem desconsiderar as condições do agente. Dupla face do princípio da proporcionali- dade (Lenio Streck): 1a Face: IMPEDIR A HIPERTROFIA DA PU- NIÇÃO; GARANTISMO NEGATIVO (Ferrajoli); Garantia do indivíduo contra o Estado. 2a Face: Evitar a insuficiência da interven- ção do Estado (EVITAR PROTEÇÃO DEFICI- ENTE); Imperativo de tutela; GARANTISMO POSITIVO (Ferrajoli); Garantia do indivíduo em ver o Estado protegendo bens jurídicos com eficiência. Princípio da PESSOALIDADE “Artigo 5º, XLV CF – nenhuma pena passará da
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