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Aula 12 - Posse

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DIREITO CIVIL
POSSE
Livro Eletrônico
DICLER FORESTIERI
Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex-
Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São 
Paulo e atual Conselheiro Substituto do TCM-RJ 
(aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado 
nos concursos de Auditor-Fiscal do Estado do Rio 
Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE-
AM. Ministra aulas das disciplinas Direito Civil, 
Direito Penal e Legislação Tributária Municipal.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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DIREITO CIVIL
Posse
Prof. Dicler Forestieri
Posse e Propriedade ....................................................................................4
Introdução ................................................................................................4
1. Posse ....................................................................................................7
1.1. Teorias sobre a Posse ...........................................................................7
1.2. Espécies de Posse ................................................................................9
1.3. Aquisição da Posse .............................................................................14
1.4. Efeitos da Posse .................................................................................17
1.5. Perda da Posse ..................................................................................24
2. Propriedade .........................................................................................25
2.1. A Propriedade do Subsolo, do Solo e do Espaço Aéreo .............................27
2.2. Características do Direito de Propriedade ...............................................29
2.3. Classificação da Propriedade ................................................................29
2.4. A Descoberta .....................................................................................30
2.5. Formas de Aquisição da Propriedade Imóvel ..........................................32
2.6. Aquisição da Propriedade Móvel ...........................................................42
2.7. Perda da Propriedade Imóvel ...............................................................47
3. Direito de Vizinhança .............................................................................49
Questões de Concurso ..............................................................................55
Gabarito ..................................................................................................66
Gabarito Comentado ................................................................................67
Questões de Concurso ...............................................................................86
Gabarito ..................................................................................................93
Gabarito Comentado ................................................................................94
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DIREITO CIVIL
Posse
Prof. Dicler Forestieri
POSSE E PROPRIEDADE
Introdução
O direito das coisas é o complexo das normas reguladoras das relações jurí-
dicas concernentes aos bens corpóreos suscetíveis de apropriação pelo homem. O 
Código Civil divide a matéria em duas partes: posse e direitos reais, dedicando, a 
esta última, títulos específicos à propriedade e a cada um de seus desmembramen-
tos, denominados direitos reais sobre coisas alheias.
Dessa forma, estudaremos que a propriedade é um direito mais abrangente que 
a posse, pois esta (posse) representa parte dos poderes da primeira (propriedade).
Nesse contexto, o legislador não deu margem para a existência de dúvidas e 
apontou um rol taxativo dos direitos reais no art. 1.225 do CC.
Art. 1.225. São direitos reais:
I – a propriedade;
II – a superfície;
III – as servidões;
IV – o usufruto;
V – o uso;
VI – a habitação;
VII – o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII – o penhor;
IX – a hipoteca;
X – a anticrese.
XI – a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei n. 11.481, 
de 2007)
XII – a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
XIII – a laje. (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
Percebe-se que a posse, por representar apenas parte do direito de proprieda-
de, não está elencada no rol apresentado. Com isso, conclui-se que a posse é um 
instituto do Direito das Coisas, mas não é um Direito Real.
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DIREITO CIVIL
Posse
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Para efeitos de concurso público, o direito real mais importante é a propriedade. 
Veremos isso ao longo dessa aula.
A posse não é um direito real, apesar de ser um instituto jurídico estudado dentro 
do direito das coisas!!!
Cabe também diferenciarmos os conceitos de direto real e de direito pessoal.
•	 Direito real: é o poder jurídico, direito e imediato, do titular sobre a coisa, 
com exclusividade e contra todos (oponibilidade erga omnes).
•	 Direito pessoal: consiste em uma relação jurídica pela qual o sujeito ativo pode 
exigir do sujeito passivo uma determinada prestação (efeito inter partes).
A tabela a seguir permite uma melhor visualização:
Direitos Reais Direitos Pessoais
Têm por objeto a res (coisa). Podem ser exercidos contra a própria pessoa.
Prevalece o ter. Prevalece o fazer.
Recaem sobre coisas determinadas. Podem não recair sobre coisa certa.
São de enumeração legal taxativa. Ultrapassam a enumeração da lei.
Se exercitam contra todos 
(efeitos erga omnes).
Pressupõem um sujeito passivo discriminado 
(efeitos inter partes).
Pensando em detalhar o caminho a ser percorrido na aula de hoje, temos, a se-
guir, uma tabela em que consta a divisão feita pela doutrina sobre os direitos reais.
Entretanto, apenas a posse e a propriedade serão estudadas na aula de hoje.
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Posse
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Divisão dos Direitos Reais
Direitos reais 
sobre coisa
própria
• propriedade.
Direitos reais 
sobre coisa 
alheia
De gozo ou fruição
• enfiteuse;
• superfície;
• servidão predial;
• usufruto;
• uso;
• habitação.
De garantia
• penhor;
• hipoteca;
• anticrese;
• alienação fiduciária em garantia.
De aquisição
• compromisso ou promessa irretratável de 
compra e venda.
De interesse social
• concessão de uso especial para fins de moradia;
• concessão de direito real de uso.
Sobre o Direito de Laje, que foi recentemente inserido no rol dos Direitos Reais, 
há quem diga que se trata de um Direito Real sobre Coisa Própria por derivar da 
propriedade. Outra parte da doutrina entende que se trata de um Direito Real de 
Gozo ou Fruição, tendo origem na Superfície.
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DIREITO CIVIL
Posse
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1. Posse
1.1. Teorias sobre a Posse
Duas teorias relevantes conceituam o que vem a ser a posse: a teoria subjetiva 
e a teoria objetiva.
Teoria Subjetiva
Tendo Savigny como principal responsável, define a posse como um poder fí-
sico sobre a coisa, com a intenção de tê-la para si. Dessa forma, podemos apontar 
dois elementos caracterizadores: o corpus e o animus. O corpus seria o contato 
físico com a coisa, isto é, a detenção, ao passo que o animus seria a intenção de 
possuí-la como dono.
De acordo com a teoria subjetiva, o locatário e o usufrutuário não seriam pos-
suidores, pois eles detêm a coisa em nome alheio, sem a intenção de permanecer 
definitivamente com ela (animus domini).
Teoria Objetiva
Tendo Ihering como principal responsável, sustenta que a existência da posse 
dependeria exclusivamente do corpus, dispensando-se a presença do animus. 
De acordo com a teoria objetiva, o locatário e o usufrutuário seriam possuido-
res, pois eles detêm a coisa e possuem contato físico com ela.
Qual foi a teoria adotada pelo Código Civil de 2002?
A resposta se dá no art. 1.196 do CC:
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou 
não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
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DIREITO CIVIL
Posse
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A boa doutrina diz que o dispositivo em questão se refere à teoria objetiva.
A posse é uma situação de fato que, por aparentar ser uma situação de Direito, 
recebe proteção da lei. Ou seja, pode-se dizer que a posse é o efetivo exercício de 
alguns dos poderes da propriedade (gozar, reaver, usar e dispor da coisa) por aque-
le que não é o proprietário (é apenas possuidor).
Nem sempre a aparência de dono revela a existência da posse. É o que ocorre com 
a detenção, também chamada de flâmula de posse ou posse natural. O detentor é 
aquele que se acha em relação de dependência para com outro e conserva a posse em 
nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas, bem como aquele que 
pratica os atos por mera permissão ou tolerância. Vide o art. 1.198 do CC:
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependên-
cia para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou 
instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, 
em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
Como exemplos de detentores, temos o vigia e o caseiro, com relação à casa 
que tomam conta; o motorista, com relação ao carro que dirige etc.
Conceito de Posse
• Teoria subjetiva (Savigny): corpus (poder de disponibilidade sobre a coisa) 
e animus domini (intenção de ter a coisa).
• Teoria objetiva (Ihering): corpus (simples poder de disponibilidade sobre 
a coisa).
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O Código Civil adotou a teoria objetiva, portanto, para haver posse, não precisa haver 
intenção de ter a coisa. É possível a posse sem a propriedade (intenção de ter a coisa).
Ex.: um inquilino de um apartamento é possuidor (tem disponibilidade sobre a coi-
sa), mas não é proprietário (não é o dono da coisa).
1.2. Espécies de Posse
Existem várias formas de se classificar a posse. Entre elas, as principais são:
• posse direta e indireta;
• posse justa e injusta;
• posse de boa-fé e de má-fé;
• posse ad usucapionem e ad interdicta;
• posse nova e velha; e
• posse pro diviso e pro indiviso.
Vamos tratar de cada uma separadamente.
Posse Direta X Posse Indireta
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, 
em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, 
podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Quando duas pessoas têm a posse sobre a mesma coisa, mas em graus dife-
rentes, ficando um dos possuidores privados do uso imediato da coisa, a posse se 
divide em direta e indireta.
Possuidor direto ou imediato é o que detém materialmente a coisa 
(ex.: locatário de um bem).
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Possuidor indireto ou mediato é o proprietário que concede o direito de 
usar a outro (ex.: locador).
O dispositivo legal em análise, além da divisão da posse em direta e indireta, 
trata de dois importantes conceitos:
• a posse direta não anula a indireta: dessa forma, se algumas pesso-
as invadem um imóvel alugado, o locador (possuidor indireto) pode mover 
ações possessórias contra os invasores, mesmo que o possuidor direto seja 
o inquilino (locatário); e
• o possuidor direto pode defender sua posse contra o possuidor indireto: 
dessa forma, se o locador invade o imóvel locado durante a vigência do contrato 
de locação, o locatário expulso pode ajuizar uma ação de reintegração de posse.
Posse Justa X Posse Injusta
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
O artigo em análise trata a posse justa como aquela que não apresenta vícios, 
dessa forma, a contrario sensu, a posse injusta é aquela que apresenta vícios.
São três os vícios que podem tornar a posse injusta:
• Violência: ocorre quando a posse é adquirida mediante esforço físico ou gra-
ve ameaça. Tem certa semelhança com o crime de roubo.
Ex.: um movimento popular invade, violentamente, removendo obstáculos, 
uma fazenda que estava cumprindo perfeitamente a sua função social.
• Clandestinidade: ocorre quando a posse é adquirida às ocultas do proprie-
tário ou do possuidor. Tem certa semelhança com o crime de furto.
Ex.: um movimento popular invade, à noite e sem violência, uma propriedade 
rural que está sendo utilizada pelo proprietário, cumprindo a sua função social.
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•	 Precariedade: ocorre quando o possuidor direto, vencido o prazo de duração 
da relação jurídica, se recusa a restituir a coisa ao possuidor indireto; ou seja, 
decorre de um abuso de confiança por parte de quem recebe a coisa a título 
provisório. Tem certa semelhança com o crime de apropriação indébita.
Ex.: o locatário de um bem móvel que não devolve o veículo ao final do con-
trato de locação.
Os vícios citados podemconvalescer (desaparecer com o decurso de 
tempo)?
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como 
não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de ces-
sar a violência ou a clandestinidade.
De acordo com o artigo anterior, os vícios da violência e da clandestinidade podem 
convalescer. Entretanto, o mesmo não se pode dizer sobre o vício da precariedade.
Qual é o período de tempo para convalescer os vícios da violência e da 
clandestinidade?
Art. 558. do NCPC. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse 
as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia 
da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não 
perdendo, contudo, o caráter possessório.
Segundo o art. 558 do Novo Código de Processo Civil, as ações possessórias 
para reaver o bem que foi tomado de forma violenta ou clandestina deve ser pro-
posta no prazo de ano e dia. Após esse período, a posse injusta pela violência ou 
clandestinidade passa a ser justa.
Dessa forma, a explicação anterior acaba “quebrando” a regra prevista no art. 
1.203 do CC.
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Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter 
com que foi adquirida.
Conclui-se que a continuação do caráter de aquisição da posse, salientado no 
artigo em questão, atinge somente a posse precária, que é insuscetível de convali-
dação, sendo, portanto, insanável.
Posse de Boa-Fé X Posse de Má-Fé
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que im-
pede a aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo 
prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Terá boa-fé o possuidor que estiver convicto de que a coisa realmente lhe per-
tence, sem saber que está prejudicando o direito de outra pessoa, por ignorar a 
existência de vício que lhe impede a aquisição da coisa.
Ou seja, tal classificação da posse é um estado de consciência. Se o possuidor 
ignora a existência do vício na aquisição da posse, então temos a posse de boa-fé. 
Por outro lado, se o vício é de seu conhecimento, então a posse é de má-fé.
Não se deve confundir a posse de boa-fé com a posse justa. Para verificar se a pos-
se é de boa-fé, temos um critério psicológico (subjetivo). Por outro lado, para veri-
ficar se a posse é justa, estamos diante de um critério objetivo, bastando o exame 
da existência ou não dos vícios.
Posse de boa-fé/Posse de má-fé → critério subjetivo.
Posse justa/Posse injusta → critério objetivo.
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que 
as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
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Sendo a boa-fé um estado de consciência, a partir do momento que surge a 
presunção de que o possuidor não ignora a existência de vícios, surgirá a má-fé.
Posse ad interdicta X Posse ad usucapionem
A posse ad interdicta é aquela que pode ser defendida pelos interditos ou 
ações possessórias quando houver moléstia. Entretanto, o seu prolongamento não 
é capaz de conduzir à usucapião, pois o possuidor não possui a intenção de ter a 
coisa em definitivo (animus domini). Como exemplo de posse ad interdicta, temos 
o locatário de um apartamento.
A posse ad usucapionem é a exercida com a intenção de ter a coisa em defi-
nitivo (animus domini), devendo também ser mansa, pacífica, ininterrupta, justa e 
durante o lapso de tempo necessário à aquisição da propriedade. É o tipo de posse 
que possibilita a aquisição da propriedade por meio da usucapião.
Posse Nova X Posse Velha
A classificação da posse em nova ou velha é baseada no tempo de posse. A pos-
se nova é a que conta menos de ano e dia, ao passo que a posse velha é a que 
conta mais de ano e dia.
A influência dessa classificação gera efeitos na esfera processual, interferindo 
nos ritos processuais.
Posse pro diviso X Posse pro indiviso
Este assunto está relacionado com a composse, ou seja, quando há uma posse 
em comum e do mesmo grau entre duas ou mais pessoas. É o que ocorre com os 
cônjuges no regime da comunhão universal de bens.
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Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer 
sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
A posse pro indiviso é a composse de direito e de fato, na qual cada compossui-
dor tem o direito de exercer a posse sobre o todo, não podendo um excluir a posse do 
outro. Caso ocorra tal exclusão, o compossuidor turbado ou esbulhado poderá mover 
ação possessória contra o outro compossuidor para reapoderar-se da coisa.
Ex.: quando um casal mora em uma casa, um não pode limitar o outro a transitar 
em determinadas partes da casa, pois os dois exercem uma posse pro indiviso.
A posse pro diviso é a composse de direito, mas não de fato, na qual cada 
compossuidor não tem o direito de possuir a parte da área reservada ao outro. 
Nesse tipo de composse, um dos compossuidores pode impedir o acesso do outro 
à sua área. Na prática, existe uma divisão fática, mas no título de propriedade não 
há tal divisão.
Ex.: quando dois irmãos possuem uma fazenda e um planta beterrabas na sua 
metade e o outro planta batatas na segunda metade.
1.3. Aquisição da Posse
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, 
em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
O momento de aquisição da posse ocorre quando a pessoa puder exercer, em 
nome próprio, alguns dos poderes inerentes à propriedade (Gozar, Reaver, Usar e 
Dispor – GRUD).
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I – pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
II – por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
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As pessoas que podem adquirir a posse são:
•	 a própria pessoa que pretende ter a posse;
•	 o representante legal – quando o titular for incapaz e necessitar de 
um representante;
•	 o procurador – quando houver uma procuração nomeando um represen-
tante convencional;
•	 o terceiro sem mandato – quando alguém, sem procuração, adquire a posse para 
outrem, tal aquisição fica na dependência de ratificação dapessoa interessada.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os 
mesmos caracteres.
Havendo a transmissão causa mortis da posse, os herdeiros ou legatários 
tomam o lugar do de cujus, continuando a posse com os mesmos caracteres 
(vícios ou qualidades).
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao 
sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
A acessão da posse é a soma do tempo de posse do atual possuidor com o de 
seus antecessores. Podem ser de duas espécies, como veremos a seguir.
Acessão por Sucessão
Ocorre na sucessão a título universal, ou seja, quando o sucessor substitui o 
titular primitivo na totalidade dos bens ou numa quota ideal deles. Como exemplo 
temos o herdeiro que recebe 50% dos bens do de cujus.
Nesse caso, o sucessor irá continuar a posse que já havia sido iniciada.
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Acessão por União
Ocorre na sucessão a título singular, ou seja, quando o sucessor adquire di-
reitos ou coisas determinadas, como o comprador, o donatário e o legatário. Nesse 
caso, existe a possibilidade de o sucessor continuar a somar a sua posse à posse 
do antecessor se lhe convier. Caso a faculdade de opção seja exercida, a posse per-
manecerá com os mesmos caracteres da posse original.
Na sucessão a título universal, bem como na sucessão a título singular, as pos-
ses (anterior e posterior) podem ser utilizadas para conduzir a aquisição da pro-
priedade por usucapião.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como 
não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de ces-
sar a violência ou a clandestinidade.
Atos de mera permissão ou tolerância, tal como o caseiro que mora na fa-
zenda, não caracterizam uma posse, mas apenas uma mera detenção.
Igualmente acontece com os atos violentos e clandestinos, que são capazes 
de gerar posse apenas depois que cessar a violência ou a clandestinidade.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis 
que nele estiverem.
A regra desse artigo está fundamentada na presunção juris tantum (relativa) de 
que os bens móveis, como acessórios, pertencem ao respectivo imóvel. Ou seja, 
presume-se que o sofá localizado na sala de uma casa é do possuidor da casa.
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1.4. Efeitos da Posse
Os principais efeitos da posse são:
•	 direito ao uso dos interditos;
•	 defesa direta;
•	 percepção dos frutos;
•	 indenizações por benfeitorias;
•	 direito de retenção por benfeitorias; e
•	 responsabilidade pelas deteriorações.
Vamos tratar de cada um deles separadamente.
A Faculdade de Usar os Interditos
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído 
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
Os interditos são as ações possessórias. Tais ações são cabíveis quando a posse 
for justa, pouco importando se a posse é de boa-fé ou de má-fé, direta ou indireta.
São três os tipos de interditos possessórios.
•	 Ação de reintegração de posse: é a ação apropriada para o caso concre-
to em que o possuidor tenha sido desapossado, em decorrência de esbulho 
(perda da posse), pouco importando se total ou parcial, e para que seja re-
conduzido à posse, seja restituído o possuidor na posse. É o interdito especí-
fico para que o possuidor retome uma posse que lhe tenha sido tomada por 
qualquer ato violento ou derivado de precariedade ou clandestinidade.
•	 Ação de manutenção da posse: é a ação destinada para a proteção do pos-
suidor na posse contra atos de turbação de outrem, cujo objetivo é garantir 
principalmente a posse de imóveis e a quase-posse das servidões e só terá 
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utilização se o possuidor for molestado na sua posse, isto é, se o possuidor, 
sem perder a sua posse, vem a ser perturbado nela. Tem o objetivo de fazer 
cessar o ato do turbador, que molesta o exercício da posse, contudo sem de-
saparecer a própria posse.
•	 Interdito proibitório: é uma ação de natureza preventiva, desdobrada da 
ação de manutenção de posse. É apropriada para que o possuidor, em vias de 
comprovada ameaça, proponha e receba a devida segurança, que nada mais 
é do que uma ordem judicial proibitória (daí o seu nome), para impedir que 
se concretize tal ameaça, acompanhada de pena ou castigo para a hipótese 
de falta de cumprimento dessa ordem.
Segue o gráfico esquemático abaixo:
Interdito proibitório
(proteção preventiva)
Manutenção da posse
(após a turbação)
Reintegração da posse
(após a perda)
Existem ainda outros tipos de ações possessórias, mas o assunto será estudado 
com mais detalhes no Direito Processual Civil.
•	 Imissão na posse: utilizada quando o proprietário, por meio da transcrição 
de seu título, adquire o domínio da coisa que o alienante, ou terceiros, persis-
tem em não lhe entregar.
•	 Nunciação de obra nova: utilizada para impedir que nova obra em prédio 
vizinho prejudique o confinante.
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•	 Embargos de terceiro senhor e possuidor: utilizada com a finalidade de 
defender os bens possuídos, não sendo parte no feito, sofre turbação ou esbu-
lho na posse de seus bens, por efeito de penhora, depósito, arresto, sequestro, 
venda judicial, arrecadação, partilha ou outro ato de apreensão judicial.
Defesa Direta da Posse
Art. 1.210
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua pró-
pria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir 
além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
Por meio do referido dispositivo, o legislador admite dois meios hábeis para a 
proteção possessória:
• legítima defesa da posse – é a reação imediata (logo) e moderada (não 
pode ir além da violência necessária à manutenção ou restituição da posse) à 
turbação (moléstia) da posse; e
• desforço imediato – é a reação imediata (logo) e moderada (não pode ir 
além da violência necessária à manutenção ou restituição da posse) ao es-
bulho (perda) da posse.
Na legítima defesa, a violência é empregada para impedir a perda da posse, 
ao passo que, no desforço imediato, a violência é empregada para recuperar a 
posse perdida.
Sobre o elemento temporal da reação ao esbulho ou à turbação, se ela for tar-
dia, ficará caracterizadoo crime previsto no art. 345 do Código Penal: Exercício 
Arbitrário das Próprias Razões.
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Art. 1.210, § 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de pro-
priedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Ainda no art. 1.210 do CC, o fato de outra pessoa estar questionando a pro-
priedade ou outro direito sobre a coisa turbada ou esbulhada não impede que o 
possuidor intente ação de manutenção da posse ou ação de reintegração da posse.
Percepção dos Frutos
Conforme já estudamos anteriormente, frutos são produções normais e periódi-
cas da coisa, podendo ser, quanto à origem, naturais, industriais ou civis. Por outro 
lado, quando classificados de acordo com o seu estado, dividem-se em pendentes, 
percebidos ou colhidos, estantes, percipiendos e consumidos.
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser res-
tituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também 
restituídos os frutos colhidos com antecipação.
O possuidor de boa-fé, nos termos do art. 1.214 do CC, tem direito aos frutos 
percebidos ou colhidos de forma tempestiva. Ou seja, o possuidor de boa-fé não 
é obrigado a devolver os frutos que colher durante a posse. Entretanto, os frutos 
pendentes, que ainda não foram separados do bem principal, devem ser devolvidos 
ou ter o valor compensado com as despesas de produção e custeio.
Como exemplo, se o possuidor de boa-fé plantar e colher, então terá direito 
ao que for colhido (fruto percebido), porém, a plantação que ainda não foi colhida 
(fruto pendente), como regra, terá de ser devolvida, caso ocorra o fim da posse.
Os frutos que, fraudulentamente, forem colhidos de forma antecipada, também 
devem ser restituídos, sob pena de locupletação da coisa alheia.
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Conclui-se que a lei ampara o interesse do possuidor de boa-fé, por ser mais 
próximo do interesse social, pois explorando a coisa, o possuidor de boa-fé dá uma 
destinação econômico-social para o bem.
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que 
são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
Se os frutos forem naturais (resultantes de força orgânica da natureza) ou in-
dustriais (decorrentes do engenho humano), serão tidos como colhidos e percebi-
dos no momento da separação de sua fonte.
Como exemplo, temos as frutas separadas do pé, o tecido que sai do tear etc.
Em se tratando de frutos civis (ex.: juros, aluguéis etc.), independente do dia 
do pagamento, reputam-se percebidos dia a dia.
Momento em que são considerados percebidos
Frutos naturais e industriais Separação do bem principal.
Frutos civis Dia a dia.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, 
bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se 
constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
O artigo em questão pune o dolo e a malícia do possuidor de má-fé ao exigir que 
ele responda por todos os danos que causou com os frutos colhidos e percebidos.
Indenização por Benfeitorias e Direito de Retenção
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessá-
rias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, 
quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo 
valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessá-
rias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar 
as voluptuárias.
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O possuidor de boa-fé tem o direito de ser indenizado pelos melhoramentos que 
introduziu no bem. Entretanto, deve-se atentar para qual o tipo de melhoramento 
que foi introduzido.
O possuidor de má-fé também tem alguns direitos pelos melhoramentos intro-
duzidos, de acordo com a espécie.
O quadro a seguir indica quando poderá haver a indenização.
Possuidor de boa-fé
Tem direito à indenização quanto às benfeitorias necessárias, 
úteis e voluptuárias, mas só pode exercer o direito de retenção 
nas duas primeiras. Nas benfeitorias voluptuárias, caso a indeniza-
ção seja negada, o possuidor pode levá-las consigo.
Possuidor de má-fé
Tem direito à indenização quanto às benfeitorias necessárias. 
Entretanto, ele não pode exercer o direito de retenção, tampouco 
o direito de levantar.
Enquanto não for paga a indenização ao possuidor de boa-fé pelas benfeitorias 
necessárias e úteis, será cabível o direito de retenção (meio de defesa pelo o qual o 
credor continua a deter o bem até que ocorra a indenização). Tal direito de retenção 
não se aplica ao possuidor de má-fé.
Quanto às benfeitorias voluptuárias, o possuidor de boa-fé poderá levantá-las, 
ou seja, levá-las consigo. Entretanto, tal direito não assiste ao possuidor de má-fé.
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimen-
to se ao tempo da evicção ainda existirem.
Caso o possuidor esteja obrigado a ressarcir alguma coisa, poderá haver a com-
pensação entre o valor utilizado com as benfeitorias e o valor a ser pago a título de 
ressarcimento.
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, 
tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé 
indenizará pelo valor atual.
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Sobre o valor a ser indenizado em decorrência da realização de benfeitorias, o 
legislador faculta que o reivindicante escolha entre o valor atual e o valor de custo, 
em se tratando de um possuidor de má-fé; porém, se o possuidor for de boa-fé, a 
indenização deverá ser feita pelo valor atual.
Responsabilidade pelas Deteriorações
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa a 
que não der causa.
O dispositivo regula a responsabilidade civil do possuidor de boa-fé pela perda 
ou deterioração do bem a que não der causa, pois a responsabilidade existirá so-
mente para as hipóteses em que ocorrer dolo ou culpa de sua parte.
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda 
que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse 
do reivindicante.
Sobreo possuidor de má-fé, a única exceção à responsabilidade civil de 
indenizar encontra-se na possibilidade de o possuidor de má-fé provar que o 
resultado danoso ocorreria do mesmo modo se o bem estivesse em poder do 
postulante (“reivindicante”).
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Sobre os efeitos da posse, resumidamente, temos o seguinte:
Direitos Possuidor de Boa-Fé Possuidor de Má-Fé
Faculdade de invocar inter-
ditos (ações possessórias)
Todos possuem o direito de invocar os interditos, basta que a posse 
seja justa em relação ao adversário.
Defesa direta da posse Turbação (moléstia)  legítima defesa.
Esbulho (perda)  desforço imediato.
São admitidos desde que feitos de forma imediata.
Percepção dos frutos Tem direito aos frutos percebi-
dos (colhidos).
Responde pelos frutos percebidos 
(colhidos).
Indenização por benfeito-
rias e direito de retenção
Tem direito à indenização das 
benfeitorias úteis e necessárias 
e direito de retenção do imóvel 
pela indenização do valor gasto.
Tem direito a levantar as benfei-
torias voluptuárias.
Tem direito à indenização das 
benfeitorias necessárias apenas, 
mas não tem direito de retenção 
do imóvel pelo pleito de indeni-
zação.
Responsabilidade pela dete-
rioração ou perda da coisa
CF ou FM  não responde.
Culpa  responde.
CF ou FM  responde.
Culpa  responde.
1.5. Perda da Posse
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o 
poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
O possuidor perde a posse quando não há mais, contra sua vontade, poder fático 
de ingerência socioeconômica sobre determinado bem. Tais poderes são o GRUD. 
Entretanto, o possuidor esbulhado só vem a perder a posse de um bem quando não 
busca a reintegração dentro do período de ano e dia, que passa a funcionar como 
uma espécie de condição suspensiva.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, 
quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é 
violentamente repelido.
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O dispositivo legal quer dizer que a simples ausência não importa na perda da pos-
se, podendo o possuidor, embora ausente, continuar a posse solo animo, ainda que a 
coisa possuída por ele tenha sido ocupada por um terceiro, durante a sua ausência.
2. Propriedade
Propriedade é o direito que a pessoa física ou jurídica tem de usar (faculdade 
de servir-se da coisa e utilizá-la da maneira que convier), gozar (retirar os frutos e 
utilizar os produtos), dispor (alienar ou consumir) de um bem ou reavê-lo (reivin-
dicar) de quem injustamente o possua ou detenha.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direi-
to de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Poderes da propriedade
(GRUD)
GOZAR (jus fruendi)
REAVER (rei vindicato)
USAR (jus utendi)
DISPOR (jus disponendi)
Art. 1.228, § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas 
finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade 
com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio eco-
lógico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
Aqui está consagrado o princípio da função econômico-social da proprie-
dade, preconizado no art. 5º, XXIII, da Constituição Federal, que visa coibir abusos 
e que haja prejuízo ao bem-estar social.
A função econômico-social da propriedade é um conceito que foi construído ao 
longo de muitas décadas. De forma simplificada, dizer que a propriedade atende a 
uma função social é dizer que a ela é dada uma forma de conceito do habitante de 
determinado local, dentro do contexto da sociedade em que se insere.
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Terrenos ou edificações ociosos em área urbana não atendem à sua função 
social. A partir do momento, no entanto, em que é dada finalidade àquele imó-
vel, seja ele usado para moradia ou para fins comerciais, diz-se que ele atende 
a uma função social.
A função social, portanto, é conceito intrínseco à própria propriedade privada. 
Não basta a titularidade, o proprietário deve estar sensibilizado para com o dever 
social imposto pela própria Constituição.
Art. 1.228, § 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodi-
dade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
O proprietário não pode praticar dolosamente, no exercício normal do direito de 
propriedade, atos com a intenção de causar dano a outrem e não de satisfazer uma 
necessidade sua ou interesse seu. 
Dessa forma, não se pode construir uma chaminé falsa para única e exclusivamente 
bloquear o sol da piscina do vizinho, pois tal conduta representa um ato emulativo. Os 
atos emulativos são considerados atos ilícitos e, por isso, são vedados.
Art. 1.228, § 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropria-
ção, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisi-
ção, em caso de perigo público iminente.
A desapropriação é uma modalidade especial de perda da propriedade imobili-
ária pela qual o Poder Público, compulsoriamente, despoja alguém de uma proprie-
dade e a adquire para si, mediante indenização prévia e em dinheiro ou títulos da 
dívida pública, fundada em um interesse público. O assunto é estudado de forma 
mais aprofundada no âmbito do Direito Administrativo.
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A requisição é um ato pelo qual o Estado, em proveito de um interesse público, 
constitui alguém, de modo unilateral e autoexecutório, na obrigação de prestar-lhe 
serviço ou ceder-lhe transitoriamente o uso de uma coisa, obrigando-se a indenizar 
os prejuízos que tal medida efetivamente acarretar ao obrigado.
Art. 1.228
§ 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado con-
sistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, 
de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto 
ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e 
econômico relevante.
§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao 
proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em 
nome dos possuidores.
Os §§ 4º e 5º tratam da desapropriação judicial fundada na posse “pro 
labore” quetambém ocorrerá mediante uma justa indenização.
Com base no princípio da função econômico-social da propriedade, dá-se es-
pecial proteção à posse trabalho, isto é, à posse ininterrupta e de boa-fé por mais 
de 5 anos de uma extensa área que traduza um trabalho criador de um número 
considerável de pessoas.
2.1. A Propriedade do Subsolo, do Solo e do Espaço Aéreo
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo corresponden-
tes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se 
a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que 
não tenha ele interesse legítimo em impedi-las.
A propriedade de um terreno abrange a do subsolo correspondente, bem como 
a do espaço aéreo acima do solo. Entretanto, o proprietário não pode se opor à uti-
lização do seu subsolo e do seu espaço aéreo quando por terceiros, caso não tenha 
um interesse legítimo. 
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Como exemplo, o proprietário de um terreno não pode impedir que passe um 
avião por cima de seu terreno a 2.000 metros de altura; ou então, ou impedir que 
se perfure 300 metros abaixo de seu terreno para instalação de metrô.
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos 
minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros 
bens referidos por leis especiais.
Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais 
de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação 
industrial, obedecido o disposto em lei especial.
Apesar do proprietário do solo também ser proprietário do subsolo e do espaço 
aéreo correspondentes, ele não será proprietário das minas. Jazidas e energia hi-
dráulica que, pelo art. 176 da CF, pertencem ao patrimônio da União, para efeito de 
sua exploração ou aproveitamento.
Art. 176 da CF – As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os poten-
ciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de 
exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a 
propriedade do produto da lavra.
[...].
§ 2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma 
e no valor que dispuser a lei.
Entretanto, a participação nos resultados da lavra e o direito de explorar os re-
cursos minerais que puderem ser utilizados imediatamente na construção civil são 
garantidos ao dono do solo.
A seguir, temos uma tabela que resume o assunto. Ressalto que já vi várias 
questões das bancas FCC e CESPE/UnB que tratam destes conceitos. Como as de-
mais tendem a segui-las, recomendo o estudo sólido deste ponto.
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Propriedade do Solo
Subsolo e espaço
 aéreo correspondentes
Abrange, porém o proprietário não pode 
se opor a atividades de terceiros que não 
tenha interesse legítimo.
Jazidas, minas e demais recursos mine-
rais, os potenciais de energia hidráulica, 
os monumentos arqueológicos e outros 
bens referidos por leis especiais
Não abrange, mas é assegurado ao proprie-
tário participação nos resultados da lavra.
Recursos minerais de emprego imediato 
na construção civil
Podem ser explorados pelo proprietário, 
desde que não sejam submetidos à transfor-
mação industrial.
2.2. Características do Direito de Propriedade
Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.
O direito de propriedade apresenta três características essenciais: é absoluto, 
exclusivo e irrevogável ou perpétuo.
• Absoluto: é o mais completo dos direitos reais; o seu titular pode utilizar o 
bem como quiser, sujeitando-se apenas às limitações legais impostas (inte-
resse público) ou coexistência do direito de propriedade de outros titulares.
• Exclusivo: a mesma coisa não pode pertencer com exclusividade (portanto, 
ressalvado o condomínio) e simultaneamente a duas ou mais pessoas.
• Irrevogável ou perpétuo: a duração da propriedade é ilimitada, não cessa 
pelo não uso e é transmissível com a morte.
2.3. Classificação da Propriedade
A propriedade classifica-se em:
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• plena (ou alodial) – quando o proprietário tem o direito de uso, gozo e dis-
posição plena enfeixados em suas mãos, sem que terceiros tenham qual-
quer direito sobre àquele bem. Todos os elementos estão reunidos nas 
mãos do seu titular;
•	 limitada (ou restrita) – quando o proprietário tem sobre propriedade al-
gum ônus (ex.: hipoteca, servidão, usufruto etc.), ou quando for resolúvel 
(se extinguirá com um acontecimento futuro). 
Na verdade, o direito de propriedade é composto de duas partes destacáveis:
•	 nua-propriedade – corresponde à titularidade, ao fato de ser proprietário e 
ter o bem em seu nome. Costuma-se dizer que a nua-propriedade é aquela 
despida dos atributos do uso e da fruição, tendo direito à essência, à 
substância da coisa. A pessoa recebe o nome de nu-proprietário, senhorio 
direto ou proprietário direto;
•	 domínio útil – corresponde ao direito de usar, gozar e dispor da coisa. 
Dependendo do direito que tem, recebe nome diferente: enfiteuta, usufrutuá-
rio etc. Dessa forma, uma pessoa pode ser o titular, o proprietário, ter o bem 
registrado em seu nome e outra pessoa pode ter direitos de usar, gozar e até 
dispor daquele bem, em virtude de um contrato. Ex.: usufruto.
2.4. A Descoberta
A descoberta é o achado de coisa perdida por seu dono, sendo descobridor 
aquele que encontra a coisa.
Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legí-
timo possuidor.
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Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o en-
contrar, entregará a coisa achada à autoridade competente.
A descoberta não é uma forma de aquisição da propriedade, pois a coisa achada 
possui dono e, por isso, deve ser devolvida a este ou a uma autoridade competente.
A descoberta não é uma forma de aquisição da propriedade!!!
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá 
direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização 
pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono 
não preferir abandoná-la.
Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, considerar-se-á o es-
forço desenvolvido pelo descobridor para encontraro dono, ou o legítimo possuidor, as 
possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a situação econômica de ambos.
O descobridor que vier a restituir o objeto achado terá direito a receber uma re-
compensa a título de prêmio pela sua honestidade. Tal recompensa é denominada 
achádego e não pode ser inferior a 5% do valor do objeto.
Art. 1.235. O descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprietário ou possui-
dor legítimo, quando tiver procedido com dolo.
Também está consagrada a responsabilidade civil do descobridor por dano cau-
sado dolosamente.
Art. 1.236. A autoridade competente dará conhecimento da descoberta através da impren-
sa e outros meios de informação, somente expedindo editais se o seu valor os comportar.
Art. 1.237. Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia pela imprensa, ou do edital, 
não se apresentando quem comprove a propriedade sobre a coisa, será esta vendida em 
hasta pública e, deduzidas do preço as despesas, mais a recompensa do descobridor, per-
tencerá o remanescente ao Município em cuja circunscrição se deparou o objeto perdido.
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Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município abandonar a coisa em 
favor de quem a achou.
Por fim, os arts. 1.236 e 1.237 do CC tratam dos procedimentos que devem 
ser observados pela autoridade competente por ocasião da restituição de um 
objeto achado.
Cabe ressaltar que a não devolução de um objeto achado tipifica o crime previs-
to no art. 170, II, do CP:
Art. 170 (...)
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único – Na mesma pena incorre:
Apropriação de coisa achada
II – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando 
de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, 
dentro no prazo de quinze dias.
2.5. Formas de Aquisição da Propriedade Imóvel
A seguir temos um gráfico esquemático sobre as formas de aquisição da pro-
priedade imóvel:
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Modo Originário de Aquisição da Propriedade Imóvel
Ocorre quando não há transmissão de uma pessoa para outra; o indivíduo 
faz seu o bem sem que este lhe tenha sido transmitido por alguém.
Por acessão (art. 1.248 do CC)
Fica pertencendo ao proprietário tudo quando se une ou se incorpora ao seu 
bem. Há um aumento do valor ou do volume do objeto, devido a forças externas. 
Art. 1.248. A acessão pode dar-se:
I – por formação de ilhas;
II – por aluvião;
III – por avulsão;
IV – por abandono de álveo;
V – por plantações ou construções.
São espécies de acessão:
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• Ilhas formadas por força natural (art. 1.249 do CC) – trata-se do acú-
mulo paulatino de areia, cascalho e materiais levados pela correnteza, ou de 
rebaixamento de águas, deixando a descoberto e a seco uma parte do fundo 
ou do leito. Interessam ao direito civil somente as ilhas formadas em rios não 
navegáveis ou particulares, por pertencerem ao domínio particular.
Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem 
aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes:
I – as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos ter-
renos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até 
a linha que dividir o álveo em duas partes iguais;
II – as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acrés-
cimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado;
III – as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a 
pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram.
• Aluvião (art. 1.250 do CC) – acréscimo paulatino de terras às margens do rio, 
mediante lentos e imperceptíveis depósitos naturais ou desvios das águas. Es-
ses acréscimos pertencem aos donos dos terrenos marginais, observando-se 
a regra de que o acessório segue o principal.
Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por de-
pósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio 
das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.
Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários dife-
rentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem.
No artigo em questão a doutrina consagra duas espécies de aluvião:
−	 aluvião própria: quando o acréscimo se formar pelos depósitos ou aterros 
naturais nos terrenos marginais dos rios; e
−	 aluvião imprópria: quando o acréscimo de formar em virtude do afasta-
mento das águas que descobrem parte das margens (álveo) do rio.
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• Avulsão (art. 1.251 do CC) – repentino deslocamento de uma porção de 
terra “avulsa” por força natural violenta, desprendendo de um prédio e jun-
tando-se a outro.
Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um 
prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar 
o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se 
juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida.
• Álveo abandonado ou abandono de álveo (art. 1.252 do CC) – álveo é o 
leito do rio. Secando ou desviando (fenômeno natural), tem-se o abandono 
de álveo; dá-se a mesma solução da formação de ilhas.
Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas 
margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem 
novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo.
• Acessões artificiais ou físicas ou industriais (arts. 1.253 a 1.259 do CC) 
– derivam de um comportamento ativo do homem, como plantações, cons-
truções etc. Possui caráter oneroso e se submete à regra de que tudo aquilo 
que se incorpora ao bem em razão de uma ação qualquer, cai sob o domínio 
de seu proprietário.
Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita 
pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário.
Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, 
plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pa-
gar-lhes o valor, além de responder por perdase danos, se agiu de má-fé.
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em pro-
veito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, 
terá direito a indenização.
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do 
terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, 
mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.
Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, 
plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões.
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Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de construção, 
ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua.
Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não pertencerem as 
sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empregou em solo alheio.
Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá cobrar 
do proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do planta-
dor ou construtor.
Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em 
proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a pro-
priedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e 
responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desva-
lorização da área remanescente.
Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o cons-
trutor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à 
vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte 
e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção.
Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima 
parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos 
que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da 
desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele cons-
truiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.
Por Usucapião (arts. 1.238 a 1.244 do CC)
É o modo de aquisição da propriedade, independente da vontade do titular ante-
rior. Ocorre quando alguém detém a posse de uma coisa com ânimo de dono (posse 
ad usucapionem), por um tempo determinado, sem interrupção e sem oposição. 
Como a usucapião acarreta a aquisição da propriedade em decorrência da posse 
prolongada por um período de tempo, ela também é chamada de prescrição aqui-
sitiva. São suas espécies:
•	 Extraordinária (art. 1.238 do CC)
Art. 1.238 do CC – Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, pos-
suir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e 
boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de 
título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
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Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o pos-
suidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras 
ou serviços de caráter produtivo.
Para que se tenha a usucapião extraordinária, são necessários os seguintes 
requisitos:
−	 posse pacífica, ininterrupta, exercida com animus domini;
−	 decurso do prazo de 15 anos, que poderá ser reduzido para 10 anos se 
o possuidor estabelecer no imóvel sua moradia habitual ou nele realizar 
obras e serviços de caráter produtivo, aumentando a utilidade do bem; e
−	 dispensa-se o justo título e a boa-fé. 
•	 Ordinária (art. 1.242 do CC)
Art. 1.242 do CC – Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e 
incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver 
sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartó-
rio, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a 
sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.
Para que se tenha a usucapião ordinária, são necessários os seguintes requisitos:
−	 posse pacífica, ininterrupta, exercida com animus domini;
−	 decurso do prazo de 10 anos, que poderá ser reduzido para 5 anos se o 
possuidor tiver adquirido o imóvel onerosamente e cujo registro foi cance-
lado, desde que seja estabelecida a moradia no imóvel ou tenha sido reali-
zado investimentos de interesse social e econômico; e
−	 exige-se um justo título e boa-fé.
Por justo título, deve ser entendido um título idôneo, mesmo que apresente 
vício de forma, capaz de operar a transferência da propriedade, tal como uma es-
critura pública, uma cessão de direito, um formal de partilha etc.
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Constitucional Urbana ou pro moradia (art. 1.240 do CC)
Art. 1.240 do CC - Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e 
cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, 
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que 
não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, 
ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo pos-
suidor mais de uma vez.
Tendo em vista que o solo urbano não pode ficar sem um adequado aprovei-
tamento, reconhece-se a quem o utilizar, homem ou mulher, casado ou solteiro, 
a possibilidade de adquirir o domínio se não for proprietário de outro imóvel ur-
bano ou rural.
Para que se tenha a usucapião constitucional urbana, são necessários os 
seguintes requisitos:
•	 posse pacífica, ininterrupta, exercida com animus domini;
•	 decurso do prazo de 5 anos;
•	 dimensão da área de até 250 m2.
Cabe ressaltar que a Lei n. 13.105/2015 inseriu o art. 216-A na Lei de Registros 
Públicos, de modo a permitir a aquisição da propriedade por meio de usuca-
pião especial de forma extrajudicial.
Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento 
extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do re-
gistro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requeri-
mento do interessado, representado por advogado, instruído com: (...)
Constitucional Rural ou pro labore (art. 1.239 do CC)
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Art. 1.239 do CC – Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, pos-
sua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona 
rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou 
de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Se o possuidor tornar uma área de terra em zona rural produtiva com o seu tra-
balho e/ou de sua família, não sendo proprietário de outro imóvel urbano ou rural 
poderá adquirir a sua propriedade.
Para que se tenha a usucapião constitucional rural, são necessários os 
seguintes requisitos:
•	 posse pacífica, ininterrupta, exercida com animus domini;
•	 decurso do prazo de 5 anos;
•	 dimensão da área de até 50 há.
Familiar
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposi-
ção, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e 
cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-com-
panheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, ad-
quirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano 
ou rural. (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
Temos aqui uma nova modalidade de usucapião de bem imóvel (usucapião fa-
miliar), inserida no Código Civil em 2011, cujo prazo é o menor de todos (2 anos).
Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida, mediante 
usucapião, a propriedade imóvel.
Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo constituirá título hábil para 
o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
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A sentença judicial que consagra a usucapião não tem valor constitutivo, mas 
sim, efeitos declaratórios, pois a aquisição efetiva da propriedade só ocorre atra-
vés do registro da sentença no respectivo Cartório de Imóveis.
Modo Derivado de Aquisição da Propriedade Imóvel
Ocorre quando há transmissibilidade do domínio.
• Pelo registro do título (arts. 1.227 e 1.245 a 1.247 do CC) – “SÓ É DONO 
QUEM REGISTRA” !!!
O registro imobiliário é o poder legal de agentes do ofício público para efetuar to-
das as operações relativas a bens imóveis e a direitos a eles condizentes, promovendo 
atos de escrituração, assegurando aos requerentes a aquisição e o exercício do direito 
de propriedade e a instituição de ônus reais de fruição, garantia ou aquisição.
Com isso, o assentamento do registro dá proteção especial à propriedade imobi-
liária, por fornecer meios probatórios fidedignos da situação do imóvel, sob o ponto 
de vista da respectiva titularidade e dos ônus reais que o gravam, e por revestir-se 
de publicidade, que lhe é inerente, tornando os dados registrados conhecidos.
Ou seja, é por meio do registro que a propriedade é constituída e se torna opo-
nível erga omnes.
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre 
vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos refe-
ridos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título 
translativo no Registro de Imóveis.
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido 
como dono do imóvel.
§ 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invali-
dade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido 
como dono do imóvel.
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Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial 
do registro, e este o prenotar no protocolo.
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar 
que se retifique ou anule.
Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, inde-
pendentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente.
•	 Pela sucessão hereditária: é a forma de transmissão derivada da proprie-
dade que se dá por ato causa mortis em que o herdeiro (legítimo ou testa-
mentário) ocupa o lugar do de cujus em todos os seus direitos e obrigações.
Art. 1.784 do CC – Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdei-
ros legítimos e testamentários.
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2.6. Aquisição da Propriedade Móvel
Completando as formas de aquisição da propriedade, temos aquelas que se 
referem aos bens móveis:
Modo Originário
Ocupação (art. 1.263 do CC)
É o assenhoramento de coisa móvel (inclui semoventes) sem dono, por não ter 
sido ainda apropriada (res nullius) ou por ter sido abandonada (res derelictae), 
desde que essa apropriação não seja proibida pela lei.
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a proprie-
dade, não sendo essa ocupação defesa por lei.
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A descoberta de coisa perdida não acarreta na aquisição da propriedade, de-
vendo, aquele que achou, devolver a res para a autoridade competente, conforme 
o art. 1.233, § único do Código Civil
Usucapião
Não só os bens imóveis podem ser adquiridos pela usucapião, pois tal instituto 
também é aplicável aos bens móveis e às servidões.
São duas as espécies de usucapião de bem móvel:
•	 Extraordinária (art. 1.261 do CC)
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usuca-
pião, independentemente de título ou boa-fé.
Para que se tenha a usucapião extraordinária, são necessários os seguintes 
requisitos:
−	 posse pacífica, ininterrupta, exercida com animus domini;
−	 decurso do prazo de 5 anos; e
−	 não é necessário um justo título e boa-fé.
•	 Ordinária (art. 1.260 do CC)
Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente 
durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade.
Para que se tenha a usucapião ordinária, são necessários os seguintes requisitos:
−	 posse pacífica, ininterrupta, exercida com animus domini;
−	 decurso do prazo de 3 anos; e
−	 exige-se um justo título e boa-fé.
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